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Apenas o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), o relator do processo contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Marcos Rogério (DEM-RO), e o deputado, Júlio Delgado (PSB-MG) estavam presentes na sala do Conselho de Ética quando foi aberta a sessão marcada para ouvir o advogado suíço Didier de Montmollin. O advogado é a segunda testemunha de defesa no processo contra Cunha, que está afastado do mandato por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Montmollin disse que ainda é advogado de Cunha para qualquer assunto relativo à lei suíça e alegou necessidade de manter questões em confidencialidade em função desse exercício. “O que posso é dar respostas genéricas, que é meu modo de manter o emprego. Posso ser uma testemunha dentro dos limites definidos com meu cliente. Para questões que posso testemunhar, tenho que dizer a verdade completa, mas para questões que estão ligadas à confidencialidade, tenho que respeitar isso”, afirmou. O advogado confirmou que encontrou o cliente no Brasil. “Mas não tenho o direito de dar detalhes quantas vezes, onde e quando eu o encontrei”.

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A primeira testemunha indicada por Cunha, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Reginaldo Oscar de Castro, foi ouvida ontem (11). O colegiado tem até o dia 19 para ouvir o depoimento das pessoas indicadas pelo presidente afastado, o que levou o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, a reduzir de oito para quatro o número de testemunhas indicadas. Cunha também pode ser ouvido, mas Araújo disse que o conselho tentou notificá-lo sobre a possibilidade de um depoimento no dia 18 ou 19, mas o parlamentar não recebeu o documento.

O professor Tadeu de Chiara e o advogado que atua na Suíça, Lúcio Velo, devem ser ouvidas na próxima semana. As testemunhas de acusação já foram ouvidas. Depois desta fase de depoimentos, o relator Marcos Rogério terá até dez dias úteis para apresentar o texto definitivo. O prazo final para a apresentação do parecer termina dia 2 de junho. A partir daí, o documento será discutido e votado.

Cunha responde a processo por quebra de decoro parlamentar e cassação do mandato em função de representação apresentada contra ele pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade. O peemedebista é alvo de processo de cassação sob a acusação de ter mentido à CPI da Petrobras. Em março do ano passado, ele afirmou que não tinha contas no exterior. Posteriormente, documentos do Ministério Público da Suíça apontaram a existência de contas ligadas a ele naquele país.

O advogado confirmou a existência de trust em nome de Cunha como beneficiário. Perguntado sobre o caráter ilegal do dinheiro, ele se limitou a afirmar que se os intermediários financeiros estão cientes de que pode se tratar de objetivo criminoso, não devem aceitar abrir essa conta. "Isso é claro que está contra a lei de qualquer banco. Nos países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] é claro que o intermediário financeiro deveria se recusar a se envolver em sistema de trust como tal".

O deputado federal Arthur Maia (PPS-BA) anunciou nesta segunda-feira, 9, que PPS, Solidariedade, PMDB, PSDB, DEM e PSC vão protocolar ainda hoje representação no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato do presidente interino da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA).

Na interpretação dos partidos, o parlamentar maranhense quebrou o decoro parlamentar ao cometer "abuso de autoridade" com a decisão que anulou a sessão da Câmara que aprovou a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi tomada nesta segunda-feira.

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"A decisão dele foi ilegal e ilegítima, pois confronta a posição de 367 deputados (que votaram a favor do impeachment)", afirmou Maia. Para o deputado baiano, o ato de Maranhão é "algo muito grave". "Ele não pode, buscando motivos pessoal e político, tomar uma decisão dessas", criticou.

O parlamentar afirmou que os presidentes dos seis partidos mencionados já foram contatados e se comprometeram em assinar a representação contra Maranhão. Ele não descarta, porém, que mais legendas possam aderir à representação antes de ela ser protocolada.

O afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara fortaleceu a tendência de cassação de seu mandato. Até o julgamento no Supremo Tribunal Federal, anteontem, o processo por quebra de decoro parlamentar seguia a passos lentos no Conselho de Ética da Casa e os membros do colegiado estavam divididos sobre a punição do peemedebista. A tendência agora é que os trabalhos sejam acelerados e que até meados de junho Cunha seja julgado no plenário.

"Acabou. Depois do 11 a 0, quem vai defendê-lo?", disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), adversário de Cunha, em referência ao resultado da votação dos ministros do Supremo à liminar de Teori Zavascki, que concordou com os argumentos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que o peemedebista usava o cargo para atrapalhar as investigações da Lava Jato e a análise do processo de cassação de seu mandato no Conselho de Ética.

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Ontem, o relator do processo contra Cunha, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), anunciou que pretende antecipar o parecer final, cujo prazo de entrega se encerra em 3 de junho, e apresentá-lo ainda neste mês. Técnicos legislativos foram consultados pelo relator e informaram que o fato de o peemedebista estar afastado do mandato não impede o prosseguimento da representação. O processo disciplinar já é o mais demorado da história do colegiado.

Pelo cronograma do conselho, nos próximos dias serão ouvidas as testemunhas de defesa, o próprio Cunha - que ainda não manifestou interesse em depor - e no dia 19 de maio termina a fase de instrução processual. A partir daí, Rogério terá regimentalmente dez dias úteis para apresentar seu relatório. Se não houver recursos protelatórios, o relator acredita que o processo estará apto para votação em plenário a partir do dia 22 de junho.

