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A maioria dos participantes da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Asduerj) decidiu, na última quarta-feira (4) manter a greve da categoria, iniciada na terça-feira (3). O diretor da entidade, Guilherme Abelha, disse que é preciso nacionalizar o debate sobre a universidade pública e defendeu uma greve nacional para protestar contra os cortes no financiamento das instituições. “Nós vemos similitudes entre o que está acontecendo com a Uerj e outras universidades. O próprio sistema federal está com problemas gravíssimos de custeio, não só as universidades, mas os centros de pesquisa também”.

Salários

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Os professores da Uerj estão com os salários de agosto e setembro e o décimo terceiro salário de 2016 atrasados. A Uerj é vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, e não à Secretaria de Educação, cujos profissionais, segundo Abelha, estão recebendo os salários dentro do calendário previsto. “Nós estamos atentos a essa falta de isonomia e estamos muito insatisfeitos com essa questão”. Esta é a segunda greve deste ano na Uerj. A primeira ocorreu em agosto.

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A Reitoria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) anunciou, em nota divulgada na noite de segunda-feira (31), que decidiu adiar o início do ano letivo de 2017, que começaria nesta terça-feira (1º). Não foi definida uma nova data para a volta às aulas.

O motivo do adiamento, segundo a reitoria, são as condições precárias de manutenção da universidade, com o não pagamento das empresas terceirizadas, contratadas por meio de licitação pública. “Limpeza, vigilância e coleta de lixo estão restritas, além de o restaurante universitário permanecer fechado”, especificou a reitoria em nota.

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Outro motivo apontado para o adiamento é o atraso recorrente de salários dos funcionários e professores, referentes aos meses de maio e junho, possivelmente também julho, além do não pagamento do décimo terceiro salário e no atraso nas bolsas, incluindo de alunos cotistas, o que impede que venham para a universidade.

“Atingimos um patamar insuportável que impede a universidade de bem exercer suas funções de ensino, pesquisa e extensão. Também o nosso Hospital Universitário Pedro Ernesto padece do mesmo problema e funciona com limitações quase impeditivas, diminuindo amplamente o atendimento à população”, expôs a nota.

Segundo a reitoria, outro fator que causa grande contrariedade é o fato, considerado discriminatório, de o governo do Rio manter em dia salários de alguns setores, notadamente da segurança pública, e de parcelar os vencimentos de outros.

“Todo o quadro acima mencionado nos impõe a decisão de não dar início ao semestre letivo no dia 1º de agosto, conforme anteriormente previsto no calendário acadêmico. À medida que surjam novos fatos, voltaremos a nos manifestar acerca do início das aulas”, finaliza a nota.

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Com três pagamentos atrasados para técnicos e professores e um calendário acadêmico que ainda não saiu de 2016, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) viu dobrar a evasão de alunos no ano passado. Segundo afirmou na quarta-feira (14) o reitor da universidade, Ruy Garcia Marques, a percepção dos problemas na instituição já afeta também a busca de candidatos ao vestibular de 2018.

"Está sendo notada essa diminuição [de inscrições no vestibular]. Mas certamente isso iria acontecer. Até em casa, meu filho, de 16 anos, me diz que não sabe se quer ir para a Uerj", lamenta o reitor, que defende a instituição, considerada uma das mais conceituadas do país: "Sem dúvida nenhuma a Uerj vale a pena, mas vai levar tempo para a gente recuperar a grandeza desse nome."

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Em entrevista à imprensa na manhã de quarta (14) o reitor descreveu os problemas que a universidade enfrenta desde o ano passado. Todo ano, segundo Ruy Garcia Marques, 300 a 400 alunos deixam a universidade, número que dobrou em 2016.

O reitor chamou a atenção para o impacto dos atrasos de pagamentos na permanência dos alunos bolsistas na instituição,que é pioneira em ações afirmativas no país. Cerca 10 mil alunos cotistas e não cotistas em dificuldades financeiras recebem mensalmente um auxílio de R$ 450. "São bolsas pequenas, mas absolutamente indispensáveis para a locomoção e a frequência deles na universidade."

Atualmente, os técnicos administrativos da universidade estão em greve. Eles estão sem os salários de abril e maio e também não receberam o décimo terceiro salário de 2016. Os professores continuam dando aulas de acordo com suas possibilidades de deslocamento para a universidade, mas a situação salarial é a mesma.

