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O Teatro Municipal do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (6), foi palco do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Na noite, os destaques foram ‘Aquarius’ - filme de Kleber Mendonça Filho que trata da demolição de um prédio tradicional para que uma construtora possa fazer sua obra monumental no lugar - e ‘Elis’, sobre a vida da cantora Elis Regina.

O longa do cineasta pernambucano levou para casa os prêmios de melhor filme de ficção de melhor diretor. Kleber não pôde comparecer a premiação e foi representado pela produtora Emilie Lesclaux.  “Nestes tempos de retrocesso, a cultura é uma arma de construção em massa, liberta e oxigena”, disse ela em seu discurso.

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Já a cinebiografia de Elis Regina foi vencedora em sete prêmios diferentes, a maioria em categorias técnicas: fotografia, montagem de ficção, direção de arte, trilha sonora original, som, maquiagem, figurino e melhor atriz para Andréa Horta, que em seu agradecimento brincou “ainda vou morrer de tanto viver”. E completou: “Que o cinema, como o amor de verdade, nos faça evolui e abrir espaços. Lutemos contra a insensibilidade até o fim”.

‘Boi Neon’, de Gabriel Mascaro, recebeu os troféus das categorias de melhor direção de fotografia (dividido com ‘Elis’), melhor roteiro original (dividido com ‘BR716’) e melhor ator para Juliano Cazarré. ‘Minha Mãe é Uma Peça’ também surpreendeu e levou o premio de melhor roteiro adaptado (juntamente a ‘Big Jato’).

Confira a lista completa:

Melhor longa-metragem de ficção

"Aquarius", de Kleber Mendonça Filho

Melhor longa-metragem estrangeiro

"A chegada", de Denis Villeneuve

Melhor longa-metragem comédia

"O Shaolin do sertão", Halder Gomes

Melhor longa-metragem documentário

"Cinema Novo", de Eryk Rocha, e "Menino 23 — Infâncias perdidas no Brasil", de Belisario Franca.

Melhor direção

Kleber Mendonça Filho, por "Aquarius"

Melhor ator coadjuvante

Flavio Bauraqui, como Octávio Ignácio, em "Nise – o coração da loucura"

Melhor atriz coadjuvante

Laura Cardoso, como Yolanda, em "De onde eu te vejo"

Melhor ator

Juliano Cazarré, como Iremar, em "Boi Neon"

Melhor atriz

Andréia Horta, como Elis, em "Elis"

Melhor roteiro adaptado

Fil Braz e Paulo Gustavo, "Minha mãe é uma peça 2"

Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco, "Big Jato"

Melhor roteiro original

Domingos Oliveira, "BR716" e Gabriel Mascaro, "Boi Neon"

Melhor montagem documentário

Renato Vallone, "Cinema Novo"

Melhor montagem ficção

Tiago Feliciano, "Elis"

Melhor direção de fotografia

Adrian Teijido, "Elis" e Diego Garcia, "Boi Neon"

Melhor direção de arte

Frederico Pinto, "Elis"

Melhor trilha sonora

Mateus Alves, "Aquarius"

Melhor trilha sonora original

Otavio de Moraes, "Elis"

Melhor som

Jorge Rezende, Alessandro Laroca, Armando Torres Jr. e Eduardo Virmond Lima, "Elis"

Melhor efeito visual

Marcelo Siqueira, "Pequeno segredo"

Melhor maquiagem

Anna Van Steen, "Elis"

Melhor figurino

Cristina Camargo, "Elis"

Melhor curta-metragem animação

"Vida de boneco", de Flávio Gomes

Melhor curta-metragem ficção

"O melhor som do mundo" de Pedro Paulo de Andrade

Melhor curta-metragem documentário

"Buscando Helena" de Ana Amélia Macedo e Roberto Berliner

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A intervenção determinada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no Teatro Municipal após a descoberta de irregularidades na gestão da casa revela a necessidade de uma suplementação milionária de verba para a instituição não fechar o ano no vermelho. O déficit é de R$ 28 milhões. Citado no relatório final apresentado pelo interventor Paulo Dallari, o buraco nas contas é 55% maior do que o custo da temporada artística deste ano, avaliada em R$ 18 milhões, e equivale ainda ao investimento necessário para montar cerca de dez óperas.

De acordo com o relatório obtido pelo Estado, "a necessidade de novos aportes públicos ou da obtenção de recursos por outras fontes, como financiamento, captação ou a recomposição dos valores, permanece real e crítica para que o Teatro possa encerrar sua temporada sem interrupções ou cancelamentos". O rombo nas contas é uma consequência direta dos desvios praticados por ex-funcionários e prestadores de serviço de 2013 para cá. Estima-se que R$ 21,8 milhões tenham sido desviados a partir de contratos superfaturados e notas frias.

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O documento ainda indica que, se o processo de intervenção não tivesse sido feito, a expectativa de déficit seria ainda mais alta, de R$ 44,8 milhões. "Diante desse cenário, as equipes da Fundação Theatro Municipal e o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC) atuaram diretamente na redução dos valores, com a consolidação e a renegociação de dívidas tributárias, a redução dos custos das produções e a revisão dos principais contratos para otimizar os serviços prestados", explica Dallari.

Para viabilizar os cortes, foram estruturadas cinco grandes áreas e centros de custos: administrativo, institucional, artístico, produção e patrimônio. Houve, ainda, a contratação de um gerente financeiro, uma diretoria de patrimônio histórico e a incorporação de um advogado ao jurídico da entidade, além da implementação de um sistema exclusivo para compras e cadastramento de fornecedores para facilitar a fiscalização e o controle dos recursos.

A ausência de informações confiáveis não era exclusividade do setor de compras, o setor financeiro também não detinha informações organizadas sobre o que havia sido contratado, o que estava pago ou em aberto - nem mesmo funcionários ativos tinham informações. Em seu relatório, Dallari deixa claro a total falta de controle do uso do dinheiro público.

"Não havia gestão sobre o custo direto de cada corpo artístico ou área administrativa, as informações encontradas estavam em planilhas avulsas e o controle era feito de forma não padronizada pelos funcionários de cada área. Os documentos e pastas com informações financeiras eram arquivados fisicamente em armários, sem um backup ou histórico digitalizado e de fácil pesquisa, o que exigiu a completa digitalização dos arquivos financeiros atualmente em andamento", diz.

Pendências

A conclusão da intervenção é que há 22 pendências no Municipal a serem resolvidas. A primeira da lista é dar prosseguimento às investigações para apurar responsáveis pelos desvios - o Ministério Público Estadual tem inquéritos abertos nas áreas cível e criminal. A segunda é de ordem financeira. A sugestão de Dallari é solucionar o déficit a partir da obtenção de financiamento, usando o contrato de gestão como garantia ou por meio de aportes extras do Tesouro Municipal remanejados de outras áreas.

