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O Congresso Nacional irá se reunir na noite desta terça-feira (5) para apreciar os veto parcial da presidente Dilma Rousseff à Lei dos Royalties. A sessão, marcada para as 19h, promete muita polêmica entre parlamentares de estados produtores e não produtores.

Enquanto os senadores e deputados de estados não produtores querem derrubar o veto, as bancadas do Rio de Janeiro e Espírito Santo já anunciaram que farão de tudo para obstruir a votação e que se ela ocorrer recorrerá ao STF. Os parlamentares desses dois estados dizem que a Lei dos Royalties é inconstitucional. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) explicou que o parágrafo 1º do artigo 20 da Constituição Federal assegura a compensação financeira a estados e municípios produtores de petróleo, gás, recursos minerais e recursos hídricos para geração de energia.

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A polêmica se estende desde dezembro, quando parlamentares dos estados não produtores tentaram a votação. Um liminar expedida pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os vetos presidenciais deveriam ser analisados em ordem cronológica. No entanto, no último dia 28, o plenário do STF cassou a liminar e abriu espaço para a deliberação.

Entre os mais de três mil vetos pendentes para análise, o veto à Lei dos Royalties foi escolhido por critério político e por interferir na distribuição de cerca de R$ 100 bilhões até 2020.

De autoria do senador Wellington Dias (PT-PI), a Lei 12.734/2012 redistribui os royalties da exploração de petróleo entre estados e municípios. Na forma original, a lei estabelecia os mesmos percentuais previstos pelo Fundo de Participação dos Estados (FPE), inclusive para os contratos em vigor. Isso significaria que parte das receitas seria retirada dos produtores de petróleo para os estados não produtores.

Com o veto, Dilma beneficiou os estados produtores. Dessa forma, a União continua a receber 40% dos royalties e os outros 60% vai para estados e municípios, sendo que 94% desse montante são destinados para o RJ e ES. Os demais estados dividem os 6%.

Sessão
O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou as regras do processo de votação da questão dos royalties. Em nota, ele informou que a sessão será aberta com quórum mínimo de 14 senadores e 86 deputados. Na primeira parte da sessão, que durará em torno de 30 minutos, serão lidos novos vetos a 15 projetos de lei, que entrarão futuramente na pauta, além de breves comunicações.

Em seguida será aberta a Ordem do Dia, com a discussão do veto. Cada orador terá até 20 minutos, com número máximo de pronunciamentos de quatro senadores e seis deputados. Havendo o encerramento da discussão, a votação será feita em cédulas de papel. Para derrubar o veto, é necessário o voto de 41 senadores e 257 deputados.

Após a análise, se houver tempo, Calheiros poderá colocar o Orçamento 2013 em votação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve definir nesta quarta-feira (27) o método de apreciação dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional – se cabe ao Judiciário interferir nessa questão. Está na pauta da tarde o mandado de segurança em que o ministro Luiz Fux determinou a apreciação de 3 mil vetos em ordem cronológica, criando um impasse político que já dura meses.

No fim do ano passado, parlamentares dos estados produtores de petróleo acionaram o Supremo depois que o Congresso decidiu apreciar, em regime de urgência, os vetos da presidenta Dilma Rousseff à nova Lei dos Royalties do petróleo. Os vetos contrariavam interesses majoritários no Parlamento, mantendo as regras atuais de distribuição para os estados produtores.

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A liminar de Fux atendeu ao mandado de segurança de autoria do deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ). Embora a decisão tenha tratado apenas sobre vetos, parte dos parlamentares e o Executivo entenderam que a liminar deveria suspender toda a pauta do Congresso, inclusive a votação do Orçamento da União de 2013.

Um artigo da Constituição determina que todos os vetos presidenciais precisam ser analisados pelo Legislativo no prazo de 30 dias, sob pena de trancamento da pauta, o que nunca foi seguido. Não há referência explícita, no entanto, à necessidade de apreciação em ordem cronológica estabelecida por Fux.

Em ofício encaminhado ao STF no dia 14 de fevereiro, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que a solução encontrada pelo ministro iria causar um “colapso institucional” no Legislativo. Segundo a AGU, caso a decisão seja mantida, haverá prejuízo estimado de R$ 470 bilhões aos cofres públicos, além de trancamento da pauta do Congresso pelos próximos três anos.

