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Na última quinta-feira (3), o município Mata de São João (BA) alcançou a meta de ter todas as matrículas das escolas municipais em tempo integral. O marco foi atingido com a inauguração da Escola Municipal Professora Angelina Rodrigues do Nascimento, na Praia do Forte. Na cidade, localizada na região metropolitana de Salvador, os alunos da educação infantil e do ensino fundamental passam pelo menos sete horas por dia na escola e têm atividades de esporte, cultura e sustentabilidade.

A modalidade tornou-se política pública nacional esta semana com a sanção da Lei 14.640/2023, que institui o Programa Escola em Tempo Integral. O governo federal irá investir R$ 4 bilhões para ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral nas escolas de educação básica em 2023. A meta é alcançar, até 2026, cerca de 3,2 milhões de matrículas.

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Mata de São João, segundo o secretário de Educação do município, Alex Carvalho, deverá aderir ao programa federal para qualificar a oferta do ensino em tempo integral. Agora, depois da sanção da lei, os detalhes do programa serão definidos após um ciclo de seminários nas cinco regiões. Os debates começaram também esta semana, em Cuiabá, na quinta e na sexta-feira (4). Os debates são transmitidos pelo YouTube.

Em Mata de São João, desde 2010 o governo local investe em educação em tempo integral. “Essa decisão se baseia nos estudos e pesquisas que foram desenvolvidas pelo município que apontaram a educação integral como uma possibilidade de melhorar a qualidade da aprendizagem dos alunos”, diz o secretário de Educação. Carvalho atribui à modalidade a melhora no desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino. A cidade teve o melhor desempenho nos anos iniciais do ensino fundamental, do 5º ao 9º ano da região metropolitana, em 2021.

Além das estruturas das próprias escolas, os alunos contam com equipamentos da cidade para o ensino e aprendizagem. “Usamos a praia, o campo, a praça da cidade. Nossa ideia foi transformar Mata de São João em um território educativo. Fazemos trilha com os estudantes, mostramos a natureza, mostramos os projetos que tem na cidade, como o projeto Tamar e o projeto Baleia Jubarte. Apresentamos a história da nossa cidade, a relevância dela para nosso país e nosso estado. Existe esse trabalho onde os alunos aproveitam todos os ambientes possíveis de aprendizado”, diz o secretário.

Referência em tempo integral

Para o Ministério da Educação (MEC), a educação em tempo integral é a ampliação do tempo de permanência nas escolas para um período igual ou superior a sete horas diárias ou 35 horas semanais. A modalidade tem como finalidade a perspectiva do desenvolvimento e formação integral de bebês, crianças e adolescentes a partir de um currículo intencional e integrado, que amplia e articula diferentes experiências educativas, sociais, culturais e esportivas em espaços dentro e fora da escola com a participação da comunidade escolar. 

A educação em tempo integral é realidade na Escola de Referência em Ensino Médio Ginásio Pernambucano desde 2004. A escola, que está localizada no Recife, funciona no colégio mais antigo do país, fundado em 1825. Os 692 alunos, todos do ensino médio, têm nove aulas por dia, das 7h30 às 17h. Eles têm três refeições diárias e as atividades são tanto conduzidas pelos professores quanto desenvolvidas pelos próprios estudantes em alguns momentos, para incentivar o protagonismo dos adolescentes.

“A gente percebe a educação integral, e costuma conversar com os estudantes, como algo que não tem a ver com o tempo que fica na escola, mas com a integralidade da formação, a integralidade enquanto formação de sujeitos sociais”, diz o gestor da escola, Oscar Neto. “Ela vai desenvolvendo autonomia, resiliência, proatividade, tomada de iniciativa. Os jovens são mais criativos, mais inventivos, argumentam, participam, refletem criticamente. Começam a construir um arcabouço necessário para o mundo e não só para o mundo do trabalho, mas para outras esferas da vida”, complementa.

Neto explica que uma das atividades é criada pelos próprios jovens, o chamado clube do protagonismo. Trata-se de clubes que funcionam nos intervalos das aulas, onde os alunos desenvolvem atividades como teatro, dança, xadrez, jogos de tabuleiro. “Eles aproveitam esse momento para interagirem, para alicerçar as aprendizagens”, explica.

