Tópicos | Saída do PSB

Um desejo antigo. É assim que pode ser definida a pré-candidatura do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) ao cargo de governador de Pernambuco a partir, inclusive, dos argumentos dele mesmo: “nunca neguei a minha vontade de poder servir a Pernambuco como seu governador, já de algum tempo a gente alimenta esta possibilidade e expectativa”. Em 2014, ele chegou a ser cotado como o nome que sucederia o ex-governador Eduardo Campos, mas foi preterido por um chamado quadro técnico, o atual governador Paulo Câmara (PSB). Este, na análise de Bezerra Coelho, conseguiu interromper o projeto de desenvolvimento instalado no estado por Eduardo e “é um fracasso”.

“Nos aliamos a Eduardo lá atrás, em 2006, para fazer dele governador quando muitos acreditavam que era uma campanha impossível de ganhar, depois reelegemos Eduardo em 2010 e é obvio que em 2014 tínhamos a expectativa de poder dar sequência ao projeto que Eduardo tinha implantado em Pernambuco, mas nos coube por decisão do próprio PSB e de Eduardo a vaga do Senado, confesso que estou satisfeito com o meu trabalho no Senado”, admitiu em entrevista ao LeiaJá.

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“Agora, sinto que o projeto que Eduardo tinha para Pernambuco foi interrompido, por esta atual administração, e quero me colocar como alternativa no sentido de recuperar o desenvolvimento e o protagonismo. Acho que temos as condições dadas para isso, estamos formando uma grande frente política, nesse sentido me apresento”, complementou.

Para endossar o seu nome, FBC pretende aproveitar o recesso legislativo para visitar alguns municípios pernambucanos visando, segundo ele, “conhecer a realidade, ouvir as propostas e conhecer aqui que ainda não andou”. Para assim que for definida a candidatura já apresentar as principais diretrizes do seu programa de governo.

Apesar de se dizer preparado, Fernando Bezerra pontuou que a frente ‘Pernambuco quer mudar’ também pode contar com ele para “apoiar, eventualmente, algum outro nome que se firme para iniciar um novo ciclo”. Isto porque, ele não é o único pré-candidato do movimento oposicionista, o senador Armando Monteiro (PTB) também quer disputar o cargo com o apoio do grupo. Eles já estudam, inclusive, a lançar duas chapas com o mesmo propósito, desbancar o PSB.

“Não sabemos ainda como será a disputa em Pernambuco. Temos o PT, que não sabemos se terá uma candidatura própria ou se vai recuperar a aliança que teve no passado com o PSB, é uma definição importante. Na sequência, estamos trabalhando para manter essa frente unida, mas possa ser que lá na frente, final de abril início de maio, [o cenário] aponte que seja importante a apresentação de duas candidaturas com a mesma estratégia de mudar o que está posto aí em Pernambuco”, salientou.

Durante a entrevista, FBC também fez uma avaliação da gestão de Paulo Câmara, que está no início do quarto ano de mandato. Ele a classificou como “fracassada”. “O que aí está fracassou. Fracassou pelo lado da economia, do emprego, dos investimentos públicos, da violência que é um escândalo para o nosso estado. E é evidente que Pernambuco vai querer um outro caminho e alternativa”, previu.

A saída do PSB

Depois de ter sido preterido em 2014 e com a falta de espaço para liderar uma chapa este ano acrescido com o posicionamento da legenda diante da gestão do presidente Michel Temer, da qual Fernando Bezerra é aliado, o senador decidiu deixar o partido. Questionado se teria ficado algum desconforto com a legenda e sobre qual seria o real motivo do desembarque, ele disse que era “um momento superado”.

