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Textos que promovem a reforma política estão na lista dos projetos que podem ser votados nesta semana pelo Senado. A pauta inclui, por exemplo, a propostas que cria novas regras para o financiamento de campanhas eleitorais. A matéria original acaba também com a propaganda partidária e com o horário eleitoral gratuito fazendo com que o dinheiro da compensação fiscal que a União paga às emissoras pela veiculação desses programas seja transferido para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha. 

Na última quarta-feira (20), o texto de autoria do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) recebeu, entretanto, do senador Armando Monteiro (PTB-PE), relator da matéria, um substitutivo. Ele extingue a propaganda partidária no rádio e na televisão veiculada nos anos sem eleições, mas mantém o horário eleitoral dos candidatos durante as campanhas. A nova roupagem da proposta prevê  também outras fontes de recursos para o fundo, que receberia metade do valor das emendas impositivas apresentadas pelas bancadas de deputados e senadores ao Orçamento Geral da União em anos eleitorais.

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A previsão é de que o fundo conte com R$ 3 bilhões em 2018. O texto ainda prevê critérios para a distribuição dos recursos entre os partidos e para a divisão do dinheiro dentro de um mesmo partido e estabelece um limite de gastos para a campanha de 2018. Para ter validade já em 2018, as propostas devem ser aprovadas até o próximo dia 7.

Aplicativos de transporte

Também pode ganhar urgência na tramitação no Plenário do Senado, o texto que regulamenta serviços de transporte remunerado individual por meio de aplicativos como Uber, 99 e Cabify. A matéria foi aprovada em abril pela Câmara dos Deputados e traz uma série de exigências para que esse tipo de serviço possa funcionar. Entre elas está a autorização prévia das prefeituras.

Também estão na pauta propostas de emenda à Constituição. A PEC 24/2012, pronta para a votação em primeiro turno cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Segurança Pública (FNDSP). O objetivo é financiar ações de aparelhamento, capacitação e integração das forças policiais dos estados.

 

*Com informações da Agência Senado

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira, 21, em entrevista após participar de evento no Rio de Janeiro, que o Congresso Nacional aprove um fundo eleitoral para bancar campanhas em 2018 no valor entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão.

Para ele, o fundo na ordem de R$ 3,6 bilhões, como discutido inicialmente na reforma política tratada na Casa, é um exagero. "Não tem tamanho ideal (para o fundo eleitoral). O tamanho ideal é que se coloque valor dentro do Orçamento. Eu acho R$ 3 bilhões um exagero. Vejo aí na ordem de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão, no máximo, já que você tem o Fundo Partidário, de R$ 800 milhões, que a maioria dos partidos, pelo menos no ano eleitoral, já deixa para a eleição. Se você somar um com outro dá R$ 1,6 bilhão", afirmou o parlamentar fluminense.

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Maia disse que ele e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), discutem a criação do fundo eleitoral em uma relação "mais racional". Para ele, é preciso deixar claro para a sociedade de onde virão os recursos públicos para abastecê-lo. "Não pode aparecer R$ 3 bilhões, como na primeira proposta, sem a fonte de onde vai aparecer esse dinheiro. O Brasil não aguenta mais tantos gastos", afirmou o presidente da Câmara.

Ele defendeu que o fundo eleitoral seja abastecido com recursos advindos da política, como com dinheiro da isenção fiscal que o governo dá para televisões e rádios em troca da transmissão dos programas partidários e de campanha. Como vem mostrando o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, uma proposta nesse sentido já foi apresentada pelo senador Romero Jucá (RR), presidente nacional do PMDB.

O impasse da reforma política segue na Câmara dos Deputados. Líderes partidários estão reunidos agora à tarde para decidir qual das propostas será votada nesta terça-feira, 19.

À princípio, há mais consenso para retomar a votação da emenda constitucional que acaba com as coligações para as eleições proporcionais e estabelece uma cláusula de barreira para os partidos.

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Mas há líderes que defendem que os deputados tentem votar, mais uma vez, a PEC que altera o sistema eleitoral e cria um fundo público de financiamento de campanhas. A votação desse projeto já foi adiada diversas vezes porque não há consenso.

Para o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), está claro que essa proposta não alcançará os 308 votos para ser aprovada, por isso os deputados deveriam se concentrar na PEC que acaba com as coligações, relatada pela deputada Shéridan (PSDB-RR).

Há, inclusive, quem defenda que não deveria haver mudanças para as eleições de 2018. "Nós somos contra esse afogadilho", disse o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO).

A Câmara dos Deputados tentará mais uma vez avançar na discussão das propostas de reforma política que tramitam na Casa. Nesta terça-feira (19), o plenário volta a analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03, que institui um novo sistema eleitoral e um fundo público para financiar as campanhas. 

A proposta já está há algumas semanas no plenário, mas não encontra consenso entre as principais bancadas. O texto em análise propõe a adoção do voto majoritário (conhecido como “distritão”) para escolha de deputados para as eleições de 2018 e 2020 e a instalação do sistema distrital misto, que combina voto majoritário e voto em lista preordenada pelos partidos nas eleições proporcionais a partir de 2022.

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Outro ponto de destaque da proposta é a instituição de um fundo público para financiamento das campanhas eleitorais. O fundo seria composto por recursos da União, sem valor ainda definido. O fundo deve ser regulamentado por um projeto de lei que já foi aprovado em comissão especial e está para chegar ao plenário.

