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Inaugurando mais três unidades em Pernambuco, o Novo Atacarejo reúne cerca de 1000 empregos diretos e quase 3000 indiretos para atuação nas lojas que serão abertas ainda neste mês de dezembro no Recife, no bairro da Várzea, Zona Oeste, Ouricuri e Araripina. O processo de inscrição é on-line, através do site da seletiva.  No endereço eletrônico, os interessados devem buscar as oportunidades por cidade, ocupação desejada e preencher os dados solicitados.

Com as novas lojas, o Novo Atacarejo, em Pernambuco reúne 24 unidades em 2023. "Estamos seguros de seguir com a expansão de novas lojas e levar desenvolvimento às cidades onde atuamos", afirma o CEO da rede, Daniel Costa. 

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As antigas unidades do Extra Hiper da Avenida Domingos Ferreira e da Rua Benfica, no Recife, passarão por reforma para serem lojas do Assaí. A reinauguração dos novos pontos da rede de atacarejo está programada ainda para este ano e para o próximo.

As novas unidades do Assaí devem gerar cerca 1.000 novos empregos diretos e indiretos, de acordo com a rede, sem falar nos outros 350 profissionais da construção que vão atuar nas etapas da reforma. Os colaboradores do Extra Hiper serão priorizados no processo de contração.

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Ao todo, 70 lojas do Hiper Extra foram negociadas junto ao Grupo Pão de Açúcar por 5,2 bilhões. Nos últimos cinco anos, outras 25 lojas do Extra Hiper já haviam sido convertidas.

 

Em um ambiente de inflação e de queda da renda, o atacarejo ganhou espaço entre os brasileiros. A busca incessante pelos preços mais baixos garantiu uma alta de 10% ao formato no ano passado, contra uma queda de 2,4% do varejo alimentar como um todo, segundo estudo da McKinsey obtido com exclusividade pelo Estadão. Com isso, em um ano, a fatia do atacarejo no varejo de alimentos saltou de 35% para 40%. Hoje, são mais de 2 mil lojas desse perfil pelo País.

E a perspectiva é de que esse modelo ganhe ainda mais participação, chegando a 50% das vendas nos próximos anos. "Em meio à pressão inflacionária, o único formato que conseguiu ser resiliente foi o atacarejo", comenta Roberto Tamaso, sócio da McKinsey. Segundo o especialista, o estudo deixa claro que, no futuro próximo, não há perspectiva de que a sensibilidade do consumidor ao quesito preço venha a diminuir.

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"Os consumidores estão dispostos a comprar produtos mais econômicos. O varejo terá de ter oferta de produto, e isso também abre a possibilidade para a marca própria", diz o executivo. A pesquisa mostrou que 70% dos consumidores estão buscando melhores preços e que 40% se dizem abertos a comprar opções mais econômicas.

FAZENDO AS CONTAS

O aposentado Almir Cornachioni, de 62 anos, tem aumentado a frequência de visitas à loja do Assaí, no bairro Aricanduva, onde mora para driblar o aumento da inflação. "O atacarejo é mais barato. São quatro casas no mesmo quintal e oito pessoas da família, nos agrupamos para fazer as compras", conta. A preferência, em tempos de orçamento apertado, tem razão de ser: segundo recente pesquisa da Nielsen, os produtos básicos são, em média, 15% mais baratos nos atacarejos do que em supermercados e hipermercados.

Como é aposentado e vive perto da unidade que frequenta, ele corre ao Assaí muitas vezes por semana, especialmente quando recebe cupons de desconto pelo WhatsApp. Ele tem ajudado até nas compras dos vizinhos. "Quando estou indo ao mercado, minha vizinha pede para ver o preço de alguns produtos. Eu mando o valor e às vezes ela me faz um Pix para eu levar para ela", conta.

