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A UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau instalou três pontos de coleta de doação de materiais destinados à limpeza do óleo que atinge as praias dos Estados do Nordeste do Brasil e, recentemente, voltou a aparecer no litoral pernambucano. Quem quiser ajudar pode doar luvas, pás, peneiras grandes, ciscadores, galochas, sacos de lixo 100L, carrinhos de mão e óleo de cozinha. 

O material está sendo recolhido em três locais espalhados pelo Recife, nos bairros de Boa Viagem (Igreja Mosaico - Rua José Moreira Leal, n° 214), Santana (Colégio Cognitivo - Rua Santana, n° 213) e no Recife Antigo (Igreja A Ponte - Rua Cais do Apolo, n° 594). 

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O Ministério da Economia informou por meio de nota neste domingo (25) que atenderá o pedido do Ministério da Defesa de descontingenciamento de R$ 38,5 milhões que estavam contingenciados das Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O presidente Jair Bolsonaro decretou a GLO na sexta-feira (23) para o apoio das Forças Armadas ao combate às queimadas na região amazônica.

Neste sábado (24) o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, havia dito que a ideia era utilizar R$ 28 milhões diretamente para a contenção do desmatamento na Amazônia.

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O Ministério da Economia explicou que a liberação solicitada pela Defesa diz respeito a todo o valor contingenciado das operações de GLO, "que conta com uma dotação aprovada de R$ R$ 47,5 milhões, tendo empenhado, até o presente momento, cerca de R$ 7,1 milhões".

"Feitas as primeiras estimativas de valor, considerando o cenário fiscal vigente, o Ministério da Economia aprovou a liberação imediata de R$ 38,5 milhões, procurando atender de forma emergencial pleito apresentado pela Defesa. Esse valor será liberado ao MD, conforme compromisso assumido pela Economia", diz o texto.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, voltou a provocar o presidente da França, Emmanuel Macron, neste sábado, em meio à repercussão das queimadas na Amazônia. "Mais fogo em Angola e Congo do que na Amazônia.... e o Mícron não fala nada .... pq será ? será que é pq eles não concorrem com os ineficientes agricultores franceses?", escreveu o ministro em sua conta oficial do Twitter.

A publicação de Salles foi acompanhada do compartilhamento de uma reportagem da agência de notícias Bloomberg, que diz que o Brasil está em terceiro lugar no mundo em relação às queimadas de florestas, atrás de Angola e Congo.

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Os governados dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins pediram ao presidente Jair Bolsonaro "imediatas providências" para viabilizar a cooperação das estruturas dos Estados da Amazônia Legal e do governo federal no combate a focos de incêndio na Floresta Amazônica.

O texto enfatiza que as medidas necessárias passam por "apoio material para o enfrentamento efetivo ao desmatamento" e incremento das ações de fiscalização de atividades ilegais. O pedido foi feito em carta enviada ao governo federal, assinada na sexta-feira (23) e divulgada neste sábado (24).

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No documento, os governadores afirmam que é "fato notório e de grande repercussão nacional e internacional" a ocorrência de inúmeros focos de queimadas, "muitas delas de proporções significativamente altas", na Amazônia, tanto no território brasileiro, quando no internacional.

"A proporção das queimadas, a velocidade de alastramento do fogo, a dificuldade de acesso às áreas atingidas, bem como a insuficiência de meios - financeiros, humanos e materiais - para combater o fogo, potencializam o tamanho da destruição e gravidade do problema", aponta o texto, destacando que a situação se agrava a cada dia.

Na carta assinada pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, composto pelos Estados citados acima, os governadores pedem também "uma reunião em caráter de urgência para tratar das parcerias necessárias a construção de uma agenda permanente de proteção, conservação e desenvolvimento sustentável" da Amazônia.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou neste sábado (24) que o governo deve liberar até R$ 28 milhões como medida emergencial para apoio ao combate às queimadas na região amazônica. Em coletiva de imprensa na manhã deste sábado (24), Silva e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, confirmaram que quatro Estados - Rondônia, Roraima, Tocantins e Pará - até agora já formalizaram a atuação das Forças Armadas por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada ontem, 23, pelo presidente Jair Bolsonaro.

