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Pelo menos 47 pessoas foram soterradas em um deslizamento de terra na província de Yunnan, no sudoeste da China, nesta segunda-feira (22), informou a imprensa estatal.

O colapso ocorreu às 5h51 (18h51 de domingo em Brasília no condado de Zhenxiong, nordeste de Yunnan, de acordo com a agência estatal Xinhua.

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A televisão estatal CCTV informou que em torno de 18 casas foram soterradas e que mais de 200 pessoas foram "retiradas com urgência" na região.

Duas pessoas foram encontradas mortas na área à tarde, relatou a CCTV, citando um jornalista no local.

As autoridades lançaram uma resposta de emergência com mais de 200 equipes de resgate e dezenas de caminhões de bombeiros, entre outros equipamentos, segundo a CCTV.

"Na hora, achei que fosse um terremoto, mas depois vi que era a colina colapsando", disse um morador à mesma emissora.

Imagens de uma emissora de televisão local transmitidas nas redes sociais mostram socorristas em trajes laranja e de capacete em formação frente a uma estação dos bombeiros.

Em outras imagens, as equipes de resgate aparecem escavando em meio às casas soterradas, onde eram visíveis alguns pertences pessoais.

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu "todos os esforços possíveis", segundo a CCTV.

Xi "exigiu que se organizem rapidamente forças de resgate (...) e que se façam esforços para reduzir as baixas, medida do possível", acrescentou a rede.

O presidente também lembrou que é "necessário conduzir adequadamente o trabalho de dar alívio às famílias dos mortos e realocar as pessoas afetadas".

A CCTV transmitiu a imagem de um bombeiro resgatando um morador preso em uma casa.

O chefe da aldeia rural onde ocorreu o incidente se recusou a comentar o incidente, ao ser contactado por telefone pela AFP, afirmando estar "muito ocupado".

As temperaturas em Zhenxiong atingiram -4°C na manhã desta segunda-feira, de acordo com dados meteorológicos.

A Xinhua indicou que estão em curso esforços para determinar o que aconteceu.

Deslizamentos de terra são comuns em Yunnan, uma região remota da China onde cadeias de montanhas escarpadas colidem com o planalto do Himalaia.

A China sofreu uma série de desastres naturais nos últimos meses, alguns causados por condições climáticas extremas.

Em um deles, em agosto passado, mais de 20 pessoas morreram em um deslizamento de terra causado por fortes chuvas na cidade de Xi'an, no norte do país.

Em setembro, chuvas torrenciais na região sul de Guanxi causaram um deslizamento de terra que matou pelo menos sete pessoas, segundo a imprensa local. E, em junho, um deslizamento de terra na província de Sichuan, no sudoeste do país - também remota e montanhosa - deixou 19 mortos.

As 133 mortes ocorridas em um intervalo de aproximadamente 10 dias no Grande Recife, em decorrência das chuvas e deslizamentos de barreiras, no último ano, foram consequências extremas de fenômenos já conhecidos. A tragédia foi a pior da história recente de Pernambuco e do país, tendo alcançado repercussão nacional. Apesar das mortes ocorridas por questões climáticas e habitacionais não serem uma novidade, 2022 certamente aumentou a pressão sobre as gestões municipais da metrópole, que há anos se destacam negativamente pela aplicação de medidas paliativas. 

Nesse último 28 de maio, se completou um ano desde que as mortes ocorreram. Na verdade, as mortes aconteceram em intervalos curtos, em menos de duas semanas, mas em 28 de maio de 2022 o maior número de mortes foi registrado. O dia fechou com 33 mortes já confirmadas ainda nas primeiras 24h, e os desaparecidos foram sendo encontrados nos dias posteriores, colocando o número de óbitos na casa de uma centena. Até 7 de junho, 132 mortes foram confirmadas e uma última foi notificada no fim do mês, mas referente às mesmas datas. 

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As ocorrências se concentraram em Recife, Jaboatão e Olinda, apesar das enchentes terem afetado outros municípios, como Paulista, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Goiana. O LeiaJá buscou algumas das prefeituras da Região Metropolitana do Recife para saber o que foi realizado em prol da população que mora em locais de risco, seja em barreiras, próximas a rios ou em áreas planas e sem escoamento apropriado das águas pluviais. 

Em visitas realizadas pelo LeiaJá às regiões de deslizamentos, foram ouvidas queixas sobre o pagamento dos auxílios moradia e emergencial, além de reclamações sobre a aplicação de novas lonas, construções de muros e realização de drenagens. Essas reclamações foram mais recorrentes em Jardim Monte Verde e no Córrego do Tiro, em Recife. 

Na primeira quinzena de maio, uma equipe visitou córregos em Águas Compridas, Olinda, onde a situação das barreiras era similar ao que foi visto em 2022 (foto do topo da matéria). Além de ter sido atingida em 2022, Águas Compridas também foi cenário da primeira morte por deslizamento em 2023

LeiaJá também 

  - - > ‘Podcast Atemporal revisita deslizamentos no Grande Recife ou ouça agora, no Spotify: 

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Confira, abaixo, as respostas das prefeituras procuradas. A Prefeitura de Paulista não respondeu a nenhuma das tentativas de contato. O canal segue aberto. 

Jaboatão dos Guararapes (PMJG) 

A Prefeitura informou que, junto à Secretaria de Defesa Civil, contratou 94 novos funcionários para atender às demandas da população. A gestão diz também que estruturou uma sala de monitoramento em tempo real, um plano emergencial e que está instalando duas bases da Defesa Civil, uma em Monte Verde e outra em Curado II, com o intuito de se aproximar das áreas de risco. Também está investindo R$ 54 milhões na limpeza de canais, rios, canaletas e galerias, e mais R$ 40,5 milhões em obras de contenção. Um aprofundamento do canal da Lagoa do Olho D´água está sendo feito e 180 mil m² de lonas devem ser aplicados nas encostas ainda este ano. 

No caso de Jardim Monte Verde, uma comissão de lideranças mantém um canal de contato permanente com a prefeitura, que já realizou algumas reuniões com a comunidade e apresentou os três projetos de contenção elaborados para o local, que somam cerca de R$ 80 milhões, recursos que o município está tentando captar junto ao Governo Federal. Também encaminhou ao Governo Federal um plano habitacional para construção de 305 unidades habitacionais para famílias que perderam suas casas na chuva e aguarda posicionamento. 

Com relação ao auxílio-moradia, antes das chuvas, Jaboatão pagava um benefício de R$ 150 a 200 famílias. Naquele momento, dobrou o valor para R$ 300, pagando atualmente a 916 famílias.  Portanto, os investimentos saltaram de R$ 30 mil para R$ 274,8 mil ao mês, R$ 3,3 milhões ao ano. Houve processos indeferidos pelo fato de moradores terem CadÚnico de outro município ou não atenderem a critérios legais, como o de renda. Mas, havendo questionamentos, a população deve entrar em contato com a Assistência Social pelo número 81 99529-2166. Desde o ano passado, a Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes disponibiliza atendimento psicológico para pessoas afetadas pelas chuvas. 

A prefeitura já criou dois abrigos oficiais para acolher pessoas que venham a ficar desabrigadas. Em caso de emergência, ligar para a Defesa Civil, nos telefones 0800 281 2099 e 9.9195-6655. 

Prefeitura de Camaragibe 

A Prefeitura de Camaragibe, por meio da Defesa Civil, informa que as ações de proteção necessárias nas áreas de risco são realizadas rotineiramente. A gestão está com processos licitatórios em andamento para execução de mais obras de revestimentos e contenção de encostas em pontos de alto risco no município. São aproximadamente R$ 3 milhões de reais investidos especificamente para intervenções desta natureza. Destacamos ainda que estão sendo realizadas ações de prevenção em vários pontos da cidade, além de obras de reconstrução, recuperação de escadarias, dentre outros. Foram realizadas entre 2022 e 2023, limpeza de 24,8 km de canais, 275 erradicações, podação e remoção de árvores, 810 mil metros quadrados de aplicação de lonas, 476 metros cúbicos de muro de arrimo, além de 3.275 metros quadrados de execução de tela argamassada. 

