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A recomendação geral para os turistas, de acordo com especialistas em câmbio, é fracionar a compra do dólar turismo e não esperar momentos de queda. Esse não foi o caso da assistente de ensino Beatriz Pacheco, que está com viagem marcada e foi pega de surpresa com a alta desta terça-feira (26). "Não sabia desse valor, a última vez que eu olhei estava R$ 4,20", afirmou.

Faltando pouco mais de um mês para a viagem, ela não providenciou os dólares. "Eu não comprei porque fiquei na esperança de que fosse ficar em R$ 4. Mas foi o meu 'achômetro'." Beatriz viaja no dia 2 de janeiro para um período de dez dias em Nova York e Orlando, nos Estados Unidos.

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Beatriz, provavelmente, não será a única que terá de lidar com a trajetória de alta constante da moeda americana. Na segunda-feira (25), após o mercado reagir às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o País terá de se acostumar com cotações mais altas, o dólar turismo chegou a ser negociado a R$ 4,48 em casas de câmbio de São Paulo. Em uma delas, a moeda fechou em máxima de R$ 4,4351. Durante todo o dia, a moeda se manteve estável por volta dos R$ 4,40.

De acordo com ela, os planos de viagem devem ser alterados se a moeda se mantiver no patamar atual. "Talvez a gente tenha que comer em lugares mais baratos ou não comprar nada. Não tínhamos uma agenda de compras grande, mas o pouco que tinha talvez a gente tenha que repensar", pondera. Os ingressos de atrações como musicais da Broadway e parques da Disney já foram comprados e, por isso, o roteiro de lazer não deve sofrer mudanças.

Recomendações

Para Alexandre Monteiro, sócio da startup mineira Melhor Câmbio, os números de segunda-feira ainda não são motivo para pânico de quem tem viagem marcada para o exterior nas próximas semanas. "Essa alta do dólar foi uma alta pontual, muito devido a essa questão do Paulo Guedes", disse ele.

Apesar disso, Monteiro reafirma a necessidade de não deixar a compra do dólar turismo para a última hora. "É melhor fazer compras fracionadas, a moeda está muito flutuante e não dá pra prever nada. A ideia é evitar que se compre todo o montante em um momento de pico muito grande", explica.

O gerente de câmbio da OuroMinas, Mauriciano Cavalcanti, afirma que vários fatores explicam porque o dólar permanece valorizado de forma prolongada, como a sazonalidade do final de ano - que reúne o aumento da demanda por dólar turismo para viagens de férias - e também a redução de lucratividade de investidores externos no País com o corte dos juros básicos.

Turismo

O dólar turismo é a cotação praticada na venda de papel moeda para quem vai viajar para fora do País. A cotação não é a mesma do dólar comercial, utilizado em operações como importações e exportações.

A diretora da casa de câmbio GetMoney Vanessa Blum afirma que o melhor é se planejar e fazer compras fracionadas. Essa também é a orientação de Mauriciano Cavalcanti. "A pessoa não pode esperar para comprar dólares, principalmente do jeito que está agora, com tudo muito incerto. É melhor não arriscar porque pode ter surpresas desagradáveis", recomenda.

Uma das opções é observar a movimentação do dólar por sites como Melhor Câmbio, que emite alertas por e-mail quando o câmbio registra quedas. O site também conta com uma ferramenta de acompanhamento que mostra a cotação da moeda em tempo real.

Já no BeeCâmbio, é possível consultar as cotações em cada casa de câmbio e, uma vez escolhida a melhor taxa, o cliente pode solicitar a retirada ou entrega do papel moeda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (20) que gostaria que o preço do dólar estivesse abaixo de R$ 4 e atribuiu a subida da moeda a fatores externos. "Nós gostaríamos, eu gostaria do dólar abaixo de R$ 4, mas não são só questões internas. O comércio dos Estados Unidos e China... O problema é que o mundo está todo conectado. Qualquer problema lá fora tem reflexo no mundo todo", declarou.

Bolsonaro disse que a promulgação do acordo entre EUA e Brasil para uso da Base de Alcântara, assinada hoje, dá condições para lançamentos e atrai interesse estrangeiro. "O mundo se interessa. Lançamento sai muito mais barato", disse.

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Bolsonaro declarou ainda que o Brasil faz comércio "com o mundo todo" e que mais empresas estão se habilitando para participar do leilão da tecnologia 5G. "O que for melhor para o Brasil, tecnicamente e financeiramente, a gente embarca"

Garimpo

Bolsonaro disse que não há data para envio de projeto sobre exploração de garimpo em terras indígenas. "A gente procura sempre conversar com líderes, presidente da Câmara e do Senado. Para não jogar no peito o projeto. No meu entendimento, do Bento (ministro de Minas e Energia), e de outras pessoas, é um projeto bem-vindo", disse.

O presidente levantou suspeitas de que a origem de pedras preciosas roubadas em São Paulo, junto com mais de 700 kg de ouro, pode ser uma terra indígena.

"Não consegui ainda, pessoal, não é falha minha, problemas no Brasil, descobrir de onde veio aquela quantidade enorme de pedras preciosas roubadas em SP juntamente com 700 kg de ouro. No meu entender, pode ser que venha de reservas indígenas. Se você legalizar acaba com essa..", disse, sem completar a frase.

O real teve nesta quarta-feira o melhor desempenho ante o dólar considerando uma cesta de 34 moedas. A aprovação da reforma da Previdência, com o governo conseguindo derrubar os destaques hoje que pudessem reduzir ainda mais o impacto fiscal das medidas, fez a divisa americana bater mínimas. Também agradou a declaração do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de que vai tentar manter o calendário estabelecido para votação do texto em segundo turno, embora admita atraso de uma semana. No mercado à vista, o dólar encerrou em queda de 0,68%, a R$ 4,1337, o menor valor em dez dias.

