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Criado com o propósito de abrir espaço para os artistas locais do bregafunk, funk, trap e rap, o ‘Sextas da Invasão’ chega à sua terceira edição reverenciando o brega, Patrimônio Imaterial da cidade do Recife. Nesta sexta (16), a festa contará com shows de Matheus Perverso, MC Louco, Paulinha Xcamosa, Léo da Lagoa e outras cinco atrações. O baile acontece na Venda de Seu Biu do Arruda, a partir das 20h, com entrada gratuita.

Realizado pelo Projeto Invasão - que promove ações em prol da “música, dança, esporte e comunicação das favelas” -, o ‘Sextas da Invasão’ vem fazendo festas, na Zona Norte do Recife, com diversos artistas locais, vindos de diferentes comunidades da capital pernambucana. Nas últimas duas edições, o funk consciente e o trapfunk ditaram o ritmo da festa, já nesta semana é o brega quem sobe ao palco através de nove artistas de diferentes ‘quebradas’ recifense.

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A programação desta sexta (16) conta com os shows de Matheus Perverso, Léo da Lagoa, WT na Base, MC Louco, Pop na Batida, Lima do Coque, Paulinha Xcamosa, Ykaro MC, Niago e Seltinho Coreano. O evento tem entrada gratuita, a partir das 20h.

Serviço

Sextas da Invasão - 3ª Edição

Sexta (16) - 20h

Venda de Seu Biu (antigo Esquenta do Arruda) - Rua Ramiz Galvão, 332 - Arruda 

Gratuito



 

De alma cosmopolita e ritmo acelerado, tal qual metrópole encantadoramente caótica que é, Recife completa 485 anos neste sábado (12) - mesmo dia em que sua irmã mais velha, Olinda, faz aniversário. Além de ser a capital do estado de Pernambuco, polo médico, tecnológico e gastronômico do Nordeste, o Recife é, também, um berço de história e cultura que encanta e inspira não só os consumidores, mas, e sobretudo, os fazedores de arte.

Principalmente quando o assunto é da música. A capital pernambucana é praticamente uma cidade que canta e em cada canto de sua região metropolitana é possível encontrar os mais diversos gêneros musicais; seja nas caixinhas de som espalhadas pelas residências, na correnteza das águas dos rios Capibaribe e Beberibe e, sobretudo, no ruge-ruge dos moradores e visitantes que transitam pelo louco comércio do centro da cidade. 

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Não à tôa, o Recife foi solo fértil para a criação de importantes movimentos musicais que conquistaram espaço em todo o Brasil e até mesmo fora dele, como o Manguebeat de Chico Science - que transformou a cidade na Manguetown - e o bregafunk, que amplificou a voz e os talentos das periferias recifenses, antes reconhecidas somente pela violência urbana. Tanta efervescência rendeu à capital pernambucana, em 2021, um lugar na Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como cidade da música. O grupo de cooperação internacional conta com 49 cidades de todo o mundo divididas em sete categorias culturais. Além do Recife, apenas uma outra, Salvador (BA), representa a música.

O bregafunk e o passinho são expressões tipicamente recifenses. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagensArquivo

Foi nesse ambiente repleto de diferentes ritmos e expressões culturais que  a  pernambucana Uana Mahin se descobriu artista. Recifense, ela transitou por diferentes partes da região metropolitana da cidade, durante a infância e a adolescência, até chegar em sua atual morada: o bairro de Casa Amarela, na Zona Norte. Antes disso, uma longa temporada como moradora da Várzea - lugar tão mergulhado em atividades musicais que, inclusive, detém seus próprios festivais, como o Festival de Inverno da Várzea (FIV) -, acabou contribuindo para sua incursão no mundo das artes e da cultura popular. 

Uana começou a carreira artística em 2011 como atriz, percussionista e backing vocal. Já cantou com grandes nomes da cultura pernambucana, como Maciel Salú e Adiel Luna, e integrou o Afoxé Oyá Tokolê Owó, do Ilê Asè Agajú Okoloyá, o Terreiro de Mãe Amara. Além disso, fez parte do grupo Sagaranna, com o qual viajou  em turnês pela Europa. Desde 2016, a cantora decidiu apostar numa carreira solo.

Uana se inspira no som que vem das ruas do Recife para produzir a sua própria música. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Em entrevista ao LeiaJá, a artista assume que a cidade do Recife tem influência direta em sua escolha de trabalhar com arte. Sobretudo neste momento em que transiciona da cultura tradicional para outro segmento popular: o bregafunk. O bairro de Casa Amarela, onde mora atualmente, tem total participação nesse novo momento de sua carreira. "Essa minha pesquisa surgiu muito quando eu vim morar aqui. Eu moro no centro comercial do bairro e fico tentando entender todos os movimentos: da galera que dança aqui no posto; aprendi a cantar os bregas, aprendi a dançar - eu já tinha uma relação muito forte com a dança, mas comecei a entender o brega de outra maneira e morando aqui nao tem como, você pode até não gostar, mas a gente ouve o tempo todo. Minha relação com a música mudou muito e sinto que isso tem  a ver com essas regiões da cidade”.

