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Com o aval do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a oposição decidiu patrocinar a ida na próxima terça-feira, 26, do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (sem partido-MS) ao Conselho de Ética da Casa para confrontá-lo publicamente em relação às acusações que o parlamentar fez sobre o principal líder tucano.

A estratégia, que vem sendo negociada nos bastidores entre membros do PSDB e pessoas ligadas a Delcídio, é que o ex-líder do governo recue no colegiado das afirmações feitas por ele em delação premiada contra Aécio e, se possível, aproveitar para que ele faça acusações públicas contra a presidente Dilma Rousseff às vésperas da votação do afastamento dela pelo Senado.

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A ação dos tucanos foi colocada em prática nesta terça-feira, 19, durante reunião do conselho em que, pela quinta vez, Delcídio se ausentou para fazer a sua defesa pessoalmente do processo por quebra de decoro parlamentar. Inicialmente indignados com a sucessão de licenças médicas, os senadores pretendiam recusar a concessão de novo prazo para que o ex-petista se defendesse. O jogo virou quando o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), entrou na reunião para se posicionar a favor de que Delcídio fosse ouvido.

"Ele pode faltar quantas vezes for, não lhe pode ser negado o direito de defesa e de se manifestar", defendeu Cunha Lima. O senador participava da reunião de líderes com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, para decidir detalhes sobre o processo de impeachment de Dilma, mas, mesmo sendo suplente no conselho, dirigiu-se ao colegiado para fazer a defesa por mais prazo ao acusado.

A manifestação de Cunha Lima causou um efeito manada no restante do conselho. Até mesmo os senadores mais favoráveis à cassação de Delcídio, como Lasier Martins (PDT-RS), recuaram da tentativa de recusar ouvi-lo e resolveram dar mais prazo ao senador. Após a fala de Cunha Lima, o tucano Ataídes Oliveira (TO), que já havia votado contra a concessão de novo prazo a Delcídio, mudou seu voto.

Delcídio foi preso no fim do ano passado sob acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Posteriormente, ele fez um acordo de delação premiada, implicando Aécio e Dilma, e se livrou da cadeia.

Se não fosse a intervenção de Cunha Lima, o conselho iria dispensar o depoimento de Delcídio e intimar a defesa para alegações finais. Comportamento diferente também foi visto na defesa do senador. Nas reuniões anteriores, os advogados apenas apresentavam licenças médicas e a sugestão de nova data para convocação partia do conselho. Pela primeira vez, a defesa garantiu o interesse do senador em comparecer à comissão já na próxima semana.

Paralisado

Apesar de Delcídio ter direito a se defender no processo, não existe obrigação jurídica para que ele compareça ao Senado pessoalmente, podendo enviar suas considerações por escrito. Ainda assim, o colegiado seguiu concedendo novos prazos e o processo está parado na mesma fase há um mês.

A primeira vez que Delcídio foi convocado para depoimento no conselho foi em 23 de março. Na data, nem ele nem qualquer advogado chegou a comparecer à reunião. Nas três reuniões seguintes, o senador faltou.

Aécio foi citado por delatores

O nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais líderes da oposição ao governo Dilma, foi citado durante as investigações da Operação Lava Jato por quatro delatores. O doleiro Alberto Youssef disse ter ouvido do ex-deputado José Janene (que morreu em 2010) que Aécio dividiria a arrecadação de propina de uma diretoria de Furnas com o PP. Em julho de 2015, o operador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, disse - em depoimento ligado à sua delação premiada - ter levado R$ 300 mil a um diretor da UTC no Rio e que o dinheiro seria destinado ao senador do PSDB. Os dois casos foram arquivados pelo ministro do STF Teori Zavascki por insuficiência de informações.

Em fevereiro deste ano, o lobista Fernando Moura, em depoimento ao juiz Sergio Moro, disse ter ouvido relato de uma suposta divisão de propina proveniente da estatal Furnas entre o PT e Aécio. Em sua delação premiada, o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral disse que o tucano - na época governador de Minas - atuou para maquiar as contas do Banco Rural durante CPI dos Correios. Aécio já rechaçou todas as citações a seu nome. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já têm a receita para pressionar o vice-presidente Michel Temer a cumprir compromissos firmados para a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eles pretendem manter a ameaça de apoiar a abertura de um pedido de afastamento contra o vice.

O principal objetivo dos aliados de Cunha é evitar a cassação do mandato dele. Para isso, contam com a ajuda do vice. Exigem que Temer não faça qualquer tipo de interferência no processo que tramita no Conselho de Ética. Esperam, sobretudo, que ele não dê nenhuma declaração desfavorável ao presidente da Câmara.

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Segundo aliados de Cunha, sempre que Temer for questionado sobre o assunto, deverá dar uma resposta padrão: "Trata-se de um assunto interno da Câmara". Por ora, não há atritos entre Cunha e Temer. Muito pelo contrário. Os dois se falam por telefone diariamente e, pelo menos uma vez por semana, almoçam ou jantam juntos.

O presidente da Câmara ainda não tem nenhuma queixa contra o correligionário. E confia no vice. No entanto, conforme O Estado de S. Paulo apurou, aliados de Cunha recomendaram que ele tivesse "uma carta na manga" para pressionar Temer caso seja necessário. Um dos defensores da ideia é o deputado Paulinho da Força (SD-SP).

A ideia surgiu há duas semanas, mais especificamente quando Cunha discutiu com seus aliados a necessidade de pressionar do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) a reverter a obrigatoriedade de instalação de uma comissão especial para o impeachment de Temer.

A decisão liminar (provisória) foi concedida pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello. No dia 5 de abril, ele aceitou um mandado de segurança apresentado pelo advogado Mariel Marley Marra, de Minas Gerais, que questionara o arquivamento do pedido de impeachment contra Michel Temer.

Em dezembro passado, Cunha havia arquivado o pedido de afastamento contra o vice. Temer é acusado de ter assinado, como presidente em exercício, decretos suplementares ao Orçamento - um dos motivos que justificaram a acusação de crime de responsabilidade contra Dilma Rousseff.

Ao analisar o caso, o presidente da Câmara concluiu que os decretos de Temer foram assinados antes da revisão da meta de julho de 2015 e os de Dilma, depois. Por esse motivo, ele concluiu que a presidente teria cometido crime de responsabilidade e o vice, não.