Apesar da desidratação da reforma da Previdência no Senado, com economia fiscal caindo para R$ 800 bilhões, profissionais do mercado ressaltam que o número está acima do que se esperava quando o texto chegou ao Congresso. Naquele período, as estimativas do mercado variavam de impacto fiscal entre R$ 500 bilhões a R$ 700 bilhões. Há ainda a expectativa de que a PEC paralela, que deve incluir Estados e municípios nas medidas, aumente o impacto fiscal.

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O economista e presidente da Veedha Investimentos, Rodrigo Tonon Marcatti, ressalta que, mesmo com a desidratação o resultado foi positivo e se considerar a PEC paralela, a economia fiscal pode voltar para a casa do R$ 1 trilhão. O executivo ressalta que a tramitação do texto no Senado causou estresse, porque o mercado esperava que a aprovação fosse ser rápida e sem perda fiscal, mas na prática houve atrasos e desidratação.

Após a divulgação da aprovação final, o dólar foi a mínima do dia, a R$ 4,13069 (-0,75%). A moeda americana vinha caindo aqui desde o início da tarde, acompanhando o movimento do dólar no mercado internacional e monitorando as discussões da Previdência. No exterior, o dólar recuou tanto ante divisas fortes como emergentes, ainda embalado por temores de uma piora mais acentuada que o esperado da economia mundial. Pela manhã, subiu a R$ 4,1825 em meio ao temor de nova desidratação na Previdência ao longo da quarta-feira, o que acabou não ocorrendo.

Um dos eventos que podem mexer com o mercado internacional de moedas é a reunião no dia 10 entre Washington e Pequim para discutir um acordo comercial. O executivo da Veedha Investimentos ressalta que os dois países vão chegar ao encontro pressionados a buscar um acordo, por conta da piora recente de indicadores de atividade e da intenção de Donald Trump de tentar a reeleição.

Para além do mundo dos negócios, a valorização da moeda americana também é motivo de preocupação de quem tem viagem marcada para o exterior. Enquanto o dólar comercial, utilizado em operações como importações e exportações, fechou ontem em R$ 4,14, o dólar turismo, cotação praticada na venda de papel moeda para viagens internacionais, bateu em R$ 4,38. No mês, a alta acumulada é de 2,54%.

A advogada Rosana Matos ainda não comprou dólares para a viagem que fará para Orlando, nos Estados Unidos, em meados de outubro. "A gente esperou, para ver se haveria alguma baixa com o avanço na reforma da Previdência. Estamos esperando que ainda aconteça alguma coisa", explica.

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O plano da advogada é ir a três parques da Disney, mas ela admite que se o dólar não recuar, os passeios podem ser cortados: "A prioridade é fazer o enxoval da minha cunhada."

A estudante That Loranny Lima também adiou a compra de dólares à espera de uma baixa. "Comprei agora assustada, porque um tempo atrás eu já tinha o dinheiro disponível e o dólar estava R$ 3,74, mas decidi esperar. Foi a maior besteira que eu fiz", desabafa.

That viaja para Orlando, na Flórida, no próximo dia 26, e já refez sua programação. Ela visitaria quatro parques da Disney e um do Universal Studios, com valor total dos ingressos estimado em R$ 2.800. Agora, o roteiro foi reduzido a três parques, que vão custar mais de R$ 2.900.

Os planos de compra também mudaram. "A gente estava se programando para trazer muita coisa, como eletrônicos e perfumaria, mas não está compensando mais", afirma That. O grupo esperou para reservar o aluguel do carro e, com isso, amargou R$ 300 de prejuízo.

That passou a manhã de ontem procurando as melhores cotações. "Tenho amigos que não compraram dólar até hoje, minha mãe também não comprou. A gente está um pouco desesperado", afirma. O melhor preço encontrado por That foi de R$ 4,35, no banco em que é correntista. Nas casas de câmbio, a cotação chegou a R$ 4,38.

Com o avanço do dólar, as atrações turísticas dos Estados Unidos pesaram mais no bolso de quem ganha em reais. Em uma agência de turismo da zona norte de São Paulo, a entrada do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), que custa US$ 32, passou de R$ 112 para R$ 120 entre o último dia 10 e ontem.

O ingresso do musical Rei Leão na Broadway vendido a U$ 311, saltou de R$ 990 para R$ 1.150. Apesar da alta, a agência afirma que ainda não repassou a flutuação do dólar turismo de ontem e que trabalha com uma cotação promocional.

Proteção

 

A diretora da casa de câmbio GetMoney, Vanessa Blum, afirma que, para evitar as oscilações da moeda, o melhor é se planejar e não esperar um suposto momento de queda. "Uma orientação unânime no mercado é que as pessoas se programem e façam as compras fracionadas, por exemplo um lote de dólares por mês. Quem faz isso não pega o melhor momento do mundo, mas também não pega o pior, fazendo um preço médio", afirma.

Essa também é a orientação de Mauriciano Cavalcanti, gerente de câmbio da OuroMinas. "O turista não deve especular, apostar que a cotação vai cair. Ele deve aproveitar os momentos de leve baixa para comprar um pouco de dólares. Não precisa comprar tudo de uma vez, é melhor fazer uma média para não ter surpresas", recomenda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dólar começou a segunda-feira em queda, mas o movimento durou pouco e a moeda operou em alta na maior parta do dia. A sessão foi de volume baixo de negócios e marcada pela escassez de notícias capazes de influenciar os mercados, aqui e no exterior. Por isso, operadores atribuem a alta da moeda a fatores técnicos, que inclui saída de capital do país e um movimento de recomposição de posições após as mudanças da semana passada. No mercado à vista, o dólar terminou em alta de 0,46%, a R$ 4,0987. No mercado futuro, era negociado a R$ 4,10 na tarde desta segunda-feira.

A falta de notícias contribuiu para esfriar o volume de negócio, que somou US$ 15 bilhões no mercado futuro, ante média de US$ 18 bilhões. Além disso, os investidores aguardam o principal evento da semana, que é a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira (12). "Será uma reunião de importância crucial", observam os estrategistas do banco americano Wells Fargo. Eles preveem corte de juros e o anúncio de um novo programa de compra de ativos, da ordem de US$ 45 bilhões por mês, ambos para tentar reaquecer a fraca economia da zona do euro.