As regiões dos quais Uana fala, os altos e morros localizados na periferia do Grande Recife, de fato são um celeiro dos movimentos brega e bregafunk. De lá, saem alguns dos maiores artistas desses dois segmentos, não só cantores e bandas como também os grupos de dança do famoso 'passinho'. Todo esse universo tem inspirado a artista a compor, produzir e a entender não só essa música que vem de fora mas, também, aquela que vem sendo produzida por ela. ”O brega é uma coisa muito potente, cheia de possibilidde: o brega romantico, o brega safado… Recife é uma cidade que atravessa completamente os artistas, nunca lutei contra isso, sempre quis aproveitar de fato o que a  cidade oferece, entender o que os produtores de Casa Amarela fazem”. Em tempo, o brega foi intitulado Patrimônio  Cultural Imaterial da Cidade do Recife em 2021.

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Transitando por esse meio, a cantora vem conseguindo agregar um novo público sem perder aquele que já a acompanhava. Segundo ela, essa integração vem fluindo de forma natural e só enriquece tanto o seu fazer artístico quanto os próprios segmentos dos quais se vale. “Principalmente desse lugar da cultura popular, que tem muitos intelectuais interessados, achei que teria uma resistência dessas pessoas entenderem essa minha migração para uma coisa mais pop e também de assumir o brega. Um dos últimos shows que vi no Coquetel Molotov foi do MC Tróia, e o festival tem esse público alternativo e não tem um distanciamento grande, às vezes é um distanciamento de classe social, mas eu pessoa preta, nascida na periferia, crescida na classe média que tive acesso a escolas de classe média,  eu vejo que é uma fronteira muito menor do que a gente imagina. Quando a gente vai a festas de classe média, a gente vê as pessoas dançando bregafunk. O brega é muito potente, mesmo com tudo indo contra ele , você vê que as pessoas do brega são organizadas, existe uma indústria e ele se popularizou de maneira que a gente não sente mais essa fronteira”.

No Recife, músicos de expressão como Reginaldo Rossi e Chico Science foram eternizados em estátuas. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagensArquivo

Da mesma forma, a cantora revela que foi muito bem acolhida no meio do bregafunk e que além de estar aprendendo muito com seus maiores expoentes, como Shevchenko e Rayssa Dias, por exemplo, sente que os caminhos sempre estiveram abertos para que ela pudesse desenvolver seu trabalho sem o menor problema. “Eu vejo que por eu ter vindo desse lugar (da cultura popular), eu já tinha um trabalho para mostrar. Eu transito mas eu não sou desse lugar, eu não disputo esse espaço.  Eles são macacos velhos da indústria, eles sabem que eu não quero disputar aquele lugar. Para eles, principalmente as mulheres, é muito mais difícil se colocar no mercado, conseguir compor, boa parte das mulheres do brega estão cantando músicas que os homens escreveram e nada contra  a ‘safadeza’, mas que a mulher valide aquilo. Vejo que nesse lugar eu tenho alguma facilidade, mesmo sendo mulher e preta, vejo que tenho um outro respeito".

Para Uana, dificuldade mesmo parece ser, apenas, pensar sobre os limites geográficos. É comum ver artistas locais trocando de CEP para conseguirem viabilizar seus trabalhos. O destino mais procurado costuma ser  a cidade de São Paulo, um dos polos que fazem o país girar.

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A cantora recifense também vislumbra esse futuro, no entanto, assegura que ele está, ainda, um pouco distante. “Tô com esse desejo de me demorar um pouco aqui, até pra conseguir pesquisar e ouvir melhor as coisas, só quem tá aqui consegue ouvir algumas coisas, principalmente nesse lugar do brega. Mas, infelizmente, chega um momento que você não consegue mais circular aqui na cidade. Desde novembro tenho circulado e já toquei em boa parte das casas pequenas daqui, então jaja vai ficar um pouco limitado. Esse ano vou fazer shows importantes mas é difícil negociar um cachê justo, então se você quer crescer infelizmente você precisa ir pra lá. Do meu desejo quero continuar aqui porque eu amo, mas chega um momento que satura, a gente quer voar e não consegue”.

Enquanto esse momento não chega, Uana continua desenvolvendo sua pesquisa e seu trabalho no Recife, a cidade que vem lhe ajudando e inspirando nesse processo criativo. A cantora acaba de lançar um novo single, ‘Sonhei com você’, o primeiro de um EP que chegará em abril, chamado ‘Vidro Fumê’ (ela deu esse ‘spoiler’ especialmente para essa entrevista). Além disso, um álbum também está nos planos para 2022 e, claro, "bastante show”. 

 

A esposa do cantor MC Boco do Borel, morto na madrugada deste domingo (26), em Serrambi (PE) durante um show, usou seu perfil no Instagram para desabafar sobre a perda do marido. Demonstrando revolta e indignação, Alynne Cristina disse que a morte do artista foi uma “covardia” e pediu que a “Justiça” fosse feita. 

