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Colega de partido de Geraldo Alckmin, Tabata Amaral elogiou a atuação do vice-presidente em seus 100 dias na governo federal. Integrada ao PSB na última eleição, a deputada federal defendeu a campanha de Lula, mas questionou a formação de uma unidade progressista de legendas da esquerda.  

Nos elogios ao vice-presidente, em entrevista à Folha de S. Paulo, a parlamentar definiu Alckmin como "uma pessoa extremamente humilde, mas com certeza é um dos quadros que mais nos orgulha no PSB", sem estimular uma eventual candidatura presidencial em 2026. 

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Ela defendeu a evolução do PSB como um partido protagonista no cenário nacional e deixou indicativo de uma posição que rompa a polarização. "Faz falta ao Brasil uma centro esquerda forte e pujante. Faz falta uma esquerda com uma visão econômica de centro e pautada em dado. [...] Tenho muito respeito pela história do PT, mas esse lugar precisa ser ocupado. E a gente vai estar lá. Precisamos trilhar nosso caminho. Tenho certeza que vamos nessa direção de construir uma centro esquerda que faz falta ao Brasil." 

Considerada como um dos nomes com força para a próxima disputa à Prefeitura de São Paulo, em 2024, Tabata não confirmou a aliança com o PT e espera a posição da legenda em relação à promessa de apoio a Guilherme Boulos (PSOL). 

"O debate sobre a melhor estratégia do campo progressista vai acontecer no ano que vem. Há quem defenda a união do campo progressista, mas também quem defenda que a gente fure essa polarização com uma candidatura viável", resumiu. 

Sobre a capital paulista, a deputada disse que São Paulo está "visivelmente mal cuidada" e com "sensação de insegurança" sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB). Ela também criticou a atuação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre fazer "esforço estranho em fazer acenos ao bolsonarismo" ao citar a pauta das mulheres e dos direitos humanos. 

Um grupo de políticos, economistas e representantes de movimentos de renovação organizou um discurso e ações para a construção de uma alternativa de centro no persistente cenário polarizado da política nacional. A defesa de uma agenda liberal na economia e, ao mesmo tempo, "progressista" na área social vem sendo reiterada por nomes como o economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e líderes políticos como o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido) e o presidente do Cidadania, Roberto Freire. Como na tentativa frustrada de lançar um "outsider" na disputa presidencial do ano passado, esta articulação tem como peça central o apresentador Luciano Huck.

O empresário recuou dos apelos para entrar na corrida pelo Planalto em 2018, mas mantém atividade intensa em grupos de renovação política como o RenovaBR e o Agora! - surgidos a partir de 2016 na esteira do impeachment de Dilma Rousseff (PT) e do desgaste dos partidos. Estes movimentos elegeram, juntos, 17 parlamentares. Em outra ação concreta, Armínio desenvolveu um instituto para desenhar políticas públicas na área de saúde - ainda sem lançamento oficial, mas já em funcionamento no Rio.

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Antigo PPS, o Cidadania incorporou nomes de três dos principais grupos de renovação política - Livres, Acredito e Agora!. Por essa proximidade, é considerado, até o momento, um provável destino para uma experiência eleitoral do "novo centro".

No campo teórico, a defesa do "liberalismo progressista" tem sido apresentada como uma recuperação do centro político do País que, mais identificado com a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), fracassou na eleição presidencial do ano passado. "Dos liberais reformistas aos militantes da centro-esquerda, esse eixo da política brasileira está se recompondo", disse Hartung ao Estado.

Para Huck, "o povo está cada vez com mais dificuldade em rotular as posturas e pensamentos entre direita, esquerda ou centro". Mas é preciso "chutar com as duas pernas". "Enxergo a eficiência da agenda liberal e do Estado no tamanho necessário, sempre atribuída ao pensamento de direita, como o melhor caminho. Ao mesmo tempo, o olhar social, inclusivo e de redução de desigualdades, sempre atribuído à esquerda, é prioridade absoluta se quisermos colocar o Brasil em outro nível de desenvolvimento econômico e social", afirmou ao Estado.

Contraponto

A articulação que envolve uma eventual candidatura de Huck considera que há, ainda, "uma eternidade" até as eleições de 2022, mas o apresentador já vem assumindo o papel de contraponto a Jair Bolsonaro. E é tratado como eventual adversário pelo presidente, que declarou publicamente a intenção de concorrer a um segundo mandato.

Em meados do mês passado, durante um evento em Vila Velha (ES) com Hartung, Huck fez seu pronunciamento mais enfático sobre o presidente. Reiterou bandeiras como investimento em educação, combate à desigualdade social e defesa da ética na política. Indiretamente, criticou Bolsonaro ao dizer que quem alega que não há fome no Brasil "não está vendo". Afirmou ainda que o País não está vivendo "o primeiro capítulo da renovação", mas, sim, "o último capítulo do que não deu certo".