Na quarta-feira (20), os deputados devem continuar a votação da PEC 282/2016, que trata do fim das coligações partidárias nas eleições de deputados e vereadores a partir do ano que vem. De acordo com a emenda, os partidos poderiam se organizar em federações que funcionariam durante todo o período do mandato dos candidatos eleitos.

A proposta também prevê a adoção de uma cláusula de desempenho para que os partidos só tenham acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda na rádio e na TV se atingirem um patamar mínimo de candidatos eleitos em todo o país.

As duas PECs enfrentam dificuldades para avançar no plenário, pois nenhuma delas atingiu o mínimo necessário de 308 votos, entre o total de 513 deputados, para aprovação de mudanças constitucionais.

Outro problema é a falta de tempo para construir o apoio da maioria, uma vez que para serem válidas para as eleições do ano que vem, as mudanças precisam ser aprovadas em dois turnos pela Câmara e pelo Senado até o início de outubro, um ano antes do próximo pleito.

Histórico de impasse

Nos últimos 15 anos, foram registradas pelo menos 120 propostas (30 PECs e 90 projetos de lei) de mudanças na legislação eleitoral e partidária, segundo dados da Câmara.

Boa parte das matérias trata de alterações na forma de financiamento das campanhas eleitorais, regras para fidelidade partidária e alterações no sistema de escolha dos deputados, além de mecanismos para evitar a proliferação de partidos. 

Na última década, mais da metade das propostas foram arquivadas pelos parlamentares, entre elas pelo menos quatro propostas de emenda constitucional para adoção do voto distrital misto. Cerca de 30 projetos aguardam deliberação do plenário. 

Em muitos casos, os parlamentares apresentaram propostas pulverizadas em diferentes projetos de lei, que podem ser aprovadas com maioria simples, sem a necessidade de 308 votos, quórum exigido para alterações na Constituição. A estratégia surtiu efeito para alguns assuntos, como a questão da fidelidade partidária, aprovada via PL em 2011.

“Nesses últimos dois anos, 2013 e 2015, houve essa inovação do “distritão”, que não existia nas discussões de antes, de 2011 e 2009. Isso, na verdade, trouxe um elemento novo que complicou ainda mais o cenário no sentido de dificultar a aprovação de qualquer outra mudança”, afirmou o cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Lúcio Rennó.

Para Lúcio Rennó, que acompanha as iniciativas de reforma política no Congresso desde 2003, o fato de a reforma política entrar no debate na véspera de um pleito dificulta a implementação das mudanças.

“Não há uma discussão que se mantém, que se aprofunda no ano eleitoral ou no período pós-eleitoral para se avançar de fato numa reforma. Fica tudo sempre para a última hora e aí o atropelo gera a impossibilidade de aprovação. Apesar de ter uma janela ainda muito pequena de tentar votar isso na Câmara, mas, tudo indica que mais uma vez toda essa discussão vai morrer na praia”, disse o especialista.

Para o pesquisador, apesar da dificuldade de os parlamentares chegarem a um consenso, há um senso geral da necessidade de se mudar dois pontos: a proliferação de partidos sem base ideológica, o que prejudica a governabilidade; e a relação do dinheiro com a política, que se expressa na influência dos doadores de campanha.

“Há um consenso entre todos aos partidos políticos e todos os atores do Congresso envolvidos de que esses dois aspectos são problemáticos. A questão é que não se tem um consenso mínimo necessário sobre as soluções. As pessoas não conseguem se entender muito bem sobre qual é a solução para o problema”, afirmou Rennó.

Apesar do descontentamento da sociedade com os representantes políticos, o especialista não acredita que esse fator e nem a crise econômica possam favorecer a votação da reforma política.

“Toda vez que emergem essas discussões, desde 2003, é em resposta a alguma crise que afeta o Congresso e que aumenta a crítica da população, por exemplo, o mensalão. É fato que talvez a dimensão da crise atual seja superior a crises anteriores. Mas, essa crise se volta muito para a questão do financiamento de campanha, que está na essência da discussão da Lava Jato, e essa discussão já teve avanço no Supremo, que vedou a possibilidade de doação de pessoa jurídica, e o Congresso não encontra agora ambiente favorável para alteração dessa proposta”.

A quase um ano das eleições de 2018 o assunto mais latente no Congresso Nacional é a reforma política. Em análise nas Casas Legislativas, as propostas que promovem uma mudança em algumas regras eleitorais encontram dificuldades de ser aprovadas por dividirem opiniões entre os parlamentares. Uma das mais polêmicas é a que cria um fundo para o financiamento de campanha com R$ 3,6 bilhões. Em conversa como LeiaJá, nesta segunda-feira (18), o desembargador do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), José Raimundo dos Santos Costa, questionou a medida e disse que o projeto “vai na contramão da lógica” diante do cenário econômico atual e da “carência de verbas para políticas públicas”. 

“O fundo partidário, que já existe há muito tempo, serve para financiar campanhas. Os que têm mais importância nos partidos acabam sendo beneficiados por ele. Criarmos um novo fundo específico para o processo eleitoral acredito que não seria a melhor saída. Iriamos fazer um aporte muito grande de dinheiro quando várias outras áreas tem carência de verbas para políticas públicas. Priorizar um processo eleitoral, financiando os atos de propaganda dos políticos, vai na contramão da lógica pelo menos neste momento de crise”, declarou. 