Em resumo, a McKinsey classifica o atacarejo como um vencedor na crise. "É um formato que deu certo e tudo indica que vai continuar a crescer", afirma Bruno Furtado, sócio da consultoria. Depois de as grandes redes já terem avançado nas capitais brasileiras, a tendência agora é de avanço no interior dos Estados, comenta. Outra constatação é de que hoje o modelo faz parte do dia a dia de todas as classes sociais, e não só da baixa renda.

A musicista Geraldine Ruiz, moradora da zona morte de São Paulo, é cliente de atacarejo há cinco anos. "Quando tem algum produto com preço bom, preferimos comprar no atacado e estocar em casa, pois sabemos que a inflação vai salgar no mês seguinte. Produtos como óleo e café estão nessa estratégia", comenta.

Sócio-fundador da consultoria em varejo Varese, Alberto Serrentino afirma que o atacarejo tem ganhado força no Brasil desde a crise de 2015. Na época, 47% das famílias brasileiras costumavam visitar essas lojas, porcentual que subiu para 65% no ano passado.

Serrentino diz que a agressiva abertura de lojas também auxiliou o setor. "O atacarejo ganhou muito por conta da expansão. Foi um formato agressivo em aberturas de lojas e migração, o que faz com que o market share (participação de mercado) cresça."

Faturamento

As mais de 2 mil lojas de atacarejo no Brasil faturaram R$ 230 bilhões no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviços (Abaas) e da Nielsen IQ. A expansão do número de lojas foi forte: 26% apenas em 2021, especialmente nas regiões Norte e Sul, além dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

No Norte, o grande nome do segmento é o Grupo Mateus, que tem colocado o pé no acelerador desde que abriu seu capital, em 2020. Hoje, o grupo possui 210 lojas. Mais da metade está no Maranhão, onde a rede foi fundada e detém 80% de participação no setor.

"Vamos entendendo as novas possibilidades de faturamento e onde é possível entrar com um determinado nível de competitividade. É um equilíbrio das contas e vamos preenchendo as rotas", afirma Sandro Oliveira, diretor executivo da companhia.

Outra "onda" de novas lojas de atacarejo está vindo com a venda dos pontos do Extra Hiper para o Assaí - a bandeira de atacarejo pertence ao francês Casino, mas foi desmembrada do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil. O Assaí, que tem hoje 216 lojas, prevê abrir mais 50 unidades neste ano, número recorde.

Diretor regional do Assaí, Luiz Carlos Araújo afirma que o modelo tem sido bem recebido por toda a parcela da população. Agora, uma das estratégias é agregar mais serviços às unidades, como o de açougue. "O cliente já exige um padrão melhor, mas não podemos perder a essência, que é de ser de custo baixo", diz.

Já o GPA desistiu do formato de hipermercado. "Passamos por profundas mudanças e tomamos importantes decisões para o futuro dos negócios do grupo. Iniciamos o ano com a cisão do negócio de atacarejo (Assaí) e finalizamos um ciclo com a descontinuidade do formato de hipermercados do grupo no Brasil, suportados por uma análise de médio e longo prazos das tendências do varejo", afirma o diretor de operações do GPA, Frederic Garcia.

Foi com a chegada de uma loja perto de casa que a advogada Maria Carolina Garcia mudou suas compras. Na região do Tatuapé, um Extra mudou para Assaí. Grávida no início da pandemia e trabalhando no setor da aviação, um dos mais afetados pela crise, buscou economia no atacarejo. "O que também gosto é que temos a possibilidade de outras marcas não tão famosas, mas também boas", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A inauguração de uma unidade da rede de supermercados Novo Atacarejo, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, provou longas filas e aglomeração de pessoas nesta quinta-feira (10). Em busca de promoções e ofertas, os clientes se amontoaram em frente a nova loja descumprindo alguns protocolos de segurança pertinentes à pandemia do coronavírus.

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Na porta da nova loja, a fila dava voltas até à entrada do estacionamento. Não havia, entre as pessoas, o distanciamento de segurança de 1,5 metro e alguns também não faziam uso de máscara de proteção individual. Um trio de forró e músicos tocando frevo tentavam distrair a espera dos consumidores. 

