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A promessa de anonimato permitiu que o número de testes de coronavírus em Seul fosse multiplicado por oito, um método pelo qual as autoridades desejam controlar o foco de contaminação em boates, particularmente gays, na capital sul-coreana.

A Coreia do Sul foi um dos países mais afetados pela pandemia depois da China no início da crise da Covid-19. Seu governo conseguiu conter a epidemia graças a uma elogiada estratégia de testes em massa.

Mas quando a doença parecia controlada, um novo foco de contaminação apareceu nos bares e boates, principalmente gays, do bairro de Itaewon, em Seul, o que levou as autoridades a adiar a reabertura das escolas, programada para esta semana.

Os serviços de saúde querem encontrar as pessoas que estiveram nas instalações do bairro, mas muitos clientes não desejam se identificar por medo da estigmatização da homossexualidade neste país conservador.

Por esse motivo, Seul começou esta semana a realizar testes anônimos. O prefeito da capital, Park Won, anunciou que 8.300 pessoas realizaram um teste na terça-feira, contra 1.000 na semana anterior. "É a prova de que garantir o anonimato incentiva testes voluntários", disse Park a repórteres.

As autoridades anunciaram 26 novos casos nesta quarta-feira, elevando o total no país para cerca de 11.000, com cerca de 250 mortos. Cerca de 120 casos estão diretamente relacionados à fonte de contaminação de Itaewon.

Bastou um pouco de saliva e nove dias de pesquisa genealógica para que Ryan Kramer descobrisse a identidade de seu pai biológico, embora esse homem nunca tivesse feito um teste de DNA e pensasse que nunca seria localizado.

Foi em 2005, quando começavam a aparecer os sites de análises de DNA. Ryan tinha 15 anos.

Treze anos depois, o auge dos testes particulares de DNA nos Estados Unidos permite que as pessoas nascidas de doações anônimas de gametas ou ovócitos identifiquem seu "doador" na maioria dos casos.

"É preciso ser ingênuo para acreditar que uma pessoa que doa esperma ou óvulos pode permanecer no anonimato nos Estados Unidos", diz à AFP CeCe Moore, pioneira em genealogia genética e criadora da página de Facebook DNADetectives.

"A divulgação ocorrerá, é uma consequência inevitável", disse à AFP Peter Schlegel, presidente da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. Para este especialista, dentro de cinco anos isto será parte da "conversa padrão" com doadores ou candidatas para a reprodução medicamente assistida (RMA).

Os doadores são identificados indiretamente, por sua proximidade genética a um primo distante que fez um teste de DNA. Com ao menos 10 milhões de pessoas analisadas nos Estados Unidos, o simples jogo de probabilidades significa que quase toda a população está associada com um dos perfis registrados.

O site que vendeu seu kit de DNA para Ryan calculou que dois homens em sua base de perfis tinham um ancestral comum com ele no século XVII.

Supondo que o doador teria o mesmo sobrenome pouco comum que estes dois desconhecidos, Ryan e sua mãe solteira, Wendy, consultaram então o registro estatal de Los Angeles na data de nascimento do doador, o único dado biográfico dado pelo banco de esperma. Bingo: apenas um nome tinha o sobrenome estranho.

Ao ser contatado, o homem disse a Ryan que estava "encantado de ser (seu) pai genético". Agora estão em contato regularmente.

"Ele foi o primeiro a encontrar seu doador pelo DNA", diz Wendy Kramer, cujo site Donor Sibling Registry, criado em 2003 e que vincula filhos e doadores, hoje conta com 60.000 membros.

- Seguir a pista -

Os quatro sites que oferecem um serviço de testes e de coincidência de DNA (Ancestry, 23andMe, FamilyTreeDNA, MyHeritage, aos que se acrescenta o site de comparação aberto GEDmatch, usado pela polícia) atualmente têm tantos perfis que é raro não encontrar ao menos um primo distante lá.

A partir deste primo, as ferramentas de pesquisa genealógica (documentos civis públicos, obituários, censos, jornais, redes sociais...) ajudam a reconstruir a árvore genealógica de um ancestral comum e de lá ir descendo até o doador, cruzando por sexo, idade e lugar. Quanto mais informações, mais rápida é a pesquisa.

Ryan encontrou oito meios-irmãos desde 2017 através destes sites, incluindo cinco neste verão. No total, foram 16 desde 2005.