Para os estudantes

A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, é uma das estudantes que cursaram o tempo integral no ensino médio na Escola Estadual de Educação Profissional Dona Creusa do Carmo Rocha, em Fortaleza. “A experiência que eu tive foi positiva. Eu fiz curso técnico e, no contraturno, tinha oficina de teatro, oficina de dança, de canto e, inclusive, aula de reforço com professores.”

Ela ressalta, no entanto, que, para que funcione, o tempo integral precisa de uma estrutura mínima e também de bolsas para auxiliar os estudantes que permanecerão mais tempo na escola. A Ubes aponta alguns desafios para a implementação escolar, entre eles está o fato de que para implementar o ensino integral, escolas acabam fechando sobretudo o ensino noturno. Isso faz com que estudantes que precisam trabalhar acabem abandonando os estudos.

Para que isso não aconteça, a estudante diz ser necessário um auxílio para que esses alunos possam ter condições de cursar o ensino integral. Além disso, ressalta, é preciso uma melhora na merenda para que os alunos tenham acesso a três refeições que sejam nutritivas, além de melhoria na infraestrutura das escolas, muitas vezes sucateadas.

“Muitos jovens estão subempregados, como entregadores, nos sinais vendendo bala. Para combater isso e também o trabalho infantil, a gente entende que é importante ter bolsa permanência para escolas em tempo integral. Que isso seja feito de forma qualitativa, entendendo que as escolas que vão aderir precisam passar por reestruturação tanto da parte pedagógica quanto da infraestrutura”, diz Beatriz.

Educação integral

A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), Lei 9.394/1996, prevê que as escolas tenham uma carga horária mínima anual de 800 horas, distribuídas em no mínimo 200 dias de efetivo trabalho escolar, o que equivale a quatro horas diárias.  

Estender a jornada escolar é uma meta prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014. O PNE estabelece a oferta de “educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da educação básica”. O Relatório do 4º Ciclo de Monitoramento das Metas do PNE 2022 mostra que o percentual de matrículas em tempo integral na rede pública brasileira caiu de 17,6%, em 2014, para 15,1%, em 2021.

“Quando se fala de escola integral fora do Brasil, isso não faz nem sentido se é só escola, pois a escola já tem uma carga horária de sete horas. Estamos falando em um rearranjo do sistema educacional para estar em linha com o que é visto internacionalmente. A gente espera resultados semelhantes no Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Alunos] e no PIRLS [Estudo Internacional de Progresso em Leitura], mas com uma oferta de educação em tempo inferior”, diz o diretor de Projetos da Fundação Lemann, Lucas Rocha.

O gerente de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, Ivan Gontijo, complementa: “Acho que o governo federal acerta em lançar um programa para induzir as matriculas em tempo integral para que os estudantes passem mais tempo na escola, mas o grande desafio é que essas escolas que vão ser transformadas do tempo parcial para o tempo integral sejam escolas que tenham proposta pedagógica diferenciada. Porque só aumentar a carga horaria para ser mais do mesmo não faz muito sentido. Então, acho que esse é o grande desafio para a implementação dessa política. Como garantir que essa escola em tempo integral seja verdadeiramente integral”, diz.

Gontijo ressalta que a escola em tempo integral não pode ser uma escola “em que os alunos, ao invés de passarem quatro horas sentados enfileirados passam sete horas. Não é essa a proposta. É uma proposta em que estudante são colocados no cento do processo de ensino e aprendizagem, têm seu processo de protagonismo juvenil desenvolvido, têm outra relação com o espaço da escola, isso é uma coisa que a gente precisa pensar”.

Desafios

De acordo com a coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, uma das conquistas no novo programa é a priorização de escolas que atendam estudantes em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica.

“Uma das preocupações que a gente tem sempre é que educação em tempo integral normalmente tinha ficado, na história, muito dedicada a escolas urbanas, em locais que tem população mais rica, mais branca e não atingia uma população que não só precisa como tem direito a uma educação integral”, diz.  

