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O regime militar que tomou o poder no Níger em 26 de julho ordenou, nesta sexta-feira (25), ao embaixador da França que deixe o país no prazo de 48 horas, anunciou a chancelaria do país africano em um comunicado.

Devido à “recusa do embaixador (...) em responder a um convite” do ministério “para um entrevista” e a “outras ações do governo francês contrárias ao interesse do Níger”, as autoridades “decidiram retirar suas credenciais” e “pedir que saia do território nigerino em 48 horas”, explica o comunicado.

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As declarações e manifestações antifrancesas se multiplicaram no país desde a deposição do presidente Mohamed Bazoum, eleito democraticamente.

O novo regime acusa a ex-potência colonial de preparar uma intervenção militar para devolver o poder a Bazoum e de manipular a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que intensifica a pressão sobre Niamei.

A entidade impôs ao Níger duras sanções econômicas e financeiras e ameaça recorrer à força para restabelecer a ordem constitucional.

Cerca de 1.500 militares franceses estão mobilizados no país para combater grupos jihadistas que há anos operam na região do Sahel.

O regime militar que surgiu de um golpe de Estado no Níger formou um governo, informa um decreto assinado pelo novo homem forte do país, o general Abdourahamane Tiani, lido na televisão nacional durante a madrugada de quinta-feira (10).

O governo, anunciado pouco antes de uma reunião de cúpula crucial nesta quinta-feira (10) em Abuja (Nigéria) entre os países vizinhos do Níger na região da África Ocidental, é liderado pelo primeiro-ministro Ali Mahaman Lamine Zeine.

O novo Executivo inclui 20 ministros: os titulares da Defesa e do Interior são generais do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP) que tomou o poder.

O novo governo marca a consolidação do regime militar desde que derrubou, em 26 de julho, o presidente eleito Mohamed Bazoum, detido desde então.

A formação do gabinete coincide com uma reunião da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) em Abuja, que pretende tomar "decisões importantes", segundo o bloco regional.

A organização reiterou a preferência pela via diplomática para "restabelecer a ordem constitucional" no Níger, mas não descartou o uso da força.

Os novos líderes de Niamey consideram a Cedeao uma organização sob controle da França, ex-potência colonial.

Na quarta-feira, os militares acusaram a Cedeao de ter violado o fechamento do espaço aéreo em vigor desde domingo e de ter "liberado prisioneiros terroristas". As acusações foram rapidamente negadas por Paris.

Níger é o quarto país dentro do bloco regional a registrar um golpe de Estado desde 2020, depois de Guiné, Mali e Burkina Faso.

O país era um dos últimos aliados das potências ocidentais na região do Sahel, desestabilizada pela violência de grupos islamitas presentes na região.

A delegação da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) fracassou em sua tentativa de mediação para restituir o poder ao presidente eleito democraticamente no Níger, onde os militares golpistas anunciaram a ruptura dos acordos de cooperação com a França.

"Os emissários da CEDEAO partiram na noite de quinta-feira depois que não conseguiram uma reunião com o líder dos militares que tomaram o poder na semana passada, o general Abdourahamane Tiani, nem com o presidente derrubado, Mohamed Bazoum", afirmou um integrante da delegação nesta sexta-feira (4).

A delegação era liderada pelo ex-presidente nigeriano Abdulsalami Abubakar e tinha como objetivo "apresentar as demandas dos líderes da CEDEAO", de acordo com um comunicado divulgado pela presidência da Nigéria.

A organização regional adotou sanções econômicas contra o Níger no fim de semana e deu prazo até o próximo domingo para que Bazoum, derrubado em 26 de julho, retorne ao poder, sob a ameaça de um possível uso da "força".

A CEDEAO destacou, no entanto, que uma intervenção militar é "a última opção sobre a mesa".

Os comandantes militares dos países da CEDEAO estão reunidos na capital da Nigéria, Abuja, para examinar a situação no Níger.

Os golpistas alertaram na quinta-feira que responderiam de forma imediata a qualquer "agressão ou tentativa de agressão contra o Estado do Níger" por parte da CEDEAO.

Em sua declaração, eles excluíram de suas ameaças os "países amigos" suspensos da CEDEAO, em referência a Burkina Faso e Mali, que também são governados por militares que deram golpes para tomar o poder.

Estes dois países alertaram em um comunicado conjunto que "qualquer intervenção militar contra o Níger seria considerada uma declaração de guerra".

Os golpistas denunciaram vários acordos de defesa com a França, incluindo os vinculados à presença de tropas francesas no Níger e o "estatuto" dos militares que participam na luta contra os grupos extremistas.

- "Consequências devastadoras" -

Bazoum - que está detido com sua família - afirmou na quinta-feira que se for bem-sucedido, o golpe terá "consequências devastadoras para a região e o mundo inteiro".

Em sua primeira declaração pública desde que foi derrubado, em um artigo publicado no jornal The Washington Post, Bazoum pediu ao governo dos Estados Unidos e à comunidade internacional que ajudem "a restaurar a ordem constitucional".

Em várias cidades do Níger, milhares de pessoas expressaram apoio aos golpistas na quinta-feira, dia em que o país celebrou o aniversário da independência do país da França, conquistada em 1960.