A grande mudança ocorreu entre 2015 e 2017. As vendas de kits aumentaram e permitiram que os sites alcançassem uma massa crítica de perfis.

Foi nessa época que Erin Jackson ficou sabendo, aos 35 anos, que foi concebida por doação de esperma: analisou imediatamente seu DNA e encontrou um meio-irmão. "A semelhança era assustadora!", afirmou. Depois, a partir de um primo de segundo grau, descobriu o nome de seu doador, que se recusou a estabelecer qualquer contato.

Jackson, que mora em San Diego e criou o site de apoio We Are Donor Conceived (somos concebidos por doadores, em tradução livre), espera que o desaparecimento do anonimato das doações obrigue os bancos de esperma a limitar o número de filhos nascidos do mesmo doador, na ausência de regulamentos.

No Reino Unido, há um limite de 10 famílias por doador. Na França, onde o debate sobre o anonimato das doações de gametas vem acompanhado do da abertura da reprodução medicamente assistida a todas as mulheres, os testes de DNA são proibidos.

Mas os franceses evadem a proibição de entrega de kits e, em teoria, seria suficiente ter algumas centenas de milhares de perfis para começar a obter resultados. Este é já o caso no Reino Unido e, em menor escala, na Holanda, de acordo com CeCe Moore.

Um homem ficou conhecido na internet por se recusar a publicar fotos de seu rosto. Jonathan Hirshon, que é profissional de relações públicas, diz que conseguiu ficar anônimo online nos últimos 25 anos. Segundo informações da BBC, ele tem mais de 3 mil amigos no Facebook e atualiza regularmente seu perfil com informações pessoais, mas nenhuma delas possui uma imagem de sua face.

"Decidi compartilhar tudo sobre mim, exceto meu rosto. Meu rosto é minha essência de individualidade, e eu me recuso a renunciar à última informação identificável que posso controlar", explica, em entrevista à BBC.

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Segundo ele, a internet é o lugar menos anônimo do mundo. "Atualmente usamos as redes sociais como um serviço totalmente gratuito, que ganha dinheiro publicando anúncios direcionados a nós, porque eles (empresas de mídia) sabem bastante sobre nós", afirma.

"A privacidade é uma ilusão - a realidade é que, ao atravessar a internet, você deixa vestígios de você em todos os lugares", complementa. É por isso que há 25 anos, ainda na infância, ele fez a decisão de manter fotos de seu rosto fora da web.

Hirshon diz que regularmente vasculha a internet à procura de imagens em que apareça seu rosto, mas em 25 anos encontrou apenas duas. Ambas foram publicadas no Twitter após palestras suas na Sérvia e na Croácia.

"Nos dois casos, encontrei amigos bilíngues que me ajudaram a traduzir minha mensagem pedindo respeitosamente para os donos dos perfis tirarem a foto do ar. Ambos ficaram felizes em ajudar e se desculparam pelo erro", conta.

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A busca pela interação entre as pessoas tem ganhado algumas ajudinhas, até mesmo anônimas. A mais nova febre é o aplicativo Sarahah – palavra Árabe que em português significa “franqueza” - que rapidamente já conquistou os usuários de aparelhos com sistema Android e iOS. Com a possibilidade de fazer perguntas de maneira anônimas, o espaço é utilizado por quem não quer se identificar, mas quer colher informações particulares que, provavelmente, não faria se estivesse sendo identificado. 

Movida pela curiosidade, a massoterapeuta, Juliana Monteiro, aderiu ao Sarahah há quatro dias. “Decidi usar por brincadeira mesmo. Para ver o tipo de mensagem que as pessoas gostariam de me enviar como anônima. Tinha curiosidade de saber o que talvez alguém quisesse me falar, mas não tenha coragem”, afirma. 

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Sobre o tipo de perguntas, Juliana revela que são basicamente mensagens de elogio. “Já saiu um pedido de casamento e um convite para jantar. Levo tudo na brincadeira e respondo todos dando print na tela e postando no Instagram Story”. Ela conta que o aplicativo proporciona ainda a possibilidade de estreitamento de vínculo entre as pessoas. 

Para o estudante de geologia Paulo Correia o ponto principal e que o faz gostar da ferramenta é “o anonimato de poder dar indiretas/diretas sem que a pessoa saiba ou então ela passe a adivinhar”. Ele conta como aderiu ao Sarahah. “Vi que várias pessoas estavam utilizando esse aplicativo e resolvi então baixar para ver como funcionava. Publiquei no Instagram e no Facebook e não demorou muito as mensagens foram aparecendo”. 