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No mercado doméstico, o dólar abriu em baixa e tocou na mínima do dia, a R$ 4,0485 após dados piores que o previsto de exportações da China alimentarem expectativas de que Pequim vai anunciar medidas de estímulo. O movimento, porém, durou pouco e a moeda americana passou a subir.

Profissionais no mercado de câmbio dizem que neste momento o nível de R$ 4,05 atrai compradores, pois é considerado "barato" dadas as incertezas que rondam a economia mundial. À tarde, o dólar bateu em R$ 4,10. "Teve fluxo de saída e de recomposição de posições. Vimos alguns agentes que venderam dólar na semana passada comprando", observa o operador da CM Capital Markets, Thiago Silêncio. O dólar acumulou queda de 1,5% na semana passada.

No exterior, o dólar tinha leve queda ante moedas fortes, com o índice DXY cedendo 0,11%. Ante emergentes, a moeda americana operava mista, subindo ante a lira turca (+0,70%) e o peso mexicano (+0,26%) e caindo na Rússia (-0,33%) e na África do Sul (-0,17%).

O dólar teve novo dia de volatilidade nesta quinta-feira, 1, mas firmou-se em alta na parte da tarde após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar pelo Twitter uma nova rodada de tarifas em US$ 300 bilhões de produtos chineses importados pelos americanos. Logo após a postagem, a moeda dos EUA bateu nas máximas do dia, superando R$ 3,85, dia em que o noticiário local ficou esvaziado. Em sessão de forte volume de negócios, o dólar à vista fechou cotado em alta de 0,71%, a R$ 3,8472, maior nível de fechamento desde 2 de julho.

O dólar já estava em alta no mercado internacional antes do tuíte de Trump sobre a China, por conta da visão de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode não promover um ciclo de corte de juros tão longo como o esperado, após as declarações de quarta do presidente da instituição, Jerome Powell. A declaração do presidente americano sobre a imposição de novas tarifas aos chineses, que vão valer a partir de 1º de setembro, ajudou a acelerar essa valorização e a divisa americana fechou em forte alta em vários mercados emergentes, incluindo África do Sul (+2%), Colômbia (+1,9%) e Rússia (+1,1%). Já entre moedas fortes, o dólar acabou se enfraquecendo.

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"O impacto direto dessas tarifas (se impostas) serão modestos. Mas elas têm o potencial de prejudicar o crescimento mundial de forma mais substancial por meio de um impacto negativo na já fraca confiança dos agentes", escreveram nesta tarde os estrategistas do JPMorgan em Nova York.

Mais cedo, o real já estava pressionado, mas operou volátil pela manhã, chegando a recuar até R$ 3,81 na mínima do dia. Um dos fatores que pressionaram a moeda foi a redução do diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, após o Banco Central cortar os juros em ritmo mais intenso aqui do que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano). "Um diferencial ainda menor não ajuda (o real)", ressaltam os economistas do Citibank, Leonardo Porto e Maurício Une.

Para os economistas do Citi, na ausência de um noticiário local mais forte, as notícias externas vão continuar ditando os movimentos do real. Após a decisão do Fed na quarta, o banco americano decidiu mudar sua recomendação para o real de "acima da média do mercado" ("overweight") para "abaixo da média do mercado" ("underweight").

O mercado de câmbio operou descolado do exterior nesta sexta-feira, 26, ao contrário do resto da semana. O dólar fechou em queda, enquanto se fortaleceu no mercado internacional. Contribuiu para a baixa um leilão de recursos do Banco Central e operadores ressaltam que também houve ingresso de capital externo, além de um movimento de realização de lucros após as altas recentes, que levaram a moeda americana a bater nos negócios de ontem em R$ 3,80.

O dólar à vista fechou a sexta-feira em R$ 3,7725, em queda de 0,25%. A moeda subiu 0,71% na semana, a segunda consecutiva de alta. Mas no mês, o dólar recua 1,77% e no ano, 2,55%.

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Passada a semana relativamente calma no noticiário doméstico e internacional, e com baixa liquidez no mercado, a expectativa é que as mesas de operação fiquem mais agitadas na semana que vem. O evento mais esperado é a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que começa na terça-feira, 30, e termina no dia seguinte e pode ter o primeiro corte de juros nos Estados Unidos em anos. No mercado local de câmbio, no mesmo dia é a definição da taxa Ptax, usada para contratos cambiais e em balanços corporativos e o Banco Central também inicial sua reunião de política monetária.

"Hoje houve um pouco de realização de lucros, após as altas dos últimos dias", destaca o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. "O leilão do BC também deu tranquilidade ao mercado", completa. O Banco Central ofertou US$ 1 bilhão em linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra).

Para a reunião de política monetária do Fed, principal evento para o mercado de moedas da semana que vem, os estrategistas do banco JPMorgan esperam corte de 0,25 ponto porcentual nos juros americanos, em reunião que pode ser marcada por ao menos um voto dissidente. O Fed deve reconhecer ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano mostrou perda de fôlego, ressalta o JP.

Hoje, dados do segundo trimestre mostraram avanço de 2,1% do PIB americano, acima do 1,9% esperado por Wall Street, o que ajudou a fortalecer o dólar no mercado internacional, sobretudo ao ajudar a reduzir as apostas de corte mais intenso de juros pelo Fed, de 0,50 ponto. Para os estrategistas do Rabobank, desde que a tensão comercial entre a China e os Estados Unidos não aumente nas próximas semanas, o corte de juros pelo Fed pode estimular a busca por ativos de risco e a ida de investidores para emergentes no curto prazo, em busca de retorno. Com isso, as moedas de emergentes devem se fortalecer.

