Tópicos | Conselho de Ética

O Conselho de Ética adiou, novamente, a votação de pareceres preliminares relativos a processos contra os deputados Jean Wyllys (Psol-RJ), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Laerte Bessa (PR-DF). As três ações estavam na pauta, mas não houve quórum para a deliberação.

O processo do Partido Social Cristão (PSC) contra o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) é devido à postagem no Facebook em que critica os “delírios homofóbicos de políticos e líderes religiosos mentirosos”, ao comentar o massacre de gays em boate de Orlando (EUA). O relator Júlio Delgado (PSB-MG) defende o arquivamento do caso por considerar que não houve quebra de decoro.

##RECOMENDA##

Já o Partido Verde moveu ação contra Jair Bolsonaro (PSC-RJ), acusando-o de ter feito “apologia ao crime de tortura” ao homenagear o coronel Brilhante Ustra durante votação da admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Ustra, que faleceu recentemente, era acusado de praticar tortura durante o período do regime militar. O relator Odorico Monteiro (Pros-CE) defende que a denúncia seja aceita.

Já o terceiro processo é do PT contra Laerte Bessa (PR-DF). O partido acusa o deputado de proferir, em discurso no plenário, ofensa contra petistas, inclusive os ex-presidentes Dilma e Lula. O relator da representação, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), sugeriu o arquivamento do caso.

A próxima reunião está marcada para terça-feira (25).

O Conselho de Ética adiou a votação de pareceres preliminares relativos a processos contra os deputados Jean Wyllys (Psol-RJ), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Laerte Bessa (PR-DF). As três ações estavam na pauta, mas não houve quórum para a deliberação.

O processo do Partido Social Cristão (PSC) contra o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) é devido à postagem no Facebook em que critica os “delírios homofóbicos de políticos e líderes religiosos mentirosos”, ao comentar o massacre de gays em boate de Orlando (EUA). O relator Júlio Delgado (PSB-MG) defende o arquivamento do caso por considerar que não houve quebra de decoro.

##RECOMENDA##

Já o Partido Verde moveu ação contra Jair Bolsonaro (PSC-RJ), acusando-o de ter feito “apologia ao crime de tortura” ao homenagear o coronel Brilhante Ustra durante votação da admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Ustra, que faleceu recentemente, era acusado de praticar tortura durante o período do regime militar. O relator Odorico Monteiro (Pros-CE) defende que a denúncia seja aceita.

Já o terceiro processo é do PT contra Laerte Bessa (PR-DF). O partido acusa o deputado de proferir, em discurso no plenário, ofensa contra petistas, inclusive os ex-presidentes Dilma e Lula. O relator da representação, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), sugeriu o arquivamento do caso.

Como há feriado nesta quarta-feira (12), os deputados membros do Conselho de Ética só devem voltar a se reunir na próxima semana.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados deve votar, na próxima terça-feira (11), os pareceres preliminares dos processos instaurados contra os deputados deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Laerte Bessa (PR-DF). De acordo com a pauta, o primeiro a ser analisado é o de Jean, acusado de quebrar o decoro ao criticar os “delírios homofóbicos de políticos e líderes religiosos mentirosos” em publicação nas redes sociais. 

No texto comenta o massacre de gays em boate de Orlando (EUA), o psolista criticou os discursos de ódio dos “bolsomitos”, “malafaias” e “felicianos”, o que ofendeu os deputados Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (SP) e Pastor Marco Feliciano (SP), todos do PSC.

##RECOMENDA##

O relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), sugeriu o arquivamento do caso. Para ele, não houve imputação de nenhum fato criminoso aos três deputados e não houve quebra de decoro.

Bolsonaro

O segundo item da pauta é o processo do Partido Verde contra o deputado Bolsonaro. O PV acusou Bolsonaro de fazer “apologia ao crime de tortura”. O relator, deputado Odorico Monteiro (Pros-CE), sugere que a denúncia seja aceita e que Bolsonaro seja processado por quebra de decoro.

Monteiro concluiu que Bolsonaro “abusou da prerrogativa parlamentar” ao homenagear o coronel Brilhante Ustra no Plenário, durante a votação da admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 17 de abril. Morto recentemente, Ustra era alvo de uma série de acusações de tortura durante o regime militar, uma delas contra a própria ex-presidente.

Laerte Bessa

O processo do PT contra o deputado Bessa é o último. Ele é acusado de proferir, em discurso no Plenário da Câmara, ofensas contra o partido, a ex-presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e filiados do partido.

O relator da representação do PT, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), sugeriu o arquivamento do caso. Ele acolheu a defesa de Bessa, que invocou o princípio constitucional da inviolabilidade do parlamentar por suas opiniões, palavras e votos.

O relator do segundo processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), deputado Júlio Delgado (PSB-MG), recomendou nesta quarta-feira, 5, o arquivamento da ação movida pelo PSC no Conselho de Ética da Câmara. Um pedido de vista do deputado Capitão Augusto (PR-SP) impediu a votação do parecer prévio.

