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O relator da proposta de reforma da Previdência, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), descartou qualquer mudança na proposta apresentada nesta quarta-feira, 7, até o início das discussões em plenário. Segundo ele, não há mudança significativa no custo da economia (a economia prevista com a sua aprovação) decorrente da alteração, que garante aposentadoria integral para os viúvos e viúvas de policiais mortos em ação. "Uma economia de R$ 400 bilhões, R$ 500 bilhões já um grande negócio", avaliou o relator.

Segundo ele, qualquer alteração traz custo, mas a não aprovação da proposta de reforma traz um custo também que pode ser maior.

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O relator explicou que manteve no texto o tempo mínimo de contribuição de 25 anos para os servidores públicos se aposentarem porque têm estabilidade no emprego. Já para os trabalhadores da iniciativa privada o tempo caiu para 15 anos. Arthur Maia disse que todas as mudanças foram tratadas com a equipe econômica.

O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o relator disseram que é inegociável alteração na idade mínima para aposentadoria fixada na proposta: 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. "Não há possibilidade de excluirmos exigência da idade mínima", disse Arthur Maia.

"Não dá para discutir idade mínima. É pressuposto básico da reforma", afirmou o líder do governo. Ele disse que o governo terá, sim, os votos necessários para aprovar a reforma.

Outro ponto inegociável é igualar as aposentadorias dos servidores públicos e os trabalhadores da iniciativa privada. "Os outros pontos todos estarão abertos para negociação", disse o relator. Ele avaliou que a reforma vai ajudar o problema fiscal dos governadores. "Governadores mostraram a falência da previdência", ponderou.

Em uma das últimas cartadas em busca dos 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, o relator da matéria, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), propôs aos líderes partidários uma regra de transição para a fixação de um limite para acúmulo de aposentadorias e pensões.

A proposta é que o montante recebido por uma pessoa que é aposentada e pensionista ao mesmo tempo seja reduzido em 10% ao longo de 10 anos, até um limite final preestabelecido, que poderá ser de dois salários mínimos ou o teto geral do INSS, atualmente de R$ 5.645,81. Os que ganham acima do limite terão de optar pelo benefício de maior valor.

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A regra de transição consta em emenda apresentada pelo PPS, partido do ministro da Defesa, Raul Jungmann, mas cujos parlamentares atuam de forma independente no Congresso, e vale tanto para servidores públicos quanto para trabalhadores em geral. Pela emenda, o limite final seria de dois salários mínimos, mas na votação esse limite pode ser alterado.

Pela última versão do texto da reforma divulgada pelo relator, o limite para acúmulo de aposentadorias e pensões seria de dois salários mínimos e passaria a valer após a proposta ser aprovada. Essa proposta, contudo, enfrenta forte resistência dos parlamentares, que também propuseram elevar esse limite imediato para o teto do INSS.

Ao Broadcast, o relator da reforma admitiu que essa é uma das propostas em discussão, mas disse que ela só será encampada pelo governo se trouxer votos favoráveis para aprovação da matéria. Segundo ele, a proposta tem a simpatia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O deputado federal Arthur Maia (DEM-RJ), relator da proposta de reforma da Previdência, afirmou nesta terça-feira, 28, que o PSDB, assim como outros partidos, tem apresentado várias solicitações a respeito da matéria. "Temos a intenção de fazer um texto que abrigue da melhor forma a demanda dos parlamentares", disse, após encontro para discutir a reforma da Previdência na residência do presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Arthur Maia afirmou, porém, que o governo deve avaliar como possíveis mudanças podem contribuir em matéria de apoio para a aprovação da proposta no Congresso. "Vale para todos os partidos, não apenas para o PSDB: o que de fato contribui para a reforma termos o apoio da bancada do PSDB?", disse. "O mais importante é saber, neste momento, o quanto temos de apoio para a Previdência."

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Ele comentou que, durante a formulação da proposta, "muita gente trouxe demanda que atendemos, e a pessoa votou contra". "Em relação ao PSDB, as questões dizem respeito a pessoas que entraram no sistema antes de 2003", afirmou o relator, sem entrar em detalhes sobre o que está sendo discutido.

Na manhã desta terça, durante a reunião na residência oficial, deputados apresentaram pedidos de mudanças em pontos da proposta. Além disso, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, esteve presente para negociar alterações em relação à aposentadoria dos policiais federais.

Hoje, um policial federal se aposenta com 30 anos de trabalho, e as mulheres com 25 anos. Pela proposta no Congresso, as mulheres policiais poderiam perder esta idade diferenciada. "Proposta da PF foi alterar o tempo de permanência na polícia. Tudo é conversado. Não há nada impróprio e que vá mexer no cerne do projeto", afirmou o deputado. "O Brasil precisa da aprovação desta matéria", acrescentou o Arthur Maia.

Ele afirmou ainda que há expectativa de que, se aprovada na Câmara, a proposta seja colocada para votação no Senado ainda este ano. "Inferi, na fala do presidente do Senado Eunício Oliveira, que ele submeterá, sim, a Previdência ao Senado", disse.

O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou nesta segunda-feira, 19, que a agenda do governo no Congresso "parece estar preservada" após a "confusão política" causada pela delação dos empresários da JBS. O parlamentar declarou ser "razoável" a expectativa do governo em votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência em agosto, no plenário da Casa.

"A agenda de reformas me parece estar preservada, basta termos articulação política e força para fazer com que ela a reforma da Previdência de fato aconteça", disse o relator durante palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Eu acho que até agosto, na Câmara, é uma data razoável para a gente ter esperança de aprovar", declarou.

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Ele informou que agendou para a terça-feira, 20, uma conversa com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vai assumir interinamente a presidência da República enquanto Michel Temer (PMDB) faz viagem ao exterior.

Para a reunião, o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy (PSDB), também foi chamado. Segundo o relator, o tempo "milita contra a reforma" à medida em que se aproxima 2018, ano de eleições presidenciais.