Bolsonaro reagiu mandando o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgar lista com mais de cem financiamentos de compra de jatinhos executivos da Embraer, com juros subsidiados, durante os governos petistas. Uma das empresas do apresentador foi beneficiária, captando R$ 18 milhões. O presidente criticou a operação e atacou quem "fica arrotando honestidade".

O episódio recolocou Huck na cena política e reavivou a discussão sobre um projeto situado entre o discurso radical de Bolsonaro e a agenda do PT, dominada pelo mote "Lula livre". "Como os extremos, em ambos os lados, fazem muito barulho, pouco conteúdo e nenhum diálogo, acabam contribuindo muito pouco", observou o apresentador.

"Huck está fazendo política", afirmou o analista da XP Investimentos Richard Back. "O Cidadania tem a ideia de viabilizar a candidatura do Luciano Huck. Como ele tem bom trânsito com esses movimentos, melhor ainda", disse Freire.

Com origem no "Partidão", referência ao velho Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 1922 e de linha pró-soviética, o Cidadania negocia uma fusão com Rede e PV. "Isso está em aberto. Com essa cláusula de desempenho não podemos descartar essa hipótese", afirmou Freire. O partido acredita que poderá ser o "destino natural" de jovens com atuação de destaque no Legislativo nestes primeiros meses de mandato e ameaçados de expulsão em suas siglas, como os deputados Felipe Rigoni (PSB-ES) e Tabata Amaral (PDT-SP).

A crença em um projeto de centro passa também pela análise de que Bolsonaro tende a se isolar num extremo da direita. Oito meses após tomar posse, o presidente ainda não conseguiu criar uma base partidária consistente de apoio e afastou potenciais aliados como o DEM - que, embora possua filiados em três ministérios, procura se afastar do bolsonarismo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), faz acenos ao PSDB de João Doria e ao próprio Huck.

Pesquisa CNT/MDA divulgada na segunda-feira passada, 26, mostrou que o índice de desaprovação do desempenho pessoal de Bolsonaro aumentou significativamente, chegando a 53,7%, ante 28,2% em fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Eleito pela primeira vez para a Câmara federal, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) é candidato à presidência da Casa com o objetivo de unificar a esquerda. "Vamos buscar a unidade do campo progressista no Congresso o tempo todo", afirmou ele em entrevista ao Estadão/Broadcast. Para o parlamentar, o PSOL não deve atuar isolado e vai buscar construir blocos com os demais partidos com os quais têm afinidade. Caso eleito, ele diz que irá dialogar como governo de Bolsonaro com autonomia, "como todos os Poderes devem ser". Abaixo, os principais trechos da entrevista:

Esse é o seu primeiro mandato como deputado federal. Por que resolveu se candidatar à Presidência da Casa?

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Essa foi uma decisão da bancada do PSOL. A legenda entendeu que era o nome que poderia ajudar a buscar uma unidade do campo da esquerda, progressista, na defesa da democracia e no combate da desigualdade.

Como deve ser a atuação do PSOL nessa nova Câmara que chega com uma configuração bem diferente da legislatura anterior?

É difícil de prever o que será, porque foge muito das características que tínhamos algum domínio de análise. Há uma nova configuração política de setores mais ligados ao fanatismo do que a qualquer outra concepção política. O que não é bom para a democracia. Eu tenho um profundo respeito pelo pensamento conservador, mas o fanatismo, seja ele qual for, na política é sempre historicamente prejudicial.

E como deve se dar o diálogo entre a oposição e esse grupo?

Primeiro, a oposição precisa estar unida e essa unidade do campo progressista vai precisar estar dialogar com as ruas, com os movimentos sociais que serão duramente atingidos por essa concepção de governo que não tem nenhuma responsabilidade com o enfrentamento da desigualdade social.

O PSOL tem uma série de divergências com o novo governo. Como seria o seu relacionamento como presidente da Câmara e o Executivo?

Com autonomia. A independência dos Três Poderes nunca foi tão importante. Como presidente, quero formar um grupo grande de deputados, não apenas de esquerda, comprometidos com a democracia, resgatando a essência da Constituição de 1988 no que diz respeito ao combate da desigualdade social. Isso é decisivo e fundamental.

Com quem o PSOL deve se unir ou o partido pretende atuar sozinho?

Não temos nenhuma intenção de atuar sozinho, queremos dialogar amplamente com o setor progressista. Por nós estaremos juntos com PT, PDT, PCdoB, PSB e Rede.