Alguns manifestantes gritaram frases contra a França e exibiram bandeiras da Rússia.

Nesta sexta-feira, um decreto assinado pelo general Taini suspendeu o toque de recolher que estava em vigor desde 26 de julho.

No texto publicado Washington Post, Bazoum advertiu que "toda a região do Sahel central" pode cair sob a influência russa por meio do grupo paramilitar Wagner, cujo "terrorismo brutal" foi demonstrado na Ucrânia.

A França mantém 1.500 soldados no país africano para ajudar na lutar antijihadista. Durante a semana, o país retirou 1.079 pessoas do Níger, mais da metade deles franceses.

O ministério da Defesa da Espanha informou que um avião militar pousou nesta sexta-feira na capital do Níger, Niamey, para repatriar os civis espanhóis que desejam abandonar o país.

Os militares golpistas retiraram do ar na segunda-feira a Radio France Internationale (RFI) e o canal de televisão France 24, uma medida condenada por Paris e que a União Europeia considerou "inaceitável" nesta sexta-feira.

Milhares de pessoas expressaram apoio nesta quinta-feira (3) em Niamey aos autores do golpe de Estado que derrubou o presidente do Níger, Mohamed Bazoum, que está sequestrado há oito dias e que teve a "libertação imediata" demandada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Os manifestantes foram convocados pelo movimento M62, uma coalizão de organizações da sociedade civil, no dia do 63º aniversário da independência do Níger da França, a ex-potência colonial que mantém 1.500 soldados no território nigerino para ajudar no combate aos grupos armados extremistas.

"Abaixo a França!", "Viva a Rússia, viva Putin!", gritaram alguns manifestantes na capital do Níger, país produtor de petróleo e urânio.

Desde o golpe de Estado de 26 de julho, liderado pelo ex-comandante da guarda presidencial, o general Abdourahaman Tiani, as relações com a França e outros países ocidentais passam por um momento de grande tensão.

No domingo passado foram registrados incidentes durante um protesto diante da embaixada da França, o que provocou a retirada de mais de 500 franceses do Níger.

"Estamos interessados apenas na segurança, venha da Rússia, China ou Turquia", declarou um dos manifestantes, o empresário Issiaka Hamadou. "Simplesmente não queremos os franceses, que nos roubam desde 1960", acrescentou.

Nos Estados Unidos, um dos principais aliados do Níger, ao lado da França, e que também mantêm mil militares no país, o presidente Biden pediu a "libertação imediata" do presidente Bazoum e de sua família.

"O povo do Níger tem o direito de escolher seus líderes. Eles expressaram sua vontade por meio de eleições livres e justas - e isso deve ser respeitado", destacou Biden em um comunicado.

Bazoum, 63 anos, está detido com sua família desde o golpe de Estado na residência presidencial. Nesta quinta-feira, a energia elétrica do edifício foi cortada voluntariamente, de acordo com seu partido.

- Retirada de estrangeiros -

Desde terça-feira, a França fretou cinco aviões para uma operação de retirada de que foi concluída nesta quinta-feira.

O ministro francês das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, anunciou que 1.079 cidadãos franceses e estrangeiros "estão a salvo".

O governo dos Estados Unidos ordenou na quarta-feira a saída dos funcionários não essenciais da embaixada em Niamey, mesma medida anunciada pelo Reino Unido nesta quinta-feira.

A Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao), presidida pela Nigéria, afirmou que está preparada para uma operação militar no Níger, mas destacou que esta é a "a última opção sobre a mesa".

Os comandantes do Estado-Maior dos países da região estão reunidos em Abuja, capital da Nigéria, até sexta-feira, dois dias antes do fim do ultimato anunciado pela Cedeao para o retorno de Bazoum ao poder.

Uma delegação da Cedeao, liderada pelo ex-presidente nigeriano Abdulsalami Abubakar, foi enviada a Niamey para "negociar" com os golpistas.

A Nigéria decidiu cortar o fornecimento de energia elétrica ao Níger, que depende em 70% da energia gerada no país vizinho.

O Banco Mundial, que liberou 1,5 bilhão de dólares em ajuda ao Níger em 2022, anunciou a suspensão de pagamentos "para todas as operações e até novo aviso".

Os golpistas enviaram um representante ao Mali e Burkina Faso, dois países também liderados por militares golpistas e que enfrentam a violência jihadista.

Em um comunicado conjunto, os governos de Burkina Faso e do Mali afirmaram que qualquer intervenção armada seria considerada "uma declaração de guerra" e provocaria a saída dos países da Cedeao.

Em Niamey, o general Tiani declarou em discurso exibido na televisão na quarta-feira que rejeita as sanções e se nega "a ceder a qualquer ameaça".

"Rejeitamos qualquer interferência nos assuntos internos do Níger", afirmou.

A Rússia defende o diálogo "para evitar o agravamento da situação".

Até o momento não está prevista a retirada dos soldados franceses e americanos que participam na luta contra os movimentos extremistas no Níger.

O Ministério das Relações Exteriores da França anunciou que a operação para retirar seus cidadãos do Níger começará nesta terça-feira (1º) e que "os cidadãos europeus que desejarem deixar o país" poderão participar.