Para Marco Aurélio, o presidente da Câmara não deveria ter se manifestado sobre o mérito do caso, apenas sobre seus aspectos formais, por isso determinou que Cunha instalasse a comissão para analisar o impeachment. A decisão do ministro do STF deixou Cunha enfurecido. Imediatamente, ele resolveu recorrer à Suprema Corte. Contudo, nas últimas semanas, não insistiu no caso, depois que foi alertado por aliados que um pedido de impeachment contra Temer poderia ser usado para pressionar o vice.

Cunha e Temer atuaram juntos nas estratégias de aprovar o impeachment de Dilma. O presidente da Câmara cuidou da formação da cúpula da comissão especial até a conquista dos apoios dos partidos na reta final da votação em plenário. Ao lado de Cunha, teve atuação expressiva o deputado André Moura (PSC-SE).

Já pelo lado de Temer, a missão ficou com o ex-ministro Eliseu Padilha, um de seus aliados mais próximos. No dia da votação do impeachment, os dois visitaram as lideranças dos partidos juntos numa demonstração clara de parceria.

Fortalecido pela aprovação do prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conta com apoio de partidos do Centrão (PP, PR e PSD) e de parte da oposição para enterrar o processo por quebra de decoro no Conselho de Ética e salvar o mandato.

Aliados de Cunha dizem já ter maioria no conselho para salvá-lo. Hoje, têm o apoio de PR, PP, PTB, PRB, PSD, PSC, SD e parte do DEM para blindá-lo na Casa. Há uma avaliação entre os apoiadores do presidente da Câmara de que ele manterá o apoio do grupo. Também apostam na retribuição pelo avanço do impeachment contra Dilma, tocado por Cunha com celeridade. Um dos defensores dessa posição é o deputado Paulinho da Força (SD-SP), um dos mais aguerridos defensores de Cunha na Casa.

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"Todo mundo sabe que sem Eduardo Cunha não haveria processo de impeachment, graças ao trabalho dele foi possível tirar o PT do poder", diz Paulinho, quando questionado se Cunha teria uma espécie de "anistia" pelos adversários de Dilma.

Um sinal da manutenção desse alinhamento foi o número de parlamentares que rebatiam os discursos contra Cunha na sessão de votação da admissibilidade do impeachment. Além disso, o peemedebista mantém ao redor líderes que despontam como possíveis candidatos à presidência da Casa em 2017.

Nos bastidores, aparecem como pré-candidatos o líder do PTB, Jovair Arantes (GO); o líder do PSD, Rogério Rosso (DF); o ex-líder do PR Maurício Quintella Lessa (AL); e o líder do PSC, André Moura (SE). Os quatro são potenciais herdeiros do grupo pró-Cunha na Casa.

É com esses líderes que os aliados esperam proteger o peemedebista. Cunha alimenta em todos eles a expectativa de lhe suceder com seu apoio. Na avaliação dos integrantes desse círculo, esse comportamento do presidente mantém o grupo unido.

Presidido pelo deputado José Carlos Araújo (PR-BA), o Conselho de Ética tem até 19 de maio para concluir a instrução e até 2 de junho para votar o parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO). Com as recentes mudanças na composição do colegiado, há sinais de que Cunha pode ter mudado a correlação de forças no grupo. Isso lhe permitirá enterrar eventual recomendação para cassação de mandato ou negociar uma punição mais branda.

Os aliados do peemedebista contam com o voto da novata Tia Eron (PRB-BA) para derrotar o grupo adversário. A deputada vem sendo disputada pelos dois lados e disse publicamente admirar o desempenho de Cunha no comando da Casa, mas ainda não deu sinais de como deve votar.

'Acordão'

 

Deputados do PT acusaram ontem o presidente da Câmara e a oposição de terem feito um "acordão" para aprovar o impeachment em troca da salvação do mandato do deputado. "Na votação de ontem (domingo), ele (Cunha) claramente mobilizou sua base para aprovar o impeachment em troca de ser isento de investigação", disse o líder do partido na Câmara, Afonso Florence (BA). "O próprio Cunha disse que poderia cair um dia, mas que Dilma iria atrás."

Henrique Fontana (PT-RS) diz que Cunha e outros deputados investigados na Operação Lava Jato esperam que, caso assuma a Presidência, Michel Temer dê um freio no trabalho da Polícia Federal. Temer já desmentiu essa versão e disse respeitar o trabalho da Polícia e do Ministério Público. Cunha é processado porque, após dizer à CPI da Petrobras que não tinha contas no exterior, a Lava Jato descobriu na Suíça contas que controla.

Cunha afirmou ontem não sentir constrangimento em continuar na presidência, embora seja processado no Conselho de Ética e responda a inquéritos no Supremo Tribunal Federal. "Acho engraçado quando vejo as entrevistas do advogado-geral da União (José Eduardo Cardozo) pedindo que o Supremo limite a denúncia contra a presidente. Mas quando se trata de mim, não tem limite", disse. Chamado de "gângster" pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) e de "canalha" por Silvio Costa (PT do B-PE), Cunha disse que avalia processá-los.

Entre os tucanos, o discurso é que o foco será evitar manobras e aguardar o STF decidir o afastamento de Cunha.

Nova titular no Conselho de Ética da Câmara, a deputada Tia Eron (PRB-BA), disse não se arrepender de ter votado em Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidir a Casa no ano passado. Para a deputada, sob a direção de Cunha, a Câmara "produziu como nunca". "Claro que eu tenho de comemorar, isso é um grande ganho político para a população brasileira", afirmou.

Independente de seu voto na eleição para a presidência da Câmara, Tia Eron disse que agora vai ouvir todos os lados, investigar o caso e que atuará com cautela em seu voto. Ela ressaltou que não pediu ao PRB para substituir Fausto Pinato (PP-SP) e que cumprirá sua missão partidária. "Me coloco como soldada da minha bancada", declarou.

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Membros do Conselho de Ética foram surpreendidos com a decisão de Pinato de renunciar à função. Há um temor na ala contrária ao peemedebista de que a mudança venha influenciar no futuro o resultado do processo que pode culminar com a cassação do mandato de Cunha.

Vice-presidente da República

Durante a sessão administrativa do conselho, o relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra Cunha, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), respondeu aos petistas que insistiam, em discurso, que há um golpe em curso para afastar a presidente Dilma Rousseff e Cunha se tornar vice-presidente da República.

Rogério explicou que o peemedebista está constitucionalmente impedido de assumir a vaga caso Michel Temer se torne o presidente e venha a se ausentar. "Réu não assume a presidência", explicou.

