Tópicos | Eleições 2012

Com a vitória do democrata ACM Neto para a Prefeitura de Salvador, nas eleições do último domingo (28), o partido ganha forças na capital baiana. O deputado federal Augusto Coutinho (DEM), analisa o resultado deste segundo turno como uma nova etapa para a legenda. “Isso desmistifica o poderio de eternização da força Lula. O Democratas sai consistente e com número significativo de eleitores”, disse Coutinho.

O deputado lembra que o partido vinha numa condição desfavorável nos últimos meses e sai da eleição com a terceira maior cidade do Brasil em eleitores. Após a criação do PSD, a legenda perdeu quadros significantes que passaram a apoiar o Governo Federal e fez o partido diminuir o seu tamanho consideravelmente comparado ao quadro que ostentava há quatro anos.  “O exercício da oposição é dificultoso e faz com que qualquer partido diminua, mas a gente precisa de uma reavaliação do Democratas”, avalia o deputado federal. Coutinho afirma que o Democratas tem tempo para a reavaliação que deverá acontecer de forma bem diferente do que ocorreu no processo de mudança do nome da legenda, antigo PFL, quando não houve uma discussão entre todos os membros do partido. 

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Coutinho ressalta que existem caminhos para o Democratas que passaria por uma aliança com o PMDB e até mesmo com o PSDB. “Juntando a outro partido poderia se tornar o segundo maior partido do País e, com o PMDB,  poderia ate ser o primeiro...”, destaca o parlamentar. “Os sinais foram emitidos e os resultados estão postos. Apesar de a gente não estar morto, é preciso reavaliar o futuro. Com dados, elementos e objetividade. Temos tempo para tomar decisões”, afirma Augusto.

Números - O Democratas saiu das eleições municipais com 50% no crescimento do eleitorado. São dois milhões de eleitores a mais que o partido governará  a partir de 2013, nos 278 municípios conquistados nesse pleito de outubro. Se por um lado o número de prefeituras do DEM caiu em 69 (de 347 para 278). Além de Salvador, o partido conquistou outros municípios importantes como Aracaju, Vila Velha, Feira de Santana, Mossoró, Barueri, entre outros.

Atualmente, o Democratas administra 4,8 milhões de eleitores em 347 municípios, mas a partir do ano que vem serão 6,9 milhões de eleitores governados pelo Democratas – crescimento de 43% – e 8,7 milhões de habitantes.

 

 

 

 

 

 

 

Partido que mais cresceu em 2012, o PSB elegeu prefeitos em cidades que têm a mais alta taxa de cobertura do Bolsa Família entre os grandes partidos. Na média, 44% das famílias recebem o auxílio onde o partido venceu. Por comparação, a taxa para o PT é de apenas 33%.

"A população que recebe o Bolsa Família não está achando que isso é um favor do governo. Do contrário, teria votado no PT, não no PSB", diz o secretário nacional do PSB, Carlos Siqueira.

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Nas eleições presidenciais de 2010, as regiões mais atendidas pelo Bolsa Família penderam para a então candidata do PT, a presidente Dilma Rousseff. Quanto maior a cobertura do programa, maior foi a votação de Dilma e menor a de José Serra (PSDB). Nas eleições municipais de 2012, a correlação não voltou a se repetir em favor do PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O prefeito eleito de Salvador, ACM Neto (DEM), disse nesta segunda-feira (29) que vai se empenhar por um "diálogo cordial" e por parcerias com a presidente Dilma Rousseff e com o governador da Bahia, Jaques Wagner, que trabalharam pessoalmente pela vitória do petista Nelson Pelegrino, derrotado no 2.º turno da eleição. "A terceira maior cidade do Brasil tem a expectativa do diálogo cordial com a presidente e com o governador. Eu vou me empenhar por isso. A presidente disse que vai tratar todo mundo por igual."

ACM Neto, que foi eleito no domingo (28) com 53,51% dos votos, ante 46,41% de Pelegrino, disse que a eleição acabou. "Não estou mais no palanque. Não quero guerra, disputa ou trincheira com Wagner e a presidente. Quero é parcerias. Espero ajuda do governador, da presidente e do deputado Nelson Pelegrino, que conhece muito bem Salvador e, tenho certeza, fará de tudo para ajudar a cidade a partir da Câmara dos Deputados."

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Ao reconhecer a derrota, ainda no domingo à noite, Pelegrino criticou os eleitores de Salvador por, segundo ele, "terem escolhido errado novamente", e afirmou que vai para a oposição.

"Tenho certeza de que um pacto pela cidade poderá ser feito sem maiores dificuldades. A partir de minha posse serei prefeito de toda Salvador. Tenho certeza de que a presidente Dilma Rousseff não vai discriminar a cidade porque o prefeito é de um partido de oposição", disse ele, durante entrevista coletiva em seu espaçoso apartamento, no bairro nobre de Ondina.