A União pede que o STF reconsidere a decisão de Fux, colocando a ordem cronológica apenas para os vetos que ainda estão dentro do prazo de validade, ou seja, que foram editados nos últimos 30 dias. O STF terá que decidir se isso é possível, além de averiguar se a data de referência é a de entrada do mandado de segurança (dezembro do ano passado) ou de apreciação do assunto pelo plenário.

Em movimento oposto à AGU, parlamentares dos estados produtores e da oposição também procuraram ministros do Supremo e entregaram memoriais para defender a liminar de Fux. Os parlamentares argumentam que o Congresso Nacional não pode votar apenas o que tem interesse, contrariando a legislação em vigor e passando por cima do interesse de minorias.

Depois de passar o carnaval na Base Naval de Aratu, na Bahia, a presidenta Dilma Rousseff voltou nesta quarta-feira (13) para Brasília. Ao desembarcar em Brasília, Dilma tem uma série de atividades e temas para conduzir. Em discussão, educação, o Orçamento Geral da União para 2013 e os vetos pendentes. 

Às 15h, a presidenta se reúne com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no Palácio do Planalto. A expectativa, segundo analistas, é que Dilma e Mercadante conversem sobre a proposta Alfabetização na Idade Certa cuja meta é que todas as crianças aprendam a ler, escrever e fazer contas matemáticas até os 8 anos de idade, e também sobre a destinação dos royalties do petróleo para a educação.

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Além disso, a presidenta deve receber informações sobre as negociações para a aprovação do Orçamento Geral da União para 2013. Antes do carnaval, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentou um acordo com os líderes partidários para votar a matéria. Porém, sem número suficiente de parlamentares na Casa para aprovar o Orçamento, Renan marcou para o dia 19 de fevereiro, uma nova sessão do Congresso para analisar o tema. Há ainda a análise dos mais de 3 mil vetos pendentes, além de detalhes sobre o Código Penal.

A presidenta retorna a Brasília no momento em que as atenções no país e no mundo estão voltadas para a decisão do papa Bento XVI de renunciar, no próximo dia 28. Nesta terça-feira (12) o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que os brasileiros acompanham “com atenção” e respeito a decisão do pontífice.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, participa hoje, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, do lançamento da Campanha da Fraternidade com o tema Fraternidade e Juventude e o lema “Eis-me Aqui, Envia-Me!” - expressão retirada do livro de Isaías, da Bíblia.

Após o recesso de Carnaval, os parlamentares terão temas polêmicos para apreciar. Orçamento 2013, pacto federativo, royalties do petróleo. Os temas são muitos e as discussões também prometem causar discussões até o consenso na Câmara e no Senado.

O primeiro passo do Congresso Nacional será a votação do Orçamento 2013(PL 24/2012), marcada para o dia 19 de fevereiro. O projeto prevê um investimento na ordem de R$ 196,9 bilhões referente à União. A votação, entretanto, esbarra na resistência de alguns parlamentares em desvincular a votação da matéria dos mais de três mil vetos presidenciais que aguardam exame do Congresso Nacional.

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Outras 23 medidas provisórias estão tramitando nas duas casas, sendo uma no Senado e 22 na Câmara. Entre os assuntos estão a compensação pela Lei Kandir, contribuições previdenciária e sociais das empresas industriais e de serviços e créditos extraordinários.

Os parlamentares precisam ainda formar comissões mistas para analisar as MPs, conforme determina a Constituição.

Um dos assuntos mais polêmicos é a questão das mudanças no sistema de distribuição dos royalties do petróleo. O texto aprovado no Congresso vincula o pagamento às regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE), incluindo todos os contratos de exploração. O texto foi vetado parcialmente pela presidente Dilma Rousseff, que preservou os contratos em vigor e as receitas dos estados produtores.

Para derrubar o veto, parlamentares de estados não produtores tentaram sem sucesso votar em bloco os mais de 3 mil vetos pendentes de análise, após liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, determinando que as matérias sejam analisadas em ordem cronológica e impedindo que o veto ao projeto dos royalties “furasse fila” e fosse analisado antes dos demais.

O assunto também está relacionado ao FPE. Os atuais critérios foram considerados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que o parlamento encontrasse uma nova fórmula até dezembro do 2012. Como o Senado não entrou em acordo, o presidente em exercício, o ministro Ricardo Lewandowsky, estendeu o prazo por mais 150 dias.

Os atuais critérios dão tratamento preferencial às Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que recebem 85% do total, ficando 15% para estados do Sul e do Sudeste.

