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A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou as penas do ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró e do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, condenados na Operação Lava Jato.

Os dois são delatores do esquema de corrupção instalado na Petrobras e foram sentenciados pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, de Curitiba.

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Cerveró foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e teve a pena aumentada de 12 anos, 3 meses e 10 dias para 27 anos e 4 meses de reclusão. Fernando Baiano foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e teve a pena aumentada de 16 anos, 1 mês e 10 dias para 26 anos de reclusão. O TRF4 julgou o caso nesta quarta-feira, 30. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 1.

Nestor Cerveró e Fernando Baiano foram condenados em ação penal relacionada à contratação pela Petrobras da Samsung Heavy Industries para o fornecimento dos navios-sonda para perfuração de águas profundas Petrobras 1000 e Vitória 10.000.

Segundo a investigação, houve oferecimento de vantagem indevida de US$ 40 milhões pela empresa Samsung Heavy à diretoria da Área Internacional da Petrobras, ocupada por Cerveró, com intermediação de Fernando Baiano.

O relator, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, que foi acompanhado por maioria pela turma, deu provimento ao recurso do Ministério Público Federal e aumentou a pena dos réus com base na culpabilidade e na aplicação do concurso material.

A culpabilidade leva em conta as características dos réus, como alta escolaridade, boas condições financeiras, capacidade de compreender o caráter ilícito da própria conduta e ampla possibilidade de comportar-se em conformidade com o Direito.

Já o concurso material deixa de considerar crimes da mesma natureza como um só e passa a somá-los.

Também foi réu nesse processo o representante da Samsung Heavy Industries, Júlio Gerin de Almeida Camargo, mas ele não apresentou recurso de apelação criminal, tendo o Ministério Público Federal (MPF) também desistido de recorrer.

Cerveró e Fernando Baiano também tiveram mantida a condenação a reparar o dano causado ao erário de forma solidária correspondente à propina recebida e terão que devolver à Petrobras R$ 54.517.205,85, descontados os valores dos bens já confiscados. O valor deverá ser corrigido monetariamente até o pagamento.

Os réus deverão começar a cumprir pena após a confirmação da sentença em segundo grau, assim que decorridos os prazos para a interposição de recursos de efeito suspensivo, ou após o julgamento destes, nos termos da colaboração premiada.

O lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, confirmou pagamentos ao então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta terça-feira, 26, durante depoimento ao Conselho de Ética da Câmara. O lobista também explicou de que maneira recebeu a ajuda do presidente da Casa para cobrar uma dívida de R$ 10 milhões do lobista Júlio Camargo em troca de doações eleitorais, a partir de 2010. No acordo, inicialmente de 20% e que subiu para 50%, Cunha pressionaria Júlio por meio da comissão de fiscalização sobre contratos de empresas que Júlio representava junto à Petrobras.

Segundo Baiano, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, teria informado que Júlio estava preocupado com a ameaça. Ele então propôs um acordo para pagar a dívida. A parte de Cunha seria de R$ 4 milhões e foi entregue em espécie por Baiano no escritório dele no Rio de Janeiro. Questionado pelo advogado de Cunha, Marcelo Nobre, o lobista disse que nunca fez pagamentos ao peemedebista no exterior. Ele disse ainda que não entregou dinheiro diretamente ao deputado, e sim a pessoas ligadas a ele, como um funcionário chamado Altair.

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Nobre reclamou que as perguntas dos membros do Conselho não têm nada a ver com o "objeto da causa", que é ligado ao fato de Cunha ter mentido ou não sobre possuir contas no exterior durante a CPI da Petrobras. "Não tem como existir imputação neste momento de algo que foi suprimido", declarou o advogado de defesa. Baiano disse que só soube de transferência internacionais de Júlio Camargo e do doleiro Alberto Youssef ao presidente da Câmara através da imprensa, mas que não fez repasses para Cunha em 2013 e 2014.

O lobista disse que conheceu Cunha durante um café da manhã em um hotel, em 2009, através de um conhecido. O peemedebista teria pedido a Baiano, em 2010, para verificar com as empresas que ele trabalhava se poderiam fazer doações para a sua campanha. Como as empresas representadas por Baiano disseram que não poderiam contribuir, o lobista teria proposto a Cunha que o ajudasse a cobrar a dívida de Camargo.

Baiano contou que possuía uma boa relação com Cunha e que eles nunca usaram o termo "propina" nas negociações, mas reconheceu que as quantias eram ilegais. "O deputado Eduardo Cunha sempre foi muito cordial comigo, sempre foi muita educado, não teve nenhuma reação abrupta, ameaça, nada disso", contou. Ele confirmou que esteve na casa do deputado cerca de 20 vezes, geralmente aos finais de semana quando estava no Rio de Janeiro, e que também esteve no escritório de Cunha, em reuniões a sós.