Processo

O deputado citou que nos próximos dias a Câmara deve receber o pedido de autorização para abertura de processo contra o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal (STF) após as delações da JBS. Membro da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que tem o papel de votar o pedido antes do plenário, Maia disse que deseja que o presidente Michel Temer termine o mandato no fim do ano que vem. "Mas não tenho condições de afirmar que ele vai permanecer", ponderou.

O relator admitiu que o clima político após as delações da JBS não é de normalidade, mas que a base do presidente Temer no Congresso não está ameaçada. Diante do desgaste que o peemedebista sofreu, o relator afirmou que "o protagonismo do Legislativo precisa ser maior para compensar o enfraquecimento do Executivo neste momento".

O deputado negou que haja uma negociação para desmembrar a reforma após as delações da JBS. "Isso tudo é mentira. Não houve nenhuma discussão de mérito desde a delação da JBS". Ele disse ainda que "claramente" há um confronto entre o Executivo e o Ministério Público no atual contexto político.

Previdência

Arthur Maia afirmou que a reforma precisa ser aprovada neste ano. "A economia vai pagar um preço altíssimo se não realizarmos a reforma da Previdência este ano", declarou. Ele chegou a citar que a medida pode até ficar para ter andamento no próximo governo, em 2019. "Mas aí não serão mais 13 milhões de desempregados, serão 20 milhões."

O deputado pediu o apoio dos empresários para divulgar que a proposta é necessária ao País. Nesse contexto, ele afirmou que conversou com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e que a entidade vai lançar nos próximos dias uma campanha publicitária com o tema "Vamos salvar a reforma".

Servidores

Presentes na reunião da ACSP, o relator, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) e o ex-ministro da Previdência Roberto Brant fizeram coro para criticar os servidores públicos que trabalham contra a reforma. Brant chegou a dizer que as delações da JBS foram divulgadas em um "timing" determinado como parte de articulação dos procuradores para inviabilizar a aprovação da medida no Congresso.

Em resposta, Arthur Maia disse que funcionários públicos agem com "cinismo" para rejeitar o texto. "É de um cinismo as colocações desse povo que dá nojo", declarou. "Procuradores e juízes vão debater na comissão e defendem o proletariado, mas aí vão no meu gabinete e aí é 'primeiro a minha solução, o meu contracheque, depois o resto."

Eleições indiretas

O deputado baiano afirmou ter garantias que, mesmo que o presidente Michel Temer saia do poder, a base governista permanecerá no Congresso - o que garantiria o andamento da reforma da Previdência. Ele afastou a possibilidade de os congressistas aprovarem uma PEC para realizar eleições diretas em caso de vacância do poder.

Sobre a possibilidade de eleições indiretas, Maia disse que a atual base governista vai eleger um presidente e que a oposição não terá mais do que 130 votos na Câmara e no Senado.

Mudanças

Durante a palestra, o deputado voltou a falar que, com as mudanças feitas pela Câmara após a apresentação do projeto original, o potencial de economia para o sistema previdenciário em 10 anos caiu de R$ 800 bilhões para R$ 600 bilhões. Mesmo assim, reforçou, a previsão é que os gastos com a Previdência em proporção ao orçamento federal caia a partir de 20 anos.

Entre as mudanças, estão a alteração da idade mínima de aposentaria para trabalhadores rurais, de 65 para 60 anos, e a continuidade da vinculação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) com o salário mínimo - que havia sido excluída pelo governo. Além disso, a idade mínima para mulheres foi alterada de 65 para 62 anos.

Quanto à idade mínima para mulheres, o relator afirmou que a alteração foi feita a pedido do presidente Michel Temer (PMDB) para dar viabilidade à aprovação do texto. "Foi um ingrediente muito mais de buscar aprovação do que consciência do relator."

"O fato é que as mudanças foram fruto justamente da posição dos parlamentares e da conciliação entre a necessidade fiscal do País e a realidade política e social que nós vivemos", afirmou Maia.

O relator da reforma da Previdência, na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse nesta quarta-feira (31) que a aprovação da matéria é "algo irreversível, independente da atual crise política". Ele participou do Fórum de Investimentos Brasil 2017, na capital paulista.

“Estamos vivendo uma crise política causada pelas recentes delações da JBS e pela expectativa que o país vive em torno do julgamento [da cassação da chapa Dilma-Temer] no Tribunal Superior Eleitoral. Espero que a crise seja rapidamente superada. Nossa expectativa é que o presidente Temer possa governar o Brasil, fazer as reformas que o país precisa.”

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Segundo ele, a base governista na Câmara foi mantida mesmo com a crise e, em seus cálculos, mais de 280 deputados irão votar a favor da reforma. “Todos nós temos a clara noção de que estamos lutando por uma questão, que é um assunto de Estado”, disse.

Para Arthur, mesmo que o TSE decida pelo afastamento do presidente Michel Temer, seu eventual substituto “terá obrigação de conduzir as reformas”. “Qualquer presidente que tenha responsabilidade com o Brasil tratará este assunto como prioritário”, afirmou.

O deputado afirmou que, no caso de um afastamento de Temer, o país poderá entrar em mais um momento difícil. “No pico de uma crise, ninguém decide um assunto como a Previdência Social. Caso contrário, teremos que superar este assunto e continuar com as reformas”, ressaltou.

Maia disse que o Congresso não interromperá as votações, mesmo diante de possíveis pedidos de vista do processo, no TSE. “Não podemos ficar reféns de uma circunstância que não tem prazo determinado e fazer com que o parlamento fique de braços”, disse.

Com a votação da reforma da Previdência no Plenário da Câmara dos Deputados mais próxima, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), garante que o texto aprovado na comissão especial acaba com os privilégios. "Eu desafio qualquer pessoa a dizer que tem um privilégio nessa PEC", afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), rebatendo críticas de que as mudanças beneficiaram os mais ricos.