"Tendo em vista a situação em Niamei [capital do Níger], os atos de violência perpetrados anteontem contra nossa embaixada e o fechamento do espaço aéreo, que deixa nossos compatriotas sem a possibilidade de sair por seus próprios meios, a França está se preparando para evacuar seus cidadãos e os cidadãos europeus que desejarem deixar o país. Essa evacuação começará hoje", disse o ministério.

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O governo francês estima que o número de civis franceses no Níger esteja entre 500 e 600. Até o momento, outros governos europeus não anunciaram operações de retirada de cidadãos, mas países como a Espanha pediram a seus cidadãos que informassem seu paradeiro à embaixada.

Em uma entrevista à BFMTV na noite desta segunda-feira, a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, reiterou os pedidos de seu país para a reintegração do presidente deposto Mohamed Bazoum e negou as acusações dos militares pró-golpe do Níger de que a França está preparando uma intervenção militar.

Ele também enfatizou que é "possível" que a Rússia esteja tentando "tirar proveito" da crise, mas evitou culpar Moscou pelo golpe e o atribuiu a "uma ação oportunista" de um oficial militar de alto escalão. A França, uma antiga potência colonial no Níger, tem um contingente de 1.500 soldados no país para apoiar a luta contra o golpe.

No último domingo (30), durante uma manifestação em apoio aos golpistas, centenas de pessoas protestaram violentamente em frente à embaixada francesa na capital do Níger.

Em resposta, o governo do presidente Emmanuel Macron advertiu sem rodeios que agiria "imediata e decisivamente" se seus interesses fossem atacados.

Na segunda-feira (31) o Palácio do Eliseu, sede do governo francês, disse que Macron havia conversado em várias ocasiões com Bazoum e com seu antecessor, que está atuando como mediador, bem como com os líderes de outros países da região, como parte de uma longa série de contatos em busca de uma solução para a crise no Níger.

Golpe de Estado

Na última sexta-feira (28), militares consolidaram o golpe que derrubou o primeiro governo democraticamente eleito no Níger. O general Abdourahamane Tchiani foi nomeado o novo líder do país africano, que teve a Constituição suspensa. Com isso, os Poderes Executivo e Legislativo ficam unificados sob o comando de Tchiani.

Em discurso na TV estatal, o general disse que foi nomeado presidente da junta militar que derrubou o governo e justificou o golpe pela "deterioração da situação de segurança" no país.

No mesmo dia, Macron fez coro aos apelos internacionais pela libertação de Bazoum e restituição da ordem democrática no país. "Este golpe de Estado é completamente ilegítimo e profundamente perigoso para os nigerinos, para o Níger e para toda a região", repreendeu Macron.

A história do Níger é marcada por uma secessão de golpes desde que o país declarou independência da França, na década de 1960.

A tomada de poder pelos militares também foi condenada por vizinhos africanos, Estados Unidos, ONU e União Europeia, que suspenderam a ajuda financeira que fornecem ao Níger. AssIm como, líderes da África Ocidental agora fazem bloqueio econômico contra o Níger em tentativa de ultimato aos golpistas. (Com agências internacionais).

Os líderes dos países da África Ocidental emitiram um ultimato de uma semana aos militares que derrubaram o presidente no Níger e não descartaram o uso da força para restabelecer a ordem constitucional, enquanto impuseram sanções financeiras.

O chefe de Estado, Mohamed Bazoum, está detido desde quarta-feira pelos militares no palácio presidencial. Na sexta-feira, o general Abdourahamane Tiani, líder da Guarda Presidencial, se autoproclamou o novo líder.

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Tiani justificou o golpe pela "deterioração da situação de segurança" no país, devastado pela violência de grupos jihadistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda.

Após os golpes de Estado no Mali e em Burkina Faso, o Níger era um dos últimos aliados das potências ocidentais na região do Sahel.

Em uma cúpula de emergência realizada em Abuja, capital da Nigéria, os dirigentes e representantes da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) apelaram ao restabelecimento da "ordem constitucional na República do Níger" dentro de "uma semana".

A organização não descarta "o uso da força" caso suas demandas não sejam atendidas, indicou em suas resoluções.

O órgão regional, do qual o Níger é membro, não especificou o que quer dizer com "uso da força". No ano passado, criou um contingente de segurança para combater os jihadistas e impedir golpes militares, mas ainda não está claro como isso seria implementado.

A cúpula contou com a presença de líderes e representantes do bloco de 14 países, com exceção de Mali, Guiné e Burkina Faso, que foram afastados da organização após a chegada de militares golpistas nesses países.

O presidente do Chade, Mahamt Idriss Déby Itno, também participou do encontro, embora seu país não faça parte da organização. Após a cúpula, deslocou-se a Niamey, capital do Níger, para ver o que pode fazer para "contribuir para a resolução da crise", segundo N'Djamena.

A Cedeao também concordou em "suspender todas as transações comerciais e financeiras" entre seus Estados-membros e o Níger, assim como em congelar "os bens de oficiais militares envolvidos na tentativa de golpe".

