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Prestes a ter seu primeiro clássico do ano, o Grande Recife volta a ser cenário para as brigas entre torcidas organizadas do Sport e do Santa Cruz. Entre a manhã e tarde deste sábado (20), dia em que os dois clubes pernambucanos se enfrentam na Arena de Pernambuco, foram registrados diversos pontos de conflito das torcidas, identificadas como Explosão Coral (antiga Inferno Coral) e Jovem do Leão (antiga Jovem do Sport). 

Apesar da partida estar prevista para as 16h30, os as brigas generalizadas começaram por volta das 10h30, segundo relatos nas redes sociais; os registros em vídeo viralizaram dentro de minutos. Em um dos flagrantes, é possível ver um ônibus que cruza a rodovia PE-15, entre Paulista e Olinda, sendo atacado por torcedores, ao mesmo tempo em que um outro grupo entra em conflito com a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). 

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Outros dois vídeos mostram torcedores uniformizados e armados com pedras e pedaços de madeira, caminhando em grupo pelas ruas de Prazeres, nas imediações da estação de metrô de Prazeres; e na avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife. No registro feito na Boa Vista, o grupo é de torcedores da Explosão Coral e tem mais de 100 pessoas. A maioria delas, encapuzada ou com o rosto coberto por uma camisa. 

O LeiaJá entrou em contato com a PMPE e aguarda informações sobre a ocorrência. Um registro de câmera de segurança na Estação Aeroporto, no metrô, mostra um grupo detido. Matéria em atualização. 

Grupo detido pela PM na Estação Aeroporto. Foto: Cortesia

Na tarde deste domingo, Sport x Santo André se enfrentaram pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, em Itaquaquecetuba, Região Metropolitana do Estado. Dentro de campo, o Leão venceu por 2 x 1 e garantiu classificação antecipada na Copinha. Fora dele, no entanto, cenas lamentáveis foram vistas nos arredores do estádio, antes de a bola rolar.

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Membros da maior torcida organizada do Sport e da facção do time paulista se enfrentaram nas ruas da cidade. Segundo testemunhas, a TO do time pernambucano estava junto com integrantes da organizada do São Paulo Futebol Clube. Não há informações se alguém foi preso pela polícia. Imagens do confronto tomaram as redes sociais.

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Neste sábado (30), o Fortaleza anunciou que rompeu ligações com a Torcida Irmandade Tricolor e com a Torcida Unida do Fortaleza, organizadas do clube. A medida se deu por conta das confusões na semifinal da Copa Sul-Americana, contra o Corinthians, na Arena Neo Química, em São Paulo.

Além disso, nesta última sexta-feira, segundo o GE, houve brigas envolvendo as torcidas organizadas do Fortaleza na frente da sede do clube. Na ocasião, três pessoas foram presas e dois revólveres apreendidos. No dia 26 desse mês, um torcedor tricolor foi morto a golpes de barra de ferro. A vítima era ‘puxador de canto’ da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF).

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Confira o posicionamento do Leão do Pici:

DECLARAÇÃO DE ROMPIMENTO INSTITUCIONAL

Sobre os recentes casos de violência envolvendo integrantes das torcidas organizadas, o Fortaleza Esporte Clube comunica o rompimento de toda e qualquer relação do Clube com as entidades TUF e JGT.

Concretamente:

1. No que depender do Fortaleza Esporte Clube, os integrantes das torcidas organizadas identificados nos episódios de violência serão banidos e não poderão mais frequentar jogos do Clube.

Contamos com o apoio do poder público para a efetivação do banimento e estamos dispostos a auxiliar na identificação dos criminosos, bem como a ceder quaisquer imagens que colaborem com o processo.

2. Como consequência desta medida, estão suspensas a venda de ingressos nas sedes das agremiações TUF e JGT, o licenciamento de produtos e quaisquer apoios logísticos ou estruturais para as referidas denominações de torcedores.