A implementação do tempo integral traz, de acordo com a coordenadora-geral, alguns desafios como a melhoria da infraestrutura das escolas, a definição de um plano de carreira para os docentes, que passarão a trabalhar mais horas por dia em uma mesma escola, e políticas para a permanência dos estudantes.

Com apontado por Jade Beatriz, Andressa Pellanda também defende a necessidade de bolsas para estudantes. “Eu acho que uma das questões primordiais é permanência. A gente sabe que vários estudantes não ficam, saem da escola no tempo parcial porque não têm condições de se manter na escola. E, para o tempo integral mais ainda, o estudo que foi feito agora é que precisava ter um incentivo para essas populações que estão em situação de vulnerabilidade. A gente precisa de política de permanência. Educação integral sem permanência ou não existe ou existe de maneira excludente”.  

Segundo a coordenadora-geral, esse programa é um passo, mas ainda é preciso avançar, tanto na lei do PNE, quanto no financiamento, no Sistema Nacional de Educação, “para cada vez mais a educação brasileira parar de falar de educação em tempo integral e falar em educação integral, que é o modelo de direito que a gente defende”.

A Secretaria de Educação de Pernambuco (Seduc-PE), recebeu, na última quarta-feira (4), uma comissão de 16 professores do ensino integral e formadores da rede pública do Recife. O motivo seriam as mudanças no planejamento letivo que, segundo eles, desde janeiro vem sofrendo alterações e sobrecarrega os docentes.

As alterações na pasta, segundo o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), realizadas pela Prefeitura do Recife, provoca desvio de função, como, por exemplo, profissionais formados em uma disciplina darem aulas de outras matérias. As mudanças também reduzem a jornada de planejamento de aulas, correção de provas e organização interna. 

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Em entrevista ao LeiaJá, o diretor do Simpere, Igor Andrade, explica a versão do docentes. [Isso aconteceu] de forma arbitrária, sem comunicação prévia, sem avisar. Deslocaram 15 professores que trabalhavam nessas escolas para outro tipo de unidade escolar da rede. Então, eles tiveram que do nada, agora em janeiro, se realocar em outras escolas. Sem muita opção de escolha, inclusive”, enfatizou.

Nas propostas feitas pela Prefeitura, de acordo com o Sindicato, estão inclusas a retiradas das formações dos professores, que atualmente são realizadas no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire (CFEPPF), localizada na Madalena, bairro da Zona Oeste da capital pernambucana. A sugestão da gestão municipal é realizar as formações nas próprias escolas, com isso, a troca de experiências e práticas em sala de aula não ocorreriam. Os educadores reivindicam que as formações sejam realizadas no CFEPPF.

A equipe de professores formadores, também reivindica que o quadro de formadores seja ampliado para que tenha melhor aproveitamento durante os momentos de formação. A ação recebeu apoio de mães das comunidades atingidas pelas mudanças, fomentando a importância da cobrança feita pelos profissionais.

Seduc

Segundo informações obtidas pela reportagem, dos 50 professores que foram para o Seduc, somente 16 foram atendidos após algumas horas de negociação através da Guarda Municipal, que foi acionada pela secretaria. O grupo ainda teria conseguido uma reunião para realizar as negociações para melhoria das condições de trabalho.

O Seduc disse ao LeiaJá que não confirmou a reunião para as negociações que seriam no final da tarde, desta quinta-feira (6). Segundo nota, emitida pela pasta, a reunião foi agendada para o dia 21 de janeiro. Além disso, a secretaria ainda reforçou que o encontro contará com quantidade maior de profissionais para esclarecer as dúvidas.  “A gestão frisa que não houve aumento de carga horária e nem desvio de função. Todos os professores estão exercendo a função para a qual estabelece seus contratos”, pontua nota.

O Ministério da Educação realiza nesta quinta-feira (18), a 47ª webconferência do programa Mais Educação. O tema será a educação em tempo integral nas escolas públicas de ensino fundamental, com transmissão diretamente da sala de atos do MEC, em Brasília, das 15h às 17h. Serão abordados assuntos como avaliação e perspectivas do programa, execução e financiamento, formação para a gestão e prestação de contas. 

