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Mais um abrido de idosos teve suas atividades suspensas em Pernambuco. Nesta quarta-feira (15), durante fiscalização, o responsável pela Instituição de Longa Permanência, Linaldo José da Silva, foi autuado em flagrante pela Delegacia do Idoso, após ação da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e do Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa. O espaço, localizado em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife, atendia 37 velhinhos.

De acordo com a SJDH, o responsável pelo abrigo mantinha os idosos em situação de abandono, os deixavam em cárcere privado, além de reter os cartões de salário das vítimas. A fiscalização ainda constatou que o local funcionava sem licença da Vigilância Sanitária, bem como possuia alimentos vencidos, medicações irregulares e muita sujeira.

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Boa parte dos idosos estava em um galpão sem ventilação e se alimentava de forma precária. Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, revelou que nenhum idoso poderia sair do local para passear e ainda não tinham uma alimentação saudável. O senhor contou também que foi parar no abrigo levado pelo próprio Linaldo, que prometia colocá-lo em uma casa com boa estrutura.

Um relatório deverá ser elaborado pelos fiscais responsáveis pela ação, com o objetivo de expor todas as irregularidades encontradas no abrigo. O documento será entregue à Promotoria de Justiça de Itapissuma, que deverá analisar e atuar na busca e apreensão dos documentos das vítimas. A interdição da Instituição também está sendo providenciada.

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Até a próxima quarta-feira (12), a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati) recebe inscrições para seus cursos do segundo semestre. A ação é um projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e oferece 710 vagas distribuídas em 37 disciplinas.

De acordo com a UFPE, ioga, idiomas (inglês, espanhol e italiano), automassagem, artesanato (bordado, pintura em tecido, macramê, tricô), introdução à informática, teatro e dança do ventre são alguns dos cursos oferecidos. Podem participar das capacitações pessoas com idade mínima de 60 anos.

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A previsão de início das aulas é para o dia 17 deste mês. Os encontros serão ministrados por docentes, técnicos e alunos da UFPE. Os interessados em participar devem se inscrever, de forma gratuita, pelo site da Unati.

As atividades serão realizadas no Campus Recife da UFPE, localizado na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária, Zona Oeste da cidade. Mais informações podem ser conseguidas pelos telefones (81) 2126-7366 / 7367.

Eles te pegaram no colo, o criaram e fizeram de você um cidadão digno. Foram anos de dedicação exclusiva e, em vários momentos, você se tornou totalmente dependente deles. Agora, são eles que precisam de ajuda. Muitas famílias acabam tendo que conviver com idosos, sejam parentes ou pessoas muito próximas. Porém, em uma determinada fase da vida, a idade avançada, no contexto da longevidade, acaba fazendo do indivíduo um ser dependente e limitado. Nem sempre os familiares podem conviver com essa situação e o destino para muitos velhinhos são os asilos, abrigos ou como muitos chamam atualmente, residências para idosos. 

Na maioria dos casos, é uma tarefa muito difícil decidir colocar um idoso num abrigo. As questões sentimentais pesam, além das dúvidas sobre se o indivíduo em questão será bem tratado ou não. Todavia, o que acaba pesando de fato são as obrigações e circunstâncias pessoais e do cotidiano – trabalho, filhos e afazeres - , levando os filhos a deixarem os pais ou parentes nas residências de acolhimento.

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“O médico constatou que meu pai tem Alzheimer e ele não reúne condições de ficar sozinho. Ele até conversa, mas, por conta da doença, esquece as coisas. Junto com os meus outros dois irmãos chegamos à decisão de colocar meu pai no abrigo. Foi uma decisão muito difícil. É uma pessoa que a gente ama, um ente querido. Mas, realmente ele precisa e nós não temos condições de tratarmos ele em casa. Inclusive por orientações médicas”, diz o profissional da área de gastronomia, Sérgio Oliveira, que está prestes a colocar o pai de 88 anos de idade em uma residência de velhinhos. 