Qual é posição do sr. em relação à Reforma da Previdência?

Essa ou nenhuma outra pode ampliar a desigualdade social no Brasil que já é um grande problema. Todos andam questionando o crime de Brumadinho e a Vale deve mesmo ser punida, mas deve ter um questionamento sobre o modelo de desenvolvimento e econômico, isso não se sustenta.

O que o sr. pensa sobre o aumento de salário dos deputados e questões como o auxílio-mudança?

Não é hora para isso. Acho que isso não pode ser pauta prioritária para qualquer deputado. O auxílio-mudança deveria ser apenas para quem se muda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O fascismo é definido como um “sistema ou regime político e filosófico, anti liberal, imperialista e antidemocrático, representado pela existência de um partido único e pela figura de um ditador, fundado na ideologia de exaltação dos valores da raça e da nação em detrimento do individualismo”.

Em contraposição, o termo 'Antifa' é descrito como “um movimento em que pessoas ou grupos fazem oposição declarada a todas as formas de manifestação de fascismo, como a militância ativa de um partido político ou de um movimento que tenha em sua ideologia o apoio a preconceitos ou à discriminação social, econômica, cultural, racial.”

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Não é de hoje que todo esse embate político foi parar no futebol. Na Europa, ele já existe há tempo e tem muitos adeptos de ambos os lados. No Brasil, não temos torcidas declaradas 'fascistas', mesmo assim, o país viu o crescimento de grupos 'antifas' nas arquibancadas dos estádios, nos últimos anos.

O LeiaJá entrou em contato com algumas torcidas declaradas anti fascistas do Recife para saber como funciona essa ideologia na capital pernambucana e o que eles querem mudar na realidade do esporte por aqui.

Pautas progressistas

“Vou xingar de quê, se não for de veado?”. Segundo Diego Gomes, publicitário, 22 anos, essa foi uma das perguntas com as quais ele se deparou, ao abordar um torcedor sobre o combate à homofobia na Ilha do Retiro.

Diego é um dos membros da Torcida Antifascista do Sport, fundada em 2017, e que organiza um trabalho de conscientização em alguns jogos. “Criamos a torcida por causa do cenário político brasileiro e por causa do cenário dentro do Sport. Nossa luta é contra o machismo, preconceito de classe e discriminação do público LGBT”, conta.

No Santa Cruz, a Coral Antifa é a representante tricolor no movimento. Uma das mais atuantes no estado, sempre presente em manifestações políticas na cidade, ela segue o discurso. “Futebol é um espaço gigante sem lei, com relação aos preconceitos diários. Tentamos quebrar isso e combater o machismo e a homofobia”, explica Allan Vítor, 31 anos, professor e membro da torcida desde 2014.

Aguardando a volta dos Aflitos para fortalecer uma atuação mais ativa, a Brigada Popular Alvirrubra endossa o discurso. “Achávamos que o estádio estava sendo usado para coisas que a gente abomina, como repressão policial e machismo”, diz Thiago Coutinho, 30, contador.

“Tem gente que acha que política e futebol não se misturam, acha que qualquer pauta progressista é politizar o futebol. A gente acredita que o futebol é um micro espaço e as mazelas da sociedade se mostram lá. São pautas que não são necessariamente partidárias, machismo é pauta de todas a mulheres. Não queremos doutrinar a torcida do Náutico e sim levantar uma discussão”, garante Thiago.

Torcidas organizadas

Outro assunto comum às antifas, são as torcidas organizadas, cujo comportamento em dias de jogos não agradam muito, devido a casos de vandalismos e brigas. No Leão, o caso é mais debatido, já que a diretoria do clube rompeu os laços com a Jovem e a proíbe de entrar na Ilha do Retiro.

Segundo Diego Gomes, a Antifascista do Sport não concorda com os mandatários rubro-negros. “Torcida organizada é um movimento social de periferia perseguido. É elitista a forma como combatem a Jovem. A festa é maior com ela em campo e ela também tem ações sociais. Queremos conscientizar e educar, não criminalizar. Você acaba tirando deles uma opção acessível de lazer”, diz.

No Santa e no Náutico, a opinião também é favorável às TOs. “Defendemos a liberdade de torcer, não se pode impedir pessoas de entrar em um estádio. Proibir não é a solução. A educação vai além”, comenta Allan Vítor, da Coral Antifa.

A Brigada Popular Alvirrubra assina embaixo. “As organizadas têm um perfil de periferia, onde o futebol muitas vezes é o único lazer. A briga é na rua, não no estádio. Não é proibindo uma faixa na arquibancada que vai se resolver o problema”, opina Thiago Coutinho.

 Fotos: Reprodução/Facebook

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