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O desembargador vai tratar sobre os tipos de financiamento eleitoral durante uma palestra que acontece no Recife na noite da próxima quarta-feira, às 19h, na Universidade Salgado de Oliveira. Para José Raimundo dos Santos Costa um outro item que também deve ser levado em consideração com a criação do fundo é a paridade entre os candidatos. “Quem garante que [o novo fundo] vai trazer paridade entre os candidatos e as eleições? Um partido grande não vai repartir em iguais cotas para os menores e dentro deles vão privilegiar os chamados caciques”, salientou. “Ninguém garante também que acabará o caixa 2, o que aumentaria mais ainda a disparidade entre os candidatos”, acrescentou.

O desembargador do TRE também acredita que o financiamento privado “seja o ideal” para o Brasil desde que seja implantado um “método de fiscalização e controle mais eficaz”. “Em todo o mundo o privado é o que prevalece e quando há qualquer tipo de desvio a legislação é muito rígida. A classe política vai ter interesse em criar uma legislação rígida para punir isso? Seria menos oneroso para a sociedade como um todo”, analisou. 

José Raimundo dos Santos Costa ainda defendeu que inclua-se na reforma política um projeto que crie um código de processo judicial eleitoral. “Não temos um código de processo eleitoral, mas um código eleitoral, que trás algumas regras do código de processo civil e penal. Muitas vezes não se pune com severidade por omissão da legislação”, frisou. O debate é voltado para estudantes do curso de direito e tem como tema "Que reforma política interessa aos cidadãos brasileiros?". 

Após mais uma tentativa fracassada de entrar em um acordo sobre a proposta que muda o sistema eleitoral e cria um fundo público de financiamento de campanha, os deputados tiveram que adiar novamente a votação no plenário, o que deve inviabilizar a aprovação do projeto na Câmara.

Para valer em 2018, as novas regras têm que ser aprovadas pela Câmara e pelo Senado até o início de outubro. Uma nova tentativa de votar a proposta deve ocorrer na próxima semana, mas o calendário está cada vez mais apertado. "Semana que vem é o limite do limite", afirmou o relator da proposta, deputado Vicente Cândido (PT-SP).

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O deputado petista admitiu que a votação foi adiada porque não haveria número necessário de votos para aprovar o texto nesta quarta-feira. Segundo Vicente Cândido, se a votação fosse realizada, a matéria alcançaria algo em torno de 250 votos. Por se tratar de uma emenda à Constituição, o projeto precisa do apoio de 308 dos 513 deputados e passar por duas votações em plenário.

Diante da derrota iminente, partidos começaram a obstruir a sessão. O movimento foi apoiado pelos líderes do PMDB, PP, PT, PSDB, PSD, Podemos e Solidariedade.

Tentativa. Durante todo o dia, deputados tentaram costurar um acordo para votar o projeto. Oito emendas aglutinativas foram elaboradas para tentar condensar em um único texto as propostas que poderiam angariar consenso e alcançar os votos necessários.

A ideia era votar um texto que incluísse a criação do fundo, a adoção do distritão com legenda em 2018 e 2020 e a transição para o chamado distrital misto a partir de 2022.

A proposta contava com o apoio de partidos como PMDB, PSDB e PP. PT e PDT, que inicialmente eram contra o distritão, aceitaram votar o texto com a adaptação do modelo com voto em legenda. A votação, no entanto, foi inviabilizada porque as bancadas do PR e PRB e outros partidos pequenos, como o PSOL e a Rede, se colocaram contra a proposta.

Após o acordo ruir, os deputados ainda tentaram retornar à ideia inicial e votar o texto fatiado, isto é, deliberar de maneira separada sobre o distritão e a criação do fundo. A votação, no entanto, também não foi para frente por falta de quórum.

Outras propostas. Além da PEC que estava na pauta desta quarta, a Câmara ainda tem que votar os destaques da proposta que estabelece o fim das coligações e cria uma cláusula de desempenho para que os partidos possam ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda no rádio e TV.

Nesta quarta, uma comissão da Casa também aprovou um projeto de lei que ainda precisa ser apreciado em plenário e estabelece, entre outras coisas, um teto para as doações de pessoas físicas e proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais na semana anterior à eleição.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 5, por 384 votos favoráveis e 16 contrários, o texto principal da Proposta de Emenda à Constituição 282/2016, uma das mudanças legais da reforma política. A PEC proíbe coligações em eleições proporcionais e restringe o acesso de partidos a verbas públicas e à propaganda no rádio e na TV, por meio da chamada cláusula de barreira.

A data de entrada em vigor das mudanças, porém, ficou para a próxima semana, porque não havia maioria. O relatório da deputada Shéridan (PSDB-RR) prevê o fim das coligações no ano que vem, mas uma emenda articulada pelo PPS retomará o prazo para 2020, conforme o texto original encaminhado pelo Senado. Esse é o principal ponto de entrave na votação dessa PEC.

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A cláusula de desempenho para as legendas terem direito aos recursos partidários aumenta gradativamente até 2030. A proposta de Shéridan começa com 1,5% dos votos válidos ou nove deputados federais distribuídos em pelo menos nove Estados.

"Talvez não seja uma reforma ideal, mas é sim uma reforma substancial", disse a deputada tucana. "Coligação é a pauta da representatividade, ameaça a uma deturpação do sistema eleitoral brasileiro. É permitir que o eleitor traduza sua vontade vendo seu candidato eleito, e não essa conta absurda que muitas vezes elege quem não teve votos. Com a pauta da cláusula ninguém está sendo tolhido, nenhum partido vai deixar de existir."

Shéridan disse ainda que é necessário estabelecer no mínimo um porcentual, um limite nacional de representatividade para que possam acessar os recursos.