O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, fala neste momento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados sobre a sua relação com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Baiano é uma das principais testemunhas de acusação do processo por quebra de decoro parlamentar contra Cunha. Ele confirmou que possuía um acordo com Cunha para cobrar uma dívida do lobista Júlio Camargo.

No início da oitiva, o deputado Manoel Junior (PMDB-PB), aliado de Cunha, solicitou que o relator Marcos Rogério (DEM-RO) questionasse o depoente apenas sobre temas que fizessem parte da denúncia, que investiga se Cunha mentiu ou não sobre possuir contas no exterior. "Acho ineficaz estarmos tratando de assuntos que não estão afeitos ao que vamos julgar", comentou. A primeira pergunta de Rogério foi sobre a compra de navios sonda da Petrobras.

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"Não cabe ao relator escolher as provas que chegam ao processo. Se tais informações serão usadas no relatório final isso será objeto de análise", rebateu o relator do processo, que seguiu com os questionamentos. Baiano respondeu que atuou como intermediário junto a diretoria internacional da Petrobras. O lobista disse que, nessa época, em 2009, conheceu Cunha durante um café da manhã em um hotel, através de um conhecido.

O peemedebista teria pedido a Baiano, em 2010, para verificar com as empresas que ele trabalhava se poderiam fazer doações para a sua campanha. Questionado sobre a reação de Cunha, Baiano afirmou que tinha uma boa relação com o parlamentar. "O deputado Eduardo Cunha sempre foi muito cordial comigo, sempre foi muita educado, não teve nenhuma reação abrupta, ameaça, nada disso", contou.

Como as empresas representadas por Baiano disseram que não poderiam contribuir, o lobista teria proposto a Cunha que o ajudasse a cobrar uma dívida de R$ 10 milhões de Júlio Camargo. Com o acordo, uma parte da quantia iria para Cunha. Ele confirmou que esteve na casa do deputado algumas vezes, geralmente aos finais de semana quando estava no Rio de Janeiro, e que também esteve no escritório de Cunha, em reuniões a sós.

Passado o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, deputados voltam nesta terça-feira, 26, o foco ao processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética. O processo - que completou nesta segunda 90 dias úteis sem um desfecho - volta a andar nesta tarde com o depoimento do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Delator de Cunha nas investigações da Operação Lava Jato, Baiano cumpre prisão domiciliar desde meados de novembro passado e vem a Brasília acompanhado do advogado. A viagem foi custeada de última hora pela Câmara. O início do depoimento está marcado para as 14h.

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Apontado como operador de propinas do PMDB no esquema de corrupção que se instalou na Petrobras, Baiano fez delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal em setembro. Em seus depoimentos, ele citou o peemedebista como beneficiário do esquema de propina na estatal e revelou encontros na casa de Cunha para cobrar propina atrasada.

O lobista foi preso em dezembro de 2014 e condenado pelo juiz Sérgio Moro a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da Área Internacional da Petrobras, ocupada na época por Nestor Cerveró - também preso e condenado na Lava Jato.

Veio de um depoimento do lobista Julio Camargo, um dos delatores da Lava Jato, a informação de que Baiano havia revelado que estava sendo pressionado por Cunha para pagamento de propina. Os valores teriam saído de compras de navios-sonda. Segundo relato de Júlio Camargo, o peemedebista exigia US$ 5 milhões.

Na Câmara, Cunha é alvo de representação do PSOL e da Rede por ter supostamente mentido à CPI da Petrobras. Em depoimento voluntário no ano passado, o peemedebista negou que tivesse contas ocultas no exterior. O Banco Central e a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmam que o deputado tinha contas não declaradas fora do País. A expectativa dos conselheiros nesta terça é que Baiano confirme que os valores encontrados na Suíça eram fruto do esquema de corrupção na Petrobras, o que reforçaria o pedido de cassação do mandato parlamentar de Cunha.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados retoma, nesta terça-feira (26), a análise do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O colegiado ouvirá um dos delatores da Lava Jato, Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano. Ele é uma das testemunhas indicadas pelo PSOL e a Rede Sustentabilidade, autores do requerimento que pede a cassação do mandato do peemedebista por ocultar, em depoimento na CPI da Petrobras, a posse de contas bancárias na Suíça. 

Em depoimento a Justiça Federal, Baiano afirmou ter transferido mais de US$ 1 milhão em propinas para contas de Cunha no exterior. Ele é considerado, pela acusação, uma “peça chave” para o desfecho do processo que está tramitando no Conselho há mais de 170 dias. 

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A passos lentos, o requerimento contra Eduardo Cunha foi protocolado no dia 13 de outubro de 2015 e instaurado em 3 de novembro. O desfecho do processo deveria ter sido concretizado em no mínimo 90 dias úteis, segundo o Código de Ética da Casa – o que seria na última sexta-feira (22). Não há um prazo máximo para a conclusão e depois da admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), sob a liderança de Cunha, a expectativa é de que os aliados aos peemedebistas criem uma espécie de "força-tarefa" para que ele seja absolvido.