O Plano Nacional da Educação, a reformulação do Código Penal e o sistema de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também estão em discussão.

Com informações da Agência Senado.

Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), dessa quarta-feira (6), o deputado estadual Betinho Gomes (PSDB), solicitou o apoio dos parlamentares a uma emenda de sua autoria. No projeto, ele acrescenta o ensino profissionalizante à lista de áreas que serão contempladas com a distribuição dos royalties do petróleo. Os recursos provêm da exploração do petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos sob o regime de concessão em Pernambuco e serão destinados à educação, ciência, tecnologia e inovação. 

O projeto de lei, de autoria do Executivo Estadual regulamentando o repasse, tramita na Casa Joaquim Nabuco em regime de urgência. De acordo com o parlamentar, os recursos para educação e tecnologia são fundamentais para o desenvolvimento do Estado, porém, ele defende mais investimentos em cursos de qualificação de mão de obra.

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“Em um momento que Pernambuco carece de mão de obra qualificada, não se pode esquecer a profissionalização dos jovens, que, com ações dessa natureza, podem garantir boa colocação no mercado de trabalho”, frisou. “A emenda não altera a essência da proposição do Governo, apenas preenche uma lacuna”, esclareceu o tucano.

 

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), assinou na noite dessa terça-feira (22), o Projeto de Lei que destina 100% dos recursos dos royalties do petróleo para Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação. O PL foi autorizado durante a abertura da 8ª edição da Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), na praia de Casa Caída, em Olinda, e já seguiu para a Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Durante o evento, Eduardo defendeu a “melhor distribuição” dos royalties para assegurar mais recursos no aperfeiçoar da educação pública no Estado e para “embalar” as lutas dos estudantes em todo o Brasil. “O dinheiro dos royalties do petróleo precisa ser direcionado para aquilo que porta futuro, para legarmos às futuras gerações uma educação de qualidade, que possa construir cidadania, capacidade de refletir e de construir um país muito mais equilibrado socialmente”, justificou o governador que declarou ainda que “em Pernambuco, está virando lei àquilo que é uma bandeira dos estudantes do Brasil”, reforçou.  

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Bienal da UNE: O evento é considerado o maior festival estudantil da América Latina e já contabiliza 14 anos de existência. Em 2013, a bienal aporta pela segunda vez em terras pernambucanas, que já sediaram o evento em 2003. Com a proposta de valorizar a identidade nacional e juntar as produções juvenis de todo o Brasil, o evento promove debates, seminários, oficinas, mostras de trabalhos e shows. 

As atividades da Bienal, iniciadas na noite dessa terça, seguirão até o sábado (26), nas cidades de Olinda e Recife. Este ano, o festival homenageia um ícone da cultura nordestina, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, com o tema “A volta da Asa Branca”. Sertanejo de Exu, município pernambucano, Gonzaga teria completado 100 anos de vida em dezembro de 2012 se estivesse vivo.

 

 

A sessão conjunta do Congresso Nacional que analisaria um pedido de urgência para discussão e votação do veto da presidente Dilma Rousseff à lei que redistribui os royalties do petróleo foi adiada para esta quarta-feira (12). A informação é da Secretaria Geral da Mesa.

Outros 48 projetos que liberam créditos suplementares para diversos órgãos federais do Executivo, Legislativo e Judiciário estão na pauta.

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Apesar do adiamento da sessão, os parlamentares dos estados não produtores ainda podem apresentar o pedido de urgência para a análise do veto de Dilma nesta terça-feira (11). Eles estão trabalhando para coletar as assinaturas necessárias. Para que o requerimento tenha condições de ser votado, é necessário o apoio formal de, no mínimo, 41 senadores e 257 deputados.

Se aprovado, o veto à lei dos royalties do petróleo passará à frente na fila dos mais de três mil vetos que aguardam apreciação do Congresso e, com isso, uma nova sessão conjunta para apreciação da matéria poderá ser convocada.

No fim de novembro, Dilma decidiu vetar parte do texto aprovado pelo Congresso, mantendo as regras atuais de distribuição dos royalties para contratos que estão em vigor. Com o veto, os royalties de petróleo gerados a partir de contratos antigos não serão redistribuídos para beneficiar também estados e municípios não produtores.