Na representação, o partido alega que Wyllys associou os nomes dos deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP) ao atentando em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, em junho. No post publicado em sua página no Facebook, em 12 de junho, Wyllys escreveu que discursos de ódio de pessoas com projeção podem levar cidadãos comuns a praticar atos de violência.

##RECOMENDA##

"E quando criticamos os discursos de ódio dos 'bolsomitos' e 'malafaias' e 'felicianos' e 'euricos' e das 'marisas lobos' e 'ana paulas valadões' da vida e dos legislativo contra gays, lésbicas e transexuais, estamos pensando justamente no quanto o discurso de ódio proferido por essas pessoas - agora em alta porque aliados dos golpistas que tomaram a presidência da República - pode levar pessoas 'de bem' a praticar atos de violência física - assassinatos e agressões físicas - contra membros da comunidade LGBT", escreveu Wyllys.

"Delírios homofóbicos reproduzidos por políticos e líderes religiosos mentirosos - como a ideia de que gays, lésbicas e transexuais queremos impor uma 'ideologia de gênero' ou praticamos 'cristofobia' - podem levar a barbárie como a perpetrada, em atacado, na Flórida, mas também à praticada no varejo aqui no Brasil", completou.

No parecer contra a admissibilidade do processo, o relator considerou que não havia qualquer imputação de fatos criminosos contra os citados no post e que a mensagem não configura afronta ao decoro parlamentar. "Concluindo-se, portanto, que nem mesmo em tese os fatos imputados ao parlamentar constituem falta de decoro parlamentar, mas sim o exercício regular do mandato parlamentar", diz o parecer. Delgado ressalta que a justa causa da representação estava descaracterizada e pediu a inaptidão do processo.

Tendência

A posição de Delgado tende a ser seguido pelos conselheiros mais experientes do colegiado. No entendimento de boa parte dos parlamentares, punir um colega por seu discurso ou expressão pública de opinião limita o direito de imunidade da fala parlamentar. Essa posição é usada como argumento por alguns deputados para livrar Bolsonaro do processo disciplinar por ter dedicado seu voto à favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Wyllys tem chances de escapar desse processo, mas responde em outra representação por ato atentatório por ter cuspido em direção a Bolsonaro no dia da votação do impeachment de Dilma no plenário da Casa. Hoje foi indicado o deputado Ricardo Izar (PP-SP) para relatar o processo. "Fico pensando o que seria de Jean Wyllys sem Bolsonaro e de Bolsonaro se não fosse Jean Wyllys. Essa discussão rende frutos para eles", disse Izar durante a sessão desta tarde, ao defender o respeito ao "antagonismo" ideológico no Parlamento.

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) lamentou nesta quarta-feira, 5, o início de mais um processo disciplinar contra ele no Conselho de Ética da Câmara e disse que não há razões para ele ser acusado de quebra de decoro parlamentar. "Como é possível um deputado com dois mandatos, um gay assumido, com prestígio internacional, honesto política e intelectualmente, ter ido ao Conselho de Ética?", questionou.

O deputado não quis comentar detalhes da representação e disse que não falará antes que os conselheiros tomem uma posição sobre o assunto. Wyllys afirmou que cabe à imprensa fazer uma análise do histórico dos processos disciplinares na Casa.

##RECOMENDA##

Na terça-feira, 4, o colegiado instaurou o processo disciplinar no qual o parlamentar é acusado de ato atentatório por ter cuspido em direção ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no plenário da Casa.

Foram sorteados três candidatos para relatar o processo: Ricardo Izar (PP-SP), Zé Geraldo (PT-PA) e Leo de Brito (PT-AC). O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), escolherá um dos três para a função.

O processo é fruto de seis representações levadas à Corregedoria da Casa, sendo duas delas do ator Alexandre Frota. A Mesa Diretora aprovou o encaminhamento das representações e sugeriu a suspensão do mandato parlamentar por até seis meses. Caberá ao Conselho de Ética arquivar ou dar continuidade ao processo.

O deputado do PSOL também responde a outro processo no colegiado. Na representação, o PSC alega que Wyllys associou os nomes de Bolsonaro e Marco Feliciano (PSC-SP) ao atentando em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, em junho. No post publicado em sua página no Facebook, em 12 de junho, Wyllys escreveu que discursos de ódio de pessoas com projeção podem levar cidadãos comuns a praticar atos de violência.

O processo está em fase de apresentação do parecer de admissibilidade, um dos itens da pauta da reunião marcada para esta tarde no conselho.

Histórico

Wyllys já enfrentou processo no colegiado e a representação do PSD foi arquivada por unanimidade. Na sessão plenária do dia 28 de outubro do ano passado, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) alegou que o colega do PSOL o teria ofendido, acusando-o de roubar dinheiro público. Wyllys e Rodrigues - que já foi flagrado por câmeras de TV assistindo a um vídeo pornográfico no plenário - trocaram acusações no plenário após o deputado do PSD subir na tribuna para defender o projeto que muda o Estatuto do Desarmamento.