O Abrigo Cristo Redentor, localizado em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, é um dos locais de acolhimento mais tradicionais do Estado. Inaugurada em 1942, a instituição filantrópica tem atualmente 154 idosos, entre homens e mulheres, oriundos tanto de internamentos quanto de ações da Prefeitura da cidade, que recolhe velhinhos moradores de rua. De acordo com a gerente da residência, Cristiane Melo, existem algumas condições para o acolhimento dos idosos. “A gente não recebe idosos acamados ou que tenham doenças infectocontagiosas. Também exigimos, como manda o Estatuto do Idoso, que as famílias ou responsáveis façam sempre visitas. Eles devem ser maiores de 60 anos e ainda passam por exames psicosociais e médicos”, explica a gerente. Ainda segundo Cristiane, o Abrigo recebe doações e contribuições dos próprios internos. Os gastos mensais para a manutenção do espaço chegam a passar de R$ 100 mil. O desconto nas rendas dos velhinhos é de 70%, independente do valor que eles ganham.

Nas dependências do Abrigo, o silêncio é bem característico. Os velhinhos, seja pela idade avançada ou condições físicas, evitam agitação e atividades que exigem esforço. Isso fica bem evidente na ala dos idosos que não andam. Em uma mesa, várias senhoras passam boa parte da manhã trocando olhares. A rotina muda na hora do almoço ou quando os voluntários chegam para conversar. No mesmo espaço, idosas de melhor saúde realizam atividades de terapia ocupacional, como dona Luzinete Maria da Silva (foto à direita), 69 anos. Ela mostra com orgulho suas pinturas e bonecas que para ela representam os filhos que não teve. Há seis anos no Abrigo, dona Luzinete foi internada pela sobrinha. “Fiquei muito feliz quando vim pra cá. Foi melhor assim. Aqui eu converso, pinto, faço passeio... Quero terminar meus dias aqui”, diz, aos risos.

 

Dona Luzinete ainda recebe visitas de familiares. O que não acontece com uma das moradoras mais velhas do Cristo Redentor, a senhora Maria José dos Santos (foto abaixo), conhecida como Cabrobó. A idosa de 107 anos foi internada por familiares em 1998. Apesar de não receber visitas de parentes, a ausência da família não representa tristeza. “Não me lembro de mais ninguém. Estou muito velha. Mas, posso dizer que sou muito feliz aqui. A idade representa tristeza para alguns. Já eu sou muito feliz por chegar a mais de 100 anos”, afirma dona Cabrobó.


As histórias do Abrigo têm uma mescla de drama, tristeza e alegria. Há também fatos de superação. Um deles é o da dona Maria das Dores Virgolino Ferreira, 97 anos, conhecida como Dorinha. Desafiando a medicina, segundo a organização do Abrigo, ela tem uma vida saudável e sempre consegue resultados satisfatórios nos exames médicos. A vitalidade dela começou na infância. Tinha tudo para morrer, quando foi abandonada ainda bebê pela mãe em uma cesta num rio que passa próximo ao terreno onde o Abrigo foi construído. Resgatada por um vaqueiro e depois de morar com uma família rica da região, por força e curiosidade do destino, Dorinha vive hoje no mesmo terreno onde nasceu. Veja o depoimento da ex-empregada doméstica.

De acordo com o psicólogo responsável pelo Abrigo Cristo Redentor, Carlos Cabral (foto abaixo), que há quase 35 anos trabalha no local, atualmente praticamente é “zero” o número de idosos abandonados. Ele justifica que após a criação do Estatuto do Idoso e das políticas públicas que impedem o desprezo dos mais velhos, sobre pena de punição, as pessoas começaram a temer abandonar seus entes. Cabral também salienta que a ideologia atual dos abrigos é a de oferecer para os internados um ambiente residencial, proporcionando ao idoso um local onde há pessoas da mesma faixa etária dele e que fazem coisas que ele faz.