- História política turbulenta -

Antes do início da cúpula, os líderes golpistas denunciaram um suposto plano de "intervenção militar iminente" por parte de alguns países ocidentais e do oeste da África.

Milhares de pessoas se manifestaram em frente à embaixada francesa em Niamey, neste domingo, antes de serem dispersadas por gás lacrimogêneo.

Durante o protesto, gritavam "Viva Putin!", "Viva a Rússia!", "Abaixo a França!" e arrancaram a placa da legação.

A França, ex-potência colonial, que condenou o golpe militar, ainda mantém um contingente de 1.500 soldados no Níger, um dos países mais pobres do mundo.

Paris anunciou no sábado que suspendeu a ajuda ao desenvolvimento e o apoio orçamentário à nação africana.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também declarou que o bloco não reconhece "e não reconhecerá as autoridades golpistas" e anunciou no sábado a suspensão da cooperação de segurança com o Níger, assim como a ajuda orçamentária.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, garantiu por telefone a Bazoum, que apesar do isolamento tem conseguido receber telefonemas de alguns dignitários, que ele conta com o "apoio inabalável" de Washington.

A União Africana deu aos militares duas semanas para restaurar a "autoridade constitucional" no Níger.

O presidente do Níger, Mohamed Bazoum, foi detido por membros da Guarda Presidencial (GP) nesta quarta-feira (26), em uma tentativa de golpe de Estado condenada pelos países africanos, Estados Unidos e pela União Europeia (UE).

Segundo uma fonte ligada à presidência, que não quis ser identificada, "depois de alguns diálogos, a Guarda Presidencial recusou-se a libertar o presidente e o Exército lançou um ultimato", provocado pelo "impulso" dos membros da guarda, que bloquearam o acesso ao palácio presidencial, na capital, Niamey.

Outra fonte ligada ao presidente Bazoum, no poder desde abril de 2021, disse à AFP que a tentativa de golpe estava "destinada ao fracasso".

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) confirmou a "tentativa de golpe de Estado" e manifestou o seu "espanto e preocupação", exortando "os autores deste ato a libertarem imediata e incondicionalmente o Presidente da República democraticamente eleito".

O presidente do vizinho Benin, Patrice Talon, viajará para Niamey para tentar realizar a mediação entre a guarda presidencial e Mohamed Bazoum, anunciou o presidente nigeriano, Bola Tinubu.

No fim da tarde, a GP dispersou com tiros de advertência manifestantes apoiadores do presidente Bazoum. Eles tentaram se aproximar da presidência, onde o governante está preso.

Em mensagem publicada no Twitter, renomeado X, e posteriormente apagada, a presidência do Níger indicava que "elementos da Guarda Presidencial tentaram obter o apoio das Forças Armadas nacionais e da guarda nacional".

"O Exército e a Guarda Nacional estão dispostos a atacar os elementos da GP envolvidos" caso não mudem de postura, acrescentou a Presidência, que destacou que tanto Bazoum como a sua família "passam bem".

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, conversou com o presidente do Níger à tarde e manifestou "seu total apoio e solidariedade", informou seu porta-voz. Horas antes, Guterres havia condenado "qualquer tentativa de tomar o poder à força".

A União Africana (UA) também condenou "a tentativa de golpe de Estado" e pediu o "retorno imediato e incondicional dos militares traidores aos seus quartéis".

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse que o bloco de 27 países condena "qualquer tentativa de desestabilizar a democracia e ameaçar a estabilidade do Níger".

A França, ex-potência colonial que tem 1.500 soldados mobilizados no Níger, condenou "qualquer tentativa de tomar o poder à força".

Os Estados Unidos pediram aos membros da GP "que libertem o presidente Bazoum e se abstenham de toda violência", indicou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

Várias partes do Níger, país do Sahel, estão mergulhadas em uma onda de violência jihadista. Desde que se tornou independente da França, em 1960, o país sofreu várias tentativas de golpes de Estado, quatro delas bem-sucedidas, a última em fevereiro de 2010, quando o presidente Mamadou Tandja foi deposto.

O presidente do Níger, Mohamed Bazoum, foi detido por membros da Guarda Presidencial (GP) nesta quarta-feira (26), em uma tentativa de golpe de Estado condenada por países africanos e pela UE.

Segundo uma fonte próxima à Presidência, que pediu anonimato, "depois de algumas negociações, a Guarda Presidencial recusou-se a libertar o presidente e o exército deu um ultimato", provocado pelo "impulso" dos membros da guarda presidencial, que bloquearam o acesso à Presidência, em Niamey.

Outra fonte próxima ao presidente Bazoum, no poder desde abril de 2021, disse à AFP que a tentativa de golpe estava "destinada ao fracasso".

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) confirmou a "tentativa de golpe de Estado" e manifestou o seu "espanto e preocupação", exortando "os autores deste ato a libertarem imediata e incondicionalmente o Presidente da República democraticamente eleito".

Em uma mensagem publicada na rede social Twitter, agora renomeada X, posteriormente apagada, a Presidência do Níger indicava que "elementos da guarda presidencial (GP) [...] tentaram, em vão, obter o apoio das forças armadas nacionais e da guarda nacional".