A gestão Haddad não informou se essas são possibilidades em análise. Disse apenas que "não há que se falar em déficit". Segundo a Prefeitura, serão tomadas as providências para manter a programação e pagar salários e encargos As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Teatro Municipal recebeu documentos que mostram que a empresa do maestro John Neschling, a PMM Produções Artísticas e Culturais, pediu que seis notas fiscais emitidas à Prefeitura de São Paulo tivessem a descrição dos serviços alterada após pagamentos de R$ 150 mil cada uma. Para os vereadores, há indícios de fraude.

A escritora Patrícia Melo Neschling, sócia majoritária da empresa e mulher do maestro, nega qualquer irregularidade e diz que seguiu orientações do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), organização social que cuida da gestão do teatro.

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Para os promotores do Grupo Especial de Combate a Delitos Financeiros (Gedec), é preciso investigar se houve suposta alteração das notas fiscais para inserir dados falsos, o que é crime, ou se ocorreu uma adequação das notas ao contrato do maestro firmado com o IBGC, que seria um procedimento legal.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a um e-mail no qual Patrícia pede ao seu contador que entre em contato com o diretor financeiro do IBGC para tratar da questão da "alteração dos descritivos de notas fiscais do maestro". Patrícia pede que nas notas expedidas à Prefeitura, entre junho e dezembro de 2014, conste "serviços prestados como diretor artístico e regência do projeto Teatro Municipal de São Paulo". Antes, constava apenas o item "serviços prestados de direção artística".

Neschling assumiu a direção artística do Teatro Municipal, em 2013, quando José Luiz Herência foi nomeado para direção da Fundação Theatro Municipal e William Nacked foi escolhido para ser diretor do IBGC.

Os três - além do secretário de Comunicação Social da Prefeitura, Nunzio Briguglio Filho - são investigados pelo Gedec por suspeita de fazer parte de um esquema de corrupção que desviou pelo menos R$ 15 milhões até 2015. Herência e Nacked firmaram acordo de delação premiada com o Ministério Público. Briguglio e Neschling negam as acusações.

Em 2014, a Controladoria-Geral do Município (CGM) propôs ao IBGC que o maestro detalhasse os serviços prestados ao teatro para justificar os pagamentos. Segundo a CPI, as alterações pedidas por Patrícia seriam para a PMM se adequar às regras. "Ela será chamada para prestar esclarecimentos à CPI", disse o presidente da comissão, vereador Quito Formiga (PSDB).

Em nota, Patrícia Melo Neschling informou que pediu ao seu contador para modificar as notas fiscais seguindo orientações da direção financeira do IBGC e ressaltou que vai tomar providências judiciais pelo vazamento de seus e-mails. A reportagem não localizou ninguém da assessoria do instituto para comentar o caso.

Saída

O maestro foi afastado da direção artística do Teatro Municipal na segunda-feira, seis meses depois de seu nome aparecer oficialmente como suspeito nas investigações da promotoria. A decisão teve o aval do prefeito Fernando Haddad (PT). O IBGC anunciou o afastamento de Neschling. Em nota, o maestro afirmou que "foi traído por todos aqueles que um dia disseram prezar meu trabalho, a cultura brasileira e o Teatro Municipal". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após ser alvo de suspeitas por quase seis meses, o maestro John Neschling foi afastado na segunda-feira (5) dos cargos de diretor artístico e regente titular do Teatro Municipal de São Paulo. Ele é investigado pelo Ministério Público Estadual por suspeita de participação no esquema de corrupção que teria desviado ao menos R$ 15 milhões dos cofres municipais. O maestro nega e considera a demissão ilegal.

O regente era funcionário do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), organização social responsável pela gestão do teatro desde agosto de 2013. Oficialmente, a Prefeitura diz que o caso de Neschling ainda está sob análise da Corregedoria e sua saída agora é decisão autônoma do IBGC.

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Mas o Estado apurou que a demissão teve aval do prefeito Fernando Haddad (PT). Segundo o contrato, firmado entre a entidade e a empresa que o músico mantém com a mulher, a escritora Patrícia Melo, o pagamento das duas funções somava R$ 150 mil por mês, além de mais R$ 8 mil para despesas variadas. O motivo oficial da demissão não foi divulgado pelo instituto. Também não foi anunciado novo diretor.

A decisão pegou o maestro de surpresa. No domingo, Neschling enviou nota à imprensa afirmando que tinha o apoio de Haddad para permanecer à frente do teatro. Na mensagem, deu a entender que chegou a pensar em se demitir, mas mudou de ideia após se encontrar com o prefeito na semana passada. Em vídeo segunda-feira no Facebook, o músico agradece o público que o prestigiou em espetáculo no domingo e afirma que está "forte" e continuaria o trabalho.

A postura de Neschling não teria sido bem recebida por Haddad, já pressionado por integrantes de sua campanha e da Prefeitura - nos últimos dias, a Controladoria-Geral do Município, a Corregedoria e a Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos buscavam uma solução para o problema que havia se tornado o contrato com o maestro. Durante agenda eleitoral na segunda-feira de manhã, o prefeito afirmou que o caso estava em análise e um comunicado a respeito seria feito à tarde. A notícia foi antecipada pelo músico, que classificou a demissão como ilegal. Já o IBGC se limitou a informar que a agenda do Municipal não será alterada.

Investigações

O nome de Neschling foi citado nas investigações em março pelo ex-diretor da Fundação Theatro Municipal José Luiz Herência, primeiro delator do esquema. No acordo que firmou com o MPE, ele afirma que o músico não só sabia das fraudes como participava delas, usando a indicação de espetáculos superfaturados ou a contratação de artistas internacionais por valores superiores aos praticados no País. Um dos projetos sob investigação, o Alma Brasileira, custou R$ 1 milhão à cidade, apesar de nunca ter sido montado.

De lá para cá, o maestro passou a ser oficialmente investigado pelo Grupo Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público, e foi novamente acusado, desta vez pelo ex-diretor do IBGC William Nacked, que também teve acordo de delação homologado pela Justiça. Assim como Herência, Nacked afirma que Neschling participava do esquema ao contratar espetáculos de agentes que depois o chamavam para apresentações no exterior, como uma espécie de "toma lá, dá cá".

Na segunda-feira, os promotores do Gedec afirmaram ao Estado que, "sem perder o respeito com os investigados e todos os seus direitos individuais, a investigação criminal vai a fundo para que todos os fatos sejam desmantelados, bem como o desvio de valores seja recuperado, pouco importando quem são as pessoas envolvidas". Os promotores ainda informaram que o maestro Neschling e seu advogado há muito tempo têm acesso aos autos do procedimento investigatório. "Ele será inquirido no momento oportuno e terá a oportunidade de, querendo, dar sua versão para os fatos sob apuração."

Para o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o esquema na Câmara Municipal, vereador Quito Formiga (PSDB), a demissão de Neschling foi tardia. "A permanência dele era insustentável diante do avanço das investigações. Agora que começou a campanha o prefeito Haddad resolveu agir. Ainda bem", disse.