O PRB indicou para a vaga do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) no Conselho de Ética a novata Tia Eron (BA). Membros do Conselho de Ética foram surpreendidos com a decisão de Pinato, que era segundo vice-presidente do colegiado, em renunciar à vaga de titular.

Pinato foi relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Era um dos votos contrários ao peemedebista no colegiado. Com Pinato, o colegiado teve 11 votos a 10 favoráveis a admissibilidade do processo disciplinar. "É estranho", resumiu o atual relator do processo, deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

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A vaga de Pinato fazia parte da cota de indicações do PRB. Segundo relatos, o vice-líder da bancada, Marcelo Squassoni (SP), solicitou a vaga alegando que o espaço era importante para o partido. Pinato migrou para o PP e cedeu ao pedido do PRB. Nem Squassoni, nem o líder Celso Russomanno (SP) e a deputada retornaram as ligações telefônicas do Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.

Os colegas de conselho não foram informados com antecedência da decisão de Pinato e ainda buscam informações sobre o perfil da deputada. "Me parece que ela é uma boa pessoa", comentou o vice-presidente do conselho, deputado Sandro Alex (PSD-PR).

Há um temor na ala contrária ao peemedebista de que a mudança influencie na correlação de forças no colegiado e venha influenciar no futuro o resultado do processo que pode culminar com a cassação do mandato de Cunha.

Ex-relator do processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Fausto Pinato (PP-SP) renunciou a sua vaga no Conselho de Ética. Pinato era o segundo vice-presidente do colegiado e um dos votos contra o peemedebista.

A vaga de Pinato pertence ao PRB, que ainda não indicou nenhum parlamentar para a vaga. Assim, o conselho está hoje sem dois titulares: Pinato e o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), que está fora do exercício do mandato.

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Em dezembro, Pinato foi destituído após decisão do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha. A medida tumultuou os trabalhos do Conselho e o presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), escolheu Marcos Rogério (DEM-RO) para substituir Pinato.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 7, que o depoimento do doleiro Leonardo Meirelles hoje, no Conselho de Ética da Casa, foi "absolutamente desnecessário". Segundo o peemedebista, Meirelles não trouxe nenhum fato novo.

"Não existe ali nem um fato que dirá prova. É sempre uma tentativa de tentar me atribuir coisas as quais eu não sou partícipe. Então, não vejo nem como comemoração nem como derrota. Vejo que esse depoimento é absolutamente desnecessário", afirmou Cunha em entrevista coletiva.

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Em depoimento, Meirelles disse que o doleiro Alberto Youssef confirmou informalmente para que teria repassado cerca de US$ 5 milhões ao presidente da Câmara em 2012, a pedido do lobista Júlio Camargo. Segundo Meirelles, o dinheiro foi entregue em espécie em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio.

O doleiro afirmou, no entanto, não ter, "a princípio", conhecimento de ter feito transferências bancárias de contas de suas empresas para contas do presidente da Câmara no exterior, nem saber se Cunha tem contas secretas fora do País, objetivo principal da investigação no Conselho de Ética.

Cunha afirmou que a acusação de Meirelles já foi desmentida durante sua campanha para presidência da Câmara. O peemedebista disse que comprovou que a casa no condomínio onde um emissário de Youssef disse ter entregado o dinheiro não pertence a ele e sim a um funcionário do governo do Estado do Rio.

Cunha é alvo de processo no Conselho e Ética sob acusação de ter mentido que não tinha contas secretas no exterior durante depoimento à CPI da Petrobras na Câmara em 2015. Investigações da Operação Lava Jato, contudo, apontam que o peemedebista possui contas na Suíça que foram supostamente abastecidas por recursos desviados da estatal.

A defesa de Cunha reitera que o parlamentar não mentiu. Ele não possui contas no exterior em seu nome, mas, sim, offshores. Os advogados insistem que os valores que o presidente da Câmara tem no exterior foram transferidos para trustes no passado.

O doleiro Leonardo Meirelles afirmou nesta quinta-feira, 7, em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, que sua delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato já foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O doleiro depôs como testemunha de acusação no processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

No início do depoimento, a defesa de Meirelles também confirmou a informação. Ao justificar o motivo pelo qual ele não assinaria o termo de compromisso de falar a verdade na oitiva, o advogado citou que o acordo de delação já foi homologado pelo ministro do STF Teori Zavascki. Após a reclamação de deputados, o doleiro voltou atrás e decidiu assinar o termo.

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Meirelles faz parte do rol de testemunhas sugeridas pelo PSOL e Rede, partidos que apresentaram a representação contra o peemedebista no colegiado em outubro do ano passado, e que devem ser ouvidas na fase de instrução probatória (coleta de provas e depoimentos) do processo de Cunha. Essa fase começou em 22 de março e pode durar até 40 dias.

Ontem, em mais uma ação para tentar adiar a análise do processo, que se arrasta há mais de cinco meses, a defesa de Cunha ingressou com recurso no STF para tentar impedir a oitiva de delatores arrolados como testemunhas, entre Meirelles. O Supremo, contudo, negou o pedido nesta quinta-feira.

Advogados de Cunha sustentam que os delatores da Operação Lava Jato não podem contribuir com o objeto central do processo, que analisa se o presidente da Câmara quebrou o decoro parlamentar ao, segundo a representação, mentir na CPI da Petrobrás.

Cunha disse que não possuía contas secretas no exterior, ao contrário do que sugerem as investigações da Polícia Federal. Os advogados dizem ainda que os delatores querem se "beneficiar" dos depoimentos.

No depoimento há pouco, Meirelles confirmou que repassou cerca de US$ 5 milhões a Cunha a mando do lobista Júlio Camargo. O doleiro disse, contudo, que o montante foi repassado ao peemedebista em espécie e afirmou não ter, "a princípio", conhecimento de ter feito transferências bancárias para contas do peemedebista no exterior.

Seis investigados na Operação Lava Jato serão ouvidos, em Curitiba, pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que investiga representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A autorização para os depoimentos foi confirmada nesta terça-feira (5) pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato. O pedido dos depoimentos foi feito pelo relator do processo no conselho, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), na semana passada. O relator quer ouvir os investigados que, nos depoimentos à força-tarefa da Lava Jato, fizeram acusações contra Cunha. E elencou os seguintes nomes: Alberto Youssef, Julio Camargo, Fernando Baiano, Leonardo Meirelles, Eduardo Musa e João Henriques.