O dólar teve novo dia de queda nesta quinta-feira, 18, puxada principalmente por declarações do presidente da regional de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), John Williams, que recomendou "agressividade" na política monetária americana. A fala do dirigente, que vota nas reuniões de decisão de juros, foi interpretada por Wall Street como sinalização de redução mais agressiva de juros em breve. Com isso, a moeda americana aprofundou a queda no mercado financeiro internacional, ante divisas fortes e de países emergentes. O dólar à vista fechou em baixa de 0,84%, a R$ 3,7290, o menor valor desde 19 de fevereiro deste ano (R$ 3,7164).

A moeda americana caía desde cedo, mas em ritmo moderado e com baixo volume de negócios. Foi após o discurso de Williams, a partir das 15 horas, que a queda se acentuou e o dólar bateu várias mínimas, recuando até R$ 3,7239. O dirigente disse que é preciso "agir mais rápido" para gerar estímulos econômicos em cenários com a taxa de juros próxima de zero. "Deveríamos ser agressivos quando confrontados com cenário adverso."

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Para o estrategista do banco canadense BMO, Ian Lyngen, após a fala de Williams, um corte de 0,50 ponto porcentual de juros pelo Fed não seria mais uma surpresa. Um corte de 0,25 ponto já está precificado, ressalta ele. "William recomendou que o Fed seja agressivo", destaca Lyngen. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar perante uma cesta de divisas fortes, que já caía antes das declarações, aprofundou o ritmo de baixa e testou os menores níveis de julho.

O volume de negócios no mercado doméstico, que estava bem fraco pela manhã, repetindo os dias anteriores desta semana, melhorou na parte da tarde. Mas ainda seguiu mais fraco em relação a dias normais. No mercado futuro, o giro financeiro foi de US$ 15 bilhões. No mercado à vista, o giro foi de US$ 1 bilhão, o maior da semana. O dólar para agosto fechou em baixa de 1,19%, a R$ 3,7220.

Operadores observaram alguma entrada de fluxo externo hoje, em dia de fechamento da venda de ações do IRB Brasil Re, que pode render R$ 8 bilhões. A operação será precificada hoje e os estrangeiros podem ficar com parte importante dos papéis, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Já a Cosan iniciou reuniões com investidores que podem resultar em emissão na casa dos US$ 500 milhões.

Na contramão do fortalecimento da moeda americana no exterior, o dólar caiu ante o real nesta terça-feira, 9, e furou o piso de R$ 3,80, encerrando os negócios em queda de 0,59%, a R$ 3,7858. Sem a referência das negociações com dólar futuro, já que a B3 esteve fechada por conta do feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, o mercado de câmbio teve um dia atípico e de baixa liquidez. A taxa Ptax fechou em R$ 3,7858, em queda de 0,54% em relação ao fechamento de segunda-feira, em R$ 3,8065.

Investidores seguem atentos às negociações para votação da reforma da previdência, que pode ser iniciada ainda hoje na Câmara dos Deputados. O presidente Jair Bolsonaro disse que espera aprovação da reforma em primeiro e segundo turno até sábado. Mais cedo, o líder da oposição na Casa, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que a oposição vai usar o chamado "kit obstrução" para convencer parlamentares a votarem contra o texto.

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No exterior, o dólar avançou em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O índice DXY - que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes - apresentou alta moderada.

O diretor superintendente da corretora Correparti, Jefferson Rugik, não acredita que o dólar abaixo de R$ 3,80 tenha "vindo para ficar". No front interno, Rugik lembra que ainda há "todo o desenrolar da votação da Previdência" em primeiro e segundo turno na Câmara. "E temos amanhã o discurso do presidente do Fed (banco central americano), que pode comentar sobre a política monetária e dar pistas sobre os próximos passos da instituição", afirma Rugik.

O dólar teve o terceiro dia seguido de alta e fechou com valorização de 0,29%, a R$ 3,8554, o nível mais alto desde 18 de junho. As mesas de câmbio monitoraram de perto hoje o noticiário da reforma da Previdência e o dia acabou sendo de volatilidade. A moeda americana abriu em queda e chegou a recuar à tarde, mas acabou não sustentando o movimento, em meio à cautela com as discussões políticas para votar a reforma em Brasília. No exterior, o dólar teve comportamento misto, caindo perante divisas fortes e alguns emergentes, como o México e Argentina, mas subindo ante outros pares do Brasil, como Colômbia e Turquia.

Mais cedo, notícias dizendo que a leitura do voto complementar do relator da reforma na comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), poderia ficar para amanhã, estressaram o mercado e o dólar chegou a tocar máximas de R$ 3,88. Na avaliação de operadores, se houvesse esse adiamento, aumentaria a chance de a votação do texto no plenário da Câmara ficar para agosto. Pela tarde, com a confirmação por líderes partidários de que a voto seria lido hoje mesmo, o dólar chegou a engatar queda, e bateu mínimas, a R$ 3,81, mas a prudência acabou prevalecendo e o movimento não durou.

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"Hoje o dia só teve Previdência, ora com a expectativa de votação na Câmara antes do recesso, ora com previsão de votação só em agosto", destaca o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. Se o texto ficar de fato para ser votado no plenário em agosto, ou seja, na volta do recesso parlamentar, ele acredita que o dólar pode testar níveis acima dos R$ 3,90 nos próximos dias.

No exterior, a euforia inicial com a trégua comercial acertada entre China e Washington, acertada na reunião do G-20 no final de semana, não se repetiu hoje e o dólar teve comportamento misto no mercado financeiro internacional.

Os estrategistas do banco espanhol BBVA destacam que prevalecem as crescentes preocupações com a desaceleração da economia mundial e também pesaram as ameaças de Donald Trump de taxar produtos europeus. "O dólar ficou misto com o enfraquecimento da euforia pós-G-20", ressalta o banco de investimento americano Brown Brothers Harriman (BBH). Nesse ambiente, é crescente a expectativa pelos dados de junho do mercado de trabalho americano, que saem na sexta-feira e podem consolidar as apostas de corte ou não de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

O dólar chegou a operar nesta segunda-feira, dia 1º, em R$ 3,81, atingindo os menores níveis desde o final de março, por conta do otimismo gerado pela trégua na tensão comercial acertada no final de semana entre os Estados Unidos e a China em reunião às margens da reunião do G-20 no Japão. Mas a queda da moeda americana perdeu força, em meio à cautela dos investidores com a reforma da Previdência, que terá a leitura do voto do relator nesta terça-feira na comissão especial da Câmara e possível votação das medidas no dia seguinte. Com isso, o dólar à vista acabou fechando em leve alta de 0,10%, cotado em R$ 3,8441.