Músico se diz traído e afirma que decisão é 'arbitrária e ilegal'

John Neschling se antecipou ao anúncio do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC). O maestro comunicou a imprensa, em nota, na tarde de segunda-feira, que havia sido afastado da direção artística do Teatro Municipal. Nela, diz que a decisão foi um ato unilateral, que pretendeu extinguir seu contrato de "forma ilegal e arbitrária". Diante da situação, o músico afirmou que, juntamente com seus advogados, tomará as providências legais cabíveis.

Sem mencionar nomes, Neschling disse que "foi traído por todos aqueles que um dia disseram prezar meu trabalho, a cultura brasileira e o Teatro Municipal". Segundo ele, essas pessoas cederam à mentira e à pressão do Ministério Público Estadual, para manter em pé um projeto político.

Na nota, o músico afirmou que se mantém com altivez, de cabeça erguida. "Não participei de nenhum esquema, de nenhuma falcatrua. Reitero a minha inocência. Sempre julguei que aquele que é inocente deve permanecer onde está para aguardar com tranquilidade a investigação em todos os âmbitos."

Na avaliação de Neschling, há em curso atualmente um "complô político" que visa a manchar seu nome e sua história. "Quanto àqueles que atuam para liquidar meu nome e reputação, saibam que minha honra é fruto de minha trajetória de 50 anos de vida pública com imagem ilibada."

Acúmulo

O IBGC não comentou as declarações do maestro e agora ex-funcionário. Também por e-mail, afirmou que mais informações sobre o caso seriam prestadas no "momento oportuno". A organização agora terá de nomear um novo diretor artístico e também um novo regente titular para a Orquestra Sinfônica do Municipal - o maestro acumulava as funções. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC) afastou nesta segunda-feira, 5, o maestro John Neschling da direção artística do Teatro Municipal. Como a reportagem o revelou no último sábado, 3, três órgãos da administração municipal estavam mobilizados para suspender o contrato do maestro, que ganhava R$ 150 mil mensais.

Ele é investigado pelo Ministério Público Estadual por suspeita de participação em um esquema de corrupção que desviou pelo menos R$ 15 milhões da Fundação Theatro Municipal. Ele nega as acusações.

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Também são investigados por suspeita de participação no esquema o ex-diretor da Fundação Jorge Luiz Herência; o ex-diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC) - organização social contratada para cuidar da gestão do Municipal -, William Nacked; e o secretário de Comunicação Social da Prefeitura, Nunzio Briguglio Filho.

Herência e Nacked confessaram os crimes e firmaram acordo de delação premiada com o Ministério Público. Bruguglio nega as acusações.

O diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo, John Neschling, um dos investigados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por suspeita de participação no esquema de corrupção que teria desviado ao menos R$ 15 milhões da casa de espetáculos, afirmou no domingo (4) que não vai deixar o cargo - ele recebe R$ 150 mil mensais. Em nota, o maestro informou que marcou um encontro com o prefeito Fernando Haddad (PT) na última sexta-feira (2) para tratar do assunto e recebeu dele o apoio necessário para sua decisão.

"No nosso encontro, ele (Haddad) me reafirmou o que vem dizendo publicamente, que apenas por uma determinação clara da Controladoria (caso houvesse provas ou indícios de malfeitos da minha parte - o que não era o caso), ele me demitiria. Afirmou, no entanto, que entendia minhas dificuldades e garantiu que respeitaria qualquer decisão que tomasse", disse Neschling.

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Segundo a assessoria de imprensa da gestão Haddad, a reunião aconteceu um dia antes, na quinta-feira (1º), e não foi divulgada publicamente na agenda diária do prefeito por se tratar de "assuntos internos".

Mobilização

No sábado (3), reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que três órgãos da administração municipal estão mobilizados para suspender o contrato do maestro, por meio de seus comandantes diretos: o corregedor-geral Daniel Gaspar de Carvalho, o controlador Gustavo Gallardo e o secretário de Negócios Jurídicos, Robinson Barreirinhas.

A análise é que as suspeitas sobre a participação de Neschling no escândalo e também do secretário municipal de Comunicação, Nunzio Bruguglio Filho - ambos negam -, pode prejudicar o desempenho de Haddad, que tenta a reeleição.

Essa movimentação contra a permanência do maestro ganhou força dentro na Prefeitura na semana passada, após o Tribunal de Contas do Município (TCM) considerar, por unanimidade, irregular o contrato firmado com o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), responsável pela gestão do Teatro Municipal.

A saída de Neschling ainda é defendida pelos promotores que investigam o caso, por parte dos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Municipal para apurar os desvios na instituição e também pelo ex-chefe de gabinete de Haddad, Paulo Dallari, que atuou nos últimos meses como interventor do IBGC a pedido do prefeito, mas deixou o cargo por discordar da permanência do músico.

Também na semana passada, a Polícia Federal informou aos parlamentares que compõem a CPI que o passaporte do músico seria apreendido, conforme requerimento aprovado na Câmara, o que agravou a situação. A decisão foi posteriormente revertida pela defesa do maestro.

Crime

Segundo o Grupo Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público, os desvios ocorreram entre 2013 e 2015, quando teria funcionado um esquema de uso de notas frias e aditivos irregulares em contratos, entre outras práticas. No Gedec, os suspeitos são investigados por lavagem de dinheiro, corrupção e associação criminosa.

Além de Neschling, são alvo do Ministério Público o ex-diretor da Fundação Theatro Municipal José Luiz Herência e o ex-diretor do IBGC William Nacked. Ambos firmaram acordo de delação com o MPE e se comprometeram a devolver cerca de R$ 10 milhões aos cofres públicos. Já a Promotoria do Patrimônio Público apura, na área cível, possível má gestão do dinheiro público. Neste caso, estão incluídos Haddad e o ex-secretário da Cultura Juca Ferreira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Estadual (MPE) espera para os próximos dias que a Prefeitura anuncie o afastamento do maestro John Neschling da direção artística do Teatro Municipal. O Estado apurou que três órgãos da administração municipal estão mobilizados para suspender o contrato do maestro, que recebe R$ 150 mil mensais. Para os promotores, Neschling é suspeito de integrar um esquema de corrupção que desviou pelo menos R$ 15 milhões da Fundação Theatro Municipal. Ele nega as acusações.

O corregedor-geral Daniel Gaspar de Carvalho, o controlador Gustavo Gallardo e o secretário de Negócios Jurídicos, Robinson Barreirinhas, analisam os fatos e documentos que ligam Neschling ao suposto esquema investigado pelos promotores do Grupo Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec) - que apura crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e associação criminosa, entre outros - e do Patrimônio Público, que investiga a má gestão do dinheiro da Prefeitura. Nesta última apuração estão incluídos o prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-secretário da Cultura Juca Ferreira, além dos investigados no procedimento criminal.