ACM Neto afirmou que não vai dividir a prefeitura de Salvador em fatias para agradar aos partidos que o apoiaram. "Vou conversar com todos os que estiveram envolvidos na eleição. Nós vamos encontrar uma solução. Não cairei nesse erro. Vou dar preferência aos técnicos, embora não vá discriminar os políticos. Mas eles terão de ter competência. Se tiverem e forem filiados a um partido, ótimo. Se não tiverem, não entram na equipe."

O futuro prefeito de Salvador previu que o primeiro ano de administração será difícil e que vai tomar medidas impopulares. "Vou cortar parte dos cargos comissionados para economizar cerca de 20% das despesas correntes. Isso vai incluir também contratos com terceirizados. Muita gente não vai gostar. Mas é a única forma que vamos ter para arrumar a casa." Ele disse que suas primeiras providências serão limpar as ruas, repor a iluminação nos postes e tapar buracos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A causa mais provável para o elevado índice de abstenção de eleitores no 2.º turno do pleito municipal - 19,11% no País - não é o desencanto político, mas a precariedade dos cadastros eleitorais. Por falta de atualização, eles acumulam nomes de pessoas que já morreram ou trocaram de endereço sem notificar a Justiça Eleitoral.

Nas cidades em que o cadastro foi atualizado recentemente, o índice de abstenção é, na média, 50% inferior ao índice nacional. Enquanto no domingo (28), em São Luís (MA), o índice bateu em 22% e chegou a quase 20% em São Paulo, na capital paranaense, Curitiba, ele ficou estacionado em 10%.

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A explicação, segundo assessores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e cientistas políticos, está nas listagens de eleitores. Enquanto em São Luís e em São Paulo os cadastros não são atualizados desde 1986, o de Curitiba foi renovado este ano.

No processo, a Justiça Eleitoral do Paraná eliminou 200 mil eleitores fantasmas, dentro de um universo de 1,3 milhão de cadastrados. Se isso não tivesse ocorrido, eles ainda estariam engrossando o índice de abstenção.

São Paulo, maior colégio eleitoral do País, tem 8,6 milhões de eleitores, dos quais 1,7 milhão deixaram de comparecer às urnas no 2.º turno. No domingo, ao comentar esses números, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, disse considerá-los preocupantes e sugeriu que deveriam ser explicados por cientistas políticos.

Tudo sinaliza, porém, que a explicação está no envelhecimento dos cadastros. Na capital paulista é possível observar que, quanto maior a presença de pessoas com mais de 65 anos numa determinada zona eleitoral, maior o índice de abstenção.

Pode-se atribuir essa variação a dois fatores: a falta de obrigatoriedade para o voto entre pessoas acima de 70 anos e as mortes de eleitores não notificadas à Justiça Eleitoral.

O TSE informa que todos os 299 municípios que tiveram o cadastro eleitoral atualizado entre 2011 e 2012 registraram taxas de abstenção menores.

A falta de atualização do cadastro acaba alimentando avaliações como a que indicaria que parcelas significativas de eleitores preferiram não escolher nenhum candidato, seja no 1.º turno, seja no 2.º. Essa análise soma os votos brancos e nulos ao índice de abstenção. Uma base de eleitores desatualizada pode levar a uma distorção do cenário.

A Corregedoria-Geral Eleitoral iniciou em 2011 um processo de recadastramento biométrico dos eleitores do País, a fim de digitalizar as informações e atualizar a base de votantes. A meta é concluir o processo até 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Derrotado nas urnas na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, o PT do Ceará começa a trabalhar para a saída do governo do ministro dos Portos, Leônidas Cristino, na reforma ministerial que será promovida pela presidente Dilma Rousseff. Assim como o futuro prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PSB), o ministro é afilhado político dos irmãos Ferreira Gomes - o governador do Ceará, Cid Gomes, e o ex-ministro Ciro Gomes. Leônidas é um dos possíveis candidatos à sucessão de Cid, em 2014.

Integrantes do PT cearense garantem que a presidente Dilma está muito "insatisfeita" com a performance de Leônidas à frente da pasta dos Portos. Sua eventual substituição vai acirrar ainda mais o clima de descontentamento dos Gomes com o PT.

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Ciro ficou profundamente magoado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, no 2.º turno, foi a Fortaleza fazer campanha para o candidato do PT, Elmano de Freitas. O ex-ministro declarou que Lula foi "muito incorreto" com ele nas eleições de Fortaleza.

Assim como os socialistas, o PT também pretende lançar candidato ao governo do Estado, rompendo uma aliança de quase oito anos. O nome da atual prefeita petista de Fortaleza, Luizianne Lins, é o mais lembrado para entrar na corrida estadual. Mas ela perdeu força dentro do partido após o fracasso de seu candidato, Elmano de Freitas, na eleição de domingo. "Foi um duríssimo golpe", diz o deputado José Guimarães (PT-CE).