Azevedo e Silva explicou que, do quadro de 44 mil homens das Forças Armadas atualmente na Região Norte, a quantidade que vai atuar dependerá da demanda de cada Estado. O ministro explicou que, inicialmente, 700 homens que já atuavam em Rondônia empregados no Estado. O principal reforço de outras regiões do País é o de aviões e helicópteros, que poderão ser utilizados em diversas áreas na Amazônia Legal.

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"O efetivo é por demanda. Qual é a missão, e a delimitação da área? Então a nossa missão é usar o efetivo mais próximo, se a primeira missão é em Porto Velho. Vamos fazer concentração estratégica vindo de outras áreas da região amazônica, e o deslocamento de outras regiões vai ser de meios aéreos para o emprego na região", afirmou Azevedo e Silva.

O emprego da GLO será para ações preventivas e repressivas contra ilícitos ambientais e levantamento e combate a focos do incêndio. Além dos quatro Estados, Mato Grosso e Acre já estão em contato com o governo para aderir à GLO, segundo Azevedo e Silva. "É importante a adesão dos governos estaduais porque se não ficaremos restritos às áreas federais e reservas indígenas. Temos certeza que todos assinarão."

Tanto o ministro da Defesa quanto o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmaram que a reação do governo federal foi rápida diante das notícias de aumento nos focos de incêndio.

Segundo Salles, o problema que deu ensejo para utilização da GLO e toda essa estrutura começou há 20 ou 30 dias. "Portanto, não há demora". "O governo precisa montar ações e uma resposta de acordo com as necessidades. A resposta está sendo estruturada e acredito que vai ser bastante frutífera", disse.

O ministro do Meio Ambiente disse também que a estrutura do governo para contenção de incêndio, por parte do ICMBio e do Ibama, já estava disponível desde antes, tanto de aeronaves como de brigadistas. "Semana passada na Chapada de Guimarães foram 90 brigadistas, 20 bombeiros, aeronave, tudo isso já estava disponível. O que houve agora foi a GLO. Foi absolutamente correta a resposta do governo", disse.

O emprego da GLO para questões ambientais é inédito e demonstra o compromisso do governo Bolsonaro, afirmou o ministro da Defesa. "A agilidade do governo faz que já tenhamos gente lá. Já estamos com uma série de ações sendo feitas pelos órgãos competentes. E as Forças Armadas não são o órgão competente nisso aí, são no momento de emergência aproveitando a capilaridade nossa", disse.

Sobre recursos, o Ministério da Defesa tem previsto na Lei Orçamentária Anual aprovada no Congresso para este ano R$ 28 milhões para emprego em GLO. Azevedo e Silva disse que o ministro Paulo Guedes se comprometeu a descontingenciar esses valores, que estão sendo aguardados.

"Lógico que são recursos emergenciais que duram pouco tempo. Eu fui responsável pela intervenção no Rio de Janeiro na Maré. Era mais ou menos R$ 1 milhão por dia. O descontingenciamento está combinado com o ministro da Economia. Mas estou numa fase que só acredito quando abrir o cofre e ver", disse.

O ministro do Meio Ambiente disse também que "há um saldo no Fundo Amazônia de mais de R$ 1 bilhão que vem sendo utilizados inclusive no combate a incêndio". Ele não esclareceu se haveria destinação específica para reforçar o combate no momento.

Salles também colocou dúvidas sobre a possibilidade de utilização de parte R$ 2,5 bilhões criado em um acordo entre a Petrobras, a Força Tarefa da Lava Jato e as autoridades dos Estados Unidos. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou ontem a posição do governo e da Procuradoria-Geral da República de utilização de R$ 1 bilhão na crise das queimadas, proposta encaminhada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

"A destinação desse recurso do acordo foi delimitada quando da celebração com as autoridades americanas para qual local seria destinado, portanto a mudança dessa destinação exigiria a repactuação. Por isso o melhor caminho é o indicado pelo ministro da Defesa", disse Salles, enfatizando o descontingenciamento aguardado.