Rogério e o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA) se encontraram com Moro na capital paranaense no final da manhã de hoje e já estão retornando para Brasília. Ainda não foram definidas as datas e forma como serão conduzidas as oitivas. Como a decisão de ouvir os investigados no Paraná foi tomada como medida para otimizar gastos, evitando a transferência dos presos, a expectativa, segundo assessores, é que as oitivas ocorram por videoconferência.

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Esses depoimentos fazem parte do plano de trabalho que será conduzido nos próximos 40 dias úteis. Além desses depoimentos, Rogério pediu informações e dados de processos que correm contra Cunha no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da União (PGR), incluindo o conteúdo de delações premiadas; e no Banco Central (BC), que tratam de crimes de evasão de divisa e lavagem de dinheiro.

Eduardo Cunha responde a processo sob a acusação de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em março do ano passado, quando disse que não tinha contas no exterior. Posteriormente, documentos do Ministério Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a ele naquele país. Cunha nega ser dono das contas, que, segundo ele, são administradas por trustes. O deputado admite, porém, ser o “usufrutuário” dos ativos mantidos no exterior. O processo pode levar à cassação do mandato de Cunha.

A representação contra Cunha foi apresentada pelo PSOL e pela Rede, e acatada pelo conselho, por 11 votos a 10, no dia 2 de março. No último dia de prazo regimental, dia 21, Cunha apresentou sua defesa em mais de 60 páginas e cinco anexos, contendo notas taquigráficas e documentos. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que foi vítima de "manobras do jogo político de má-fé", de pessoas que querem "denegrir" a sua imagem com fatos "inexistentes". Após ser acusado de manobrar para tentar se livrar do processo de cassação no Conselho de Ética, Cunha mandou alterar nesta quarta-feira, 30, o projeto de resolução que muda a composição de todas as comissões da Casa. Segundo ele, a resolução "nunca mexeu com o Conselho de Ética e com nada pretérito".

"Nós vamos tirar qualquer menção a qualquer natureza de eleição por conta disso, mas não haveria a menor necessidade, a resolução que estava sendo levada a votação ontem ao plenário era clara e nítida que não tinha qualquer interferência no Conselho", defendeu o parlamentar. Pela proposta inicial aprovada nessa terça, 29, pela Mesa Diretora, havia a interpretação de que a nova composição das bancadas após a janela para troca-troca partidário alteraria não só as comissões permanentes, mas também o Conselho de Ética.

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O presidente da Casa explicou que o Conselho de Ética possui um artigo em seu regimento que estabelece a sua presunção de manutenção daqueles que foram eleitos. Sobre o processo contra ele que está sendo analisado pelos parlamentares, Cunha disse que não se trata de uma "disputa". "Quero que minha defesa seja apresentada, que meus direitos sejam respeitados, que não façam as manobras que fazem lá, que o PT se comporte no Conselho assim como se comporta na comissão do impeachment. A alguns falta coerência, isso é o jogo político", completou.

O relator do processo de investigação sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO) deu início desta quarta-feira (30) a uma nova fase da representação contra o peemedebista. Ao anunciar o plano de trabalho que será conduzido nos próximos 40 dias úteis, Rogério indicou a lista de testemunhas e documentos solicitados.

Entre os nomes a serem ouvidos pelo relator, estão o doleiro Alberto Youssef e os empresários Júlio Camargo, Leonardo Meireles, o operador Fernando Soares, o baiano, além de Eduardo Musa e João Henriques. O relator lembrou que já foram adotadas providências para que o conselho receba informações e dados de processos que correm contra Cunha no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria Geral da União (PGR), incluindo o conteúdo das delações premiadas, e do Banco Central (BC), que tratam de crimes de evasão de divisa e lavagem de dinheiro.

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“Com a chegada dos documentos do BC, STF e PGR, novas testemunhas podem ser incluídas”, disse Rogério, lembrando que também pode dispensar outras, se considerar que não é necessário, e para dar mais celeridade ao processo. O parlamentar disse que pode convidar Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior para prestar depoimento, além do próprio representado.

“Iniciamos a fase mais importante do processo, que é o encontro com fatos, busca de provas e contra-provas. Se há fatos, iniciamos a investigação. O esclarecimento interessa à sociedade e ao Parlamento. Punir ou não, será consequência do que for apurado”, disse. Rogério também lembrou que a Mesa da Câmara, os representantes e o próprio representado podem requerer juntada de documentos até o fim do processo de instrução.

Tensão

A reunião foi aberta sob tensão em relação ao projeto de resolução (133/16) aprovado ontem pela Mesa da Casa, que altera o regimento interno para modificar a proporcionalidade na composição das comissões, levando em conta a janela partidária, encerrada no último sábado (19). A proposta, que ainda dependeria de votação em plenário, iria alterar, inclusive vagas em colegiados que têm o comando eleito, como o Conselho de Ética. Enquanto Marcos Rogério evitou entrar na polêmica, Araújo, que manifestou diversas críticas à medida, anunciou que o texto estava sendo alterado.

Opositores de Cunha alertaram que a medida é uma manobra para modificar a composição do colegiado e tentar evitar a aprovação do pedido de cassação do mandato de Cunha. No ofício de envio do texto para plenário, está a informação que a Mesa, composta por oito titulares, aprovou por unanimidade. “Tinha apenas três titulares”, protestou o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA). Araújo explicou que não se trata de apego ao cargo. “Cargo vai e volta. Sei que é passageiro. O problema é que advogar em causa própria, tentar de forma rasteira se prevalecer do cargo que ocupa para se proteger, isto não é digno de um presidente desta Casa. Não quero sair daqui com o povo gritando "Fora Zé Carlos”, disse.

Cunha negou a intenção de adotar uma estratégia e disse que o conselho tem regras próprias, mas Araújo, que seria um dos parlamentares com o cargo sob risco diante da resolução, afirmou que foi um “golpe deselegante”. “Este projeto de resolução figurava com artigo que excluía o Conselho de Ética da resolução. Misteriosamente este projeto de resolução foi apresentado sem esta ressalva, ou seja, pega todos os órgãos. Isto era pano de fundo para a verdadeira intenção desta resolução, ou seja, liquidar o Conselho de Ética”, afirmou.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) levou a notícia de que líderes da oposição e da base aliada preparavam a alteração do texto. “Todos os líderes de oposição, inclusive os da base, tem concordância que não se pode tocar na composição do Conselho de Ética, que não pode ser vítima de casuísmo”, ressaltou.