Informamos ainda que aproximadamente mil famílias foram beneficiadas com o pagamento do Auxílio Pernambuco, observados os critérios estabelecidos pelo Governo do Estado. A Prefeitura de Camaragibe, por meio da Secretaria de Assistência Social, viabilizou para as 44 famílias desabrigadas no município, o pagamento do auxílio de R$ 1.200,00, mais seis parcelas de aluguel social no valor de R$ 300,00 ; prorrogados por mais seis meses. 204 permissionários do Mercado Público Municipal foram contemplados com o pagamento de três parcelas de R$ 600. 

Prefeitura de Olinda 

A Prefeitura de Olinda, através da Secretaria Executiva de Defesa Civil, já colocou, este ano, 260.000 m² de lona plástica nas áreas de morro e cadastrou os moradores das áreas de risco no sistema de avisos por meio de mensagens de SMS (pelo número 40199), para alertas de desastres, em parceria com a Defesa Civil Nacional. No momento, existem oito obras de contenção na Rua da Jangada (Caixa D’Água). Além disso, 772 árvores foram erradicadas em encostas, 1049 vistorias técnicas e 555 atendimentos sociais. 

Nesta sexta-feira (26), a Defesa Civil de Olinda iniciou mais uma etapa na Operação Inverno com a aplicação da geomanta nas áreas de morro da cidade. A Rua 6 de Janeiro, no bairro de Águas Compridas, será o primeiro endereço contemplado com a técnica que garante maior proteção das encostas e o melhor escoamento da água da chuva. No total, serão 54 mil metros quadrados, distribuídos em 94 pontos de riscos, mapeados pela Defesa Civil do município. 

Esse serviço inclui, ainda, a implementação do sistema de drenagem do talude, com a construção de galerias e caixas de recebimento de todo volume da água da chuva. A obra é um reforço no plano de ação da operação, iniciada em janeiro deste ano. Os trabalhos preventivos em andamento na cidade abrangem a construção de muros de arrimo, trabalhos de micro e macrodrenagem, como limpeza de canais e do sistema de galerias em diversos bairros de Olinda. A força-tarefa é coordenada pela Secretaria de Gestão Urbana e Executiva de Defesa Civil. 

Todas as áreas de risco do Córrego do Abacaxi (as primeiras mortes registradas em 2022, entre 24 e 25 de maio, foram registradas no Córrego do Abacaxi) serão contempladas com geomanta. A Defesa Civil de Olinda mantém equipes de plantão para a instalação e substituição de lonas plásticas, corte de vegetação e social. Os chamados podem ser feitos pelos telefones 0800 081 0060 ou 99266-5307 (WhatsApp). 

O órgão iniciou, em fevereiro, o trabalho de macrodrenagem com a limpeza de todos os canais que cortam a cidade e já concluiu esse trabalho nos canais do Matadouro (Jardim Atlântico), México (Rio Doce) e o canal da Rua Golfinho (Ouro Preto). Os outros serviços seguem em execução. 

Também está em andamento a ação de microdrenagem, sanando diversos pontos de retenção de água nos bairros de Casa Caiada, Vila São Bento, Bairro Novo, Córrego do Abacaxi, Bultrins, Jardim Atlântico, Cidade Tabajara, Rio Doce e Peixinhos. 

Continuação: A Prefeitura de Olinda, por meio da Secretaria de Educação, preparou oito pontos municipais para acolhimento de possíveis desabrigados, a partir do mapeamento das áreas de riscos no município. 

Pouco mais de 7 mil famílias olindenses foram beneficiadas com o pagamento de R$ 1.500 do auxílio emergencial no mês de junho de 2022, das quais 41 passaram a receber auxílio moradia. Atualmente, o auxílio-moradia, reajustado pela Prefeitura em 100% este ano, atende 1.057 famílias cadastradas para o auxílio-moradia. 

Prefeitura do Recife 

A Ação Inverno 2023, pacote de serviços e  intervenções do município no enfrentamento às consequências climáticas, tem investido R$ 291 milhões em todas áreas da cidade com esse objetivo. O trabalho será ampliado com uma operação de crédito já firmada pela cidade, que garantiu R$ 2 bilhões de investimentos, junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para obras de infraestrutura, drenagem e habitação.  

A maior parte dos recursos - R$ 1,5 bilhão - será empregada no Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade Social (ProMorar), enquanto R$ 500 milhões serão utilizados para eficiência fiscal, que também deve ser revertida em investimento. 

Os R$ 2 bilhões serão investidos em ações e obras de infraestrutura urbana que beneficiarão ao todo 200 mil recifenses. O ProMorar Recife executará obras de macrodrenagem na bacia do Rio Tejipió, equipamentos urbanos, pavimentação, espaços de convivência, proteção de encostas, saneamento, moradia, entre outras iniciativas. 

As primeiras comunidades escolhidas para receberem investimentos já estão com as equipes sociais do programa discutindo as melhorias necessárias junto com os moradores de cada localidade. São as oficinas participativas que estão no momento sendo desenvolvidas em Dancing Days, Sítio das Mangueiras, Ayrton Sena, João Paulo II, Vila Brasil, Vila Arraes, Loteamento Padre Henrique, Beira Rio, Rua Divinolândia e Malvinas. Após essa etapa, os projetos serão compatibilizados, atendendo às premissas das comunidades, e apresentados a elas. Só então, deverão ser licitados para execução. 

AUXÍLIO MUNICIPAL EMERGENCIAL (AME) - A PCR começou a realizar o pagamento do AME - no valor de R$ 2,5 mil - ainda no mês de junho. No total, 22.371 famílias foram beneficiadas, com impacto direto para cerca de 90 mil munícipes e cerca de R$ 60 milhões de investimento junto à população afetada. O recurso do AME foi destinado às famílias mais vulneráveis do Recife que: 1) morassem em áreas afetadas mapeadas pela Defesa Civil e Assistência Social; 2) Tivessem os cadastros atualizados no CadÚnico; e 3) Habitassem em Comunidades de Interesse Social (CIS) de áreas alagadas  

Em relação ao território geográfico, os cinco bairros que mais impactados e cujas famílias receberam o AME foram: 

Imbiribeira - 2.702 AMEs concedidos 

Ibura - 2.538 AMEs concedidos 

Torrões - 1.843 AMEs concedidos 

Areias - 1.426 AMEs concedidos 

Caçote - 1.426 AMEs concedidos 

ENCOSTAS - Até o momento a gestão fez a entrega de 66 contenções e investimentos na ordem de R$ 100 milhões. No momento, a Autarquia de Urbanização do Recife (URB) está com mais 44 obras em curso e outras 23 estão contratadas para iniciar nas próximas semanas. Além disso, 485 projetos para áreas de risco da cidade estão em fase de elaboração. Com o empréstimo do BID, a Prefeitura vai ampliar para 100 grandes obras de encostas todos os anos. 

Auxílio Moradia - Nos últimos 12 meses, foram incluídas 1.643 famílias no Auxílio Moradia, que teve o valor aumentado em 50% (de R$ 200 para R$ 300 por mês) e beneficia hoje 7.234 recifenses. Do total de inclusões, 758 foram em Jardim Monteverde, Vila dos Milagres e Lagoa Encantada. A aplicação de geomanta, um composto geotêxtil de PVC usado para proteger as barreiras, foi feita em 13 pontos de risco da cidade, beneficiando 140 famílias. 

ASSISTÊNCIA SOCIAL  

- Os Abrigos Irmã Dulce e o Emergencial Travessa do Gusmão permaneceram abertos durante 24h para acolher as famílias atingidas pelas chuvas. Cerca de 200 vagas ao todo.  

- Mais de 30 bairros, contemplando mais de 40 comunidades, receberam os donativos arrecadados pelo Recife Solidário. Ao todo 14.943 famílias foram beneficiadas. 