Foco

Na última terça-feira (19), o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) resolveu limitar a investigação no Conselho de Ética. Na decisão, o progressista determina que o foco da apuração do colegiado se detenha apenas a suspeita de que Cunha mantinha, sob sigilo, contas bancárias na Suíça e teria negado durante depoimento na CPI da Petrobras. A postura impede que o possível recebimento de propina seja incluído nas apurações.  

Seis investigados na Operação Lava Jato serão ouvidos, em Curitiba, pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que investiga representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A autorização para os depoimentos foi confirmada nesta terça-feira (5) pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato. O pedido dos depoimentos foi feito pelo relator do processo no conselho, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), na semana passada. O relator quer ouvir os investigados que, nos depoimentos à força-tarefa da Lava Jato, fizeram acusações contra Cunha. E elencou os seguintes nomes: Alberto Youssef, Julio Camargo, Fernando Baiano, Leonardo Meirelles, Eduardo Musa e João Henriques.

Rogério e o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA) se encontraram com Moro na capital paranaense no final da manhã de hoje e já estão retornando para Brasília. Ainda não foram definidas as datas e forma como serão conduzidas as oitivas. Como a decisão de ouvir os investigados no Paraná foi tomada como medida para otimizar gastos, evitando a transferência dos presos, a expectativa, segundo assessores, é que as oitivas ocorram por videoconferência.

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Esses depoimentos fazem parte do plano de trabalho que será conduzido nos próximos 40 dias úteis. Além desses depoimentos, Rogério pediu informações e dados de processos que correm contra Cunha no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da União (PGR), incluindo o conteúdo de delações premiadas; e no Banco Central (BC), que tratam de crimes de evasão de divisa e lavagem de dinheiro.

Eduardo Cunha responde a processo sob a acusação de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em março do ano passado, quando disse que não tinha contas no exterior. Posteriormente, documentos do Ministério Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a ele naquele país. Cunha nega ser dono das contas, que, segundo ele, são administradas por trustes. O deputado admite, porém, ser o “usufrutuário” dos ativos mantidos no exterior. O processo pode levar à cassação do mandato de Cunha.

A representação contra Cunha foi apresentada pelo PSOL e pela Rede, e acatada pelo conselho, por 11 votos a 10, no dia 2 de março. No último dia de prazo regimental, dia 21, Cunha apresentou sua defesa em mais de 60 páginas e cinco anexos, contendo notas taquigráficas e documentos. 

A Polícia Federal (PF) vai realizar nesta quinta-feira (14) em Curitiba uma acareação entre o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e o pecuarista José Carlos Bumlai. A acareação está prevista para as 14 horas e será realizada na Superintendência da PF.

Fernando Baiano foi detido na sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Ele foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro a 16 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O empresário é apontado como um dos operadores do esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras e pagamento de propina a partidos e agentes políticos.

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Já Bumlai foi preso no dia 24 de novembro do ano passado na Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato, em Brasília. Ele foi acusado pelos delatores da Operação Lava Jato de ter recebido propinas para intermediar negócios com a Petrobras.

O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, envolveu, em sua delação premiada, dois ex-ministros argentinos no esquema de corrupção da Petrobras. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, o delator afirmou que ele e o ex-diretor da área Internacional da estatal Nestor Cerveró receberam US$ 300 mil cada para que a transportadora de eletricidade Transener fosse vendida a um grupo argentino, entre 2006 e 2007.

Baiano disse que também "estavam envolvidos na negociação" os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Jader Barbalho (PMDB-PA), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o então ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (governo Lula).

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Segundo Fernando Baiano, em 2006 ou 2007, ele foi procurado pelo lobista Jorge Luz, que representava o grupo argentino Eletroengenharia. O delator relatou que a empresa estava interessada na compra da Transener.

"Procurou Nestor Cerveró para falar sobre o assunto, tendo sido informado que o negócio já estava fechado com um grupo norte-americano, com parte do pagamento já realizado, restando apenas a aprovação do governo argentino", afirmou.

O delator contou que, diante da informação, Jorge Luz, ele próprio e o ex-ministro argentino Roberto Dromi (governo Carlos Menem) traçaram uma estratégia para a não aprovação da venda pelo governo argentino pelo ministro Julio de Vido (2003-2015/governos Néstor Kirchner e Cristina Kirchner).

"Para acertar dentro da Petrobras a venda da empresa para o grupo argentino pelo mesmo valor do negócio que seria levado a efeito pelo grupo norte-americano, o colaborador recebeu US$ 300 mil. Nestor Cerveró recebeu igual quantia. Jorge Luz fez os acertos e pagamentos aos políticos, não sabendo informar os valores pagos", informou Fernando Baiano.

