Na época das grandes navegações europeias que buscavam territórios que nunca tinham sido explorados pelo homem, já existia a função de secretário. O navegante que ficava com esse cargo, tinha que registrar os grandes feitos realizados pelos seus comandantes e subordinados. Depois que começaram as batalhas por terras envolvendo alguns países europeus, os homens que eram considerados secretários tiveram que entrar nas batalhas, e a função ficou em grande parta sob a responsabilidade das mulheres.
Já sobre a época contemporânea, o profissional formado em secretariado atua em gerências e secretarias, no sentido de desenvolver e manter a qualidade na gestão da comunicação empresarial. Diferentemente do que muitas pessoas pensam, o secretário não apenas cuida da agenda de compromissos do seu chefe, ele também planeja e cuida das atividades desenvolvidas no trabalho como um todo
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“Ele pode assessorar uma empresa ou pessoa, atua com gestão, comunicação e até logística. O secretario tem grande parte da sua área de trabalho em repartições públicas ou privadas, e até pode ser empreendedor, quando é dono da sua própria empresa de secretários”, explica a coordenadora do curso de secretariado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Simone Dias (foto à esquerda). A coordenadora também conta que uma nova atividade está sendo desenvolvida por secretários. “Agora nós também podemos organizar eventos, e nem por isso deixamos de atender ligações e marcar reuniões”, diz a coordenadora.
O curso
Segundo Simone, a graduação tem duração de três anos e meio. A maioria das matérias abordadas no curso é da área de humanas, recebendo destaque assuntos do âmbito da administração e línguas estrangeiras. Em relação à graduação da UFPE, Simone afirma que muitos alunos conseguem concluir o curso. “A evasão de alunos é muito pequena. O índice é de apenas 2% ou 3%, e por semestre, são formadas turmas com 60 pessoas”, diz.
Além da graduação superior, existe o nível técnico e o tecnólogo de secretariado. De acordo com a coordenadora, “o técnico é muito elementar, com a prática ligada mais a recepção e atendimento de pessoas”, exemplifica a profissional. No que diz respeito ao tecnólogo, ela classifica como “um curso intermediário entre o técnico e o superior, e puxa mais para as informações de informática, como conhecimento do pacote Office”, classifica Simone.
Ela orienta e ressalta, ainda, a necessidade das qualificações. “É importante ter pós-graduações e realizar atividades complementares. Além disso, ter conhecimento em inglês também é imprescindível”, aconselha ela.
Os secretários e o mercado
De acordo com Simone, os secretários não têm uma remuneração estabelecida. “Não tem como traçar um valor mínimo, porque o salário é flutuante. Quem se aperfeiçoa, tem destaque no mercado, não fica sem emprego e tem um bom salário”, conta a coordenadora. Os valores salariais da categoria variam, a depender da empresa e da formação. Existem salários de um pouco mais de R$ 800 e alguns que chegam a ser superior a R$ 2 mil.
Cibelle Santiago, que se formou em secretariado no ano de 2010 na UFPE, afirma que o curso e o mercado profissional atenderam as suas expectativas. “Minha experiência é a melhor possível e me abriu muitas portas. Hoje trabalho em uma loja e pretendo fazer um mestrado e dar prosseguimento na minha carreira”, almeja Cibelle.
Mesmo realizada na profissão, Cibelle reclama das discriminações que ela passa por ser secretária. “Quando eu reencontro amigos que estudaram comigo na época de escola, e eles descobrem que eu sou formada em secretariado, me perguntam se é necessário fazer curso para isso”, reclama. No entanto, a coordenadora Simone salienta a importância da graduação para a execução da profissão. “O profissional formado é atento a muitos detalhes que fazem a diferença para um bom secretário e deixa o cliente satisfeito”, frisa.
De acordo com a presidente do Sindicato das Secretárias do Estado de Pernambuco (Sinsepe), Bernadete Lieuthier, o Estado possui atualmente dois mil profissionais registrados, entre os níveis técnico e superior. No entanto, o Sinsepe tem conhecimento que existe um grande número de pessoas que atuam como secretário e que não têm registro profissional. Porém, a fiscalização é de responsabilidade do Ministério Público do Trabalho, e não do Sindicato. De acordo com Bernadete, “quando o Sinsepe nota alguma irregularidade eles entram em contato com o trabalhador e a empresa na tentativa de regularizar a situação”, explica a presidente.
Confira entrevista registrada em vídeo de Simone Dias, coordenadora do curso de Secretariado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da profissional Cibelle Santiago sobre o curso de graduação e o mercado de trabalho.
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