Abalada, Luizianne evitou aparições e declarações, deixando de se solidarizar publicamente com Elmano. Ele subiu no palanque sozinho no domingo (28) à noite para, diante da militância, lamentar a derrota. A eleição de Elmano era vital para turbinar desde já a candidatura de Luizianne, em 2014.

Dividido, o PT cearense engalfinha-se entre várias tendências que, agora, vão dificultar as pretensões políticas da prefeita que se elegeu, em 2004, à revelia do partido. Na época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou o candidato do PC do B e hoje senador Inácio Arruda. Paralelamente ao fracasso pessoal, Luizianne também acabou impondo uma derrota a Lula, que pediu pessoalmente votos para Elmano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Na primeira agenda no dia seguinte à sua eleição em São Paulo, Fernando Haddad (PT) foi recebido nesta segunda-feira (29) no Palácio do Planalto pela presidente Dilma Rousseff a fim de acertar parcerias e iniciar a discussão a respeito de uma possível renegociação da dívida paulistana com a União, hoje em R$ 52 bilhões.

Em conversa em Brasília durou cerca de 40 minutos. Haddad citou as dificuldades que terá de enfrentar. Dilma prometeu ajudar. A presidente também conversou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pediu que ele e Arno Augustin, secretário do Tesouro, verifiquem o que pode ser feito em relação às dívidas das demais capitais do País.

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A dívida paulistana - que teve forte crescimento durante a gestão de Paulo Maluf (1993-1996) - foi assumida pelo governo federal a partir de um contrato fechado em 2000 pelo prefeito da época, Celso Pitta, e o então presidente Fernando Henrique Cardoso. A partir de 2001, a Prefeitura teria de pagar, segundo termos do acordo, parcelas à União.

Pelo contrato da dívida, São Paulo precisa desembolsar, todo mês, 13% da sua receita líquida ao governo federal. O passivo era corrigido por juros de 6% mais IGP-DI. O contrato também previa o pagamento de amortização de 20% do valor total até 2003, mas, na época, a gestão Marta Suplicy (PT) disse não ter condições de pagar esse montante - Haddad era chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Finanças. Sem a quitação da parcela, o índice de correção subiu para 9% mais IGP-DI - o que também era previsto no acordo original de 2000, classificado como "impagável" por todos os sucessores de Pitta.

Pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Estados e municípios cuja dívida ultrapassa um certo limite estabelecido pelo Senado - como é o caso da cidade de São Paulo - não podem contrair novas dívidas. Como o município nunca consegue fazer o montante da dívida baixar, acaba entrando num círculo vicioso.

A presidente destacou uma equipe de servidores federais para analisar as parcerias vigentes com São Paulo e discutir estratégias para ampliar a presença dos programas federais na cidade.

O grupo de trabalho constituído pela presidente deve atuar até a posse de Haddad, em 1.º de janeiro de 2013, mas o prefeito eleito petista aponta para a necessidade de uma iniciativa semelhante permanentemente voltada à capital paulista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

No mapa das zonas eleitorais de São Paulo, um ponto vermelho em meio à mancha azul do eleitorado predominantemente tucano chamou a atenção após os votos da eleição de domingo (28) terem sido computados. Trata-se da região da Santa Ifigênia, conhecida por concentrar lojas de produtos eletrônicos.

Essa foi a única zona do centro expandido na qual o candidato do PT, Fernando Haddad, bateu o adversário José Serra (PSDB). Lá, o petista venceu por 51% a 49%. Historicamente, os tucanos dominam a área, enquanto o PT tem o seu eleitorado mais fiel na periferia. Fazia 12 anos que a sigla não vencia em um bairro do centro expandido.

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De acordo com moradores da região ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, medidas colocadas em prática pelo atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), aliado de Serra, ajudam a entender essa mudança de comportamento. Nos últimos tempos, a Prefeitura intensificou as ações de combate ao comércio irregular nas ruas do município, o que atingiu diretamente a dinâmica do local. O bairro também foi alvo este ano de uma operação para acabar com o consumo livre de drogas na região, que popularmente é conhecida como cracolândia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Os "muros que separam a cidade pobre da rica", citados no primeiro discurso de Fernando Haddad após a vitória em São Paulo, estão claramente demarcados no mapa da eleição, que, mais uma vez, mostrou dois padrões opostos de votação no centro e na periferia. Nas zonas eleitorais onde o petista venceu, a renda média é de R$ 2.227,57. Onde o tucano José Serra ganhou, a média é 137% maior: R$ 5.286.

Os mapas mostram ainda duas outras variáveis correlacionadas com o resultado eleitoral: concentração de população preta ou parda e proporção de moradores com mais de 65 anos.

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As pesquisas Ibope/Estado/TV Globo realizadas no 2.º turno, ao segmentar o eleitorado por idade, mostravam que José Serra só liderava entre os paulistanos com mais de 50 anos.