A votação nesta terça-feira ocorreu depois de tentativas de obstrução da oposição, capitaneadas pelo PSOL, como pedidos de retirada de pauta e de adiamento da votação por cinco sessões. O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) chegou a acusar uma "traição" em plenário, porque exigia a votação do destaque que posterga a vigência do fim das coligações.

A reforma política deve voltar à pauta do plenário na terça-feira, conforme acordado pelos líderes de bancadas e partidos. "A maneira que houve consenso no Congresso é que fosse votado o texto base hoje. Era a forma de conseguir maioria", disse o presidente em exercício da Câmara, André Fufuca (PP-MA). Na terça-feira, os deputados analisarão os 12 destaques ao texto base da PEC 282.

Também está programada a discussão e votação da PEC 77/2003, relatada pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). Essa outra PEC cria um fundo público para financiar as campanhas, inicialmente estimado em R$ 3,6 bilhões, e altera o sistema de votação cargos do Legislativo - o modelo em discussão atualmente, para a eleição de 2018, é a adoção do voto majoritário (eleição apenas dos mais votados por Estado), o "distritão", ou alguma variante que considere os votos de legenda.

Para valer nas eleições de 2018, qualquer alteração na legislação deve ser aprovada até a primeira semana de outubro. As duas PECs precisam passar por duas votações na Câmara e atingir o mínimo de 308 votos.

O Plenário da Câmara Federal pode votar, nesta terça-feira (5), temas que integram a reforma política. Deputados da bancada pernambucana, no entanto, não acreditam o êxito da tramitação de todos projetos, já que os textos ainda são causa de divergência entre os parlamentares. 

Os itens que compõem a pauta são: o fim das coligações partidárias para as eleições proporcionais, a criação de uma cláusula de desempenho para os partidos, criação do fundo público para o custeio de eleições e do “distritão”. 

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Segundo o deputado Danilo Cabral, “os movimentos em Brasília não apontam na perspectiva de sair nada objetivo”. “Está para ser votada a do fim das coligações e cláusula de barreira, o PSB, inclusive fechou questão para votar favorável aos dois pontos. O que está sendo discutido é uma estratégia que estão querendo impor para forjar uma parte dos deputados a defenderem o distritão. Se o fim das coligações andar pode ser que o semi distritão volte a pauta”, ressaltou. 

Os textos devem ser aprovados até a primeira semana de outubro, nas duas Casas, mas para Cabral, “não vai acontecer é nada”. “O que prova que o Congresso Nacional não está cumprindo o seu papel. Lamentável. Mais uma vez podemos delegar, por omissão, ao Supremo para definir as regras do próximo pleito. Existe a falta de consenso dentro da Câmara e com o Senado”, frisou. 

Apesar de corroborar a dificuldade exposta por Danilo, o deputado Tadeu Alencar (PSB) acredita que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 282/16, que prevê o fim das coligações e institui cláusula de barreira, pode ser aprovada. “Estamos vendo que a reforma política encontra muita dificuldade. Os interesses conflitantes terminam inviabilizando que esta alteração [nas regras] se dê. É possível que a PEC 282 seja aprovada, mas os que querem implementar o distritão ficam condicionando a aprovação da 282 a do distritão e do fundo, o caldo está meio embolado”, observou. 

Qualquer uma das mudanças sugeridas precisa passar por duas votações com 308 votos favoráveis e, para valer em 2018, deve ser votada por deputados e senadores até 7 de outubro.

Com uma semana mais curta por conta do feriadão do Dia da Independência, celebrado na quinta-feira (7), a pauta de votação da Câmara dos Deputados também deve ser reduzida. A lista do que irá para a análise no Plenário será definida durante uma reunião, nesta segunda-feira (4), com os líderes partidários e o presidente em exercício da Casa, André Fufuca (PP-MA). O encontro está marcado para às 18h. 

Está prevista na pauta de votação, a proposta que prevê o fim das coligações partidárias para as eleições proporcionais e a criação de uma cláusula de desempenho para acesso a recursos do Fundo Partidário e ao horário gratuito de rádio e TV. Fufuca, confirmou que, mesmo com o feriado, o Plenário deve tentar votar a reforma política nesta semana.

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As votações devem acontecer de segunda a quarta. O Congresso Nacional também tem sessão prevista para a terça-feira, quando deverá concluir a votação da nova meta fiscal.

O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, André Fufuca (PP-MA), reafirmou hoje (31) que colocará as propostas de reforma político-eleitoral em votação na próxima semana, mesmo com a possibilidade de esvaziamento da Casa por causa do feriado de 7 de Setembro.

Em meio a divergências e falta de consenso entre as lideranças partidárias, Fufuca disse que convocará sessões deliberativas para segunda, terça e quarta-feira, antes do feriado. “Eu acredito que o Congresso não irá se furtar de apresentar e defender a questão da reforma política. Eu acredito que ela será votada.”

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Duas propostas de emenda à Constituição que tratam de mudanças nas regras eleitorais aguardam análise do plenário da Câmara. Uma delas prevê a adoção do sistema majoritário de votação para cargos de deputados em 2018 e 2020, e o voto distrital misto a partir de 2022, além da criação de um fundo público de financiamento de campanhas.

A outra proposta prevê o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais a partir do ano que vem e a adoção de uma cláusula de desempenho para que os partidos tenham acesso aos recursos do Fundo Partidário e do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Denúncia

Questionado sobre a possibilidade da chegada de uma nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, enquanto estiver no comando da Câmara, o deputado respondeu que seguirá o regimento interno da Casa.