3. Caso seja associado ao Fortaleza Esporte Clube, o criminoso identificado será sumariamente expulso do Quadro de Sócios.

4. O Clube também entrará com as medidas judiciais cabíveis para proibir a utilização da marca Fortaleza Esporte Clube por parte das torcidas TUF e JGT. Estas torcidas não mais poderão fazer uso de símbolos oficiais do Clube, sob pena de multa e das devidas sanções legais.

5. A partir da presente data, o Fortaleza não mais reconhece a existência institucional de TUF e JGT.

As medidas acima têm efeito imediato.

Temos a certeza de que o verdadeiro torcedor do Fortaleza Esporte Clube apoia o rompimento total e completo para com as referidas torcidas e o banimento dos envolvidos de todas as praças esportivas.

Fortaleza, 30 de setembro de 2023.

Decisão coletiva e unânime de todos os órgãos eleitos pelo Clube.

Diretoria Executiva

Conselho Deliberativo

Conselho Fiscal

Conselho de Ética

Nesta quarta-feira (30), membros da principal torcida organizada do Sport foram até a porta do centro de treinamento do clube para protestar. A informação foi divulgada no Twitter pelo repórter Antônio Grabriel, da Rádio Jornal.

O time é o atual vice-líder da Série B do Brasileirão, mas nem isso evitou que atletas fossem cobrados. O lateral-esquerdo Igor Cariús, suspenso pelo STJD por um suposto envolvimento em apostas esportivas, parou para ouvir as reclamações.

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“Perder título pro Vitória? Nosso time dá de 10 a 0 no do Vitória” disse um dos torcedores. O Sport não vence há três jogos. O próximo adversário do Leão é o Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, no domingo.

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A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, nesta quarta-feira (2), ao menos seis suspeitos de participarem do espancamento que causou a morte do torcedor do Santa Cruz Lucas Gabriel Rosendo, em maio deste ano. A vítima, de 21 anos, foi escolhida aleatoriamente e abordada em uma parada de ônibus, a caminho de uma partida do clube pernambucano, no Arruda, Zona Norte do Recife. O crime foi cometido por vingança, após a morte de um torcedor rival, do Sport. 

Os presos têm de 21 a 29 anos. Nove mandados de prisão e nove de busca e apreensão domiciliar foram expedidos em Recife, Paulista e Olinda; o número de presos deve aumentar conforme o andamento das investigações. Segundo o delegado Marcos Maggi, titular da 9ª DPH, alguns participantes demonstraram arrependimento, e outros reiteraram que a vingança era necessária.  

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“Alguns se arrependeram, outros não, ou preferiram ficar calados. Outros acham que deve ser assim mesmo, que perderam um amigo e cabe a vingança. Muitos já têm passagem e são reincidentes em crimes previstos no Estatuto do Torcedor, pela violência nos estádios. Alguns por tráfico, mas a maioria por violência nos estádios”, explicou Maggi. 

O crime 

No último dia 21 de maio, Lucas Gabriel Rosendo estava em um ônibus da linha Rio Doce/CDU, a caminho do jogo do Santa Cruz contra o Campinense, que aconteceria no Arruda. O coletivo estava lotado de torcedores tricolores, seguindo para o mesmo destino. Enquanto Lucas desembarcava em Olinda, para pegar um segundo ônibus que o levaria à Zona Norte da cidade, o veículo foi alvo de uma emboscada e uma confusão se iniciou. 

Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram momentos diferentes do crime. A investida ao ônibus, pessoas correndo e se deitando no chão do coletivo, além de vândalos soltando bombas na rua, na tentativa de parar o veículo. Outro vídeo já mostra a vítima caída no chão, coberta de sangue, enquanto os rivais celebram o crime. 

Lucas foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Cidade Tabajara, também em Olinda, onde teve uma parada cardiorrespiratória e morreu no dia 22 de maio. Ele foi agredido com pedras e pedaços de madeira. À polícia, a família de Lucas confirmou que ele também era integrante de torcida organizada. 