Aliado de Cunha, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), disse que o texto “nada tinha a interferir na vida orgânica e na composição do nosso conselho de ética”.

Os senadores do Conselho de Ética optaram, nesta terça-feira, 29, por abrir mão de ouvir testemunhas no caso que avalia a possível quebra de decoro do senador Delcídio Amaral (sem partido - MS). Desta forma, o relator do processo, Telmário Mota (PDT-RR), calcula que o relatório final seja apresentado ao colegiado até 26 de abril.

Os senadores esperavam ouvir três testemunhas convocadas pelo colegiado, mas nenhuma delas compareceu alegando impossibilidades jurídicas. Para acelerar o processo, os senadores decidiram não insistir na convocação e também negaram à defesa a possibilidade de convocar novas testemunhas. Consultores do Senado informaram que a decisão não é inédita, e que os processos que cassaram Demóstenes Torres (DEM-GO), em 2012, e que absolveram Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2007, também não contaram com testemunhas.

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O Conselho havia convocado para depoimento o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, defensor do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e seu filho, Bernardo Cerveró, autor da gravação da conversa em que Delcídio supostamente oferecia uma rota de fuga para o ex-diretor da estatal.

Diogo Ferreira e Edison Ribeiro alegaram que estavam impedidos de comparecer à audiência porque se encontram em prisão domiciliar. Já a defesa de Bernardo Cerveró informou à Secretaria do Conselho de Ética que ele está fora do País, em local não identificado.

Com a ausência das testemunhas, os senadores preferiram abandonar a fase de oitivas. Na próxima reunião, o Conselho conta novamente com a possibilidade de ouvir Delcídio para depois dar sequência ao relatório final do processo. "A partir do vencimento da licença do Delcídio, com atestado ou sem atestado nós vamos à conclusão final do relatório", afirmou Telmário. Delcídio está sob licença médica até a próxima quarta-feira, 6 de abril, e foi convocado a depor no Conselho no dia seguinte.

O Conselho concedeu ainda três possibilidades para que Delcídio se manifeste, caso ele não possa comparecer pessoalmente ao Senado. Ele poderá participar da reunião por videoconferência, uma comissão poderá visitá-lo onde estiver para ouvi-lo, ou ele pode enviar seu depoimento por escrito. Os senadores querem evitar que o processo seja delongado pelas licenças médicas do senador, que já apresentou três atestados. Entretanto, a defesa afirmou que não poderia informar qual meio o senador utilizaria para depor.

Pedidos da defesa

Os senadores usaram a reunião desta tarde para deliberar sobre pedidos feitos pela defesa, mas a maior parte deles foi indeferida. Os únicos requerimentos atendidos pelo colegiado foi a junção dos autos do processo a que Delcídio responde no Supremo Tribunal Federal (STF) e de cópia da gravação original da conversa entre Delcídio e Bernardo Cerveró ao processo no Senado.

Além do envio de cópia da gravação, a defesa queria ainda que fosse realizada perícia sobre a prova, e pediu prazos para fazer a solicitação de perícia e indicar um assistente técnico para acompanhar o procedimento. Os senadores acreditaram que as medidas seriam protelatórias e os pedidos foram negados.

"As coisas que foram solicitadas perdem razão por si só. Eles pedem uma gravação do Supremo, depois eles pedem uma perícia dessa gravação, será que o STF não tem fé pública?", indagou o relator do processo, Telmário Mota. A defesa alegou que não desconfia do STF, mas que a Corte apenas recebeu a prova, que poderia ter sido editada anteriormente. O relator argumentou, entretanto, que os advogados não questionaram a fala do Delcídio na fase de defesa prévia.

Os advogados também pediram para trazer testemunhas de defesa para depoimento no processo, mas como o prazo era o mesmo da entrega da defesa prévia, o pedido foi recusado. Mais uma vez, os advogados alegaram que o Conselho não poderia ter continuidade durante a licença médica de Delcídio e pediram a suspensão processo. O pedido também foi negado.

O advogado Adriano Bretas informou que a defesa vai entrar com mandado de segurança no STF pedindo a suspensão do processo baseado no indeferimento das provas que foram pedidas, relacionadas à perícia na gravação. "O que está havendo aqui é um pressa inexplicável em dar sequência a esse processo", alegou.

Anteriormente, a defesa já havia pedido a suspensão do processo alegando que ele não deveria tramitar durante a licença médica de Delcídio. O ministro do STF, Celso de Mello, negou o pedido.

A semana na Câmara dos Deputados deverá ser marcada por discussões em torno do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, da formação das comissões técnicas da Casa, da votação do projeto de lei que estabelece novas regras para o refinanciamento das dívidas dos estados com a União e da reunião do Diretório Nacional do PMDB, nesta terça-feira (29), para decidir se a legenda continua apoiando o governo. Além desses temas, outros como a votação de vetos presidenciais, as reuniões do Conselho de Ética e da Comissão de Orçamento vão movimentar a Câmara.

A expectativa de lideranças partidárias é de que haja quórum já na noite desta segunda (28) para votar a urgência e até o mérito do projeto de lei complementar que modifica as regras de refinanciamento das dívidas dos estados com a União. O texto é resultado de acordo entre os governos estaduais e a União e prevê um prazo de mais 20 anos para os estados pagarem suas dívidas. O compromisso de votação urgente do projeto foi feito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com governadores e líderes partidários.

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A formação das comissões técnicas da Câmara deve movimentar a Casa já na tarde desta segunda-feira. Cunha convocou os líderes para uma reunião, às 16h, a fim de buscar acordo e definir a composição das comissões técnicas permanentes que até hoje não foram instaladas porque ele queria aguardar decisão do Supremo Tribunal Federal sobre os embargos em relação ao rito de tramitação do processo de impeachment.

Eduardo Cunha também queria aguardar o fim da chamada janela partidária, período em que os deputados puderam trocar de partido sem perder o mandato, para definir a formação das comissões. Até o fim da última semana, a Justiça Eleitoral tinha comunicado à Câmara que mais de 80 deputados haviam trocado de legenda.

Se os líderes definirem hoje a formação das comissões, elas poderão ser instaladas nesta terça ou quarta-feira.

O Congresso Nacional marcou para amanhã (29), às 19h, sessão deliberativa para apreciar 16 vetos presidenciais que estão trancando a pauta de votações da Casa. Entre os vetos estão aqueles feitos ao projeto que trata da repatriação de recursos do exterior, ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias e a outras matérias orçamentárias.