“A gente respeita rigorosamente o regimento. Não há segredo, se a denúncia for feita enquanto estiver na interinidade, nós daremos prosseguimento no que diz o regimento da Casa”, disse Fufuca.

De acordo com a Constituição Federal, caberá à Câmara analisar se deve ou não autorizar o prosseguimento da acusação perante a Justiça. Fufuca minimizou a expectativa em torno do tema e afirmou que não há risco de paralisação dos trabalhos da Câmara no caso de apresentação da segunda acusação contra Temer.

“A gente não está com expectativa de paralisação (…) Aí [ a denúncia] é uma situação hipotética, a Casa geralmente não trabalha em cima de hipóteses, fato concreto que temos para semana que vem a reforma política e nós iremos trabalhar em cima dela”, afirmou o deputado.

Com o impasse na Câmara dos Deputados sobre os recursos para criação de um fundo destinado a financiar campanhas eleitorais no valor de R$ 3,6 bilhões, o Senado deve votar essa semana uma proposta alternativa do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) com o mesmo objetivo.

Segundo Caiado, o texto, que está para ser apreciado em regime de urgência, é diferente da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/2003, que prevê a criação do fundo e aguarda votação no plenário da Câmara. “O meu projeto não traz impacto extra ao orçamento. A ideia é o seguinte: acaba com o horário eleitoral na TV e rádio e usa esse recurso que ia para propaganda política para as campanhas eleitorais. Também vamos ampliar a participação popular. O cidadão vai poder escolher para quem irá o recurso nas campanhas eleitorais. E as campanhas serão mais enxutas, conforme a capacidade do candidato de se comunicar, de usar as redes sociais. Repito: não vamos tocar no dinheiro do orçamento”, explicou.

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O fundo proposto por Caiado é menor do que o que o sugerido inicialmente pelos deputados, mesmo assim, pode chegar a R$ 2 bilhões. O dinheiro viria da compensação fiscal que a União concede para as emissoras comerciais veicularem a propaganda política. Na proposta, o senador destaca que, de acordo com a Receita Federal, a compensação fiscal em 2014, ano de eleições gerais, atingiu o valor de R$ 1 bilhão. Em 2015, ano sem eleições, foi de R$ 308,9 milhões. Em 2016, com eleições municipais, R$ 562,2 milhões.

Os recursos também viriam do dinheiro de multas e penalidades aplicadas aos partidos com base no Código Eleitoral. O valor será corrigido a cada eleição pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Contribuições do eleitor

Pela proposta, o dinheiro será depositado no início de junho pelo Tesouro Nacional em uma conta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que reservaria 20% do valor para o segundo turno. O restante do dinheiro seria dividido pelo número de eleitores alistados para votar. Cada eleitor poderia direcionar o valor da sua cota ao partido ou candidato que preferir, por meio de uma plataforma que seria desenvolvida pelo TSE.

Se o eleitor não declarar para qual candidato ou partido deve ir sua cota, 1% do valor será dividido igualitariamente entre todos os partidos registrados no TSE. Outros 14% serão distribuídos igualitariamente entre os partidos com representação na Câmara. E os 85% restantes, divididos entre os partidos, de acordo com a proporção de deputados na Câmara.

O texto prevê que, em setembro, o TSE deverá distribuir o dinheiro aos diretórios nacional, estaduais, distritais e municipais dos partidos. No caso das eleições presidenciais, por exemplo, os diretórios nacionais que lançarem candidato próprio poderão usar até 30% do dinheiro para o custeio das campanhas. Se não tiverem candidato próprio, poderão usar até 20%. O restante do dinheiro vai para os diretórios regionais.

Propaganda eleitoral

A proposta de Ronaldo Caiado tramita em conjunto com o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 202/2015, que altera a propaganda eleitoral. A ideia é que os programas passem a ser veiculados apenas por emissoras públicas, durante 35 dias. Se o partido tiver interesse, poderá pagar para veicular propaganda eleitoral e partidária em emissoras comerciais de rádio e televisão.

Para que as mudanças tenham efeito já nas eleições do ano que vem, as propostas relativas à reforma política precisam ser aprovadas pelo Senado e pela Câmara até setembro deste ano.

Diante da dificuldade em aprovar novas regras para o financiamento das campanhas eleitorais, parlamentares estudam a possibilidade de aumentar o valor destinado ao Fundo Partidário e utilizar esses recursos para as eleições de 2018.

Deputados apontam que essa saída geraria menos desgaste do que criar um fundo com recursos públicos exclusivamente para financiar campanhas ou aprovar a volta da doação de empresas a candidatos, já que o dinheiro do Fundo Partidário está previsto no Orçamento.

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"Nós já temos o Fundo Partidário, é possível que possamos identificar alguma fonte, sem prejuízo de qualquer investimento em áreas que são fundamentais para o funcionamento do Estado, para fazermos a eleição", disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).

A líder do PSB na Câmara, deputada Tereza Cristina (MS), também afirmou que essa pode ser uma solução, apesar de não ser a ideal. "Eu prefiro a volta da doação empresarial, mas também não sou hipócrita, nós precisamos ter uma saída", disse.

Com a proibição da doação empresarial pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as campanhas municipais de 2016 foram financiadas basicamente com dinheiro do Fundo Partidário, já que não há uma cultura disseminada de doações de pessoas físicas no País.