Haverá ainda espaço para perguntas de educadores, gestores, estudantes, pais e interessados no programa. As perguntas devem ser enviadas antecipadamente para o endereço eletrônico educacaointegral@mec.gov.br. No campo assunto, é necessário escrever 47ª webconferência. O programa pode ser acompanhado ao vivo na página do MEC.

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As escolas públicas têm até esta segunda-feira (4) para fazer a adesão ao Programa Mais Educação, que oferece recursos para a oferta de educação integral. Atualmente, 49 mil escolas participam do programa, e a meta é chegar a 60 mil.

A jornada da educação integral deve ser, no mínimo, de sete horas diárias ou 35 horas semanais. Durante o período em que estão na escola, os estudantes recebem três refeições.

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As escolas podem escolher até cinco atividades nos macrocampos do programa, entre eles o de acompanhamento pedagógico (obrigatório), educação ambiental, esporte e lazer, direitos humanos em educação, cultura e artes, cultura digital, promoção da saúde, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica. Pelo programa, as escolas são selecionadas com base em critérios como baixo índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb), as que têm entre seus estudantes, em sua maioria, filhos de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família e escolas em regiões de vulnerabilidade social. A liberação de recursos financeiros é feita por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola, e a adesão é pela internet.

A oferta de educação integral está também no Plano Nacional de Educação, que estabelece metas para o setor nos próximos dez anos. Segundo o plano, a educação integral, que atualmente chega a aproximadamente 30% das escolas públicas, deve atingir 50%, pelo menos. Além do programa federal, alguns estados e municípios oferecem os próprios programas.

O VI Fórum de Educação Integral, realizado pela Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE), chega ao fim nesta sexta-feira (25), no Chevrolet Hall, em Olinda. Iniciado nessa quinta-feira (24), o evento conta com a presença de professores, técnicos educacionais e gestores escolares, todos focados em assuntos que permeiam o ensino integral.

O secretário de Educação e Esportes, Ricardo Dantas, abriu as atividades do Fórum. Ele destacou a atuação as escolas integrais pernambucanas. “As escolas integrais do Estado são referência para o país, e esse mérito devemos ao trabalho de todos os educadores que fazem seus trabalhos, diariamente, em sala de aula”, relatou Dantas, conforme informações da assessoria de imprensa.

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O evento é feito em parceria com o Instituto Pró-Cidadania. O tema central das discussões é “Educação Integral e Profissional: desafios para a cidadania no mundo contemporâneo”. Mais de 5 mil professores participam do Fórum.

As escolas públicas de todo o país têm até o dia 31 deste mês para aderir ao Mais Educação, programa do governo federal que tem o objetivo de  implantar a educação integral, aumentando o tempo de permanência de crianças e jovens nas escolas. No ano passado, 32 mil escolas com maioria de beneficiários do Bolsa Família participaram da iniciativa.

Neste ano, 49.687 já concluíram o processo de adesão ou readesão. A região com mais escolas inscritas é o Nordeste, com 28.355 instituições. Em Pernambuco, 3.406 escolas poderão funcionar em horário integral através do programa.

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“A adesão é importante para que o poder público possa dar continuidade à implementação da educação integral, de forma que ela se torne uma política pública permanente”, frisou a coordenadora geral de Controle Social e Ações Complementares do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Juliana Macedo. A parceria entre o MDS e o Ministério da Educação permite a integração do programa com o Bolsa Família, para ampliar o atendimentos para a população de baixa renda.

O programa permite que os estudantes tenham acompanhamento pedagógico e participem de atividades complementares que reforçam a aprendizagem. Aulas de educação ambiental, atividades nas áreas de esporte, lazer, cultura, artes, direitos humanos e inclusão digital são algumas das opções que podem ser oferecidas pelas escolas aos alunos.