Em grupo, a vendedora Rebeca Soares Santiago, de 43 anos, aproveitou para comprar junto a parentes. Na expectativa de encontrar bons preços, ela saiu de Afogados, bairro onde mora, com destino à inauguração. Na fila desde às 7h, e em uma espera que já durava mais de duas horas, ela tentava se cuidar usando máscara e álcool em gel: "Essa Covid tá demais, eu tenho medo. Mas tô com meu 'alquinho' na bolsa, sempre passando", disse.

Com um carrinho lotado, a cozinheira Severina Belo dos Santos, de 52 anos, foi uma das primeiras a chegar na loja. Ela veio do bairro Torrões, por volta das 5h, e só conseguiu entrar no mercado às 8h. A espera, no entanto, valeu à pena, segundo ela: "Foi bom demais, economizei bastante, só vou vir aqui agora". De máscara, a cliente que é diabética assumiu ter um pouco de medo da pandemia, mas por conta da própria profissão - ela fornece almoço -, precisa enfrentar os riscos. "A gente tem aquele receio, né? Mas precisa sair de casa, vamos fazer o quê, né?".

A nova loja do Novo Atacarejo, rede pernambucana com atuação desde 2019,  tem cerca de 6.000m² de área de vendas, 38 check-outs, ambiente climatizado, estacionamento com 500 vagas e 20.000m² de área verde. O empreendimento teve investimento de R$ 70 milhões e chegou abrindo cerca de 500 postoa de emprego direto.

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Uma funcionária do supermercado Mix Atacarejo Mateus, em São Luís, Maranhão, morreu e outras oito pessoas ficaram feridas depois que gôndolas com produtos caíram, em efeito dominó, por cima deles. O fato aconteceu por volta das 20h desta última sexta-feira (2).

A vítima fatal, que trabalhava no local, foi identificada como Elane de Oliveira Rodrigues. Por meio de nota divulgada nas redes, o Grupo Mateus afirmou que está acompanhando de perto os trabalhos das equipes de resgate e "dando todo suporte solicitado para facilitar o trabalho das autoridades".

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O grupo aponta que, "diante de tamanha fatalidade, em respeito às famílias, colaboradores, clientes, e como forma de respeitar o luto compartilhado por todos nós, as lojas do Grupo Mateus estarão fechadas neste sábado (3).

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), compartilhou no Twitter a sua solidariedade com as vítimas e seus familiares, além de reconhecer o trabalho dos bombeiros, policiais e profissionais de saúde envolvidos na operação de resgate. 

Confira alguns vídeos da tragédia

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O grupo francês Carrefour anunciou há pouco a aquisição de 30 lojas do atacadista Makro por R$ 1,95 bilhão. Segundo o comunicado, as unidades adquiridas têm vendas brutas totais de aproximadamente R$ 2,8 bilhões, e os planos da varejista é de converter as bandeiras das unidades para Atacadão, dentro de um período de 12 meses após o fechamento da transação. A negociação entre as partes havia pelo jornal O Estado de S. Paulo há duas semanas, mas o valor final da operação ficou abaixo dos valores indicados da época de R$ 5 bilhões. A empresa confirmou dias depois que estava na fase final das negociações.

Ao adotar o modelo do Atacadão, o Carrefour projeta aumentar as vendas das 30 lojas em 60% e otimizar a estrutura de custos das unidades, possibilitando que as o alcance gradual de níveis de rentabilidade similares aos existentes nas lojas atuais do Atacadão. Das 30 unidades compradas, localizadas em 17 estados, 22 são próprias e oito alugadas. O comunicado informa que a operação envolveu a aquisição de 14 postos de combustíveis dentro das unidades.

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Segundo o Carrefour, as unidades adquiridas têm grande complementaridade geográfica com as 187 lojas existentes do Atacadão, que continuarão a crescer também organicamente - em 2019, 20 novas lojas do Atacadão foram abertas. A aquisição permitirá a expansão da bandeira Atacadão no Rio de Janeiro (sete lojas) e Nordeste (oito unidades).