Segundo parlamentares que defendem a ideia de inflar o Fundo Partidário, o valor a ser destinado para as campanhas do ano que vem seria definido durante a discussão do Orçamento, a ser realizada nos próximos meses pela Comissão Mista do Orçamento. Deputados já encomendaram estudos de consultores da Câmara para se certificar de que o teto dos gastos públicos aprovado em 2016 não seria empecilho para aumentar o valor do fundo. A avaliação é de que o montante ideal para custear as campanhas seria algo em torno de R$ 2 bilhões, mais do que o dobro previsto para este ano no fundo partidário, de cerca de R$ 820 milhões.

Relator do Orçamento para 2018, o deputado Cacá Leão (PP-BA) não descarta um aumento no Fundo Partidário para bancar as campanhas, mas afirma que qualquer decisão nesse sentido terá de levar em conta a situação fiscal do País. Para ele, a grande discussão será de onde retirar os recursos, já que o País vive uma crise financeira. "A gente tem responsabilidade e sabe que não dá para tirar recurso de saúde, educação, segurança pública e também de investimentos", afirmou.

A ideia, porém, já gera críticas no Congresso. "Eu acho muito complicado aumentar o tamanho do Fundo Partidário. Não é um gesto que gostaríamos de fazer", disse o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG). "Sou contra engordar o fundo. Sou de um Estado pobre, como vou explicar isso para o meu eleitor?", afirmou o deputado Heráclito Fortes (PSB), que é do Piauí. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira (PB), afirmou que é contra a criação de qualquer fundo público eleitoral de campanha. Ele declarou que concorda com o fim dos programas eleitorais, mas que este dinheiro deveria ser devolvido no Tesouro Nacional. Lira ponderou que a bancada peemedebista só discutirá o assunto após a Câmara deliberar sobre outra proposta de fundo eleitoral, com recursos do orçamento, estimado em cerca de R$ 3,6 bilhões.

"Não tem nenhuma justificativa criar fundo desse enquanto o Brasil está passando por uma crise econômica, em um momento que falta dinheiro para segurança, saúde, educação, para tudo, e você criar um fundo desses, então o Brasil precisa aprender a fazer eleições baratas como existem em outros países", declarou o peemedebista ao Estadão/Broadcast.

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Pelo texto de Caiado, fica estabelecido que os recursos do fundo eleitoral viriam do dinheiro que o governo repassa a emissoras de rádio e televisão por transmitirem os programas eleitorais e de multas aplicadas às legendas. Desta forma, os programas seriam exibidos apenas na TV e rádio públicas, a menos que as legendas comprem espaço nos veículos privados de comunicação.

O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a sigla é contra a proposta de Caiado por considerar que vai favorecer candidatos que tiverem mais dinheiro. "Essa proposta é um absurdo. É coisa de quem quer fazer média com a (Rede) Globo. Acabar com horário eleitoral gratuito e falar em compra de espaço nas TVs só vai favorecer candidatos com grande poder econômico", declarou o petista.

Apoio

O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), anunciou hoje que o partido fechou questão em torno da proposta de Caiado. Aécio explicou que a decisão leva em conta o fato de não haver tempo hábil para se formular uma nova proposta para a volta das doações privadas.

"Vamos apoiar proposta apresentada pelo Caiado, que estabelece o fundo eleitoral que será alimentado pelos recursos da compensação que os meios de comunicação recebem em razão do tempo disponibilizado pelos programas partidários. Acabaríamos com programas partidários, esses que acontecem fora do cenário eleitoral, e essa compensação, falou-se em R$ 2 bilhões, não há um número exato, poderia sim alimentar o fundo eleitoral, sem que haja necessidade de recursos orçamentários para isso", afirmou o tucano.

No mesmo dia, a relatoria da nova proposta foi sorteada para o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que pretende apresentar parecer favorável à matéria na próxima terça-feira, 29, para que a votação ocorra no mesmo dia. "Nosso relatório já está praticamente concluído, é um projeto simples, mas é possível que até terça a gente venha a fazer pequenas correções, mas em regra geral o projeto me atende", declarou Ataídes.

O presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), disse que não há consenso na legenda sobre o projeto do líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO), para a criação de um fundo público de campanhas. "Nós nem conversamos no partido ainda sobre isso. O Caiado não conversou com o partido ainda", disse Agripino à reportagem. Embora a matéria já esteja pronta para votação no plenário da Casa, ele destacou que o debate sobre a proposta do correligionário ainda está na "estaca zero".

Pelo texto de Caiado, fica estabelecido que os recursos do fundo eleitoral viriam do dinheiro que o governo repassa a emissoras de rádio e televisão por transmitirem os programas eleitorais e de multas aplicadas às legendas. Desta forma, os programas seriam exibidos apenas na TV e rádio públicas, a menos que as legendas comprem espaço nos veículos privados de comunicação.

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De acordo com o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), a ideia de Caiado é "a melhor que se apresentou dentre as hipóteses para financiamento público", mas há divergência na sigla sobre qual seria o melhor modelo de financiamento de campanha no Brasil. Ele ponderou que, se o projeto de Caiado for a votação, contará com "total apoio" da bancada.

"A bancada vê com bons olhos (a matéria de Caiado), mas também há uma parte da bancada que defende que não sejam usados recursos públicos de nenhuma natureza e que seja utilizado o financiamento privado com limitadores, por entender que a sociedade não compreende o custo desse modelo de financiamento público", declarou Efraim.