"Muitos alunos não estão conseguindo comparecer às aulas, assim como docentes, que estão vendendo carro, voltando a morar com seus pais. Técnicos administrativos [vivem] a mesma coisa, pegam empréstimos. Está afetando todos os segmentos."

Os problemas de pagamento põem em risco o funcionamento de serviços prestados à sociedade, como o atendimento de psicologia e odontologia no Hospital Universitário Pedro Ernesto. O reitor afirma que há risco de que esses serviços sejam suspensos, assim como pesquisas que dependem de recursos estaduais para sua manutenção.

"A pesquisa não é uma coisa que a gente possa interromper aqui, e daqui a seis meses, quando as coisas melhorarem, a gente recomeça. Tem que recomeçar do zero."Ontem, o governo do estado informou que a folha de pagamento deve ser regularizada em 45 dias, com a adesão do estado ao Plano de Recuperação Fiscal da União.

Servidores estaduais da educação, da segurança pública, administração penitenciária e defesa civil devem receber os salários de abril e maio ainda hoje. A Uerj é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social.

A comunidade acadêmica da Uerj envolve hoje cerca de 50 mil pessoas, sendo 27 mil alunos de graduação presencial, 7 mil de graduação à distância e 7 mil de pós-graduação. Há 5,8 mil servidores técnicos administrativos e 2,6 mil professores na folha de pagamento.

Paralisações e adiamentos levaram o calendário acadêmico da Uerj a um atraso que só pode ser totalmente revertido em meados de 2018. A universidade deve encerrar o segundo semestre de 2016 em julho; o primeiro de 2017, em novembro; e o segundo semestre deste ano está previsto para terminar em abril de 2018. A previsão, no entanto, depende que os problemas sejam superados.

Em nota, o governo do estado afirma que "reconhece a importância da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e tem concentrado esforços na busca de soluções para a superação do atual quadro de graves dificuldades enfrentadas pela  instituição". O governo informa que repassou à Uerj 76% do orçamento de 2016, e que a crise impediu que o restante dos recursos chegasse à Universidade.

Nesta quarta-feira, os servidores da Uerj receberam um pagamento de R$ 700 referente ao mês de abril, mas o restante do pagamento continua em atraso.

"Muitos alunos não estão conseguindo comparecer às aulas, assim como docentes, que estão vendendo carro, voltando a morar com seus pais. Técnicos administrativos [vivem] a mesma coisa, pegam empréstimos. Está afetando todos os segmentos."

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Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiram nessa segunda-feira (27), em assembleia, manter o estado de greve. A informação de que o governador Luiz Fernando Pezão cortaria 30% dos salários da categoria pautou o encontro, que reuniu cerca de 250 docentes no campus Maracanã, zona norte da capital fluminense. Eles reclamaram dos salários atrasados, incluindo o décimo terceiro, e das estruturas precárias de trabalho. 

Presidente da Associação dos Docentes da Uerj, a professora Lia Rocha ressaltou que o estado de greve não significa que os docentes, que também são pesquisadores, não estejam trabalhando. “Cheguei atrasada à assembleia porque estava na banca de fim de curso de uma aluna da graduação, que precisa se formar para assumir um cargo público”, afirmou Lia.

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Para a professora, a declaração do governador é uma declaração de guerra, não resolve o problema. "O problema da Uerj é de orçamento: dos 12 elevadores no campus, apenas um está funcionando. É uma situação que ultrapassa o limite de precariedade com que já trabalhávamos.”

O reinício das aulas da Uerj foi adiado cinco vezes e o segundo semestre de 2016 ainda não tem data para começar. Segundo a reitoria da instituição, os adiamentos ocorrem por falta de condições para manter a segurança e a limpeza dos campi, devido ao atraso nos salários de funcionários e no pagamento dos fornecedores e ao não pagamento das bolsas estudantis.

O estudante do programa de pós-graduação em educação Felipe Duque, de 30 anos, é um dos poucos que continuam a ter aula. Alguns dos mais de 50 cursos de pós-graduação continuam funcionando, mas, segundo Duque, está cada vez mais difícil frequentar o curso. “Não há elementos básicos para a continuidade e regularidade das aulas. Faltam papel higiênico, água, alimentação, não tem xerox aberta. A secretaria está fechada, pois os técnicos estão em greve. São vários empecilhos”, afirmou o estudante, que é a favor da paralisação.