De fato, ele se saiu melhor nas zonas eleitorais com maior proporção de idosos - quase todas elas localizadas na área central e na zona oeste da cidade.

Mais do que isso, a estatística mostra uma correlação fortíssima entre o voto em Serra e a proporção de idosos na população. Ela fica em 0,97 em uma escala que vai de -1 a 1. Ou seja, quase no nível máximo. Em termos estatísticos, quanto mais próximo o resultado for de 1, maior a correlação - considera-se que é "fortíssima" quando fica entre 0,90 e 1.

A zona eleitoral em que Serra ganhou com maior porcentual (78%), Jardim Paulista, é também a que tem maior fatia de moradores idosos - 16%, o dobro da média da cidade.

No lado de Haddad, a estatística mostra correlação "fortíssima", também de 0,97, entre voto no PT e proporção de pardos e pretos na população. Grajaú e Parelheiros, as duas zonas onde Haddad colheu seus melhores resultados, estão entre as cinco com maior porcentagem de moradores pretos e pardos. No outro extremo, Jardim Paulista, a zona com maior proporção de brancos (92%), foi a que deu menos votos ao petista, em termos proporcionais (22%).

No caso da renda, quanto mais os moradores ganham, maior é o porcentual de votos de Serra. Nesse caso, a correlação é de 0,82 - índice considerado "forte" em termos estatísticos.

Segundo a diretora executiva do Ibope, Marcia Cavallari, o fenômeno da "clivagem social", presente em São Paulo, vem sendo observado em outros lugares e com frequência cada vez maior.

Ela citou os casos de Salvador e São Luís, onde, no 2.º turno, eleitores das zonas ricas e pobres tiveram comportamento diametralmente oposto. Lembrou ainda as eleições presidenciais de 2006 e 2010, nas quais o PT teve votação maior nas áreas mais pobres do País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Após classificar Fernando Haddad (PT) como um "péssimo" ministro para São Paulo durante a campanha de apoio a José Serra (PSDB), o prefeito Gilberto Kassab (PSD) mudou de tom e prometeu nesta segunda-feira (29) apoiar e fazer uma transição afinada. "Vamos trabalhar a quatro mãos, eu e o prefeito eleito Haddad", disse. "Tudo o que vier demandado por ele será por nós encaminhado, porque afinal de contas ele tem legitimidade", completou.

Kassab negou que tivesse feito críticas diretas a Haddad, mas sim sobre questões relacionadas à gestão petista. "Todos conhecem a minha relação com Fernando Haddad. É a melhor possível, todos sabem que sempre o considerei capacitado para ser prefeito de São Paulo", disse. E continuou os elogios: "Tem uma boa formação, é inteligente, é sério, é integro". Ressaltou, porém, que considerava Serra o "mais bem preparado e possuidor da melhor biografia".

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Os secretários de governo, Nelson Herzey, e de Planejamento, Rubens Chammas, farão a transição. O processo, segundo, Kassab, não vai incluir a exigência de cargos na futura gestão. "Se ele quiser convidar quadros do partido, acho que não terá nenhum problema, mas o partido não tem por que oferecer, pedir. Vamos contribuir independente de qualquer coisa." O prefeito promete deixar cerca de R$ 5,5 bilhões em caixa - a maior parte já está comprometida em obras.

Câmara

O prefeito deu sinal verde nesta segunda para que os vereadores de seu partido formem a base do petista na Câmara. São sete parlamentares que, na teoria, podem definir a votação de projetos relevantes, como a aprovação de novas regras de zoneamento. Kassab disse que já conversou com os parlamentares a respeito. "Eu percebi claramente uma disposição deles de ter uma posição igual à nossa, que é de contribuir, de apoiar, de fazer com que a cidade possa ter na gestão do Haddad bons resultados", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Depois de impor uma derrota ao governo federal ao conseguir reeleger em primeiro turno o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), o PSDB triunfou novamente sobre o PT mesmo sem candidato próprio nos quatro municípios mineiros onde o chefe do Executivo foi definido em segundo turno. Nos três desses municípios em que petistas disputavam o pleito os candidatos apoiados pelo senador tucano Aécio Neves, principal nome da oposição para a disputa presidencial de 2014, saíram vitoriosos.

Para Aécio, o resultado do segundo turno "coroou" a vitória do primeiro turno "acima de quaisquer expectativas". "O objetivo desse segundo turno era vencer o PT e nós vencemos em todas as três. Eram lugares estratégicos para o avanço do PT", afirmou o senador, em entrevista ao Grupo Estado. Os tucanos só não estavam do lado vencedor em Uberaba, no Triângulo Mineiro, onde o deputado estadual Antonio Lerin (PSB), apoiado pelo senador, foi derrotado pelo deputado federal Paulo Pìau (PMDB). "Nosso objetivo é que a vitória fosse nossa, de aliados. É um conjunto de forças, porque não é só o PSDB", declarou.