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O Estado apurou que a intenção da gestão Haddad é suspender o contrato do maestro para preservar a imagem do prefeito, que se desgastou com o decorrer das investigações ao defender Neschling das suspeitas de corrupção. Ontem, a assessoria do maestro anunciou que Neschling faria "um comunicado público" no Municipal, na segunda-feira. Em seguida, a mesma assessoria desmarcou o encontro sem explicar o motivo.

Segundo fontes ouvidas pelo Estado, Neschling estuda pedir o afastamento antes de ser tirado do cargo pela Prefeitura. Oficialmente, a administração municipal informou que o maestro continua na função. A assessoria de Neschling não se manifestou.

Cerco

As investigações estão concentradas no maestro nos últimos dias. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Teatro Municipal determinou que o passaporte dele fosse apreendido. A Polícia Federal informou aos parlamentares que faria a apreensão, mas o advogado do maestro, Eduardo Carnelós, conseguiu que a Justiça suspendesse a medida.

Já o Tribunal de Contas do Município (TCM) rejeitou as contas do Municipal referentes ao ano de 2014. E julgou irregular o contrato firmado com o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), órgão gestor.

O esquema de corrupção que teria desviado ao menos R$ 15 milhões dos cofres do Teatro Municipal de São Paulo usou aditivos contratuais para elevar gastos com fornecedores e prestadores de serviço por três anos. O ex-diretor-geral do Municipal, José Luiz Herência, relatou a existência do esquema em delação ao Ministério Público Estadual.

Entre 2013 e 2015, cada acordo superfaturado rendeu 5% de propina. O Ministério Público suspeita que a 'comissão' tenha retirado do teatro R$ 5,5 milhões, ou um terço do total sob suspeita de desvio.

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O montante foi calculado de acordo com a lista de aditivos firmados pelo Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), organização social que gerencia o teatro e tinha com o diretor à época William Nacked - outro suspeito, que já fechou acordo de delação com o MPE. Foram feitas 16 revisões de contrato até novembro de 2015, período no qual o teatro teve como diretor-geral Herência, que seria o principal beneficiário dessa prática. As negociações somam R$ 111,6 milhões.

Os pagamentos eram autorizados pelo então secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, que é investigado, na área cível, por suspeita de improbidade administrativa porque autorizava os contratos. Herência, no entanto, afirmou aos promotores criminais que investigam o caso que o ex-auxiliar do prefeito Fernando Haddad (PT) desconhecia o esquema de fraude e apenas assinava os requerimentos por confiar nos gestores. Ele foi indicado ao cargo por Ferreira. Os dois haviam trabalho juntos no Ministério da Cultura.

Os ex-funcionários envolvidos firmaram acordos de delação premiada com o Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do MPE. A dupla assumiu participação nos desvios e se comprometeu a devolver R$ 9 milhões aos cofres públicos. Os promotores responsáveis não deram entrevistas.

Notas frias

Quarta-feira, 24, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o caso na Câmara Municipal, Herência confirmou que superfaturava contratos e também 'esquentava' notas frias por meio do IBGC. Parte dessas notas era forjada para justificar supostas obras de reparo no interior do teatro, gastos com produções de cenários e até apresentações musicais.

A comissão sobre os aditivos iria para o bolso de Herência. A meta era equiparar seus rendimentos ao salário do maestro John Neschling, que recebe R$ 150 mil por mês como diretor artístico do teatro e regente da Orquestra Sinfônica Municipal. Nacked, por sua vez, teria admitido ter usado o IBGC para pagar gastos de outra entidade que gerenciava.

Já o maestro, segundo as investigações, usava sua influência para obter contratos no exterior. Segundo informado nos acordos de delação, Neschling ordenava a contratação de artistas e produtores de fora do País que, posteriormente, o contratavam para apresentações no exterior. O suposto conflito de interesse é investigado tanto na área criminal quanto na cível. O músico nega essa relação e qualquer participação nos desvios.

Juca Ferreira afirmou que os aditivos eram aprovados mediante justificativas técnicas que apontassem a necessidade de tais medidas, que, por sua vez, eram submetidas à análise das equipes de Planejamento e de Finanças da Prefeitura. O ex-secretário disse ainda que desconhece ser investigado por improbidade e que está disposto a prestar esclarecimentos a fim de contribuir com as investigações.

Secretária de Cultura substitui Dallari no cargo

O prefeito Fernando Haddad (PT) oficializou na quinta-feira, 25, no Diário Oficial da Cidade, a exoneração de Paulo Dallari da direção da Fundação Theatro Municipal de São Paulo. O advogado passou a ocupar o cargo em novembro do ano passado, após pedido de demissão do então diretor José Luiz Herência. Em seu lugar, assume Maria do Rosário Ramalho, que está à frente da Secretaria Municipal da Cultura desde abril.

Após a revelação do escândalo de fraudes, Dallari passou a ocupar também o cargo de interventor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC). A saída do advogado aconteceu a pedido, e foi provocada pela permanência do maestro John Neschling no posto de diretor artístico do Municipal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O maestro John Neschling exigiu ter acesso ao depoimento prestado por José Luiz Herência aos integrantes da CPI como condição para confirmar sua presença na reunião desta quarta-feira, 17.

O advogado dele, Eduardo Carnelós, já teve acesso aos documentos. Herência aceitou prestar depoimento aos parlamentares no mês de junho, mas em sessão fechada, pois as investigações correm em sigilo. Além de Herência, já foram ouvidos o secretário de Comunicação, Nunzio Briguglio Filho, e o ex-secretário da Cultura Juca Ferreira.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça determinou a quebra de sigilo dos e-mails do maestro John Neschling, diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo. O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual (MPE), que investiga um esquema de corrupção que desviou pelo menos R$ 15 milhões dos cofres públicos. Apesar de investigado, o músico segue no comando do centro de espetáculos. Já o diretor-geral, Paulo Dallari, pediu demissão do cargo e só fica até o dia 22.

Os promotores do Grupo Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec) não quiseram falar sobre o caso. O Estado apurou que a investigação busca mensagens que mostrem a existência de um suposto esquema envolvendo o maestro, o ex-diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), William Nacked, e o secretário municipal de Comunicação, Nunzio Briguglio Filho. O IBGC é a organização social que administra o teatro.

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Segundo as investigações, o desvio de recursos aconteceu entre 2013 e 2015, quando José Luiz Herência era o diretor da Fundação Theatro Municipal. Réu confesso, Herência fez acordo de delação premiada, confessou ter desviado R$ 6 milhões e apontou a participação dos demais investigados, que negam as acusações.

Após a revelação do esquema, o prefeito Fernando Haddad (PT) nomeou Dallari diretor-geral da Fundação Theatro Municipal e interventor no IBGC. Ex-chefe de gabinete do prefeito, ele já deixaria o posto de interventor em agosto, mas ficaria como diretor da fundação. Agora, com a demissão, a Prefeitura terá de procurar outro nome para a função.