Mundo. A ajuda oferecida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não tem contornos definidos, segundo Azevedo Silva. Segundo ele, ainda não se sabe qual será o apoio concreto. O ministro destacou que outros países também se ofereceram a ajudar, como Chile e Equador. "Qualquer ajuda é bem-vinda."

Após críticas da comunidade internacional, especialmente do presidente da França Emmanuel Macron, o ministro do Meio Ambiente, minimizou afirmações de que acordo do Mercosul pode não ser ratificado pela União Europeia.

"Nós entendemos que todo acordo comercial envolve negociações e desdobramentos", disse. "Celebramos ontem mais um acordo comercial internacional com países da Europa", citou.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar das queimadas na Amazônia e afirmou em seu Twitter neste sábado que "dói na alma ver brasileiros não enxergando a campanha fabricada contra a nossa soberania na região". Na mesma postagem, há um vídeo com trecho de uma entrevista do General Eduardo Villas Boas, concedida ao jornalista Pedro Bial em setembro de 2017.

Villas Boas conta de uma operação da época em que comandava a Amazônia e foi avisado por um comandante de batalhão que o rei da Noruega estava em uma aldeia indígena. "Há um déficit de soberania", disse o General na entrevista, ressaltando que a Amazônia tem 84% da floresta preservada, enquanto na Europa, somente 0,3%. "Nenhum país europeu tem autoridade para nos ensinar em como tratar do meio ambiente", disse ele na entrevista.

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou neste sábado, 24, estar preocupado com a situação das queimadas na floresta Amazônica. Ao chegar a uma reunião com governadores da região Sudeste no Palácio Anchieta, em Vitória, no Espírito Santo, Doria comentou que no cenário internacional existe "um inconformismo muito grande" em relação às políticas ambientais brasileiras. O governador disse existir um "risco real" de retaliação por parte da União Europeia.

"Estivemos em Londres e, antes mesmo das queimadas nessa intensidade das últimas semanas, já se ouvia ameaças de investidores de redução de potencial de negócios no agro brasileiro. Perder o acordo com a União Europeia e grandes parceiros comerciais, num momento em que o País precisa ampliar as exportações e preservar empregos, já é mais uma notícia ruim para o Brasil", disse.

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Doria também fez comentários sobre a possibilidade de a Finlândia banir a importação de carne brasileira, pedindo "calma e distensão" por parte do governo do Brasil. "Se nós partimos para a retaliação mútua, o prejuízo é geral. É ruim para todos. Todo e qualquer confronto nunca é construtivo. O Brasil tem que recuar e ter humildade para reconhecer alguns erros", afirmou.

O governador afirmou ainda que o Brasil deve aceitar "toda e qualquer cooperação internacional" para acabar com as queimadas. Segundo Doria, o assunto foi abordado por vários governadores por WhatsApp. Neste sábado, os líderes do Sudeste se reúnem para discutir temas ligados a petróleo e gás.

Na noite dessa sexta-feira, 23, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), recebeu na residencial oficial o presidente da Câmara Rodrigo Maia e alguns governadores. Doria não apareceu.

O juiz federal Rolando Valcir Spanholo, da 21ª Vara do Distrito Federal, deu 72 horas para o governo Jair Bolsonaro (PSL) explicar medidas que tem adotado para combater queimadas na Amazônia. Também ordenou que sejam informadas as providências adotadas por autoridades para punir envolvidos com incêndios criminosos na vegetação. Ele acolhe parcialmente ação popular movida pelo advogado Carlos Alexandre Klomfahs.

Em decisão, o magistrado afirma que 'nossa Constituição não deixa dúvidas acerca da responsabilidade do Poder Público em coibir, dentre outras, o emprego de técnicas e métodos que coloquem em risco a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente'.