A avaliação entre os deputados é de que Cunha está em seu momento político mais frágil e que a tendência é ver reduzido o número de parlamentares que costumavam garantir apoio a ele. "Mas ele continua com um grupo muito fiel", comentou Rogério.

Segundo relatos, parlamentares que tendiam a favorecer Cunha no colegiado, como a deputada Tia Eron (PRB-BA), ou os que passaram a ser dúvida de voto, como Paulo Azi (DEM-BA), já indicaram que vão votar pelo pedido de cassação do peemedebista. Antes do afastamento pelo STF, o cenário no colegiado estava empatado, com chances de reversão do quadro em favor de Cunha.

O tamanho real do grupo fiel ao peemedebista será percebido na próxima semana, durante o depoimento das testemunhas de defesa. Independentemente do resultado da votação no conselho, a palavra final sobre o destino de Cunha será do plenário.

Delações. Ontem, o conselho recebeu o conteúdo das delações premiadas dos executivos Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia. De acordo com as investigações da Operação Lava Jato, a empreiteira teria pago R$ 52 milhões em propina ao peemedebista. Os documentos servirão de base para o relatório do deputado Marcos Rogério.

A cúpula do colegiado vem sendo pressionada por dois lados: dos aliados de Cunha pedindo que o relatório final proponha uma punição mais branda ao deputado afastado e pelo grupo que gostaria de ver o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) fora da presidência da Câmara. O grupo contrário a Maranhão quer acelerar o processo no Conselho de Ética, de forma a cassar Cunha o quanto antes no plenário e assim forçar a realização de novas eleições para o comando da Casa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O processo por quebra de decoro parlamentar contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) continuará tramitando no Conselho de Ética, mesmo após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastá-lo da presidência da Câmara e do mandato. Técnicos da consultoria legislativa da Casa foram consultados pelo relator Marcos Rogério (DEM-RO) e deram o aval para a continuidade dos trabalhos no colegiado.

O relator pretende antecipar o parecer final, cujo prazo de entrega se encerra em 3 de junho, e apresentá-lo ainda neste mês. Pelo cronograma do conselho, nos próximos dias serão ouvidas as testemunhas de defesa, o próprio representado - que ainda não manifestou interesse em depor - e no dia 19 de maio termina a fase de instrução processual. A partir daí, Rogério terá 10 dias úteis para apresentar seu relatório. Se não houver recursos protelatórios, o relator acredita que o processo estará apto para votação em plenário a partir do dia 22 de junho.

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A avaliação entre os deputados é que Cunha está em seu momento político mais frágil e que a tendência é ver reduzido o número de parlamentares que costumavam garantir apoio. "Mas ele continua com um grupo muito fiel a ele", comentou Rogério. Segundo relatos, parlamentares que tendiam a favorecer Cunha no Conselho de Ética, como a deputada Tia Eron (PRB-BA), já sinalizaram que podem votar pelo pedido de cassação do peemedebista. Antes do afastamento pelo STF, o cenário no colegiado estava empatado, com chances de reversão do quadro em favor de Cunha.

Rogério disse não estar preocupado com os votos no conselho, já que o julgamento final de Cunha se dará no plenário. O relator afirmou que não haverá atropelos no processo.

Hoje, chegou ao Conselho o conteúdo das delações premiadas dos executivos Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia. De acordo com as investigações da Operação Lava Jato, a empreiteira teria pago R$ 52 milhões em propina ao peemedebista.

Pressão

A cúpula do colegiado vem sendo pressionada por dois lados: dos aliados de Cunha pedindo que o relatório final proponha uma punição mais branda ao deputado afastado e pelo grupo que gostaria de ver o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) fora da presidência da Câmara. O grupo contrário a Maranhão quer acelerar o processo no Conselho de Ética, de forma a cassar Cunha o quanto antes no plenário e assim forçar a realização de novas eleições para o comando da Casa.

Deputados que consideram Maranhão um político com perfil "fraco" para assumir a presidência da Câmara preparam uma questão de ordem a ser apresentada no plenário. O objetivo é abordar a questão da vacância do cargo de presidente. Também há a possibilidade de fazerem uma consulta à Comissão de Constituição e Justiça com o mesmo tema.

Os adversários de Maranhão ainda discutem qual desfecho se daria mais rápido para afastá-lo da presidência: se uma resposta da CCJ declarando a presidência da Câmara vaga ou a cassação de Cunha.

Membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) lamentou, nesta quinta-feira (5), que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha precisado tomar uma decisão que, segundo ele, já deveria ter sido feita pelo colegiado. O parlamentar se referia à decisão do STF pelo afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), anunciada na manhã de hoje.

Um processo tramita no Conselho de Ética pedindo a cassação do mandato do peemedebista desde o dia 3 de novembro de 2015. A solicitação foi impetrada pelo PSOL e a Rede Sustentabilidade.

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“Lamento que o Conselho não tenha cumprido seu papel, sua obrigação legal, constitucional e regimental quando não deu celeridade ao processo, que era uma expectativa da sociedade. De qualquer forma a decisão veio pelo Supremo e, agora, aguardemos a decisão do plenário hoje à tarde. A pressão surtiu efeito. Vitória para o Brasil”, bradou o tucano.

Betinho Gomes mencionou também que o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP), que assumiu comando da Casa, também é alvo de investigações na Operação Lava Jato. Fato que, na avaliação do tucano, pressionará a Câmara a realizar nova eleição para a presidência.