O lobista foi preso em dezembro de 2014. O juiz federal Sérgio Moro, que mandou prendê-lo, o condenou a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro em uma ação da Lava Jato. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da Área Internacional da Petrobras, ocupada na época por Cerveró - também preso e condenado na Lava Jato.

Renan e Rondeau negam taxativamente o recebimento de valores ilícitos.

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, nesta segunda-feira (14), denúncia à Justiça Federal no Paraná contra o empresário José Carlos Bumlai e mais dez investigados na Operação Passe Livre, a 21ª fase da Lava Jato.

Entre os denunciados estão os ex-diretores da Petrobras Nestor Ceveró,  Jorge Zelada e Eduardo Musa, empresários ligados à Construtora Schain, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano. Todos responderão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

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De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de cerca de R$ 12 milhões  se destinava ao Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago mediante a contratação da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.

Ao apresentar a denúncia, que será julgada pelo juiz federal Sergio Moro, o MPF pediu que os envolvidos devolvam a Petrobras R$ 53,5 milhões, valor relacionado aos prejuízos causados pelos desvios de recursos da estatal nessa investigação.

O lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, disse, em acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, ter ouvido do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi indicado para a diretoria financeira da BR Distribuidora por ter ajudado o Grupo Schahin a obter contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000. Auditoria da estatal constatou irregularidade nesse negócio.

Baiano diz que procurou Bumlai - preso na semana passada pela Polícia Federal -, entre fim de 2007 e início de 2008, com pedido de ajuda para manter Cerveró na Diretoria Internacional da Petrobras, cargo que ele ocupava desde 2003. A articulação fracassou, mas, na mesma época, ele disse ter recebido um telefonema do pecuarista no qual Bumlai afirmou estar no Palácio da Alvorada, onde teria conversado com o então presidente Lula sobre o assunto. Na conversa, Bumlai lhe informou da indicação de Cerveró para a BR Distribuidora.

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"José Carlos Bumlai telefonou para o depoente e disse-lhe que estava em Brasília, ressaltando que tinha conversado com Lula e que não tinha mais como manter Nestor Cerveró na Diretoria Internacional", relatam os investigadores da Lava Jato a partir do depoimento de Baiano. "Na mesma ocasião, Bumlai informou que, em razão da ajuda de Cerveró na contratação do Grupo Schahin para operação do navio-sonda Vitória 10.000, ele havia sido indicado para o cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora" - cargo que ele ocupou de 2008 a 2014.

Cerveró negociou a contratação da Schahin para operar o navio-sonda Vitória 10.000, quando era diretor de Internacional da Petrobras, por US$ 1,5 bilhão. Auditoria interna da estatal, concluída em maio, confirmou que houve direcionamento indevido na contratação da empresa. O negócio seria uma compensação por empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin a Bumlai que teria como destino final o PT. Segundo Baiano, ele e Bumlai acertaram pagamento de US$ 5 milhões em propina a Cerveró e a dois ex-gerentes da estatal, pagos pela Schahin.

Contradição

Baiano também relata a articulação política feita por Bumlai para tentar manter Cerveró na Diretoria Internacional. O pecuarista teria intermediado até uma conversa em 2007 entre o então diretor da Petrobras e o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB), na época deputado.

À reportagem, Temer confirmou, via assessoria, o encontro com Cerveró em São Paulo e disse que a reunião foi intermediada por Bumlai. Temer relata que o ex-diretor estava buscando apoio para permanecer na estatal e diz ter afirmado a ele que "não poderia fazer nada".

De acordo com Temer, já havia uma indicação do então presidente do PMDB de Minas, Fernando Diniz, morto em 2009, para nomear o engenheiro Jorge Zelada para o cargo, o que acabou ocorrendo. Zelada também foi preso pela Lava Jato.

A informação de Temer contradiz o depoimento do pecuarista à força-tarefa. Na segunda-feira, ele disse à PF que não se dedicou a ajudar na manutenção de Cerveró no cargo.

A articulação para manter Cerveró no cargo, relata Baiano, começou quando ele soube de "pressões muito fortes" para sua demissão. O lobista afirmou que o pecuarista lhe disse ter conversado com Lula, mas não poderia interferir no assunto pois a Diretoria Internacional tinha sido prometida à bancada mineira do PMDB na Câmara. Procurado pela reportagem, o Instituto Lula afirmou que não iria comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, afirmou em sua delação premiada que a manutenção do engenheiro Nestor Cerveró na Diretoria Internacional da Petrobras era sustentada pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) - preso na quarta-feira passada sob suspeita de tentar barrar as investigações da Operação Lava Jato.

Fernando Baiano, supostamente ligado ao PMDB, é acusado de ser um dos operadores de propina no esquema de corrupção instalado na estatal petrolífera entre 2004 e 2014.