Os senadores e deputados que representam os estados não produtores de petróleo devem apresentar nesta terça-feira (11), em sessão do Congresso Nacional, requerimento de urgência para que seja analisado o veto da presidenta Dilma Rousseff sobre a redistribuição dos royalties do petróleo. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que marcará amanhã mesmo uma nova sessão para analisar a reivindicação das bancadas, assim que o pedido for apresentado formalmente.

“Amanhã deve ter uma sessão do Congresso, e os parlamentares disseram que vão apresentar o pedido de urgência [para a votação do veto]”, disse o senador ao chegar ao plenário para uma sessão comemorativa dos 200 anos da imigração de chineses para o Brasil. Sarney descartou, no entanto, a votação do veto na sessão desta terça-feira.

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Na semana passada, deputados e senadores de estados não produtores se reuniram com Sarney para reivindicar a análise do veto presidencial à redistribuição dos royalties de petróleo nas camadas pós e pré-sal ainda em 2012. Eles conseguiram o número de assinaturas necessário para reivindicar a votação em caráter de urgência do veto presidencial que previa inserir na redistribuição os recursos oriundos de contratos já licitados.

Na ocasião, o senador Wellington Dias (PT-PI), autor do projeto aprovado no Senado e na Câmara, disse que nas duas Casas há mais que as 257 assinaturas de deputados e 41 senadores para que o veto tramite em caráter de urgência.

A agenda da sessão do Congresso marcada para o meio-dia prevê a votação de uma série de projetos de lei de abertura de crédito extraordinário no Orçamento de 2012. O desafio dos deputados e senadores dos estados que não produzem petróleo é fazer com que esses parlamentares compareçam à sessão para analisar os vetos. Caso contrário, qualquer pedido de vista de quórum pode inviabilizar a votação do requerimento.

Em pronunciamento nesta terça-feira (27), o senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu um maior engajamento do governador Eduardo Campos (PSB) e de prefeitos-eleitos de Pernambuco em favor da nova divisão dos royalties do pré-sal. “Sinto falta, neste debate, dos representantes de Pernambuco. Muitos prefeitos já estiveram mobilizados aqui em Brasília, na primeira quinzena deste mês, mas ainda é preciso que os governadores se unam aos prefeitos para, juntos, marcarem posição em defesa da partilha de recursos que beneficie, com justiça, todos os brasileiros", declarou.

O senador acredita que o engajamento de todos garantirá que a presidenta Dilma Rousseff (PT) sancione o projeto aprovado no Congresso. “A sanção representará uma mudança significativa no crescimento e no desenvolvimento do Brasil, um incentivo na busca por um País mais igual, com unidades federativas efetivamente integradas”, afirmou. O petista lembrou que Pernambuco não tem qualquer ganho com a exploração do Petróleo e que a aprovação da nova divisão assegurará mais investimentos e desenvolvimento para a população. 

“No caso específico de Pernambuco, a sanção da proposta aprovada pelo Congresso Nacional tem evidente significância. O governador e os 189 prefeitos, que hoje nada recebem de royalties, zero, passarão a ter direito a 6,9% da parcela destinada aos estados e municípios”, contou o senador. O parlamentar argumentou ser um equívoco imaginar que os estados produtores de petróleo, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, perderiam recursos com as novas regras. 

“A nova forma de partilha garantirá R$ 105 bilhões de reais para os dois estados brasileiros principais produtores, e para 30 municípios. Além de distribuir R$ 140 bilhões para o restante do país, até o final desta década”, disse Humberto baseando-se em dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

“Sem a sanção da presidenta Dilma, ainda conforme cálculos da CNM, esses dois estados e 30 municípios concentrarão, até o final da década, R$ 201 bilhões dos recursos de petróleo e todos os demais estados e municípios terão apenas R$ 17 bilhões”, reforçou.

A presidenta Dilma Rousseff tem até a próxima sexta-feira (30) para definir a questão. Nesta terça-feira (27), ela defendeu a utilização “responsável” dessa riqueza. "O petróleo do pré-sal é uma imensa riqueza que se destaca não só pelo tamanho, como também pela qualidade", disse a presidenta.

Ela acrescentou que a exploração do pré-sal vai significar mais encomendas de bens e serviços no Brasil, criando oportunidades de negócio, e concluiu: "usando de forma responsável os recursos dos royalties, teremos um passaporte para transformar o Brasil em um país muito mais desenvolvido e com mais oportunidades para toda a população."