Para o relator, porém, ainda "não é tempo para votar" o texto na Câmara, já que o governo precisa melhorar a comunicação da reforma com o "povão", esclarecendo as mudanças. A seguir, trechos da entrevista.

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O texto da reforma aprovado na comissão especial acaba de fato com privilégios?

Me cite um privilégio.

Foi criado um regime especial para policiais, não?

Eu não posso ficar preso no que a população acha. Porque se for pelo que a população acha, não teria reforma. Privilégio é deputado se aposentar com dois mandatos. Eu poderia ter me aposentado com 28 anos pela Assembleia da Bahia, mas achei feio demais. Se você me disser qual é o privilégio que tem nessa reforma, dou a mão à palmatória.

Mas e a questão dos policiais legislativos, dos policiais federais?

Existe em todos os países do planeta uma aposentadoria diferente para policiais, porque o cara tem de empreender força física. No dia em que teve invasão aqui, você acha que um senhor de 65 anos poderia enfrentar aquele confronto?

E os professores? O regime especial deles seria extinto e agora foi mantido.

Aí já não é tanto quanto os policiais, mas grande parte dos países do mundo tem uma aposentadoria diferente para os professores. Uma professora hoje se aposenta no regime geral com 45 anos. Passou para 60, tivemos avanço. Eu não reconheço na PEC nenhum tipo de privilégio.

Os mais humildes não podem se sentir prejudicados?

Quando fui designado relator, a imagem que pintaram lá no interior era "olha, é Arthur que está botando isso". Aí, perguntavam: "Mas Arthur, como você quer elevar a idade para o trabalhador rural para 65 anos, como quer tirar o BPC (Benefício de Prestação Continuada) do salário mínimo?". Eu dizia: "Aguarde meu parecer. Eu sou relator, essa proposta não é minha, é do governo."

A declaração do ministro do STF Luís Roberto Barroso a favor da reforma é importante?

Acho que isso influi no nosso meio, na classe média, mas não chega no povão. A gente tem de melhorar a imagem da reforma a nível popular.

Como melhorar a comunicação da reforma com a população?

É a propaganda. Ela até melhorou nos últimos tempos, mas tem de melhorar mais ainda.

Então não está no tempo de votar no plenário?

Eu não acho que esteja no tempo de votar, não.

Quando é esse tempo?

Aí eu não sei, quem vai definir isso é o presidente (da Câmara) Rodrigo Maia. Realmente, existem ainda muitas conversas a serem feitas, muitos esclarecimentos. Na minha opinião, o maior problema da PEC não é mais o texto, mas a desinformação.

O sr. vai dar sua palavra para alguma emenda?

Não sei. Essas emendas deles (servidores públicos), se eles trouxerem uma proposta assinada por todos eles dentro da linha do que se falou, de um pedágio de 50% e idade mínima de 60 anos para homens e 57 anos para mulheres, eu acho que é razoável. Eu estava disposto a fazer essa emenda. Não fiz porque eles não apoiaram. Eu incorporar isso e ver lá o pessoal me esculhambando que estamos cedendo tudo, dizendo que está tudo ruim... Ou trazem o apoio, ou então não vou trazer.

E a aposentadoria especial para agentes penitenciários?

Se tiver um destaque em plenário, votarei a favor. Eu tinha incluído no meu parecer e retirei porque houve uma manifestação muito forte, inclusive do Rodrigo Maia.

Por que isso aconteceu?

Muita gente não aceitou. Muitos deputados do Rio e de São Paulo acham que isso trará um ônus monumental para os Estados. O problema foi muito por aí. Eu recuei e tirei por um senso de responsabilidade com o conjunto da obra.

Qual foi o momento mais tenso da relatoria?

O clima foi de transparência. Como um deputado que apoia o governo, que votou no impeachment e quer o sucesso do governo, não me interessa fazer uma reforma que não vai resolver o problema da Previdência.

Mesmo com o secretário Marcelo Caetano? Os relatos são de que as reuniões foram tensas.

Ele é um cavalheiro. Lá no Planalto, os problemas são com os assessores.

O sr. está recebendo prefeitos que vieram para a Marcha. O que sr. acha do parcelamento das dívidas das prefeituras?

É bastante razoável. Estamos fazendo regras que endurecem muito a cobrança do INSS. Quem não pagar pode entrar em crime de responsabilidade. Mas tem muito prefeito que está na condição que não dá para pagar. Então, é melhor dar uma solução. Zera, passa a régua e daqui para frente os prefeitos estarão submetidos a uma situação muito mais dura. Eu defendo o parcelamento.

O sr. foi hostilizado?

Nunca. Não aconteceu ao longo desse processo todo uma hostilidade na rua. Pelo contrário, aqui em Brasília fui aplaudido no shopping. As pessoas me cumprimentam. Vêm tirar uma dúvida. Agora, tem um clima hostil em relação às redes sociais, mas eu acho que a melhor frase quem falou sobre esse assunto foi o Marun (Carlos Marun, presidente da comissão especial da Previdência): "Eu perdi todos os votos que eu não tinha." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a retirada dos agentes penitenciários e socioeducativos da regra especial de aposentadoria, com idade mínima menor, o deputado Major Olímpio (SD-SP) atacou o relator e, aos gritos, acusou os deputados da base de se dobrarem para o Executivo.

A inclusão dos agentes na regra que permite redução de idade mínima em até 10 anos, com piso de 55 anos, surpreendeu o Palácio do Planalto, que pediu a retirada deste trecho do texto, como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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"Quem está dobrando os joelhos agora? O Legislativo não pode mais dobrar, porque está jogado no chão", disse Major Olímpio.

Segundo o deputado, os agentes penitenciários estavam "desesperados" na terça, quando invadiram o prédio do Ministério da Justiça. O relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), e o presidente da comissão especial da reforma, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), relembraram o quebra-quebra protagonizado pela categoria.