MC Boco tinha 34 anos e foi alvejado durante um show, na madrugada deste domingo (26), em Serrambi (PE). Ele estava no palco quando um homem encapuzado desferiu disparos contra ele. O artista foi atingido por 15 tiros e não resistiu aos ferimentos. Segundo a Polícia Civil, já foram iniciadas as investigações para esclarecimento do crime.

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Indignada com a morte do marido, Alynne Cristina usou seu perfil no Instagram para desabafar. Ela disse que o que aconteceu com Boco foi uma “covardia” e garantiu que ele não era "envolvido com nada”. “Estou revoltada com essa crueldade, maldade, covardia e inveja. Parem de achismo ou afirmar coisas que vocês não sabem. Que foi morto porque era envolvido com crime, associando a morte com a prisão dele. Ele não era traficante, bandido e muito menos envolvido com nada”. 

Segundo informações publicadas no perfil oficial de MC Boco do Borel, na noite deste domingo será realizado um velório, no Cemitério de Santo Amaro, região central do Recife, apenas para familiares e amigos. Os fãs poderão se despedir do artista nesta segunda (27), a partir das 10h, no mesmo local. 

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O meio do bregafunk foi pego de surpresa, na manhã deste domingo (26), pela notícia da morte do MC Boco do Borel. Reconhecido como um dos precursores do movimento, o artista foi baleado durante um show que realizava na praia de Serrambi, litoral sul de Pernambuco, e não resistiu aos ferimentos. Pelas redes sociais, os amigos lamentaram sua morte e prestaram homenagens. 

MC Boco tinha 34 anos e uma trajetória de sucesso dentro do funk e do bregafunk, além de ser considerado um dos pioneiros deste último. Em meados dos anos 2000, ele formou uma parceria de sucesso com MC Sheldon, hoje apenas Sheldon, e juntos emplacaram vários hits. A parceria se desfez em 2014 e, anos mais tarde, acabaram deixando de se falar por desavenças profissionais. 

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Pelo Instagram, Sheldon lamentou a morte do ex-parceiro e se emocionou. Em lágrimas, ele lamentou por não ter feito as pazes com Boco enquanto podia. “Eu e o Boco tivemos uma história de irmandade. O que me deixa mais triste é que eu não pude dizer o quanto eu amava ele. Ele não foi convidado para o meu DVD romântico e daí ficou com essa intriga boba, e a gente orgulhoso um com o outro, terminou perdendo tempo e não se falou e eu não o vi, não abracei, não pedi perdão. Boco não está mais aqui. O Borel, meu irmão. Sem palavras”, disse o cantor. 

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Outro precursor do bregafunk em Pernambuco, MC Leozinho do Recife, conhecido como O General, também lamentou a perda do amigo através do seu perfil. No último mês de novembro, ele e Boco haviam lançado a música ‘Voltei de novo pro mundão’, sobre a saída de Borel da cadeia. O cantor esteve preso preventivamente durante um ano e quatro meses por suspeita de tráfico de drogas. “A nossa missão nessa vida é cantar, chegou a hora: vem com o Leozinho brilhar, Boco”, diz a letra da canção.  

Reprodução/Instagram

Além de Sheldon e Leozinho, outros nomes de destaque da cena manifestaram seu pesar pela perda do artista através de seus perfis. Os MCs Japão, Elloco, Metal e Vertinho, além da cantora de brega Eliza Mell, foram alguns deles. O cantor Dadá Boladão também prestou sua homenagem e agradeceu ao artista pelo legado deixado. “Vai com Deus, guerreiro. Sua historia jamais será esquecida. Obrigado por tudo que você fez pelo nosso movimento e, de coração, descanse em paz. Luto”.

Tão brasileiro quanto o samba, o funk é quase unanimidade no país, podendo ser encontrado em inúmeras comunidades - e até casas de shows das mais nobres - do Norte ao Sul do país. A música que majoritariamente é produzida na favela traz consigo uma carga pesada de representatividade, senso de pertencimento e autoestima para aqueles que com ela convivem, a despeito de um expressivo preconceito que teima em marginalizar o gênero afastando-o da grande mídia e dos redutos tidos como de alta cultura. 

No Recife, capital de Pernambuco, o funk provou todo seu poder entre as décadas de 1990 e, sobretudo, 2000. Para o bem e para o mal. Na virada para o segundo milênio, quando na internet tudo ainda era ‘mato’, os envolvidos no segmento conseguiram impulsioná-lo através de fotologs - sites equivalentes ao que é hoje o Instagram. As lan houses instaladas nas comunidades, que vendiam acesso à internet por hora, geralmente a R$ 1 cada, transformavam-se em verdadeiros escritórios para que os funkeiros pudessem fazer o trabalho de divulgação, uma vez que computadores com acesso à rede eram artigos de luxo naquela época.

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Além da ‘world wide web’, outra ferramenta muito usada para espalhar a palavra dos MCs no auge da cena funk eram as carrocinhas de CDs piratas que circulavam pela cidade tocando os ‘batidões’, sem contar a influência causada por esses artistas em suas próprias comunidades. Mas o verdadeiro ápice da massa funkeira se dava mesmo nos bailes. Nas festas, os ‘bondes’ de cada comunidade se encontravam para exaltar a sua periferia e ‘duelar’ com outras ‘galeras’. A música dava o tom, tanto de valorização de cada bairro quanto da rivalidade entre eles, com letras sobre suas vivências que estimulavam a autoestima e o senso de pertencimento, porém, afloravam também uma agressividade que geralmente culminava em confronto. 