Na ocasião, o relator Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) apresentou um parecer prévio contra a admissibilidade da ação, argumentando que as palavras de um parlamentar não podem ser censuradas e que era preciso ter parcimônia na decisão de punir um deputado por palavras proferidas na Casa.

O relator da representação do PV contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no Conselho de Ética, deputado Odorico Monteiro (PROS-CE), apresentou seu voto nessa terça-feira (4) no colegiado recomendando a aceitação da denúncia e que o parlamentar seja processado por quebra de decoro.

Para Monteiro, houve abuso "da prerrogativa parlamentar” quando Bolsonaro prestou homenagem ao coronel Brilhante Ustra, no plenário da Câmara, durante a votação da admissibilidade do processo de impeachment da então presidenta afastada Dilma Rousseff. A sessão foi realizada no dia 17 de abril.

##RECOMENDA##

Na justificativa da ação, o PV frisa que a referência ao coronel constitui “verdadeira apologia ao crime de tortura”. Ustra é acusado de praticar a tortura durante o período de regime militar. Ele morreu recentemente.

O texto não chegou a ser votado pelos deputados porque houve pedido de vista. Com isso, a apreciação foi adiada por duas sessões do colegiado.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta terça-feira, 4, processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). O deputado vai responder por ato atentatório por ter cuspido em direção ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no plenário da Casa.

Nesta terça, foram sorteados três candidatos para relatar o processo: Ricardo Izar (PP-SP), Zé Geraldo (PT-PA) e Leo de Brito (PT-AC). O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), escolherá nos próximos dias um dos três para a função.

##RECOMENDA##

O processo é fruto de seis representações levadas à Corregedoria da Casa, sendo duas delas do ator Alexandre Frota. A Mesa Diretora aprovou o encaminhamento das representações e sugeriu a suspensão do mandato parlamentar por até seis meses. Caberá ao Conselho de Ética arquivar ou dar continuidade ao processo.

Wyllys já enfrentou processo no colegiado e a representação do PSD foi arquivada por unanimidade. Na sessão plenária do dia 28 de outubro do ano passado, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) alegou que o colega do PSOL o teria ofendido, acusando-o de roubar dinheiro público. Rodrigues e Wyllys trocaram acusações no plenário após o deputado do PSD subir na tribuna para defender o projeto que muda o Estatuto do Desarmamento.

Na ocasião, o relator Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) apresentou um parecer prévio contra a admissibilidade da ação, argumentando que as palavras de um parlamentar não podem ser censuradas e que era preciso ter parcimônia na decisão de punir um deputado por palavras proferidas na Casa.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhou para o Conselho de Ética da Casa representação contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que deve responderá por ato atentatório ao decoro parlamentar.

O documento tem como base seis representações apresentadas na Corregedoria da Casa, após Wyllys cuspir na direção do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da votação, em plenário, do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Entre as representações estão duas de autoria do ator Alexandre Frota.

##RECOMENDA##

Em seu discurso realizado no dia da votação do impeachment na Casa, Bolsonaro enalteceu o ex-chefe de um dos órgãos de repressão da ditadura militar. "Na hora que fui votar esse canalha (Bolsonaro) decidiu me insultar na saída e tentar agarrar meu braço. Ele ou alguém que estivesse perto dele. Quando ouvi o insulto eu devolvi, cuspi na cara dele que é o que ele merece", explicou Willys, na ocasião.

A decisão de enviar o caso para o Conselho de Ética ocorreu em reunião da Mesa Diretora realizada ontem. Na ocasião, a maioria dos presentes votou a favor da representação apresentada pelo Corregedor da Câmara, Carlos Mannato (SD-ES), que pede a suspensão do mandato por até 6 meses.

Durante a discussão do caso, Rodrigo Maia chegou a defender que fosse dada apenas uma advertência escrita. A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) também se colocou contra o envio da representação para o Conselho. Ambos foram, contudo, votos vencidos. Se posicionaram a favor os deputados Giacobo (PR-PR); Mara Gabrilli (PSDB-SP); Alex Canziani (PTB-PR); e Mandetta (DEM-MS).

"Juntei todas as representações numa só e a conclusão nossa é que essa pena pela cusparada é um pouco mais pesada podendo dar uma pena de suspensão de um a seis meses do mandato. Mas quem vai dar a palavra final é o Conselho de Ética, onde o processo irá começar do zero", afirmou Carlos Manatto.

O bate-boca entre senadores na sessão de julgamento de impeachment da presidente Dilma Rousseff, na manhã desta quinta-feira (25), pode ir parar no Conselho de Ética do Senado. É que os parlamentares que se sentiram ofendidos podem entrar com processo de quebra de decoro parlamentar.

As ações podem ser apresentadas pelos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). A tensão ocorreu quando a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que "metade do Senado não tem moral" para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff.

##RECOMENDA##

Sentindo-se ofendido, Caiado disse que não era “assaltante de aposentado", em referência à prisão do marido de Gleisi, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Ele está sendo acusado de envolvimento num esquema de desvio de cerca de R$ 100 milhões de empréstimos consignados feitos pelos funcionários públicos federais. Gleisi, então, disse que Caiado é assaltante de “trabalhador escravo”.