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Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, Bruno Siqueira (PMDB) teve 57,16% dos votos válidos contra 42,84% de Margarida Vieira (PT); em Montes Claros, no norte do Estado, o ex-deputado Ruy Muniz (PRB) ganhou com 56,15% da preferência do eleitorado diante de 43,85% do deputado estadual petista Paulo Guedes; e, em Contagem, o também deputado estadual Durval Ângelo (PT), que teve 34,10% dos votos válidos, foi derrotado pelo colega de Assembleia Legislativa Carlin Moura (PCdoB), vitorioso com 65,90% de votação e apoio dos tucanos, apesar de seu partido ser da oposição ao governo do PSDB em Minas.

Durante a campanha eleitoral, o ex-ministro petista Patrus Ananias, derrotado na disputa pela prefeitura da capital mesmo com apoio pessoal de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a afirmar que Aécio tem a intenção de "acabar com o PT" em Minas. O tucano assume que o resultado das eleições municipais no Estado "obviamente fragiliza ainda mais" o partido da presidente, mas nega que tenha intenção de destruir os adversários e avalia que a urnas indicaram "a aprovação de um projeto". "Quando o PT age com muita agressividade, ele acaba perdendo. As vitórias que o PT teve foram vitórias onde construiu uma linha de não confronto", salientou.

Aécio citou como exemplo o caso de Uberlândia, também no Triângulo Mineiro, a única com mais de 200 mil habitantes em Minas que terá um prefeito petista a partir de 2013. No município, o deputado federal Gilmar Machado (PT) teve 68,72% dos votos válidos e venceu o pleito ainda no primeiro turno. "O Gilmar fez uma campanha de aliado. Em nenhum momento fez qualquer crítica ao governo (estadual). Ao contrário, (ganhou) falando em parcerias. Um discurso de respeito ao que está acontecendo em Minas", observou Aécio.

O prefeito eleito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), usará a aliança com o PT no governo federal para tentar atrair o partido para sua base de sustentação na cidade. Nesta segunda-feira, ele afirmou que a disputa do PSB com o PT, no terceiro maior colégio eleitoral de São Paulo, terminou com o fim do segundo turno das eleições e que na próxima semana reassume o cargo de deputado federal, em Brasília, até a posse, onde buscará o apoio da presidente Dilma Rousseff.

"Para mim a disputa terminou ontem com os votos apurados. Agora vamos em busca da governabilidade para Campinas. Nós teremos um bom relacionamento com o governo Dilma", disse Jonas, que passou o dia dando entrevistas. "Até porque, durante a campanha, mantive um alto grau de respeito com ela."

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Considerada cidade estratégica para o PSB - do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que saiu fortalecido dessas eleições para a disputa presidencial em 2014 -, Campinas foi a maior cidade em São Paulo onde o partido elegeu prefeito. Jonas teve 57,69% dos votos válidos, contra 42,31% do candidato Márcio Pochmann (PT), indicado pessoalmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a disputa, dentro do projeto de renovação de quadros do partido.

"Conversei com o presidente do partido (Campos) e mais uma vez ele se comprometeu em colocar a força do partido para nos ajudar a trazer condições necessárias no nível federal para fazermos um grande governo", afirmou Jonas. Eduardo Campos quer transformar a prefeitura da cidade em "vitrine do modo PSB de governar" no Estado.

Mais do que um grande orçamento (R$ 3,2 bilhões) e um número expressivo de eleitores (785 mil), Campinas virou cidade estratégica para os partidos por suas eleições terem servido como prévia de um possível enfrentamento PSB-PSDB contra o PT.

"Espero que o PT faça oposição crítica naquilo que tiver que apontar, mas que seja uma oposição construtiva. Naquilo que a gente apresentar para o bem da cidade, que eles não joguem contra a cidade", afirmou Jonas, que já começa o governo com pelo menos 20 dos 33 vereadores como base de apoio na Câmara Municipal.

Para ter os petistas como "boa oposição" na cidade, Jonas conta com três fatores: o apoio de aliados do PT no Congresso, que segundo ele já mandaram mensagens nesta segunda-feira, a reaproximação sem traumas de Eduardo Campos e Lula, após o fim das disputas municipais, e a boa relação entre as legendas no governo do prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad.

O maior problema para essa parceria é a presença do PSDB na prefeitura. O partido tem o vice-prefeito eleito, Henrique Magalhães Teixeira, e foi o maior aliado pelas mãos do governador paulista, Geraldo Alckmin, e do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Parceria e suspeita

Ao mesmo tempo que falou que vai encampar uma proposta feita pelo adversário do PT em seu programa de governo, Jonas anunciou que vai reduzir em até 30% o número de radares em Campinas e investigar o contrato com a atual empresa, que segundo foi divulgado em campanha, foi uma herança dos petistas na prefeitura.