Pela manhã, o dólar caiu forte no mercado internacional, ante divisas fortes e de emergentes, por conta dos reflexos da reunião entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping. Mas a moeda americana passou a subir perante divisas como o euro e a libra, após a divulgação de indicadores econômicos mostrando fraqueza da atividade econômica dos EUA e ainda a leitura de que um acordo comercial final entre EUA e China vai levar tempo. "A retomada do diálogo entre os dois países é uma boa notícia, mas devemos permanecer cautelosos com a expectativa de se alcançar um acordo final", alertam os estrategistas do banco francês Société Générale.

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O diretor de tesouraria de um banco brasileiro destaca que parte da expectativa da trégua acertada entre EUA e China já havia sido incorporada nos preços do dólar aqui e no exterior na semana passada. Por isso nesta segunda o impacto foi menor e os investidores aproveitaram para realizar lucros na parte da tarde, com o foco se voltando para a reforma da Previdência. Com isso, investidores aproveitaram a moeda americana a R$ 3,81 e foram às compras, disse ele.

Na Previdência, uma das dúvidas que persistem é se Estados e municípios serão incluídos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem reunião nesta terça-feira com governadores do Nordeste para discutir o assunto e falou hoje que a votação deve ocorrer entre quarta e quinta-feira. A S&P Global Ratings avalia que a situação financeira dos governos subnacionais está muito deteriorada e precisa de uma solução.

Na avaliação do diretor de ratings soberanos para as Américas da S&P, Joydeep Mukherji, o avanço da Previdência é necessário para as coisas começarem a se mover no Brasil. "Mas a reforma não é suficiente", disse em conferência nesta terça, destacando que o governo precisa avançar em outras frentes para acelerar a economia, que incluem privatizações, reforma tributária e melhora do ambiente de negócios.

O dólar recuou contra as principais rivais, estendendo a tendência de baixa alimentada pelas previsões de relaxamento monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e pressionado por indicadores da economia americana. O índice do dólar DXY, que mede a divisa contra uma cesta de outras seis fortes, chegou a tocar o menor nível desde 22 de março.

No fim da tarde em Nova York, o dólar ficava estável a 107,33 ienes, o euro avançava a US$ 1,1377 e a libra tinha ganho a US$ 1,2745. O índice DXY fechou em queda de 0,46%, a 96,220 pontos, recuando 1,38% na comparação semanal.

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O tom "dovish" sinalizado pelo Fed nesta semana colocou o dólar numa tendência de queda e "escureceu o sentimento" sobre a moeda americana, pontua o analista sênior de mercado da Western Union, Joseph Marimbo. Para o economista, "a percepção de que os EUA têm maior poder de fogo monetário do que o Banco Central Europeu (BCE) e outros bancos centrais pairam sobre o dólar como uma grande vulnerabilidade".

A moeda americana foi fortemente pressionada, ainda, pelo recuo ao menor nível em mais de nove anos do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar de junho dos EUA, que elevou, para o mercado, o argumento para que o Fed corte juros em breve.

Além do recuo do dólar, o euro foi favorecido nesta sexta-feira por indicadores de atividade econômica da zona do euro que superaram projeções do mercado, alimentando esperanças de um adiamento no relaxamento monetário do Banco Central Europeu (BCE), avalia a diretora-geral de estratégias de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien.

"No mercado de câmbio, as moedas são guiadas pelos últimos eventos", explica Lien. "Enquanto o BCE mencionou cortes de juros pela primeira vez há algumas semanas, a virada mais recente veio do Fed."

Já a libra, embora tenha avançado ante o dólar, teve seu ganho limitado pelo crescente risco de um Brexit sem acordo, afirma Marimbo. A perspectiva de eleição do ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson para primeiro-ministro do Reino Unido fortalece o cenário de saída da União Europeia (UE) de forma desordenada e prejudicial à economia britânica.

Além dos EUA, economias fortes como a Inglaterra e o Japão também sinalizaram chances crescentes de relaxamento monetário ao longo da semana, o que tende a beneficiar moedas de países emergentes. O dólar recuou 1,23% ante o peso argentino e 0,07% contra o peso mexicano nesta sexta-feira.

O dólar ficou bem próximo da estabilidade diante de uma cesta de divisas fortes, nesta quinta-feira, 13. O iene foi apoiado pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, enquanto a libra, por sua vez, chegou a ganhar força com notícias do processo de escolha do próximo líder do Partido Conservador do Reino Unido, que será consequentemente o próximo primeiro-ministro do país.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 108,37 ienes, o euro caía a US$ 1,1275 e a libra tinha baixa a US$ 1,2676. O índice DXY, que mede o dólar em relação a uma cesta de outras moedas principais, subiu 0,01%, a 97,013 pontos.

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No Reino Unido, o ex-prefeito de Londres e ex-secretário de Relações Exteriores britânico Boris Johnson recebeu 114 dos 313 votos dos conservadores com vagas na Câmara dos Comuns, no processo de escolha do sucessor da premiê Theresa May no comando do partido. Com isso, Johnson parece confirmar o favoritismo dele na disputa. Diante da notícia, a libra chegou a virar para território positivo, mas depois disso oscilou e chegou ao fim da tarde em Nova York em baixa modesta.

Além disso, o aumento das tensões no Oriente Médio, em meio a relatos de ataques contra dois petroleiros, apoiou a busca por moedas consideradas mais seguras nesses contextos, como o iene e o franco suíço.

