Os moradores do bloco A1, do Residencial Eldorado, localizado no bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife, foram acordados com pânico e desespero nesta sexta-feira (24). Por volta das 7h30 algumas pessoas ouviram estalos e, por isso, acionaram a Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir). Técnicos do órgão realizaram vistoria no edifício e identificaram várias rachaduras.
“A estrutura do prédio está bastante danificada e possivelmente isso tenha acontecido porque ao longo dos anos muitas paredes dos apartamentos foram retiradas. Há risco de desabamento, pois a estrutura está toda comprometida”, explicou Elaine Holanda, gestora de analise e risco tecnológico. Devido ao risco, o bloco A2 foi desocupado por prevenção.
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De acordo com a gestora, o conjunto residencial foi construído em 1990 e possui 14 blocos, com 16 apartamentos. Os prédios são do tipo caixão. Os moradores tiveram que ser retirados dos imóveis com urgência e não conseguiram retirar, nem mesmo, itens pessoais e documentos. “A prioridade é retirar as famílias destes dois blocos e depois agendar vistoria nos outros”, afirmou Holanda.
As pessoas saíram apenas com a roupa do corpo. A vendedora Vânia Bastos, de 45 anos, conta que estava tomando banho quando ouvi o barulho e muitos vizinhos gritando desesperados. “Eu não posso nem entrar na minha própria casa para retirar as coisas que tem lá dentro. Moro há 12 anos aqui e eu estou muito triste. Nunca pensei que ia passar por isso”, desabafou a moradora que agora vai precisar ir para a casa da mãe.
Franklin Reis da Silva, 37, mora com a esposa e a filha, 11, há 14 anos no conjunto residência. Segundo ele, os moradores nunca foram informados de vistoria no local. “É uma coisa que deixa a gente extremamente abalado e de mãos atadas. Na hora que aconteceu o fato eu estava no trabalho e minha esposa me ligou desesperada. Agora eu vou para casa de parentes só com a roupa do corpo”, contou.
Conforme Holanda, foi feita uma vistoria nos prédios caixão do Recife, em 2007, e o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP) encaminhou o relatório aos moradores desses prédios para que eles fizessem as manutenções recomendadas. “Talvez os procedimentos não tenham sido feito e isso pode ter ocasionado as rachaduras”.
Coordenadores da Defesa Civil estão no entorno dos prédios cadastrando os moradores. Três viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Pernambuco (CBMPE) também estão no local. Somente os moradores do bloco A2 poderão entrar nos apartamentos para retirar seus pertences.
Com informações de Pollyanne Brito
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