"Quero cumprir o que falei durante a campanha. Acho que há um abuso na indústria de multa na cidade. Compreendo que o radar tem que existir no trânsito, mas não da forma extorsiva que está sendo. Pretendo levantar esses dados oficiais, saber de onde vem essas multas. Acho o radar escondido uma pegadinha para usurpar o bolso do contribuinte", afirmou Jonas, como uma de suas primeiras medidas de governo. "Quero saber da empresa que está operando, sobre qual base jurídica. Porque ela já teve problemas em outras cidades do Brasil."

O prefeito eleito do PSB afirmou também que com a ajuda do PT espera trazer para a cidade a universidade federal, prometida em campanha por Pochmann. "Vou fazer uma emenda para a Lei de Diretrizes Orçamentárias para poder ter a verba para fazer a universidade federal aqui para Campinas e espero poder contar com o apoio do PT para termos esse benefício que eles colocaram como proposta para cidade", afirmou Jonas.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, saiu nesta segunda-feira (29) em defesa do ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, que foi hostilizado por eleitores no domingo (28) quando foi votar na zona sul de São Paulo.

"Todos estamos sujeitos a críticas, mas que não se descambe, a pretexto de fazer crítica, para o desacato, para a ofensa pessoal", afirmou Britto. "O ministro Lewandowski tem votado com transparência, isenção e desassombro", acrescentou.

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No domingo, na sua zona eleitoral, um mesário perguntou a Lewandowski se ele já teria "dado um abraço" no ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Outra eleitora também o criticou, uma atitude que Lewandowski classificou como apenas uma "indelicadeza".

Britto admitiu que Lewandowski poderia ter dado voz de prisão para o mesário por desacato à autoridade. No entanto, o presidente do tribunal afirmou que o colega não estava "com espírito para entrar em polêmica".

Revisor do mensalão, Lewandowski tem sido criticado por absolver alguns dos principais réus do mensalão, como José Dirceu. Britto defendeu Lewandowski. "Cada ministro vota de acordo com sua consciência e ciência jurídica", afirmou.

Após um encontro com a presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira (29) pela manhã, em Brasília, o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), reuniu-se nesta tarde, por aproximadamente 45 minutos, com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. A reunião foi na sede do Instituto Lula, na capital paulista, e foi acompanhada pelo presidente da entidade, Paulo Okamoto.

A equipe de transição não informou o conteúdo da conversa e limitou-se a dizer que foi uma visita de cortesia do prefeito eleito. Nem Haddad nem Lula falaram com os jornalistas.

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Mais cedo, Haddad deu uma entrevista coletiva à imprensa, na qual falou sobre o governo de transição e da equipe que será montada pelo governo federal para discutir assuntos de interesse da cidade, como a renegociação da dívida do município. Haddad afirmou que promessas de campanha, como a adoção do Bilhete Único Mensal e a extinção da taxa de inspeção veicular, dependerão de aprovação da Câmara dos Vereadores mas que ele não acredita que as propostas enfrentarão resistência. "Quero quer que, no segundo ano do governo, isso esteja equacionado", disse.

Nesta quarta-feira, Haddad começa um breve período de férias que durará até domingo. Na segunda-feira (5), ele deve retomar a montagem de seu governo.

A prefeita de Natal (RN), Micarla de Sousa (PV), anunciou segunda-feira (29), após reunião no Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura, a equipe de transição de sua gestão.

A gestora colocou à disposição da equipe de transição do prefeito eleito, Carlos Eduardo (PDT) o Centro Municipal de Referência em Educação Aluizio Alves (Cemure) a partir de amanhã (30),

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O prefeito eleito da cidade de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), foi o mais votado proporcionalmente entre os candidatos que venceram nas capitais brasileiras, no segundo turno deste domingo (28). O petista venceu com 68,13% dos votos válidos. Em segundo lugar no País ficou Artur Virgílio Neto (PSDB), que venceu em Manaus com 65,95% dos votos.

Cartaxo disputou à prefeitura de João Pessoa pela primeira vez e obteve no segundo turno das eleições 246.581 mil votos. Já seu oponente, Cícero Lucena (PSDB), teve 115.369 votos (31,87%)

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Entre o primeiro e o segundo turno Luciano aumentou em 104.423 a quantidade de votos, já que na primeira fase do pleito ele venceu com 142.158 votos.

Entre todas as cidades que tiveram eleições neste domingo, Cartaxo teve o terceiro maior percentual de votos válidos. Ele ficou atrás de Napoleão Bernardes (PSDB), que foi eleito prefeito de Blumenau (Santa Catarina) com 70,70% dos votos, e para Juninho (PPS) que foi eleito em Cariacica (Espírito Santo) com 85, 43%.

 

 

 

O prefeito eleito de Manaus, Artur Virgílio (PSDB), quer que seu partido retome as bandeiras políticas de sua fundação que, segundo ele, foram apropriadas pelo PT. O tucano pretende promover uma reunião nacional para uma avaliação dos resultados eleitorais e um debate sobre os rumos da legenda.