Exaltado, Lindbergh chamou Caiado de canalha e pediu respeito ao PT. O democrata, então, disse que Lindbergh deveria “fazer o [exame] antidoping” e não “ficar cheirando”.

Na ocasião, outros senadores também se envolveram na discussão, o que causou a suspensão da sessão. Com os ânimos mais calmos no plenário, Ricardo Lewandowski retomou os trabalhos.

O deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF) lê, neste momento, o parecer ao recurso apresentado pelo presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O parecer foi entregue nessa terça-feira (5) a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), mas foi mantido em sigilo.

A defesa poderá se pronunciar logo após a leitura do parecer, ou, se houver pedido de vista, logo após esse período, que é de duas sessões. O presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PMDB-RS), pretende começar a discutir o relatório na próxima terça-feira (12). 

##RECOMENDA##

Até o momento, o relator se colocou contra a decisão do Conselho de Ética de encaminhar ao Plenário pedido de sua cassação e decidiu anular a votação final do conselho, por entender que a forma como foi feita não está prevista no Regimento da Câmara. No dia foi decidido que a votação seria feita por chamada dos blocos parlamentares em ordem alfabética e Fonseca acredita que essa votação deve ser refeita.

Processo

Eduardo Cunha recorreu à CCJ contra a decisão do Conselho de Ética alegando que houve irregularidades no processo: cerceamento do direito de defesa; aditamento de denúncias sobre novas contas no exterior; e parcialidade do presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA); entre outras.

Em junho, o conselho aprovou, por 11 votos a 9, o parecer do deputado Marcos Rogério que concluiu que Cunha mentiu em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em maio de 2015, sobre a existência de contas bancárias de sua propriedade no exterior.

Após a decisão, Eduardo Cunha afirmou, em nota, que o processo foi todo conduzido com parcialidade e nulidades gritantes. Ele alega que não mentiu à CPI, pois não era proprietário de conta, e sim beneficiário de um truste.

*Com a Agência Câmara

O Conselho de Ética da Câmara instaurou nesta terça-feira, 28, processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A representação do PV acusa o deputado por ter dedicado seu voto à favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura militar.

A instauração do processo foi possível porque, com o fim do processo disciplinar contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a pauta do colegiado foi destrancada.

##RECOMENDA##

Nesta manhã, foi realizado o sorteio dos três dos seis deputados do PT e PR aptos a relatar a ação disciplinar. Foram sorteados os deputados Zé Geraldo (PT-PA), Wellington Roberto (PR-PB) e Valmir Prascidelli (PT-SP), que não são do mesmo Estado, nem do mesmo partido ou do bloco parlamentar. O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), conversará com os deputados e escolherá um dos três sorteados.

A partir de agora, o processo terá 90 dias úteis para tramitar. O PV pede a cassação do mandato de Bolsonaro.

Na semana passada, a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar Bolsonaro réu. Na ação em questão, o parlamentar é acusado de injúria e incitação pública ao estupro quando, em 2014, afirmou na tribuna da Câmara que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) "porque ela não merece".

O mesmo episódio rendeu processo disciplinar em dezembro de 2014 contra Bolsonaro no Conselho de Ética da Casa, mas a representação foi arquivada porque o mandato parlamentar havia se encerrado.

Em 2013, Bolsonaro se livrou de um processo disciplinar no conselho. Na época, o colegiado arquivou por unanimidade a abertura de processo no qual Bolsonaro era acusado pelo PSOL de ter dado um soco no senador Randolfe Rodrigues (hoje Rede-AP) durante uma visita de integrantes das comissões da verdade da Câmara e do Senado à sede do extinto DOI-Codi, no Rio de Janeiro.

Bolsonaro foi impedido de entrar com os parlamentares, mas insistiu em acompanhar o grupo. Durante uma discussão com o senador, teria ocorrido a agressão.

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a afirmar nesta terça-feira (21) que não vai renunciar ao cargo. Ele minimizou rumores de que estivesse considerando esta saída para tentar um acordo que pudesse abrandar sua pena. 

Semana passada o Conselho de Ética aprovou, por 11 votos a nove, a perda do seu mandato. Em entrevista coletiva no Hotel Nacional, em Brasília, Cunha também afastou qualquer intenção de fazer delação premiada. “Não renunciarei e não tenho o que delatar. Não cometi qualquer crime”, afirmou.

##RECOMENDA##

O peemedebista disse que a “boataria” é resultado de um momento confuso e complexo vivido pela Câmara e disse que, “por sua culpa”, esses rumores não vão continuar. “É natural, depois de ficar tanto tempo sem falar, acabar alimentando esta boataria”, completou.

Cunha marcou a coletiva para, segundo ele, retomar a comunicação direta com veículos de comunicação e evitar “prejuízos” que estaria sofrendo em seu direito de defesa por ter adotado a estratégia de se manifestar, nas últimas semanas, por notas ou pelas redes sociais.