Quanto a interação proporcionada pelo aplicativo o estudante explica que achou a proposta legal, “ainda mais em tempos de Tinder e alguns contatos ocultos das redes sociais. Também tive a oportunidade de outros ‘contatinhos’ do passado. O que, de certa forma, elevou minha auto estima”.

Esse não é a primeira plataforma com o mesmo intuito. Ao longo dos anos, os internautas já degustaram alguns desses sistemas. “Eu tinha usado o Formspring há alguns anos, daí vi que a proposta do Sarahah era a mesma e achei super nostálgico”, diz a massoterapeuta. 

Independentemente da motivação utilizada para aderir a esse tipo de aplicativo, o legado das antigas ferramentas de fazer perguntas sem identificação foi formado e fez adeptos. Relembre alguns dos mais famosos aplicativos do seguimento:

Formspring

Desde novembro de 2009 os internautas já usavam o recurso de fazer perguntas anônimas uns aos outros. O Formspring era uma rede social que tomou grande proporção no Brasil e foi uma ferramenta que agregou cerca de quatro milhões de posts. No espaço, as pessoas perguntavam e eram respondidas, diferentemente do Sarahah. O Formspring foi encerrado em março de 2013, mas seu legado continuou e inspirou outras ferramentas semelhantes. 

Ask.me

Esse ainda está presente no cotidiano daqueles que gostam desse tipo de interação anônima. O Ask.me é um aplicativo que faz bastante sucesso com o público mais jovem e o objetivo é possibilitar que qualquer pessoa faça perguntas sem se identificar aos usuários cadastrados. 

Essa ferramenta também tem bastante semelhança com os demais. Nesse espaço o usuário pode encontrar amigos a partir da lista de contatos do e-mail, Facebook e Twitter. Esse é um ponto que difere do Sarahah, onde não é possível procurar amigos pelas contas de outras redes sociais. 

Secret

O Secret deixou de existir por ser acusado de espaço utilizado para a prática de cyberbullying, tinha um viés um pouco diferente. A ferramenta, cujo símbolo era uma raposa, possibilitava que o usuário expusesse confissões, cujas publicações ficariam expostas para outros usuários. As histórias podiam ser vistas também. O espaço foi acusado de proporcionar a pornografia.   

O monstro marinho do Loch Storr (Lago Storr), de quatro metros de comprimento, que viveu há 170 milhões de anos, saiu do anonimato no museu nacional da Escócia, meio século depois de sua descoberta.

O fóssil desta criatura do Jurássico com ventre volumoso, olhos esbugalhados e uma cabeça com um grande bico dotado de centenas de dentes, foi descoberto em 1966 na ilha escocesa de Sky pelo diretor de uma fábrica elétrica vizinha.

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No entanto, "durante meio século o museu o manteve resguardado porque não possuíamos as técnicas necessárias para soltá-lo da imensa rocha que o envolvia e, assim, poder estudá-lo", explicou à AFP Steve Brusatte da Universidade de Edimburgo.

Assunto resolvido: Nigel Larkin, especialista restaurador de fósseis, liberou o monstro da rocha na qual estava preso há milhões de anos.

Uma vez despojado de sua envoltura rochosa, os paleontólogos Steve Brusatte, Nick Fraser e Stig Walsh, do museu escocês, o identificaram como um ictiossauro, família de répteis marinhos extinta desde então.

Conseguiram reconstruir uma imagem clara da enorme criatura, apresentada por eles como uma "joia da coroa da pré-história escocesa".

O feroz predador, digno de um filme de terror, nadava nos oceanos do planeta há 170 milhões de anos, na época em que os dinossauros dominavam o mundo.

"As pessoas estão obcecadas com o mito do Loch Ness (Lago Ness) que é totalmente falso. Mas não se dão conta de que existiram verdadeiros monstros marinhos", explica Steve Brusatte.

Segundo o paleontólogo, "eram maiores, mais horripilantes e mais fascinantes que Nessie", como os escoceses chamam o monstro imaginário.

Os ictiossauros desapareceram bruscamente dos oceanos dezenas de milhares de anos antes dos últimos dinossauros.

O Facebook está desenvolvendo um aplicativo que permitirá a troca de mensagens anônimas entre seus usuários, segundo uma reportagem do The New York Times.

O objetivo do aplicativo é permitir que os usuários da rede social usem pseudônimos para discutir abertamente assuntos que talvez eles não estejam confortáveis em comentar expondo seus nomes reais.

