Representantes de diversas entidades de defesa animal foram até a Prefeitura do Recife, na tarde desta terça-feira (24), para exigir esclarecimentos sobre a gestão da Secretaria Executiva de Defesa Animal (Seda) do Recife. O grupo critica o atual secretário da pasta, Rodrigo Vidal, de negligência e falta de diálogo com os militantes da causa.
“Há um ano trouxemos uma lista de reivindicações e nada aconteceu. Rodrigo Vidal não faz nada do que promete. A situação dos nossos animais só piora. As feiras de adoção organizadas pela Secretaria são um fracasso, os animais são adotados sem castração, com pulgas, carrapatos”, apontou Luciane Nascimento, integrante do Projeto Patinha. Consenso entre as entidades é também de que os Centros de Vigilância Ambiental (CVA) da Prefeitura estão entregues ao descaso.
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Uma comissão com 10 representantes de várias instituição se sentará com a Secretaria de Governo, na próxima quinta-feira (26), às 10h, na própria Prefeitura. Entre os questionamentos está a aplicação da lei que proíbe a circulação de veículo com tração animal (carroças). “O projeto não foi estudado, não se fez uma análise para saber quantos animais existem. Ainda haverá um senso animal em 2015 para se ter este dado. Sabemos que os cavalos recolhidos serão levados para uma fazenda em Gravatá, mas nada mais”, explicou o integrante do grupo Ação Vida Animal (Ava), Romero Morais.
Outro embate se diz em relação à lei 14.139 de 2010. Ainda não regulamentado, o documento versa sobre a responsabilidade do Governo do Estado em realizar medidas sanitárias, tais como a tão exigida esterilização cirúrgica. Os ativistas exigem o seguimento da lei, mesmo sem a sua regulamentação, e afirmam que não há vontade efetiva do secretário Rodrigo Vidal em efetuar tais ações.
“Conversa fiada, esse grupo quer mídia”, diz Rodrigo Vidal
Em conversa exclusiva ao LeiaJá, por telefone, o secretário-executivo de Defesa Animal, Rodrigo Vidal, garantiu que as acusações não procedem e disse que as pessoas têm interesses outros por trás da crítica. “É interesse político, uns três ou quatro ali foram candidatos a vereador. O resto deve buscar vagas como assessor. Eles querem mídia, porque tenho um canal aberto e qualquer cidadão pode subir aqui no quinto andar (da Prefeitura) e marcar uma reunião”.
Vidal, contudo, relembrou uma reunião pública de mais de anos, em 27 de dezembro de 2012, quando, antes de assumir, conversou com representantes da causa animal. Garantiu que está presente em toda feira de adoção, a população pode procurá-lo. “Eles devem estar doidos para me tirar. Essa pauta que dizem ter me entregado não chegou a mim, não tive ciência disso. Por que não me procuraram?”, questionou.
Sobre a reivindicação da aplicação da lei da castração animal, Rodrigo Vidal recomendou aos ativistas “uma consultoria jurídica”, pois se a lei não está regulamentada “não é aplicável, ponto final”. Como não foi contatado pelo grupo, não participará da reunião da próxima quinta-feira (26). “Exigem diálogo e nem sequer fui chamado à reunião. É muito contraditório”.