- Captação de donativos com a sociedade civil: 52.825 Refeições; 14.990 Cestas básicas; 11.825 Colchões; 34.123 Itens de limpeza; 187.620 Itens de higiene pessoal. A Secretaria Executiva de Defesa Civil também realizou 16.848 atendimentos sociais e distribuiu 1.764 cestas básicas e 629 colchões. 

- Em parceria com o Governo do Estado, a Secretaria de Direitos Humanos realizou um mutirão nas comunidades e emitiu 1.023 Certidões de nascimento emitidas e 911 RG. 

 

A imersão nos aspectos sociais, habitacionais e ambientes do Grande Recife pode gerar uma enxurrada de questionamentos. Com uma paisagem atravessada por moradias à beira de encostas e rios, lonas pretas e formações irregulares, a região não consegue driblar o déficit de moradias, tampouco a desigualdade social, que, ano após ano, crescem lado a lado. É uma constante. O metropolitano, fugindo dos aluguéis caros e da especulação imobiliária mais central, ocupa a base e o topo das barreiras na esperança de que o próprio lar se sustente, apesar das adversidades. 

É desta leitura que surge o debate trazido pelo Podcast Atemporal, nova produção do Portal LeiaJá. O nome acontece de uma troca entre a noção de atemporalidade e a palavra “temporal”, no intuito de acompanhar a forma como as chuvas estão, há décadas, diretamente ligadas à letalidade que permeia comunidades cujas moradias têm estrutura irregular. 

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Junto a dezenas de convidados, entre especialistas e personagens, as histórias são contadas pelos repórteres Vitória Silva e Jorge Cosme, que além de editor do programa, é também editor do caderno de Reportagens Especiais do LeiaJá. O primeiro episódio “2022”, disponibilizado nesta quarta-feira (10) no Spotify, é a introdução para uma narrativa que deve circular por décadas de perdas, negligências e superações. 

O mês de lançamento também não é uma coincidência: maio de 2023 marca um ano desde que 133 pernambucanos perderam suas vidas em deslizamentos de terra, antes mesmo do inverno chegar. Neste lançamento inicial, será possível ouvir as histórias de famílias do Recife que foram marcadas pela catástrofe do último ano. A convidada de “2022” é Socorro Leite, urbanista pernambucana especializada em geografia urbana, que compartilha seu conhecimento sobre o conceito de racismo ambiental. 

Atemporal será uma produção quinzenal, dividida em episódios com abordagens e durações diferenciadas. É possível acompanhar as atualizações no hotsite da produção. Ouça o primeiro episódio:

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As chuvas que atingiram Recife e São Paulo este ano tem colocado a vida de milhares de pessoas que vivem em áreas vulneráveis ainda mais em risco e acendido o alerta da sociedade em busca de soluções possíveis. Com isso, a Casa Criatura, de Olinda (PE) e o Instituto Procomum, de Santos (SP), organizações de inovação social, se uniram para conectar pessoas, com diferentes saberes e experiências, para colaborarem e criarem soluções para os desafios climáticos locais, por meio do projeto Lab Tempestade.

O Lab Tempestade Olinda é um laboratório de inovação cidadã que visa prototipar soluções pautadas na temática das mudanças climáticas. No local, pessoas de diferentes áreas e contextos sociais trabalham no desenvolvimento de soluções climáticas criativas, uma oportunidade para discutirem sobre os desafios enfrentados com a mudança climática e colaborarem para um futuro mais sustentável em Pernambuco. O projeto tem apoio da rede internacional Global Innovation Gathering e conta com o apoio da fundação alemã Nord-Süd-Brücken e do Ministério para Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha.

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  Cada participante recebe uma bolsa de R$ 400 e ajuda de custo para transporte e alimentação em todas as atividades presenciais. As equipes têm acompanhamento técnico e apoio financeiro para compra de materiais, visando o desenvolvimento de seus protótipos. A participação no laboratório acontece em três encontros presenciais na Casa Criatura, localizada no sítio histórico de Olinda. 

Os encontros para imersão e prototipação já aconteceram no final de semana passado. “Esse projeto tem como meta desenvolver cinco protótipos, então não são produtos finais, são protótipos de uma ideia, de um método e de um processo que possa ser desenvolvido numa escala menor, de forma a atestar a ideia para ver se tem efetividade, se pode ser implementada, se é exequível”, explicou a coordenadora do Lab Tempestade em Olinda, Rayane Aguiar, consultora e pesquisadora que trabalho com análise de políticas públicas e construção de metodologias para investigação e construção de soluções para desafios socioambientais complexos. 

“Ao final dessas três semanas de mentoria, os participantes vão apresentar esses protótipos. Temos a expectativa de renovar esse investimento que foi feito pela instituição financiadora para que a gente dê continuidade ao Lab Tempestade e implementar algumas ou até todas essas ideias que estão sendo desenvolvidas”, completou Rayane. 

Os resultados e processo criativo do Lab

Tempestade serão apresentados em um encontro de encerramento no dia 6 de maio. O processo criativo não é competitivo e todos os participantes terão a oportunidade de contribuir com os resultados gerados para enfrentar os desafios climáticos em nível local e servir de exemplo para outras localidades com ideias e saberes vindos da comunidade.   

Grupos

Os grupos focais se encontraram nos dias 14 e 15 de abril para desenvolverem os projetos.  Durante os encontros, os participantes trabalharam no desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios climáticos locais. 

O gestor de projetos Renato Zerbinato, de 46 anos, é um dos participantes do Grupo 4: Observatório Tempestade, em que participam também Havana Andrade, Tulio Seabra, Estevão Souza, Cleo Nascimento e Flacinete Duarte. Ele explica qual o foco do grupo. “A ativação de um observatório ambiental em Pernambuco, iniciando por Olinda, Recife e Região Metropolitana de Recife vai nos ajudar a mapear pontos críticos para o meio ambiente em diversas regiões, assim como divulgar boas práticas no enfrentamento à crise climática e ao racismo ambiental [termo utilizado para se referir ao processo de discriminação que populações periferizadas ou compostas de minorias étnicas sofrem através da degradação ambiental]”. 

Renato afirma que os mapeamentos, pesquisas e demais ações oferecidas pelo observatório poderão subsidiar diversas instituições ambientalistas na facilitação de parte de seus objetivos. 

Dispositivo de proteção

A estudante de Serviço Social e ativista socioambiental Dálethe Melissa, de 20 anos, que faz parte do Grupo 2: Dispositivo para proteger bens materiais durante enchentes, conta que a ideia do grupo, composto ainda pelo Rafael Rangel, Ciro Silva, Dyego Digiandomenico, Julia Santana, Ture e Vera Maria, consiste na criação de um dispositivo impermeável para proteger bens em áreas de inundação. 

“Alguns dos principais efeitos da crise climática é a maior frequência dos alagamentos e cheias em comunidades vulneráveis, resultando na insegurança de vidas e na perda de bens. Sendo assim, a proposta surge a partir da necessidade de garantir a dignidade das pessoas a partir da minimização das perdas materiais, que foram conquistadas através de muito esforço por parte das famílias afetadas”.

A ativista, que ainda é gestora de Comunicação do Fórum Popular do Rio Tejipió, completa que o objetivo é que o dispositivo seja prático e aplicável em diferentes escalas de tamanho, possibilitando que as pessoas possam salvar os seus bens e saírem com segurança o mais rápido possível de suas casas. “Somado a isso, a meta é que ele seja de baixo custo, oportunizando que as famílias possam confeccionar futuramente, transformando suas casas mais resilientes às inundações”. 

Cuidado

A pedagoga Débora Paixão, de 25 anos, está no Grupo 3: Clima de Cuidado, com os colegas Gabi Feitosa, João Paulo Oliveira, Nathália Araújo e Rayana Burgos. O foco do grupo é acolher e proporcionar um momento de cuidado para as pessoas ativistas que estão à frente das soluções climáticas no dia a dia, e que por falta de recursos e acessos, não conseguem cuidar de si.  “Entendemos que, as soluções são feitas por pessoas que estão diretamente nos territórios, e que por muitas vezes, por olhar tanto para os outros e para as problemáticas, esquecem de cuidar de si próprio”, explicou Débora. 