“Não ficou nenhuma questão. Quando tomei a decisão de sair do PSB fiz uma visita ao presidente Carlos Siqueira, conversei com Paulo Câmara reforçando a decisão a partir de atitudes que foram tomadas pelo PSB, não esperava, por exemplo, o fechamento de questão, digamos assim, uma disputa política de apoiar ou não apoiar o presidente Michel Temer, de votar ou não a reforma da previdência, baseado em argumentos que com o tempo ficou caracterizado que não se sustentavam”, observou, dando como exemplo a justificativa de que a reforma da Previdência retirava direitos dos trabalhadores rurais.

O relacionamento que vinha desgastado entre o PSB e a família Coelho culminou com a saída do vice-líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho, na tarde desta terça-feira (5). O pedido formal foi entregue ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira e encaminhado aos filiados do partido. No documento, ele agradeceu a sigla que integrou por 12 anos o apoio e a convivência, “salientando a importância deste período para a minha trajetória política e pessoal”. 

O senador ainda reforçou no comunicado a Siqueira, sobre os desafios que teria enfrentado com os quadros do PSB. Segundo FBC, foi “com afinco, dedicação e fidelidade aos ideais programáticos do partido” que sua passagem pela legenda ficou marcada. O parlamentar pernambucano assegurou que “o afeto permanece assim como o compromisso de luta incansavelmente pelo desenvolvimento do estado de Pernambuco e do Brasil”.

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Virando a página

Como já era previsto nos bastidores do meio político, FBC troca o PSB pelo PMDB e a expectativa é que ele assuma a presidência estadual do PMDB em Pernambuco, substituindo um veterano da sigla, o deputado federal Jarbas Vasconcelos. Durante esta semana, Jarbas chegou a tecer vários elogios a Fernando Bezerra em entrevista a uma rádio local. 

De acordo com a assessoria de Fernando Bezerra Coelho, a oficialização da filiação está marcada para as 11h desta quarta-feira (6). O ato será realizado na presidência nacional do partido, em Brasília: edifício principal da Câmara dos Deputados, Ala B, Sala 6.

Rivalidade

A migração do PSB para o PMDB não deve se restringir a FBC, é esperado que o ministro de Minas e Energia Fernando Filho Coelho, um dos principais desafetos do PSB por estar alinhado ao governo Michel Temer (PMDB) e ter anunciado a privatização da Eletrobras e por consequência da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). O ministro foi alvo de muitas críticas por parte dos deputados federais pelo PSB, Danilo Coelho e Tadeu Alencar durante audiência pública sobre a privatização da Eletrobras. Alencar chegou a lamentar o fato do ministro ser do PSB e dizer que a discussão em defesa da Chesf não pode ser "sufocada" por questões partidárias.

O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho também deve acompanhar o pai na decisão de sair do PSB.

Retomando as atividades parlamentares nesta terça-feira (8), a vereadora Marília Arraes (PSB) afirmou ao Portal LeiaJá que pretende ingressar oficialmente na bancada de oposição da Casa José Mariano a partir de outubro. De acordo com a ainda socialista, a definição do novo partido e filiação vão acontecer na última semana de setembro.  

“Volto aos trabalhos e mantenho o ritmo de fiscalização, denúncias e a partir de outubro, em um novo partido, integrando oficialmente a bancada de oposição”, frisou a parlamentar que volta ao legislativo após cumprir quatro meses licença maternidade. Arraes afirmou que pretende ingressar no grupo e já reforçar propostas como a integração das oposições na Câmara e na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). “Pouco antes de dar a luz iniciou-se uma discussão, mas estancou o processo”, acrescentou.

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Indagada sobre os rumores de que assinaria a ficha de filiação ao PSOL nesta semana, Marília Arraes negou. “Conversas a gente está tendo com diversos partidos. Temos preferências, é claro. Mas isso ai gente só vai definir na última semana de setembro”, garantiu. Apesar de não confirmar a ida para a legenda, nos bastidores ela já é dada como certa no partido.

Procurado pelo LeiaJá, o presidente do PSOL em Pernambuco e deputado estadual Edilson Silva também não confirmou as especulações. “Estamos conversando, mas quem vai decidir é ela. O que posso dizer é que estamos em um processo bastante adiantado, mas prego batido e ponta virada ainda não. Estamos muito otimistas, mas só saberemos apenas quando ela decidir externar para onde vai”, observou. 