PMDB

Por meio do Diretório Nacional, o PMDB vai decidir, em reunião marcada para a tarde de amanhã, se permanece na base de sustentação do governo no Congresso Nacional. Em reunião fechada, os integrantes do diretório vão debater e, por meio do voto que deverá ser aberto, decidir se mantêm o apoio. Se decidir sair, o partido dará um prazo para que os ministros e demais peemedebistas ocupantes de cargos no governo federal deixem os postos.

O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, cancelou uma viagem que faria a Portugal para manter reuniões com peemedebistas. O objetivo é buscar a unidade do partido em torno de uma decisão unânime sobre os caminhos que a legenda deve seguir. No dia 12 de março, a Convenção Nacional do PMDB delegou ao Diretório Nacional o poder de decidir em até 30 dias se o partido deve continuar fazendo parte do governo.

Impeachment

A Comissão Especial da Câmara criada para analisar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff vai continuar mantendo reuniões nesta semana para deliberar sobre requerimentos apresentados ao colegiado. O presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), e o relator dos trabalhos, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), deverão se reunir com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, para conversar sobre o trabalho que estão fazendo.

A comissão especial vem realizando os trabalhos, aguardando o transcurso das dez sessões plenárias da Câmara, prazo que a presidenta Dilma tem para apresentar sua defesa por escrito. Já foram feitas quatro sessões para a contagem de prazo. Se ocorreram as cinco sessões previstas para esta semana, a décima e última sessão para apresentação da defesa deverá ser no dia 4 de abril.

A oitiva do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) no Conselho de Ética do Senado foi remarcada para o dia 7 de abril. Desde que deixou a prisão e foi convocado pelo colegiado, que deve decidir se cassa ou não o mandato dele, o parlamentar tem apresentado licenças médicas postergando o interrogatório. 

Ele responde a um processo de quebra do decoro parlamentar. O petista foi preso no dia 25 de novembro, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

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Para evitar manobras, os senadores definiram que Delcídio poderá ir ao Senado prestar o depoimento, ou ser ouvido por videoconferência. Os membros do Conselho oferecem ainda a possibilidade de um grupo deles ir até onde o senador estiver para ouvir a defesa dele.

Na próxima semana os membros do conselho pretendem ouvir Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira; e o advogado Edson Ribeiro, que atuou na defesa de Cerveró.

Bernardo foi o responsável por gravar a conversa com Delcídio, Diogo e Edson, na qual o senador oferecia à família Cerveró R$ 50 mil por mês e um plano de fuga para o ex-diretor para que ele não firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público.

“A ausência do senador não prejudica o rito administrativo e o rito que temos que seguir. A partir de agora o relator dá sequência à instrução do processo e chama para serem ouvidas pelo conselho as testemunhas que entender por bem para instruir o processo”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que representou contra Delcídio.

O relator do caso, senador Telmário Mota (PDT-RR), queixou-se que o senador tenha concedido entrevistas e participado de uma carreata contra o governo, utilizando uma moto, no período em que estava “enfermo” e apresentava atestados médicos. Mota quer agora que o senador seja avaliado por uma junta médica se decidir apresentar nova licença médica após essa – o senador já apresentou duas prorrogações da licença médica.

“Como ele já deu dois atestados de um só médico – e o princípio básico de qualquer trabalhador é que o primeiro pode ser de um médico, mas o segundo já precisa ser de uma junta – então que ele também seja submetido a uma junta médica”, disse Mota.

*Com a Agência Brasil

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O Conselho de Ética do Senado abriu oficialmente, nesta quarta-feira, 16, o processo contra o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), que pode levar à cassação de seu mandato. Os senadores aprovaram por unanimidade o parecer do relator Telmário Mota (PDT-RR), que alega indícios de quebra de decoro parlamentar.

Os senadores também aprovaram a convocação para que Delcídio preste esclarecimentos na próxima quarta-feira, 23, às 10h, ao Conselho de Ética. O depoimento acontecerá um dia após o fim da licença médica pedida pelo senador. Conforme a assessoria de Delcídio, ele não tem intenção de renovar a licença. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo ontem, Delcídio também confirmou que volta ao Senado na próxima semana.

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O colegiado pretende dar celeridade ao processo. O relator quer apresentar o parecer final até 13 abril, mas o prazo pode ser estendido, já que não há no regimento do Conselho um limite de duração para a fase de oitivas, em que são ouvidas as testemunhas.

Na abertura da sessão desta quarta, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu a exclusão do requerimento que pedia a inclusão da delação de Delcídio aos documentos do processo. Randolfe argumentou que o documento é público e está ao alcance de todos, mas já há no Conselho o entendimento de que a análise da delação poderia atrasar ainda mais o julgamento sobre o mandato do senador.

No início da semana, com a homologação da delação de Delcídio, o relator do processo, Telmário, já havia defendido que o documento não era necessário para o encaminhamento do processo. Segundo ele, é possível julgar a quebra de decoro com base apenas nas gravações que o colegiado tem acesso.

Telmário também argumentou que pedir a análise da delação seria uma medida protelatória. Ele avalia que a deleção poderá influenciar a análise do colegiado, mas confirmou que o conteúdo não será anexado ao processo.

"Estamos julgando aqui um procedimento que ele teve de uma conversa com um filho de um presidiário sobre possível fuga. Foi isso que foi analisado e denunciado pelos partidos e foi nisso que ele apresentou sua defesa. As questões da delação, são elementos que vão, naturalmente, somar ao que já é hoje público e notório às acusações que estão sendo feitas ao senador", disse.

Defesa

Após perder os cargos de líder do governo e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Delcídio tende a se apegar ao mandato no Senado, inclusive para garantir foro privilegiado.

Com o objetivo de atrasar o processo em curso no Conselho de Ética, os advogados de Delcídio pediram a suspensão do processo. Eles apontaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) ilegalidades na condução do processo, como a parcialidade do relator do caso, senador Telmário Mota (PDT-RR) e o fato de o caso estar sendo avaliado mesmo com o ex-petista de licença médica, o que poderia ferir o amplo direito de defesa. O ministro do STF, Celso de Mello, negou nesta quarta-feira, 16, o pedido da defesa.