Com o capital político obtido na vitória sobre a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), candidata que contou com o apoio da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e das principais lideranças locais, Virgílio pretende iniciar um movimento para que o PSDB recupere os "fundamentos de 1988".

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"Deixamos que nossos adversário se apropriassem dos discursos aos quais eles se opunham na época do FHC (o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), como estabilidade econômica, responsabilidade fiscal e privatização", afirmou Virgílio ao Grupo Estado.

"O Lula chegou ao cúmulo de, em mais uma de suas bravatas, dizer que ofereceria o Proer ao (ex-presidente americano, George W.) Bush como solução ao grave problema financeiro que Estados Unidos passaram a enfrentar em 2008", queixou-se o prefeito eleito de Manaus, referindo-se ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), iniciativa do governo FHC muito criticada na época pelo PT.

O tucano também disse que é preciso que o partido renove seus discursos em temas como meio ambiente, violência contra criança, participação da mulher, entre outros. Ele fez uma analogia com uma pinacoteca para esclarecer o que propõe ao principal partido de oposição do País. "Precisamos retomar os quadros do nosso acervo e criar novas obras", explicou.

Para Virgílio, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem "amplas condições" de liderar o partido nos próximos anos. O prefeito eleito voltou a criticar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por, na sua avaliação, criar contradições com outras cidades e Estados do País.

O tucano de Manaus rompeu com o de São Paulo depois que este entrou com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), durante a campanha, questionando incentivos fiscais concedidos pelo governo do Amazonas. Virgílio teve que responder a adversários durante todo o período eleitoral que acusavam o seu partido de ser contra a Zona Franca de Manaus.

"O Aécio é um líder talentoso e que tem sensibilidade, próprio de um neto do ex-presidente Tancredo Neves e do ex-deputado Tristão Ferreira da Cunha, outra importante liderança", disse Virgílio. "Já o Alckmin não consegue enxergar para além de São Paulo e entra em contradição com os demais Estados e cidades do País. Parece que sua ambição é ser um Faria Lima, um governante reconhecido em São Paulo, mas que o Brasil só lembra nas transmissões da Corrida de São Silvestre", criticou o prefeito de Manaus.

Vitrine

Virgílio admitiu que sua gestão na capital do Amazonas será uma vitrine para o PSDB no País, mas ressaltou que trocaria "mil vezes" essa oportunidade por uma vitória de José Serra em São Paulo. Segundo o prefeito eleito de Manaus, os paulistas perderam "uma grande oportunidade" ao derrotar Serra e eleger Fernando Haddad (PT) no domingo.

O tucano voltou a afirmar que vai procurar a presidente Dilma, para estabelecer parcerias e trazer recursos para investimentos em Manaus. E alfinetou os adversários ao dizer que conta com os senadores do Estado para estabelecer os contatos entre a cidade e o governo federal.

Além de Vanessa, o Amazonas tem Eduardo Braga (PMDB), que é líder do governo e que foi o principal articulador da candidatura de sua adversária, e o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR) em sua bancada no Senado.

Dois anos depois de sofrer sua pior derrota política, ao perder a reeleição ao Senado justamente para Braga e Vanessa, Virgílio obteve sua revanche no domingo com 603.483 votos (65,95% do total). A candidata do PCdoB ficou com 311.607 (34,05% do total).

Por Juliana Gomes

Após o anúncio da vitória de Zenaldo Coutinho, o candidato do PSOL, Edmilson Rodrigues, posicionou-se na noite desse domingo (28) sobre a derrota, agradecendo o apoio que recebeu de seus eleitores e aos partidos PSOL, PC do B, PSTU, PT, PPL, PDT, PTN e PRTB. Ele obteve cerca de 350 mil votos no 2º turno.

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O candidato acredita que, apesar do resultado, sua campanha foi vitoriosa. "Todos sabem que enfrentei um poderio econômico muito grande. A máquina pública foi, claramente, usada em favor do privado. Mas não estou choramingando, os exemplos disso existem e são muitos", ponderou. Com a voz embargada em alguns momentos da entrevista, ele disse acreditar que o povo fez uma opção que a soberania popular deve ser respeitada, porém, avisou que a fiscalização sobre as ações do prefeito eleito será constante e comemorou a eleição de uma boa bancada de oposição na Câmara Municipal de Belém.

Edmilson ressaltou que a população viu no candidato eleito a possibilidade de mudança, daí a vitória. Para ele, o importante agora é que todos fiquem atentos às promessas que foram feitas. Na Câmara, a frente que o apoiou durante a sua caminhada na eleição já está comprometida com o trabalho de fiscalizar e cobrar melhorias na saúde, a retomada do programa Família Saudável e que seja feito o investimento em infraestrutura. "Temos vitória eleitoral importante porque tivemos uma bancada eleita de dez vereadores, mais os aliados. Esses representantes do povo vão ser fundamentais para cobrar que o programa apresentado seja cumprido", disse.