Silva é um dos psolistas que está à frente das articulações com Arraes. Em outra entrevista recente ao Portal, o deputado destacou o perfil da prima de Eduardo Campos e disse que ela se encaixava na linha política do PSOL. Além disso, o presidente da legenda no estado pontuou a necessidade da vereadora disputar uma reeleição em 2016. “Marília tem um papel importante na Câmara de Vereadores. Se eu pudesse dar um conselho a ela diria que renovasse o seu mandato”, afirmou na época.

 

Dois assuntos a níveis estadual e nacional que mexeu muito com a política brasileira nesta semana, foram à decisão do presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos, de entregar aos cargos ligados ao governo federal e o voto favorável pelos embargos infringentes do julgamento do mensalão, proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso Mello. Além dos dois fatos, outros conteúdos movimentaram o cenário político. Confira:

No último domingo (15) o portal LeiaJá repercutiu a inserção do filho do senador Jarbas Vasconcelos, o Jarbas Filho, na Prefeitura do Recife. Já na segunda-feira (16) iniciou a exibição de uma série de quatro reportagens do programa Opinião com os candidatos ao Processo de Eleição Direta (PED) do PT,  e o primeiro candidato entrevistado a nível estadual em Pernambuco, foi Edmilson Menezes.  

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Na terça-feira (17), a possibilidade da retirada de cargos socialistas já existia e o deputado federal Fernando Ferro (PT) chegou a comentar que se a saída se concretizasse, o PSB se tornaria oposição do PT. No mesmo dia, a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), aprovou um Projeto de Lei que regula o acesso de informações na Casa Joaquim Nabuco. 

Um assunto quente no cenário político na última quarta-feira (19) foi a decisão do líder nacional do PSB, Eduardo Campos em destituir os cargos socialistas do governo federal. A pauta teve vários desdobramentos, principalmente com as declarações do líder do PSB na Câmara Federal, deputado Beto Albuquerque, dizendo não estar se preocupando com o que o PT irá pensar. Surpreso com a posição de Campos, o presidente estadual do PT em Pernambuco, deputado Pedro Eugênio não quis se posicionar sobre o assunto e se militou em afirmar apenas, discutir o assunto com a cúpula petista. 

 

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As especulações políticas sobre a saída do Ministro Fernando Bezerra Coelho (FBC) do PSB para o PT da presidente Dilma Rousseff (PT) aumentam a cada dia. O socialista nega a mudança de sigla, mas até corregionários comentam a possibilidade devido aproximação intensa do ministro a petista, nós últimos eventos públicos, além de sua defesa ao governo federal. Também circulam na mídia a modificação do partido e as articulações do ex-presidente Lula para a permanência de Bezerra ao lado do governo federal.

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Na coluna desta quinta-feira (4) de Cláudio Humberto ele afirma que já existe uma movimentação entre Lula para lançar Bezerra Contra o governador Eduardo Campos nas eleições de 2014. “O ex-presidente Lula planeja 'trabalhar' o ministro Fernando Bezerra (Integração), em 2014, contra o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que o indicou ao cargo. Inclusive tentando tirá-lo do PSB”, cita coluna.

Também nesta semana, o prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), soltou durante entrevista cedida à Rádio Folha, que as mudanças de partidos do ministro não são novidades. “Ele já fez muita idas e vindas. Uma a mais, uma a menos, não é novidade. Ele já foi do PFL, PDS, PMDB. Já foi parte de vários governos. Então, mais um passo que ele der não é novidade nenhuma para o PSB", alfinetou Labanca.

Outro corregionário que não mediu críticas a FBC foi o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota (PSB). Após anúncios dos investimentos no combate a seca proferida por Dilma, o socialista emitiu nota cobrando agilidade nos repasses dos recursos

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