"Não sei quem disse a vossa excelência que foi como se a gente tivesse insuflado agentes penitenciários. Eles estavam desesperados porque, se não tivessem ido ao ministério, nem teriam essa conversa", afirmou Olímpio.

O parlamentar, que é ligado às categorias de segurança, afirmou ainda que, na terça, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), concordaram com a inclusão dos agentes na regra especial e se comprometeram em manter esse ponto no texto. "Que, em nome da verdade, consultem o ministro da Justiça, o Departamento Penitenciário Nacional e o presidente da Casa", bradou Olímpio.

Com a retirada dos agentes do texto, Marun reabriu o prazo para que as bancadas apresentem um destaque para votar separadamente alguma emenda que os inclua novamente. O presidente do colegiado achou justa a demanda dos parlamentares porque antes não era necessária essa providência, uma vez que os agentes estavam no texto.

Enquanto faziam o destaque, um burburinho tomou conta da bancada ao lado da mesa da comissão. Incomodado com o barulho, Marun disse que "emenda se faz com a mão, não com a boca". Ele também tem reclamado das conversas paralelas de assessores presentes à comissão e já ameaçou esvaziar o plenário, deixando apenas parlamentares e imprensa durante a votação.

O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), recuou nesta quarta-feira, 3, à tarde e decidiu excluir de seu parecer os agentes penitenciários do rol de categorias que terão direito a idade mínima menor de aposentadoria. Ele disse que deixará o assunto para ser discutido durante a votação da proposta no plenário da Casa.

Como antecipou mais cedo o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), o relator decidiu retirar os agentes penitenciários a pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também ligou para Oliveira Maia pedindo a retirada. O relator afirmou ainda ter recebido "dezenas" de mensagens por WhatsApp de parlamentares também reclamando da inclusão.

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No período da manhã, o relator havia anunciado a inclusão de agentes penitenciários, agentes socioeducativos e policiais legislativos entre os servidores que terão direito a aposentadoria com idade mínima reduzida. Os legislativos foram incluídos na regra que permite a adoção desde já da idade mínima de 55 anos para a aposentadoria, assim como será no caso de policiais federais e rodoviários federais.

Já os agentes penitenciários e os agentes socioeducativos teriam de aguardar a edição de uma lei complementar para que tenham o limite de idade reduzido. Essa diminuição poderia ser de até 10 anos em relação às idades mínimas gerais, não podendo ser inferior a 55 anos para ambos os sexos, conforme dizia o texto. Nesta tarde, porém, o relator recuou e retirou os agentes do rol das aposentadorias especiais.

Ao justificar o recuo, Arthur Maia disse não querer transformar seu relatório em uma "polêmica desnecessária". A decisão, porém, levou deputados da oposição a pedirem ao presidente da comissão especial da reforma da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS), para abrir novo prazo para apresentação de destaques, para que possam apresentar destaque para incluir agentes penitenciários novamente.

Marun atendeu ao pleito da oposição. Ele disse, porém, apoiar a decisão do relator de retirar a categoria. O peemedebista lembrou que os agentes penitenciários realizaram quebra-quebra durante protesto nessa terça-feira, 2, no Ministério da Justiça. "Pode alguém vir aqui, fazer um quebra-quebra e ser atendido?", questionou.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira (18) que o projeto de reforma da Previdência trará uma diferenciação na idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres. “Não há definição ainda, na medida em que o relatório será apresentado amanhã [19], mas a visão do relator é algo que se situa ao redor de 62 anos [para as mulheres; 65 anos para os homens].”

A mudança vai constar do substitutivo elaborado pelo relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), ao texto original enviado pelo governo. Pela proposta original do Executivo, as mulheres teriam acesso ao benefício da aposentadoria a partir dos 65 anos, mesma idade dos homens. A equiparação gerou reação de vários setores e motivou intensa negociação entre o governo e os parlamentares. O parecer deve ser lido amanhã (19) na comissão especial da Câmara que debate o tema.

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Meirelles esteve reunido hoje, no Palácio da Alvorada, com o presidente Michel Temer, outros ministros e deputados da base aliada do governo. Segundo Meirelles, as mudanças que estão sendo negociadas com o Congresso são necessárias para viabilizar a aprovação de um projeto que assegure a eficiência e eficácia fiscal da reforma. Ele disse ainda que todas as mudanças já estão precificadas, e o governo espera que a reforma se aproxime 80% da proposta original.

“É um reforma que está dentro dos parâmetros que nós definimos como importantes para que o equilíbrio fiscal do país seja restabelecido. Portanto, a negociação é da maior relevância”, acrescentou o ministro.

Processo de discussão

De acordo com o ministro da Fazenda, o projeto está sendo negociado para atender também as demandas dos senadores, e a expectativa é que não haja grandes modificações no texto durante a tramitação no Senado. “O relatório não está pronto. Hoje é uma parte importante do processo de discussão.”

Após o café da manhã hoje no Palácio da Alvorada, o deputado Paulo Pereira da Silva(SD-SP), o Paulinho da Força, criticou a idade mínima para aposentadoria e defendeu o prosseguimento das negociações em torno desse ponto. Paulinho disse que, em relação à aposentadoria, a cada dois anos, aumentam-se 11 meses para as mulheres e dois anos para os homens, até chegar a 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens. "O governo tem que continuar negociando para melhorar essa fórmula. Considero que 62 anos para mulheres é muito alto ainda e 65 para homens, inaceitável.”

O ministro da Secretaria-Geral de Governo, Antonio Imbassahy, ressaltou que, com as alterações acordadas entre o governo e o relator, aumentou a disposição dos parlamentares para aprovar a reforma. “Pelo que a gente pode perceber, o ambiente modificou-se bastante: há realmente uma expectativa favorável para a aprovação da reforma da Previdência”, disse Imbassahy.