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Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em 9 de setembro deste ano, o lobista citou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu como parte das negociações para a indicação de Cerveró ao cargo. Segundo Baiano, ele e o ex-diretor tinham uma "relação de amizade".

"De acordo com informação repassada ao depoente pelo próprio Nestor Cerveró, ele foi nomeado para a Diretoria Internacional da Petrobras, em 2003, por indicação de Delcídio Amaral. Pelo que o depoente sabe, a indicação e nomeação de Nestor Cerveró foram tratadas com o então ministro da Casa Civil José Dirceu. Na época se dizia que todas as nomeações de diretores da Petrobras passavam pela Casa Civil da Presidência da República", diz o depoimento.

O delator declarou que Cerveró ligou para ele e contou sobre a indicação para a diretoria. "Pelo que o depoente sabia, a permanência de Nestor Cerveró no cargo era sustentada por Delcídio Amaral", disse.

Baiano disse ao Ministério Público Federal que "não tomou conhecimento de um repasse periódico" de valores da Diretoria Internacional da Petrobras para o senador.

'Negócios pontuais'

"O depoente acredita que apenas negócios pontuais levados por Delcídio Amaral para a Diretoria Internacional possivelmente geravam para ele alguma vantagem financeira indevida", afirmou, sem especificar quais seriam os negócios e os valores.

Nestor Cerveró e Fernando Baiano já foram condenados em processos na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma das ações, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato na primeira instância, impôs 12 anos e 3 meses de prisão para ex-diretor da Petrobras. O lobista pegou 16 anos. Em sua primeira condenação, Cerveró foi recebeu pena de 5 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.

O lobista deixou a cadeia, no Paraná, há duas semanas. Fernando Baiano ficou preso por um ano. O ex-diretor Cerveró está preso desde janeiro deste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O lobista Fernando Falcão Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, deixou, nesta quarta-feira (18), o Complexo Médico-Penal em Pinhais, Curitiba, para cumprir um ano de prisão domiciliar sob o monitoramento de tornozeleira eletrônica. Visto como o operador de propinas do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, Baiano teve a delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro.

Baiano é o delator do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No depoimento, o lobista disse que o peemedebista foi beneficiário de valores ilícitos do Petrolão. A ida dele para cumprir pena em regime domiciliar é resultado das revelações feitas na delação.

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Fernando Baiano foi preso em dezembro de 2014 pela Operação Lava Jato e condenado pelo juiz Sérgio Moro a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) desmentiu o lobista do PMDB Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, em acareação na Polícia Federal em Curitiba, quinta-feira, 5. Costa afirmou, frente a frente com Baiano, que nunca esteve com ele no comitê de campanha presidencial da petista Dilma Rousseff, em 2010, em Brasília, e que não se encontrou com o ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma) - coordenador-geral da campanha da petista - para acertar repasse de R$ 2 milhões.

As informações foram divulgadas pelo advogado João Mestieri, que defende Paulo Roberto Costa.

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A acareação se prolongou por cerca de 10 horas. A PF pediu o encontro entre Baiano e Costa - ambos delatores da Operação Lava Jato - para esclarecer 'pontos divergentes' de seus relatos.

Baiano e Costa são personagens centrais do esquema de corrupção e propinas que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014.

Em sua delação, o ex-diretor da estatal disse que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef o procurou e pediu que arrumasse R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. O próprio Youssef negou que tenha solicitado o dinheiro a Costa para aquele fim.

Baiano, por seu lado, também em delação, afirmou que naquele ano foi ao comitê de campanha de Dilma, em Brasília, para acertar o repasse. Ele disse que Paulo Roberto Costa o acompanhou. Ambos foram, a bordo de um Corolla da Petrobras, a um suposto encontro com Palocci. O ex-ministro o teria orientado a falar com o 'dr. Charles' - braço-direito de Palocci no comitê - para combinar como seria realizada entrega do dinheiro.

O ex-ministro nega o encontro. Ele afirma que nunca se reuniu com Baiano.

Segundo João Mestieri, em certo momento da acareação, Paulo Roberto Costa afirmou. "Nunca estive com você (Baiano) em Brasília. Além do que você (Baiano) é um lobista conhecidíssmo. Eu não iria nunca com você a Brasília falar com o ministro no mesmo carro. Eu não sou débil mental."

"A história dele (Baiano) foi desmontando, ele ficou meio acuado", disse Mestieri.

Segundo o advogado do ex-diretor da Petrobras, o delegado da Polícia Federal que presidiu a acareação advertiu Fernando Baiano. "Eu vou dizer ao sr. o que já disse ao sr. Paulo Roberto Costa em outra oportunidade. Se houver discrepância a delação pode cair e o sr. vai cumprir a pena inteira."

Em troca da delação, Baiano deverá ser solto no próximo dia 18.