Mensagens

Com a decisão judicial, os promotores passarão a ter acesso a todas as mensagens eletrônicas trocadas por Neschling desde que assumiu o posto de diretor artístico, em 2013. O conteúdo pode revelar, por exemplo, a participação dele na contratação de espetáculos superfaturados, um dos focos da investigação, ou mesmo em apresentações negociadas, pagas e depois canceladas. É o caso do projeto Alma Brasileira, que custou R$ 1 milhão aos cofres municipais, mas nunca foi montado na capital paulista.

A negociação desse espetáculo teve início em junho de 2014 com o envio, por Briguglio Filho, de uma carta ao produtor argentino Valentin Proczynski. Nela, o secretário de Comunicação de Haddad afirma que a Prefeitura tem interesse no espetáculo, sobre a obra do compositor Heitor Villa-Lobos, e se compromete com pagamentos, mesmo sem ter acesso ao projeto. O contato teria sido feito sem o conhecimento do então secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, que também nega envolvimento no esquema.

Há a expectativa de que parte das tratativas que resultaram no pagamento do musical nunca realizado em São Paulo tenha sido feita por e-mail. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Municipal para investigar irregularidades na gestão do teatro já teve acesso a algumas das mensagens trocadas entre os investigados pelo MPE. Em uma delas, Neschling pressiona Herência a assinar o contrato com Proczynski, já que, segundo o maestro, o cancelamento do acordo seria um "desgaste para o teatro" no Brasil e no exterior.

Para o vereador Ricardo Nunes (PMDB), que integra a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara para investigar irregularidades na gestão do Municipal, a decisão da Justiça deve ajudar a materializar todos os indícios já levantados pelos parlamentares sobre a participação de Neschling no esquema. "Acredito que agora as coisas vão se complicar para ele. Depois que os e-mails vierem à tona, a manutenção dele no cargo (de diretor artístico) vai ficar difícil", afirma.

Requerimento apresentado por Nunes com o mesmo objetivo, de quebra de sigilo, chegou a ser aprovado pelos demais vereadores da CPI no início de julho. Um mês depois, no entanto, o relator da comissão, Alfredinho (PT), conseguiu suspender a votação, com o argumento de que foi feita em reunião secreta. O petista não foi encontrado na segunda-feira, 15.

Em nota, a defesa de Neschling afirmou que, "embora lamente a violação do sigilo da correspondência, já que expõe dados de sua vida pessoal, a quebra do sigilo não comprometerá o músico, uma vez que ele nunca praticou ilicitude". Em entrevista, na semana passada, o maestro ressaltou que foi inocentado das acusações pela Controladoria-Geral do Município (CGM).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No período investigado pelo Ministério Público Estadual a respeito do desvio de recursos públicos em contratos superfaturados, o orçamento da Fundação Theatro Municipal de São Paulo dobrou. Segundo informações da Secretaria Municipal de Finanças, o valor repassado do Tesouro Municipal foi de R$ 59 milhões, em 2013, para R$ 119,3 milhões em 2015. Para este ano, a previsão de gastos é de R$ 121 milhões. Mas o aumento de verba não se traduziu em aumento de espetáculos, especialmente no que diz respeito às óperas, consideradas o carro-chefe. Neste ano, serão quatro, mesmo número de produções montadas em 2013.

Levantamento feito pela reportagem com base na programação publicada no site oficial do teatro mostra ainda que a quantidade de dias no ano em que o Municipal abre as portas ao público segue estagnada. Em 2013, primeiro ano do atual modelo de gestão, via organização social, houve atrações em 103 dias. Em 2014, foram 104 e, em 2015, 103 dias novamente.

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Para o diretor da revista Concerto, Nelson Kunze, apesar de o número de óperas não ser alto, houve avanços tanto do ponto de vista institucional quanto artístico. O especialista cita, por exemplo, a regularização trabalhista dos artistas do teatro, que finalmente assinaram contratos via CLT, uma demanda antiga da categoria. "Infelizmente, contudo, ainda do ponto de vista institucional, o teatro não conseguiu ativar a Central Técnica de Produção, indispensável para criação e o armazenamento das produções."

A gestão Fernando Haddad (PT) também não quis comentar questões orçamentárias do Teatro Municipal, mesmo esse não sendo o objeto de investigação no MPE. Já o maestro John Neschling disse que a programação foi mantida a "duras penas, apesar dos ladrões que pilharam o teatro". Sobre a central técnica, o músico também informou que não houve verba para implementá-la em função dos desvios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Teatro Municipal na Câmara Municipal realiza na tarde desta quarta-feira (27) uma reunião extraordinária a pedido do vereador Alfredinho (PT), que contesta os procedimentos adotados pelo grupo.

Em documento enviado ao presidente da CPI, vereador Quito Formiga (PSDB), o petista pede a reconsideração dos integrantes em relação aos requerimentos aprovados na última reunião, em 6 de julho. Nela, foi aprovada a quebra dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e de e-mails dos investigados pelo Ministério Público no esquema de corrupção que desviou ao menos R$ 15 milhões do teatro.

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Na lista, estão o maestro Jonh Neschling, que é diretor artístico do teatro, o secretário municipal de Comunicação da gestão Fernando Haddad (PT), Nunzio Briguglio Filho, o diretor da Fundação Teatro Municipal entre 2013 e 2015, José Luiz Herencia, e William Nacked, ex-diretor geral do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural. Todos são investigados pelo Ministério Público Estadual e negam participação no esquema, com exceção de Herencia, que é réu confesso e firmou acordo de delação premiada.

Alfredinho argumenta, por exemplo, que a comissão tem adotado práticas que contrariam o regimento interno da Câmara, como a "aprovação de requerimentos de forma verbal", a realização de "reuniões secretas" e o "envio de documentos a órgãos externos sem que a CPI tenha sido concluída".

"A perpetuação das irregularidades apontadas podem colocar em risco os esforços da CPI do Teatro Municipal, gerando nulidade, e, por conseguinte, prejudicando sobremaneira os resultados alcançados", afirma o petista.

A Procuradoria da Casa, por sua vez, declarou que não vê irregularidades na conduta da CPI até o presente momento. O departamento jurídico foi consultado pelo presidente Quito Formiga após reclamação formal de Alfredinho. Para integrantes da oposição, a medida nada mais é que uma "operação abafa". Segundo eles, aliados do prefeito Fernando Haddad (PT) querem brecar as investigações na Casa.

A reunião agendada para esta quarta é extraordinária, ou seja, não estava planejada pela comissão, que só voltaria a se reunir no dia 3 de agosto. Nesta data, está prevista a presença do ex-secretário municipal de Cultura e ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira. O maestro Neschling também foi convidado a depor.

Desvios

Investigação conjunta do Ministério Público Estadual e da Controladoria-Geral do Município, revelada no ano passado pelo Estado, indica a existência de um esquema de corrupção que já teria desviado ao menos R$ 15 milhões dos cofres públicos, a partir de contratos irregulares firmados pela Fundação Teatro Municipal durante a gestão de José Luiz Herencia, entre 2013 e 2015.