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"Da mesma forma, não se pode ignorar que o texto constitucional, depois de deixar claro que a região da Floresta Amazônica constitui patrimônio nacional dos brasileiros, também impõe que o seu uso/exploração se dê "dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais" (§4º)", escreve.

Segundo o juiz, 'assiste razão ao autor popular quando atribuiu ao Poder Público a responsabilidade por regular, fiscalizar e punir atividades envolvendo o meio ambiente naquela região (que é de vital importância para o mundo)'.

Responsabilidade dividida

 

O magistrado, no entanto, pondera que 'a responsabilidade por proteger o meio ambiente e combater a poluição gerada pelas queimadas também é dos Estados e dos Municípios nas quais elas são geradas'. "Não é apenas responsabilidade da União, como erroneamente se tem difundido".

Estiagem

O juiz afirma que, 'embora indesejado, não podemos ignorar que, em grande medida, o agravamento do quadro (aumento do número de focos de incêndio, maior demora nos seus controles, amplitude das áreas atingidas etc.) também guarda relação direta com o período de estiagem/seca que todos os anos atinge grande parcela do território brasileiro neste período do outono/inverno'.

"O que, infelizmente, potencializa os efeitos adversos das queimadas e acaba não sendo considerado por muitos que, naturalmente, por desconhecimento ou maldade, imediatamente, procuram correlacionar o fenômeno com o também nem sempre legal manejo/corte de árvores na região amazônica (não é supérfluo lembrar que a própria Europa, Austrália e Estados Unidos enfrentam ciclos de incêndios devastadores nos seus respectivos períodos de redução pluviométrica)", relata.

Spanholo afirma que, 'se de um lado não podemos ignorar que a exploração dos recursos naturais naquela parte do território nem sempre segue os ditames da lei (que vem agravada pela fiscalização deficitária etc.), de outro, como o próprio autor popular alertou em sua inicial, também não podemos ignorar que muitos não são totalmente verdadeiros quando pousam de "defensores da Amazônia - o pulmão do mundo"'.

Ingênuos!

 

"Não somos ingênuos!", exclamou o juiz, ao afirmar que 'há muito interesse econômico em jogo, tanto no ambiente interno do País, como no seio de grande parcela da comunidade internacional'.

"Infelizmente, interesses pouco nobres acabam se misturando e maculando (no mínimo gerando dúvidas indevidas) o trabalho sério de milhares de outras iniciativas (nacionais e internacionais) que, verdadeiramente, apenas querem ver a nossa região amazônica continuar cumprindo o seu papel ambiental com o mundo, sem relegar a uma condição de injustificada pobreza aos milhões de brasileiros que lá residem", anotou.

O juiz prossegue. "Aliás, não podemos esquecer que, em grande medida, a força econômica de muitos países, empresas e pessoas que hoje criticam (algumas vezes com razão, noutras nem tanto) a nossa forma de gerenciar a exploração dos nossos recursos naturais amazônicos, no passado, conquistaram o seu poder econômico exatamente por meio da exploração predatória do seu solo e dos recursos naturais que possuíam".

O magistrado justifica que 'não se está aqui defendendo que os erros e os abusos por eles cometidos no passado servem de "salvo conduto" para que o Brasil e os brasileiros também incorram em erros idênticos'. "Contudo, uma coisa é demonstrar a boa intenção de colaborar para que a região amazônica não deixe de ter a importância ambiental que ela tem para o mundo".

"Outra bem diversa é querer usar discursos vazios e até mal intencionados (que não ultrapassam um simples olhar diante do espelho da própria história) para avocar a si um poder que a soberania brasileira jamais outorgou a terceiros (que sequer aqui vivem, que sequer aqui conhecem adequadamente)", afirma.

"Cometemos erros, sim, cometemos! Precisamos corrigir rumos, também!", constata.

O juiz afirma que, porém, 'o povo brasileiro é soberano para tomar suas decisões e sempre pautou a sua atuação perante a comunidade internacional com muito respeito, sendo uma das nações que menos praticou ingerência e/ou beligerou acerca dos assuntos internos de outros Países'.