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MC Leozinho do Recife, um dos nomes de maior peso do movimento funk em Pernambuco. 

Os ‘bailes de galera’ ou ‘bailes de corredor’, que ‘bombaram’ nas periferias recifenses entre as décadas de 1990 e 2000,  reuniam milhares de pessoas e revelaram artistas que estão na cena até os dias atuais. Os MCs Boco, Schevchenko, Cego e Leozinho - esse último considerado um visionário do segmento e batizado como General -, começaram a construir suas carreiras nesse período, em festas que entraram para a história do funk pernambucano como o Baile do Rodoviário e Baile do Téo, todos realizados em bairros periféricos da Região Metropolitana da capital.

Outro funkeiro dessa época, ainda na ativa, é MC Pito, que guarda “na mente” boas lembranças dos antigos bailes: “Ficou em memória, toda a repercussão que o funk teve em Recife e em Pernambuco. Nós somos uma das capitais mais fortes no funk no Brasil, desde aquele tempo e ainda mais hoje”, disse em entrevista ao LeiaJá. No entanto, ao passo que o movimento se misturava a outros elementos do cotidiano das comunidades, como as torcidas organizadas e até mesmo o tráfico e disputas territoriais, a violência também aumentou nos eventos.

A polícia e a Justiça começaram a bater de frente com o movimento  e não era incomum que os eventos terminassem com batidas policiais. A violência em torno dos bailes contribuiu para que o estigma contra o gênero aumentasse e, consequentemente, sua maior marginalização. A pressão crescente em torno da cena, o preconceito instaurado e a falta de visibilidade de seus artistas para além de suas periferias, acabou colocando um ponto final na história das festas de galera. 

MC Pito é um dos veteranos da cena. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Em meados de 2000, o famoso Baile do Rodoviário encerrou sua história em uma operação policial que contou com a intervenção das polícias civil, militar e até a Polícia de Trânsito da capital. “Quando veio do Rio pra cá não tinha essa ideia de funk consciente, funk de paz, era o funk de corredor, um som agitado e um bonde de cada lado, aquela selvageria. Toda ação traz uma reação, então acarretou em preconceito, uma má visão da sociedade e as autoridades tiveram que usar de força maior até que acabaram os bailes”, relembra MC Pito. 

Com o fim dos bailes e o já natural distanciamento das casas de show e programas populares da TV local, o funk estava fadado a desaparecer em Pernambuco. Foi aí que MC Leozinho acabou se jogando na cena ‘queridinha’ dos pernambucanos, o brega. O General, como é conhecido, já havia feito uma fundamental intervenção no movimento, ao lançar o Rap da Cyclone, música que homenageia não só o seu mas vários bairros periféricos da cidade e contribuiu para a diminuição da rivalidade existente entre eles. A música ganhou tanta força que ficou famosa até fora do Estado e é uma das mais pedidas nos shows do artista até hoje.

Mas foi por volta de 2008, ao lançar seu primeiro brega, Dois Corações, que o funkeiro acabou abrindo os caminhos para as boates mais badaladas do Recife e para a televisão. Provando ser possível uma coexistência saudável entre os dois estilos, ele passou a apresentar um pouco de cada em seus shows e a mistura acabou originando um terceiro gênero musical: o bregafunk. Leozinho é considerado o pioneiro no segmento que hoje domina as paradas do país e já chegou até ao exterior. Vários MCs de funk pegaram carona nesse ‘bonde’ e hoje ostentam carreiras consolidadas dentro e fora do Estado. “A tendência é crescer e chegou em um nível que não tem como cair mais, é um gênero que foi lançado no Brasil e no mundo, agora não volta mais”, disse Leozinho em entrevista ao LeiaJá.

MC Leozinho, o General, é considerado o precursor do bregafunk. Foto: Divulgação

No entanto, embora o bregafunk tenha conquistado tamanho reconhecimento, a força do funk ‘raiz’ parece mesmo ser imbatível ainda. Não há uma apresentação em que o General consiga terminar a primeira canção sem que o público já esteja pedindo por seus grandes sucessos, como o Rap da Cyclone e Cenário Louco. “Se eu não cantar funk no meu show a galera não gosta não. Meu público que vai ao show vai por causa do funk, eu acho. A galera curte o brega, mas o público vai pro show pra me ver cantar o funk. Se eu parar de cantar o brega e ficar cantando só os meus funks, acho que faço mais uns 20 anos de carreira”, brinca o MC que promete um EP de inéditas para agosto, além de lançamentos nos projetos Poesia Bregafunk e Invasão, esse último voltado ao funk consciente. 