O objetivo, completa a pedagoga, é oferecer cuidado para aqueles que estão na linha de frente do combate da mudança do clima.

“E fortalecer o senso de comunidade através da cultura do bem viver e encorajar os ativistas a continuarem na luta, para que possamos, além de cuidar do clima, atuar nas soluções diárias das problemáticas que enfrentamos em diversos territórios, e assim propor que as pessoas ativistas através desta vivência, possam se sentir acolhidas e cuidadas”. 

Comunicação Educadora e cientista social, Joice Paixão, de 38 anos, está no Grupo 5: Plano de Comunicação,  Adaptação e Mitigação das Chuvas na Região Metropolitana do Recife, que conta ainda com a participação de Joyce Arai, Maria Clara Araújo, Esdras Silva, Winston Spencer e Vitoria Passos. No plano, Joice explica, tem ações informativas, treinamentos até a preparação de brigadas para atuar em casos de incêndios ou de desastres. 

“Dentro dessas brigadas teremos a brigada de saúde física, de saúde mental, de cuidado com as crianças, de gestão de crise, de logística - que é responsável receber as doações, triagem e fazer a entrega - e brigada de social media”.  Segundo a educadora, o grupo está realizando um mapeamento georreferenciado na comunidade junto com o departamento de geografia da Universidade Federal de Pernambuco. “É um mapeamento dos locais mais afetados na enchente do ano passado,  para criar não só um perfil socioeconômico, mas também um perfil estrutural das famílias atingidas.” 

O objetivo, ela completa, é ‘salvar vidas’. “Nosso objetivo com esse plano é fazer com que o máximo de pessoas estejam preparadas fisicamente, estruturalmente, emocionalmente para lidar com as fortes chuvas em Recife e com a possibilidade de alagamentos, enchentes ou deslizamento de barreiras”. 

Casa Guardiã A realizadora audiovisual Carol Canuto, de 26 anos, participante do Grupo 1: Casa Guardiã, em que faz partes ainda os integrantes Kadu Tapuya, Raama Santana, Daniel Guedes, Gil Acauã e Jhenifer , contou que o projeto do grupo aborda os desafios climáticos sob dois eixos: “primeiramente, visa propor uma reparação direta, a curto prazo para a má alimentação consequente do racismo ambiental, com a utlização de uma farmácia com ervas, cura espiritual e ancestral e uma horta. E no segundo tempo, o projeto atua a longo prazo, com os desafios climáticos, por incorporar uma construção de uma arquitetura sustentável, que poderá ser um exemplo ou inspiração para futuras construções na Comunidade do Coque [em Recife], onde será implantada”. 

Carol, que também é pesquisadora de práticas de rezas e curas ancestral e articuladora social, o objetivo do grupo é fazer um espaço de conservação de manutenção de saberes ancestrais, “para sensibilizar a comunidade, crianças e adolescentes a aprender com esses saberes locais de mulheres, já que elas são, em maioria, indígenas que compartilham suas ideias e sua ancestralidade”.

A comunidade de Jardim Monte Verde, no extremo Sul do Recife, recebeu nesta quinta-feira (30) o primeiro Simulado de Preparação para Emergência e Desastre de 2023, promovido pela Defesa Civil do Recife. O local, que fica na divisa entre Jaboatão dos Guararapes e a capital pernambucana, foi o com maior letalidade nas ocorrências de deslizamento de barreira no último ano, com quase 50 óbitos. 

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Por estar em uma região limítrofe, Monte Verde sempre enfrentou desafios relacionados ao desenvolvimento social e saneamento básico, pela questão territorial funcionar como um suposto impasse. Após as tragédias consecutivas de 2022, as ações em prol do atendimento emergencial e contenção de barreiras têm se intensificado na região. 

O novo treinamento para situações de risco faz parte de uma série de exercícios práticos iniciados na segunda-feira (27) e que devem ir até o dia 12 de abril. Eles consistem em uma simulação de situação de emergência com diferentes níveis de riscos, notificados através de mensagem de texto (SMS) para a população. Os primeiros alertas indicariam os perigos da chuva acumulada e o estado de atenção. Os posteriores já sugeriram instruções para evacuação, em caso de perigo de morte, neste caso, por deslizamento de barreira. 

Os exercícios serão feitos em seis áreas da cidade. O primeiro foi no Alto do Eucalipto, o segundo em Monte Verde, e os próximos serão nos bairros de Dois Unidos, Jordão Baixo, Dois Irmãos e Coqueiral, o último sendo o único fora das áreas de morro. De acordo com a gerente geral de assistência social do Recife, Giselle Vieira, a Prefeitura já interditou 220 imóveis na região e as famílias só poderão retornar às suas moradias após a conclusão das obras. 

Em Jardim Monte Verde, uma das cinco obras de contenção foi entregue. A previsão é de que todas fiquem prontas em abril, mas a obra principal, na Chapada do Araripe, ainda passa por negociações devido à desapropriação imobiliária. 

“O foco da gente é formar as lideranças comunitárias desses territórios. Eles passaram por uma capacitação através do nosso Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil. Foi um ciclo de oficinas que a gente fez com 29 lideranças, distribuídas nas RPAs de Recife. O exercício simulado é o exercício prático dessas oficinas. Eles aprenderam noções de Defesa Civil, primeiros socorros, treinamento teórico da parte de evacuação de área, e lições em meio ambiente”, informou Giselle. 

Casa de apoio 

O fim da simulação aconteceu na Nélia Casa de Recepções, uma casa de festas comunitária, na rua Alto do Caxambu. O local será utilizado para abrigar a população em uma possível evacuação durante o período chuvoso. A casa de apoio fica em um primeiro andar, em um nível que evita a entrada das águas de enchentes.  

No exercício, o morador Washington Fernandes, de 34 anos, foi o responsável por direcionar a população, junto às equipes municipais. Além da Defesa Civil, estiveram presentes a Guarda Municipal, a Secretaria De Justiça e Direitos Humanos (SJDH), a Secretaria de Governo e Participação Social (Segov), a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), a assistência de saúde do Recife e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

Washington, que mora em Jardim Monte Verde desde que nasceu, utilizou um apito para emitir sinais de alerta à população, nas ruas, logo após o envio dos SMS de notificação de risco. Nos muros das casas, a Prefeitura do Recife também posicionou placas de direção, sinalizando o local da casa de apoio. A alternativa, no entanto, servirá somente como ponto de encontro entre população e poder público. Desabrigados passarão por cadastramento.  

“Se toda comunidade tivesse essa quantidade de lideranças treinadas para educar nessa parte, teria diminuído o número de mortes [em comparação ao ano passado]. Muitas mortes ocorreram aqui em Jardim Monte Verde porque as pessoas foram ajudar e aí acabaram morrendo. O socorro demorou a chegar por causa das enchentes e não dava tempo. Muita gente também voltava para dentro de casa e tentava salvar os bens materiais, mas não tinha ninguém pra instruir sobre o perigo e nem para monitorar e avisar que, pelo menos, a barreira estava caindo", relatou o líder comunitário. 

Como acionar a Defesa Civil 

Plantão 24 horas

Telefone: 0800 081 3400 

Unidades regionais

Plana (RPAs 1, 2, 3, 4, 5 e 6) 

Telefone: (81) 3221-1038 

Endereço: Rua Afonso Pena, 550, Santo Amaro 

Norte (RPA 2) 

Telefone: (81) 3355-4320 

Endereço: Avenida Beberibe, 3546, Porto da Madeira 

Noroeste (RPA 3) 

Telefone: (81) 3355-6615 

Endereço: Avenida Norte, 5600, Casa Amarela 

Nordeste (RPA 3) 

Telefone: (81) 3355-6856 

Endereço: Rua Monte Celeste, 67, Guabiraba 

Sul (RPA 6) 

Telefone: (81) 3355-6809 

Endereço: Rua Alfredo Eugênio M. de Almeida, 35, Lagoa Encantada 

Oeste (RPAs 4, 5 e 6) 

Telefone: (81) 3254-9944 

Endereço: Rua Damasco, 59, Jardim São Paulo 

 

As equipes de emergência prosseguiam nesta terça-feira (7) com os trabalhos de busca de dezenas de desaparecidos em um deslizamento de terra em uma ilha remota da Indonésia que matou 15 pessoas.