“Hoje é um mal necessário deixar um idoso num abrigo. Porque acho que a retirada do idoso do grupo familiar tem várias situações. Aqui se trabalha para o idoso manter a qualidade de vida. Acontece também que alguns velhinhos não gostam e não querem dar trabalho aos familiares. Sobretudo, é importante lembrar que aqui não é uma clínica médica. Aqui é uma residência”, diz o psicólogo, destacando também que diversos profissionais de saúde prestam atendimento aos internados.

Segundo a geriatra Sandra Brotto, do Instituto de Medicina do Idoso de Pernambuco (Imedi), a palavra “asilo” foi colocada em desuso, por causa de questões pejorativas. Agora, as residências e abrigos são chamados de Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI). “Nessa última, a visão é gerontológica, ou seja, voltada a reabilitação e para o envelhecimento ativo, visando manter o idoso com maior autonomia e independência possível”, comenta a médica.

Sandra explica que é importante analisar caso a caso, porém, a demência é um dos principais incentivadores que fazem as famílias deixarem seus idosos nos abrigos. “Na maioria das vezes, a instituição é a solução para um idoso com déficit cognitivo, ou seja, um quadro demencial que necessita de cuidados multiprofissionais e integrais, o que nem sempre é possível em casa. Apesar de culturalmente as pessoas sentirem-se culpadas na hora de transferir o idoso do domicilio para  uma ILPI, essa mudança pode ser muito benéfica se lá ele receber atenção especializada, cuidados de reabilitação e promoção de saúde em tempo integral”, explica a geriatra. Ela complementa dizendo: “A família tende a se sentir sobrecarregada com o estresse do trabalho e de deixar o idoso só ou sem um cuidador. Sendo assim, numa ILPI de visão gerontológica, o idoso poderá ser cuidado e interagir socialmente com outros idosos, diminuindo a solidão e tornando mais fácil o acesso aos cuidados multidisciplinares como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional”.

A médica também orienta que a internação do idoso não pode ser feita contra a vontade dele, quando o envolvido não possui quadro demencial. A decisão deve ser tomada de forma harmoniosa, além de ser possível a realização de um período de adaptação. No Cristo Redentor, por exemplo, esse período é de 90 dias. “Um idoso quando não quer ficar no Abrigo nós não aceitamos. Ele deve ficar aqui por vontade”, garante o psicólogo Carlos Cabral.

O que pode ser o último lar

É inevitável que o sentimento de finidade não ganhe espaço nas mentes dos velhinhos, diz Cabral. Somando a isso, doenças comuns da própria velhice também atormentam essa fase da vida, levando alguns até a depressão. Seja na casa de uma família, num abrigo, ou na UTI hospitalar, esses locais podem representar os últimos espaços de vivência de todos nós, quando envelhecemos.

No Cristo Redentor, existem alas exclusivas para pessoas que não andam, além de espaços para quem consegue se locomover. Salão de festas, salas de fisioterapia, jardins, refeitório e enfermarias são alguns dos locais da residência. Entretanto, é nos dormitórios – separados por sexo – que é possível identificar o “jeitinho” de cada um dos velhinhos.


A linha, a agulha e o tecido desfiado em cima da cabeceira revelam uma antiga costureira. A cama muito bem arrumada mostra um pouco do que foi a camareira que hoje está na fase final da vida residindo num abrigo. Entre essas e outras características, tudo vai criando a imagem de quem foram essas pessoas. As fotografias também alimentam a saudade dos familiares. Saudade que pode ser “matada” quando acontecem as visitas. Outros vão apenas guardar as lembranças, uma vez que não têm mais ninguém para visitá-los. No vídeo abaixo, assista depoimentos de idosos que veem no Abrigo seu último lar. Conheça também um homem que já chegou a ter um cargo elevado em um importante banco brasileiro, foi casado cinco vezes e hoje mora no asilo. 