Retomada na paz

Apesar do triunfo do bregafunk em meio a um aparente desaparecimento do funk raiz, um movimento de retomada da cultura dos bailes ganhou corpo no Recife por volta de 2016. O surgimento do Baile da PAZ, realizado pela equipe Funk Antigo de Pernambuco (FAPE), deu nova cara aos eventos e novos fundamentos à cena. “A rapaziada do funk antigo uniu todas as galeras, as galeras que eram rivais hoje se falam e vão pro baile curtir junto”, conta Leozinho. Com a chegada da pandemia, os eventos pararam de acontecer, no entanto, as articulações dos envolvidos na cena continuam através das redes sociais. 

Também somam força a esse movimento associações como a Relíquia da Pichação (RDP) e coletivos como o Pancada Funk PE, este último fundado por alguns MCs veteranos como o próprio MC Pito e MC Pato do Ibura, falecido em abril deste ano em virtude da Covid-19. O objetivo hoje, para além de voltar a curtir os bailes, é trabalhar em prol das comunidades e fortalecer a cultura do funk dentro do Estado, sobretudo para tirá-lo em definitivo da marginalização, como explica Pito. “A diminuição do preconceito vem de dia a dia, não acontece de imediato, mas esse momento do funk da paz aconteceu uma coisa muito importante que no passado não existia, que é o funk se mobilizar para ajudar a comunidade, fazer ação social, levantar meios de revitalizar uma praça, um campo de futebol em nome do movimento. Isso abriu o leque pra sociedade ter outra análise do que rolava antes, há 20 anos atrás e o que vem acontecendo agora”.

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Hoje, o funk tem se aliado a outras cenas, como a  do brega, rap, trap e até mesmo do samba com intuito de promover a autoestima das pessoas que o fazem e o consomem e provar para a sociedade que é uma cultura valiosa e tão poderosa quanto qualquer outra. Além de servir como instrumento de identificação e pertencimento dos moradores das comunidades, o funk também movimenta a economia local, gera empregos diretos e indiretos e consegue, através das letras conscientes, orientar os mais jovens a andarem ‘pelo certo’, longe das drogas e da criminalidade. 

Nesse caminho, o movimento conseguiu subverter a violência e aos estigmas mais negativos com apurado senso de coletividade dos seus fazedores e a força de vontade de quem acredita no funk como ferramenta de empoderamento e libertação, como bem coloca MC Pito. “É uma chama que até hoje não conseguiu se apagar, mesmo com justiça em cima, polícia em cima, sociedade discriminando mas a gente vai arrumando meios para ir se esquivando e segurando firme a bandeira do funk. O meu maior objetivo hoje em dia não é estourar, é somente que minhas músicas sejam eternizadas no cotidiano das pessoas que quando escutem elas digam; ‘poxa me inspirei nessa música e eu vi que como ele falou na música aconteceu na minha vida’;  é fazer a música para ser consumida verdadeiramente pelas pessoas”. 

Homenagem a MC Pato do Ibura

Neste sábado (27), o coletivo Pancada Funk PE promove uma live para homenagear um de seus fundadores, o MC Pato do Ibura. Participam da transmissão os MCs Tibiro, Feru, Rugal, Omago, Frenk, Beca e Pito. A live marca também o início da formulação de projetos que estão à espera do fim da pandemia para poderem acontecer. Segundo MC Pito, além de um CD de inéditas suas, já pronto e aguardando o melhor momento para lançamento, virão sites, clipes, e outras ações que visam promover os artistas e a cena do funk. A live será exibida nas redes sociais do coletivo a partir das 13h.

O General, MC Leozinho do Recife, reuniu a nata do bregafunk pernambucano para dar início ao projeto Poesia Bregafuk. O single que estreia a iniciativa, Nossa História, reúne um time de peso com os MCs Cego, Metal e Tocha, e ainda, Sheldon, Ryyan No Beat, e o próprio Leozinho. A música e o clipe chegam às plataformas digitais nesta sexta (18). 

Conhecido como o pioneiro do bregafunk, MC Leozinho, o General, chega aos 20 anos de carreira querendo reverenciar o gênero que ajudou a criar e que ganhou o Brasil e o mundo. Em Poesia BregaFunk, Leozinho pretende reunir MCs já consagrados a outros artistas da nova geração para produções coletivas que serão lançadas mensalmente. “É pra trazer um pouco da raiz do bregafunk, da galera que começou e batalhou junto. Esse é um projeto pro movimento bregafunk mesmo”, disse Leozinho em entrevista exclusiva ao LeiaJá

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Para iniciar os trabalhos, a primeira música, Nossa História, chega às plataformas nesta sexta (18). A canção traz, além do General, os MCs Cego, Metal e Tocha, e ainda, Sheldon, Ryyan No Beat, cantando juntos. No YouTube, também foi lançado um videoclipe mostrando a reunião dos MCs. A ideia é que o projeto lance uma nova música a cada mês e a canção de número dois já está engatilhada. “Na próxima já vai vir uma galera mais nova mas que tá gerando”, garante Leozinho. Nessa “galera”, estão nomes como Dadá Boladão, Shevchenko e Elloco e Felipe Original.