Deputados aprovaram na noite desta quarta-feira, 23, o requerimento apresentado pelo PP para fatiar a votação e deliberar sobre a adoção do distritão antes da criação do fundo eleitoral. A proposta foi aprovada por 241 votos a 209. Houve uma abstenção. Após o resultado, deputados avaliaram que, apesar da aprovação da medida, não haverá voto suficiente para aprovar, de fato, a criação do distritão, já que se trata de uma emenda à Constituição e são necessários 308 votos para isso.

Antes de analisar o distritão, o requerimento prevê primeiramente a votação de um destaque que retira a previsão de 0,5% da receita líquida para o fundo público eleitoral. Em seguida, os deputados votariam o sistema eleitoral e depois vão deliberar sobre as regras do fundo partidário.

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Houve bate-boca durante a votação do requerimento. O deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE) afirmou que quem votasse a favor da medida era a favor do distritão. O líder do PDT, Weverton Rocha (MA), rebateu e disse que o partido era contra a alteração do sistema eleitoral, mas a favor do fatiamento da votação.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 23, por 250 votos a 114, destaque apresentado pelo DEM que, na prática, retirou da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma política relatada pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP) trecho que previa mandato de dez anos para integrantes de tribunais superiores, entre eles, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a aprovação do destaque, o trecho poderá agora dar origem a uma nova PEC. Para que essa nova proposta comece a tramitar, no entanto, parlamentares que defendem a medida terão de colher 171 assinaturas de deputados. Caso consigam, a nova PEC começará a tramitar do zero na Câmara, primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), depois em uma comissão especial e de lá para o plenário.

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A limitação de mandato de 10 anos para integrantes de tribunais superiores estava no parecer de Cândido à PEC que também trata de mudança no sistema eleitoral e no financiamento e cuja votação no plenário da Casa ocorre na noite desta quarta-feira. Atualmente, ministros de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU) não têm mandato definido. A única exigência, de acordo com emenda constitucional promulgada em 2015, é se aposentarem compulsoriamente aos 75 anos.

Pelo texto de Cândido, na prática, todos os membros do STF, Superior Tribunal Militar e TCU teriam mandatos de dez anos. Nos casos dos outros órgãos, a limitação valerá somente para indicados pelo Ministério Público ou representantes dos advogados. A regra proposta por Cândido não valeria para os membros atuais dos tribunais. Somente aqueles indicados após a possível promulgação da proposta passariam a ter o limite de mandato.

O plenário da Câmara rejeitou nesta quarta-feira, 23, o requerimento do PSOL que pedia a retirada de pauta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma política, que cria um fundo com recursos públicos para financiar campanhas eleitorais e altera o sistema eleitoral para o distritão.

Os deputados discutem agora de que maneira vão votar a PEC. Há requerimentos propondo diferentes ordens da votação. O plenário irá precisar decidir se vota primeiro o texto-base ou se faz uma votação fatiada, em bloco. Caso a votação seja fatiada, a discussão será sobre qual item será votado primeiro, a criação do fundo ou o distritão.

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Partidos como o PMDB e o PP estão condicionando a aprovação do fundo à aprovação do distritão, ou seja, não apoiam a medida se o sistema eleitoral não for alterado para o modelo majoritário.

O plenário da Câmara dos Deputados retomou na tarde desta quarta-feira, 23, a votação da reforma política, com análise da proposta de emenda constitucional 77/03, que cria um fundo eleitoral com R$ 3,6 bilhões em verbas públicas e altera o sistema de votação para o distritão, modelo em que são eleitos apenas os candidatos mais votados, sem considerar votos partidários.

A oposição tenta obstruir a votação nesta quarta-feira. O PSOL apresentou um requerimento para retirar a PEC 77 de pauta, o que deve ser apreciado pelo plenário, mas a tendência é que seja rejeitado.

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Enquanto o Congresso vive um impasse sobre a aprovação do fundo eleitoral público para financiar as campanhas a partir de 2018, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) sugere elevar o teto nominal para as doações de pessoas físicas. Pela sugestão do parlamentar, um doador poderia contribuir com até 30 salários mínimos para cada cargo em disputa - em 2018, são cinco cargos eletivos -, respeitando o limite de 10% do rendimento anual bruto do ano anterior. O texto atual do relator da reforma política, Vicente Cândido (PT-SP), fala em 10 salários mínimos para cada cargo, também limitado ao rendimento anual.

A justificativa do aliado do senador Aécio Neves (PSDB-MG) é que o fundo "subiu no telhado" e que dificilmente será aprovado até o início de outubro, para valer já para as eleições de 2018.

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"A tendência é que o fundo não passe, em função das manifestações da sociedade, das pressões via redes sociais. É o pior momento para se aprovar, em função da crise fiscal", disse o parlamentar. "Não tem outro caminho, a democracia tem custo. Só restará as doações de pessoas físicas", afirmou.

A contribuição poderia ser feita a cada cargo em disputa - no próximo pleito, serão deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República. Com isso, a doação individual poderia chegar a até 150 salários mínimos, isto é, R$ 145.350 por pessoa, tomando como base o valor previsto para 2018, de R$ 969.

"Seria uma relação direta do candidato com as pessoas, que eu já acho que vai ser dificílimo", disse o deputado, que fala em uma falta de cultura no País para doações de pessoas físicas. "Nesse ambiente do Brasil, há uma desconfiança e uma rejeição muito grande do sistema político como um todo, não vai ser fácil captar. Não há tradição cultural no Brasil. As pessoas esperam receber do setor público, não doar", afirmou.