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Abrigos no Brasil 

Uma pesquisa realizada em 2011 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que o Brasil tinha 218 asilos públicos. Ao todo, eram atendidos 83 mil idosos, tanto em espaços privados quando nos geridos pelo poder público. Vale lembrar que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem atualmente 24,8 milhões de anciãos.

O estudo do Ipea ainda apontou que as instituições brasileiras para velhinhos estão concentradas no Sudeste, sendo que só o estado de São Paulo tinha 34,3% do total. Ainda de acordo com a análise, em média, cada residência gasta por mês R$ 717,91 por residente.


A pesquisa informou também que quando um idoso precisa ir a um abrigo e não há vagas disponíveis, seja nos filantrópicos ou públicos, ele fica por tempo indeterminado em hospital público. De acordo com o Ipea, o custo para manter um idoso no abrigo é de R$ 750 mensais, em média. Já no hospital, o gasto aumenta para R$ 1,4 mil.

Leia também: Queixas da longevidade: o drama dos idosos sem trabalho 

Ajude o Abrigo Cristo Redentor 

Avenida Governador Agamenon Magalhães, bairro de Cavaleiro, Jaboatão dos Guararapes

Fone: (81) 3257-8000 / 3255-6933

Doações:  Banco do Brasil

Agência: 4118-1 / Conta: 17111-5  

 

 

Com um olhar sereno, quieto no canto do sofá e cheio de dificuldade para entender o que as pessoas falam ao seu redor. Severino Luiz de França, com impressionantes 104 anos de idade, relembra da época que começou a trabalhar, ainda criança. Em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, já trabalhara com agricultura. Com 18 anos, em busca de uma melhor qualidade de vida, Severino, ou simplesmente seu Biu, partiu para a capital do Estado, com sua esposa – que já faleceu -. No Recife, depois de se dedicar a trabalhos braçais no ramo da construção civil, já com seus 20 anos, ele começou a se dedicar ao artesanato, por meio da confecção de caqueiras de cascas de coco – objetos que servem para o plantio de mudas ou plantas adultas - .

Foi com essa atividade que seu Biu criou oito filhos. O trabalho representou para ele dignidade e principalmente sentimento de utilidade. “Tinha saúde e gostava muito de trabalhar”, diz emocionado, ao conversar com a nossa reportagem. Pela idade e por causa de recomendações médicas, Severino parou de fazer as caqueiras há cerca de um ano. Porém, o senhor tentou quebrar a orientação em alguns momentos. Tentativa que não deu certo, uma vez que a baixa visão e a falta de habilidade com as mãos - que não é a mesma como anos atrás - atrapalham a confecção do produto. “Fico muito triste. Minha vida agora é ficar de braço cruzado”, comenta, com voz arrastada e trêmula.

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É com um contexto desse que muitos idosos se deparam. O conceito de longevidade acaba sendo manchado pela impossibilidade deles trabalharem ou desempenharem atividades do dia a dia. É por isso que alguns velhinhos absorvem o sentimento de inutilidade e muitas vezes acabam desenvolvendo doenças físicas e até mesmo psíquicas. Entretanto, segundo a geriatra Sandra Brotto Furtado, do Instituto de Medicina do Idoso de Pernambuco (Imedi), é preciso analisar caso a caso. “Cada idoso e sua capacidade laborativa devem ser analisados de forma individualizada. Hoje temos pessoas em idade avançada com plena capacidade de trabalho. Não existe uma regra fixa ou idade chave para a aposentadoria. Esta deve ser discutida diante da vontade do paciente e das suas condições de saúde”, explica a médica.

No caso de seu Biu, os familiares tentam mantê-lo feliz com a atual rotina. Rodeado de filhos, netos e bisnetos, o antigo fazedor de caqueiras vai levando a vida sem agitação, porém, não é o suficiente para conformá-lo sobre a recomendação de deixar de trabalhar.