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Todo pernambucano sabe que, por essas bandas, o brega é muito mais que um mero estilo musical. Aqui, o ritmo popularizado em todo o país pelo Rei Reginaldo Rossi, é um verdadeiro movimento que além de fomentar a cultura local, mexe com a economia, gera empregos e dita o comportamento daqueles que gostam do estilo.

Agora, os nomes que fazem essa cena acontecer poderão ter seu trabalho reconhecido no prêmio Brega Awards. Com votação popular, pela internet, a premiação vai eleger os melhores profissionais que se dedicam à essa vertente da música pernambucana.

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Em sua primeira edição, o Brega Awards terá 15 categorias como: Melhor MC - homem e mulher -; Melhor Dançarino e Dançarina; Melhor Ballet; Melhor Produtor Musical; Melhor Clipe; Melhor Live; Melhor Humorista; e Personalidade. A votação é popular, através do Instagram da premiação e já está aberta. O resultado será divulgado no dia 1º de março, através de uma live transmitida pelas redes sociais.

O concurso tem como objetivo reconhecer o trabalho dos profissionais que movimentam a cena do brega. A iniciativa é da Nóis que Gera em parceria com o Brega Bregoso e Babados dos Famosos PE. O público poderá votar nos seus preferidos até essa sexta (26), através do perfil @bregaawardsoficial. 

MC Loma anunciou o seu retorno com música e clipe novos. Com muita sensualidade e a companhia das Gêmeas Lacração, a cantora lançou seu bregafunk ‘Bate com Vontade’, na última sexta (30). A novidade chega para celebrar, também, os 18 anos da artista que chegou a ter problemas com a Justiça por ser menor de idade no início da carreira. 

Em entrevista ao Metrópoles, Loma deixou claro que está iniciando uma nova fase na vida artística. Agora com 18 anos, a artista pretende investir mais na sensualidade começando pelo lançamento da última sexta (30).  “Estou completando 18 anos e o clipe vem para marcar o início da minha maioridade! Queremos ingressar com músicas e clipes mais ousados, abusando mais de nossas batidas de bregafunk. ‘Bate com Vontade’ irá marcar nossa nova fase”. 

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A pernambucana já começou a vida adulta ‘causando’ mesmo nas redes sociais. Na manhã deste sábado (31), Loma foi assunto na internet não só pela nova música, mas por alguns stories publicados por ela ao lado do surfista  Flávio Nakagima, de 33 anos. Os dois apareceram no Instagram trocando beijos e declarações carinhosas. Os fãs estão especulando sobre um possível namoro.  

Um dos precursores do bregafunk, Sheldon, comemora neste mês de maio 15 anos de carreira. Para celebrar a trajetória, o cantor faz uma live, nesta quinta (7), no seu canal oficial do YouTube. Intitulada de Clássicos, a apresentação promete recordar antigos sucessos. 

Para a live, Sheldon preparou um repertório nostálgico para relembrar antigos hits junto aos fãs. Entre as músicas, estão Com amor, Nega, Estilo panicat e Fio Dental, entre outras. A apresentação contará com a participação da cantora Larissa Padilha e começará às 20h. 

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Com 15 anos de estrada, Sheldon é tido como um dos precursores do bregafunk em Pernambuco. O Diamante Negro tem mais de 100 músicas autorais gravadas, muitas delas  compartilhadas por nomes de peso, como Wesley Safadão, Xand Avião, Pedrinho Pegação e Jonas Esticado

Nesta sexta (14), é celebrado o Dia Municipal do Brega, no Recife. A data foi escolhida para homenagear um dos maiores nomes do estilo, Reginaldo Rossi, o Rei do Brega, nascido neste dia em 1948. O Rei colaborou para que o ritmo fosse conhecido em todo o país e, cada vez mais amado entre os pernambucanos. Não só ele, mas muitos outros artistas do segmento, além de enriquecerem a playlist dos fãs, ainda são responsáveis por verdadeiras lições de vida em suas canções. Ouça esses clássicos do brega e comprove.  

É preciso ser resiliente

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A vida é assim - Conde Só Brega

Esse clássico eternizado na voz de outro grande nome do estilo, o Conde do Brega, é uma verdadeira aula de resiliência. A letra fala sobre lidar com seus próprios limites e entender que, às vezes erramos, às vezes acertamos, e assim é a vida pois, “ninguém é perfeito” e aceitar só faz doer menos. 

Até os mais durões sofrem porque sofrer faz parte

Garçom - Reginaldo Rossi

O Rei do Brega, Reginaldo Rossi, encantava com seu 'tipão' de galã e voz aveludada. Mas até o rei sofria por amor e um dos seus maiores clássicos é a prova disso. Em Garçom, Reginaldo chora as 'pitangas' por uma amada que o deixou para casar com outro. Se até ele, que era rei, foi trocado e ficou na fossa, quem dirá os demais meros mortais?! 

É preciso lutar pelo que se quer

No dia do seu casamento - Banda Sedutora

Esta canção traz uma lição de perseverança. Inconformada com a situação do amado, a personagem da música decide invadir o casamento dele para dizer na frente de todos os convidados e presentes que é ela seu verdadeiro amor. Aquela velha história de nunca desistir de seus sonhos. 