“São integrantes da Torcida Organizada Jovem do Sport. Alguns foram presos, hoje, pela agressão, e outros, pela organização. É um crime que vinga um homicídio de fevereiro, quando houve a morte de um torcedor do Sport, da torcida rival, a Jovem. A vítima foi escolhida aleatoriamente porque eles queriam qualquer um com o uniforme do Santa Cruz. Eles tiraram a camisa ensanguentada, já enquanto a vítima estava bastante debilitada, para levar como troféu e postar nas redes sociais. Todos se juntaram com a camisa da vítima [para a foto]”, concluiu o delegado. 

 

Uma organizada do Santa Cruz foi até o Arruda protestar e cobrar os jogadores, durante o treino da tarde desta quarta-feira (12). Durante a atividade, comandada pelo auxiliar Romulo Oliveira, um grupo de torcedores chegou soltando fogos e dizendo palavras de ordem em um dos portões que dão acesso ao estádio. 

Os líderes do elenco tricolor, então, teriam pedido para que fosse permitida a entrada do grupo, com a intenção de evitar mais desgastes. Os jogadores, no gramado do Arruda, foram cobrados pelo grupo. Imagens que circulam nas redes mostram que alguns, mais exaltados, fizeram críticas mais duras, mas foram contidos por outros torcedores.

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O Santa Cruz enfrenta o Potiguar, neste domingo (16), em casa, com a obrigação de vencer para manter as chances de se classificar para a próxima fase da Série D. Também hoje, o clube anunciou Evaristo Piza como novo treinador.

O domingo (21) de futebol com briga de torcida no entorno da Ilha do Retiro, na área central do Recife. Integrante de organizadas do Campinense e Santa Cruz entraram em confronto e a Polícia Militar (PM) precisou atuar para controlar a situação.

Segundo informações preliminares obtidas com a corporação, integrantes de uma organizada coral emboscaram uma organizada do time do campinense nas proximidades da Ilha. A confusão foi dispersada por viaturas da corporação.

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A PM não confirmou se houve prisões ou apreensões durante a confusão e vai acompanhar os torcedores paraibanos até o estádio do Arruda.

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O meia Souza optou por minimizar a invasão ao CT e auditório onde estavam os jogadores e a comissão técnica do do Náutico, nesta sexta-feira (5). O jogador enxerga com normalidade a atitude dos integrantes da torcida uniformizada e a cobrança dentro do clube.

Segundo ele, o futebol brasileiro já normalizou comportamentos como esses e que a conversa acabou sendo bastante tranquila. Mas, nos vídeos que o LeiaJá teve acesso, foi possível ver xingamentos e cobranças em tom de ameaças contra os jogadores.  

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“A gente sabe do peso da camisa do Náutico, vai ter pressão, vai ter cobrança. Hoje em dia, isso virou normal no futebol brasileiro e a cobrança lá dentro foi bastante tranquila, nada de anormal, nada que fugiu da realidade, foi uma cobrança e a gente escutou tranquilamente”, disse.

Souza ainda foi além e falou que essa pressão vai perdurar até o fim da Série C. Segundo ele, o único jeito de diminuir é conquistando o acesso no fim do ano. 

“A gente não tem para onde fugir, a Série C é uma competição bastante importante para o clube, a gente precisa do resultado e vamos viver com essa pressão até o fim. Por isso que é importante somar pontos e vencer jogos”, finalizou.

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Integrantes de uma uniformizada soltaram rojões na porta do CT do Náutico e invadiram o auditório onde o técnico Dado Cavalcanti conversava com os atletas, nesta sexta-feira (5). Mesmo tendo sido abordado pela PM, anteriormente, o grupo  permaneceu no local e prosseguiu com a tentativa de intimidação ao elenco e comissão técnica.