Parecer do relator

A diferenciação na idade mínima entre homens e mulheres também foi incluída pelo relator nas regras de transição. Segundo o relatório preliminar, não há corte de idade para entrar na transição e, neste período, o limite de idade para se aposentar é de 53 anos para a mulher e 55 para o homem.

O chamado pedágio sobre o tempo de contribuição durante a transição seria de 30% e não 50%, como proposto inicialmente. Maia reduziu também de 49 para 40 anos o tempo máximo de contribuição para o trabalhador receber o benefício integral da aposentadoria.

Se o trabalhador exerce atividade considerada de risco, o tempo total pode ser reduzido para 35 anos.

Para os trabalhadores rurais, a idade mínima para se aposentar foi alterada de 65 para 60 anos, com 20 anos de contribuição, em vez de 25 como proposto originalmente pelo governo. A alíquota de contribuição do trabalhador rural também deverá ser reduzida, não podendo exceder 5%, como é feito com o trabalhador urbano de baixa renda.

Segundo a proposta do relator, professores e policiais poderão se aposentar aos 60 anos, com 25 anos de contribuição e 20 anos de exercício de atividade de risco. O relator manteve a proposta de inclusão dos parlamentares no regime geral da Previdência, com previsão de aposentadoria a partir dos 60 anos.

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a pensão permanecem vinculados ao salário mínimo. No caso das pensões, o relator prevê o acúmulo de aposentadoria e pensão de até dois salários mínimos e, para os demais casos, mantém a possibilidade de opção pelo benefício de maior valor.

A leitura do relatório completo está prevista para amanhã (19) na comissão especial da reforma da Previdência, na Câmara dos Deputados.

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, que trata da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse que “é muito grande” a chance de reduzir, no texto da proposta, a idade mínima para a aposentadoria das mulheres. O tema vem sendo discutido há vários dias pelo governo e pela base aliada na Câmara e, apesar de considerar a idade mínima de 65 anos para os homens um ponto inegociável, a questão nunca ficou fechada em relação às mulheres.

“O relatório está pronto, existe [apenas] uma questão referente à idade da mulher. É uma reivindicação muito afirmativa das mulheres e estamos vendo como podemos conciliar a situação da Previdência com esse tipo de mudança. Acho que é muito grande a chance de mudar a idade da mulher”, disse Maia na saída de uma reunião com a equipe do governo e mulheres da base aliada, na noite de segunda-feira (17), no Palácio do Planalto.

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Maia acrescentou que existem opiniões divergentes sobre a redução para 62 ou 63 anos. Para ele, a idade das mulheres deve cair para uma dessas duas. Na opinião do relator, a questão deverá ser fechada no café da manhã desta terça-feira (18), que ocorrerá no Palácio da Alvorada com os deputados da base aliada.

Caso haja mesmo uma alteração na idade mínima de aposentadoria para mulheres, mudará também o cálculo da regra de transição para elas. “É óbvio que se for mudada a idade mínima da mulher, se muda toda uma estrutura. As regras de transição mudam, tem que criar uma tabela de transição diferente da dos homens”, disse o relator.

Antes de deixar o Planalto, Maia disse também que a reforma não permitirá pagamento de aposentadorias inferiores ao salário mínimo. “Nada nessa reforma pagará a uma família, pensionista ou aposentado [valor] menor que um salário mínimo. Isso é muito grandioso”.

A indefinição na idade mínima da aposentadoria das mulheres fez o relator cogitar um adiamento da apresentação do relatório de terça (18) para quarta-feira (19). O presidente da comissão especial criada para discutir o tema, Carlos Marun (PMDB-MS), negou conhecer a possibilidade, mas afirmou que atenderá a um pedido de Maia nesse sentido, caso ocorra. A mudança na programação da comissão, por ora, se limita ao horário da leitura do relatório, de meio-dia para 13h30.

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Após fechar um acordo com o presidente Michel Temer para alterar cinco pontos da reforma da Previdência, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), diz que a estratégia é selar um pacto em ato público dos líderes da base aliada em torno de seu parecer na comissão especial. Maia antecipou que pretende incluir uma regra de transição para o fim do acúmulo de pensões e aposentadoria e avisou que não vai aceitar idade mínima diferente para homens e mulheres. Em meio à volatilidade provocada no mercado pelo Placar da Previdência do jornal O Estado de S. Paulo, que mostra que a maior parte dos deputados é contrária à reforma proposta pelo governo, o deputado deu a seguinte entrevista:

Uma das grande marcas da PEC era não ter diferenciação por categoria. Esse princípio caiu por terra?

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Não estamos aqui para inventar a roda. Se tem no mundo inteiro, é razoável que tenha aqui. O Brasil tem historicamente essas diferenciações. Por exemplo, uma policial hoje pode se aposentar com 43 anos. Se você puxa para 60 anos, ela vai poder se aposentar 17 anos depois. Esses 17 anos representam, para a vida da Previdência, 34 anos, porque são 17 anos em que ela deixou de receber a aposentadoria e mais 17 anos em que, em vez de receber, ela pagou aposentadoria.

Mas a diferença será mantida?

Nessa condição, não. As aposentadorias especiais que estiverem presentes no parecer de forma nenhuma serão as mesmas que existem hoje.

A fórmula de cálculo da aposentadoria será alterada?

Não. Há uma maldade quando falam que a pessoa precisa de 49 anos de contribuição para se aposentar. Isso precisa ser desmitificado. E a redação precisa ser aprimorada. O que está na PEC é que as pessoas podem se aposentar com 25 anos de contribuição. Só que hoje, no Brasil, não existe aposentadoria integral. Aliás, não é só no Brasil. No mundo inteiro não tem. E a PEC acabou concedendo essa hipótese aos 49 anos. Pessoas mentirosas acabaram fazendo uma campanha de que com a PEC será preciso 49 anos para se aposentar.