Dar a volta por cima é tudo

Novo namorado - Musa do Calypso

Um verdadeiro hino que nos ensina que podemos sofrer sim, mas sem jamais esquecer que "o tempo passa, o mundo gira, o mundo é uma bola". O que importa é repaginar geral e dar a volta por cima. Não vale a pena ficar chorando, o importante mesmo é amar a si mesmo. 

O empoderamento feminino está aí e não some mais

Batom - Michelle Melo

Quando ainda era vocalista da Banda Metade, Michelle Melo, posteriormente empossada como Rainha do Brega, já mostrava que às mulheres é permitido serem donas da sua própria sexualidade. Nessa canção, ela chama o amado 'na grande' e deixa bem explicitado o que quer e o que não quer. Aliás, há tempos as mulheres do brega dão o exemplo de empoderamento e voz própria. Várias são as provas disso como as canções Topo do Prazer, também da Banda Metade; e Milk Shake (Eu Gosto Assim), da Nega do Babado, por exemplo. 

É preciso ser criativo para chegar longe

Só dá tu - A Favorita

É comum bandas e artistas do brega fazerem versões de músicas internacionais. A banda A Favorita 'bombou' com uma dessas. Só dá tu, versão de I Got You, de Bebe Rexha, provou que a criatividade pode levar você longe. Até Bebe, a dona da original, se encantou com a música e a cantou várias vezes para delírio dos fãs brasileiros. 

No fim, o que importa é se divertir

Pode Balançar - MC Troia

Correndo o risco de ser 'cancelada' por incluir um título de bregafunk em uma lista de clássicos, essa repórter faz questão de chamar atenção para Pode Balançar, do MC Troia. Não se pode negar que o bregafunk, essa vertente mais 'despojada' - por assim dizer -, do brega, é um grandioso fenômeno sociocultural. Você pode até não gostar, mas tem que aceitar que o estilo prova que o importante é se divertir e ser feliz a despeito das adversidades da vida. 

 

Na tarde deste sábado (7), a UNINABUCO - Centro Universitário Joaquim Nabuco, área central do Recife, realiza a grande final do Passinho Arretado. O desafio premia os vencedores com bolsas de estudos na instituição. 

Os competidores que venceram as etapas anteriores e se classificaram para a etapa deste sábado. O grupo "Passinho dos Mulekes" se classificou na primeira seletiva, seguido de Kevinho e do trio "Os Neiff". 

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O primeiro lugar ficou com Kevinho, que além da bolsa de estudos também ganhou um equipamento de som. Na classificatória da competição, o jovem de 18 anos declarou ao LeiaJá que deseja cursar educação física. "Sempre fui muito atleta e gosto de ensinar, acho que eu seria um bom professor”, declarou ele. 

“Os Neiff” ficaram em segundo lugar e foram premiados com um mês de entrada grátis com open bar na casa noturna Winner Sports Bar. Em terceiro, o grupo "Passinho dos Mulekes" ganhou kits da UNINABUCO. 

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Nesta sexta-feira (22), foi realizada mais uma etapa do 'Concurso Passinho Arretado', no pátio da UNINABUCO - Centro Universitário Joaquim Nabuco, área central do Recife. A competição premia os vencedores com bolsas de estudos na instituição de ensino. 

Marília Shirley da Silva tem 20 anos, utiliza o nome artístico de “Louca do Ombrinho” e forma a dupla “Selvagens do Passinho” junto com seu amigo Kleber Lucas, de 17 anos, que se apresenta como “Felino”. Marília é a única mulher classificada para participar do concurso e conta que começou a dançar inspirada por outras pessoas que via na internet e assim começou a gravar vídeos. Ela afirmou estar confiante para a competição e que pretende estudar educação física. 

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Já Kleber dança desde os três anos de idade, já passou por outros ritmos e domina o passinho há cerca de quatro anos. “Tenho uma paixão por dança, sempre gostei”, afirmou o jovem, que decidiu competir atraído pelos prêmios e pela possibilidade de visibilidade para a dupla. Ele também deseja cursar educação física.

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Na fase desta sexta-feira, quatro grupos apresentaram suas coreografias em busca da classificação para a grande final. O vencedor foi Klemerson Gomes da Silva, de 18 anos, que conquistou o público unindo dança com movimentos acrobáticos e carisma. Já na primeira etapa, realizada no dia 14 de novembro, o grupo de dança “Passinho Mulekes” conseguiu uma vaga para a última fase, que será realizada no dia 7 de dezembro. 

Klemerson, que se diz muito feliz com a vitória nesta etapa e consequente com classificação para a final, dança há um ano e não queria participar da competição a princípio. “Minha mãe viu o concurso e começou a dizer que eu me inscrevesse. Não queria, tinha vergonha, mas ela fez minha inscrição mesmo assim e eu vim quase obrigado”, contou ele. Se for vencedor da disputa, o jovem deseja cursar educação física. "Sempre fui muito atleta e gosto de ensinar, acho que eu seria um bom professor”, declarou.