As condições meteorológicas e a que das linhas de comunicação dificultam as tarefas de resgate na ilha isolada de Serasan, no arquipélago de Natuna, onde vivem 8.000 pessoas.

As imagens divulgadas pelas autoridades locais mostram casas reduzidas a escombros e árvores no chão.

As equipes de resgate recuperaram 10 corpos na ilha, mas os moradores afirmaram que a tragédia provocou 15 mortes, segundo Abdul Muhari, porta-voz da Agência Nacional de Mitigação de Desastres.

Muhari também informou que oito pessoas desaparecidas foram encontradas, quatro delas em estado crítico. Outras 42 continuam desaparecidas.

As equipes de resgate concentravam os esforços em uma rua em que dezenas de casas foram atingidas.

"Ao longo desta rua, há quase 30 casas que foram soterradas", disse Muhari.

A Indonésia, um país insular, é propensa a deslizamentos de terra durante a estação chuvosa, agravados em alguns lugares pelo desmatamento.]

Os cientistas afirmam que os desastres naturais devem piorar com a mudança climática.

Em 2020, a capital indonésia, Jacarta, e outras cidades próximas sofreram as inundações mais graves em vários anos depois que as chuvas provocaram deslizamentos de terra. Pelo menos 67 pessoas morreram naquele ano.

4.218 pessoas morreram em deslizamentos no Brasil nos últimos 35 anos, mostra levantamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Para especialistas, o número - que não inclui inundações e outros eventos associados - expõe um problema histórico de falta de ação para prevenção e redução de riscos no País, especialmente na região Sudeste, que concentra a maioria das vítimas, a exemplo do recente caso no litoral norte de São Paulo, que deixou 50 mortos, além de desaparecidos.

A situação se torna preocupante em um contexto em que eventos extremos se tornam cada vez mais comuns e intensos em meio ao avanço das mudanças climáticas. Segundo pesquisadores do tema, ações de redução de riscos em áreas vulneráveis são urgentes diante da alta ocupação urbana em áreas de encosta em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, dentre outros. Como o Estadão mostrou, São Sebastião, no litoral norte paulista, foi condenadas na Justiça a tomar medidas para atuar em áreas vulneráveis.

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"Estamos em fevereiro ainda. Teremos as águas de março e abril, que tem bastante chuva na Bahia e em Pernambuco", destaca o geólogo e pesquisador do IPT Eduardo Macedo, autor do levantamento de mortes por deslizamentos, que reúne dados desde 1988. Em março de 2020, mais de 40 pessoas foram vítimas de deslizamentos na Baixada Santista, por exemplo. "Nesse andar de mudança climática e eventos extremos, vamos ter varias vezes, infelizmente."

Professor e coordenador do Laboratório de Gestão de Riscos (LabGRis) na Universidade Federal do ABC (UFABC), Fernando Rocha Nogueira diz que o alto número de mortes é causado por um problema estrutural. "O risco é resultado da forma de que se ocupa, usa e se constrói as cidades. Isso que gera o risco, não é a chuva. O risco é uma questão social."

Encostas

O professor aponta que se trata de um problema social, pois a ocupação de encostas é em parte uma consequência do encarecimento do custo de vida em áreas mais seguras. No caso de São Sebastião, por exemplo, em vários bairros, as áreas planas são limitadas às quadras mais próximas da orla, que se valorizaram com o aumento do turismo nas últimas décadas. "Originalmente, a população caiçara não morava no morro", aponta.

Embora o ideal fosse retirar todas as famílias de áreas de alto risco (que são 4 milhões, segundo o governo federal), uma perspectiva mais realista e que permite atuação mais rápida é de melhorias nas infraestruturas desses locais, para diminuir a vulnerabilidade das residências, em grande parte de uma população de baixa renda. "Vai colocar essa população onde?", questiona.

O pesquisador destaca que o mundo está em um momento de "necessidade urgente para se adaptar às mudanças climáticas". "Precisa fortalecer os lugares frágeis. Conhecer e pensar formas de melhorar esses pedaços da cidade", diz. Nesse processo, além dos mapeamentos já existentes, os moradores precisam ser aliados, para identificar indícios de problemas futuros.

Como comparação, Eduardo Macedo cita que Bertioga, município também na região da Serra do Mar, recebeu um volume de chuva semelhante ao de São Sebastião durante o carnaval, mas não registrou vítimas. "Não tem praticamente ocupação em encosta", afirma. Dessa forma, os impactos foram mais de alagamentos, inundações e afins. "600 mm é totalmente fora do padrão. Não há morro que aguente."

Sudeste

Historicamente, os deslizamentos com maior registro de vítimas nas últimas décadas ocorreram na região Sudeste, em especial na região serrana do Rio de Janeiro. No ano passado, morreram 241 pessoas vítimas da chuva em Petrópolis. O pesquisador explica que se trata de uma combinação das características locais, que propiciam um acúmulo de nuvens e precipitações frequentes, e da alta ocupação urbana das encostas, áreas de várzea e outras zonas de risco.

"Frentes frias estacionam na região do encontro dos três Estados, a região serrana do Rio, o sul de Minas (Gerais) e a Zona da Mata, o litoral norte de São Paulo e o Vale do Paraíba", explica. "Alguns anos atrás, tinha um ou outro evento de chuvas mais intensas durante o ano, mas aumentou a frequência. E a característica dessa região é a ocupação de encosta. A chuva não é a culpada, ela apenas detona o processo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um relatório apresentado em dezembro de 2018 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, mostrava que havia em São Sebastião 161 moradias em áreas de risco alto para deslizamentos. O documento apontou ainda que 2.043 moradias estavam em áreas de risco médio ou baixo para deslizamentos no município.

O documento do IPT não listou na área da Barra do Sahy, no litoral Norte, um dos locais mais afetados pelos temporais ocorridos no último domingo (19), nenhuma construção em situação de risco alto ou muito alto. Isso mostra, segundo o diretor técnico do IPT, Fabrício Mirandola, que o pode ter tido uma ampliação da ocupação irregular desde a publicação do relatório. Ele destaca ainda que, pelo relato dos moradores, as vítimas foram atingidas pela lama quando deixavam as residências.

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“Parte das pessoas que foram atingidas não estavam mais dentro das casas, elas estavam nas ruas e nas vielas, saindo, fugindo das moradias. Quando a gente tem esse processo de liquefação do solo, esse material tende a seguir o caminho das ruas, porque a rua normalmente segue o caminho natural da água”, disse.

Eventos mais recorrentes

O diretor ressalva ainda que o relatório de 2018 foi feito baseado em dados da média histórica de chuvas do local e não previa a ocorrência atípica das precipitações que atingiram a região no último domingo. Mas, segundo ele, o episódio recente pode indicar uma nova tendência.

“E aí a gente acaba tendo, menos de 10 anos depois, um evento que é quase cinco vezes maior do que esse [de 2014]. Realmente a gente vem tendo modificações no clima”, destacou. “Isso pode indicar, a gente não consegue cravar mas, pelo que a gente vem vendo dos históricos, que eventos extremos como esse eles vão ser mais recorrentes, e a gente precisa para preparado”, acrescentou.

Ele conta que o relatório faz referência a um temporal ocorrido em 2014 na região, que acumulou cerca de 180mm de chuva. Pelo modelo utilizado no documento, o instituto previu que uma nova chuva desse porte poderia voltar a ocorrer apenas daqui a 60 anos, previsão chamada tecnicamente de tempo de retorno.