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A novidade vem de encontro a política da rede social, que já cancelou contas de usuários por eles não utilizarem seus nomes de batismo para se identificar.

No Brasil, o aplicativo Secret, que promove o compartilhamento de mensagens de forma anônima, causou polêmica e chegou a ser proibido no País. De acordo com a Justiça, a ferramenta era um canal utilizado para a prática do bullying virtual, conhecido também como cyberbullying.

O Secret, aplicativo de compartilhamento de segredos, está gerando polêmica na internet. Através da ferramenta, os usuários podem publicar, de forma anônima, mensagens contendo confidências. No entanto, esta falta de identificação está permitindo que a plataforma seja utilizada para promover o cyberbullying, já que muitos internautas postam fotos e textos difamando outras pessoas. O que estes trolls podem não saber é que esse anonimato pode deixar de existir.

Em resposta a um advogado que questionou se o anonimato é inquebrável, a equipe do aplicativo afirma que quem se sentir ofendido por uma postagem feita no Secret pode pagar pelos seus atos através da Justiça. Todos os dados sobre os usuários estão nas mãos da empresa, já que é necessário se cadastrar com o Facebook para encontrar “amigos anônimos”. Logo, é possível realizar a identificação.

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Para denunciar o post ofensivo, basta dar um “flag” na imagem (arrastando para a esquerda e clicando em flag). Para reforçar o pedido o usuário deve também enviar um email para  legal@secret.ly

A partir desta segunda-feira (2), o Disque-Denúncia Pernambuco permite que denúncias sejam feitas em inglês através do site. Inicialmente, a opção da denúncia em inglês continuará até o final de julho, quando acaba a Copa do Mundo.

Cada passo de atendimento foi traduzido para facilitar o preenchimento do formulário pelo denunciante. As informações recebidas passarão pelo setor de triagem do Disque-Denúncia, que encaminha para o órgão específico o tipo de caso informado.

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O Disque-Denúncia foi lançado na internet há menos de dois anos, tendo recebido cerca de 11 mil informações, como perturbação de sossego, tráfico de drogas e violência doméstica. Em 2014, já foram realizadas 2.600 denúncias. Na modalidade de preenchimento em inglês, o anonimato também é garantido. 

Segundo números do último Censo realizado pelo IBGE as pessoas com mais de 60 anos já representam 10,8% dos brasileiros. Número que tende a crescer ao longo da próxima década. Somente até setembro deste ano, já foram registradas 1.054 ligações anônimas dando conta de casos de violência contra os idosos. 

No comparativo com o mesmo período de 2012, houve um crescimento de 25% no número de denúncias registradas, sendo um registro de 840 ligações até o mês de setembro. Segundo a superintendente do serviço, Carmela Galindo, esse número só não é maior pela dificuldade de identificar esses casos. “Na maioria dos casos, a violência acontece dentro do ambiente familiar, e isso faz com que seja mais difícil a existência de testemunhas para denunciar. Além disso, os que sofrem com esse tipo de situação se sentem muitas vezes inibidos de informar, até pelo fato de que os próprios filhos podem ser os responsáveis”, explica. 

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O número do Disque Denúncia é o 3421-9595. No interior, a central atende pelo (81) 3719-4545. As denúncias também podem ser feitas no site do Disque denúncia (www.disquedenunciape.com.br). O anonimato é garantido.

Um jovem brasileiro de apenas 13 anos desenvolveu um aplicativo que vai facilitar na hora de dizer aquele amigo algo que você sempre quis, mas nunca teve coragem. Criado por Daniel Singer, o Backdoor permite enviar mensagens anônimas através de conversas no Facebook e Google+.

O garoto, que mora nos Estados Unidos e tem dupla cidadania, criou o app em conjunto com alguns amigos, montado com base em um projeto de sua autoria chamado YouTell. A ideia é que ao lançar uma pergunta na rede social, as pessoas respondam da forma mais sincera possível protegidas pelo anonimato.

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O app está disponível gratuitamente, apenas para iOS, e foi lançado em julho deste ano. Na brincadeira, o usuário pode tentar descobrir quem é o amigo anônimo através de duas maneiras: pagando 99 centavos de dólar e recebendo dicas de quem é o autor, ou curtindo a página do aplicativo no Facebook e divulgando no Twitter, ganhando assim o direito de recebê-las gratuitamente.

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