“Foi opção minha [vir sozinho], porque não estou vindo fazer um ato solene. Estou retomando um contato rotineiro com vocês. Pedi que não viessem. Vou voltar a falar com regularidade”, disse, destacando que os custos com aluguel do salão do Hotel Nacional e a estrutura usada para a coletiva foram pagos com recursos próprios.

Impeachment

Em mais de uma hora de exposição, antes de começar a responder perguntas de jornalistas, Eduardo Cunha reafirmou que não aprovou o processo de impedimento da presidente afastada Dilma Rousseff pela perda de apoio. O peemedebista reiterou que foram integrantes do Executivo, entre eles o então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que ofereceram apoio no Conselho de Ética em troca do arquivamento do pedido.

“Não sou nem herói nem vilão no processo de impeachment. Apenas cumpri meu papel. Tenho a consciência tranquila de que livrar o Brasil da presidente Dilma Rousseff e do PT será uma marca que terei orgulho de carregar”, acrescentou.

Waldir Maranhão

Sobre a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que ontem (20) desistiu da consulta que havia encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Cunha anunciou que vai recorrer. A consulta questionava o rito de cassação de parlamentares na Câmara e se o texto a ser apreciado pelo plenário é o parecer do relator ou um projeto de resolução sobre a decisão do colegiado. Maranhão explicou que a consulta já foi respondida pela comissão em pelo menos duas oportunidades – em março de 1994 e setembro de 2005.

Maranhão era considerado aliado de Cunha. Por isso, a medida acabou sendo apontada como uma “traição” por alguns parlamentares adversários do peemedebista. Para Cunha, a diferença entre as decisões consideradas “favoráveis” a ele foram elaboradas pela Mesa Diretora da Casa. “As duas decisões que ele assinou, recebendo prontas, foi do cancelamento do impeachment e esta. Quem tem de responder é ele”, dafirmou.

Cunha deixou o local da entrevista sob gritos de “Fora Cunha! e Bandido!” de um grupo de manifestantes que, durante toda a entrevista coletiva, protestou com vuvuzelas do lado de fora do hotel.

Supremo

A defesa de Cunha tem prazos para tentar reverter a situação do deputado tanto na Câmara quanto no Supremo Tribunal Federal (STF). Na Corte Suprema, termina hoje o período para que ele se defenda do pedido de prisão impetrado pela Procuradoria-Geral da República. No dia 14, ministro do STF Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, negou os pedidos de prisão para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-senador José Sarney (PMDB-AP).

Cunha considerou “absurdo” o pedido e voltou a apontar “seletividade” do procurador-geral, Rodrigo Janot, em relação aos casos que o envolvem. No pedido, Cunha destacou e rebateu os pontos usados como argumento, como o Ato da Mesa Diretora da Câmara que manteve seus direitos após o afastamento.

“Vai pedir minha prisão por um ato da Mesa? Fui eu? Chega a ser ridículo atribuir a mim atos de terceiros”, criticou, alertando que, como parlamentar, tem direitos mantidos. Cunha afirmou que apenas funcionários de seu gabinete estão à sua disposição e disse que a residência oficial usada por ele tem custos “de qualquer forma. Não muda por eu estar ou não estar lá.”

Nomeações

O peemedebista, também acusado de indicar nomeações do governo interino de Michel Temer, entre eles o de Alexandre de Moraes, voltou a classificar como absurdo o argumento e debochou, afirmando que ninguém que tenha trabalhado com ele em algum momento de sua história poderá ser nomeado.

Sobre o fato de ter anunciado que iria frequentar a Câmara mesmo afastado, Cunha disse que tem direito de se defender politicamente e para isso precisa estar na Casa, como ocorreu no Conselho de Ética, quando ele próprio apresentou sua defesa antes de ter o pedido de cassação aprovado.

Nessa segunda-feira, o presidente afastado da Câmara entrou com recurso no STF, questionando o alcance da decisão de Teori Zavascki. O objetivo de Cunha é voltar à Câmara para se defender pessoalmente no processo de cassação.

Começa a contar amanhã (17) o prazo de cinco dias úteis para que a defesa do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresente recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para tentar reverter o resultado de terça-feira (14) no Conselho de Ética, quando o parecer pela cassação de seu mandato foi aprovado por 11 votos a nove.

Um ofício assinado pelo presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA) foi publicado na edição de hoje (16) do Diário Oficial da Câmara dos Deputados dando início à contagem do prazo que deve ser totalmente usado pelos advogados de Cunha.

##RECOMENDA##

Depois da apresentação do recurso, a CCJ tem mais cinco dias para decidir se acata ou não os argumentos apresentados pelo peemedebista que já havia encaminhado outros dois recursos para a mesma comissão pedindo a nulidade do processo que tramitou por oito meses. Um dos recursos pede o impedimento de José Carlos Araújo no comando do conselho, outro alega que Cunha sofreu cerceamento do direito de defesa.