Processo natural

Para o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, e diretor da Federação Brasileira de Geólogos, Fábio Augusto Reis, o evento ocorrido no litoral Norte é um processo natural da região e deverá continuar a acontecer no futuro.

“Já ocorreram outros eventos, não com essa magnitude, mas eventos extremos na história do Brasil, na Serra do Mar. Isso vai continuar ocorrendo. Outros exemplos extremos vão ocorrer, isso faz parte do processo natural e a Serra do Mar é uma serra que sempre teve processos de deslizamentos, escorregamento, e vai continuar tendo”, disse.

Ele cita, como exemplo, os deslizamentos em série que ocorreram em 1967 no município de Caraguatatuba, também no litoral Norte, em que morreram cerca de 450 pessoas. “O evento de 67 foi muito pior. Só que, naquela época, tinha 15 mil pessoas morando em Caraguatatuba. Se aquele mesmo evento tivesse ocorrido hoje, estaríamos falando de milhares de pessoas mortas”.

“Então é isso que a gente tem que separar: o evento natural vai continuar. Agora, o grande problema está na ocupação, na ocupação desordenada que ocorre nessas cidades”, acrescentou.

Entre maio e junho de 2022, as mudanças climáticas estiveram em evidência no Brasil, seguindo as dezenas de tragédias acontecidas em decorrência de enchentes e temporais, do Norte ao Sul do Brasil. No Amazonas, o Rio Negro teve uma das maiores cheias da história, e também a mais veloz, chegando ao nível dos 29,38m, por influência do fenômeno La Niña. Em Minas, Rio e São Paulo, mais temporais e deslizamentos foram responsáveis por tirar o lar e os parentes de muitas famílias.

Dentre esses eventos, certamente as cheias em Pernambuco foram destaque em todo o país. Uma das maiores tragédias humanas e ambientais de 2022, os temporais na Região Metropolitana do Recife deixaram pelo menos 128 mil desalojados e 132 mortos, a maior parte vítima de deslizamentos de terra em barreiras e encostas. Tudo aconteceu entre maio e junho, meses em que o acumulado das chuvas costuma ser maior em todo o estado.

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Apesar dos pernambucanos estarem acostumados com o cenário caótico que todo período chuvoso proporciona, ano após ano, 2022 trouxe números sem precedentes. Começando com os deslizamentos entre Olinda e Recife, na última semana de maio, quando sete pessoas morreram. Em menos de duas semanas, a tragédia escalou, e rápido: mais de 100 pessoas morreram soterradas na RMR, em cerca de três dias de chuvas, durante a segunda semana de junho.

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Chuvas no Sudeste

São Paulo

Na região Sudeste, a chuva provocou estragos em São Paulo logo no primeiro mês do ano. Os temporais começaram no dia 11 e se perduraram até fevereiro. Ao todo, 36 municípios foram atingidos pelas enxurradas que transbordaram rios, causaram deslizamentos de barreiras e obrigou a suspensão da vacinação contra a Covid-19. 

No dia 31 de janeiro, o levantamento do governo do estado apontava 21 mortos - sendo oito crianças-, 11 desaparecidos e cerca de 660 famílias desabrigadas ou desalojadas. Dois dias depois, os números saltaram para 28 mortes e sete desaparecidos, além de 2,9 mil famílias desabrigadas ou desalojadas. 

As mortes causadas pelas chuvas foram registradas em oito cidades, sendo Franco da Rocha a com o maior número de vítimas fatais, com 11 casos. As demais foram Itapevi (1), Arujá (1), Francisco Morato (5), Embu das Artes (3), Várzea Paulista (5), Jaú (1) e Ribeirão Preto (1).  Até o início de fevereiro, a Defesa Civil distribuiu 622 cestas básicas, 666 kits de higiene e 834 kits dormitório. 

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Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro

Um temporal também atingiu Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, e deixou a região central inundada no dia 15 de fevereiro. Mais de 30 mortes foram confirmadas em virtude das quedas de barreiras em diferentes pontos da cidade. 

Um mês depois, 233 mortes foram confirmadas e 994 desabrigados. Mais de três mil vistorias foram iniciadas pelas equipes de engenheiros, geólogos e técnicos da Defesa Civil. Ao todo, 4.368 ocorrências foram registradas em pelos menos 44 localidades do município. 

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O corpo da segunda vítima foi retirado do local do deslizamento de terra na Rodovia BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná, na tarde desta quinta-feira, 1º. A vítima foi identificada como Márcio Rogério de Souza, de 51 anos, que dirigia um caminhão quando aconteceu o deslizamento, na noite de segunda-feira, 28.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o corpo havia sido localizado havia dois dias, porém a operação para a retirada foi mais complexa do que estava prevista devido às condições instáveis do tempo. Segundo os bombeiros, o corpo do caminhoneiro foi encaminhado para a Polícia Científica para perícia.

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Na quarta-feira, 30, o Estadão conversou com a irmã da vítima, a empresária Marina de Souza Iavorski, de 38 anos. Ela contou que o irmão estava viajando de Joinville (SC) para Curitiba com o veículo descarregado. Ele carregaria o caminhão com peças automotivas em na capital parananese e seguiria viagem.

"Nós conversamos cerca de meia hora antes, eu mandei um print pra ele que estava tendo deslizamento ali na serra. Aí não falei mais. Mandei mensagem umas 9 horas da noite (de segunda) e ele não recebeu mais", afirmou. A família sabia que o caminhão dele estava envolvido no acidente por causa do rastreador do veículo.

A primeira vítima, o caminhoneiro João Maria Pires, de 60 anos, foi enterrado na manhã desta quinta, em São José dos Pinhais (PR). No fim da manhã, a estimativa de potenciais vítimas, inicialmente prevista em torno de 30 pessoas, foi reduzida pelos bombeiros com o avanço do trabalho de resgate. Até o momento, duas pessoas morreram e seis foram resgatadas com vida do local.

Remoção de terra

O relatório do gabinete de crise do governo do Paraná informou que as equipes dos bombeiros e da concessionária Arteris Litoral Sul começaram na tarde desta quinta a remoção de terra da pista sentido sul. Pela manhã, ocorreu a liberação do sentido norte, o que, segundo o gabinete, permitiu o avanço na operação de resgate, que passou de 60 horas.

O boletim explicou que o volume de terra é bastante elevado na pista sul, o que torna a operação sensível. Estão sendo usados guinchos e maquinários pesados. Conforme o relatório, quase todos os veículos pesados que estavam visíveis foram removidos. Há previsão de chuva para a noite desta quinta no local.

O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, divulgou nota oficial sobre as fortes chuvas registradas nos últimos dias, que provocaram deslizamentos e interdições em importantes rodovias federais do País. Conforme a nota, embora haja registros de ocorrências em várias regiões, o caso mais grave, no momento, é registrado no Sul do País.

"É fundamental que os motoristas não se desloquem para as rodovias BR-376/PR e BR-101/SC, entre os municípios de Tijucas do Sul (PR), Guaratuba (PR) e Garuva (SC). A rota está intransitável, depois que o deslizamento de encosta obstruiu completamente essa ligação rodoviária, na altura do km 668,7, na noite de segunda-feira (29)", disse o ministro na nota.

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Uma equipe da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi deslocada para o local, em apoio aos trabalhos em andamento pela concessionária Arteris Litoral Sul, a qual administra a BR-376/PR; e ao socorro que é prestado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, com apoio de voluntários civis.

Segundo o ministério, a Serra encontra-se bloqueada, ainda sem previsão de liberação, com tráfego interrompido na praça de pedágio de São José dos Pinhais (PR), km 635 da BR-376/PR; na unidade operacional da PRF em Tijucas do Sul (km 662) e na praça de pedágio de Garuva, no km 1,3 da BR-101/SC. A recomendação das autoridades no local é de que os condutores antecipem a manobra de retorno (evitando prosseguir até os pontos de bloqueios). As rotas alternativas indicadas neste momento para ligação entre os Estados do Paraná e Santa Catarina são as BR 470 e 116.