Na acareação ele não recuou, manteve sua versão, ainda segundo Mestieri. "Fernando Baiano disse que esteve com Paulo Roberto, contou detalhes. São detalhes possíveis numa história que você cria. Agora, nunca poderia na vida real. Enfim, cada um saiu com sua versão, não mudaram uma vírgula. Eu acredito firmemente que a história do Paulo Roberto é a verdadeira."

O advogado de Baiano, Sérgio Riera, não atendeu contatos da reportagem.

O criminalista José Roberto Batochio, que defende Palocci, foi taxativo. "Estão querendo fazer uma delação de conciliação para tentar eliminar as insuperáveis e intransponíveis divergências. Mentiras ditas pelos três envolvidos (Fernando Baiano, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef), um desmentindo o outro. Inventam mil mentiras, mas a verdade teima em aparecer. É um escândalo de invencionices com a finalidade de escapar da cadeia. Uma coisa absolutamente inidônea, claramente inverossímil com a qual não se compadece a seriedade da Justiça."

Batochio reafirma que "Palocci jamais se reuniu com esse Fernando Baiano, não o conhece, nunca o viu na vida, em lugar algum".

"É preciso que a Justiça cancele os benefícios aos mentirosos e deve faze-lo de ofício, sem ter que esperar ser provocada.A Justiça tem compromisso com a verdade e não com escambos, com trocas que escapam da moralidade."

Perguntado se o desmentido de Paulo Roberto Costa foi bom para a defesa de Palocci, o advogado criminalista disse. "Foi bom para a verdade e para a Justiça."

Batochio disse ter sido informado que, na acareação, Fernando Baiano confundiu-se até na hora de informar onde ficou hospedado em Brasília e quem fez a reserva para ele.

Apontado pelo delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, na Operação Lava Jato como o receptor das propinas para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Altair Alves Pinto conseguiu que uma de suas filhas se tornasse assessora política da prefeitura do Rio. Danielle Porcari Alves foi nomeada servidora da Casa Civil municipal em 2014 a pedido de Cunha. Além disso, Altair e a família possuem uma empresa que participou das obras do Estádio do Maracanã.

Altair trabalha com Cunha desde 1999. Baiano afirmou aos investigadores que o aliado do peemedebista recebeu para Cunha entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo como parte de uma propina total de US$ 5 milhões. Os valores seriam relativos à contratação de navio-sonda pela Petrobrás. O presidente da Câmara é alvo de um inquérito e foi denunciado em outro pela Procuradoria-Geral da República. Ele nega as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.

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Em 23 de junho de 2014, foi publicado no Diário Oficial a nomeação de Danielle na Casa Civil da gestão do prefeito Eduardo Paes, correligionário do presidente da Câmara. Danielle é médica veterinária e servidora concursada da prefeitura de Mimoso do Sul, cidade capixaba na divisa do Espírito Santo e o norte fluminense.

Paes afirmou em nota ao jornal O Estado de S. Paulo que "a servidora foi requisitada pelo prefeito a pedido do deputado federal Eduardo Cunha". Danielle foi nomeada para exercer a função de assessora política, com salário mensal de R$ 1.308,92.

Maracanã

Altair e sua família também possuem empresas que exploram pedras ornamentais no interior do Espírito Santo. Ele e uma irmã são donos da Indústria Aladin Mármores e Granitos, com sede na cidade capixaba de Muqui, vizinha a Mimoso do Sul.

No mesmo endereço e telefone da Aladin funciona a Guarujá Granitos, que pertence a Danielle e sua mãe, Marilene Porcari Alves. A Guarujá forneceu e instalou todas as divisórias, bancadas e cubas dos banheiros do Maracanã após a reforma para a Copa do Mundo. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) não soube informar o valor recebido pela obra.

A reportagem não conseguiu contato com Altair nem com Danielle em seus telefones. Cunha também não respondeu aos pedidos de informação sobre a indicação da filha do aliado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em seu depoimento à força-tarefa da Lava Jato, o lobista e delator Fernando Antonio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano citou a influência de Alexandre Santos, um ex-parlamentar do PSDB, na Diretoria de Serviços da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

O delator, com grande trânsito no meio político, contou aos investigadores que conheceu o então parlamentar em 2002 em um restaurante de um amigo, quando ele ainda estava no PSDB, e foi informado por este amigo que Alexandre "era muito influente na Diretoria de Serviços da Petrobras na época".

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Alexandre Santos foi filiado ao PSDB de 1994 a 2003, tendo se filiado ao PP entre 2003 e 2005 e, desde então, está no PMDB, partido pelo qual exerceu mandato na Câmara até o ano passado. Atualmente ele não exerce mais mandato parlamentar. Sua mulher Soraya Santos é deputada federal pelo PMDB do Rio.

Baiano informou ainda que manteve contato com o ex-parlamentar desde então em outras ocasiões, incluindo eventos sociais, mas que nunca fecharam nenhum negócio.