O Concurso Passinho Arretado premiará os vencedores com um equipamento de som e uma bolsa de estudos integral para cada integrante. O grupo que ficar em segundo lugar terá um mês de entrada grátis na casa noturna Winner Sport Bar e os demais colocados receberão um kit com brindes UNINABUCO.

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--> Com documentário, Spotify apresenta o bregafunk ao mundo

--> Passinho é forma de protesto na comunidade Tabaiares

"O Brega-funk vai dominar o mundo". É o que garante o documentário produzido pelo Spotify que se dedicou a explicar o estilo musical pernambucano. O doc. foi lançado nesta terça (12), no YouTube, e é o segundo capítulo da série Música pelo Brasil, desenvolvida pela plataforma de streaming. 

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Com direção de Felipe Larozza, edição de Vitor Ciappina, e apresentação, roteiro e entrevistas do jornalista pernambucano GG Albuquerque, o documentário de 19 minutos traz as falas de grandes nomes do segmento, como Schevchenko e Elloco, Loma e as Gêmeas, |Dadá Boladão, MC Troia, MC Lia, o coletivo de artistas A Tropa e o grupo de dança Magnatas do Passinho S.A., entre outros. 

O objetivo do documentário é apresentar o ritmo de Pernambuco para novos públicos. Além de descortinar histórias sobre a origem do brega-funk, o trabalho também faz uma imersão nos espaços de convívio da cena mostrando a relação entre a música e a periferia, seu lugar de origem. 

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O bregafunk e o passinho também são ferramentas de protesto, pelo menos na Comunidade Caranguejo Tabaiares. Os jovens residentes na localidade, que participam do Grupo Adolescer, criaram um brega e um vídeo - em parceria com o projeto Coque Vídeo -, para falar sobre sua luta por moradia. A música 'Sem Destruição' pede que seja revogado o pedido de desapropriação dos moradores do Canal do Prado, que corta a comunidade. O clipe foi lançado nesta sexta (11), nas redes sociais.

Contando com a participação de crianças e jovens, o vídeo traz a batida do brega funk e o ritmo do passinho alertando para a causa dos moradores da comunidade. Há cerca de três meses, a Prefeitura do Recife expediu um decreto de desapropriação para os moradores do Canal do Prado, que corta Caranquejo Tabaiares. Através da música, a comunidade pede pela revogação do pedido assegurando que irá resistir. 

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O trabalho audiovisual foi desenvolvido pelos próprios jovens da Caranguejo Tabaiares, participantes do projeto Grupo Adolescer, em parceria com os jovens do Coque Vídeo, formado por moradores do Coque. A ideia é dar voz e visibilidade à campanha 'Revoga o decreto, Prefeito', criada pelos residentes do Canal do Prado e do Caranguejo. 

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As quadrilhas estilizadas costumam chamar atenção no período junino, seja pela suntuosidade dos figurinos e apresentações elaboradas, seja pelo debate quanto a fidelidade às tradições da época. Neste ano de 2019, uma quadrilha do Recife já está dando o que falar pela inovação na coreografia para este São João. A Evolução Mirim, do bairro de Santo Amaro, causou revolta ao incorporar em seu balé movimentos do ‘passinho’, característico da cena bregafunk.

A evolução Mirim se apresentou, no final de abril, em uma prévia junina com outras 19 quadrilhas, o Pré-Junino, que este ano promoveu sua sétima edição organizada pela Federação das Quadrilhas Juninas de Pernambuco (FEQUAJUPE) . O grupo apresentou a nova coreografia e surpreendeu quando seus integrantes começaram a  executar movimentos do passinho.

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O vídeo da apresentação foi compartilhado nas redes sociais, inclusive na página oficial da Evolução, e gerou inúmeros comentários. Boa parte deles criticou a mistura de estilos e acusou a quadrilha de descaracterizar as tradições juninas. “Acabando com a tradição, cultura, muito triste ver isso”; “Brincadeira tem limites. Não se pode descaracterizar uma tradição cultural”; “Tão acabando com as danças de São João, que geração é essa”; “Eita no meu tempo tinha dança da vassoura, alavantu, anarriê, era bom demais”; “Fora de contexto e fora do tradicionalismo. Deveriam valorizar o são joão e não desvalorizar dessa forma”; “Falta de respeito com a cultura junina. Isso aí é qualquer coisa, menos quadrilha”.

 

O Estelita vai promover uma noite de de bregafunk na próxima sexta com o Baile do Passinho. O evento promete alguns dos maiores nomes dessa cena, como MC Reino e a dançarina Clara do Passinho, e muito som com os grandes hits do gênero.

Além de MC Reino, dono do hit Barulho da Kikada, o baile vai contar com Banca 9K, DJ Bregoso, Iury Andrew e Kananda PX. A dançarina Clara do Passinho, leva suas coreografias que ficaram famosas pela internet e nos encontros de passinho em locais públicos do Recife. Os ingressos já estão à venda pela internet.

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Serviço

Baile do Passinho

Sexta (12)  | 22h

Estelita  (Avenida Saturnino de Brito, 385 - Cabanga)

R$ 15

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