Depois de entrar no CT, o grupo se deslocou até a entrada do hotel onde estavam os jogadores e a comissão técnica, assistindo a um vídeo do São José, adversário do time, sábado (6), pela segunda rodada da Série C. Os invasores fizeram cobranças duras ao elenco e, em vídeos que circulam pelas redes sociais, é possível ver até xingamentos em tom de ameaças direcionados aos jogadores.

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Depois do recado dado, o grupo saiu de dentro do CT sem qualquer tipo de interceptação. O elenco é esperado no gramado para dar início ao treino desta sexta-feira.

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Torcedores organizados do Corinthians invadiram o CT Joaquim Grava na manhã desta sexta-feira, interromperam o treinamento comandado pelo técnico Fernando Lázaro e fizeram cobranças aos jogadores, comissão técnica e diretoria. Após informações iniciais sobre o caso divulgadas pela Rádio Jovem Pan e imagens publicadas nas redes sociais, o clube alvinegro comunicou que levará o caso à Polícia.

"O Corinthians lamenta e repudia qualquer tipo de invasão em seu ambiente de trabalho. Todas as imagens de câmeras de seguranças serão enviadas às autoridades policiais para que as devidas providências sejam tomadas", diz a nota.

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"O Corinthians sempre foi aberto ao diálogo e valoriza a sua relação com a Fiel Torcida. Entendemos que estes invasores não representam os milhões de corinthianos apaixonados pelo Clube e apenas expõem, negativamente, a imagem da instituição. Por isso, ações como esta serão sempre motivo de indignação, revolta e tristeza", completa.

Segundo o comunicado do clube, o grupo de torcedores fez um corte no alambrado lateral do CT corintiano para ter acesso à parte interna. Além do contato com os profissionais, eles penduraram faixas em alguns pontos ao redor do gramado de um dos campos de treinamento, com frases como "Elenco incompetente" e "Fora Roberto de Andrade", referindo-se ao diretor de futebol do Corinthians, alvo de críticas das organizadas há um bom tempo.

O Corinthians vive um período sem partidas desde que foi eliminado do Paulistão ao ser derrotado nos pênaltis pelo Ituano, na Neo Química Arena. O próximo compromisso deve ser apenas no dia 5 de abril, data para a qual está prevista a estreia do time na Libertadores, ainda sem adversário definido. A situação revoltou parte dos torcedores, que criticam o planejamento feito para esta temporada, sem contratações de peso.

Na última terça-feira, dois dias após a eliminação, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada da equipe paulistana, divulgou uma nota na qual disse que Roberto de Andrade "transpira incompetência". Em outro trecho, disseram que o time é "capenga" e não "aguenta perder um só titular por lesão", em referência à falta que Renato Augusto, machucado, faz para o time. A nota termina pedindo a demissão do diretor de futebol.

Após confusões serem registradas no último domingo (9), na Ilha do Retiro, após a vitória do Sport contra o Cruzeiro, o time decidiu adotar algumas medidas para evitar que novas confusões aconteçam no estádio e nas dependências.

Por tempo indeterminado, estão proibidos faixas, bandeiras e bandeirões. Também não será mais permitido a circulação nas dependências do clube com roupas da Torcida Jovem.

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"Avisamos previamente para que você, sócio, componente ou simpatizante da nossa torcida não seja constrangido no próximo domingo. A decisão é do Sport Club do Recife, portanto acatamos e respeitamos", publicou a Torcida Jovem em sua conta oficial no Instagram.

Briga

Mesmo com a vitória do Sport por 3x1 contra o Cruzeiro e recorde de público na Ilha do Retiro, membros da torcida organizada do time brigaram entre si depois da partida, no estacionamento do clube. A diretoria do Sport chegou a se reunir na última segunda-feira (10), e afirmou que entrou em contato com as autoridades de segurança pública do Recife e do Estado de Pernambuco para que as medidas cabíveis sejam tomadas.

Durante a partida entre CSA e Náutico, nesta terça-feira (30), no Rei Pelé, em Maceió, um flagrante de violência policial foi registrado em vídeo e ganhou as redes sociais. Durante a partida, uma torcida organizada do Náutico foi retirada do estádio, sob a acusação de briga com funcionários.