Entre as moedas emergentes e commodities, o dólar australiano recuou, após dados do mercado de trabalho da Austrália reforçarem a expectativa de um corte de juros mais adiante pelo banco central local. No fim da tarde em Nova York, o dólar australiano caía a US$ 0,6916, de US$ 0,6928 no fim da tarde de quarta.

O peso argentino, por sua vez, se fortaleceu em dia de relatório de inflação ao consumidor do país. O índice de preços ao consumidor da Argentina avançou 3,1% em maio ante abril, quando a previsão dos analistas ouvidos pela Trading Economics era de alta de 3,2%. Na comparação anual, contudo, houve alta de 57,3% em maio, com a inflação anual no maior patamar desde a crise de 1992 no país. O dólar recuava a 43,5177 pesos, de 43,7023 pesos no fim da tarde de quarta.

Ainda entre as notícias do setor, o uso do euro se fortaleceu nas transações internacionais em 2018 e no início deste ano, segundo relatório do Banco Central Europeu (BCE). A moeda única foi escolhida como uma das fontes de reservas globais em 20,7% dos estoques no fim do ano passado, uma alta de 1,2 ponto porcentual em relação ao patamar de um ano antes.

As medidas para simplificar a regulamentação do câmbio no Brasil, citadas ontem pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, poderão facilitar o ingresso do País na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo avaliação do diretor de Regulação do BC, Otavio Ribeiro Dâmaso.

"Temos empresas grandes que precisam fazer inúmeras operações de câmbio e cada operação precisa seguir toda uma burocracia. Queremos revisitar esse 'custo Brasil' sem perder nenhum tipo de segurança nesse processo", garantiu Damaso. "Além disso, há várias travas pequenas que impedem o envio de ordens de pagamento em reais para o exterior."

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Para entrar na OCDE, o País precisa adotar medidas que contribuam para liberar o fluxo de capitais, e a chamada conversibilidade do câmbio seria uma delas.

Hoje, apenas os setores de seguros, infraestrutura, óleo e gás, além de embaixadas, já têm regras simplificadas e podem abrir contas em dólar no País. "Será uma lei muito menor e mais simples, para dar maior segurança jurídica a essas operações.Vamos fazer gradualmente e com prudência", acrescentou Damaso.

O processo de conversibilidade não depende apenas de mudanças legais e regulatórias, no entanto. Para que o real se torne uma moeda conversível e aceita em qualquer país do mundo, a exemplo do dólar, euro, libra e iene, é preciso que a economia brasileira tenha credibilidade no mercado externo. Também é preciso que a circulação internacional da moeda e as transações ganhem volume expressivo.

A conversibilidade de moeda funcionou bem em alguns países como Chile e Austrália, mas fracassou na Argentina. Questionado sobre o exemplo de insucesso, Campos Neto rechaçou a possibilidade de "dolarização" da economia brasileira. "Grande parte dos países teve volatilidade igual ou menor após a abertura para a conversibilidade do câmbio."

Repercussão. Apesar de o projeto não ter sido detalhado, o mercado levantou alguns dos possíveis reflexos das mudanças nas regras.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, acredita que a medida beneficiaria, principalmente, empresas menores. "Companhias brasileiras podem ter uma conta com dólares no exterior desde 2006, mas o custo é alto", explica. "Com uma conta em dólares aqui, a empresa pode fazer um fechamento de câmbio quando achar melhor."

Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, avalia que as medidas podem ajudar na abertura econômica. "Embora a economia brasileira seja grande, a proporção de exportações e importações é pequena em relação a outros países."

O professor da FGV EESP Marcio Holland diz que a mudança poderia "oxigenar" a economia. "Os depósitos dolarizados no mundo saíram de uma média de 10%, em 1980, para uma de 30% hoje. E no Brasil ainda é proibido", afirma, destacando que a dolarização cambial, como ocorre no Panamá, é totalmente diferente e está fora de cogitação. "Isso não significa abrir mão da moeda doméstica."

Fora do ambiente de negócios, a medida deve ter pouco impacto, podendo beneficiar quem viaja ao exterior, que não precisaria guardar moeda em papel, e facilitar quem depende de remessas ao exterior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dólar bateu em R$ 3,98 nesta quinta-feira, 9, mas a valorização perdeu fôlego na parte da tarde e a moeda terminou em R$ 3,9519, em alta de 0,48%. O cenário externo foi o principal fator a pressionar o mercado de câmbio, por conta do impasse nas negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, que estão com nova rodada de reuniões em Washington. A declaração de Donald Trump no começo da tarde, de que tem alternativa "excelente" ao acordo comercial ajudou a acalmar os investidores, mas ainda assim o clima de aversão ao risco aumentou e os investidores buscaram proteção no dólar, que subiu ante boa parte de moedas emergentes.

Operadores relatam que o aumento da aversão ao risco levou à saída de dólar no país, sobretudo pela manhã, quando a moeda chegou a bater em R$ 3,9812. "Enquanto não tiver um cenário um pouco mais claro de para onde vai a questão comercial entre China e Estados Unidos, vai ter bastante volatilidade no mercado", afirma o chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. Outro fator que contribui para deixar o investidor mais cauteloso é a consolidação da visão de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve piorar. Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu a fraqueza da atividade e nesta quinta fontes do governo ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, admitem que o governo pode revisar para baixo a projeção do PIB. Em última instância, essa piora das projeções pode dificultar ainda mais a situação fiscal do governo, por causa da menor arrecadação, ressalta Velloni.

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No cenário externo, o real foi uma das moedas que mais perderam valor nesta quinta ante o dólar, junto com o peso mexicano, a divisa da Indonésia e a moeda turca. O fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) que replica moedas de emergentes, o WisdomTree Emerging Currency Strategy Fund, caiu 0,19% em Nova York, um termômetro da fraqueza destas moedas ante o dólar.