A idade mínima pode mudar?

Na minha cabeça, a idade mínima é o que está na PEC: 65 anos para homens e mulheres.

Diferenciar a idade mínima para mulheres é uma carta na manga?

Nunca tratei disso. É um tema muito difícil de mexer no que está na PEC. É uma questão de justiça. Vocês (mulheres) vivem mais do que a gente. Qual a lógica? Ah, mulher tem filho! Mas a mulher tem filho aos 65 anos? Não vejo sentido.

Tem muita gente que acha que o sr. não conseguirá entregar o relatório no dia 18.

Entregarei no dia 18. Basicamente, o que falta é regra de transição, e não é que não esteja escrita, mas é que temos de decidir entre quatro ou cinco propostas.

A que o governo prefere é a proposta de idades mínimas escalonadas?

Mas aí, entre o que o governo prefere e o que eu prefiro, se não tiver acordo, vai ficar o que eu prefiro.

O sr. deu a entender que prefere um transição a partir de 40 anos?

Eu falei algo em torno de 40 anos. Pode ser 37, 38, 41, 42...

Mas aí alonga muito a transição. O ministro Eliseu Padilha disse que a transição não pode durar mais que 20 anos...

Veja só. O doutor Padilha, com todo carinho e respeito que tenho por ele... o relator da PEC sou eu. Adoro o Eliseu Padilha, adoro o presidente Temer, mas o relator sou eu. Não é possível que tenha uma regra em que a pessoa, por um dia, tenha de trabalhar 14 anos e meio mais do que a outra. Isso não vou fazer. O tamanho da transição vai depender de encontrarmos um condição de justiça. Se for com 20 anos, ótimo. Se for preciso mais, será com mais.

É possível haver alterações maiores no plenário?

Se cairmos na armadilha de termos de votar destaque no plenário, vai ser terrível. A ideia é fazer um pacto na base para aprovar na comissão e encaminhar para o plenário e votar lá sem nenhum destaque.

Dá para fazer esse pacto na comissão especial?

Só dá para fazer assim. O que tiver de fazer, é fazer aqui (na comissão) e entre os deputados da base.

É possível reverter os votos contrários do Placar da Previdência?

O placar que vocês publicaram foi do projeto que foi enviado pelo governo. O meu parecer é bastante diferente da PEC 287, está sendo elaborado justamente em cima das solicitações dos parlamentares. Teremos uma profunda modificação desse placar.

No caso do acúmulo das pensões, limitar essa possibilidade a quem tem salário baixo resolve as resistências?

Teremos muito cuidado com a questão de não permitir que nada fique abaixo do mínimo. É importante. Agora, tem outras questões em relação à pensão que podem ser consideradas, como uma regra de transição para a pessoa deixar de receber aquilo que o marido recebia.

Como funcionaria essa transição da pensão?

Um casal cuja renda familiar seja R$ 6 mil, cada um ganhava R$ 3 mil. Aí ele morreu. Ela, no mês seguinte, já vai ganhar metade do que a família tinha, é uma coisa que pode criar um baque, uma coisa abrupta. Então, uma coisa que considero no relatório é fazer uma diminuição paulatina disso, ao longo de seis meses, dez meses. O cara morreu, então no primeiro mês ganha igual, no segundo mês ganha 90%, terceiro mês ganha 80%, e vai abaixando até que deixe de receber. Para que não haja nenhuma perda abrupta daquela receita que a família tinha.

Qual foi o lobby mais forte que o sr. Enfrentou?

Sem dúvida, dos funcionários públicos, estaduais e federais.

Alguma categoria específica?

As carreiras judiciais de forma geral. Se eu tive cem audiências em meu gabinete, eu diria que bem mais da metade foi de funcionários públicos.

E os privilégios desses segmentos vão acabar?

Claro, porque você acaba com a possibilidade de pagar salários acima de R$ 5.531 (teto do INSS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O relator da reforma da Previdência (PEC 287/16), deputado Arthur Maia (PPS-BA), confirmou nesta quinta-feira (6) que fará ajustes nos pontos mais polêmicos do projeto: as regras de transição, a aposentadoria rural, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), as pensões e as aposentadorias especiais de professores e policiais. A decisão foi anunciada após reunião no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer (PMDB). 

Segundo Arthur Maia, as reivindicações que chegaram a Temer, por governadores e entidades, são as mesmas apresentadas aos deputados. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), reuniu-se com o presidente nessa quarta-feira (5) e adiantou, inclusive, que haveria novas alterações no texto. O objetivo das modificações, de acordo com o relator, é preservar direitos das populações mais pobres e vulneráveis. 

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“Os ajustes vão no sentido de buscar um equilíbrio maior, um senso de justiça maior. Não há risco de quebrar a espinha dorsal daquilo que tem o objetivo de trazer a regularidade fiscal”, afirmou o relator. “Com os eventuais ajustes, estará preservado o fim de qualquer privilégio. Estará mantido o teto de R$ 5.531 para quem se aposentar pelo INSS”, acrescentou.

O parlamentar deve apresentar o seu parecer sobre a proposta no próximo dia 18, quando também serão conhecidas as modificações. Em entrevista, Maia adiantou apenas que no caso das regras de transição a idade para o trabalhador se encaixar ou não na reforma pode ser modificada para menos de 50 anos, limite previsto no texto original enviado pelo governo.

“As regras de transição são um ponto complexo. Uma hipótese seria trabalhar em uma combinação entre idade mínima e tempo de contribuição. Outra seria estabelecer na PEC uma idade mínima de aposentadoria como critério de transição. Poderia ser, por exemplo, dizer que a partir da promulgação da PEC ninguém se aposenta com menos de 60 anos ou 57”, ponderou.

O relator também preferiu não arriscar uma mudança na idade mínima de aposentadoria para categorias como professores e policiais.