Como a representação ainda estava sendo analisada pelo conselho, a CCJ não se pronunciou. O relator destes recursos era Elmar Nascimento (DEM-BA) que ontem (15) decidiu deixar a função depois de já ter declarado desconforto com a relatoria por ser do mesmo partido de Marcos Rogério (DEM-RO), autor do parecer que defendeu a cassação de Cunha no Conselho de Ética. Ainda não há outro nome para assumir essa relatoria.

Consulta

Paralelamente, a CCJ ainda precisa analisar uma consulta enviada pelo presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) que questionou regras do processo de cassação de parlamentares. Ex-presidente da CCJ e aliado de Cunha, coube ao deputado Arthur Lira (PP-AL) elaborar a resposta que indicou que o resultado da decisão do conselho deve ser apresentado ao plenário na forma de um projeto de resolução, e não de relatório.

Além disto, Lira afirmou que o texto poderá ser emendado pelos parlamentares, mas que as emendas não poderão prejudicar o representado, sob pena de “de violação da ampla defesa prevista no Parágrafo 2º do Artigo 55 da Constituição”.

O parecer de Lira é tido como mais uma manobra de aliados de Cunha para tentar abrandar sua pena. Lira rechaçou as acusações e afirmou que apenas respondeu a uma consulta que será submetida aos integrantes da CCJ. Esta semana, na quarta tentativa de discutir e votar este parecer, Lira conseguiu ler o documento mas um pedido de vista adiou a decisão sobre a consulta para a próxima semana.

O processo de Cunha no Conselho de Ética é considerado o mais longo no colegiado e foi marcado por inúmeras manobras que protelaram a decisão dessa terça-feira.

A representação contra Cunha foi entregue pelo PSOL e pela Rede à Mesa Diretora da Câmara, no dia 13 de outubro de 2015. A Mesa, comandada por Cunha, levou o prazo máximo de 14 dias para realizar a tarefa de numerar a representação e enviá-la ao Conselho de Ética, o que retardou o início dos trabalhos do colegiado. O processo só foi instaurado quase um mês depois da representação, em 3 de novembro de 2015.

O Conselho de Ética da Câmara pode instaurar nesta quarta-feira, 15, processo contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A representação contra o parlamentar, apresentada pelo PV em abril, afirma que o deputado fez apologia à tortura ao homenagear o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (morto em 2015) durante a sessão sobre a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), hoje afastada. A reunião do Conselho de Ética está marcada para as 14h30, em plenário.

Durante a votação do impeachment, Bolsonaro declarou. "Perderam em 1964, perderam agora em 2016. Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim."

##RECOMENDA##

Bolsonaro afirma que não existe sentença transitada em julgado contra Ustra e lembra que deputados têm imunidade parlamentar por seus votos e palavras.

Ustra comandou, entre 1971 e 1974, o DOI-Codi - símbolo dos porões da ditadura, anexado à estrutura do antigo II Exército, em São Paulo. Nos últimos anos, procuradores da República em São Paulo vinham tentando processá-lo por tortura e morte de vários militantes que foram encarcerados nas dependências daquela unidade militar. Há sete anos, Ustra foi declarado torturador pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal pode instaurar, nesta quarta-feira (15), o processo contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O parlamentar é acusado de fazer apologia à tortura ao homenagear o coronel Brilhante Ustra ao declarar seu voto durante a sessão que analisou a abertura do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), no dia 17 de abril. 

A representação contra Bolsonaro é de autoria do PV. Ustra foi o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como torturador no período da ditadura no Brasil. Bolsonaro, no entanto, afirma que não existe sentença transitada em julgado contra o coronel e lembra que deputados têm imunidade parlamentar por seus votos e palavras.

##RECOMENDA##

Na ocasião, Bolsonaro justificou o voto a favor da admissbilidade do processo “pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim."

A aprovação do pedido de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética ampliou o clima de cautela no Palácio do Planalto. Interlocutores do presidente em exercício Michel Temer tentam reforçar o discurso de que o tema pertence ao Legislativo e não ao Executivo, mas admitem que há receio do "poder explosivo" do presidente afastado da Câmara.

Depois da votação, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, esquivou-se de falar sobre o assunto. "Prefiro não comentar. Esse é um assunto da Câmara", disse Geddel. Mais cedo, em agenda no Rio, o próprio Temer declarou que o Executivo não interferiria nos demais Poderes e que, ao assumir interinamente a Presidência, pregou a "reconstitucionalização" do País. "É preciso acabar com o Executivo se meter nas coisas do Legislativo e do Judiciário", afirmou.

##RECOMENDA##

Apesar da tentativa de deixar esse assunto "do outro lado da rua", um aliado de Temer que esteve no Planalto após o resultado demonstrava claramente a sua preocupação com Cunha. "Essa conta vai ser alta. Ele não vai cair sozinho", disse.

Ainda não se tem a exata dimensão de como esse primeiro momento pós aprovação da cassação de Cunha no Conselho de Ética poderá interferir nas votações das medidas econômicas que Temer está encaminhando à Câmara, consideradas "cruciais" para o governo interino.