"O apetite por risco permanece baixo. No mercado de câmbio, investidores deixaram moedas de maior risco e procuraram as mais seguras, como o iene e o franco suíço", destaca o estrategista do Swissquote Bank, Arnaud Masset. Apesar da fala de Trump na tarde desta quinta, aumentou o temor de piora das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, destaca ele. Entre moedas fortes, o dólar acabou caindo, como mostra o índice DXY, que cedeu 0,18%. O indicador mede a moeda americana ante seis divisas principais, como o euro.

Após oscilar com a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), o dólar conseguiu se manter em alta ante a maior parte das moedas globais nesta quarta-feira, 1º de maio.

No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava para 111,44 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1200. Ante divisas emergentes, a moeda americana também apresentou alta, subindo para 14,4704 rands sul-africanos e 64,846 rublos.

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O índice DXY, que mede a força da divisa americana ante outras seis moedas (libra, euro, franco suíço, coroa sueca, dólar canadense e iene), subia 0,20%, aos 97,673 pontos.

Mesmo com o feriado do Dia do Trabalho mantendo mercados financeiros fechados na maior parte do mundo, Nova York, Londres, Toronto e Sydney operaram normalmente e deixaram os investidores atentos à reunião do Fed.

A decisão de manter os juros dos Fed funds na faixa de 2,25% a 2,50% veio conforme o esperado, mas o corte da taxa de juros sobre excesso de reservas (IOER, na sigla em inglês) de 2,40% para 2,35% levantou dúvidas.

O dólar passou a cair imediatamente em seguida à divulgação da decisão, mas recuperou o fôlego durante a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell.

No evento, Powell se certificou de acalmar os mercados, dizendo que os riscos à economia dos EUA se mostraram mais amenos nas últimas semanas.

O dólar voltou a superar os R$ 3,90 nesta terça-feira, 16, pressionado pela valorização da moeda americana no exterior - perante moedas fortes, como o euro e a libra, e ante divisas pares do real, como o peso mexicano, o colombiano e o argentino - e pelas dificuldades da tramitação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Em mais um dia de discussões entre os deputados, nada ainda foi decidido e cresce a chance de a votação da admissibilidade ficar mesmo para depois do feriado de Páscoa. O dólar à vista terminou o dia em alta de 0,88%, a R$ 3,9023, o maior nível desde 29 de março.

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), tentou na tarde desta terça-feira acelerar os discursos dos deputados na CCJ para tentar votar a admissibilidade na quarta-feira, mas sem sucesso. Já o deputado tucano Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou esta tarde a falta de articulação do governo. "É zero", disse ele.

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Para o gerente de operações da B&T Corretora, Marcos Trabbold, o dólar está atrelado ao que anda acontecendo na CCJ e, enquanto não se clarear a questão de como vai ficar a votação da Previdência, a moeda vai operar pressionada. Inicialmente, a avaliação era de que a tramitação da Previdência na CCJ seria a etapa mais fácil na tramitação, mas a prática está mostrando que está sendo difícil.

Em meio ao impasse sobre os rumos da Previdência na CCJ, dois bancos norte-americanos, o Bank of America Merrill Lynch e o Citi, divulgaram pesquisas mostrando que os investidores ficaram mais pessimistas com as perspectivas da reforma. O Citi ouviu clientes e constatou uma redução no porcentual dos que esperam que o governo consiga economia fiscal superior a R$ 750 bilhões com a reforma em 10 anos, de 31% em março para 8% em abril. Ao mesmo tempo, subiu o número dos que esperam uma economia abaixo de R$ 500 bilhões, de 9% para 28% em abril. Apesar desse maior ceticismo, o Citi mantém a visão de que a reforma deve ser aprovada na Câmara no terceiro trimestre e no Senado no quarto período de 2019, com economia de R$ 500 bilhões.

Já a pesquisa do Bank of America mostra que os investidores estão prevendo dólar mais valorizado aqui, em meio ao aumento da incerteza sobre a Previdência: 40% dos ouvidos este mês na pesquisa com gestores veem o dólar entre R$ 3,60 a R$ 3,80 no final do ano, ante 46% em março. No mês anterior, 35% dos gestores viam o dólar com chance de terminar o ano abaixo de R$ 3,60, porcentual que caiu para 15% este mês. O levantamento mostra ainda que agora mais investidores (de 18% em março para 43% este mês) acreditam que a economia fiscal ficará em R$ 500 bilhões do que em R$ 700 bilhões (que caiu de 60% para 41%).

O mercado de câmbio brasileiro operou nesta terça-feira, 9, descolado do exterior e o dólar teve um dia de alta, subindo 0,10%, para R$ 3,8533. Lá fora, a moeda americana caiu ante divisas como o peso mexicano, o peso argentino e o rand da África do Sul. O real acabou ficando com o pior desempenho ante o dólar na economia mundial, em dia marcado aqui por prudência dos investidores por conta da reforma da Previdência, o que acabou reduzindo o volume de negócios.

Pela manhã, a moeda americana chegou a subir em ritmo mais forte, repercutindo declarações na noite de segunda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que não tem mais condições de ser o articulador da reforma e na expectativa pela leitura do parecer da reforma na sessão da Comissão da Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Na máxima, foi a R$ 3,86 no início da tarde. Também contribuiu para o tom de cautela as declarações do deputado Paulinho da Força (SD), que disse após reunião com Jair Bolsonaro que o texto da reforma é "ruim e precisa ser melhorado". Já o PR decidiu manter posição de independência e anunciou que vai apoiar a reforma, com restrições e sem fechar questão.

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Na CCJ, a sessão começou às 14h44 com as mesas de câmbio monitorando os discursos acalorados da bancada de oposição e as tentativas de obstrução. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que o presidente Jair Bolsonaro nunca foi favorável à reforma. Em um ato falho, o PSL quase orientou seus parlamentares a votarem pela retirada da pauta da reforma da comissão.

Em Washington, no início de sua reunião de primavera, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para a necessidade da reforma de Previdência, como uma forma de se melhorar as perspectivas das contas públicas do Brasil. A Moody's foi na mesma direção e voltou a afirmar que a aprovação da reforma contribuiria para a estabilização dos níveis de endividamento do governo.