"Essa transação é o movimento mais importante do Grupo Carrefour no Brasil desde a aquisição do Atacadão em 2007. Isso evidencia nosso comprometimento com a expansão de nossos formatos de crescimento e está em linha com o Plano de Transformação do Carrefour 2022", afirmou o Presidente do Conselho de Administração e CEO do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, no comunicado enviado ao mercado. O executivo destacou que o Brasil, hoje, é o segundo maior mercado do Grupo depois da França, sede da companhia.

De acordo com o CEO do Grupo Carrefour Brasil, Noël Prioux, "esta transação é um acelerador de crescimento para o Carrefour no Brasil. Com essa aquisição o Atacadão vai fortalecer sua presença geográfica e consolidar ainda mais sua presença nacional. Essa aquisição, juntamente com nosso ritmo de crescimento orgânico, com 20 lojas Atacadão abertas em 2019, vai representar uma aceleração equivalente a um ano e meio de expansão, marcando um importante passo para o Grupo Carrefour Brasil".

A conclusão da operação está condicionada ao cumprimento de determinadas condições, incluindo, especialmente, o acordo dos proprietários das lojas alugadas e a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Faz quatro meses que Bruna Braune, de 32 anos, não vai ao supermercado. A gerente de marketing, que quer ter mais tempo para hobbies como ler, assistir a séries ou cozinhar, faz parte de um crescente grupo de consumidores, a maioria de jovens adultos, que tem chamado a atenção do varejo de alimentos.

Eles são imediatistas e fazem de tudo para não precisar ir às compras na loja física nem esperar muitas horas para receber em casa o produto adquirido no e-commerce tradicional. Compram pequenas quantidades de alimentos, itens de higiene e limpeza por meio de aplicativos de entregas instalados no smartphone, como iFood e Rappi, que conseguem levar as encomendas ao cliente com mais rapidez.

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Nos últimos dois anos, turbinado pelo interesse tanto de gigantes, como Carrefour e Grupo Pão de Açúcar (GPA), quanto de varejistas de uma só loja, esse mercado de compras de conveniência feitas por meio de apps de entrega tem avançado exponencialmente, embora ainda represente pouco dentro das vendas totais dos supermercados.

"Registramos crescimento de 100% a cada mês", diz Diego Barreto, vice-presidente financeiro do iFood, que começou a oferecer entrega de supermercados parceiros no começo do ano passado. A empresa opera com 400 supermercados em 80 cidades e quer chegar a mil lojas em 200 cidades em meados do ano. No concorrente Rappi, a compra de supermercado é a linha que mais cresce na empresa, depois de refeições, que se propõe a entregar qualquer tipo de produto.

Entre os varejistas, um dos pontos que impulsionam o interesse pela venda por meio dos apps de entrega é a atração de novos consumidores. No Carrefour, que há dois anos tem parceria nacional com a Rappi, 63% dos clientes do canal e-commerce food não faziam compras na rede, diz Paula Cardoso, CEO do Carrefour e-Business.

"A adesão não é só das camadas de maior renda (mais habituadas a compras online), mas também das classes C e D", ressalta Marcelo Rizzi, diretor do Grupo Big, que testa a parceria com o iFood em uma loja e vai expandir para hipermercados, supermercados e atacarejos.

Dados

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo, diz que a parceria dos aplicativos e supermercados é um caminho sem volta, pois o smartphone mudou o hábito de compra e as empresas travam uma corrida para estarem mais bem posicionadas do que as rivais nesse novo mercado. Terra e outros especialistas destacam a oportunidade, mas alertam para o risco estratégico: ao fechar parceria com companhias de delivery, o supermercado pode entregar informações do consumidor para empresas de fora. "A questão é de quem é o cliente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O setor atacadista brasileiro está dividido. Na segunda-feira, 28, durante o encontro anual da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), que reuniu representantes de empresas e associações em São Paulo, um tema foi tratado com cautela entre os empresários: a criação de uma entidade, liderada por executivos dos chamados 'atacarejos', que vendem também para o consumidor final e alegam não ser representados pela associação nacional, cujos principais membros são os atacadistas tradicionais.