Já do lado de fora, os torcedores foram rendidos, colocados de joelhos e encostados em um muro. Mesmo com a situação contornada no momento, alguns policiais militares foram filmados agredindo os detidos com pancadas de cacetetes. Confira as imagens:

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Corriqueiras em dias de jogos no Recife, as brigas de torcidas organizadas seguem assustando quem frequenta os estádios da cidade. No mês passado, um confronto nos arredores dos Aflitos, na partida Náutico x CSA, teve repercussão na mídia nacional, por causa das imagens absurdas que circularam nas redes sociais. Uma bomba foi atirada em um grupo que andava na rua, escoltado pela Polícia Militar de Pernambuco.

No início de junho, outra confusão, desta vez nos arredores do Arruda, onde o Timbu enfrentou o Vasco da Gama. Mais uma vez, cenas de pancadaria foram compartilhadas na internet. Para entender como clubes podem ser parceiros contra a violência e como o torcedor normal pode denunciar e contribuir para que os vândalos sejam punidos, o LeiaJá entrevistou o delegado Thiago Uchôa, titular da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva. No cargo há dois meses, ele busca dar fôlego no combate aos crimes praticados por essas facções.

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LeiaJá: A Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva foi criada em 2013. Qual era o contexto no momento dessa iniciativa?

Thiago Uchôa: A delegacia foi criada seguindo uma tendência de outros estados de focar no combate às brigas de torcidas organizadas. Pernambuco foi mais um estado a dar esse passo. Já havia um trabalho de investigação nos dias de jogos, mas não era uma delegacia específica, era uma delegacia que estava de plantão e era deslocada para fazer esse trabalho. Hoje em dia, nós temos uma delegacia para trabalhar com a repressão ao crime das torcidas organizadas. Todos os jogos com grande volume de torcida têm nossa delegacia de plantão

LeiaJá: A situação de Pernambuco pode ser considerada grave?

Thiago Uchôa: Mesmo havendo violência, os torcedores comuns continuam indo para o jogo, porque uma boa parte ainda se sente segura com o trabalho realizado pelas polícias. Não é por conta de uma minoria, que torcedores de bem estão deixando de ir a campo. Claro que esse grupo pequeno incomoda, por isso que existem as forças policiais para reprimir os atos de pessoas que estão praticando crimes. A torcida pode continuar indo pro estádio, pois o que tiver de ilegalidade as polícias irão combater.

LeiaJá: O decreto que extinguiu as torcidas organizadas em Pernambuco teve algum efeito na prática?

Thiago Uchôa: O Tribunal de Justiça decretou a extinção compulsória das três torcidas do Recife. Essa proibição ajuda, no momento em que a gente pode fazer um processo de fiscalização nos locais onde a gente percebe que eles estão agindo. Como estão de maneira clandestina, a polícia pode usar outros atores, como Bombeiros e Prefeitura, já que essas sedes não podem funcionar com pessoas jurídicas extintas. A gente pode ir lá mandar fechar as atividades. Foi o que foi feito recentemente. Nós tínhamos um mandato de busca e apreensão em uma dessas unidades, ela não tinha CNPJ, nem alvará de funcionamento. Falta de alvará da Prefeitura, licença de Bombeiros, furto de energia, a gente sai pegando onde eles deixam brechas. Se voltar a funcionar, a polícia fecha de novo.

LeiaJá: Mas nos casos de brigas, esse pessoal seria enquadrado em que crime?

Thiago Uchôa: Lesão corporal, dano ao patrimônio público, roubo, como tivemos no sub-17 da Copa do Brasil, na partida Sport x Corinthians. Ali foi um claro ato de roubo. Tudo isso está sendo investigado. E se atuam de maneira coletiva, podem ser inseridos no crime de associação criminosa. Vai depender de cada caso.

LeiaJá: Como se faz uma queixa contra torcidas organizadas?