“Como se trata de uma figura inexpressiva na Câmara, com muitas fragilidades, acredito que a pressão sobre ele será mais forte e, naturalmente, ele não terá a mesma força de Cunha para se sustentar no cargo. Pode haver uma pressão política para que ele renuncie e ocorra nova eleição. Essa é uma etapa que temos de aguardar, mas acredito que a saída deve ser por uma nova eleição”, observou.

Membros do Conselho de Ética cobraram na tarde desta quarta-feira, 4, celeridade na apreciação do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Diante da rapidez com que o Senado vem tratando o processo disciplinar do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), os parlamentares temem que o caso do peemedebista só chegue ao plenário no segundo semestre.

Um dos deputados a apelar para celeridade foi Betinho Gomes (PSDB-PE). Para o tucano, Cunha tenta esticar o processo para concluir seu mandato como presidente da Casa e não ser julgado. "Nós estamos ainda aqui nessa peleja, ouvindo testemunhas para produzir relatório e votar quiçá no primeiro semestre. É um descaso com a opinião pública sem precedentes", reclamou. "Eduardo Cunha termina o semestre como o campeão dos políticos envolvidos na Lava Jato. E lá na Suíça tem processo. Quero ver se ele aceita uma passagem para a Suíça. Se ele for para Suíça será preso, lá ele não é parlamentar", provocou Júlio Delgado (PSB-MG), adversário político de Cunha.

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O vice-presidente do conselho, deputado Sandro Alex (PSD-PR), também pediu que os trabalhos fossem apressados. "A sociedade já não pede, clama urgência na aprovação deste caso", afirmou.

O líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), lembrou que o processo se estende por seis meses sem que haja sequer a votação de um relatório pela cassação e apontou o risco do caso não ser julgado antes de julho, quando acontece o recesso parlamentar. Valente pediu que o colegiado insista no depoimento de Cunha até o dia 19, término da fase de instrução do processo. "Eu só queria que Eduardo Cunha viesse depor para ver se ele tem coragem de repetir as mentiras que repete todos os dias para as câmeras de TV", disse.

O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que se não houver nada que atrapalhe o andamento do processo, colocará o tema para votar até o final deste mês. Ele, no entanto, ressaltou que espera recursos à Comissão de Constituição e Justiça ao final do trâmite no conselho. Só depois da apreciação na CCJ, o caso será levado para a presidência da Casa, a quem caberá pautar um eventual pedido de cassação.

Vídeo

Durante a sessão, Araújo exibiu um vídeo onde tenta desqualificar os autores de representações protocoladas contra ele na semana passada. Assinadas pelo prefeito de Morro do Chapéu (BA), Cleová Barreto (PSD), e pelo presidente da Câmara dos Vereadores da cidade, João Humberto Batista (DEM), os requerimentos acusam Araújo de utilizar-se de uma rádio sob sua concessão para "objetivos eleitoreiros". As representações devem ser encaminhadas para a Corregedoria da Casa.

No vídeo exibido nesta tarde, aparece um homem testemunhando sobre atos que teriam sido praticados por um dos denunciantes de Araújo. Hoje, o presidente do colegiado alegou que exibiu o vídeo para mostrar que os autores de sua representação não têm credibilidade. "Me conforta muito mostrar aos senhores deputados que quem veio fazer denúncia não merece nenhum crédito", afirmou. O temor de Araújo é que se a representação prosperar, ele será automaticamente afastado do Conselho de Ética.

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou na tarde desta quarta-feira, 4, que o processo disciplinar contra o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) terá um desfecho mais rápido que o do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), porque no Senado o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) não interfere no processo. "Aqui é uma coisa, lá o Renan não atrapalha, ele deu celeridade. Lá Delcídio não é presidente", declarou.

O pedido de cassação de Delcídio já foi aprovado pelo Conselho de Ética do Senado e está em fase de análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) daquela Casa. A expectativa é que o processo do ex-petista seja julgado no plenário nos próximos dias.

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O processo contra Cunha já é o mais longo da história do colegiado na Câmara e não tem previsão de ser analisado no plenário. A representação do PSOL e da Rede está em andamento desde novembro do ano passado, mas uma série de manobras regimentais retardaram o andamento do processo, como troca de relator e nova votação da admissibilidade da ação. "É o processo mais longo do conselho, mas nunca nesta Casa foi julgado o presidente da Câmara", lembrou Araújo.

A fase de instrução do processo termina no dia 19 de maio e Araújo pretende convidar Cunha para depor no conselho até esta data. O presidente da Câmara disse que ainda está analisando essa possibilidade.

Nenhuma das quatro testemunhas de defesa arroladas pelo peemedebista havia confirmado presença no colegiado até hoje. Nesta tarde, a defesa de Cunha informou a troca de uma testemunha: de seu advogado Antônio Fernando de Souza pelo advogado Reginaldo Oscar de Castro, que deve vir no dia 11 deste mês. O professor de Direito Tadeu de Chiara, que havia declinado do convite, informou que agora poderá depor. Também são esperados os depoimentos dos advogados suíços Didier de Montmollin e Lúcio Velo.

Ao final do prazo de instrução, o relator Marcos Rogério (DEM-RO) terá 10 dias para apresentar seu parecer final.

Após várias ausências do senador Delcídio Amaral (sem partido - MS), o Conselho de Ética fará nesta terça-feira, 3, uma sessão com pauta expressa. Além do relator, Telmário Mota (PDT-RR), apresentar seu parecer, os senadores votam ainda nesta tarde o relatório que pedirá a cassação do mandato do senador Delcídio.

A primeira parte da sessão será dedicada a leitura da parte descritiva do parecer. O relator apresentará a denúncia e algumas considerações. Em seguida, os advogados do senador terão 30 minutos para fazer sua defesa. Eles já entregaram, na última sexta-feira, 29, as considerações finais sobre o processo.

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Por último, Telmário fará a leitura de seu voto, que é a parte mais extensa do parecer. Apesar de a defesa, nas considerações finais, ter pedido que o processo seja anulado ou que os senadores considerem outra punição ao senador, que não a cassação, Telmário já teria dito a interlocutores que pedirá o fim do mandato do senador. Os parlamentares, inclusive, já receberam com antecedência o relatório.

Finalizada a leitura, os senadores votam o parecer. Como a maior parte dos integrantes do Conselho já expressaram o entendimento pela cassação do senador, provavelmente o processo terá continuidade. Caso aprovado no Conselho de Ética, ele segue para a Comissão de Constituição e Justiça, que terá até cinco sessões para analisar e votar a matéria. Por fim, o processo segue para o plenário do Senado, onde o senador poderá definitivamente ser destituído.

Na madrugada desta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou outro pedido da defesa do senador Delcídio para anular o processo em curso no Conselho de Ética. O ex-petista sustenta que houve precipitação do colegiado ao definir a data, com prejuízo à sua defesa e em desrespeito às normas estabelecidas pelo regimento interno da Casa. O ministro Celso de Mello argumentou que, por jurisprudência, o Supremo não faz revisão judicial de atos emanados dos órgãos de direção das Casas e das Comissões do Congresso Nacional, quando praticados pelas autoridades competentes e apoiados em fundamentos exclusivamente regimentais.

Nas alegações finais apresentadas ao Conselho de Ética do Senado, onde responde a processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) disse que foi "explorado para benefício de terceiros", citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os advogados de Delcídio pedem que o processo contra ele seja anulado e indicam suspeição de senadores que compõem o colegiado.

O julgamento no conselho está previsto para esta terça-feira, 3, mas um adiamento ainda é possível, já que as discussões no Senado têm sido dominadas pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. No documento de 155 páginas, os advogados de Delcídio defendem que não há provas contra o parlamentar.

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"A única frágil base probatória é um documento, além de apócrifo, anônimo", afirma a defesa, em referência à gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em reunião com Delcídio, na qual o senador revelava plano para conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para tirar Cerveró da prisão e enviá-lo para fora do País.

Foi essa gravação que levou Delcídio à prisão em novembro, sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Em fevereiro, a prisão preventiva foi revogada. Ele fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

"Delcídio Amaral foi explorado para benefícios de terceiros: de um lado, de Lula para proteger a família do amigo (o pecuarista José Carlos) Bumlai; de outro lado, de Bernardo Cerveró, que o atraiu por truques cênicos para criar a 'cama de gato' e conseguir o trunfo da sua colaboração do pai", diz a defesa.

O documento pede que seja declarada a suspeição do relator, senador Telmário Mota (PDT-RR), e de todos os integrantes do Conselho que publicamente anteciparam juízos de valor sobre o mérito da causa em julgamento.

O Instituto Lula informou que o ex-presidente já esclareceu, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, que não praticou qualquer ato objetivando interferir na Operação Lava Jato. Mota disse que vai se posicionar de maneira formal na terça-feira. Sobre a suspeição, informou que foi escolhido relator por meio de sorteio e será imparcial. Bernardo Cerveró e José Carlos Bumlai não foram localizados.

Faltas

 

Na semana passada, Delcídio não compareceu à reunião do conselho. Foi a sexta vez que o senador faltou a uma sessão marcada para ouvir seu depoimento. Com isso, o relator resolveu adiantar o processo para que o parecer seja votado já nesta semana.

Caso o Conselho de Ética decida pela cassação, o processo segue para a Comissão de Constituição e Justiça. Lá, os senadores terão até cinco sessões para avaliar e votar a matéria. Por último, o processo segue para o plenário do Senado, onde Delcídio pode ter o mandato definitivamente cassado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nas alegações finais apresentadas ao Conselho de Ética do Senado, onde responde a processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) disse que foi "explorado para benefício de terceiros", citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os advogados pedem que o processo seja anulado e indicam suspeição de senadores que compõem o colegiado.

O julgamento no conselho está previsto para esta terça-feira (3), mas um adiamento é possível, já que as discussões no Senado têm sido dominadas pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. No documento de 155 páginas, os advogados defendem que não há provas contra o parlamentar.

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"A única frágil base probatória é um documento, além de apócrifo, anônimo", afirma a defesa, em referência à gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em reunião com Delcídio, na qual o senador revelava plano para conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para tirar Cerveró da prisão e enviá-lo para fora do País.

Foi essa gravação que levou Delcídio à prisão em novembro do ano passado, sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Em fevereiro, a prisão preventiva foi revogada.

"Delcídio Amaral foi explorado para benefícios de terceiros: de um lado, de Lula para proteger a família do amigo Bumlai; de outro lado, de Bernardo Cerveró, que o atraiu por truques cênicos para criar a "cama de gato" e conseguir o trunfo da sua colaboração do pai", diz a defesa.

O documento pede que seja declarada a suspeição do relator senador Telmário Mota (PDT-RR)e de todos os integrantes do Conselho que publicamente anteciparam juízos de valor sobre o mérito da causa em julgamento.

O Instituto Lula informou que o ex-presidente já esclareceu, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, que não praticou qualquer ato objetivando interferir na Operação Lava Jato. O senador Telmário Mota disse que vai se posicionar de maneira formal na terça-feira. Sobre a suspeição, informou que foi escolhido relator por meio de sorteio e será imparcial. Bernardo Cerveró e José Carlos Bumlai não foram localizados.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar por meio da qual o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) pretendia suspender o processo de cassação do seu mandato em curso no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. A decisão monocrática foi tomada no Mandado de Segurança 34155. As informações foram divulgadas no site do Supremo.

Delcídio foi preso no dia 25 de novembro de 2015 sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. Ele teria articulado um plano para a fuga do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró - o próprio filho de Cerveró gravou conversa com o senador em que ele se compromete a financiar a saída do ex-diretor da Petrobras do País. Delcídio tinha medo da delação de Cerveró.

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Em fevereiro, o Supremo mandou soltar Delcídio, que foi denunciado criminalmente pela Procuradoria-Geral da República.

Além da ação penal na Corte, o senador é alvo do processo de cassação no Senado.

O ministro Celso de Mello não identificou, em análise preliminar, a ocorrência de ofensa ao direito de defesa, como alega a defesa do senador. O ministro afirmou que não estão presentes no caso os dois requisitos para a concessão de liminar: a existência de plausibilidade jurídica (fumus boni juris) e a possibilidade de lesão irreparável ou de difícil reparação (periculum in mora).

Delcídio argumenta que o Conselho de Ética não assegurou a ele o contraditório e a ampla defesa, garantias previstas no artigo 5º, inciso LV, da Constituição.

Segundo o parlamentar, o colegiado decidiu dispensar o depoimento de testemunhas convocadas sem provocação das partes com "o propósito de frustrar a produção de prova requerida pela defesa".

O senador aponta ainda cerceamento de defesa em razão do indeferimento do pedido para que o Conselho solicitasse ao Supremo o repasse de todas provas constantes do Inquérito 4170, especialmente a mídia com a gravação autenticada do diálogo entre ele, Diogo Ferreira, Edson Ribeiro e Bernardo Cerveró.

De acordo com o ministro Celso de Mello, não houve indicação de rol de testemunhas, porque o partido que formulou a representação contra o parlamentar não o fez e, por sua vez, Delcídio deixou de fazê-lo no momento procedimentalmente adequado - quando ofereceu a sua defesa prévia.

Além disso, o conselho revogou decisão anterior que ordenara a inquirição ex officio de determinadas testemunhas.

Com relação à recusa do Conselho quanto ao pedido, junto ao STF, de cópia integral dos autos do inquérito 4170, o ministro afastou, em análise preliminar, a alegação de cerceamento de defesa, uma vez que o indeferimento ocorreu de forma devidamente fundamentada.

"A questionada recusa constituiu objeto de longa e extensa discussão no âmbito do órgão parlamentar", anotou o decano da Corte.

Celso de Mello destacou ainda que o procedimento se encontra na fase final da instrução probatória, e que deverá ocorrer agora o depoimento de Delcídio.

Dessa forma, explicou, foi assegurado pelo Conselho a realização do interrogatório do senador como ato final da instrução. "O interrogatório, ainda que qualificável como fonte de prova, em face dos elementos de informação que dele emergem, constitui inquestionável meio de concretização do direito de defesa do réu ou, como na espécie, do representado", afirmou o ministro, citando precedentes do Tribunal nesse sentido.

O relator explicou que o conselho ofereceu três opções ao senador para sua manifestação: depoimento presencial, por videoconferência, em local de sua escolha, e por escrito. Celso de Mello ressaltou que deve sempre ser respeitado o direito de o parlamentar permanecer em silêncio.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer colocar em votação nesta quarta-feira, 27, um projeto de resolução que muda a condição de voto dos suplentes nas comissões permanentes na Casa, incluindo o Conselho de Ética. Adversários do peemedebista apontam na proposta mais uma tentativa de livrá-lo do processo em curso que pode levar à sua cassação.

Atualmente, em caso de ausência do membro titular, vota no colegiado o suplente do bloco partidário que registrar presença primeiro. Considera-se bloco partidário o que foi formado no início da legislatura. Pelo projeto defendido por Cunha, passa a valer o voto do suplente que for do mesmo partido.

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O projeto de resolução, que inicialmente visava redefinir a distribuição do comando das comissões a partir do número atualizado de partidos com representação na Câmara, propõe mudanças no Regimento Interno da Casa. É nesse ponto que as lideranças partidárias contrárias a Cunha apontam uma tentativa de manobra para interferir na votação do Conselho de Ética. Uma emenda da Rede pedia que a nova regra não valesse para colegiados já em funcionamento, como o conselho, mas a proposta foi ignorada.

"Essa questão é tão grave que levou à renúncia de titulares do Conselho de Ética por ausência em votações decisivas no caso de Eduardo Cunha. O que vai se votar tem relação direta com a denúncia contra o presidente da Casa e é por isso que isso está sendo votado", denunciou nessa terça em plenário o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ).

O voto do suplente do bloco partidário já foi motivo de controvérsia na Casa. Recentemente, na comissão especial do impeachment, um parlamentar do PMDB faltou à votação e quem votou em seu lugar foi o primeiro que registrou presença na abertura da sessão, para protesto dos peemedebistas. No Conselho de Ética, o então titular Vinícius Gurgel (PR-AP) faltou à votação do parecer preliminar contra Cunha e, para impedir que um suplente do PT votasse em seu lugar, renunciou de última hora à titularidade e pediu que seu líder assumisse a vaga, de forma a garantir voto favorável ao peemedebista.

Na noite de terça, o presidente da Câmara argumentou que hoje os partidos não exercem sua representação nas comissões e que, aprovada a resolução, a regra valerá para todas as comissões, incluindo o Conselho de Ética. "Vale para a Casa inteira. Por que você vai discriminar? É para acabar justamente com essa gincana de marcar presença primeiro", disse.

O lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, confirmou pagamentos ao então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta terça-feira, 26, durante depoimento ao Conselho de Ética da Câmara. O lobista também explicou de que maneira recebeu a ajuda do presidente da Casa para cobrar uma dívida de R$ 10 milhões do lobista Júlio Camargo em troca de doações eleitorais, a partir de 2010. No acordo, inicialmente de 20% e que subiu para 50%, Cunha pressionaria Júlio por meio da comissão de fiscalização sobre contratos de empresas que Júlio representava junto à Petrobras.

Segundo Baiano, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, teria informado que Júlio estava preocupado com a ameaça. Ele então propôs um acordo para pagar a dívida. A parte de Cunha seria de R$ 4 milhões e foi entregue em espécie por Baiano no escritório dele no Rio de Janeiro. Questionado pelo advogado de Cunha, Marcelo Nobre, o lobista disse que nunca fez pagamentos ao peemedebista no exterior. Ele disse ainda que não entregou dinheiro diretamente ao deputado, e sim a pessoas ligadas a ele, como um funcionário chamado Altair.

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Nobre reclamou que as perguntas dos membros do Conselho não têm nada a ver com o "objeto da causa", que é ligado ao fato de Cunha ter mentido ou não sobre possuir contas no exterior durante a CPI da Petrobras. "Não tem como existir imputação neste momento de algo que foi suprimido", declarou o advogado de defesa. Baiano disse que só soube de transferência internacionais de Júlio Camargo e do doleiro Alberto Youssef ao presidente da Câmara através da imprensa, mas que não fez repasses para Cunha em 2013 e 2014.

O lobista disse que conheceu Cunha durante um café da manhã em um hotel, em 2009, através de um conhecido. O peemedebista teria pedido a Baiano, em 2010, para verificar com as empresas que ele trabalhava se poderiam fazer doações para a sua campanha. Como as empresas representadas por Baiano disseram que não poderiam contribuir, o lobista teria proposto a Cunha que o ajudasse a cobrar a dívida de Camargo.

Baiano contou que possuía uma boa relação com Cunha e que eles nunca usaram o termo "propina" nas negociações, mas reconheceu que as quantias eram ilegais. "O deputado Eduardo Cunha sempre foi muito cordial comigo, sempre foi muita educado, não teve nenhuma reação abrupta, ameaça, nada disso", contou. Ele confirmou que esteve na casa do deputado cerca de 20 vezes, geralmente aos finais de semana quando estava no Rio de Janeiro, e que também esteve no escritório de Cunha, em reuniões a sós.

Mesmo após um apelo da defesa para conceder outra chance para o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) se apresentar pessoalmente ao Conselho de Ética do Senado, ele não compareceu à reunião na tarde desta terça-feira, 26. Sem esconder a chateação, os senadores decidiram correr com o processo e devem votar o parecer do relator já na próxima terça-feira, 3, no Conselho de Ética.

"Está encerrada a primeira fase do processo. Eu vou adiantar o meu relatório, vou apresentar na próxima semana e, em seguida, os senadores já poderão votar", disse o relator do processo, Telmário Mota (PDT-RR).

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Foi a sexta vez que o senador Delcídio faltou a uma reunião do Conselho de Ética marcada para ouvir seu depoimento. Apresentando licenças médicas, a defesa conseguiu travar o processo por um mês. Desta vez, os senadores decidiram por finalizar o período chamado de "instrução probatória" e seguir para a apresentação do relatório final.

O único senador que pediu mais prazo para que Delcídio comparecesse ao Conselho foi o tucano Aloysio Nunes (PSDB-SP). Na última semana, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que os tucanos negociavam com Delcídio sua vinda ao Senado para minimizar as citações feitas a Aécio Neves (PSDB-MG) em delação premiada. A estratégia era limpar a imagem do senador mineiro e aproveitar para Delcídio fazer mais acusações contra a presidente Dilma Rousseff às vésperas da votação do impeachment. Aloysio foi voto vencido e até a apresentação do parecer do relator, Delcídio não poderá mais comparecer ao Conselho ou se manifestar pessoalmente.

Nesta nova fase, a defesa do senador terá até a próxima sexta-feira, 29, para apresentar, por escrito, as considerações finais. A partir daí, o relator tem até 10 dias úteis para apresentar o seu relatório. Mas ele adiantou que não usará o prazo e que apresentará o relatório já na próxima reunião.

"Há material suficiente para analisar o caso do senador Delcídio. O relatório não avalia o mérito, nem se houve crime. Vamos analisar se, naquela situação da gravação, houve quebra de decoro parlamentar. Para isso, já temos o suficiente", argumentou. Após a apresentação do relatório, a defesa terá 30 minutos para analisar o documento e se manifestar. Em seguida, a votação pelos senadores já pode ser realizada.

O relator acredita que Delcídio tem usado de medidas protelatórias para atrasar seu julgamento. "Toda vez que o senador Delcídio era convidado a fazer suas oitivas, ele apresentava um atestado, deixava de vir e no dia seguinte dava uma entrevista a um canal de TV, rádio ou revista", criticou.

Tramitação

A votação no Conselho de Ética não é a última fase do processo de Delcídio no Senado. Caso o relator apresente parecer favorável à cassação e tenha o apoio dos demais senadores do conselho, o processo segue para a Comissão de Constituição e Justiça. Lá, os senadores terão até cinco sessões para avaliar e votar a matéria. Por último, o processo segue para o plenário do Senado, onde Delcídio pode ter o mandato definitivamente cassado.

Enquanto isso, Delcídio não está impedido de exercer suas funções como senador. Ele pode retornar ao senado, participar das sessões. Ele, inclusive, pode votar na instauração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que está prevista para ser realizada no plenário do Senado em 11 de maio. Delcídio já manifestou voto favorável ao afastamento para o Placar do Impeachment do Estadão.

O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, fala neste momento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados sobre a sua relação com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Baiano é uma das principais testemunhas de acusação do processo por quebra de decoro parlamentar contra Cunha. Ele confirmou que possuía um acordo com Cunha para cobrar uma dívida do lobista Júlio Camargo.

No início da oitiva, o deputado Manoel Junior (PMDB-PB), aliado de Cunha, solicitou que o relator Marcos Rogério (DEM-RO) questionasse o depoente apenas sobre temas que fizessem parte da denúncia, que investiga se Cunha mentiu ou não sobre possuir contas no exterior. "Acho ineficaz estarmos tratando de assuntos que não estão afeitos ao que vamos julgar", comentou. A primeira pergunta de Rogério foi sobre a compra de navios sonda da Petrobras.

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"Não cabe ao relator escolher as provas que chegam ao processo. Se tais informações serão usadas no relatório final isso será objeto de análise", rebateu o relator do processo, que seguiu com os questionamentos. Baiano respondeu que atuou como intermediário junto a diretoria internacional da Petrobras. O lobista disse que, nessa época, em 2009, conheceu Cunha durante um café da manhã em um hotel, através de um conhecido.

O peemedebista teria pedido a Baiano, em 2010, para verificar com as empresas que ele trabalhava se poderiam fazer doações para a sua campanha. Questionado sobre a reação de Cunha, Baiano afirmou que tinha uma boa relação com o parlamentar. "O deputado Eduardo Cunha sempre foi muito cordial comigo, sempre foi muita educado, não teve nenhuma reação abrupta, ameaça, nada disso", contou.

Como as empresas representadas por Baiano disseram que não poderiam contribuir, o lobista teria proposto a Cunha que o ajudasse a cobrar uma dívida de R$ 10 milhões de Júlio Camargo. Com o acordo, uma parte da quantia iria para Cunha. Ele confirmou que esteve na casa do deputado algumas vezes, geralmente aos finais de semana quando estava no Rio de Janeiro, e que também esteve no escritório de Cunha, em reuniões a sós.

A organização internacional Avaaz entregou nesta terça-feira, 26, ao Conselho de Ética da Câmara um documento simbólico com 1,3 milhão de assinaturas pedindo a cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ato foi marcado por uma confusão entre o deputado Laerte Bessa (PR-DF), membros do colegiado, como Alessandro Molon (Rede-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ), representantes da entidade e manifestantes.

Bessa afirmou que os cartazes contra o presidente da Casa demonstravam falta de respeito com a presidência da Casa e tentou retirá-los. O deputado Julio Delgado (PSB-MG) ajudou a apaziguar os ânimos. Em seguida, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), pediu para que as manifestações fossem encerradas antes de abrir oficialmente a sessão, que ouviria o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

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A campanha virtual da Avaaz começou em 22 de outubro e chegou ao final de 2015 com 230 mil assinaturas pedindo a cassação do mandato parlamentar do peemedebista. Logo após a sessão de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, houve um aumento significativo de apoios, chegando a 1,2 milhão de assinaturas em quatro dias. Neste momento, o site registra mais de 1,3 milhão de apoios.

Coordenador da instituição, Diego Casaes acredita que a exposição de Cunha durante todo o processo de votação da admissibilidade do impeachment chamou a atenção do eleitorado, que se deu conta da morosidade da ação disciplinar contra o peemedebista. Ele reconheceu que a campanha não tem valor jurídico, mas de mobilização social. "São pessoas por trás da assinatura e que têm direito a voto", afirmou.

A campanha já atingiu uma das maiores mobilizações virtuais do País, ficando atrás de uma ação contra a redução da velocidade de internet fixa, que arregimentou 1,6 milhão de assinaturas. Mesmo com a entrega simbólica do abaixo-assinado, a campanha continuará aberta para adesões de internautas. Como a meta agora é reunir 2 milhões de apoios à cassação de Cunha, a mobilização pode se tornar uma das maiores do mundo.

Passado o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, deputados voltam nesta terça-feira, 26, o foco ao processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética. O processo - que completou nesta segunda 90 dias úteis sem um desfecho - volta a andar nesta tarde com o depoimento do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Delator de Cunha nas investigações da Operação Lava Jato, Baiano cumpre prisão domiciliar desde meados de novembro passado e vem a Brasília acompanhado do advogado. A viagem foi custeada de última hora pela Câmara. O início do depoimento está marcado para as 14h.

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Apontado como operador de propinas do PMDB no esquema de corrupção que se instalou na Petrobras, Baiano fez delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal em setembro. Em seus depoimentos, ele citou o peemedebista como beneficiário do esquema de propina na estatal e revelou encontros na casa de Cunha para cobrar propina atrasada.

O lobista foi preso em dezembro de 2014 e condenado pelo juiz Sérgio Moro a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da Área Internacional da Petrobras, ocupada na época por Nestor Cerveró - também preso e condenado na Lava Jato.

Veio de um depoimento do lobista Julio Camargo, um dos delatores da Lava Jato, a informação de que Baiano havia revelado que estava sendo pressionado por Cunha para pagamento de propina. Os valores teriam saído de compras de navios-sonda. Segundo relato de Júlio Camargo, o peemedebista exigia US$ 5 milhões.

Na Câmara, Cunha é alvo de representação do PSOL e da Rede por ter supostamente mentido à CPI da Petrobras. Em depoimento voluntário no ano passado, o peemedebista negou que tivesse contas ocultas no exterior. O Banco Central e a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmam que o deputado tinha contas não declaradas fora do País. A expectativa dos conselheiros nesta terça é que Baiano confirme que os valores encontrados na Suíça eram fruto do esquema de corrupção na Petrobras, o que reforçaria o pedido de cassação do mandato parlamentar de Cunha.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negou na noite desta segunda-feira (25) o pedido do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) para suspender a tramitação do processo de cassação do seu mandato no Conselho de Ética do Senado.

A defesa do ex-líder do governo alegava que o senador estava sofrendo cerceamento de defesa e que o processo deveria ter sido suspenso porque ele estava de licença médica. Na prática, a ação tinha também como objetivo impedir o depoimento de Delcídio no colegiado. A oitiva está agendada para esta terça-feira (26).

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"Por não vislumbrar, ao menos em sede de sumária cognição, a ocorrência de ofensa ao direito de defesa do ora impetrante, indefiro o pedido de medida cautelar", diz a decisão do ministro.

No texto, Celso de Mello argumenta ainda que os integrantes da comissão ofereceram três opções para colher o depoimento de Delcídio, que poderia ir pessoalmente ao Senado, falar por videoconferência ou enviar um documento escrito.

Também nesta segunda, o presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), negou o pedido dos advogados de Delcídio para que o depoimento fosse adiado. João Alberto ressaltou que se o senador não comparecer será a quarta vez que ele deixará de ir ao colegiado apresentar sua versão.

Delcídio é acusado de quebra de decoro parlamentar por envolvimento no esquema de desvios da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. Ele foi preso em novembro do ano passado e cumpre prisão domiciliar desde fevereiro, após fechar acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados retoma, nesta terça-feira (26), a análise do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O colegiado ouvirá um dos delatores da Lava Jato, Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano. Ele é uma das testemunhas indicadas pelo PSOL e a Rede Sustentabilidade, autores do requerimento que pede a cassação do mandato do peemedebista por ocultar, em depoimento na CPI da Petrobras, a posse de contas bancárias na Suíça. 

Em depoimento a Justiça Federal, Baiano afirmou ter transferido mais de US$ 1 milhão em propinas para contas de Cunha no exterior. Ele é considerado, pela acusação, uma “peça chave” para o desfecho do processo que está tramitando no Conselho há mais de 170 dias. 

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A passos lentos, o requerimento contra Eduardo Cunha foi protocolado no dia 13 de outubro de 2015 e instaurado em 3 de novembro. O desfecho do processo deveria ter sido concretizado em no mínimo 90 dias úteis, segundo o Código de Ética da Casa – o que seria na última sexta-feira (22). Não há um prazo máximo para a conclusão e depois da admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), sob a liderança de Cunha, a expectativa é de que os aliados aos peemedebistas criem uma espécie de "força-tarefa" para que ele seja absolvido.

Foco

Na última terça-feira (19), o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) resolveu limitar a investigação no Conselho de Ética. Na decisão, o progressista determina que o foco da apuração do colegiado se detenha apenas a suspeita de que Cunha mantinha, sob sigilo, contas bancárias na Suíça e teria negado durante depoimento na CPI da Petrobras. A postura impede que o possível recebimento de propina seja incluído nas apurações.  

O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), declarou que, se preciso, vai arcar os custos da passagem do lobista Fernando Soares. Conhecido como Baiano, ele é uma das testemunhas de acusação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Araújo diz que o pedido para a compra de passagens aéreas foi feito no dia 14 de abril, mas que não recebeu resposta da presidência.

Como Cunha é parte no processo, o vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA), aliado do peemedebista, é responsável por responder o pedido. Caso não haja retorno até meio dia da véspera do depoimento, agendada para a próxima terça-feira, 26, Araújo afirma que pagará pelo transporte do convidado, a fim de manter a oitiva. Na semana passada, alguns parlamentares cogitaram fazer uma "vaquinha" para trazer Baiano.

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Ontem, o presidente da Câmara declarou que o Conselho da Câmara não tem o hábito de pagar passagens de pessoas que são convidadas a depor em comissões e que ele mesmo financiará as passagens dos convidados da defesa. Para Cunha, testemunhas da Operação Lava Jato, como Baiano, "não têm nada a ver com o objeto da representação" e pagar pelo seu transporte seria "desperdiçar dinheiro público para fazer holofote".

Segundo o relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), Baiano teria participado de negociações envolvendo a remessa de recursos para o parlamentar. Em delação premiada, o lobista disse no ano passado que Cunha pediu propina em forma de doação eleitoral para o PMDB. O presidente da Câmara é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro. No Conselho, ele é acusado de ter mentido na CPI da Petrobras sobre possuir contas no exterior.

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