Um grupo de 17 deputados federais pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue a denúncia de que teria havido falsificação da assinatura do deputado Vinicius Gurgel (PR-AP) na carta em que ele renunciou, no dia 1º de março, à sua vaga no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. De acordo com uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, dois laudos grafotécnicos indicariam a falsificação. Um laudo, do Instituto Del Picchia, indicou "inequívocos índices primários das falsificações gráficas". O outro foi assinado pelo perito Orlando Garcia, que atestou "falsificação grosseira".

O líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), disse que os laudos encomendados pelo jornal foram anexados ao pedido de investigação. "A Procuradoria tem recursos e deve pedir uma nova perícia para indiciar ou não o deputado, porque falsificação de documento e de assinaturas configura crime no Código Penal", afirmou Valente. Os pernambucanos Betinho Gomes (PSDB) e Tadeu ALencar também assinaram a representação encaminhada a PGR. 

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A carta de renúncia de Gurgel foi apresentada na noite em que o Conselho de Ética decidiu, por 11 votos a 10, dar continuidade ao processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. 

Gurgel afirma que a assinatura de fato é sua e nega qualquer falsificação. Durante a última reunião do Conselho, na última quarta-feira (9), o deputado Vinicius Gurgel explicou que a carta de renúncia já estava assinada em seu gabinete. Como ele estava fora de Brasília no dia 1º, pediu ao líder do seu partido, deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), que a entregasse ao Conselho de Ética. Ele garantiu que assinou o documento de próprio punho.

"Tomo remédio controlado e acabei não assinando da maneira que costumo assinar. Estou afirmando. Agora, se alguém quiser duvidar, as instituições estão aí para isso. Eu não cometi nenhum ato irregular. A assinatura é minha", afirmou Gurgel.

O relator Telmário Mota (PDT-RR) admitiu, na tarde desta quarta-feira, 9, a representação contra Delcídio Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado. Segundo Telmário, há indícios de quebra de decoro na conduta do senador durante possível negociação para fuga do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. O colegiado, que até a semana anterior caminhava para um alongamento do processo, agora sustenta a tese de afastamento do senador.

"A defesa alega que Delcídio estava em uma conversa particular. Mas o senador é senador no banheiro, no futebol, no plenário. Ele é senador em todo o momento. Não existe conversa particular, é uma conversa de um senador com o filho de um preso", argumentou o relator Telmário Mota, após ler parecer pela admissibilidade do processo.

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Na conclusão de seu parecer, Telmário alega que a defesa não apresentou argumentos técnicos que permitam o imediato arquivamento do processo e pediu que fosse instaurada investigação no Conselho, considerando a existência de indícios ilícitos que configuram a quebra do decoro parlamentar. Ainda segundo o relator, a punição coerente seria a cassação do mandato. "Quando acatamos o processo, fizemos no sentido da perda de mandato, que é a proposta inicial da representação."

Agora os senadores que compõem o Conselho terão cinco dias úteis para analisar o parecer de Telmário e se reúnem na próxima quarta-feira, 16, para votar o relatório. Alguns senadores já haviam apresentado requerimentos ao processo, mas é preciso aguardar a votação do plenário para dar seguimento à investigação. Um dos requerimentos pede a inclusão da suposta delação premiada de Delcídio ao processo que corre no Senado.

Delação acelera cassação

A delação, inclusive, foi ponto decisivo na condução do processo. Até a semana passada, membros do colegiado defendiam nos bastidores a tese de que era preciso aguardar que a situação de Delcídio fosse resolvida antes no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o caso pudesse ser analisado no Senado. Com a divulgação de suposta delação, os senadores deram Delcídio como "morto" politicamente.

Segundo matéria da revista IstoÉ, Delcídio teria pedido uma cláusula de confidencialidade de seis meses para divulgação da delação, tempo necessário para escapar do processo no Conselho de Ética. Na interpretação de alguns membros do colegiado, o objetivo era voltar ao Senado e reunir provas contra outros senadores para encorpar a delação e chantagear os pares. Com a divulgação do texto, o clima no Conselho não foi de intimidação e cresceu o consenso sobre a cassação de Delcídio.

Telmário afirmou ainda que a suposta delação do senador não será incluída na investigação até que seja homologada pelo STF. Em contrapartida, ele acredita que o documento deve dificultar a situação de Delcídio. "O delator pra mim tem dois defeitos, primeiro ele é réu confesso, depois ele é frouxo", disse.

A declaração de Telmário relembra fala da presidente Dilma Rousseff que, em junho do ano passado, rebateu delação do empreiteiro Ricardo Pessoa sobre doações da UTC à campanha da presidente. "Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é que é. Tentaram me transformar em uma delatora", afirmou Dilma à época. A presidente também foi citada na delação de Delcídio.

Já existem requerimentos no Conselho de Ética que pedem a inclusão da delação de Delcídio ao processo, mas só poderão ser avaliados após o colegiado votar o parecer apresentado pelo relator. "O nosso relatório foi em cima do que foi apresentado, ainda não sabemos se a delação existe. Se ela não for homologada, não tem nenhuma validade. Mas, se tiver uma delação, naturalmente ela vai incriminá-lo", argumentou Telmário Mota.

No Senado, há grande expectativa quanto à homologação da suposta delação de Delcídio, que teria citado pelo menos cinco senadores, incluindo os já investigados Renan Calheiros (PMDB-AL), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Romero Jucá (PMDB-RR), além do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG).

A divulgação da delação mudou os rumos do processo contra o senador, que contava com a conivência de alguns membros do colegiado para atrasar o processo. Agora, o humor é outro no Senado e a maior parte dos parlamentares tende pela cassação de Delcídio.

"A delação torna inevitável o processo de cassação do mandato. O Senado não pode correr o risco de cumprir o papel triste que está sendo cumprido na Câmara dos Deputados. O Senado tem que dar exemplo", afirmou o senador Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP), em referência ao processo enfrentado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou na tarde desta terça-feira, 8, por decisão unânime, a ação disciplinar contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). Foram 11 votos favoráveis ao relatório e nenhum pela manutenção do processo por quebra de decoro parlamentar.

Na semana passada, o relator Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) apresentou um parecer prévio contra a admissibilidade da ação proposta pelo PSD. Marchezan argumentou que as palavras de um parlamentar não podem ser censuradas e que é preciso ter parcimônia na decisão de punir um deputado por palavras proferidas na Casa. O relatório só não foi votado na ocasião devido a um pedido de vista.