De acordo com a geriatra Sandra Brotto, é importante que a adequação à ausência do trabalho seja feita de forma gradativa. Segundo ela, atitudes erradas podem causar depressão nos idosos. “O ideal é que essa transição seja feita de maneira gradual com redução da carga horária e com a ocupação por outras atividades na sua rotina, sejam elas de lazer, voluntariado ou para aprendizado de um novo hobby, como uma língua estrangeira ou curso de computação. A forma compulsória de aposentadoria atual, onde um dia se trabalha e no outro se fica em casa, pode sim fazer surgir um quadro depressivo. Por isso algumas empresas já possuem uma forma de preparo para aposentadoria nos anos anteriores, como forma de minimizar essa transição de estilo de vida”, destaca.

Ainda segundo a médica, os familiares têm um importante papel nessa brusca mudança. “É sempre importante ouvir e respeitar a vontade do idoso em questão. A família se torna peça fundamental nestes anos após a aposentadoria para engajar o idoso numa rotina prazerosa e desafiadora que aproveite todo seu potencial físico e cognitivo, além de buscar ajuda profissional caso do aparecimento de sintomas depressivos como falta de ânimo, choro desmotivado e embotamento social”, finaliza Sandra.

Cuidados com a longevidade

A necessidade de conviver com os idosos e entender como é a melhor maneira de mantê-los felizes, mesmo quando impedidos de trabalharem nas funções que desempenharam ao longo da vida, incentivou a criação de cursos de capacitações. Como exemplo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Pernambuco promove o Curso de Cuidador de Idosos. Segundo o coordenador pedagógico da qualificação, Ricardo Coelho, os alunos têm interesses diversos. “A gente não tem apenas alunos da área de saúde. Temos também pessoas interessadas em cuidar de familiares”, explana Coelho.

Uma das professoras do curso, a enfermeira Viviane Ferrer, sempre aborda em suas aulas como é delicado o momento que o idoso precisa deixar de trabalhar. “Isso pode causar depressão no idoso. É triste quando ele se vê privado. É importante que as famílias achem uma terapia ocupacional para preencher o cotidiano dele”, opina.

Elayne Bione, além de aluna do curso, tem uma experiência dentro da sua própria casa. A mãe dela tem 66 anos e durante toda a vida profissional atuou como professora. Diagnosticada com diabetes, a idosa tem problemas de visão e agora se depara com uma realidade de incapacidade para exercer o que sempre fez de melhor. “Minha mãe está perdendo a autonomia e não se conforma com isso. Ela sempre diz que não justo com ela, depois de tantos anos trabalhando. Eu procuro sempre conversar e acho importante interagir. É um momento complicado e idosos nesta fase precisam de apoio da família”, relata Elayne.

No vídeo abaixo, a professora e psicóloga do Curso de Cuidador de Idosos do Senac, Luciane Ferraz, e a cuidadora com 8 anos de experiência, Maria Conceição Gomes, também compartilham experiências com idosos. Assista:

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Quando a idade não atrapalha

Um total de 700 funcionários, 100 mil clientes atendidos mensalmente, lojas presentes em importantes capitais do Nordeste. Esses números são apenas parte das responsabilidades de seu Jurandir Pires, 79, fundador da rede de utensílios de mesmo nome, a “Jurandir”. Natural de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú de Pernambuco, o empreendedor fundou em 1963 uma loja que vendia tecidos.

Mais de 50 anos depois, o empreendimento de seu Jurandir é referência no Nordeste como uma das principais empresas do ramo de utensílios, instituição conduzida por ele e seus filhos. Apesar da idade avançada, o empresário continua a visitar diariamente as lojas localizadas no Recife, bem como realiza atividades administrativas e chega até a receber clientes.