Para aderir ao Mais Educação, as escolas públicas devem realizar o cadastramento no Sistema do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE Interativo. Os gestores do Bolsa Família nas prefeituras podem contatar as secretarias estaduais ou municipais de educação para garantir que o programa seja implantado nas escolas com maioria de beneficiários do programa de transferência de renda. “Esse contato é importante para sensibilizar os gestores sobre a importância da inclusão de todas as escolas, uma vez que elas têm, em seu público, estudantes em situação de maior vulnerabilidade social”, reforçou Juliana.

O Instituto Adventista Pernambucano de Ensino (IAPE) será inaugurado nesta segunda-feira (24), às 16h, em Sairé, próximo à Gravatá, Agreste do estado. 

O IAPE é uma das 15 unidades brasileiras da Rede de Educação Adventista que oferecem o sistema de internato, no qual estudantes a partir de 12 anos podem estudar e morar no residencial estudantil do colégio. Dentro da instituição, o aluno tem a possibilidade de realizar aulas de música, idiomas, esportes, além de desfrutar de uma ampla área de lazer. Todas as refeições são servidas no restaurante do colégio, seguindo um cardápio vegetariano, incluindo alimentos orgânicos cultivados no próprio colégio.

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O instituto começou as atividades este ano e tem aproximadamente 280 alunos matriculados. Os estudantes vieram de outras cidades pernambucanas, de Estados vizinhos e de localidades como São Paulo, Mato Grosso e Distrito Federal. 

Parte das vagas da instituição é destinada à oferta de bolsas de estudo integrais e parciais. O objetivo é atender à população carente com perfil socioeconômico em conformidade com a Lei 12.101/09. A seleção ocorre uma vez por ano. 

REDE MUNDIAL – O IAPE faz parte da Rede de Educação Adventista, a segunda maior rede particular de ensino do mundo, presente em 115 países, com 1,8 milhão de alunos. No Brasil, a Educação Adventista conta com mais de 450 colégios.

Mais de 49.300 escolas públicas no país oferecem o ensino integral através do programa Mais Educação. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (29) pela presidente Dilma Rousseff, durante o programa de rádio semanal Café com a presidenta.

O programa permite que as instituições públicas de ensino ampliem a jornada escolar para no mínimo sete horas diárias, financiando o pagamento de monitores e materiais e adaptação dos espaços, por exemplo. “A maior parte dos recursos é repassada diretamente para a escola contratar monitores e professores, comprar material e preparar os espaços para receber as crianças nas atividades do chamado contraturno, que é o segundo turno. Além disso, o MEC também repassa um recurso a mais para as prefeituras com o objetivo de garantir alimentação de quem fica o dia todo na escola.”, explicou Dilma. Em 2013, foram investidos R$ 1,8 bilhão.

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A meta do MEC é chegar a 60 mil escolas com ensino integral até 2014. A prioridade na adesão tem sido para as escolas que atendem uma maioria de alunos de famílias beneficiárias do programa Bolsa Família. “Dar a todas as crianças as mesmas chances desde cedo, as mesmas oportunidades. É isso que significa desenvolvimento sustentável”, disse. “O nosso objetivo é justamente atender as crianças mais vulneráveis e dar a elas a oportunidade de estudar e melhorar de vida”, completou a presidente.

Com mais tempo na escola, além do currículo obrigatório, os estudantes participam de uma série de atividades. “No turno complementar, a criança passa a maior parte do tempo estudando matemática e português. O estudante recebe reforço nas matérias que tem mais dificuldade. Isso é o principal, porque facilita o aprendizado e melhora o desempenho do aluno”, considerou. “Além disso, as crianças praticam esportes, praticam basquete, vôlei, futebol, judô. Elas também participam de atividades ligadas à arte: teatro, dança, música, que estimulam a criatividade, o que é muito importante para uma educação integral”, detalhou. 