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O PSD encaminhou o pedido de abertura de processo disciplinar contra Wyllys após uma discussão em plenário. Na sessão plenária do dia 28 de outubro do ano passado, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) alegou que o colega do PSOL o teria ofendido, acusando-o de roubar dinheiro público.

Rodrigues e Wyllys trocaram acusações no plenário após o deputado do PSD subir na tribuna para defender o projeto que muda o Estatuto do Desarmamento. "A sua vida pregressa eu não conheço. A sua experiência política eu sei. Tenho sete mandatos, fui três vezes prefeito. E tive a honra de ser o segundo deputado mais votado na história de Santa Catarina. Posso até ser criticado, mas vindo do senhor é elogio. Um parlamentar que defende perdão para drogas, que defende que adolescente pode trocar de sexo, mesmo sem autorização dos pais. Isso não é deputado, é a escória deste País, mas ocupa lugar como deputado", disse Rodrigues, que alegou ter se retratado em plenário e retirado suas palavras por achar o tom ofensivo.

Na sequência da discussão, Wyllys lembrou que o parlamentar do PSD foi flagrado assistindo a um filme pornográfico no plenário. "Homens decentes não assistem a vídeo pornô em plena sessão plenária. Homens decentes não são condenados por improbidade administrativa por roubar dinheiro público, como o deputado foi. Portanto, quem não tem moral para representar o povo brasileiro é ladrão. Eu vou dizer uma coisa: qualquer programa de televisão é mais decente do que quem rouba dinheiro do povo na sua administração pública. Qualquer programa de televisão é mais decente que deputado em vez de honrar o voto e o dinheiro público fica usando a sessão plenária para assistir filme pornô", disse Wyllys, para emendar: "Resta saber se seu vídeo pornô era hetero ou homossexual".

Cunha

O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), convocou uma sessão para amanhã, 9, para discutir os desdobramentos da representação contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Araújo criticou o novo recurso apresentado pelo peemedebista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pedindo a suspensão da tramitação do processo.

O deputado argumentou que alguns membros do conselho têm dúvidas sobre o que pode ser feito na ação disciplinar e que é preciso esclarecê-las. "Nós gostaríamos de discutir isso a nível de plenário, de colegiado. Há uma insegurança entre os membros do conselho do que pode ser feito e do que não pode ser feito", justificou.

Entre os assuntos a serem debatidos na reunião desta quarta-feira está o retorno do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) ao colegiado. O conselheiro faltou à sessão de votação do parecer contra Cunha mas, para garantir que o peemedebista não perdesse nenhum voto, quem assumiu sua vaga foi o líder Maurício Quintella Lessa (PR-AL). Hoje, o relator do caso Cunha, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), apresentou uma questão de ordem indagando se cabe ou não ao colegiado aceitar a volta de Gurgel.

Logo após ser notificado do seguimento do processo de quebra de decoro parlamentar que corre contra ele no Conselho de Ética, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) recurso contra a aprovação do parecer do relator da ação, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), pela admissibilidade da ação no colegiado.

No documento de 54 páginas, Cunha pede a suspensão da tramitação do processo. Ele também faz outros 11 pedidos. O peemedebista requer, por exemplo, que sejam anulados o sorteio pelo qual escolheu-se o relator e a tramitação da ação porque os votos em separado de dois integrantes de sua tropa de choque não foram considerados.

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Cunha pede também que seja reconhecido o cerceamento de sua defesa, que o presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), seja afastado até que duas questões de ordem apresentadas por aliados dele sejam respondidas. Ele também pede que o voto de Araújo, que desempatou a votação da admissibilidade do processo, seja considerado branco. Por fim, Cunha pede que seja reconhecido o impedimento de Araújo e a consequente anulação de todo os seus atos.

No recurso, Cunha acusa "fraude regimental" no parecer aprovado no início de março. Para a defesa do presidente da Câmara, o relator não acatou verdadeiramente solicitação do deputado Paulo Azi (DEM-BA), que, para votar a favor do parecer, cobrou um abrandamento do texto.

"O ânimo indiscutível do parecer preliminar em submeter o representado (Cunha) ao constrangimento ilegal de um processo cujo resultado regimentalmente previsto é a perda do mando ficou ainda mais claro com a fraude regimental perpetrada quanto aos termos em que declarada a admissibilidade da representação", diz a justificativa do recurso.

Pela alteração promovida por Marcos Rogério, apesar da flexibilização do texto, novos elementos podem ser trazidos ao conselho, e a cassação do peemedebista pode tornar a ser considerada. Cunha argumenta que, "em absolutamente nenhum momento", foi feita ressalva quanto à possibilidade de se reapreciar uma eventual cassação.

"Cuida-se, portanto, de lamentável episódio de tentativa de alterar a deliberação do colegiado, inclusive a própria proclamação do resultado pelo presidente do Conselho de Ética, a configurar, a princípio, até mesmo ato incompatível com o decoro parlamentar", diz a defesa.

A apreciação do recurso só será possível quando a CCJ voltar a funcionar. Todas as comissões da Câmara estão paradas a espera de que o Supremo Tribunal Federal (STF) responda a embargos de declaração apresentados por Cunha para que se esclareça o rito do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Notificação

Eduardo Cunha foi notificado na tarde desta segunda-feira, 7, sobre o andamento do processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. Na quinta-feira passada, foi feita a primeira das três tentativas regimentais de notificação, mas o servidor da Câmara foi informado que o peemedebista estava em reunião e que não poderia receber o documento. Sem alarde, às 15h28, o peemedebista recebeu o funcionário do conselho.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu, nesta segunda-feira (7), a notificação sobre a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar sobre o prosseguimento do processo disciplinar contra ele movido pelo PSOL e a Rede Sustentabilidade. Os partidos querem a cassação do mandato de Cunha. A partir de agora ele terá dez dias úteis para apresentar sua defesa ao colegiado. 

Na madrugada na última quarta (2), o Conselho aprovou o relatório prévio do deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO). O parecer foi admitido por 11 votos a 10, com o voto de desempate do presidente do colegiado, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA). Os partidos acusam o presidente de mentir sobre a existência de contas bancárias na Suíça durante um depoimento à CPI da Petrobras. 

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A admissibilidade ocorreu depois que o relator concordou em retirar de seu parecer a denúncia sobre o suposto recebimento de vantagens indevidas por parte de Cunha, o que caracterizaria crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O assunto foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada que decidiu, por unanimidade, acatar o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e tornar Cunha réu da acusação receber US$ 5 milhões em propina de contratos da Petrobras.

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