"Temos nossas limitações, nossos governantes muitas vezes acabam não sendo muito felizes nas suas decisões e atitudes, mas não somos incapazes, e muito menos aceitaremos, de maneira imposta, que terceiros venham decidir sobre nossos assuntos internos", anota.

ONU

 

O magistrado rejeitou pedido do advogado Klomfahs para que o Brasil se submeta à 'inspeção de organismos internacionais como a ONU para aferir os dados sobre o desmatamento da Amazônia", conforme requerido pelo autor'.

"Igualmente, em nome do Princípio da Separação dos Poderes (art. 2º), rejeito o pedido para impor "ao Presidente da República que proceda a demonstração em rede nacional de Rádio e TV, do relatório oficial sobre a real situação da floresta Amazônica", escreve.

Segundo o magistrado, 'no atual estágio do processo, não há como sequer reconhecer se, de fato, o atual e os anteriores governos (afinal, o longo histórico de desmatamento na floresta amazônica não surgiu agora) deixaram de registrar ou manipularam informações relativas à cobertura vegetal lá existente'.

Na reunião que comandou na tarde desta sexta-feira, 23, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro fez questão de prestigiar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "Não teria melhor ministro aqui cuidando disso", afirmou o presidente, segundo pessoas presentes ao encontro em que foram discutidas medidas de combate aos incêndios na Amazônia.

Bolsonaro elogiou a atuação do auxiliar, alvo de críticas de ambientalistas, e sua disposição em reagir às declarações contra o Brasil. E ironizou: "Queria ver se fosse aqui a Marina Silva ou o Zequinha Sarney para resolver este pepino. Imagina se eles estivessem na mesma situação", disse o presidente, rindo, e comemorando o perfil combativo de Salles. Marina foi ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Zequinha comandou a pasta na gestão de Michel Temer.

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Ainda segundo relatos, ao ser informado durante a reunião que as queimadas estavam concentradas no sul do Pará, no norte de Mato Grosso e em Rondônia, admitiu que a situação "é grave". "Temos de atuar, mas a Amazônia não está em chamas como estão dizendo", afirmou, de acordo com os interlocutores.

Nos relatos apresentados a Bolsonaro, com base em fotos de satélite e outras informações repassadas ao governo, não há focos de incêndio na parte norte da Amazônia. Na avaliação dos presentes, os eventos são semelhantes aos ocorridos em anos anteriores. Também foi apresentado ao presidente depoimentos, em vídeo, de apoiadores que corroboram a afirmação de que, apesar de as queimadas existirem, não são maiores do que as que ocorreram em anos anteriores.

Em alguns momentos, de acordo com presentes, o presidente mostrou irritação com os ataques de autoridades de outras países - particularmente da França, Alemanha e Canadá.

Uma das discussões na reunião foi o horário do pronunciamento, que foi ao ar às 20h30. Houve quem defendesse que fosse antecipado, para 20h, e que não haveria mais a necessidade de que ocorresse no "horário do Jornal Nacional", o principal telejornal da TV Globo, como tradicionalmente ocorre. O horário original, porém, foi mantido. Bolsonaro deixou a reunião dizendo que iria "arrumar o cabelo" porque ia aparecer na televisão.

Em seu primeiro discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), o papa Francisco conclamou líderes mundiais a adotarem medidas imediatas, efetivas e concretas contra a degradação ambiental, apontada por ele como um dos fatores responsáveis pela exclusão econômica e social e como uma ameaça à sobrevivência da humanidade.

O pontífice pediu a obtenção de acordos "fundamentais e eficazes" na Conferência do Clima marcada para dezembro em Paris e afirmou que existem "limites éticos" para a exploração da natureza. Falando em espanhol a chefes de Estado e de governo reunidos no plenário da ONU, Francisco os exaltou a irem além das declarações de princípios e adotarem "medidas concretas" para preservar o ambiente e eliminar a exclusão social e econômica. "O mundo pede vivamente a todos os governantes uma vontade efetiva, prática, constante."