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Arthur Maia (PPS-BA), disse nesta quinta-feira (16) que irá apresentar seu parecer na primeira semana de abril, ao final do período de audiências públicas na comissão especial. Segundo ele, com o prazo estendido para a apresentação de emendas até a sexta-feira (17), o trabalho do relator será fazer uma triagem dessas propostas por assunto. Ele citou o grande volume de emendas em alguns eixos, como a previdência rural e as regras de transição.

"Mas o parecer do relator não é definitivo. Não cabe ao relator dizer o que vai mudar porque isso depende do entendimento entre os deputados. Eu não sou dono do projeto. Sou o relator. Mas tenho certeza de que construiremos um texto capaz de salvar a previdência", disse Maia.

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O relator lembrou que cada mudança na Previdência tem um preço e constatou que reformas de previdência são polêmicas em todos os lugares do mundo. Sem citar o governo, ele pediu calma de quem tem cobrado celeridade na aprovação da reforma e reforçou a necessidade de que o rito do Congresso e o processo de negociação entre os parlamentares seja respeitado.

Arthur Maia disse ainda não ser influenciado por manifestações contra a reforma e avaliou que o assunto precisa ser tratado com menos discursos políticos e mais seriedade. "Não sou influenciado por manifestações. A reforma da previdência não vai ser impedida no grito. Quem quiser debater com seriedade e respeito pode me procurar que estou disposto ao diálogo", completou.

Ainda assim, o relator admitiu que o governo e os parlamentares favoráveis à reforma estão perdendo a guerra da comunicação e acusou grupos contrários à PEC de propagarem mentiras de maneira repetida, o que, segundo ele, é uma "prática nazista". "A batalha da comunicação tem que ser travada e a grande trincheira são as redes sociais. Precisamos acabar com as mentiras de que os brasileiros não conseguirão se aposentar ou terão que trabalhar 49 anos para isso", afirmou.

Acusações

Arthur Maia rebateu as acusações do deputado Robinson Almeida (PT-BA), que pedirá o seu afastamento da relatoria pelo fato dele ser sócio de um posto de gasolina, que deve R$ 150 mil à Previdência, e pela campanha do relator ter sido financiada pela Bradesco Vida, que é entidade de previdência complementar. Arthur Maia chamou Almeida de "inexpressivo" e fingiu não conhecer o deputado.

"Trata-se de um trigésimo suplente da Bahia, que o povo rejeitou nas urnas e que eu nem sabia que era deputado. Ele quer ter cinco minutos de fama, mas não será às minhas custas", respondeu.

Sobre as acusações, o relator alegou não haver nenhuma incompatibilidade para exercer seu trabalho com a PEC. O deputado garantiu nunca ter favorecido nenhuma das empresas que fizeram doações às suas campanhas, que ele ressaltou serem legais. E sobre a dívida da empresa, o deputado afirmou que não a administra e informou que o débito está sendo pago em dia, de maneira que o saldo remanescente é muito menor do que os R$ 150 mil.

O relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse hoje (14), em Brasília, que “aposentadoria integral é uma realidade que não existe hoje”, e que isso será levado em conta na versão final do parecer a ser apresentado na comissão especial que discute, na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016.

“Essa possibilidade de se ter a aposentadoria integral não existe hoje. Em nenhum lugar do planeta existe mais a chamada integralidade. Hoje, no Brasil, as pessoas se aposentam em média com 80% do salário que têm quando estão na ativa. Nessa reforma, o que sugiremos é que a pessoa tenha 51% da aposentadoria imediatamente, na hora que atinge os requisitos”, disse o deputado, ao ressaltar que, a cada ano a mais de trabalho, seria acrescido 1% a mais, além dos 51%. As declarações foram dadas pelo parlamentar, após reunião, no Palácio do Planalto, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

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Artur Maia disse que, entre os pontos que têm recebido mais propostas de alterações ao texto original, estão o que se refere às regras de transição e o que aborda a idade de aposentadoria das mulheres. “A regra de transição tem várias alternativas de mudança. Há quem prefira modificar pelo tempo de contribuição. Outros, em função da idade da pessoa”, disse o relator. “A questão que mais se coloca para modificá-la é o desnível muito abrupto entre quem tem 50 anos e quem tem 49 anos”, acrescentou.

Alternativa ainda sem definição

Segundo o deputado, ainda não há, do ponto de vista da relatoria, uma definição sobre quais alterações serão acatadas. “A alternativa a ser alcançada ainda não foi definida”, disse.

Sobre a diferença entre as idades mínimas de mulheres e homens para a aposentadoria, o deputado disse não que vê motivo para que uma mulher sem dependentes tenha sua idade mínima diferenciada.

“Não vejo motivo para uma mulher que não tem dependentes, que, segundo as estatísticas, justificariam uma dupla jornada, ter idade diferente de aposentadoria. Isso não quer dizer que eu concorde que mulher, mesmo com dupla jornada, tenha aposentadoria diferenciada. É um debate que está acontecendo. Entrei nesse debate para que a gente possa convencer e ser convencido”, argumentou o relator da reforma previdenciária.

Maia disse que pretende entregar o parecer na comissão especial imediatamente após a última audiência pública, prevista para o dia 28 deste mês. Com isso, a expectativa é de que ela seja entregue no começo de abril. “Evidentemente o aumento de audiências públicas implica a extensão dos debates, o que acarreta em atraso na entrega do parecer”, disse ele.

A passagem do meia Arthur Maia pelo Flamengo chegou ao fim. Contratado por empréstimo no início do ano, cedido pelo Vitória, o jogador, que vinha sendo pouco aproveitado pelo técnico Cristóvão Borges, acertou a rescisão do seu acordo e se transferiu para o Kawasaki Frontale, do Japão.