Thiago Uchôa: Qualquer delegacia do estado de Pernambuco pode receber qualquer denúncia de crime. Ou pela internet. Essas unidades repassam para a gente investigar.

LeiaJá: Existe uma cooperação com outros estados, já que há casos em que os criminosos são de torcidas de fora de Pernambuco?

Thiago Uchôa: A gente trabalha com investigações e com outras corporações até para se planejar melhor em dias de jogos. E também repassamos informações para outros órgãos como Polícia Militar e Guarda Municipal do Recife.

LeiaJá: O que é mais difícil de se combater, nos casos de brigas agendadas pela cidade?

Thiago Uchôa: Tentamos nos antecipar a eles. Mas eles sempre estão procurando novos meios de se esconder, meios de comunicação que não temos acessos. Às vezes somos surpreendidos com uma briga, mas nada impede de ir atrás depois. Eles têm o efeito surpresa, que estamos correndo atrás cada vez mais para evitar.

LeiaJá: Banir torcedores violentos do estádio seria uma boa medida protetiva?

Thiago Uchôa: Aqui já existem decisões judiciais que determinam esse tipo de afastamento. Isso ajuda, mas o torcedor organizado tem todo um fenômeno sociológico. Às vezes, o cara não é ninguém durante a semana, vive cheio de problema, e quando chega no jogo ele é escolhido como um representante daquele grupo. Então, essa pessoa se empodera. Precisamos entender a prevenção para evitar que essa frustração que ele tem, ele descarregue nos dias de jogos. 

LeiaJá: Qual a relação da delegacia com o Juizado do Torcedor?

Thiago Uchôa: A atuação do juizado é nos estádios, em dias de jogos, com a gente. Mas eles só atendem casos de infração de menor potencial ofensivo, que é justamente o crime mais  brando. Tentativa de homicídio e assalto já saem da atuação deles. Mas somos parceiros, o que a gente precisa de ajuda o juizado sempre tem providenciado.

LeiaJá: Os times de Pernambuco ajudam no combate à violência de suas organizadas?

Thiago Uchôa: Ajudam, mas podiam ajudar mais. O cadastramento dos torcedores podia ser feito por eles. Os clubes poderiam nos ajudar a ter controle sobre os membros dessas torcidas e caso aconteça algum incidente, o clube contactar a polícia e informar as pessoas envolvidas. Torcedor de bem pode denunciar também, de forma anônima. A gente não trabalha com adivinhação, trabalha com o que consegue desvendar. Então, quanto mais pessoas ajudarem a gente, fornecendo informação, mais rápido vai ser a elucidação, e podemos tirar de circulação esses criminosos travestidos de torcedores.

A Polícia Civil de Pernambuco cumpriu mandados na sede e na loja física da "extinta" Inferno Coral, torcida organizada, nessa terça-feira (17). Uma pessoa foi presa e materiais apreendidos no âmbito da operação OFFSIDE, comandada pela Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva (DPRIE).

A investigação iniciou em março de 2022, após o registro do boletim de ocorrência que denunciou a invasão de integrantes da extinta torcida à loja de uma torcida rival. De acordo com o delegado Thiago Uchôa, o grupo foi indiciado por associação criminosa, roubo e dano.

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Uma pessoa foi presa em flagrante por furto qualificado. "Tanto na sede quanto na loja física pertencente a essa extinta torcida organizada nós constatamos o furto de energia elétrica", explicou.

Oito mandados de busca e apreensão domiciliar expedidos pela Oitava Vara Criminal da Comarca de Recife foram cumpridos em Jaboatão dos Guararapes e na capital.

A sede da torcida, no bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife, e a loja comercial, na Boa Vista, também foram alvos da operação, que teve apoio de equipes da Neoenergia e da Secretaria da Fazenda.

Vídeos que passaram a circular nas redes sociais nesta quarta-feira (4) mostram uma facção de torcedores do Sport depredando o estádio Rei Pelé durante a partida contra o CSA, pelo Campeonato Brasileiro da Série B, no sábado passado.