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A crise ecológica e a destruição de grande parte da biodiversidade ameaçam a própria sobrevivência humana, ressaltou Francisco, enfatizando o sentido de urgência de ações contra a crise ambiental. "As nefastas consequências de um desgoverno irresponsável da economia mundial, guiado apenas pela ambição de lucro e de poder, devem ser um chamado a uma severa reflexão sobre o homem: ‘O homem não se cria a si mesmo. É espírito e vontade, mas é também natureza’", disse, citando o antecessor, Bento XVI.

A degradação ambiental foi o foco do pronunciamento do papa, que dedicou ao tema sua encíclica Laudato Si’, a primeira da história a abordar o assunto. O apelo aos líderes mundiais chega em um momento crítico das negociações internacionais, no qual os países tentam reduzir suas diferenças para evitar o fracasso de Paris.

A presidente Dilma Rousseff estava na plateia. Anfitrião do pontífice em Washington, o presidente Barack Obama só chegará a Nova York no domingo, na véspera da abertura da 70.ª Assembleia-Geral da ONU. O combate ao aquecimento global também é uma das prioridades da agenda do presidente americano, que pressiona líderes mundiais a assumirem compromissos ambiciosos em Paris, mas sofre resistência interna da oposição republicana.

Pobres

Reafirmando a visão da Laudato Si’, o papa observou que os pobres são os mais atingidos pelo processo de degradação ecológica e sofrem seus efeitos em três dimensões: "São descartados pela sociedade. Ao mesmo tempo, são obrigados a viver de desperdícios e devem injustamente sofrer as consequências do abuso do ambiente. Esses fenômenos constituem, hoje, a ‘cultura do descarte’ tão difundida e inconscientemente consolidada."

Em sua avaliação, a preservação ecológica exige a limitação do poder de países e indivíduos, nos termos das regras internacionais. "Uma ambição egoísta e ilimitada de poder e bem-estar material leva tanto a abusar dos meios materiais disponíveis como a excluir os fracos e os menos hábeis", observou. Segundo o papa, "a exclusão econômica e social é uma negação total da fraternidade humana e um atentado gravíssimo aos direitos humanos e ao ambiente".

Lembrando que os homens são parte do ambiente, o papa ressaltou que este funciona dentro de "limites éticos" que devem ser respeitados pela atividade humana. "Cada criatura, particularmente viva, tem um valor intrínseco em sua existência, sua vida, sua beleza e sua interdependência com outras criaturas", ressaltou. "Qualquer dano ao ambiente, portanto, é um dano à humanidade."

"Nós cristãos, com as outras religiões monoteístas, acreditamos que o universo é o fruto de uma decisão de amor do Criador, que permitiu aos homens usarem a criação para o bem de seus semelhantes e para a glória do Criador, mas não pode abusar dela e muito menos está autorizado a destruí-la", declarou, sob aplausos. Francisco afirmou que a "casa comum" dos homens deve sustentar-se na fraternidade universal e no respeito ao caráter sagrado da vida humana, mesmo dos que ainda não nasceram. Apesar de o papa não ter usado a palavra "aborto", a declaração é uma condenação da prática. Segundo ele, o mesmo caráter sagrado está presente na natureza.

Resumo

O papa iniciou sua visita de seis dias aos Estados Unidos na terça-feira, vindo de Cuba. Ao lado da defesa dos imigrantes, a questão ambiental ganhou destaque em suas declarações na Casa Branca, na quarta-feira, e no discurso que proferiu anteontem (24) no Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O enfrentamento das mudanças climáticas é uma luta que a humanidade está travando contra si mesma na busca de um modelo de desenvolvimento sustentável. E, por enquanto, não está se saindo muito bem nisso. "Estamos contra as cordas e atordoados", disse, em entrevista ao Estado, o advogado de Direito Internacional Eduardo Felipe Matias, autor do livro "A humanidade contra as cordas" (Paz e Terra), que será lançado nesta terça-feira, 8, em São Paulo. A boa notícia, segundo o autor do livro, é que ainda dá tempo de virar o jogo. Mas não vai ser fácil, alerta Matias.

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