De acordo com Duque, é preciso fazer um diagnóstico, integrar a corrente de reivindicações dentro da universidade para "não deixar a Uerj, que ainda é uma das melhores a América Latina, se apagar”.

Nova assembleia foi marcada para quinta-feira (30), depois da reunião do Fórum dos Diretores da Uerj, no dia anterior (29), na qual será avaliada a possibilidade de volta às aulas. Na reunião passada (23), o fórum reafirmou a necessidade de regularização dos serviços de limpeza, de coleta de lixo e elevadores para o início das aulas, bem como o pagamento das bolsas de estudos de fevereiro aos alunos cotistas e a reabertura do restaurante universitário, entre outras medidas.

“Vamos decidir se entraremos em greve ou não, se as aulas forem retomadas pela direção da Uerj", informou Lia. Ela disse que, enquanto isso, a categoria continua no "enfrentamento" com o governo.  “Pretendemos ir à casa do governador. A ideia é convidá-lo para vir aqui ver as condições da universidade e que apresente uma proposta para a Uerj, pois ele não apresentou nenhuma solução até agora.”

Procuradora, a assessoria de Pezão não retornou até a publicação desta reportagem.

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As aulas na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) podem começar na próxima segunda-feira, dia 27 de março. A decisão sobre o calendário universitário vai ser tomada na quinta-feira (23) pela Reitoria. Segundo o reitor da UERJ Ruy Garcia, se as condições de manutenção da universidade forem resolvidas, as aulas podem ser iniciadas.

Mas a presidente da Associação de Docentes da Uerj, a professora de Sociologia Lia Rocha, avisou que caso a Reitoria decida iniciar as aulas no dia 27 de março, os educadores vão discutir a possibilidade de greve. Diante da crise na UERJ, que ainda não iniciou o segundo semestre de 2016, a reitoria pretende entrar na Justiça para pedir a autonomia financeira da universidade.

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A medida obrigaria ao governo do estado a repassar mensalmente o orçamento da universidade, assim como acontece com o Judiciário. Segundo o reitor da UERJ, em 2016, por exemplo, o estado só repassou cerca de R$ 15 milhões dos R$ 90 milhões necessários para manter a universidade durante um ano. Em 2017, a UERJ ainda não recebeu nenhum recurso do estado para manutenção.

O Fórum de Diretores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu, em reunião realizada na quinta-feira (9), adiar pela quinta vez o início das aulas referentes ao segundo semestre de 2016 devido a atual crise financeira que atravessa o governo do Rio de Janeiro. A Uerj entende "que um fator crucial desta crise diz respeito ao pleno exercício de sua autonomia, inclusive financeira, e está preparando as medidas judiciais cabíveis para o cumprimento dessa disposição constitucional. Também estamos elaborando anteprojeto de lei, a ser encaminhado à Assembleia Legislativa do Rio, com a mesma finalidade", diz em nota o colegiado.

No início de janeiro, a reitoria da Uerj decidiu adiar o início das aulas do segundo período de 2016 pela falta de condições necessárias ao seu pleno funcionamento. Entre os problemas estão o não pagamento das bolsas e salários por parte do governo do estado. Em nota, a Uerj informou que, desde então, a reitoria e o fórum de diretores vêm se reunindo semanalmente para avaliar e propor alternativas para a superar o que chama de "maior crise de financiamento em sua história".

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O fórum aponta que os principais entraves para o início das aulas são a inexistência de um plano de regularização dos pagamentos às empresas terceirizadas (manutenção, infraestrutura, limpeza, segurança, coleta do lixo, restaurante universitário, elevadores e outros), a ausência de um calendário de pagamento de salários e bolsas estudantis, além da falta de um cronograma de repasses de verbas para a manutenção em geral.

"Diante destes fatos, a reitoria, apoiada pelos diretores de faculdades e institutos da universidade, decidiu aguardar até a próxima quinta-feira (16), quando voltará a se reunir para definir sobre o início das aulas", encerra a nota.