De acordo com Dilma Rousseff, os resultados já podem ser observados, já que a qualidade do ensino já se reflete no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb. “Veja o que aconteceu, por exemplo, com a Escola Municipal Beatriz Rodrigues da Silva, de Palmas, no Tocantins, que há quatro anos participa do programa de ensino em dois turnos, de ensino integral Mais Educação. O aprendizado dos alunos melhorou muito. Olhe bem, a nota da escola no Ideb pulou de 4,7, lá em 2007, para 8,0, em 2011. É uma evolução fantástica, que motivou alunos, professores e toda a comunidade”, contou. Mais informações sobre o programa Mais Educação estão disponíveis no site do Ministério da Educação

Em 2013, 3.495 escolas públicas de Pernambuco aderiram ao Mais Educação, programa do Ministério da Educação (MEC) que promove o acesso à educação integral – com jornada mínima de sete horas diárias. Em todo o país, foi registro um total de 49.278 inscrições para acesso aos recursos.

A prioridade foi para as unidades com maioria de alunos de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). De acordo com o MEC, 64,9% das escolas atendem a esse perfil e o número de adesões desse segmento cresceu 80% em relação ao ano passado.

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Para a coordenadora geral de Controle Social e Ações Complementares do MDS, Juliana Matoso Macedo, os resultados demonstram a importância da parceria com o Ministério da Educação. “O trabalho entre setores é essencial para alcançar resultados nas políticas públicas. Garantir o avanço da educação integral, incorporando a equidade como vetor central é o que buscamos com a parceria”, explicou.

O objetivo do programa é aumentar a jornada dos alunos nas escolas públicas, articulando as disciplinas curriculares com diferentes campos de conhecimento e práticas socioculturais. O funcionamento é em ciclos anuais, por isso uma vez terminado o ciclo, as escolas que participaram precisam readerir ao ciclo seguinte para continuar participando.

Para o desenvolvimento das atividades, o governo federal repassa recursos para ressarcimento de transporte e alimentação de monitores, materiais de consumo e de apoio. As escolas beneficiárias também recebem conjuntos de instrumentos musicais e rádio escolar, dentre outros, e referência de valores para equipamentos e materiais que podem ser adquiridos pela própria escola com os recursos repassados.

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Uma tendência já se apresenta forte no cotidiano agitado das grandes metrópoles. O ensino integral, em que alunos passam praticamente o dia todo nas escolas, é uma realidade que começa a tomar forma, ocasionada por vários motivos. Vida “corrida” no trabalho por parte dos pais, a necessidade de qualificar de forma educacional e profissional as crianças, e, recentemente, a regulamentação dos direitos das empregadas domésticas, que, para algumas pessoas, encareceu os gastos com babás, são alguns exemplos de fatores que influenciam a expansão dessa educação.

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Vale salientar que o ensino integral não deve servir apenas para ocupar o horário dos estudantes. É imprescindível que ele tenha um objetivo pedagógico, além das atividades recreativas. No Recife, o Colégio Boa Viagem (CBV), da rede privada, busca desempenhar bem essa função. O integral, não apenas ocupa o tempo dos meninos, como também os torna bilíngues.

De acordo com o diretor pedagógico do CBV, José Ricardo Diniz, as turmas do integral são compostas por alunos do ensino infantil e da educação fundamental. No turno da manhã, as crianças trabalham o ensino regular, já à tarde, dentro das atividades do integral, eles aprendem os principais assuntos do primeiro turno em inglês. Para deixar o aprendizado mais natural, as aulas são realizadas conforme vivências do cotidiano. Por exemplo, eles vivem como se estivessem nas suas casas junto com os pais, e tudo é falado e pensado em inglês. “A estrutura atual da família traz com que você tenha o casal no mercado de trabalho. Por isso, é muito mais adequado que as crianças passem os dois períodos na escola”, acrescenta Diniz.

As turmas do integral são divididas nos níveis Tots (crianças de 3 e 4 anos), Kinder (5 e 6 anos) e Kids (7 e 8 anos). Todos os professores que atuam com os meninos dominam o inglês, e os garotos recebem os auxílios comuns ao ensino integral, tais como almoço, higiene pessoal, lanche, além das atividades lúdicas, como assistir vídeos.

Para a auditora Bárbara Noronha, mãe de Anne Noronha Galvão, de 4 anos, que participa do ensino integral no CBV, esse método educacional é mais vantajoso em vários sentidos. “É a proposta mais convincente. Aqui são trabalhados os princípios fundamentais da educação e há uma didática bem diferente dos cursos de inglês. As crianças passam a semana toda vivenciando outro idioma e ainda reforçam o que aprenderam pela manhã”, opina Bárbara, que também é professora de inglês.

