Enquanto a vacina não chega a Pernambuco, a pandemia se prolifera em mais vítimas e chega ao seu 10º mês, nesta terça-feira (12). Autoridades ligadas ao Governo do estado tentam controlar os índices de contágio, mas esbarram na falta de compromisso da maior parte da população, que afrouxou as recomendações sanitárias e teima em fechar os olhos para o perigo da Covid-19.
Com mais de 232 mil casos confirmados, entre 29.841 considerados graves e 202.915 leves, nos últimos 7 meses, o Plano de Convivência das Atividades Econômicas não atingiu prazos e foi recuado para se adequar às necessidades da doença. Em alerta pelas 9.851 vidas perdidas, a gestão estadual se antecipou ao Réveillon e proibiu eventos para evitar aglomerações durante a celebração. Sem sucesso, multidões formaram-se em praias e bairros do subúrbio.
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As recorrentes cenas de desrespeito fizeram com que festas e shows voltassem a ser proibidos, e o Carnaval cancelado. Na sexta (8), a realização de eventos sociais, como casamentos e batizados, foi limitada a 150 pessoas, divididas em mesas com até 10 convidados.
O Governo também se preocupa com a exposição durante as férias de verão, por isso pressiona prefeituras do Litoral para intensificar a fiscalização e evitar uma nova restrição do comércio. No mês passado, o decreto de calamidade pública foi renovado em Pernambuco, que vive a 10º, das 11 etapas de reabertura.
Atenta a manutenção da higiene e do distanciamento social em bares, praias e casas de show, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PE) visitou 313 estabelecimentos e interditou 25, alguns chegaram a ser fechados em mais de uma oportunidade.
Embora 198.880 pacientes tenham se recuperado do novo coronavírus, a elevada taxa de ocupação dos 1.844 leitos ainda preocupa. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), apenas 16% das 952 UTIs estão livres, enquanto 32% das enfermarias 892 estão disponíveis. A pasta acrescenta que 977.491 exames da doença foram realizados, entre RT-PCR, sorológico e testes rápidos.
Pernambuco aponta que foi o 1º estado do país a criar um protocolo específico para os profissionais da saúde. A categoria já verificou 24.655 casos.
A doença que se alastrou pelos 184 municípios do estado é mais agressiva na Região Metropolitana do Recife, mas também foi identificada na população indígena. Com destaque para os Fulni-Ô, Pankararu e Xukuru, 13 índios não resistiram a Covid-19, que infectou 670 nativos.
Já os registros de Fernando de Noronha indicam certo controle da doença. Sem nenhum óbito na ilha, Administração informa que 344 casos foram confirmados, sendo 263 locais e 81 importados. Ainda há 24 pacientes em quarentena no arquipélago.