O movimento de resistência da Uerj, Universidade do Estado Rio de Janeiro, reuniu mais de 60 artistas, de diversos estilos musicais, para protestar contra a grave crise enfrentada pela instituição. O ato show Viva Uerj ocorreu no palco da Concha Acústica, no campus Maracanã, localizado na zona norte do Rio. A universidade precisou adiar pela quinta vez o início das aulas por conta da redução dos repasses financeiros por parte do governo. A direção da unidade não estabeleceu um novo prazo para a retomada das atividades.

A sub-reitora de graduação, Tânia de Carvalho Neto, contou que houve uma sinalização de diálogo. A vice-reitora da Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF, Tereza Peixoto Faria, que participou do ato, disse que a UENF também enfrenta as mesmas dificuldades. Tatiane Alves, professora e coordenadora de Estudos Estratégicos e de Desenvolvimento da UERJ, destacou a adesão voluntária de artistas à luta da universidade.

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A cantora maranhense, Rita Beneditto, foi uma das artistas que subiu ao palco para reforçar o movimento de resistência. Durante o evento, foram recolhidos materiais de uso hospitalar para as unidades do Hospital Universitário Pedro Ernesto, a Policlínica Piquet Carneiro e o Posto de Enfermagem de Vila Dois Rios, em Ilha Grande, que estão com dificuldades no funcionamento.

Cerca de 50 estudantes e funcionários da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) fizeram hoje (18) um ato em defesa da instituição. A universidade enfrenta um problema de falta de recursos que tem causado prejuízos às atividades acadêmicas, e aos atendimentos do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). Os manifestantes se reuniram no Largo do Machado, zona sul do Rio, e seguiram em direção ao Palácio Guanabara, sede do governo fluminense. 

De acordo com a estudante de ciências sociais da Uerj Natália Trindade, estas recorrentes manifestações buscam despertar a opinião pública da sociedade para os problemas que a universidade enfrenta. Ela diz que esta é a única forma de conseguir apoio, já que o governador não dialoga com os estudantes e servidores.

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“A população precisa nos dar este apoio. A Uerj é um patrimônio do nosso estado. Ela não é minha, é de todos. Nossa situação hoje é triste, lamentável. Se uma pessoa entrar em qualquer um dos campus terá uma sensação de que falta absolutamente tudo. Só não estamos piores que as delegacias, pois ainda temos folhas de papel-ofício. De resto, falta tudo: limpeza, alimentação, ventiladores, etc. Estamos reivindicando o básico para que a Uerj sobreviva”, explicou.

Carlos Abreu, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, da Universidade Federal Fluminense,  participou do ato, segundo ele, para reforçar uma luta que deveria ser de todos. 

“É um ditado batido, mas a união faz a força. A Uerj, diferentemente de nós, é do estado, mas nós também passamos por problemas já que o governo federal não nos dá nada. Então é extremamente necessário estarmos aqui fazendo coro com nossos irmãos. O que está sendo feito com estes jovens e os servidores em geral é um ataque desumano. Que se cortem os gastos na própria carne dos políticos e não na nossa educação. Educação é a maior riqueza que este país deveria ter," disse Carlos Abreu.

Os alunos da Uerj tiveram suas aulas adiadas do dia 17 para o próximo dia 23, por falta de repasse de verbas.  A estudante Natália diz que realmente não há condição para o retorno às aulas por conta da escassez em todos os setores da instituição. Ela pediu que os estudantes sejam reconhecidos como a solução para a crise e não como um problema.

Por falta de pagamento, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu suspender o reinício do segundo semestre de 2016, previsto para esta segunda-feira (16). Cerca de 9 mil alunos ficarão sem aula. A decisão foi tomada na sexta-feira (13), e comunicada por meio de nota publicada na página oficial da universidade assinada pelo Fórum de Diretores da Uerj.

Na nota, o Fórum de diretores informa que a falta de repasse de verba levou a Reitoria da Universidade a se reunir com o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas, com os diretores de Centros Setoriais e com os sub-Reitores da Universidade. No encontro ficou decidido a suspensão do reinício das aulas. 

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As razões que levaram a universidade a adiar as aulas  foram a falta de pagamento regular das bolsas permanência aos estudantes do sistema de reserva de vagas (cotistas);  o não pagamento regular das demais bolsas estudantis; a falta de pagamento para o repasse das verbas de manutenção, custeio e o não pagamento regular dos salários aos servidores docentes e técnico-administrativos, ativos e inativos e o décimo terceiro salário do ano passado. 