"O exército e a Guarda Nacional estão dispostos a atacar os elementos da GP envolvidos" caso não mudem de postura, acrescentou a Presidência, que destacou que tanto Bazoum como a sua família "estão bem".

A União Africana (UA) condenou a "tentativa de golpe de Estado" e pediu o "retorno imediato e incondicional dos militares traidores aos seus quartéis".

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, também manifestou a sua rejeição e disse estar "muito preocupado", afirmando que o bloco "condena qualquer tentativa de desestabilizar a democracia e ameaçar a estabilização do Níger".

Pelo menos 26 crianças com entre cinco e seis anos morreram em um incêndio em uma escola em Maradi, no sul do Níger, nesta segunda-feira (8), sete meses depois de um drama similar que deixou 20 mortos.

"No momento são 26 mortos e 13 feridos, quatro deles graves", disse à AFP o governador da região, Chaibou Aboubacar, acrescentando que são alunos do primeiro ano do ensino fundamental, "com entre cinco e seis anos".

"Não sabemos a origem do incêndio, uma investigação está sendo realizada para determiná-lo", acrescentou, anunciando um "período de luto de três dias na região de Maradi" a partir de terça-feira (9).

O incêndio começou nas salas de aula de palha e madeira, conhecidas como cabanas.

Em abril, 20 alunos com entre três e cinco anos morreram queimados em um incêndio em uma sala de aula semelhante em um bairro de classe trabalhadora de Niamey.

"Este trágico acontecimento enlutou novamente o povo do Níger, em geral, e a comunidade escolar do Níger, em particular", disse o governo do país africano em uma nota emitida nesta segunda-feira pela noite.

Por isso, a administração decidiu "proibir formalmente o uso de cabanas como centros de educação em todo o país".

No Níger, um dos países mais pobres do mundo, para remediar a falta de salas de aula, as autoridades estão construindo milhares de barracões de palha e madeira onde as crianças têm aulas, às vezes sentadas no chão.

Incêndios nessas salas de aula precárias e altamente inflamáveis são relativamente comuns, mas raramente causam vítimas.

Pelo menos 37 civis foram assassinados no oeste do Níger, perto do Mali, em um novo massacre supostamente cometido por extremistas, o que eleva para mais de 450 o número de mortos em ataques destes grupos na região desde o início do ano.

O massacre ocorreu na tarde de segunda-feira (16) na aldeia de Darey-Daye, na região de Tillabéri, na chamada zona das "três fronteiras" entre Níger, Burkina Faso e Mali, palco frequente de violência "jihadista".

"Homens armados em motocicletas" dispararam "contra as pessoas que cultivavam seus campos", disse um político local à AFP.

Segundo ele, foram 37 mortes, incluindo quatro mulheres e 13 menores. Outras quatro mulheres ficaram feridas.

Esta aldeia fica 40 km ao leste da cidade de Banibangou, capital do departamento homônimo.

Em 15 de março, suspostos "jihadistas" assassinaram 66 pessoas em Darey-Daye, em ataques contra veículos que retornavam do grande mercado semanal de Banibangou.

Na semana passada, a ONG Human Rights Watch (HRW) estimou que mais de 420 civis foram mortos desde o início do ano no oeste do Níger em ataques de grupos "jihadistas". Além disso, dezenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas e fugir.

Cidades, povoados e aldeias das regiões de Tillabéri e de Tahoua são atacadas, regularmente, por grupos "jihadistas" armados afiliados ao grupo Estado Islâmico (IS) e à Al-Qaeda.

No sudeste do país, a população enfrenta as atrocidades dos extremistas do Boko Haram e do Estado Islâmico da África Ocidental (Iswap, na sigla em inglês).

Pelo menos 100 pessoas morreram em ataques contra dois povoados no oeste do Níger cometidos no sábado (2), disse à AFP o prefeito do município, sobre o que pode ser o pior massacre de civis neste país alvo dos grupos "jihadistas".

"Acabamos de voltar dos lugares dos ataques. Em Tchoma Bangoy, houve até 70 mortos, e em Zarumadareye, 30", declarou Almu Hassan, o prefeito de Tondikiwindi, que administra os dois lugarejos atacados "por terroristas que chegaram montados em uma centena de motos".

"Também houve 25 feridos, alguns dos quais levados para Niamey e Ouallam para serem tratados", acrescentou. Para atacar os dois povoados (separados por 7km de distância), os agressores "se dividiram em duas colunas: enquanto alguns atacaram Zaroumadareye, outros atacaram Tchoma Bangou", contou o prefeito.

Ambas as localidades ficam a cerca de 120 km ao norte da capital, Niamey, na região de Tillabéri, na fronteira com Mali e Burkina Faso. Esta região é, há anos, um alvo habitual dos grupos "jihadistas".

Este duplo atentado, que as autoridades locais anunciaram no sábado sem dar um balanço preciso das vítimas, foi cometido no mesmo dia em que foram anunciados os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais.

À frente, com 39,33% dos votos, o candidato do partido da situação e ex-ministro do Interior, Mohamed Bazoum, prometeu fortalecer a luta contra os grupos "jihadistas".