Brasília - Alvo de polêmica durante a última semana, o projeto de lei do Senado que altera a distribuição dos royalties do petróleo poderá ser votado na próxima terça-feira (6) pela Câmara dos Deputados. A proposta em análise prevê a mudança dos contratos firmados ainda no regime de concessão e define os percentuais de divisão entre todos os estados dos royalties para os poços em regime de partilha.

Na última quarta-feira (31), o Palácio do Planalto se posicionou favoravelmente à destinação integral dos royalties para a educação e a manutenção dos contratos de exploração de petróleo já firmados. O documento com as sugestões do governo foi encaminhado ao relator da proposta, Carlos Zarattini (PT-SP).

“O que é o texto do governo: todo o petróleo que já foi licitado continuará com o mesmo critério de distribuição, não muda. Já todo o petróleo que será licitado a partir da promulgação da lei vai ser distribuído com novo critério. Vai 100% para educação”, disse Zarattini.

O relator, no entanto, não concorda em manter inalteradas as regras dos poços já licitados. O petista, que conta com o apoio de 25 das 27 bancadas dos estados na Casa, manteve no seu relatório a versão aprovada pelo Senado e negociada na comissão especial da Câmara que analisou a proposta.

Nela está prevista, entre outros pontos, a destinação de 22% dos recursos da compensação financeira para a União, 22% para os estados produtores, 5% para municípios produtores, 2% para os afetados pelo embarque de óleo e gás e 49% para um fundo especial a ser dividido entre os estados e municípios não produtores por meio dos critérios de fundos constitucionais. Os recursos devem começar a entrar no caixa das unidades federativas a partir de 2020.

Representantes dos principais estados produtores de petróleo do país, os parlamentares do Rio de Janeiro e do Espírito Santo não concordam com a tese de mudar as regras dos poços já licitados. Eles também são contrários à perda de receitas por parte dos seus estados. Atualmente, os dois estados são os principais beneficiários dos royalties da produção de petróleo.

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Brasília - Passadas as eleições municipais, governadores de estados do Nordeste e do Centro-Oeste estiveram nesta terça-feira (30) no Senado para reivindicar ao presidente José Sarney (PMDB-AP) que acelere o processo de votação do projeto de lei que altera as regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e a proposta que trata da redistribuição dos royalties do petróleo (ainda em tramitação na Câmara).  A intenção do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), é iniciar a votação dos royalties esta semana.

O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, pediu a ajuda de Sarney para marcar uma audiência dos governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste com a presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, os estados dessas regiões também reivindicam a renegociação de suas dívidas e compensações à desoneração de tributos compartilhados como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

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André Puccinelli disse que, sem uma redistribuição igualitária dos royalties do petróleo e das novas regras do FPE, os estados menos desenvolvidos vão se rebelar. “É preciso que fique claro que as regiões são diferentes. Temos que ter compensações. Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem a região do Pantanal que é intocável, onde não podemos realizar investimentos como infraestrutura”, exemplificou ele.

Outro que esteve pouco antes com Sarney para tratar de assuntos específicos e desses em particular foi o governador do Piauí, Wilson Martins. Sobre as novas regras para o FPE, ele julgou importante que o Senado mantenha no texto repasses maiores aos estados mais pobres e os em desenvolvimento. “Para aprovar a matéria [em 2012] só precisa querer e ter um entendimento”, destacou Wilson Martins.

O governador piauiense acrescentou que as articulações do Congresso sobre a matéria devem ter como aliado o governo federal, principalmente a presidenta Dilma Rousseff. Ele disse ainda que o Senado e a Câmara têm que priorizar as mudanças nas regras do FPE, determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob pena de os estados deixarem de receber os repasses constitucionais a partir de janeiro de 2013.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que só um crescimento sustentado da economia entre 3% e 4% ao ano vai garantir a melhoria das condições financeiras dos estados e da sociedade como um todo. Ele também esteve com o presidente do Senado e pediu pressa na votação da medida provisória que cria mecanismos para reduzir o valor da conta de energia elétrica ao consumidor.

“Sem um crescimento permanente da economia vai faltar pão para todo mundo, não só para os governadores”, disse Paulo Skaff, ao tomar conhecimento das reivindicações dos governadores Wilson Martins e André Puccinelli. O presidente da Fiesp disse que, além de um crescimento permanente, é necessário que o fortalecimento da indústria nacional e que as medidas tomadas pelo governo se traduzam em competitividade e investimentos em educação.

 

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