Nas imagens, é possível ver os integrantes da TO tentando quebrar um portão que supostamente fazia divisão com a torcida adversária. Além disso, o bar próximo ao local do incidente também foi atacado, com alguns dos envolvidos chegando a roubar produtos da caixa de isopor. 

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Confira as cenas:

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Após confusão entre torcedores de organizada, jogadores e membros de comissão técnica, no fim do jogo contra o Retrô, o Náutico publicou, nota na manhã desta quinta-feira (10), informando que preza pela integridade física e segurança dos atletas e funcionários e é contra qualquer tipo de protesto que envolva violência, seja ela de quem for.

Com a derrota para o Retrô por 2 a 1, uma área de passagem de torcedores nos Aflitos virou área de confusão quando integrantes da organizada alvirrubra tentaram invadir o vestiário e tirar satisfação com os jogadores. Desgostosos com a situação, Kieza e outros atletas foram filmados discutindo e se atracando com alguns dos torcedores em confusão generalizada.

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Após a situação, o Náutico divulgou a nota para deixar claro o repúdio pela briga vivida na noite anterior e informar que, para segurança de todos, isolará a área entre o vestiário e a saída dos torcedores da arquibancada. 

“Apesar de a área onde a ocorrência de ontem aconteceu ser uma área comum do estádio (área de passagem), o clube irá isolar o local e reforçar a segurança, de forma que não prejudique a passagem da torcida e nem os atletas”, informou o clube.

O Náutico finaliza a nota afirmando que mesmo com a derrota, segue em busca dos objetivos na temporada e espera união de todos os setores internos e externos do clube. “Seguimos focados e unidos em busca dos nossos objetivos na temporada. No Náutico, as conquistas sempre foram resultado de trabalho em conjunto de todos que fazem o clube: torcida, diretoria, funcionários, comissão técnica e atletas. E assim seguiremos”, concluiu.

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O Náutico saiu derrotado na noite dessa quarta-feira (9), no jogo diante o Retrô, por 2 a 1, pelo Campeonato Pernambucano. Após a partida, houve confusão entre torcedores, jogadores e comissão técnica. Membros da organizada alvirrubra tentaram invadir o vestiário em protesto e brigaram com diversos jogadores e funcionários, entre eles Kieza e Camutanga. 

Na manhã desta quinta-feira (10), repercutindo a confusão generalizada, Guilherme dos Anjos, auxiliar técnico do clube e filho do treinador do Náutico, desabafou nas redes sociais e taxou como absurdas as situações como a da noite anterior.

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Durante o desabafo, Guilherme, chateado com a falta de segurança, revelou erros que o Náutico tem cometido na administração e pagamento salarial.

“Trabalhamos média de 12h por dia, sem final de semana, abdicamos de muitas coisas, atrasos salariais recorrentes, 4, 5 meses sem receber, sem 13º salário, sem férias, sem FGTS, sem satisfação nenhuma dos responsáveis. Muitas vezes sem o mínimo de estrutura, sem segurança e sem respeito”, escreveu nas redes sociais.

Foi a segunda derrota do Náutico na temporada, a primeira no Pernambucano, mas a torcida protestou de forma violenta alegando não estar vendo vontade e empenho nos jogadores, como gritaram em vídeos publicados nas redes sociais. Guilherme falou sobre o assunto e escreveu que não aceita esse tipo de atitude. 

“Nunca vou aceitar nada disso com tranquilidade, nunca serei conivente. Isso precisa acabar. Vou lutar sempre por essa mudança. Como em qualquer meio, futebol é resultado e lutamos pelo melhor, assim como o adversário. É inadmissível o que ocorreu ontem, e todos sabemos que poderia ser evitado pois não foi a primeira vez”, concluiu.