Bazoum expressou em um vídeo sua emoção e solidariedade para com as vítimas “deste drama que nos lembra que os grupos terroristas representam uma grave ameaça à coesão de nossa comunidade e um perigo que não pode ser comparado a nenhum outro”.

A primeira-ministra Brigi Rafini, acompanhada por outros líderes, viajou ao local do massacre, enquanto o presidente Mahamadou Issoufou chefiará um conselho de segurança nacional em reunião extraordinária na segunda-feira.

Sucessão de ataques

Segundo o ex-ministro Issoufou Issaka, os jihadistas cometeram esse massacre depois que dois deles foram "linchados" pela população local.

Sete soldados já perderam a vida no dia 21 de dezembro no oeste do Níger, onde são comuns os ataques do Estado Islâmico do Grande Saara (EIGS), enquanto 34 pessoas foram massacradas no dia 12 de dezembro na cidade de Toumour (sudeste), em um ataque reivindicado pelo Boko Haram.

Como outros países na área do Sahel, o Níger sofreu vários ataques jihadistas durante anos, especialmente no oeste e sudeste de seu território.

A região de Tillabéri está em estado de emergência desde 2017. Para combater os jihadistas, as autoridades proibiram em janeiro de 2020 o uso de motocicletas à noite e fecharam alguns mercados que, segundo eles, estavam fornecendo recursos para "terroristas".

No Níger, as eleições municipais e regionais foram realizadas em 13 de dezembro e as eleições presidenciais e legislativas em 27 de dezembro. O segundo turno das eleições para chefe de estado está marcado para 20 de fevereiro.

Seis franceses e dois nigerianos foram mortos neste domingo (9) por homens armados que chegaram de motocicleta na área de Kouré, no Níger, que abriga os últimos rebanhos de girafas da África Ocidental.

"Há oito mortos: dois nigerianos, incluindo um guia (turístico) e um motorista, os outros seis são franceses", disse o governador de Tillabéri, Tidjani Ibrahim Katiella, à AFP. "A maioria das vítimas foi morta a tiros e uma mulher conseguiu fugir, foi recapturada e teve a garganta cortada", acrescentou a fonte.

"Não se sabe a identidade dos agressores, que chegaram de motocicleta entre a vegetação e aguardaram a chegada dos turistas", acrescentou. "O veículo utilizado pelos turistas era da organização não governamental Acted", disse.

O governo francês confirmou a morte dos seis cidadãos franceses, mas não revelou suas identidades. Acrescentou que o presidente, Emmanuel Macron, havia conversado com o mandatário nigerino, Mahammadu Issufu.

A AFP obteve fotos do ataque, que mostram corpos das vítimas e o veículo com marcas de tiros e parcialmente incendiado.

É o primeiro ataque deste tipo contra turistas ocidentais nessa zona, que se tornou uma atração turística há mais de 20 anos.

Essa região está situada nas "três fronteiras", entre Níger, Burkina Faso e o Mali, transformada em um refúgio para os extremistas sahelianos, como o Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS).

Em 8 de janeiro de 2011, dois jovens franceses, sequestrados no dia anterior no centro de Niamey, foram assassinados no território do Mali durante uma intervenção militar franco-nigeriana que buscava resgatá-los.

O presidente Donald Trump teve problemas para lembrar o nome de um soldado americano morto em uma emboscada no Níger quando ligou para a viúva e ofereceu condolências, contou nesta segunda-feira (23) a mulher do militar, acrescentando que este detalhe a fez chorar.

"Sim, o presidente disse que ele (meu marido) sabia ao que estava exposto quando se alistou, mas que era doloroso de qualquer jeito (...) Isso me fez chorar porque estava muito aborrecida com o tom de sua voz e como disse isso", afirmou Myeshia Johnson, a viúva do sargento La David Johnson, falando em um programa da cadeia ABC.

"Trump não conseguia lembrar o nome de meu marido porque me disse que só lembrava porque estava com o relatório sobre meu marido diante dele e foi aí que ele falou La David", explicou ainda.

O presidente respondeu imediatamente no Twitter. "Tive uma conversa muito respeitosa com a viúva do sargento La David Johnson, e mencionei seu nome desde o início, sem hesitar!", assegurou.

A viúva, grávida do terceiro filho do casal, disse que percebeu que o presidente não conseguia lembrar o nome de seu marido e que isso a machucou muito. "Se meu marido estava lá fora, era lutando por nosso país e arriscando sua vida por nosso país, por que ele não conseguia lembrar do nome dele?", acrescentou.

"Isso me fez chorar mais ainda porque meu marido era um soldado maravilhoso", acrescentou.

A patrulha conjunta em que Johnson estava sofreu em 4 de outubro uma emboscada de um grupo extremista na fronteira com o Mali, que custou a vida de quatro soldados americanos e de outros quatro do Níger.

Ao menos 44 migrantes, incluindo bebês, foram encontrados mortos no deserto da região de Agadez, norte do Níger, quando tentavam chegar à Líbia, anunciaram nesta quinta-feira (1°) fontes locais e trabalhadores humanitários.

"Até o momento o número de migrantes mortos no deserto é de 44", disse à AFP o prefeito de Agadez, Rhissa Feltou. A Cruz vermelha confirmou "pelo menos 44 migrantes mortos" e enviou uma equipe à região.