Para seu Jurandir, o que leva um idoso a continuar trabalhando tem um motivo. “Primeiro a necessidade de trabalhar, de estar perto do negócio. Depois, quando o sujeito se recolhe a pior, ele fica muito mal. Vou trabalhar até eu puder. Nunca disse que estava cansado após um dia de trabalho. Quando o dia é cheio de atividades, chego em casa, tomo um banho e vou dormir. No outro dia, estou pronto novamente”, conta Pires.

Segundo o empresário, ter um empreendimento é importante para que um idoso continue a trabalhar. “O segredo é ter um negócio para trabalhar. Se for funcionário, você é útil para a empresa até certa idade”, opina. Perguntado sobre a saúde, seu Jurandir conta que faz exames de rotina, além de atividade física. “Faço caminhada. Como digo aos meus amigos, só vou morrer quando quiser”, diz o empresário, de forma descontraída.  

APOSENTADORIA - Por lei, pessoas a partir dos 65 anos podem se aposentar no Brasil, desde que tenham trabalhado em empresas privadas. Trabalhadores do setor público obrigatoriamente devem se aposentar aos 70 anos de idade. Porém, segundo o advogado Giovanne Alves, especialista em direito público e processual e material do trabalho, o patrão não pode exigir que um funcionário de instituição privada, ao atingir os 65 anos, solicite ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) a aposentadoria. “A aposentadoria do setor privado não é compulsória. Ninguém é obrigado a se aposentar”, destaca o advogado.

De acordo com Alves, quem já conquistou a aposentadoria pode continuar trabalhando, recebendo inclusive o salário de aposentado e a remuneração do atual emprego. Segundo ele, um processo que aconteceu há alguns anos e que ainda hoje pode ocorrer é o da “desaposentação”. Alves explica que é possível, por meio da Justiça, solicitar o cancelamento da aposentadoria. Após o cancelamento, o solicitante pode voltar a trabalhar em uma nova empresa, passando a receber um salário mais alto. É possível também conquistar uma nova aposentadoria com um novo salário.  

 

 

Os professores das escolas públicas de Pernambuco estão envelhecendo. Essa foi a conclusão da pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente (Gestrado), da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), divulgada recentemente. Segundo a avaliação, 46% do corpo docente das escolas municipais e estaduais têm docentes com mais de 20 anos de carreira, enquanto apenas 15% dos entrevistados têm menos de 10 anos na Rede Pública de Ensino.

Denominada “Trabalho na Educação Básica em Pernambuco”, a pesquisa ainda aponta que entre os funcionários de escolas, mais da metade apresenta tempo de atuação acima de 20 anos. De acordo com pesquisadores, os números causam preocupação, por causa da iminência do período de aposentadoria para grande parte da categoria e a falta de concursos públicos que promovam o ingresso de jovens na carreira.

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Ainda segundo o estudo, a grande maioria dos professores é de mulheres. São 82% professoras e, em relação aos funcionários, o percentual é de 75% dos trabalhadores. Sobre questões raciais, apenas 29% dos docentes se autodeclaram brancos e que a idade média dos professores é de 40 anos e a dos funcionários de 41.

No que diz respeito à realidade socioeconômica dos educadores, 78% das mulheres são as principais provedoras da renda do grupo familiar. No universo masculino, o número chega a 87%. No quesito escolaridade, o estudo apontou que 84% dos professores são formados em pedagogia ou cursos de licenciatura, porém, apenas 56% têm pós-graduação.

A pesquisa foi realizada em 60 escolas de 17 cidades pernambucanas, incluindo o Recife. Ao todo, 1591 pessoas foram entrevistadas, entre professores e funcionários. 

 

Teve início nesta quinta-feira (12) na Caixa Cultural do Recife as apresentações do espetáculo de bonecos Velhos, do argentino Sergio Mercúrio. A montagem voltada a jovens e segue em exibição nesta sexta (13), às 19h30, e sábado (14), às 17h e 19h30. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia) e estão sendo vendidos na bilheteria do espaço.