Pontos de atenção

Alerta também na BR-277/PR, cuja pista no sentido litoral está totalmente interditada por causa da queda de barreira no km 41 e parcialmente interditada no km 42; e na BR-280/SC, onde há interdição total no km 93 e no trecho entre os km 84 e 122. Os segmentos foram sinalizados e equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) atuam nos serviços de desobstrução e de orientação aos condutores quanto a rotas alternativas.

Em Aracruz (ES), o trânsito foi totalmente interrompido no km 170 da BR-101, em virtude de um registro de erosão. A concessionária Eco101 e a PRF encontram-se no local, e, conforme a concessionária, a previsão é que os trabalhos sejam concluídos amanhã (2). Outros pontos de atenção nesta rodovia são o km 171,3, ainda em Aracruz, por causa de uma erosão; e os km 134 e 146, ambos em Linhares e em decorrência à queda de barreiras.

Pelo menos 31 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra no sul das Filipinas devido às fortes chuvas causadas pela aproximação de uma tempestade tropical, de acordo com um novo relatório oficial divulgado nesta sexta-feira (28).

As inundações afetaram várias cidades e vilas na ilha de Mindanao desde quinta-feira (27), segundo o porta-voz e chefe da Defesa Civil local, Naguib Sinarimbo. "A água começou a entrar nas casas antes do amanhecer", contou à AFP.

O responsável especificou nesta sexta-feira que os socorristas recuperaram 16 corpos na cidade de Datu Odin Sinsuat, 10 em Datu Blah Sinsuat e cinco na cidade de Upi. Um balanço anterior registrava 13 mortes.

Sinarimbo informou que várias pessoas foram resgatadas após conseguirem subir nos telhados de suas casas.

Equipes de emergência e unidades militares estão patrulhando outras áreas onde ocorreram inundações e deslizamentos de terra.

As chuvas fortes começaram na noite de quinta-feira nesta região sob um autogoverno muçulmano após décadas de rebelião separatista armada.

A tempestade desencadeou inundações repentinas que arrastaram árvores, rochas e lama durante a noite em comunidades principalmente rurais ao redor de Cotabato, uma cidade de 300.000 pessoas na ilha de Mindanao.

A agência meteorológica de Manila indicou que esses eventos foram, em grande parte, causados pela tempestade tropical Nalgae, localizada mais a nordeste e que deve atingir o arquipélago durante o fim de semana.

O serviço meteorológico não descarta que atinja a ilha de Sámar já nesta sexta-feira, muito antes do previsto.

Quase 5.000 pessoas foram retiradas de comunidades propensas a inundações e deslizamentos de terra, disse a Defesa Civil.

- "Foi um choque" -

Remar Pablo, um cineasta local, contou à AFP que estava gravando um concurso de beleza na cidade de Upi quando as inundações repentinas ocorreram após a meia-noite, forçando o público a fugir por segurança.

Seus vídeos mostraram uma fila de carros parcialmente submersa. "Ficamos presos lá dentro", contou Pablo, que acabou entrando na água para chegar em casa.

As inundações diminuíram em várias áreas, mas a maior parte da cidade de Cotabato permanece debaixo d'água.

Sinarimbo disse que espera mais inundações nesta sexta-feira, à medida que as chuvas continuam.

"Nosso foco agora é o resgate, bem como a criação de cozinhas comunitárias para os sobreviventes", afirmou.

O exército enviou caminhões para transportar os moradores de Cotabato e oito cidades vizinhas, acrescentou o chefe da Defesa Civil da província, Nasrullah Imam.

"Foi um 'choque' ver que cidades que nunca haviam sido inundadas afetadas desta vez", lamentou Imam.

Uma média de 20 tufões e tempestades atingem as Filipinas todos os anos, matando pessoas e gado e destruindo fazendas, casas, estradas e pontes, embora o sul raramente seja afetado.

Os cientistas alertam que as tempestades estão se tornando mais poderosas à medida que o planeta se aquece devido às mudanças climáticas.

  As Promotorias de Justiça de Defesa da Cidadania de Jaboatão dos Guararapes se reuniram virtualmente, com representantes da Procuradoria-Geral do Município e integrantes das unidades do Conselho Tutelar de Jaboatão para colher informações, sobre quais ações adotadas pelo município no enfrentamento à situação emergencial causada pelas chuvas, nesta quarta-feira (8). De acordo com levantamento, o município foi o mais atingido pelos efeitos dos deslizamentos, com 64 mortos e 10 mil desalojados. 

Na audiência, o MPPE relatou que após apuração das informações, e após relatos dos conselheiros tutelares,que a Defesa Civil não conseguiu chegar nos locais de risco. "ficou evidenciado um quadro de estruturação deficiente da Defesa Civil municipal, que não conseguiu chegar aos locais do risco em tempo hábil e tampouco realizou um trabalho de comunicação eficiente com as comunidades para informar sobre o risco de deslizamento trazido, mesmo com o alerta de precipitações acima da média". 

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Além disso, o MPPE acrescentou que também registrou dificuldades com a organização dos abrigos emergenciais para receber os desalojados, protestos de moradores por falta de assistência às vítimas e uma certa invisibilidade dos cidadãos que se abrigaram em casas de parentes e, por esse motivo, não foram cadastrados para receber auxílio e kits emergenciais. 

 Diante disso, o Ministério entrou em contato com o procurador-geral de Jaboatão, Eduardo Porto, sobre a situação das unidades e a possibilidade de transferência das pessoas para locais mais adequados. Porto informou que a quantidade de desalojados foi muito grande e que o município está buscando espaços alternativos.  

A Secretaria Executiva de Defesa Civil de Pernambuco elevou para 119.523 o número de pessoas desalojadas no estado em razão das chuvas que atingem a região nos últimos 16 dias. O número de desabrigados passou para 9.134. Os dados foram atualizados nessa terã-feira (7).

De acordo com a Defesa Civil do estado, foram registrados nessa terça mais cinco deslizamentos de terra: dois no município de Quipapá, um em Jaqueira, um em Tamandaré e um no Recife. Em Tamandaré, cinco pessoas foram atingidas e três precisaram ser hospitalizadas. No Recife, foram quatro vítimas no deslizamento. Uma delas, um adolescente de 13 anos, morreu.

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De acordo com a Companhia Pernambucana de Abastecimento (Compesa), seis barragens continuam operando com capacidade máxima no estado: Várzea do Una (São Lourenço da Mata), Duas Unas (Jaboatão dos Guararapes), Pirapama (Cabo de Santo Agostinho), Sicupema (Cabo de Santo Agostinho), Utinga (Ipojuca) e Bita (Ipojuca).

Em decorrência das chuvas que continuam atingindo as regiões da Mata, Agreste e Metropolitana do Recife, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) permanece monitorando as rodovias.

O número de pessoas desabrigadas e desalojadas cresceu em Pernambuco, após os temporais ocorridos no estado no fim do mês de maio. O impacto das chuvas tirou 61.596 pernambucanos de suas casas e 9.631 desabrigados, de acordo com o último balanço da Secretaria Executiva de Defesa Civil do Estado, atualizado na tarde do domingo (5). Até o começo desta segunda-feira (5), não havia registro de novas ocorrências com vítimas. 

Ainda de acordo com o órgão, o número de cidades que decretaram situação de emergência por conta das chuvas passou de 34 para 37. São elas: Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Goiana, Jaboatão dos Guararapes, Macaparana, Moreno, Nazaré da Mata, Olinda, Paudalho, Paulista, Recife, São José da Coroa Grande, São Vicente Ferrer, Timbaúba, Abreu e Lima, Araçoiaba, Igarassu, Aliança, Glória do Goitá, Vicência, Bom Jardim, Limoeiro, Passira, São Lourenço da Mata, Pombos, Palmares, Sirinhaém, Lagoa do Carro, Tracunhaém, Chã Grande, Escada, João Alfredo, Chã de Alegria, Correntes, Água Preta, Itamaracá e Primavera. 