Proximidade

Apesar da tentativa de Temer se manter "neutro" quanto à situação de Cunha, a relação de todos os peemedebistas com o presidente afastado da Câmara é muito próxima. Embora Temer não esteja se encontrando com Cunha, como acontecia antes, vários interlocutores fizeram esse papel. Geddel, por exemplo, chegou a visitá-lo, dias depois de ele ser afastado pelo Supremo Tribunal Federal e um dia antes da leitura do parecer pela cassação do deputado no Conselho de Ética. Sempre houve solidariedade implícita ao peemedebista e nos bastidores sabe-se que o Planalto, de alguma forma, trabalhou para protegê-lo. "Não há alívio, mas sim lamento", observou um assessor palaciano.

Com o avanço das investigações da Operação Lava Jato e o cerco se fechando contra Cunha também criou-se um temor de que, como vingança, ele possa "sair atirando", atingindo o próprio Temer. No pedido de afastamento de Cunha do mandato e da presidência da Câmara, o ministro do STF Teori Zavascki transcreveu mensagens por celular entre o deputado e o empreiteiro Léo Pinheiro, sócio da construtora OAS. Uma delas fala de um certo "Michel" que teria sido contemplado com R$ 5 milhões pelo empreiteiro. Para os investigadores da Lava Jato, é uma referência a Temer.

No entanto, não há nenhuma investigação contra o presidente em exercício. A assessoria de Temer justifica a citação a uma "doação eleitoral declarada dentro da prestação de contas da candidata Dilma Rousseff, na conta Michel Temer 2014" no valor exato de R$ 5 milhões e na qual não "há nenhuma ilegalidade ou ilícito".

Surpresa

Há relatos de que houve surpresa no Planalto com o posicionamento do deputado Wladimir Costa (SD-PA), que todos consideravam voto certo contra a cassação do peemedebista, e com o voto considerado decisivo da deputada Tia Eron (PRB-BA). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A defesa do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda não possui uma estratégia traçada para reverter a decisão do Conselho de Ética a favor da cassação do peemedebista, desta terça-feira, 14. O advogado de Cunha, Marcelo Nobre, disse que ainda não sabe quando entrará com um recurso na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), pois pretende aguardar a publicação do resultado para definir suas alegações. Ele disse que está avaliando se recorrerá também ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os argumentos, Nobre vai defender que houve condenação sem provas. "Para mim, isso é um linchamento", declarou. As outras alegações, de acordo com ele, são "mais processuais e não tão diretas ao mérito". Ele afirmou ainda que acha "difícil" pedir a impugnação de membros da comissão, como já havia sido defendido. Há algumas semanas, a defesa chegou a pedir o afastamento do relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), por ter mudado para um partido do mesmo bloco de Cunha, e não pretende repetir a iniciativa.

##RECOMENDA##

Nobre considerou que os acusadores não conseguiram reunir provas de que Cunha mentiu à extinta CPI da Petrobras sobre possuir contas no exterior. Questionado se ficou com surpreso com a decisão de hoje, Nobre respondeu que "é óbvio que a defesa espera que os seus argumentos sejam compreendidos pelos julgadores, mas a decisão foi política". "Apesar de ter que seguir processos, ritos e normas, o julgamento não foi jurídico, porque, se fosse, não haveria a condenação, haveria o arquivamento, porque não há prova", argumentou.

Ao ser indagado se a decisão desta terça poderia prejudicar Cunha no Judiciário, o advogado declarou que o resultado de hoje "pode até beneficiar" Cunha. "De repente, lá queriam isso que aconteceu no Conselho de Ética e isso pode modificar o acirramento que tem havido no Judiciário", explicou. Ao ser questionado se Cunha possui ou não contas no exterior, Nobre respondeu apenas que ele não mentiu à CPI da Petrobras, objeto da denúncia. O advogado não é responsável pela defesa de Cunha nos processos do STF.

Principal aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) afirmou nesta terça-feira, 14, que não pedirá mais ao peemedebista que renuncie ao cargo de presidente da Casa para tentar salvar o mandato dele.

"Entendo que essa conversa perdeu a razão de existir", afirmou o aliado do presidente afastado da Câmara. Segundo Marun, ele só iria fazer o pedido caso o colegiado tivesse aprovado uma pena mais branda a Cunha do que a cassação, aprovada hoje por 11 votos a 9.

##RECOMENDA##

Marun classificou a derrota de Cunha no Conselho de Ética como "grave" e "considerável". Na avaliação do deputado de Mato Grosso do Sul, o placar torna difícil o peemedebista conseguir se salvar no plenário, quando a votação será aberta e transmitida em rede nacional.

Carlos Marun afirmou que vai ainda hoje visitar Cunha para conversar sobre os próximos passos. "A única alternativa que nos resta é aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o parecer que prevê mudança no rito de votação do plenário, para tentar reverter lá a cassação."