De acordo com uma fonte das forças de segurança, os migrantes subsaarianos, incluindo mulheres e bebês, morreram de sede quando seu veículo quebrou.

No início de maio, oito migrantes nigerianos, entre eles cinco crianças, foram encontrados mortos no deserto quando tentavam chegar à Argélia, o destino de muitos migrantes.

Alguns dias mais tarde, 40 migrantes do oeste da África, abandonados pelos traficantes quando seguiam para a Europa via Líbia, foram resgatados pelo exército, também no deserto.

Itália e Alemanha anunciaram recentemente a ideia de uma missão da União Europeia na fronteira entre Níger e Líbia para lutar contra a imigração clandestina com destino ao continente europeu.

Entre janeiro e meados de abril, a Itália registrou a chegada pelo mar de 42.500 pessoas, 97% delas em embarcações procedentes da Líbia.

O grupo extremista da Nigéria Boko Haram cruzou a fronteira com o Níger e atacou duas aldeias, matando 40 pessoas, disse o governador da cidade Diffa, Yakouba Soumana Goah, local onde ocorreu o massacre.

Os militantes atacaram as aldeias de Lamana e Ngoumawa, que ficam perto da fronteira da Nigéria, nas primeiras horas da manhã, e saquearam lojas e queimaram casas, disse

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Yakouba Soumana Goah.

O governador acrescentou que o Exército do país saiu em busca dos extremistas que fizeram o ataque. Em abril, o grupo atacou o Níger e matou 58 pessoas.

Nascido no nordeste da Nigéria, o Boko Haram começou no ano passado a cruzar a fronteira

atacando aldeias, mesquitas e igrejas em países vizinhos, o que levou os Exércitos locais a se unirem contra o grupo radical islâmico. Fonte: Associated Press.

A epidemia de meningite que atinge o Níger desde janeiro já deixou 75 mortos, mais da metade na capital, Niamey, informou um novo balanço oficial divulgado nesta quinta-feira (16). Em 13 de abril, "75 mortes foram notificadas em nível nacional" de um total de 697 casos, "uma taxa de mortalidade de 10,30%", disse o ministro da Saúde, Mano Aghali, em pronunciamento feito à televisão estatal.

O balanço oficial anterior contabilizava 45 mortes entre 345 casos de meningite entre 1º de janeiro e 29 de março. Todas as regiões do país são afetadas pela epidemia, com exceção de Diffa, no sudeste, perto da Nigéria, disse o ministro.

Segundo o ministro, Niamey é a área mais atingida, com mais de metade das mortes, 41 de 279 casos. Campanhas gerais de vacinação serão realizadas "na próxima semana" em áreas "gravemente afetadas", garantiu Aghali. O surto atual é causado por cepas "mais virulentas" de meningite do que aquelas na origem de ondas precedentes no Níger, de acordo com um especialista.

O Niger, país do árido Sahel e um dos mais pobres do mundo, é regularmente atingido por epidemias de meningite por causa de sua posição central no "cinturão da meningite", que vai do Senegal até a Etiópia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Altamente contagiosa, a meningite se manifesta por um aumento repentino da temperatura corporal, dor de cabeça intensa, vômitos e rigidez do pescoço.

Combatentes do grupo militante nigeriano Boko Haram atacaram uma cidade do Níger na fronteira com a Nigéria pela terceira vez nos últimos dias, informaram moradores nesta segunda-feira.

A nova investida acontece no momento em que o Legislativo do Níger se prepara para votar um projeto para o envio de tropas para uma força regional, com o objetivo de desmobilizar os extremistas.

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Pelo menos 10 mil civis foram mortos no último ano em ataques do Boko Haram. O grupo sequestrou mais de 200 meninas que estudavam num colégio interno nigeriano, muitas das quais ainda estão desaparecidas. Os vizinhos da Nigéria, Camarões, Níger, Chade e Benin prometeram enviar ajuda militar. Em resposta, o Boko Haram ameaçou atacar os que auxiliarem no combate ao grupo.

O ataque realizado durante a noite à cidade de Diffa, no Níger, atingiu uma comunidade que já abriga dezenas de milhares de refugiados das ações anteriores do grupo extremista a outra localidades. A calma havia retornado ao local na manhã desta segunda-feira, mas foi o terceiro ataque desde sexta-feira.

"Disparos e fortes explosões foram ouvidos durante toda a noite até as primeiras horas da manhã", disse Adam Boukar, dono de uma emissora de rádio em Diffa.

Na sexta-feira, quando Diffa foi atacada pela primeira vez, os combatentes do Boko Haram também sitiaram a cidade de Bosso. Na noite de sábado, Diffa foi novamente atacada, com combates que duraram até das 5h de domingo.

O combate ao Boko Haram vem tomando uma dimensão cada vez mais regional nos últimos meses. Na última semana, os extremistas realizaram ataques em Camarões e no Níger.

No sábado, autoridades regionais e da União Africana se reuniram na capital de Camarões, Yaoundé, para propor a criação de uma força de 8.700 homens para combater o grupo extremista, com soldados da Nigéria, Chade, Camarões, Níger e Benin.