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Serviço 

A Central de Operações da CODECIPE continua atendendo 24h pelos telefones 3181-2490 e 199. 

O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco segue trabalhando nas buscas por 11 vítimas desaparecidas, após as chuvas torrenciais no Grande Recife, na última semana. A informação foi divulgada no último balanço do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), vinculado à Secretaria de Defesa Social (SDS-PE), na manhã desta quarta-feira (1º). Este é o quinto dia de buscas e 106 mortes já foram confirmadas. 

Além das nove pessoas desaparecidas, mas já identificadas, conforme divulgado até o começo desta quarta-feira (1º), há também dois relatos “imprecisos e em investigação”, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Assim, o número de pessoas a resgatar subiu para 11.  

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Sobre as novas informações de possíveis desaparecidos, a Defesa Civil informou que foi comunicada do desaparecimento de um senhor de 70 anos em um sítio, na zona rural de Limoeiro, após um deslizamento de terra. As buscas foram iniciadas de imediato. Além desses locais, há atuação ainda em Jaboatão Centro e Paratibe (Paulista), onde duas pessoas teriam sido levadas pelas enxurradas. 

Do quadro geral dos nove desaparecidos, três estariam na Vila dos Milagres (Barro) e o restante, no Curado IV (2), Areeiro (1), Paulista (1), Jaboatão Centro (1) e Limoeiro (1). 

No Instituto de Medicina Legal do Recife (IML), as 106 vítimas resgatadas foram periciadas pela força tarefa montada para agilizar os procedimentos tanatoscópicos, orientar, acolher e apoiar as famílias. 

“Na manhã de hoje, sete vítimas estão aguardando liberação nas próximas horas. São questões, na maior parte, relativas a documentos que estão sendo trazidos pelos parentes e sendo agilizados, de modo a amenizar um pouco o sofrimento dessas famílias marcadas pela tragédia. Em alguns casos, estamos fazendo coletas de material para exames de DNA, visando uma identificação mais precisa e a ligação familiar entre as pessoas”, informou o secretário de Defesa Social, Humberto Freire. 

Nesta quarta-feira (1º), estão atuando 403 profissionais do Corpo de Bombeiros de Pernambuco e de outros Estados, Forças Armadas, operativas da SDS, Defesa Civil e órgãos municipais, na Vila dos Milagres, Areeiro, Curado IV e em Limoeiro.  

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As forças de segurança pública e defesa social de Pernambuco confirmaram, nesta terça-feira (30), que o estado já registra 100 pessoas mortas decorrentes de deslizamentos e enxurradas registradas desde a última quarta-feira (25).

“Para se chegar a esse número, cruzamos uma série de informações disponíveis, como as ocorrências geradas no Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), os resgates feitos nas áreas afetadas, perícias feitas no Instituto de Medicina Legal (IML) e relatos feitos por familiares aos serviços de defesa civil e assistência social", diz o secretário de Defesa Social, Humberto Freire.

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No momento, 16 pessoas estão sendo procuradas, sendo 14 vítimas de soterramento nas áreas da Vila dos Milagres, Jardim Monteverde, Curado IV e Areeiro. Outras duas pessoas teriam sido levadas pelas enxurradas, sendo uma em Jaboatão Centro e outra em Paratibe (Paulista). Todas as ocorrências estão na Região Metropolitana do Recife.

436 profissionais, entre bombeiros de Pernambuco e de outros estados, bem como demais forças amigas, estão empenhados nos trabalhos. Embarcações, cães de busca e aeronaves estão sendo empregadas nos salvamentos e identificação dos corpos. 

Há um esforço de todos para, além de termos precisão no monitoramento e atualização da situação, também fornecer o apoio necessário às vítimas e familiares neste momento de dor”, pontua Freire.

A Prefeitura de Camaragibe, no Grande Recife, determinou, na segunda-feira (30), a saída imediata de todas as famílias que moram em uma área de risco situada próxima às ruas Califórnia e Bela Vista. O mesmo também foi determinado para famílias que moram no trecho da Avenida Pernambuco, embaixo do Alto do Padre Cícero. A medida, de acordo com a gestão, segue orientações da Defesa Civil municipal, que realizou inspeção técnica na área com o apoio do estado e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

As famílias que serão realocadas viviam em residências sob risco de desabamento em decorrência das chuvas que ainda caem na cidade. Os moradores são aconselhados a ir para a casa de parentes ou para os abrigos disponibilizados pela prefeitura nas escolas municipais Carmelo Orrico Lapenda (Bairro dos Estados) e o Cemei Vivendo e Aprendendo (Celeiro). 

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“Nossas equipes já alertaram reiteradamente as pessoas para que elas saiam de suas casas. Há uma grande rachadura em uma barreira perto dessa localidade”, pontuou a secretária de Defesa Civil de Camaragibe, Kátia Marsol. 

Buscam continuam 

O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco continua buscando por uma vítima desaparecida na Comunidade do Areeiro, em Camaragibe. A informação foi atualizada pela corporação na manhã desta terça-feira (31). O trabalho é coordenado pela major Karla Lessa, e integrado às Forças Armadas e integrantes da Prefeitura de Camaragibe. 

No município, ao menos seis pessoas morreram após deslizamentos na localidade conhecida como Córrego do Desastre, no Alto de Santo Antônio e, também, no bairro dos Estados, na manhã do sábado (28). 

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A Prefeitura do Recife confirmou, na noite de segunda-feira (30), o total de 37 mortes e 3.640 pessoas desabrigadas e desalojadas na cidade, em decorrência das fortes chuvas. Cinco vítimas continuam desaparecidas. Até a segunda-feira (30), o número de mortes de moradores da capital pernambucana era 19. Ao todo, foram resgatados 40 corpos, entretanto, três ainda não foram identificados como de moradores da cidade. 

Atualmente, o Recife conta com 34 equipamentos que funcionam como abrigos temporários, sendo 17 escolas e creches municipais. Até o momento, foram registradas 115 ocorrências críticas, especialmente nas comunidades de Jardim Monte Verde, Milagres, Sítio dos Macacos e CAIC Barro, desde o último sábado (28). 

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“Estamos junto das famílias que perderam seus bens, seus móveis e estamos criando um plano específico de apoio. Essa chuva foi a maior dos últimos 50 anos da cidade. A gente sabe que tem lugar que alaga com frequência, mas essa chuva chegou a locais que nunca deu água no Recife. O nosso foco inicial foi salvar vidas, corremos para os morros para tirar as famílias que estavam em riscos, montamos abrigos e estamos coletando doações", disse o prefeito João Campos. 

Mortes em Pernambuco 

Até a manhã desta terça-feira (31), o número de mortos ainda não havia sido atualizado pelo Governo do Estado. De acordo com o último balanço, dessa segunda-feira (30), Pernambuco ainda tem cerca de 20 desaparecidos e 6.170 pessoas desabrigadas, além de 93 mortos.  

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Durante uma conversa com a assessoria do Náutico, nesta sgeunda-feira (30), Victor Ferraz falou sobre a tragédia que pairou sobre Pernambucano por conta das chuvas nos últimos dias. O experiente jogador disse que tem acompanhado as noticias e lamentou ocorrido

“O estado inteiro está passando por uma dificuldade muito grande, triste as imagens que a gente tem acompanhado, bastante sofrimento, pessoas perdendo familiares, suas casa, alimentos. É muito difícil”, comentou.

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O jogador, inclusive, citou que as chuvas afetaram até o próprio clube. que precisou mudar o local do treino, que acabou ocorrendo no CT do Sport. “É um momento de mostrar humanidade, se unir. Temos nos reunido para fazer nossa parte como atleta da maneira que a gente pode. Muitos aqui tem uma condição melhor e conseguem ajudar de alguma maneira. Procurem os pontos de arrecadação que estão sendo divulgados nas redes do Náutico”, disse.

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