De acordo com a investigação, há suspeita de que contratos firmados por Herencia foram superfaturados de forma proposital. O ex-diretor da fundação teria ficado com R$ 6 milhões desviados da entidade - parte dos bens adquiridos com a corrupção estaria registrada em nome da mãe do ex-diretor e de sua ex-namorada.

Com o andamento das investigações e seu afastamento do cargo - por determinação do prefeito Haddad -, Herencia confessou os crimes e firmou deleção premiada com o Ministério Público, na qual afirma que participavam do esquema também o secretário municipal de Comunicação, Nunzio Briguglio Filho, o maestro John Neschling, que foi diretor artístico durante a gestão de Herencia, e William Nacked, ex-diretor geral do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural. Todos os envolvidos negam as acusações. Segundo a Controladoria-Geral do Município, foi o maestro quem relatou ao órgão problemas na gestão de Herencia.

Entre os contratos em investigação está um acordo firmado pela entidade para apresentação, no Municipal, de um grupo multimídia de Barcelona, em parceria com a Orquestra Sinfônica de São Paulo. O MPE investiga a razão de as primeiras parcelas referentes ao contrato de R$ 1 milhão começarem a ser pagas três meses antes da assinatura do acordo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vereadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) responsável por investigar irregularidades que resultaram no desvio de R$ 15 milhões do Teatro Municipal aprovaram na quarta-feira, 6, por unanimidade, a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do secretário municipal de Comunicação, Nunzio Briguglio. A lista completa de e-mails trocados por ele de 2013 para cá também deverá ser entregue aos parlamentares, que acreditam na participação do secretário no esquema.

A comissão ainda aprovou, em caráter sigiloso, o envio de uma representação ao Ministério Público Estadual (MPE) pedindo a abertura de inquérito contra o secretário por improbidade administrativa, além de um pedido de informação à Polícia Federal com a lista de viagens internacionais feitas por Nunzio nos últimos três anos. Todos os requerimentos foram estendidos aos demais investigados. O secretário concordou em apresentar os dados referentes à correspondência eletrônica. Sobre os demais pedidos, não tinha conhecimento formal na quarta-feira.

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Presidente da CPI, o vereador Quito Formiga (PSDB) afirmou que as informações prestadas ontem por Nunzio não afastam a possibilidade de seu envolvimento no caso. "Ele não esclareceu nenhuma de nossas dúvidas. Disse apenas que não tem conhecimento de nada, apesar de receber e-mails e documentos (relacionados a contratações do Teatro Municipal)."

Entre os documentos mencionados estão cartas e e-mails que supostamente comprovariam a influência que Nunzio teria sobre os contratos firmados pela fundação que geriu o Teatro Municipal entre 2013 e 2015, período investigado. Em um deles, negocia valores de um acordo ainda não concretizado com uma empresa espanhola. Na correspondência, de junho de 2014, o secretário se compromete a empenhar ao menos ¤ 150 mil no projeto, que nem sequer era conhecido oficialmente pela Prefeitura na época.

Em outro, Nunzio é citado pelo maestro John Neschling, diretor artístico do Municipal e também investigado por participação no esquema, em e-mail enviado ao ex-diretor geral do órgão José Luiz Herência, réu confesso no esquema, que teria sido responsável pelo desvio de R$ 6 milhões. Na conversa online, Neschling diz que tem a "segurança do secretário" de que o negócio com a empresa catalã Old and New Montecarlo, para produção de espetáculos no Brasil sobre a obra do compositor Heitor Villa-Lobos, seria concretizado.

Na CPI, o secretário reconheceu que enviou a carta à empresa espanhola, mas disse que o fez com a intenção de divulgar a cidade no exterior, já que viu no projeto uma oportunidade de marketing. Ele negou que tenha determinado a contratação ou qualquer tipo de pagamento. Na saída da reunião, afirmou que os "réus estão desesperados", com o "pé na cadeia", e que, por isso, querem levar outros nomes com eles. Além de Herência, William Nacked, diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural, também teria desviado recursos.

"Os dois são acusados do desvio de mais de R$ 15 milhões, práticas das mais escabrosas possíveis. Estão em desespero, e como todos sabem que sou muito próximo do prefeito e do maestro John Neschling, foi uma forma de criarem um tumulto. Mas na administração Haddad todos aqueles que cometeram falhas foram afastados e processados. Não é o meu caso", afirmou Nunzio.

A CPI só retomará os trabalhos em agosto. Na próxima reunião, deverão ser ouvidos o maestro Neschling e o ex-secretário da Cultura Juca Ferreira.

Suspensão. A bancada do PT pretende pedir a suspensão da CPI à Mesa Diretora, por considerar que a comissão está se precipitando nos pedidos de informações, como no caso da quebra de sigilo. "Não acho que seja a função da CPI representar o Ministério Público de forma tão atropelada. Isso seria sugestão para o fim da apuração", disse o vereador Alfredinho (PT).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara de São Paulo instalou nesta quarta-feira, 8, a CPI do Teatro Municipal, que vai apurar irregularidades nos contratos firmados pelo órgão entre 2013 e 2015, na gestão Fernando Haddad (PT). A comissão será presidida pelo vereador Quito Formiga (PSDB), autor do pedido de CPI, e terá o petista Alfredinho como relator.

No período em análise, o teatro foi comandado por José Luiz Herencia, investigado por superfaturar contratos e provocar prejuízo de R$ 18 milhões. Réu confesso, ele fez acordo de delação premiada com a promotoria e implicou o secretário de Comunicação, Nunzio Briguglio, e o maestro John Neschling. Ambos negam as acusações.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), defendeu o secretário Nunzio Briguglio Filho e afirmou que não houve qualquer irregularidade. "Todos sabem que ele (Nunzio) é um grande admirador de música clássica. Ele se entusiasmou com a ideia do projeto (de trazer o grupo espanhol). Mas o projeto foi cancelado, não vingou", disse.

Haddad afirmou ter ficado surpreso com a denúncia de Herencia sobre a suposta participação do maestro John Neschling. "Causa estranheza ele (Herencia) acusar quem o denunciou." Haddad confirmou que foi o maestro quem o procurou para revelar irregularidades na administração da Fundação Theatro Municipal.

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Ele lembrou que a Prefeitura de São Paulo determinou a intervenção na gestão do Teatro em fevereiro, depois das denúncias de corrupção envolvendo a gestão de Herencia, de 2013 a 2015. A intervenção ficará sob comando de Paulo Dallari, atual diretor do Municipal, pelo prazo de 90 dias.