Propinas

Apesar de ser a primeira vez que um delator cita a influência de um político filiado ao PSDB em uma diretoria da estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso, outros delatores já mencionaram o pagamento de propinas nos períodos que antecederam os governos do PT.

O ex-gerente de Serviços e também delator Pedro Barusco, por exemplo, afirmou que recebeu propinas da holandesa SBM Offshore desde o primeiro contrato de navio-sonda da estatal, em 1995.

Cunha

O delator Fernando Baiano disse ainda que Alexandre Santos o apresentou ao presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em 2009, durante um café da manhã no hotel Marriot, no Rio de Janeiro.

"Alexandre comentou com Eduardo Cunha que o depoente (Baiano) era conhecido e tinha negócios na Petrobras, que representava empresas espanholas e que tinha uma relação próxima com Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da estatal e delator da Lava Jato), contou o lobista.

Ainda segundo Baiano, foi a partir desse encontro que ele buscou estreitar sua relação com Cunha, pois sabia que ele era um político "muito influente".

O PSDB informou que não tomou conhecimento do depoimento e cabe ao ex-deputado se manifestar.

A reportagem entrou cm contato com a assessoria do diretório do PMDB no Rio e da deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), esposa de Alexandre, mas não conseguiu localizar o ex-parlamentar.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) negou "qualquer ingerência" na BR Distribuidora. O lobista Fernando Baiano, apontado pela Operação Lava Jato como operador de propinas do PMDB, afirmou que, em 2012, o então diretor financeiro da BR Distribuidora Nestor Cerveró (que havia sido diretor da área Internacional da Petrobras) comentou com ele sobre uma suposta pressão feita por Collor na subsidiária da estatal petrolífera.

De acordo com Fernando Baiano, Cerveró falou sobre "negociações envolvendo políticos, em que o tom, o contexto e as circunstâncias sugeriam tratar-se de negócios ilícitos".

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"Se recorda de Nestor Cerveró ter comentado sobre uma negociação em que o senador Fernando Collor estaria pressionando para a BR Distribuidora adquirir uma quantidade enorme de álcool de uma safra futura, perante usinas indicadas pelo parlamentar, o que pareceu estranho ao depoente e a Nestor Cerveró, até mesmo pelo valor, que girava em torno de R$ 1 bilhão", afirmou Baiano.

Na delação, o lobista não diz se a compra se concretizou. Por meio de nota, o senador negou "enfaticamente ter exercido qualquer ingerência - muito menos pressão - sobre a Petrobras ou sua subsidiária BR Distribuidora". "O senador não se dignará a responder a especulações infundadas de delator a partir do que supostamente ouviu dizer de terceira pessoa, e que não apontam concretamente qualquer fato específico, nem lhe atribuem prática de qualquer ilegalidade".

Collor já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que Collor recebeu R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014 por um contrato de troca de bandeira de postos de combustível assinado pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e por outros contratos da estatal com a UTC Engenharia, outro alvo da Lava Jato.

A denúncia contra Collor detalha o esquema de lavagem de dinheiro usado pelo senador, com a compra de carros de luxo, além de delações que apontam entrega de dinheiro em mãos ao político. Subordinado do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, Rafael Ângulo relatou ter dado pessoalmente R$ 60 mil a Collor em um apartamento do parlamentar. A Polícia Federal também obteve a confirmação de oito comprovantes de depósito em nome do senador, mencionados em delação por Youssef. O doleiro disse ter feito "vários depósitos" a Collor, no valor de R$ 50 mil.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou mais uma vez conhecer o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, e afirmou não haver "nenhuma consistência" nas acusações feitas por ele. Em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, Baiano disse que o peemedebista é um dos "destinatários" do suposto esquema de corrupção que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014. "Sobre isso (delação de Fernando Baiano), eu não conheço, não tem nenhuma consistência. Não há fato, não conheço a pessoa e nunca vi", afirmou Renan, na chegada a seu gabinete.

Segundo Baiano, Renan, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) teriam recebido US$ 6 milhões em propinas na contratação do navio sonda Petrobras 10.000, em 2006.

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Baiano afirmou que, em 2010, em reunião com o deputado Eduardo Cunha, citou os nomes dos três senadores e do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau como "destinatários" de valores referentes à contratação da sonda. "Que, inclusive, fez menção aos nomes dos políticos Renan Calheiros e Jader Barbalho como destinatários de parte dos valores referentes à primeira sonda", registrou a Procuradoria, no depoimento de Baiano em 10 de setembro de 2015. Todos negam as acusações.

O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB, afirmou à Procuradoria-Geral da República, em delação premiada, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu propina em forma de doação eleitoral para o partido.

As declarações de Baiano foram prestadas no dia 10 de setembro e juntadas ao pedido que gerou novo inquérito contra Cunha no Supremo Tribunal Federal. A sugestão do atual presidente da Câmara teria sido feita em 2012, ano das eleições municipais.