Apesar de todos esses benefícios, nem todo mundo pode, em termos financeiros, matricular seus filhos na educação integral privada. No CBV, o ensino regular custa inicialmente R$ 750. Quem quiser colocar a criança no integral, de segunda a sexta-feira, ainda precisa desembolsar mais uma quantia de R$ 600 por mês.

Ensino integral público precisa virar realidade

Se o custo para colocar uma criança no ensino integral não é barato para algumas pessoas, a saída pode ser a educação pública. Porém, no Recife, ainda há um número pequeno de escolas que oferecem o ensino integral.

Segundo dados da assessoria de comunicação da Secretaria de Educação da cidade, a rede municipal tem hoje 223 escolas, em que dessas, somente seis oferecem aulas em tempo integral. Dos 94 mil estudantes, apenas 1.800 podem dizer que usufruem do ensino integral.

Uma das escolas municipais que oferecem o serviço é a João Batista Lipo Neto, localizada no bairro de Cosme e Damião. O estabelecimento atende 162 alunos do ensino infantil na educação integral, das 7h30 até às 17h. De acordo com a diretora, Marta Almeida, o ensino regular é aplicado tanto à tarde quanto no turno da manhã, em paralelo com atividades extras, que são promovidas, principalmente, por integrantes do projeto Mais Educação, do Governo Federal.

A escola até oferece uma boa estrutura para atender os meninos. Existem biblioteca, sala de informática, refeitório, entre outros espaços. Mas, essa não é a realidade de outros estabelecimentos municipais, conforme denúncias da professora Lindinalva Maria Barbosa. “Desde 2000 que trabalho nesta escola e posso afirmar que está sendo desenvolvido um trabalho muito bom. A gente tem recursos para oferecer a eles e os alunos ficam aqui o dia todo. Porém, outras escolas ficam muito a desejar. Nas reuniões que temos com a categoria, escuto muitos depoimentos de colegas que reclamam bastante. Ainda há muito o que melhorar”, critica a professora.

Ainda assim, a Lipo Neto precisa de melhorias. As crianças, caso necessitem desempenhar alguma atividade física durante o integral, terão muita dificuldade para fazê-la. A escola não tem quadra e a aula de capoeira, que é uma das atividades do ensino integral, é realizada dentro de uma sala de aula improvisada. Mesmo assim, o professor Marcelo Silva do Nascimento afirma que o resultado está sendo proveitoso. “É interessante. É um desafio novo para mim, porque nunca trabalhei com crianças. Eles gostam muito e se divertem bastante”, comenta o capoeirista.

Felipe da Silva Santos, 10, é estudante do 4ºano e diz gostar bastante do integral. “O que mais gosto de fazer aqui é brincar e estudar. Na aula de informática, eu faço pesquisas e levo para casa. Quando eu terminar a escola, quero ser médico”, conta o menino. Outro que também aprova passar o dia todo na escola é Heitor Riquelme Melo, de 7 anos, estudante da mesma série que Felipe. “As matérias que eu mais gosto no integral são português e matemática. Acho muito legal porque a gente brinca e estuda aqui na escola o dia todo”, fala.

O futuro do integral

De acordo com a Secretaria de Educação do Recife, o objetivo da gestão atual é implantar o ensino integral, juntamente com atividades no contraturno. O método, segundo o órgão, será aplicado em todas as 34 escolas que têm turmas do ensino fundamental II, com alunos do 6º ao 9º ano. A previsão é que essa ação seja concluída até 2016.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou em sua página eletrônica que recursos de R$ 174,9 milhões serão destinados a aproximadamente 5,5 mil escolas públicas de todo o Brasil. O repasse é feito pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

As escolas são participantes do programa Mais Educação e os recursos irão financiar a educação integral. As unidades de ensino oferecem pelo menos sete horas diárias de aula e reforço de atividades de aprendizagem, artísticas, culturais e de lazer. O dinheiro é utilizado em transporte e alimentação de monitores, compra de material e contratação de serviços necessários para o desenvolvimento das atividades. 

