O setor de varejo da Região Metropolitana do Recife (RMR) já pode comemorar os resultados de crescimento do ano que passou. É que, em 2011, o setor atingiu quase 6% na comparação com o ano de 2010. Este é o oitavo ano consecutivo de bons resultados, formando o mais duradouro ciclo de expansão já registrado. Entre 2004 e 2011, o crescimento real acumulado é de quase 97%.
O destaque do ano fica para o ramo de móveis e decorações, que teve seu faturamento aumentado em quase 20%, influenciado pelo grande incremento no número de novas moradias. Outro fato que contribuiu para esse crescimento foi a redução do IPI da linha branca, que influenciou positivamente as lojas de utilidades domésticas, cujo acréscimo foi de mais de 11%, o segundo melhor resultado.
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Já o comércio automotivo cresceu 7,21%, um pouco acima da média, não puxando mais fortemente as vendas em geral, como pode ser observado nos anos anteriores. Sem levar em conta as concessionárias de veículos, o varejo teve alta de 5,5%, não muito distante dos 5,94% obtidos quando são incluídas as concessionárias. Entretanto, deve ser ressaltado que a venda de automóveis puxou o atual crescimento do ciclo, acumulando em oito anos um incremento de 167%.
O consultor da Federação do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio), Luiz Kehrle, observa que as vendas de materiais de construção cresceram 5,2%, dando continuidade ao sólido ciclo de crescimento, que acumulou uma alta de 104,4% em oito anos. “Mas em 2011 ficou um pouco abaixo da média, após anos de desempenho destacado”, ressalta o consultor.
Dos treze ramos acompanhados pela federação, somente as livrarias/papelarias não cresceram seu faturamento real, apresentando uma pequena queda de 2,33%. No entanto, esse resultado reflete mais o fato de que as vendas em dezembro de 2011 diminuíram, em comparação a 2010, do que a um mau desempenho durante todo o ano.
O reflexo positivo do varejo puxou o aumento real da massa salarial, que cresceu cerca de 8,5% em 2011. “No atual ciclo de crescimento, o total dos salários pagos pelo comércio já cresceu 61,4% entre 2004 e 2011”, explica o consultor. Este resultado é explicado, boa parte, pelo crescimento do número de empregos que aumentou mais de 5% entre 2010 e 2011. Quando se considera todo o ciclo de crescimento, o total de emprego aumentou quase 20% entre 2004 e 2011.