Arthur Maia chamou a atenção do Flamengo após se destacar pelo América-RN no ano passado e tinha contrato de empréstimo até o fim do ano. Mas o jogador optou por procurar um novo rumo na sua carreira, pois vinha recebendo poucas oportunidades. No total, em sete meses de Flamengo, foram 22 jogos disputados por Arthur Maia, a maior parte deles saindo do banco de reservas, e apenas dois gols marcados.

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Nesta quinta-feira, através de nota oficial, Arthur Maia se despediu do Flamengo. E ele disse ter esperanças de um dia voltar a atuar pelo clube da Gávea. "Sou novo e estou num momento importante da carreira. Não estava sendo muito utilizado e preciso jogar. Apareceu essa oportunidade de ir para um país de primeiro mundo, para um campeonato disputado e muito organizado, para um time tradicional do país. Estou indo, mas espero voltar um dia e dar muitas alegrias", afirmou.

No Kawasaki Frontale, Arthur Maia encontrará dois jogadores brasileiros, o lateral Elsinho e o meia-atacante Renatinho. O novo clube do meia ocupa a quinta colocação no Campeonato Japonês.

O governo não conseguiu avançar na negociação do Projeto de Lei 4.330/2004, que regula a terceirização no País, mesmo após a interlocução conduzida pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Junto com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ele chegou a negociar com o relator da proposta, deputado Arthur Maia (SD-BA) a mudança na estrutura tributária do INSS a ser pago pelas empresas terceirizadas. "O ministro Levy e o vice-presidente são pessoas educadas e compreendem o limite de cada um", disse Maia. "O meu limite era não aumentar a carga tributária", afirmou.

O relator afirmou nesta terça-feira (14) que rejeitou a estrutura de contribuição previdenciária proposta por Levy e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. A Receita tentava tributar as empresas que não são especializadas em fornecer mão de obra terceirizada em 5,5% da receita. Essa categoria, atualmente, paga ao INSS o equivalente a 20% sobre a folha de pagamento. Ocorre que, como não são intensivas em mão de obra, os gastos com pessoal são relativamente baixos e o desconto sobre a folha, mesmo em porcentual mais alto, pode representar custos bem inferiores ao da cobrança sobre a receita.

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Maia entendeu que a mudança geraria aumento da carga tributária e recusou acordo. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), insistiu durante a reunião de líderes para que Maia incluísse a sugestão da Receita na emenda aglutinativa que irá apresentar ao plenário hoje, mas o relator rejeitou o pedido. "Não estou convencido de que isso (a alíquota de 5,5% sobre a receita) não aumenta a tributação e mantivemos a regra como é hoje", disse Maia.

Com isso, permanece a alíquota de 20% sobre a folha de pagamento para empresas com baixa cessão de mão de obra. E 11% sobre a receita para empresas cujo serviço se concentra no fornecimento de mão de obra. Há uma outra alíquota, de 3,5%, para setores que recebem algum tipo de desoneração tributária, o que será mantido. O relator acatou apenas o pedido de Levy para que cooperativas e entidades beneficentes não possam atuar como empresas terceirizadas.

Inicialmente, o líder governista deixou a reunião afirmando que iria "brigar pela parte tributária, previdenciária" na votação. Mas depois disse que "essa parte vai ficar fora" da apreciação do plenário.

O governo deveria ter apresentado em destaque com a proposta da Receita para que ela fosse apreciada em plenário. Isto não foi feito, conforme informou a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.

Atividade

Ao todo foram apresentados 34 destaques - 27 de bancada e sete individuais - à Mesa. As bancadas que mais apresentaram destaques foram as do PT e do PSDB, com três cada partido. O PMDB do presidente Eduardo Cunha (RJ) apresentou dois destaques.

O PT vai se concentrar para tentar mudar o termo "qualquer atividade" do texto-base aprovado na semana passada, que permite a terceirização em todas as áreas de uma empresa. "Esse é o cerne da discussão", disse Guimarães. "Essa proposta não foi aceita e está todo mundo correndo atrás do prejuízo", disse.

O deputado Arthur Maia (SD-BA), relator do projeto que trata da regulamentação da terceirização no País, disse que a aprovação da proposta dinamizará a economia e permitirá às empresas uma segurança jurídica que antes não existia. O texto principal foi aprovado nesta noite por 324 votos à favor, 137 contra e duas abstenções. PT, PCdoB e PSOL ficaram isolados na votação.

"Foi uma votação maior do que imaginava, foi uma vitória de goleada", resumiu Maia. Antes da apreciação em plenário, o deputado previa uma votação menor do que os 316 apoios ao pedido de urgência da noite anterior. Um dos articuladores do projeto, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), também comemorou a resultado desta noite. "O esporte favorito dos deputados agora é bater no PT", ironizou Paulinho. Na semana que vem serão apreciados os destaques de emenda.

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Uma alteração importante no projeto de lei da terceirização foi fechada nesta quarta-feira, 8. A reportagem apurou que o relator do projeto, deputado Arthur Maia (SD-BA), vai incorporar no texto final - que será votado ainda hoje pelos deputados - a obrigação de que os trabalhadores terceirizados, que passarão a exercer "atividades-fim" nas empresas, sejam representados pelos sindicatos de cada categoria.

Essa alteração não agrada empresários, que desejavam a formatação anterior. Pelo projeto original, se um terceirizado fosse contratado para exercer a função de metalúrgico numa fábrica de carros, isto é, a "atividade-fim" nesta empresa, ele seria ligado a um sindicato dos terceirizados, que tem menos força e influência do que os sindicatos dos metalúrgicos. Agora, não: se o trabalhador terceirizado exercer a função de metalúrgico, ele será representado por este sindicato; isso valerá para todas as categorias profissionais.

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Com a mudança, a relação das empresas que decidam terceirizar seus trabalhadores de "atividade fim" com a nova lei continuará sendo com o sindicato que hoje representa seus funcionários. A medida, costurada pelo presidente nacional do Solidariedade, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), envolveu inclusive o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Tamanha articulação política foi necessária diante da oposição de empresários à medida.

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