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Confira aqui a lista com os valores transferidos a cada unidade de ensino. Participam do Mais Educação 33 mil escolas de ensino básico de todos os estados.

O Ministério da Educação (MEC), através do seu site, divulgou que o programa de ensino integral Mais Educação, realidade em 32 mil escolas públicas de todo o país, foi o tema do programa de rádio Café com a Presidenta desta segunda-feira (20). Segundo o MEC, metade das escolas atendidas pelo programa, em que a maioria dos estudantes é beneficiada pelo programa Bolsa Família, está localizada em regiões pobres brasileiras, com baixos resultados no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb).

Segundo a presidente da República, Dilma Rousseff, a educação integral é um ponto importante para o desenvolvimento do Brasil como um todo, de acordo com informações do MEC. “Todo país que se desenvolveu, que saiu da condição de país pobre e que se mantém na condição de país desenvolvido apostou na educação em tempo integral para todas as crianças”, comenta Dilma.

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Ainda de acordo com o ministério, o programa Mais Educação foi lançado no ano de 2007. O objetivo é ampliar a jornada escolar diária para o mínimo de sete horas, dando prioridade para ações culturais, esportivas e de acompanhamento pedagógico, com destaque para matemática e língua portuguesa.

Professores, educadores de apoio e gestores se reuniram, nessa segunda-feira (16), e continuam reunidos nesta terça-feira (17), no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, para o IV Fórum de Educação Integral de Pernambuco. O evento visa debater os desafios para a universalização do modelo de educação em tempo integral. De acordo com informações da Secretaria de Educação de Pernambuco (SE), mais de dois mil profissionais participam do fórum.

O bom desempenho das escolas de regime integral e semi-integral no Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (Idepe) foi destacado pelo secretário de educação, Anderson Gomes. “A evolução do Idepe vem crescendo em todas as modalidades de ensino. Não é algo pontual, é um processo do qual vocês fazem parte”, comentou o secretário, segundo informações da SE.

De acordo com a SE, antes, Pernambuco tinha 13 escolas integrais, em 12 cidades. Atualmente, o Estado possui 217 estabelecimentos educacionais, em quase 140 municípios. No fórum, várias atividades estão sendo realizadas, tais como palestras, cursos, entre outras. As ações serão finalizadas no início desta noite.

Escolas do meio rural, de povos de florestas, ribeirinhos, quilombolas, pescadores e assentados da reforma agrária serão beneficiados com a educação integral, segundo divulgou o Ministério da Educação (MEC) ontem. De acordo com a instituição, na área urbana, o sistema integral (que começou no ano de 2008) está presente em 14,9 mil unidades escolares.

A expectativa do MEC para 2012 é oferecer também nessas áreas a educação integral em cinco mil estabelecimentos, distribuídos entre os municípios dos 26 estados e no Distrito Federal. Segundo informações da Secretaria de Educação Básica (SEB), o Ministério pré-selecionou 14,5 mil escolas do meio rural, que podem receber o benefício. O MEC, no ato da pré-seleção, considerou dificuldades típicas das escolas do campo, como a distância de centros de atividades culturais, esportivas e de lazer.

Ainda de acordo com o MEC, o valor médio de repasse é de R$ 37 mil, considerando a menor e maior escola do programa. O valor é direcionado para o caixa escolar, objetivando a compra de materiais e o custeio de atividades e serviços em gerais, durante todo o período de aula.

As escolas pré-selecionadas que aderirem ao programa Mais Educação devem incluir dados cadastrais no Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças do MEC (Simec). O acesso é realizado com senha fornecida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Até o dia 15 de fevereiro é o prazo para a adesão.

Depois de aderir, além de informar o número de estudantes que serão atendidos, o gestor deve relacionar cinco ou seis atividades, escolhidas em uma lista de cerca de 60, que está disponível no endereço eletrônico do programa.

Clique AQUI e veja as escolas pré-selecionadas.

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