"Vejo pouca margem para atrasos na reforma da Previdência", afirma o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer, destacando que os investidores estão crescentemente preocupados com o 'timing' de aprovação das medidas e os recentes acontecimentos em Brasília têm dificultado essa visão. Por isso, o ambiente de incertezas em torno da reforma apoia um movimento de fuga do risco. Assim, investidores vendem bolsa e compram dólar, reforçando posições defensivas.

No exterior, o FMI rebaixou a projeção para a economia mundial em 2019 e a ameaça da Casa Branca de sobretaxar o equivalente em US$ 11 bilhões de produtos importados da União Europeia ajudou a enfraquecer o dólar no mercado internacional. "A proposta de tarifas extras de Donald Trump pode reavivar os temores de guerra comercial", destacam os estrategistas do Danske Bank.

Uma mistura de preocupações com a desidratação da reforma da Previdência, dólar forte no exterior e antecipação de compra da moeda americana por causa do feriado prolongado do carnaval, que mantém o mercado fechado no Brasil, mas aberto em outros países, fez o dólar fechar a sexta-feira, 1, no maior valor desde o dia 22 de janeiro, quando terminou em R$ 3,80. No final da sessão, o dólar subiu 0,74%, para R$ 3,7812. Na semana, acumulou alta de 1,09%.

Pela manhã, o dólar chegou a encostar em R$ 3,80. Na parte da tarde, a alta perdeu um pouco de força, por conta da venda da moeda por exportadores. Membros do governo tentaram minimizar, sem sucesso, as declarações de quinta-feira de Jair Bolsonaro, que admitiu a jornalistas rever pontos essenciais da proposta, como a idade mínima de aposentadoria das mulheres. O economista e ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que não dá para o impacto fiscal da reforma ser menor do que o R$ 1 trilhão previsto pelo governo no texto entregue no Congresso.

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O vice-presidente Hamilton Mourão disse que Bolsonaro foi "mal interpretado". Já o líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que o presidente apenas sinalizou disposição de negociar a idade mínima. Mesmo assim, o Credit Default Swap (CDS) de 5 anos, um termômetro do risco-país, subiu para 158 pontos, ante 155 do fechamento de quinta.

"A proposta de reforma foi bem recebida, mas o risco de desidratação é agora percebido como alto", ressalta o economista em Nova York da Continuum Economics, Pedro Tuesta. Outro ponto que preocupa é a falta de uma estratégia clara do governo para negociar com o Congresso, ressalta ele.

O economista da Capital Economics, William Jackson, avalia que os recentes desdobramentos em torno da reforma indicam que a oposição ao texto está crescendo. Ele ressalta que, além da idade mínima, parlamentares têm mostrado oposição forte às mudanças nos benefícios para idosos e deficientes de baixa renda, conhecidos como BPC, e na aposentadoria rural, pontos que ajudariam a reduzir de forma importante a economia fiscal do texto. A Capital Economics prevê que o dólar pode testar níveis perto de R$ 4,00 em meio às dificuldades do texto no Congresso.

No exterior, o dólar subiu tanto perante divisas fortes, como o euro, como em relação aos emergentes, como a lira turca (+0,65%) e o rand da África do Sul (+1,23%). Entre as razões para o fortalecimento, estão a perspectiva de avanço das negociações comerciais entre a China e os EUA, após notícias de que a Casa Branca já começou os preparativos para uma reunião em breve entre os dois presidentes.

O real passou o dia descolado de outras moedas emergentes e foi a divisa que mais ganhou valor ante o dólar nesta quarta-feira, 27. Amparado por fatores técnicos, como a proximidade do final do mês, com disputa pela definição do referencial Ptax de fevereiro e rolagem dos contratos de dólar futuro, a moeda americana caiu 0,40% e fechou em R$ 3,7302, o menor valor em uma semana.

Na disputa pela definição da Ptax, operadores ressaltam que os vendidos - aqueles que apostam na baixa da moeda - já sinalizaram estar fortes, a ponto de fazer o dólar operar aqui em ritmo diferente de outros emergentes. A moeda americana subiu ante pares do real, como o peso mexicano, e países exportadores de commodities, como a Austrália. A Ptax de fevereiro será usada na liquidação e ajustes de contratos futuros de câmbio e de swap cambial.

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As mesas de câmbio continuaram acompanhando os desdobramentos da reforma da Previdência, mas sem reflexo nos preços. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou o que o mercado já esperava, que só depois do carnaval as coisas devem andar de fato no Congresso. Após o feriado, o presidente Jair Bolsonaro "vai 'botar o peito nágua' sobre a Previdência", declarou o ministro.

Para o diretor de tesouraria de um banco, o mercado vai operar muito em cima de pequenas notícias sobre a articulação política do governo. Este esforço, ressalta ele, vai dar uma visão da força que o governo terá no Congresso para aprovar o texto. O presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, disse que está otimista com a reforma, mas alertou que o governo precisa se coordenar mais para explicar as medidas para os parlamentares e a sociedade.

Pesquisa do Morgan Stanley com investidores e clientes do banco americano constatou que o otimismo segue alto com a Previdência: 93% deles esperam que a reforma seja aprovada "em breve", com 63% prevendo que a votação na Câmara ocorra até julho e 20% em agosto. Os ouvidos na pesquisa acreditam que o dólar deve terminar o ano em R$ 3,60, mas a moeda pode ir do intervalo de R$ 3,50 a R$ 3,65, dependendo do nível de economia fiscal que o governo conseguir com a reforma. Se ficar mais perto de R$ 800 bilhões, o dólar cai para o menor valor, se for mais próximo de R$ 400 bilhões, fica mais no topo.

Por enquanto, sem um novo catalisador para direcionar as cotações de modo mais firme, o dólar deve seguir no patamar de R$ 3,70 a R$ 3,75, destaca o diretor da corretora NGO, Sidnei Nehme. "O preço do dólar na realidade está sem motivos para apreciação ou depreciação que o afaste deste intervalo", destaca ele.

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