No texto de sugestão da emenda, o tucano diz que o relatório de Cândido "dá margem a plúrimas interpretações e pode não alcançar o resultado perseguido". Pestana defende uma redação "menos complacente, embora mais generosa do que parece ter sido a real intenção do relator" para evitar "flutuações no entendimento dos órgãos do Poder Judiciário".

Cândido apresentou, no último dia 15, um texto que definia que cada contribuinte poderia doar até R$ 48.450 em 2018, já que o relatório fala num limite de 10 salários mínimos para cada cargo. O petista já previa o limite de 10% do rendimento bruto do ano anterior, porém não ficava claro se as contribuições para cada cargo também consideravam os vices e os suplentes, e por isso recebeu críticas na comissão.

Nesta terça-feira, 22, o petista apresentou uma nova versão do texto. Nela, diz que as doações não poderão ultrapassar os 10% do rendimento, limitado a dez salários mínimos para cada cargo, e acrescenta o trecho "somadas todas as doações dadas a candidatos ao mesmo cargo e seus respectivos vices ou suplentes, quando houver".

A comissão da reforma política volta a discutir nesta quarta-feira o texto de Cândido. A sugestão de Pestana deve ser debatida e os parlamentares decidem se ela se tornará ou não um destaque a ser votado.

Fundo público. Pestana chegou a propor, no ano passado, um fundo especial público constituído por 2% do montante total anual das receitas do Imposto de Renda. Na última semana, o deputado foi criticado nas redes sociais pela antiga proposta e chamado de "autor do fundo partidário".

"Meu fundo era totalmente diferente (do que está sendo discutido hoje. O cidadão que direcionaria o recurso, ele que diria onde pôr. Mas jogara que era problema de constitucionalidade", disse.

"Não é a informação correta. Em toda a reforma política no mundo, se discute fundo público", diz Pestana. "Eu acho que seria melhor em deixar o cidadão escolher", afirmou, defendendo sua proposta anterior.

O projeto, declarado inconstitucional na assessoria técnica jurídica da Câmara por criar vinculação de despesas, permitia que o contribuinte optasse, na declaração de imposto de renda, seu partido de preferência. Com isso, O montante de 2% da seguinte forma: 70% ao fundo partidário de preferência e 30% serão fundo geral. Se não houvesse opção de preferência, 100% dos recursos seriam destinados ao fundo público.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) criticaram nesta terça-feira, 22, a criação de um fundo público de R$ 3,6 bilhões para financiar campanhas e defenderam o barateamento das eleições.

"Não sou a favor de um fundo de quase R$ 4 bilhões. Todos nós já pagamos a democracia - e devemos pagar. O horário eleitoral gratuito tem isenção de impostos para quem cede, o Fundo Partidário é um dinheiro que poderia ir para o contribuinte, então, isso (a criação do novo fundo) não é possível. A meu ver, não seria o razoável", disse o ministro Alexandre de Moraes, ao chegar para a sessão da Primeira Turma.

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O ministro defende a implantação do voto distrital misto e o fim das coligações já em 2018.

"O que temos de fazer é baratear a campanha. Por que a campanha política precisa ser cinematográfica? Existem campanhas, principalmente majoritárias, em que a gravação é melhor que de minissérie. Com o voto distrital misto vai ser muito mais barato", completou Moraes.

Inspirado no exemplo alemão, o distrital misto é um modelo em que metade da Câmara dos Deputados seria eleita pelo voto majoritário e a outra metade, pelo voto partidário em lista fechada. Dessa forma, o eleitor teria dois votos: primeiro, elegeria um candidato do seu respectivo distrito, uma área dividida dentro do Estado; depois, faria um voto no partido pelo sistema de lista.

O modelo distrital misto também é visto com simpatia pelo ministro Ricardo Lewandowski, que reconhece que o sistema atual com voto proporcional e coligações provou-se "falho". "O distrital misto fortalece os partidos políticos. É o momento de fortalecermos os partidos políticos junto com uma cláusula de barreira", comentou Lewandowski.

"O voto proporcional com coligações tem apresentado distorções reconhecidas pelos especialistas e isso precisa ser modificado. O distrital misto é um sistema consagrado porque ao mesmo tempo fortalece os partidos políticos e dá uma maior possibilidade de o eleitor concentrar seus votos em nome de um determinado distrito. Tem dado certo na Alemanha", completou Lewandowski.

Segundo Marco Aurélio Mello, a melhor propaganda é a feita "em viva voz", quando o candidato revela a sua plataforma e informa o que pensa fazer uma vez ocupando o cargo.

"Que haja (a reforma política). Eu vejo como muito dinheiro (o fundo de R$ 3,6 bilhões), mas vamos esperar pra ver o que ocorrerá", disse o ministro Marco Aurélio Mello.

Desaforo

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no último domingo, 20, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, disse considerar um "desaforo" a criação de um fundo público com R$ 3,6 bilhões para financiar campanhas, como está sendo discutido na Câmara. Barroso defendeu um valor menor, chegando, no máximo, a R$ 1 bilhão.

"A alternativa que se cogita, de R$ 3,6 bilhões, na atual conjuntura brasileira, é um desaforo, e, portanto, é compreensível a reação da sociedade. Um número mais compatível com a realidade brasileira, R$ 800 milhões, por exemplo, até R$ 1 bilhão, é uma discussão razoável, considerando a transição do modelo que nós temos para o do distrital misto, que é muito mais barato", disse Barroso à reportagem.

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