O advogado Eduardo Carnelós, defensor de John Neschling, disse que o maestro está tendo a imagem prejudicada por uma pessoa que teve os crimes descobertos pela investigação. "Não foi apresentada uma única prova para sustentar essas acusações absurdas. Vale destacar que foi o próprio maestro que, ao suspeitar das irregularidades praticadas na Fundação Theatro Municipal, procurou o prefeito e fez as denúncias", disse Carnelós.

O defensor diz ainda que Herencia é "réu confesso". "Essa é atitude clara de vingança dele contra o maestro John Neschling, que é um nome respeitado no Brasil e em todo o mundo." Carnelós explicou que todos os rendimentos obtidos pelo maestro graças a apresentações no exterior são devidamente declarados.

Segundo ele, o produtor Valentin Proczynski cuida da agenda de Neschling no exterior. "Este depoimento tem um propósito único: atingir a honra do maestro. São declarações sem prova alguma." O advogado disse que não teve acesso à delação de José Luiz Herencia.

A reportagem procurou o ex-diretor do IBGC, William Nacked, mas ele não foi localizado. Sua secretária informou que ele está fora de São Paulo.

Verba. A gestão de Herencia levantou suspeitas depois que ele, em julho do ano passado, pediu uma verba extra de R$ 6 milhões para cobrir despesas do teatro. Após apresentar as justificativas, o dinheiro foi liberado pela Prefeitura.

Três meses depois, o então diretor pediu mais R$ 12 milhões. "No início, achávamos que era apenas incompetência da gestão. Depois do segundo pedido, decidimos abrir investigação por meio da CGM", disse o prefeito. A fundação tinha verba anual de cerca de R$ 100 milhões, segundo Haddad.

Herencia não foi localizado. Ele é investigado por corrupção, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-diretor da Fundação Theatro Municipal de São Paulo, José Luiz Herencia, fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE). Ele é investigado por superfaturar contratos da entidade com artistas e causar prejuízo de pelo menos R$ 18 milhões aos cofres públicos.

A reportagem apurou que ele confessou os crimes e delatou outros supostos participantes do esquema de corrupção: o maestro John Neschling, que foi diretor artístico durante a gestão de Herencia, e William Nacked, diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC). Herencia disse ainda que o atual secretário de Comunicação da Prefeitura, Nunzio Briguglio Filho, se empenhou pessoalmente para que fosse firmado um contrato milionário para apresentação de uma orquestra da Espanha.

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O prefeito Fernando Haddad (PT) disse que apoia as investigações, mas "estranha" o envolvimento do nome do maestro na delação, pois as investigações da Controladoria-Geral do Município (CGM) começaram após denúncias de irregularidades feitas por Neschling. Procurados pela reportagem, os promotores do Grupo Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec) não quiseram falar.

Herencia já foi ouvido pelos promotores e deve prestar mais depoimentos nos próximos dias. O acordo de delação premiada ainda não foi homologado pela Justiça. Um dos requisitos é que, além de confessar a participação no esquema criminoso, ele entregue os demais integrantes e apresente ou indique provas para comprovar as acusações.

Provas

Um dos documentos em poder dos promotores e da CGM é um contrato firmado entre o IBGC e o produtor musical Valentin Proczynski, de 30 de junho de 2015.

Nele, um grupo teatral multimídia de Barcelona se apresentaria com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, em maio deste ano, no Teatro Municipal, para mostrar composições de Heitor Villa-Lobos. O valor do contrato era de ¤ 1 milhão e ficou acertado que seria pago em parcelas. Os pagamentos, porém, começaram em março de 2015, ou seja, três meses antes da assinatura do documento.

O evento faz parte do Projeto Alma Brasileira, parceria da Fundação Theatro Municipal com o Ministério da Cultura. No cachê não foram incluídas despesas pessoais dos artistas, como hospedagem e passagem.

As investigações também tem em mãos um ofício assinado pelo maestro ao diretor do IBGC, William Nacked. No documento, Neschling diz que o primeiro pagamento, de ¤ 260 mil, deve ser feito até 15 de fevereiro de 2015, para dar início ao projeto. Afirma que tinha ciência de que a apresentação não estava previamente incluída no calendário do teatro. "Assumo, portanto, como diretor artístico do IBGC, todas as responsabilidades em relação ao projeto", afirmou.

A Prefeitura disse que o projeto foi cancelado e que não houve gastos com dinheiro público. A Promotoria investiga por que os pagamentos foram feitos.

Acordo. O Estado apurou que Herencia, além de confessar os crimes, comprometeu-se a devolver R$ 6 milhões desviados dos cofres públicos. Ele afirmou ainda que outros R$ 6 milhões ficaram com William Nacked e disse que o maestro Neschling depositaria a parte dele no esquema em contas no exterior por meio do produtor Proczynski.

Herencia está com os bens bloqueados pela Justiça. Segundo as investigações da CGM e da Promotoria, ele é dono de três terrenos em Ilhabela, no litoral norte, dois apartamentos (um deles avaliado em R$ 5 milhões) e quatro carros de luxo.

Para não despertar suspeitas, segundo as investigações, alguns bens foram registrados no nome da mãe de Herencia e da ex-namorada do investigado e ele ainda usaria as contas bancárias das duas para movimentar dinheiro supostamente desviado do teatro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 20 menores de idade assaltaram neste domingo (11), o público que deixava o Teatro Municipal após exibição de uma peça infantil, na Cinelândia, na região central do Rio. O grupo, que contava com muitas crianças, foi abordado por volta das 18h30 e teve de voltar ao interior do Municipal para se proteger.

Com a abordagem dos assaltantes, os seguranças formaram um "cordão de isolamento" na entrada e chamaram de volta o público, que saía após assistir à peça O Pequeno Príncipe.

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Pais, crianças e idosos voltaram para dentro do Municipal e esperaram até a chegada da Polícia Militar. Não há um balanço do total de vítimas ou informações sobre prisões ou apreensões de adolescentes.

Arrastões

Também neste domingo, houve arrastão na Praia de Ipanema e em Laranjeiras, ambos na zona sul do Rio. Cerca de 20 jovens teriam cometido roubos em série na Rua das Laranjeiras, por volta das 17h30.

Já na praia, pelo menos 20 pessoas foram presas suspeitas de roubo e outros crimes na areia. Polícia Militar e Guarda Municipal, entretanto, negaram que tenha ocorrido "arrastão" na praia: informaram terem sido "casos pontuais de roubo".

Foi uma apoteose, como se a Sapucaí tivesse se transferido para o Teatro Municipal. A própria Ilda Santiago, diretora artística do festival, foi agradecer ao teatro - e a Carla Camurati - a cessão do espaço para a gala de Trinta, o longa de Paulo Machline que faz um recorte decisivo da vida de João Jorge, o Joãosinho Trinta. O garoto que deixou o Maranhão para integrar o corpo de bailarinos do Teatro Municipal e virou carnavalesco teve de enfrentar - e vencer - preconceitos da família e no barracão do Salgueiro. Em toda parte era o ‘frutinha’, alvo de zombaria. Mas era um gênio e, com muito empenho (e pesquisa), revolucionou os desfiles carnavalescos.