Autoridades disseram que a nova força pode ser enviada já no início de março, embora questões relacionadas ao financiamento possam adiar o início dos trabalhos. Fonte: Associated Press.

Poucas horas após um ataque do grupo extremista Boko Haram ter sido reprimido pelo exército na cidade fronteiriça de Diffa, no Níger, um ataque suicida foi registrado na mesma localidade. De acordo com testemunhas, uma mulher-bomba detonou explosivos no mercado de pimenta da cidade, que atrai negociantes e clientes da Nigéria e de outros países da região.

"Esta jovem garota que vestia os explosivos os detonou no meio do mercado. Neste momento, o mercado está cercado por soldados, e o resto da cidade também", disse Kader Lawan, morador de Diffa. Segundo ele, o ataque a bomba ocorreu no meio da manhã deste domingo (8). Autoridades locais ainda não divulgaram o número de vítimas.

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O grupo Boko Haram tem usado suicidas dirigindo carros carregados de bombas ou vestindo coletes com explosivos em dezenas de ataques mortais contra mercados e estações de ônibus movimentadas. Este seria o primeiro ataque fora da Nigéria.

A luta contra o Boko Haram tem assumido uma dimensão cada vez mais regional nos últimos meses, com extremistas realizando ataques contra Camarões e Níger na última semana. Combatentes de países vizinhos estariam integrando o grupo terrorista, sediado na Nigéria. O Boko Haram recruta interessados com pagamentos, pela força e também com seu discurso ideológico.

No sábado, autoridades regionais e da União Africana reunidas em Iaundé, capital dos Camarões, revelaram a proposta de criação de uma força militar de até 8.750 membros para combater o Boko Haram, com soldados provenientes da Nigéria, Chade, Camarões, Níger e Benim. Autoridades disseram que eles defendiam a implantação deste grupo já no próximo mês, embora questões relacionadas ao financiamento podem atrasar esse cronograma. Fonte: Associated Press

O grupo Boko Haram atacou uma cidade fronteiriça do Níger na noite deste sábado (7), relataram moradores locais neste domingo. Trata-se da segunda vez que o país do oeste da África registra uma ação do grupo extremista desde sexta-feira.

O ataque à cidade de Diffa começou na noite de sábado e um combate entre os extremistas e o exército do Níger durou até as 5 horas deste domingo, na entrada ao sul da cidade, até que o grupo decidisse recuar.

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Autoridades não puderam ser imediatamente contatadas para confirmar os relatos de moradores ou dar números de eventuais vítimas. A luta contra o Boko Haram tem assumido uma dimensão cada vez mais regional. Entre quarta-feira e quinta-feira, cerca de 100 pessoas foram mortas e outras de 500 ficaram feridas em um ataque à cidade de Fotokol, nos Camarões, quando os combatentes do Boko Haram destruíram mesquitas e igrejas e de usaram civis como escudos humanos, informaram as autoridades locais.

Na sexta-feira, o grupo extremista chegou a Níger, atacando as cidades fronteiriças de Diffa e Bosso. As tropas de Chade e Níger responderam à agressão em Bosso, enquanto exército do Níger expulsou os combatentes de Diffa, causando "pesadas perdas", disse o ministro da Defesa do Níger, Mahamadou Karijo. De acordo com ele, 109 combatentes do Boko Haram foram mortos durante a resposta ao

Ataques. Quatro soldados do Níger também morreram e 17 ficaram feridos, relatou o ministro.

Fonte: Associated Press

Combatentes do grupo extremista nigeriano Boko Haram atacaram uma cidade de fronteira no território do Níger, o que marca do segundo país vizinho atacado pelos insurgentes nos últimos dias.

A intensificação da violência acontece no momento em que líderes regionais reúnem-se, pelo segundo dia, na capital de Camarões para concluir os planos para uma resposta militar coordenada contra o grupo terrorista, que matou 10 mil pessoas no último ano.

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Na quarta e quinta-feira, combatentes do Boko Haram atacaram uma cidade em território camaronês, matando 100 pessoas e deixando cerca de 500 feridas, de acordo com autoridades do país.

Abba Hassan, farmacêutico da cidade fronteiriça de Bosso, no Níger, disse que combatentes do grupo extremista atacaram a comunidade na manhã desta sexta-feira e que soldados travaram confronto com eles por uma hora, o que fez com que os integrantes do Boko Haram fugissem, deixando as ruas desertas.

"Aviões do Níger e do Chade fazem a vigilância da cidade no momento e tropas em solo vasculham as ruas", disse Hassan à Associated Press por telefone.

A região do Níger onde os ataques aconteceram é uma área para onde refugiados se dirigiram aos milhares, em busca de locais seguros contra os ataques do Boko Haram.

Depois de terem atacado várias cidades nigerianas, centena de combatentes do grupo realizaram uma ofensiva contra Fotokol, em Camarões, no início desta semana, destruindo mesquitas e igrejas e advertindo os vizinhos da Nigéria que não se unam à batalha contra os insurgentes.

Na semana, líderes de países que compõem a União Africana, autorizaram a formação de uma força de 7.500 homens para lutar contra os extremistas. Fonte: Associated Press.

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