Confira a confusão nos Aflitos:

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Líder de uma organizada do Milan, a “Curva Sud”, Luca Lucci foi preso na Itália por tráfico de drogas na sexta-feira (17) e, segundo informações publicadas pela Ansa nesta segunda-feira (20), ele tinha ligações com traficantes brasileiros.

Ele foi interrogado nesta segunda depois da sua prisão e permaneceu o tempo todo em silêncio. As investigações apontam Luca como uma espécie de operador do esquema sem nunca ter participado ativamente. O inquérito aponta que ele dava dicas e direcionamentos por um app com um número de telefone holandes.   

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O juiz, Fabrizio Filice, ainda aponta que ele tinha ligações com traficantes brasileiros e marroquinos. Luca já foi acusado de tráfico de drogas em outra ocasião e também foi preso por agredir um torcedor do Internacional de Milão. Pelo menos oito pessoas com ligações à organizada do Milan foram presas na semana passada.

Uma briga de torcidas organizadas assustou quem foi até a Arena de Pernambuco, nesta quinta-feira, para assistir ao confronto entre Sport x Bahia, pelo Campeonato Brasileiro da Série A. Facções dos dois times se agrediram do lado de fora, mas alguns dos envolvidos na confusão correram para dentro do estádio e acabaram invadindo o local, inclusive quebrando as catracas. A Polícia Militar revidou, mas houve depredação. Confira alguns vídeos que estão circulando nas redes sociais. 

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O Santa Cruz se manifestou de forma oficial sobre a confusão que aconteceu após o jogo contra a Jacuipense nessa segunda (21), que terminou 2 x 2 e manteve o clube na zona do rebaixamento da Série C. Na ocasião, houve um enfrentamento entre membros de torcida organizada do clube e funcionários que fazem a segurança do Arruda. Segundo a TO, eles foram recebidos a tiros, quando realizavam um protesto pacífico.

Na manhã desta terça (22), o Santa Cruz repudiou os acontecimentos do pós-jogo e disse que já abriu sindicância interna para apurar "os verdadeiros fatos". Um afastamento dos funcionários da segurança do clube que estavam presentes também foi anunciado. "Antes mesmo de qualquer apuração pedimos desculpas à torcida pelo ocorrido e asseguramos que providências já foram adotadas para evitar repetições de tais fatos", escreve em trecho.

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O Santa Cruz disse ainda que o clube é "conhecido por ser democrático historicamente" e que “o direito de protesto é legítimo e a torcida do clube é seu maior patrimônio”.

A acusação

Segundo a versão divulgada em nota pela G.R.T.O. Inferno Coral, seus membros estavam fazendo a rotina pós jogo, que é recolher o material que decora o estádio, bandeiras e faixas, quando alguns deles resolveram protestar pacificamente, quando a polícia militar foi acionada. Na saída, após se exaltar com a situação, alguns bateram no portão e foram recebidos de imediato com "10 disparos vindo de funcionários do Santa Cruz que fazem a segurança do clube".

Confira a postagem:

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Confira a Nota do Santa Cruz na íntegra:

O Santa Cruz vem a público repudiar os acontecimentos ocorridos após a partida de ontem, entre Santa Cruz x Jacuipense. O clube está através da vice-presidência jurídica, abrindo uma sindicância para apurar os fatos que estão sendo propagados. A equipe de segurança já foi orientada para afastar os funcionários que estavam presentes na ocasião dos fatos, para dar lisura a apuração.

Antes mesmo de qualquer apuração pedimos desculpas à torcida pelo ocorrido e asseguramos que providências já foram adotadas para evitar repetições de tais fatos. Até o final do dia o vice-presidente André Frutuoso se pronunciará em vídeo dando mais detalhes sobre as ações que serão tomadas em conjunto com o Conselho Deliberativo.

O direito de protesto é legítimo e a torcida é o maior patrimônio deste clube. Já entramos em contato com as lideranças da torcida para manifestar nossa solidariedade sobre o ocorrido e garantir que as providências cabíveis serão adotadas.

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