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O modelo recomendado é o mesmo que a Operação Lava Jato atribui ao PT. O ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, já condenado a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, teria exigido propina para sua agremiação em forma de doação eleitoral.

Segundo o delator, o lobista Júlio Camargo estava atrasando o pagamento de propina sobre contrato do navio-sonda Vitória 10000, da Petrobrás. Camargo atuava como representante de multinacionais perante a Petrobrás. Ele escancarou o capítulo relativo à propina do presidente da Câmara.

"Júlio Camargo começou a dizer que estava tendo dificuldade para disponibilizar dinheiro em espécie para pagar Eduardo Cunha; que, então, o depoente (Fernando Baiano) sugeriu que Júlio Camargo fizesse uma doação oficial para Eduardo Cunha ou para o PMDB; que esta ideia em verdade partiu do próprio Eduardo Cunha", afirmou Fernando Baiano. "Júlio Camargo disse que não tinha como fazer a doação, em razão dos limites de faturamento/doação impostos pela legislação eleitoral."

Eduardo Cunha já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, por corrupção e lavagem de dinheiro. O presidente da Câmara defende enfaticamente o modelo de doação de empresas a campanhas políticas.

Ainda segundo Fernando Baiano - condenado a 16 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema Petrobrás -, em 2012, "que era mais uma vez ano eleitoral, Eduardo Cunha passou a pressionar o depoente para cobrar Júlio Camargo".

As revelações de Fernando Baiano, divididas em vários depoimentos à Procuradoria-Geral da República, confirmam os relatos anteriormente dados pelo lobista Camargo, que afirmou ter sido pressionado por Eduardo Cunha, em 2011, a pagar propina de US$ 5 milhões. Segundo ele, as cobranças "foram feitas em reuniões pessoais com Eduardo Cunha".

Cunha negou reiteradamente o recebimento de propinas no esquema investigado. O PMDB afirma que jamais autorizou qualquer pessoa a agir em nome do partido.

O filho do ex-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, pediu ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), acesso à integra da delação premiada do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. Por meio de seus advogados, Fábio Luís aponta o que chama de "ataque sistemático" à sua honra e reputação. O pedido ao Supremo é subscrito pelo advogado Cristiano Zanin Martins, do escritório Teixeira, Martins & Advogados - constituído pelo ex-presidente.

"A providência tem por objetivo instruir ações que serão promovidas contra os que, pela imprensa, encabeçaram a divulgação, desde o último dia 11, de notícias falsas sobre pagamentos de contas de nosso cliente pelo citado delator", diz nota divulgada pelo escritório Teixeira, Martins & Advogados.

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A medida foi tomada depois da revelação sobre trechos da delação de Fernando Baiano. Condenado a 16 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção e apontado como suposto sócio oculto do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), Fernando Baiano declarou, em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, que repassou R$ 2 milhões "para uma nora" do ex-presidente Lula quitar uma dívida de parcela de imóvel.

O repasse teria ocorrido via José Carlos Bumlai, pecuarista amigo pessoal de Lula, segundo reportagem da GloboNews desta quinta-feira (15).

"De forma sistematizada, põe-se em pé uma operação jornalística que, a cada dia, coloca na mira de suas manchetes o personagem da vez, eleito alvo da ofensa", afirma o advogado Cristiano Zanin Martins. "Surge, agora, uma entidade primeiramente nominada a 'nora de Lula'. Após 24 horas, divulga-se que a 'nora' citada é a mulher do sr. Fábio Luís, sob o alegado argumento de que 'quem conhece a família não tem dúvida em apontar' sua esposa."

"A verdade não pode estar no mero repasse de informações fornecidas e colhidas a bel prazer, pingadas a conta-gotas de uma delação sob sigilo, que, a cada dia, muda sua versão dos fatos, para tornar mais verossímil a narrativa", protesta Martins. "O que se identifica são irresponsáveis ilações daqueles que foram, depois, desmentidos no decorrer do processo", conclui a nota do advogado.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nessa sexta-feira (9) a delação premiada do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, investigado na Operação Lava Jato. Baiano está preso desde novembro do ano passado, acusado de intermediar o pagamento de propina em contratos para aluguel de navios-sonda pela Petrobras. 

O conteúdo das informações prestadas aos investigadores não foi divulgado porque a delação está em segredo de Justiça. Com a assinatura da delação com o Ministério Público Federal (MPF), Soares deve receber benefícios como redução de pena e a possibilidade de ir para o regime de prisão domiciliar imediatamente. Ele citou nomes de pessoas com foro privilegiado e, por isso, o acordo foi validado pelo ministro Zavascki. 

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Fernando Baiano foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro a 16 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é apontado como um dos operadores do esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras e pagamento de propina a partidos e agentes políticos.

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