Com dívidas da ordem de R$ 360 milhões relativas ao custeio, pagamento à fornecedores, bolsistas e servidores , entre outros, a decisão de adiar as aulas prejudica mais de 40 mil alunos, entre estudantes presenciais, dos ensinos fundamental e médio, além dos que estão cursando graduação, pós-graduação. A universidade também é responsável pelo Hospital Pedro Ernesto e pela Policlínica Piquet Carneiro. Na avaliação do Fórum de Diretores, “as atuais condições de funcionamento da Uerj não permitem a plena retomada de todas as atividades ligadas à instituição”.

A falta de pagamento de todas as bolsas estudantis inviabiliza o retorno dos estudantes às aulas, por incapacidade de custear sua alimentação e transporte, e o repasse de outras verbas mencionadas “impede as condições plenas de funcionarmos com higiene e segurança, expondo toda a comunidade uerjiana a situações de grande risco”, explica a nota. Conforme o documento a irregularidade do pagamento dos salários a todos os servidores – ativos e inativos – “amplia sobremaneira as condições indignas de trabalho e de sobrevivência”.

O comunicado do Fórum de Diretores avalia, porém, que sem abrir mão do Calendário Acadêmico vigente, o início das aulas fica transferido para o próximo dia, com a continuidade das demais atividades acadêmico-administrativas nele previstas, “respeitando-se o planejamento realizado por cada uma das Unidades Acadêmicas”.

Na próxima quinta-feira (19), a Reitoria terá nova reunião com o Fórum de Diretores para reavaliar as reais condições de funcionamento da Universidade. Tanto a Reitoria como os demais dirigentes da Uerj entendem que esta decisão “está pautada no senso de responsabilidade que se espera de todo órgão público perante a comunidade universitária e a população do Estado do Rio de Janeiro no cumprimento de sua missão”, diz a nota.

Às vésperas do início do ano letivo, previsto para a semana que vem, o corpo docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) pode perder 900 professores. Uma liminar deferida pela Justiça, a pedido do Ministério Público do Rio (MP-RJ), proíbe a entidade de renovar contratos com professores substitutos ou contratar novos. A ação é de 2011 e a liminar foi concedida no dia 26 de fevereiro pela desembargadora Mônica Sardas, relatora do processo.

Na ação, a juíza diz que “não é possível a contratação temporária para o exercício de cargos e funções de natureza permanente, devendo ser realizado concurso público para tanto, conforme a necessidade do serviço e de modo a não prejudicar a prestação do serviço público”.

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Segundo o presidente da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), Bruno Deusdará, os temporários  correspondem a quase 25% dos 3.200 professores da Uerj. “Em relação ao atendimento à graduação eles representam quase 50% das mais de 20 mil horas dos cursos de graduação”, informou Deusdará, ao explicar que os professores titulares acabam se dedicando mais à pesquisa e aos cursos de mestrado e doutorado.

Deusdará ressaltou que muitos departamentos estão com grandes carências, mesmo com as contratações ainda vigentes de substitutos. De acordo com o presidente da Asduerj, isso ocorre sobretudo nos departamentos do Centro de Educação e Humanidades. “Hoje uma situação grave é a do CAp-Uerj [O Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp-Uerj], do Instituto de Letras da Faculdade de Educação, da Faculdade de Educação de professores de São Gonçalo e de Duque de Caxias, por exemplo”, citou.

Para Deusdará, a universidade precisa de aproximadamente mil professores para atender à demanda da graduação, mas os salários baixos e os poucos concursos tornam a carência de docentes um problema crônico. “O salário de um professor com doutorado é cerca de R$ 5,4 mil, menos de um terço do salário de um procurador do estado. Um professor de universidade federal ganha mais de R$ 8 mil”, comentou. “ Ao longo de 2008, 2009, houve um grande processo de exoneração e aposentadoria de pessoas que saíram para assumir empregos em outras universidades”, completou o professor.

Procurada pela Agência Brasil, a assessoria da Uerj não havia se pronunciado a respeito da liminar, até o fechamento da matéria.

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