A peça é narrada toda em português e faz parte de uma trilogia sobre a velhice produzida por Sergio, que apresenta oito personagens idosos manipulados de sete formas diferentes, todos bonecos feitos de espuma e com expressões bem particulares.

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O espetáculo começa com Tronco, um velho raivoso e carrancudo que critica e resiste à morte. Em seguida, o casal Rosa e Arturo, acamados no hospital após serem atropelados, divertem a plateia com uma discussão acalorada. Manipulada juntamente com Rosimari Jacomeli, surge a boneca gigante Eduviges, acompanhada de sua borboletinha.

Outro personagem é o boneco Navaho é um idoso indígena que vive numa solidão incompreensível. A boneca Simona só precisa dos gestos para se fazer entender pela plateia. E, no final, surge o Professor, um apaixonado pelo tango.

Serviço

Espetáculo 'Velhos'

Sexta (13), às 19h30; Sábado (14), às 17h e 19h30

Teatro da CAIXA Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505– Bairro do Recife)

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) 

(81) 3425 1900

 

Para adquirir conhecimento não existe limite de idade. Confirmando essa ideia, a Universidade de São Paulo (USP), por meio do seu Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), em São Carlos, está com 45 vagas abertas em cursos direcionados à terceira idade. A ação integra o programa Universidade Aberta à Terceira Idade.

Segundo a instituição de ensino, há 9 disciplinas a serem cursadas durante este semestre: história da matemática; tópicos de matemática elementar; ensino de matemática para alunos com necessidades especiais; introdução aos estudos da educação; cálculo I; seminários em computação I, II e III; empreendedores em informática; seminário de computação I e seminário de computação III.

Até o dia 9 de agosto as inscrições podem ser feitas na Seção de Eventos do ICMC. O local fica na Avenida Trabalhador São-Carlense, 400, Sala 4000, São Carlos, em São Paulo. Os alunos devem ter idade mínima de 60 anos. Outras informações sobre os cursos podem ser obtidas pela internet.

Após três anos de espera e ansiedade, o casal Maria Antunes e Sebastião de Freitas, enfim, conseguiu autorização do Tribunal de Justiça de Santa Catarina para adotar uma criança. Em 2009, ao entrar formalmente com o pedido de adoção, o casal teve o desejo negado pelo juiz da infância, sob a argumentação de que os dois eram velhos demais para criar um filho - eles tinham mais de 40 anos de idade.

Hoje, Maria - que é servente em uma escola de Videira, no meio-oeste catarinense - tem 49 anos. Sebastião tem 50 anos e trabalha com transporte. Agora, eles estão na expectativa para dar entrada nos trâmites legais e, finalmente, adotar uma criança. É a nova chance de formarem uma família.

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Sebastião e Maria se casaram há quase 30 anos. Um ano depois nasceu o primeiro dos três filhos homens que tiveram. A alegria inicial, no entanto, foi interrompida por uma doença genética que atingiu todos os filhos. "Eles sofriam de uma doença rara que atrofiava o corpo e causava deficiência física", conta a mãe. Nenhum resistiu. Todos morreram em decorrência da doença, por volta dos 10 anos. O mais velho completaria, em 2012, 29 anos, o do meio faria 19 anos, e o mais novo comemoraria o 15.º aniversário no final do mês.

Diante da doença genética e do coração apertado, Sebastião e Maria deixaram de lado a ideia de ter filhos biológicos, mas o sonho de construir uma família continuava vivo. Foi quando resolveram entrar na fila de adoção - e foram impedidos de dar andamento ao processo. "Nos consideraram velhos. Acharam que a gente não tinha mais idade para cuidar de uma criança. É claro que temos. Poderíamos adotar até duas crianças", afirmou Maria. Sebastião e Maria pretendem adotar uma menina de até 2 anos de idade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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