Numa manobra para ajudar a salvar o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da cassação, o SD trocou um dos dois membros titulares do partido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. A CCJ começou a analisar nesta terça-feira, 14, o parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) que altera o rito de votação em plenário de processos disciplinares contra deputados e que pode beneficiar Cunha.

O SD retirou o deputado Major Olímpio (SP), contrário ao parecer de Lira e favorável à cassação do presidente afastado da Câmara, e substituiu-o pelo deputado Lucas Vergílio (GO), que votará a favor de Cunha. Visivelmente contrariado, Major Olímpio anunciou a saída e afirmou que a decisão de tirá-lo da comissão foi tomada pela direção da legenda, presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, integrante da "tropa de choque" do presidente afastado da Casa.

##RECOMENDA##

A mudança causou reação de alguns parlamentares. "Vossa Excelência precisa da nossa ajuda ou da nossa proteção?", questionou o deputado Esperidião Amin (PP-SC), que já declarou ser favorável à cassação de Cunha. A mudança feita nesta terça-feira pelo SD foi a segunda alteração promovida por siglas aliadas do presidente afastado desde que o parecer de Lira, ligado a ele, foi divulgado na CCJ.

Na semana passada, a liderança do PR transferiu os deputados Jorginho Mello (SC) e Paulo Freire (SP) de vagas titulares para a suplência na CCJ. No lugar de Jorginho Mello e Freire, assumiram a titularidade os deputados Laerte Bessa (DF) e Wellington Roberto (PB). A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), que está de licença-maternidade e era suplente, foi substituída pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA). Bessa, Roberto e Bacelar são membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e integram a tropa de choque de Cunha no colegiado.

Leitura

Lira, relator do parecer pró-Cunha, começou a ler o relatório sobre a consulta na sessão desta terça. No documento, ele recomenda que o plenário da Câmara poderá fazer mudanças na decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e que essas alterações não podem prejudicar o representado.

Recomendou também que, caso a pena votada seja rejeitada pelo plenário, Cunha será absolvido, não podendo ser votada a representação inicial. As regras são consideradas favoráveis ao deputado do PMDB do Rio, pois abrem caminho para que ele se salve da nulidade do mandato. Isso porque pelas normas vigentes hoje na Câmara e que o parecer de Lira tenta mudar, o plenário deve analisar o relatório aprovado pelo conselho, ao qual não cabem emendas.

Caso seja rejeitado, os precedentes indicam que o plenário deve votar a representação inicial contra o deputado do PMDB, que, no caso de Cunha, pede a cassação. Lira só conseguiu começar a ler o documento após opositores de Cunha retirarem a obstrução ao documento. PT, PCdoB, PSDB, DEM, PPS, Rede e PSOL desistiram de obstruir por temor de que a Mesa Diretora da Câmara acuse a CCJ de protelar a votação do parecer e decida, unilateralmente, sobre as questões do rito.

"Preferimos ler hoje, pedir vistas e votar na próxima terça (20), para não dar justificativa à Mesa", afirmou o vice-líder do PCdoB Rubens Pereira Júnior (MA). No Conselho de Ética, Cunha é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar, sob acusação de mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em 2015 de que possui contas secretas no exterior. O processo se arrasta há mais de 225 dias. O parecer que pede a cassação deve ser votado nesta terça.

O DEM formalizou nesta segunda-feira, 13, a substituição do deputado Onyx Lorenzoni (RS) pelo deputado Mandetta (MS) na suplência do Conselho de Ética da Câmara. Onyx, voto contrário ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixou o colegiado devido a uma viagem oficial ao exterior.

O líder da bancada na Casa, Pauderney Avelino (AM), indicou Mandetta por ser um parlamentar contrário ao peemedebista, ou seja, se tiver a chance de votar, terá a mesma postura de Onyx.

##RECOMENDA##

Para que Mandetta participe da votação do parecer que pede a cassação, um titular do bloco partidário precisa faltar à sessão e ele precisa ser o primeiro a ter registrado presença.

Votação

O colegiado se reúne nesta terça-feira, 14, para votar o parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO) que recomenda a perda do mandato de Cunha. A fase de discussão do parecer se encerrou na semana passada. Só líderes partidários terão direito a se inscrever para discursar novamente.

A reunião começará com a fala do relator e manifestação da defesa, cada um tendo direito a 10 minutos. Rogério já adiantou que vai rejeitar os argumentos do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que propôs em voto separado a alteração da punição de Cunha para três meses de suspensão.

Se o parecer de Rogério for aprovado, abre-se um prazo de cinco dias úteis para que o representado recorra à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A CCJ não aprecia o mérito da votação no conselho, somente eventuais falhas procedimentais. Se os recursos forem julgados improcedentes, o parecer contra Cunha seguirá para o plenário.

Caso o parecer de Rogério seja derrotado, é designado um novo relator entre os que votaram contra a proposta de Rogério. Um novo parecer é votado no colegiado, uma vez que a regra obriga que o Conselho de Ética tenha algum parecer votado, seja com a punição mais severa, uma pena mais branda ou o arquivamento da representação.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando