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Um dia após dar prosseguimento ao processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de Ética voltou a se reunir nesta quarta-feira, 2, para analisar a ação disciplinar contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). Um pedido de vista do deputado Ricardo Izar (PSD-SP) impediu a votação do parecer do deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS).

O relator apresentou um parecer prévio contra a admissibilidade da ação proposta pelo PSD. "Reputar como incompatíveis com o decoro parlamentar as atitudes do deputado Jean Wyllys inviabilizaria o exercício independente do mandato representativo, bem como provocaria o esvaziamento do instituto da imunidade parlamentar", diz o parecer do tucano. O pedido de vista é válido por dois dias úteis, portanto o caso deve voltar à análise do colegiado na próxima terça-feira, 8.

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Marchezan argumentou que as palavras de um parlamentar não podem ser censuradas e que é preciso ter parcimônia na decisão de punir um deputado por palavras proferidas na Casa. "É um desaforo censurar um parlamentar", respondeu o relator aos parlamentares que defenderam a punição de Wyllys.

O PSD encaminhou o pedido de abertura de processo disciplinar contra Wyllys após uma discussão em plenário. Na sessão plenária do dia 28 de outubro do ano passado, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) alegou que o colega do PSOL o teria ofendido, acusando-o de roubar dinheiro público.

Rodrigues e Wyllys trocaram acusações no plenário após o deputado do PSD subir na tribuna para defender o projeto que muda o Estatuto do Desarmamento.

"A sua vida pregressa eu não conheço. A sua experiência política eu sei. Tenho sete mandatos, fui três vezes prefeito. E tive a honra de ser o segundo deputado mais votado na história de Santa Catarina. Posso até ser criticado, mas vindo do senhor é elogio. Um parlamentar que defende perdão para drogas, que defende que adolescente pode trocar de sexo, mesmo sem autorização dos pais. Isso não é deputado, é a escória deste País, mas ocupa lugar como deputado", disse Rodrigues, que alegou ter se retratado em plenário e retirado suas palavras por achar o tom ofensivo.

Na sequência da discussão, Wyllys lembrou que o parlamentar do PSD foi flagrado assistindo a um filme pornográfico no plenário. "Homens decentes não assistem a vídeo pornô em plena sessão plenária. Homens decentes não são condenados por improbidade administrativa por roubar dinheiro público, como o deputado foi. Portanto, quem não tem moral para representar o povo brasileiro é ladrão. Eu vou dizer uma coisa: qualquer programa de televisão é mais decente do quem rouba dinheiro do povo na sua administração pública. Qualquer programa de televisão é mais decente que deputado em vez de honrar o voto e o dinheiro público fica usando a sessão plenária para assistir filme pornô", disse Wyllys, para emendar: "Resta saber se seu vídeo pornô era hétero ou homossexual".

O senador Telmário Mota (PDT) foi sorteado, na tarde desta quarta-feira, 2, o relator do processo contra Delcídio Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado. O senador é o atual vice-líder do governo, cargo que já ocupava quando Delcídio era o líder na Casa. Ele também foi um dos 13 senadores que votaram contra a manutenção da prisão do petista em novembro do ano passado.

Telmário negou que o cargo de vice-líder do governo possa interferir em sua atuação como relator. "O nosso trabalho de líderes é em prol do SenOado, não tínhamos cumplicidade de atos ou relações", afirmou. Quando questionado sobre sua relação com o senador Delcídio, ele respondeu apenas que mantinham uma relação de "respeito".

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Ele também negou que o fato de ter votado pelo fim da prisão de Delcídio tenha relação com o julgamento que será feito agora no Conselho de Ética. "Eu entendi que a prisão dele não foi feita dentro da legalidade, porque, na época, nem investigado ele estava sendo. Agora é uma outra situação. O julgamento aqui não é do crime, mas se esse procedimento feriu o decoro", afirmou.

Telmário defendeu a agilidade do processo e discordou que o Senado precise esperar encaminhamentos do Supremo Tribunal Federal (STF). Como mostrou o jornal O Estado de S.Paulo, este entendimento foi dado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na semana passada e se espalhou entre membros do Conselho. "Essa é opinião do presidente, a gente respeita. Mas a Casa vai andar, nós vamos dar uma resposta", defendeu Telmário.

O advogado de Delcídio, Gilson Dipp, também informou que o objetivo da defesa não era pedir o adiamento do processo. "Os argumentos foram colocados alegando que ele não pode ser cassado. Mas nós não queremos esperar, não pedimos nenhuma suspensão do processo. Queremos que seja julgado", afirmou.

Reviravolta na relatoria

O sorteio de Telmário aconteceu após o terceiro entendimento do colegiado sobre quem estaria apto a ser relator do processo. Depois de nova discussão, os senadores voltaram atrás e anunciaram que não participariam do sorteio os senadores do partido de Delcídio (PT) e dos partidos que assinaram ou apoiaram a representação contra ele (PPS, Rede e DEM), mas retiraram a limitação a blocos partidários. Desta forma, estariam aptos a ser relatores os senadores do PDT, PMDB, PSD, PSDB, PSB e PTB.

Apesar disso, os senadores do PSDB, PMDB e PSD se recusaram a participar do sorteio. Assim, apenas Telmário, Lasier Martins (PDT-RS) e João Capiberibe (PSB-AP) tiveram os nomes colocados na urna. O presidente do Conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA) negou que os senadores estivessem constrangidos em participar da relatoria e alegou que a decisão foi aceita por consenso.

Ainda no ano passado, o senador de oposição Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) havia sido sorteado relator. Ele foi impugnado após o pedido da defesa de Delcídio ser acatado pelos membros do Conselho. A defesa alegava que, pelo fato de o PSDB ter apoiado a representação contra Delcídio, integrantes do partido não deveriam concorrer à relatoria. O colegiado extrapolou o pedido da defesa e estendeu a restrição aos partidos que assinaram ou apoiaram a representação contra Delcídio, impedindo que senadores de oposição fossem relatores do caso.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados decidiu, no início da madrugada desta quarta-feira (2), dar continuidade ao processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB). A aprovação aconteceu após uma série de discussões acaloradas sobre o relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) e protestos dos parlamentares da oposição questionando a morosidade na apreciação do relatório. 

O parecer preliminar foi aprovado por 11 votos a 10, com o voto de desempate do presidente do colegiado, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA). 

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A admissibilidade da representação em que o PSOL e a Rede Sustentabilidade pedem a cassação de Cunha ocorreu depois que o relator concordou em retirar de seu parecer a denúncia sobre o suposto recebimento de vantagens indevidas por parte de Cunha, o que caracterizaria crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O assunto ainda será alvo de análise do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta.

Marcos Rogério alterou seu parecer a pedido do deputado Paulo Azi (DEM-BA), para quem o recebimento de vantagens indevidas, se comprovado, teria ocorrido antes do atual mandato de Cunha e, portanto, não deveria ser alvo de análise do Conselho de Ética. Marcos Rogério disse divergir sobre a avaliação de Azi, mas "diante de processo tão longo, penoso, desgastante e constrangedor", acatou a sugestão.

Com a alteração, o processo no conselho vai se basear apenas na denúncia de que Cunha teria mentido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras sobre a existência de contas no exterior, o que também pode levar à perda do mandato. 

A próxima fase do processo será a de instrução, na qual serão analisadas possíveis provas das denúncias.

Defesa de Cunha

A partir desta quarta, com a admissibilidade aprovada no Conselho de Ética, Cunha terá dez dias úteis para apresentar sua defesa. O advogado do parlamentar, Marcelo Nobre, voltou a reclamar, durante a reunião desta madrugada, de supostos erros na condução do processo, como a não permissão de defesa prévia em fase de admissibilidade, falta de respostas a dúvidas (questões de ordem) levantadas por deputados aliados de Cunha, além de falta de provas contra o presidente da Câmara.

"Essas acusações precisam ser provadas através do devido processo legal, que acontecerá no Supremo Tribunal Federal, se o Supremo receber a denúncia contra o meu cliente. Como prosseguir com um processo natimorto? Quem diz que delação não é prova são os ministros do Supremo Tribunal Federal", disse o advogado.

*Com informações da Agência Câmara

Para aprovar o relatório que pedia a continuidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o relator Marcos Rogério (PDT-RO) teve de aceitar mudanças em seu parecer prévio.

A pedido do deputado Paulo Azi (DEM-BA), que poderia mudar sua posição e votar à favor de Cunha, Rogério aceitou retirar o trecho de relatório que citava a possibilidade de perda de mandato por recebimento de vantagens indevidas e manteve apenas o trecho que mencionava a omissão de informações relevantes aos parlamentares.

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O relator disse que a mudança não enfraquece a ação, uma vez que o trecho retirado poderá voltar ao relatório final se forem anexadas novas provas contra o peemedebista no decorrer do processo. Assim, a parte retirada poderá voltar ao texto no momento de julgar a cassação do mandato. "Não vejo prejuízo ao processo. Havendo circunstâncias novas, mudanças podem haver também", disse Rogério.

A votação do parecer ocorre quase 5 meses após o protocolo da representação. A partir da notificação, Cunha terá 10 dias úteis para apresentar a defesa. A fase de instrução deve durar até 45 dias úteis e a apresentação do relatório final mais 10 dias úteis. "Acho que acaba no primeiro semestre, mas nesta Casa tudo pode acontecer", comentou o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA).

Os membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados encerraram, nesta terça-feira (1º), a discussão do parecer prévio do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que recomenda a continuidade do processo disciplinar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A representação, impetrada pelo PSOL e a Rede Sustentabilidade, pede a cassação do mandato do peemedebista.

A reunião do colegiado iniciou com pedidos dos deputados aliados a Cunha para protelar o andamento dos trabalhos. Eles cobravam respostas para questões de ordem que sugeriram o impedimento do presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), na condução do processo. O afastamento de Araújo foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a Eduardo Cunha.

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O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) chegou a apresentar um requerimento para inverter a pauta. No pedido, o peemedebista solicitava que o colegiado apreciasse primeiro o processo contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e deixasse a votação sobre o caso Cunha em segundo plano. O pedido foi rejeitado em votação nominal por 12 votos a quatro.

Durante a discussão, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) observou que já se passaram 54 dias úteis sem que o conselho conseguisse concluir a admissibilidade do processo. Já o deputado Wladimir Costa (SD-PA) reclamou do que chamou de “satanização dos deputados que supostamente votam favoravelmente a Cunha”.

Agora o próximo passo é a votação do parecer. O relator e a defesa também devem fazer novos pronunciamentos antes do início do processo de votação.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se reúne, nesta terça-feira (1º), às 14h, para retomar a discussão sobre o parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo que pede a cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).

A discussão será retomada um dia antes do Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a denúncia contra o parlamentar no âmbito da Operação Lava Jato. Cunha é acusado de receber US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras. Caso o Supremo acate a denúncia, o presidente da Câmara passará de investigado a réu. 

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Nessa segunda (29), o peemedebista pediu que o STF adiasse o julgamento. A defesa de Cunha pediu ao ministro relator do processo, Teori Zavascki, a reabertura do prazo para resposta sobre a denúncia feita em agosto do ano passado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O advogado Marcelo Nobre, que representa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no processo disciplinar no Conselho de Ética, informou aos conselheiros na tarde desta terça-feira, 23, que entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a análise do impedimento do presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA).

Como adiantou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na quinta-feira passada (18), essa é mais uma das estratégias da defesa de Cunha para questionar o andamento do processo por quebra de decoro parlamentar.

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Na sessão do colegiado desta tarde, Nobre explicou que o objetivo do mandado de segurança é suspender o andamento do processo até que o Conselho responda questões de ordem formuladas por aliados de Cunha sobre a suspeição de Araújo.

"Como a questão não é decidida, o mandato de segurança tem esse objetivo", explicou Nobre. Na prática, o que os aliados do peemedebista buscam é o afastamento do presidente do colegiado.

O Conselho se reúne nesta tarde para discutir o parecer prévio do relator Marcos Rogério (PDT-RO) pedindo a continuidade da ação disciplinar. Aliado de Cunha, o deputado Wellington Roberto (PR-PB) apresentou um voto em separado no qual diz que o relatório de Rogério antecipa a punição de Cunha e precipita o processo.

Roberto defendeu que o colegiado não tem condições de fazer investigação no lugar do Judiciário e citou o processo contra o ex-deputado professor Luizinho (PT-SP), que escapou da cassação em plenário. "Foi uma injustiça típica e um atropelo político", afirmou.

Durante a discussão sobre se Wellington Roberto poderia prosseguir lendo seu relatório paralelo como vice-líder da bancada, o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) causou desconforto entre os colegas ao dizer que "é uma suruba isso aqui". Minutos depois, o parlamentar se desculpou e disse que não quis falar no sentido literal e sim no sentido político.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na tarde desta terça-feira, 23, que já era esperado que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negasse liminar (decisão provisória) num mandado de segurança que pedia a anulação de decisão do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), que retarda o andamento do processo que pode culminar com a cassação do peemedebista.

O mandado de segurança foi apresentado pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA). "A decisão, pelo que vi, é uma decisão absolutamente esperada. É uma peça de ficção o que ele (Araújo) colocou ali", afirmou Cunha.

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Com a decisão da ministra, o despacho de Maranhão fica mantido até que o caso seja analisado pela 1ª Turma do Supremo. No fim do ano passado, o vice-presidente da Casa decidiu anular a aprovação do Conselho de Ética pela continuidade do processo contra Cunha.

Maranhão acolheu um recurso do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) que questionava decisão do plenário do Conselho de Ética que negou a parlamentares aliados de Cunha pedido de vista dos autos da investigação.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados voltou a se reunir nesta terça-feira, 23, para debater o relatório prévio do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que pede o prosseguimento da ação disciplinar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os aliados do peemedebista, representado em processo por quebra de decoro parlamentar, começaram os trabalhos manobrando para ganhar tempo.

Parceiro de Cunha, o deputado Wellington Roberto (PR-PB) - o mesmo que pediu vista do parecer prévio lido na semana passada e adiou a discussão - pediu que a ata da reunião passada fosse lida. Em seguida, a "tropa de choque" de Cunha cobrou respostas para questões de ordem formuladas na sessão passada.

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O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), protestou durante a sessão contra a substituição do deputado Sérgio Brito (PSD-BA) pelo suplente João Carlos Bacelar (PR-BA). Araújo reclamou que o líder da bancada, Rogério Rosso (DF), não o ouviu ao conceder a vaga de titular a um deputado de outro partido. "Tem coisas que passam por debaixo da ponte que a gente não sabe", insinuou.

Bacelar é aliado de Cunha no colegiado e já vinha substituindo Brito nas últimas reuniões. Assim, a entrada do novo membro não deve alterar significativamente o quadro em favor do peemedebista.

Os conselheiros retomaram as discussões do parecer sob o impacto das primeiras notícias de que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu um mandado de segurança do colegiado. O recurso contestava a decisão do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que deu provimento a um recurso do peemedebista Carlos Marun (MS) e anulou a votação anterior do parecer prévio de Rogério. Com a decisão exigindo que o Conselho concedesse vista processual a quem solicitasse, o colegiado foi obrigado a voltar à fase da discussão da admissibilidade da ação disciplinar contra Cunha.

O objetivo do recurso do Conselho, assinado pelo advogado Cezar Britto, era mostrar que o ato de Maranhão, aliado do presidente da Câmara, era ilegal porque Marun não fez a questão de ordem ao colegiado. No recurso, o argumento era que Maranhão teria se equivocado ao acolher o pedido de Marun sem ouvir a defesa de Araújo.

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), deve deixar o PSD e se filiar ao PR nas próximas semanas. De acordo com Araújo, o PR o convidou para ingressar partido, oferecendo em troca o comando da legenda na Bahia, hoje presidida pelo deputado federal João Carlos Bacelar. A negociação já está em andamento.

Araújo aproveitará a janela de 30 dias para troca partidária sem risco de cassação de mandato por infidelidade partidária. O período começou a contar na última quinta-feira, 18 de fevereiro, após promulgação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nesse sentido pelo presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

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Ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente do Conselho de Ética contou que foi convidado para o PR na semana passada pelo presidente nacional da sigla, Alfredo Nascimento. Araújo disse que, inicialmente, não estava disposto a mudar de partido, mas mudou de opinião nesta terça-feira, após a troca de integrantes titulares feita pelo líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), no conselho.

Como líder do bloco formado pelo PSD, PR e PROS, Rosso indicou nesta terça o suplente João Carlos Bacelar (PR-BA) para a vaga de titular no conselho aberta com a renúncia de Sérgio Brito (PSD-BA), que está doente. Tanto Bacelar quanto Brito são aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no colegiado.

"Eu disse que só iria se o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o (senador) Otto Alencar (PSB-BA) me dessem o aval. No começo, o Otto me pediu para não ir. Mas depois do que aconteceu hoje no Conselho de Ética, falei com eles e autorizaram", afirmou Araújo. "Agora estou disposto a ir para o PR", emendou. Segundo o deputado, a mudança deve ser fechada ainda nesta semana.

Mais cedo, durante a sessão do conselho, Araújo afirmou que o líder do PSD na Câmara foi "grosseiro" e não foi ético com ele, ao não comunicar previamente a decisão de mudar Bacelar por Brito. "Perdeu meu respeito. Acho uma decisão errada, não podia fazer o que fez. Ele deve ter seus interesses. Alguma coisa deve ter acontecido, até agora ele não tinha se envolvido, e agora tomou partido", afirmou.

O Broadcast Político entrou em contato com o presidente do PR, deputado Alfredo Nascimento. Por meio de sua assessoria de imprensa, ele informou que a negociação para a filiação de José Carlos Araújo ainda está em andamento. Atualmente, o partido comanda o Ministério dos Transportes, com Antônio Carlos Rodrigues.

A semana será movimenta para o Conselho de Ética do Senado. Isto porque, na quarta-feira (24), o presidente do Conselho, João Alberto de Souza (PMDB-MA) solicitou uma reunião para tratar da possível saída do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) da relatoria do processo que corre na Casa contra Delcídio do Amaral (PT-MS). 

A reunião foi um pedido da defesa do petista sob a alegação de que Ataídes não poderia ser responsável por julgar o mérito. Os advogados alegam que o tucano pertence a uma legenda que assinou o requerimento pela abertura do pedido de cassação do petista. 

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Em sua defesa, Ataídes disse não se sentir impedido de proferir o parecer. No entanto, João Alberto, já adiantou que a tomada de decisão sobre o caso será dos integrantes do Conselho. 

“Na segunda-feira, eu pretendo conversar com os senadores do conselho. Mas, por mim, encaminharei (o caso) ao plenário do Conselho de Ética para decidir sobre o assunto”, declarou João Alberto, em entrevista a Rádio Senado.

Se a decisão dos integrantes do Conselho for pela troca do relator do caso, o período para análise da defesa prévia já apresentada pelos advogados do senador petista será reiniciado. 

Segundo o presidente do Conselho de Ética, a saída de Delcídio da prisão nesta sexta-feira (19), em nada modifica o processo no conselho. 

 

Com informações da Rádio Senado

 

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Senador Delcídio é libertado e poderá retomar mandato


Advogados da representação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) protocolaram na tarde desta quinta-feira, dia 18, a defesa prévia ao processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado, que pode levar à cassação de seu mandato. A defesa argumenta irregularidade em sua prisão preventiva e direito à presunção de inocência.

Como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo, a defesa critica o que chama de "intromissão" do Supremo Tribunal Federal e defende a independência dos Poderes e a autonomia do Senado.

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A defesa é baseada em cinco argumentos que alegam inconstitucionalidade da prisão preventiva do senador, ilegalidade da prova produzida, suposta irregularidade praticada fora do exercício de mandato e presunção de inocência, além de relativizar a menção aos nomes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O processo por quebra de decoro parlamentar de Delcídio argumenta a incoerência e ineditismo de se ter um senador preso, o que justificaria, segundo alegação, que seu mandato fosse cassado.

A principal argumentação da defesa do senador, entretanto, defende que ele não deveria estar preso pela ausência de flagrante, única situação em que deputados e senadores podem ser detidos, de acordo com a Constituição Federal. "Se não há situação de flagrância, resta inviabilizada a decretação da prisão do senador", diz o documento.

Outro argumento contrário à cassação de Delcídio, com o qual os advogados finalizam a defesa, é o de que o senador ainda não foi condenado e, caso absolvido das acusações, a cassação seria um dano "irreparável" a sua pessoa.

"Pior cenário para o Senado não haverá, se o senador comprovar futuramente sua inocência perante o Supremo, colocando, assim, em xeque a reputação e a credibilidade dos julgamentos no âmbito do Congresso Nacional", assinam os advogados Gilson Dipp, Luís Henrique Machado e Raul Amaral Júnior.

Além da defesa, os advogados também protocolaram outro documento, que pede o afastamento do relator do caso, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), por pertencer ao bloco de oposição que entrou com a representação contra Delcídio.

O Código de Ética do Senado, entretanto, prevê que não pode ser relator do processo o senador que pertencer ao partido do representado ou do representante, mas não menciona blocos partidários. A representação foi assinada pela Rede e PPS e levou como anexo uma carta de apoio assinada por líderes de DEM e PSDB.

O Conselho de Ética da Câmara marcou para a tarde de terça-feira (23) da próxima semana a retomada das discussões e votação do parecer preliminar do relator deputado Marcos Rogério (PDT-RO) no processo contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. O adiamento da discussão ocorreu em função do pedido de vista coletivo do parecer. Na reunião dessa quarta-feira (17) do conselho, o relator apresentou um novo parecer onde acolheu pontos do aditamento apresentado pelo PSOL à representação para abertura de processo de cassação de Cunha. O parecer de Rogério é pela continuidade do processo contra o presidente da Câmara.

O relator informou que não acolheu o aditamento apresentado pela deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) por que entende que ela não tem legitimidade para apresentar adendo à representação no conselho. Em relação ao adendo do PSOL, o relator acatou por considerar o documento apto por se tratar de um partido político que é também o autor da representação que está em análise no colegiado.  No aditamento, o PSOL pede para investigar entre outras coisas “indícios acerca da existência de cinco novas contas em diferentes países de titularidade do representado [Cunha]”, conforme o parecer.

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Durante a reunião, o advogado da defesa Marcelo Nobre insistiu por diversas vezes para ter direito de defesa prévia, por dez dias, para só a partir dai ser apresentado o parecer preliminar pelo relator. Marco Rogério rebateu os argumentos do advogado ao afirmar que na fase preliminar do processo não tem a manifestação formal da defesa. Marcelo Nobre voltou a afirmar que o processo apresenta várias ilegalidades contra Cunha e que não havia condições de ele apresentar os argumentos da defesa contra um parecer que já está pronto e foi apresentado.

Aliados de Cunha no Conselho de Ética criticaram a decisão do presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), de entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a autonomia e independência do conselho e para questionar a decisão do 1º vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que acatou recurso do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) e determinou a retomada do início do processo contra Cunha.

Araújo disse que pediu ajuda à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para a elaboração do mandado de segurança e que ele deverá apresentá-lo amanhã ao STF. Aliados de Cunha também criticaram o posicionamento da OAB que apresentou ontem (16) ao conselho documento defendendo o afastamento de Cunha da Presidência da Câmara durante a tramitação do processo contra ele.

Outra critica feita na reunião de hoje foi a substituição de membros titulares do Conselho de Ética por outros deputados. Ontem a deputada Josi Araújo (PTB-AP) entrou no lugar do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e hoje foi a vez do deputado Wladimir Costa (SD/PA) substituir no colegiado o deputado Paulo Pereira da Silva (SD/SP).

A defesa prévia do senador Delcídio Amaral (PT-MS) ao Conselho de Ética do Senado critica a "intromissão" do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao decoro parlamentar, defende a independência dos Poderes e pede que o colegiado "resgate sua autonomia", corrigindo uma "injustiça" contra o petista. Em manifestação que será entregue nesta quinta-feira (18) os advogados afirmam que o senador não feriu a ética nem o decoro no exercício do mandato e que a representação apresentada pelos partidos Rede e PPS apenas copia denúncia da Procuradoria-Geral da República.

Delcídio foi detido em 25 de novembro, quando ainda era líder do governo Dilma no Senado, sob acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A prisão ocorreu por ordem do ministro do STF Teori Zavascki e foi referendada pelo plenário do Senado no mesmo dia.

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"O Senado mandou homologar o flagrante, mas não decretar prisão preventiva nem dizer se o crime era inafiançável", afirmou à reportagem o jurista Gilson Dipp, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que coordena a defesa de Delcídio no Conselho de Ética. "E o Supremo não pode aferir o conteúdo da decisão do Senado no processo administrativo de ética." Para Dipp, o processo penal a que responde o senador não tem qualquer relação com o exercício do mandato parlamentar.

"As acusações de conduta ofensiva a ética só podem ser fundadas em pretensas condutas criminosas se e quando essas condutas estiverem suficientemente descritas, evidenciadas e amparadas por indícios claros, certos e objetivos e que deveriam estar claramente provados no momento correspondente ao cabo do processo legítimo", diz um dos trechos da manifestação que será protocolada nesta quinta-feira. "A atividade parlamentar não pode estar dissociada das venturas e desventuras da política nacional".

O Conselho de Ética tem poder para recomendar a cassação do mandato do senador, como pedem a Rede e o PPS, com apoio do PSDB e do DEM.

O inferno de Delcídio começou depois que o filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, gravou uma conversa com o então líder do governo no Senado na qual ele prometia conversar com ministros do Supremo para libertar o antigo amigo, que ameaçava fazer acordo de delação premiada. Na gravação, Delcídio chegou a sugerir um plano de fuga para Cerveró e uma mesada de R$ 50 mil mensais para a família.

"O propósito desta gravação ilícita e ilegal foi produzir prova contra o senador e isso está se discutindo perante o Supremo, onde ele está se defendendo", argumentou Dipp. Ao Conselho de Ética, a defesa prévia de Delcídio observa que, "sem que esses fatos sejam adequadamente esclarecidos por outra modalidade de prova (...), devem se situar com severa cautela, sob pena de adiantar juízos depreciativos".

Afastamento do relator

Além dessa manifestação, os advogados de Delcídio ingressarão nesta quinta-feira com uma petição solicitando a mudança do relator do caso no Conselho de Ética, senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO). O argumento é que Oliveira integra o bloco de oposição e, além disso, o PSDB e o DEM apoiam a representação contra Delcídio. "Não é nada pessoal contra o senador Ataídes, mas falta aí isenção", ponderou Dipp. Ataídes, por sua vez, afirmou não haver qualquer impedimento para exercer a relatoria.

Na prática, se o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), acatar o pedido, poderá haver sorteio para escolha de novo relator.

Em outra frente, no recurso que os advogados Maurício Silva Leite, Luiz Henrique Alves, Patrícia Rios de Oliveira e Raul Amaral Junior impetraram no Supremo para pedir a revogação da prisão provisória de Delcídio, no início deste mês, a alegação da defesa é que a atual situação do senador prejudica o julgamento político do Conselho de Ética. "(...) Deve-se, no mínimo, impedir que o senador seja julgado perante o Senado Federal de forma constrangedora, completamente estereotipada, com prejuízo inevitável ao direito de defesa e à imparcialidade", afirmam os advogados no agravo regimental.

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta terça-feira, 16, para garantir novos prazos de defesa no processo disciplinar que corre no Conselho de Ética.

A defesa de Cunha tenta garantir prazo de dez dias para defesa após a indicação de novo relatório e evitar um aditamento proposto pelo PSOL e pela Rede. Os dois partidos apresentaram um aditamento no processo por quebra de decoro no qual acrescentaram informações da delação premiada do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

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Em depoimento, Baiano, tido como um operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, disse que frequentou a casa do peemedebista. O advogado Marcelo Nobre, responsável pela defesa de Cunha no Conselho de Ética, alega que o colegiado não pode aceitar o aditamento proposto pelos partidos e, se aceitar, deve garantir novo prazo para defesa.

No mandado de segurança, a defesa de Cunha reforça os argumentos de que há cerceamento de defesa e questiona o trâmite do processo no Conselho de Ética. As informações sobre o mandado de segurança foram confirmadas pela assessoria da defesa de Cunha.

O caso foi distribuído para relatoria do ministro Luís Roberto Barroso no STF. O relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) não será apreciado ainda nesta terça-feira. O parlamentar pede a continuidade do processo disciplinar, mas solicitou mais tempo para analisar o aditamento proposto por PSOL e Rede.

O vice-presidente do Conselho de Ética, Sandro Alex (PPS-PR), anunciou que o relatório que pede a continuidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), só será lido amanhã, 17. Os membros do colegiado acabam de ser informados que Cunha recorreu ao STF por mais prazos em seu processo por quebra de decoro parlamentar.

"Isso é escárnio, é uma vergonha, é a desmoralização da Câmara dos Deputados. É sem-vergonhice política", protestou o líder do PSOL, Ivan Valente (SP). O parlamentar concluiu que o recurso concedido pelo vice-presidente da Casa, Valdir Maranhão (PP-MA), em favor de Cunha mostra que Maranhão é "lacaio" de Cunha.

O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), concluiu na tarde desta terça-feira, 16, que a troca de titulares do PTB no colegiado se deve à pressão envolvendo o processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "O Conselho de Ética foi feito para não sofrer interferência partidária, mas, pelo que estou vendo, a pressão está sendo tão grande que os partidos estão interferindo indiretamente", comentou.

Nesta terça, a deputada Jozi Araújo (PTB-AP) foi indicada pela bancada de seu partido na Câmara para substituir Nilton Capixaba (PTB-RO) como membro titular no Conselho de Ética. Um dia após a divulgação de que substituiria Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) no colegiado, Capixaba renunciou à vaga alegando que não dispunha de tempo para participar das reuniões.

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Capixaba tinha sido indicado para o Conselho de Ética por Jovair Arantes, após Faria de Sá renunciar à vaga de titular, em troca da promessa de ser indicado por Arantes para a presidência da Comissão de Seguridade Social da Casa. A manobra visava a beneficiar o presidente da Câmara, que é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no colegiado. José Carlos Araújo confirmou que Faria de Sá renunciou à titularidade atendendo a um apelo de Jovair Arantes.

Cunha nega a manobra e diz não interferir nas indicações de Jovair, seu aliado de primeira hora. "Qualquer coisa que acontece no conselho vira manobra. Eu sei lá o que o PTB fez ou deixou de fazer. Eu tenho lá a ver com o que o PTB faz ou que os outros partidos fazem. Quantas pessoas já saíram e voltaram do conselho nesse período?", afirmou Cunha no início da tarde desta terça.

Único pernambucano que integra o Conselho de Ética na Câmara Federal, o deputado Betinho Gomes afirmou, nesta terça-feira (16), que o PSDB pretende recorrer ao plenário do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) à representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não seja admitido pelo colegiado. 

O parecer, que propõe a continuidade das investigações contra Cunha, chegou a ser aprovado no final do ano passado por 11 votos a 9. No entanto, o vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), anulou a votação ao aceitar recurso do deputado Carlos Marun (PMDB-MS).

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“Caso o parecer favorável não seja admitido, a bancada do PSDB recorrerá ao plenário para que seja levado a voto”, adiantou o tucano. “Esse é um tema tão escandaloso, que tem incomodado a opinião pública, mas parece que parte dos deputados não está sintonizada com as reclamações da população e com um padrão diferente de política. Faz vista grossa ou atenua suas posições para defender o presidente da Câmara”, acrescentou. 

Com decisão do primeiro vice-presidente da Câmara de anular a votação que determinou a continuidade do processo, o Conselho retoma os trabalhos nesta terça a partir da discussão do parecer do deputado Marcos Rogério. A expectativa é de que deputados aliados de Cunha peçam vista do parecer e, mais uma vez, adiem os trabalhos do colegiado. 

“Hoje retomamos o processo da estaca zero e, naturalmente, isso será mais desgastante para a Câmara. Nós que defendemos a abertura do processo contra Eduardo Cunha vamos persistir até que ele avance”, observou Gomes.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rechaçou nesta terça-feira (16) que esteja manobrando em parceria com o PTB para se favorecer no Conselho de Ética da Casa, onde é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar. Segundo ele, a manobra está sendo realizada pelo PMDB do Rio de Janeiro, que está nomeando deputados titulares do PTB e PSD para abrir vagas para suplentes do PMDB e, assim, favorecer a reeleição de Leonardo Picciani (RJ) para líder do PMDB na Câmara.

"Qualquer coisa que acontece no conselho vira manobra. Eu sei lá o que o PTB fez ou deixou de fazer. Eu tenho lá a ver com o que o PTB faz ou que os outros partidos fazem. Quantas pessoas já saíram e voltaram do conselho nesse período?", afirmou Cunha quando saia para o almoço no início desta tarde. A declaração foi uma resposta ao questionamento se tinha articulado a saída do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que já tinha declarado voto contrário a ele no colegiado, da vaga titular do Conselho de Ética.

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"Manobra está sendo feita na tentativa de liderança do PMDB, que está trazendo titular, mas não para sair suplente do PMDB e sim para nomear deputados provisoriamente de outros partidos para crescer a bancada. Isso aí é que é a manobra", afirmou Cunha. Segundo ele, Picciani e a cúpula do PMDB do Rio articularam a nomeação dos deputados Alexandre Serfiots (PSD-RJ) e Deley (PTB-RJ) para vagas nas administrações estadual e municipal do Rio deixadas por Pedro Paulo e Marco Antônio Cabral, ambos do PMDB.

Pedro Paulo e Cabral se licenciaram nesta semana dos cargos de secretário e voltaram aos mandatos de deputados para apoiar a recondução de Picciani. A eleição ocorre nesta quarta-feira, 17. Com a nomeação de Serfiots e Deley para essas vagas dos peemedebistas cariocas, o presidente da Câmara, que apoia Hugo Motta (PMDB-PB) na disputa pela liderança de seu partido, lembrou que os suplentes que entrarão nas vagas deles são do PMDB e deverão apoiar Picciani.

Um dia após ser noticiado que foi indicado para integrar o Conselho de Ética no lugar de Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), o deputado Nilton Capixaba (RO) renunciou à vaga de titular do colegiado nesta terça-feira (16). Oficialmente, o parlamentar alegou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não dispõe de tempo suficiente" para participar das reuniões do conselho. O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), ainda não indicou o substituto.

Capixaba tinha sido indicado para o Conselho de Ética por Jovair Arantes, após Faria de Sá renunciar à vaga de titular, em troca da promessa de ser indicado por Arantes para a presidência da comissão de Seguridade Social da Casa. A manobra visava beneficiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no colegiado, pois Faria de Sá foi um dos 11 deputados que declararam voto a favor da continuidade do processo contra o peemedebista, enquanto a expectativa era de que Nilton Capixaba seguisse orientação do líder do PTB e votasse a favor do presidente da Câmara no caso.

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Capixaba afirmou, por meio de sua assessoria, que não teria como participar das reuniões do Conselho de Ética, pois é presidente estadual do PTB de Rondônia e, por isso, precisa estar no Estado todas as quintas e sextas-feiras. "Seria muito dispendioso para ele, que tem um perfil muito municipalista", afirmaram assessores do parlamentar ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.

A assessoria de Capixaba negou que o fato de ele já ter sido alvo de processo no Conselho de Ética em 2006, devido a suposto envolvimento no escândalo da máfia dos sanguessugas, tenha motivado a decisão de renunciar ao posto no Conselho de Ética.

Na tarde de hoje, o Conselho de Ética voltará a se reunir. O presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo, deverá formalizar a concessão de vista feita por aliados de Eduardo Cunha. Araújo foi obrigado a conceder o pedido de vista após o vice-presidente da Câmara, Valdir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha, atender a recurso apresentado pela "tropa de choque" do peemedebista, e anular a votação do parecer preliminar que pedia a cassação de Cunha.

Com a saída de Capixaba, qualquer um dos nove suplentes do bloco liderado pelo PMDB que registrar presença primeiro na reunião desta tarde poderá votar. Entre os 9, apenas Onyx Lorenzoni (DEM-RS) já declarou oposição a Cunha no processo.

O Conselho de Ética da Câmara reúne-se nesta terça-feira (16), a partir das 14h30, para retomar as discussões em torno do parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) à representação contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. O parecer, que propõe a continuidade das investigações contra Cunha, chegou a ser aprovado no final do ano passado por 11 votos a 9.  No entanto, o vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), anulou a votação ao aceitar recurso do deputado Carlos Marun (PMDB-MS).

Com a anulação da votação, o conselho terá que retomar os trabalhos a partir da discussão do parecer do relator, deputado Marcos Rogério. Assim, deputados aliados de Cunha devem pedir vista do parecer e, mais uma vez, adiar os trabalhos do colegiado. O presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), já apresentou questão de ordem no Plenário da Casa contra a decisão de Maranhão.

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Com a volta da discussão do parecer do relator, pelo menos uma das cadeiras do conselho será ocupada por um novo representante. Isso, porque o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), substituiu no colegiado o deputado Arnaldo Farai de Sá (SP), que havia votado contra Cunha, pelo deputado Milton Capixaba (PTB-RO), que é aliado do presidente da Câmara. Se prevalecerem as posições dos integrantes do Conselho de Ética, o placar em uma nova votação deverá ser empate ou até mesmo uma vitória de Cunha.

Se os aliados de Eduardo Cunha rejeitarem o parecer do relator, a representação feita pelo PSOL e pela Rede para abertura de processo de cassação de Cunha será arquivada. Se o parecer for aprovado será aberto o processo de investigação contra Cunha. Então, ele será notificado, terá prazo para apresentação de defesa, indicação de testemunhas e o processo terá seguimento.

Mas há também um recurso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de aliados de Cunha para que o processo retorne à estaca zero. O recurso na CCJ ainda terá que ser apreciado.

Além da reunião, o presidente do conselho convocou os deputados para nova reunião na quarta-feira (17) para continuar as discussões em torno da representação contra Eduardo Cunha.

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