O impasse começou no fim do ano passado quando a nova gestão da Abad, presidida por José do Egito Frota Lopes Filho, diretor comercial da Jotujé Distribuidora, levantou como uma de suas bandeiras a questão tributária. Uma das propostas é tornar obrigatória a identificação do comprador do atacarejo, com a inclusão do CPF dele na nota fiscal. Hoje, estabelecimentos desse tipo, como o Atacadão, do grupo Carrefour, ou Assaí, do Grupo Pão de Açúcar, vendem tanto para empresas quanto para o consumidor final e, nesse último caso, a identificação não é obrigatória. Já nos atacados tradicionais a venda só pode ser feita com a informação do CNPJ da empresa.

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"O atacarejo não está errado. Eles fazem tudo conforme a lei, mas o microempresário, que está inserido no Simples, pode se aproveitar dessa diferença de modelos para não ser tributado", diz José do Egito. O que ele quer dizer é o seguinte: para ser inserida no Simples - e assim pagar menos imposto - a empresa tem de faturar no máximo R$ 3,6 milhões por ano. Quando o dono do mercadinho ou do restaurante supera o limite de compras do mês no atacado tradicional, ele tem a opção de comprar no atacarejo emitindo apenas cupom fiscal. "Sem a exigência do CPF no cupom fiscal, a Receita Federal não consegue identificar essa compra."

O tema gerou polêmica no setor. Em entrevista à revista Distribuição, no mês passado, o empresário Luiz Antônio Tonin, do Grupo Tonin - dono de sete atacarejos, quatro supermercados e um atacado distribuidor - disse que considera a medida um erro. "Uma pessoa pode comprar com o CPF de outra, por exemplo", afirmou. "Seria mais um encargo em cima do atacadista e do varejista, sendo que as secretarias da fazenda já têm instrumentos suficientes de controle de arrecadação."

Com 20 lojas em São Paulo, o Tenda Atacado também se posicionou contra a proposta. O presidente do grupo, Carlos Eduardo Severini, afirmou, na mesma ocasião, que essa é uma "medida retrógrada" que, se aprovada, vai dificultar compras simples.

Para que essa mudança passe a vigorar no País, o setor atacadista teria de convencer as secretarias de fazenda estaduais de que ela vale a pena. Hoje, apenas dois Estados exigem a identificação de CPF e CNPJ na nota fiscal: no Rio Grande do Sul, desde 2012, e em Sergipe, desde julho de 2013.

Associação

O debate acabou motivando um grupo de atacarejos a articular a criação de uma entidade, que ainda está em fase de gestação. À frente desse movimento estão o presidente do Roldão Atacadista, Ricardo Roldão, o presidente do Atacadão Roberto Mussnich e o presidente do Spani Atacadista, Cleber Gomez. Nenhum deles concedeu entrevista, mas suas assessorias de imprensa confirmaram as conversas para a criação da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (Abaas).

Na Abad, ontem, o assunto causou certo constrangimento. "Não fomos informados sobre uma nova associação", disse José do Egito. "O clima é de conciliação."

Ele e outros atacadistas preferiram concentrar o debate em um pleito que é mais consensual no setor e que está mais perto de se concretizar, que é o aumento do teto de faturamento para que micro e pequenas empresas sejam enquadradas no Simples. A proposta do setor é de que esse limite passe de R$ 3,6 milhões ao ano para R$ 6 milhões. Em outubro do ano passado, uma frente parlamentar foi criada para tratar dos assuntos de interesse do setor em Brasília.