O filme narra justamente esse momento em que João vira Joãosinho e prepara seu primeiro desfile. Tudo conspira contra, mas, maior que o desprezo pelo ‘frutinha’, é o amor pela escola e todo mundo cerra fileiras em torno da visão de João, que casa lendas do Maranhão com o rei-menino da França. Como se cria um enredo? Um samba? Como se faz do lixo o luxo? Paulo Machline tem o desejo nada secreto de filmar as três grandes preferências dos brasileiros. Já fez seu curta sobre futebol, o longa sobre carnaval e agora vai se empenhar para concretizar o outro longa, sobre as novelas. Machline fez 1001 agradecimentos. Poderia tê-los concentrado num só - a seu ator.

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Matheus Nachtergaele não cessa de surpreender. Numa cena, acuado dentro do barracão, Joãosinho tem um piti. "Querem Exu, pois vou lhes dar um Exu." E cai matando sobre todo mundo, despejando mais palavrões que você já ouviu ou ouvirá na vida. O pavilhão cala-se, em choque. Começa a virada de João Jorge para virar Joãosinho. No palco do Municipal, Matheus confessou que estava nervoso. "Em São Paulo, quando a gente fica assim e irrita os outros, as pessoas mandam pentear macacos. Não tenho macaco, mas tenho dez cachorros na minha casa do Rio. Peguei uma escova e penteei os dez." O público veio abaixo.

Todo festival termina por produzir/selecionar suas obras cults. Nenhum outro filme teve tanta procura nem as sessões lotaram tanto aqui quanto Garota Exemplar, de David Fincher, que estreou ontem nos cinemas brasileiros. O outro cult está sendo Cavalo Dinheiro, o novo longa do português Pedro Costa. Virou sensação internacional desde que venceu o prêmio de direção em Locarno. Já passou por Toronto, agora o Rio e na próxima semana estará em Nova York. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Teatro Municipal de São Paulo anunciou que a ópera O Ouro do Reno, de Wagner, prevista para novembro, será apresentada apenas em versão de concerto - ou seja, sem cenários ou figurinos. Questionada sobre os motivos que levaram à decisão, a Fundação Teatro Municipal disse apenas que ela se deve a "questões administrativas internas". Nos bastidores, porém, fala-se de divergências entre a direção da casa e o diretor cênico André Heller-Lopes.

O Municipal não confirma a informação e, na nota distribuída à imprensa, se limita a dizer que "as datas dos concertos serão as mesmas programadas para as récitas" e que o objetivo "é manter o elenco anunciado em sua integralidade, assim como a direção musical do maestro Luiz Fernando Malheiro". "O público que adquiriu seu ingresso terá a opção de ressarcimento na bilheteria do Theatro Municipal", diz ainda o texto.

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Em entrevista à reportagem, concedida por telefone de Buenos Aires, onde dirige uma produção da ópera Jenufa, Heller-Lopes classificou a decisão do teatro de "inexplicável e lamentável". "Os cenários estão desenhados, os figurinos estão desenhados, já começaram a ser confeccionados. Nem sei o que dizer, mas é realmente uma lástima que a única produção feita por um brasileiro na temporada deste ano seja cancelada dessa forma, por e-mail."

Heller-Lopes fez, desde o início da gestão de John Neschling como diretor artístico, em janeiro, críticas a algumas das decisões do maestro. Em sua página no Facebook, por exemplo, elogiou a atuação de cantores brasileiros na ópera Don Giovanni e chamou de "genéricos" alguns dos solistas estrangeiros convidados pelo teatro - um deles, o tenor Emilio Pons, que atua na temporada atual da ópera Don Giovanni, de Mozart, chegou a questioná-lo na rede social pelo conteúdo do comentário. O post foi apagado em seguida.

O diretor também questionou publicamente, em entrevista à reportagem concedida no começo de julho, a decisão do maestro de não dar continuidade, em 2014, ao ciclo O Anel do Nibelungo, de Wagner, que inclui quatro óperas e tem sido dirigido por ele - em 2011, foi apresentada A Valquíria; em 2012, O Crepúsculo dos Deuses; e, depois de O Ouro do Reno em 2013, a expectativa era de que a ópera restante, Siegfried, subisse ao palco em 2014, encerrando a tetralogia.

O que se diz nos bastidores é que as manifestações públicas do diretor teriam gerado um clima insustentável de trabalho. Mas Heller-Lopes não concorda. "Ainda na semana passada, antes de eu vir para Buenos Aires, deixamos prontas duas das quatro cenas de Ouro do Reno. O projeto cenográfico e de figurino está concluído e, na sexta passada, ele foi apresentado ao próprio Neschling. Acho que aí, nessa conversa, reside a chave de todo esse problema. Nós discordamos e eu não me calei. Eu tenho uma personalidade forte, mas procuro trabalhar com parceiros artísticos e não subordinados. Um teatro como o Municipal é público e não pertence a uma só pessoa."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma nova falha na luz interrompeu na noite de terça (17), uma apresentação da ópera Don Giovanni, de Mozart, no Teatro Municipal de São Paulo. É o terceiro episódio registrado em produções da casa em pouco mais de um mês - em agosto, durante a ópera Aida, de Verdi, o elevador do palco parou de funcionar; e, no último domingo (15), a apresentação de Don Giovanni foi interrompida durante 15 minutos por conta de uma queda de energia elétrica.

Após o incidente na Aida, a Fundação Teatro Municipal já havia registrado ocorrência policial, que levou à instauração de um inquérito. Depois de domingo, José Luiz Herencia, presidente da fundação, pediu também a instauração de uma sindicância interna para apurar o possível envolvimento de funcionários, dando força à teoria de que os incidentes foram fruto de sabotagem. O resultado da investigação deve sair a princípio em 30 dias, mas esse prazo ainda pode ser renovado pela Prefeitura.

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A reportagem apurou que, na manhã de quarta (18), investigadores voltaram ao Municipal para realizar exames de perícia na mesa de controle da iluminação, a fim de identificar as origens do problema. O Municipal continua com sua programação normal e uma nova apresentação da ópera está confirmada para a noite desta quinta-feira, 19, a partir das 20 horas - a temporada da montagem, emprestada do Teatro Municipal de Santiago, no Chile, vai até o fim de semana, com récitas marcadas para sábado (21), e domingo (22).

A tese de sabotagem surgiu já no incidente que interrompeu a ópera Aida. A suspeita interna aponta na direção de desentendimentos entre a nova gestão e funcionários de antigas administrações. O debate, nos últimos meses, chegou à internet, onde perfis falsos - Bidu Sayão Ressuscitada, Paulo Fortes Revoltado, Alma do Coro e Melômano Irritado, entre outros - entraram em confronto com funcionários e artistas da casa. Por conta disso, a investigação sobre as supostas sabotagens envolveu também a Delegacia de Crimes Digitais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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