O teto proposto pelos atacadistas está longe de ser aprovado, mas hoje será votado no plenário da Câmara dos Deputados um projeto de lei que eleva de R$ 3,6 milhões para R$ 4,3 milhões o limite para adesão ao programa. "Já será um avanço para esse segmento", diz o deputado Antonio Balhmann, que preside a frente parlamentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As lojas de atacarejo, uma mistura de atacado com varejo cujo foco é o preço baixo, ganharam musculatura em 2012 e tiveram desempenho superior à média do varejo de autosserviço, que inclui supermercados e hipermercado. Esse formato de loja também abocanhou uma fatia maior das vendas de itens de básicos, mostram pesquisas divulgadas nesta segunda-feira, feitas por entidades diferentes, mas com resultados semelhantes. Em 2012, o varejo de supermercado faturou R$ 242,9 bilhões com crescimento real (descontada a inflação) de 2,3% em relação a 2011, segundo pesquisa da Nielsen encomendada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Com o atacarejo, a receita subiu para R$ 286,2 bilhões e teve alta de 3,5% na comparação com 2011.

Com números diferentes, o 42.º Relatório Anual de Supermercado Moderno identificou a mesma tendência. Em 2012, o varejo de autosserviço faturou R$ 263 bilhões e cresceu 7,6%, descontada a inflação. Nesse período, o atacarejo foi o formato de loja que mais ampliou vendas ante 2011, 16,7%, mais que o dobro do que a média do setor."O que chama a atenção é que o atacarejo está aumentando cada vez mais", observou o gerente de atendimento da Nielsen, Fábio Gomes da Silva. Nas contas de Valdir Orsetti, responsável pelo 42º Relatório Anual de Supermercado Moderno, o atacarejo responde por 9,5% do faturamento do setor e esse tipo de loja é utilizado por 12,4 milhões de domicílios.

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Entre os fatores que contribuíram para esse desempenho, Orsetti aponta o fato de esse tipo de lojas oferecer preços 15% menores em relação ao varejo alimentar e 5% abaixo dos atacados. "Todas as classes compram no atacarejo. Não só os mais pobres", disse Silva, da Nielsen. Segundo constatação de Christine Pereira, diretora da Kantar Worldpanel, instituto de pesquisas que visita semanalmente 8.200 domicílios do País para avaliar o consumo, o atacarejo foi o único canal de vendas que o consumidor manteve a frequência de compras nos últimos meses e que ganhou compradores em 2012: cerca de 1 milhão de ovos domicílios. Já nos hipermercados e supermercados houve redução no número de idas às compras. O motivo, segundo Christine, foi o avanço da inflação que fez com que os consumidores buscassem preços menores.

Dados divulgados nesta segunda-feira pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) mostram um descolamento do atacarejo em relação ao atacado tradicional. José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da Abad, destacou que o atacado como um todo cresceu 8,5% em vendas em 2012, sem descontar a inflação na comparação com 2011. Enquanto isso, o atacarejo avançou entre 15% e 17%, na mesma base de comparação.

Além crescer numa velocidade maior do que o varejo e o atacado tradicional, o atacarejo passa hoje por um processo de interiorização, observou o vice-presidente da Abras, Márcio Milan. Essa tendência é confirmada pelo presidente da Abad. "Há uma tendência de expandir os atacarejos para cidades com cerca de 200 mil habitantes." Jefferson S. Fernades, diretor de marketing do Atacadista Roldão, disse que a sua empresa vai abrir entre três e quatro lojas de atacarejo neste ano, localizadas entre a capital paulista e cidades vizinhas com cerca de 300 mil habitantes. "Há uma tendência de interiorização porque o preço do terreno nas grandes cidades subiu."

No Grupo Pão de Açúcar, a tendência de interiorização das lojas de atacarejo com a bandeira Assaí é nítida. No mês que vem, serão abertas duas lojas Assaí em cidades menores: uma em Maringá (PR) e outra em Juazeiro (BA). De acordo com a assessoria do Grupo, estão programadas para este ano abertura de lojas desse formato em Juazeiro do Norte (CE), Londrina (PR),Rondonópolis (MT) e Feira de Santana (BA). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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