Ele não questiona o resultado eleitoral, mas ressalta que houve a compra de votos, com uso da máquina pública, o que envergonhou o processo eleitoral. "Infelizmente, já faz parte da cultura política, o uso do que é público", avaliou.

Ele concluiu dizendo que deseja "boa administração ao prefeito eleito e sorte ao povo".

Após a derrota de José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo, conquistada pelo petista Fernando Haddad, lideranças do PSDB pregam uma "renovação" no partido, com uma mudança no discurso dos quadros tucanos - que, de acordo com o senador Álvaro Dias (PR), está "insosso" - e a retomada de bandeiras históricas, como a defesa da ética e da seriedade administrativa. Com isso, avaliam, novos nomes para a disputa das eleições surgiriam "naturalmente".

Em entrevista à Agência Estado, Álvaro Dias avalia que as urnas passaram uma "mensagem" ao partido da necessidade de ter um discurso "claro e veemente", contra o "estilo de governar" do PT. "Nosso discurso está morno e insosso. Temos que contribuir para ressuscitar a indignação neste País. Um esquema de corrupção do porte do mensalão está sendo julgado e condenado pelo Supremo (Tribunal Federal) e as pessoas não estão nas ruas (para protestar)", avaliou.

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Mesmo como um dos porta vozes da oposição no País - ele é o líder do PSDB no Senado -, Dias mostra preocupação com a situação dos oposicionistas. "Somos a menor oposição na história do País. Em todo o continente latino-americano, nós somos a menor oposição", ressalta. Ele atribui essa redução da oposição à política de alianças praticada pelo governo federal, nas mãos do PT, que "coopta todos os partidos possíveis". "Por isso eles criam estatais, para alocar esses aliados. A ideia é aliar-se ao máximo de partidos possíveis, assim tem menos denúncias. Ao mesmo tempo, também compromete a capacidade de investimento do governo", disse.

O vereador eleito em São Paulo e filho do ex-governador falecido Mario Covas, Mario Covas Neto, faz coro à necessidade de renovação no discurso e em algumas práticas do PSDB que, na visão dele, se distanciou da ideia que deu origem à agremiação. "Você pode perder uma eleição, mas não o discurso. Tem que ter posicionamento de ética e de seriedade pública sempre", afirmou.

Covas Neto criticou, inclusive, a política de alianças adotada pelo PSDB nas eleições municipais deste ano. "Tem que ter limites no espectro de aliados. Nesta eleição (municipal), por exemplo, nos unimos ao PR, que não tem nada a ver com a gente", criticou.

Para Covas Neto, o processo de "reciclagem" do PSDB trará novos líderes "espontaneamente" ao partido. "Nossa questão maior é de posicionamento. Em um processo de revisão interna, novas lideranças terão voz e aparecerão", afirmou. A mesma defesa foi feita pelo senador Álvaro Dias. "Tem que surgir novos nomes, mas não se pode descartar personagens como (José) Serra e (Geraldo) Alckmin, que estão em pleno vigor. Não se renovam (os nomes) por decreto, tem que ser natural", diz.

 

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, avalia que a vitória que o partido conquistou nessas eleições municipais é resultado da consolidação do projeto nacional encabeçado pelo próprio PT e pelos partidos aliados ao governo da presidente Dilma Rousseff. "O resultado eleitoral reflete essa aprovação da população", disse o dirigente nesta segunda-feira, em entrevista coletiva na sede nacional da legenda, em São Paulo. De olho em 2014, Falcão disse que o partido trabalhará para manter a atual base do governo Dilma em seu palanque e que buscará o apoio do PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Falcão minimizou o crescimento do PSB, do governador Eduardo Campos (PE), e as derrotas do PT em capitais como Recife e Fortaleza, onde a sigla de Campos prevaleceu. "Do ponto de vista do PT, nós fazemos a avaliação maior de que não perdemos para a oposição, perdemos para um aliado", afirmou.

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O cacique petista lembrou que o PT fechou apoio ao PSD em Ribeirão Preto e conseguiu reeleger a prefeita Dárcy Vera, que já se comprometeu em apoiar Dilma em 2014. "Queremos que o PSD esteja também na aliança nacional em 2014", revelou.

Falcão disse que a partir de 2013, o partido montará uma agenda centrada no esforço da aprovação de reformas no País, entre elas a reforma política e a inclusão do financiamento público de campanha. Questionado sobre a influência do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Falcão disse que "a despeito da campanha que foi feita, fomos o partido que obteve o maior número de votos". Segundo ele, é difícil quantificar a influência do mensalão no eleitorado. "Não dá para medir nas urnas se houve impacto ou não", respondeu.

Renovação

O líder nacional do PT avaliou que a vitória em São Paulo, com Fernando Haddad, ofuscou derrotas importantes para o partido, como em Diadema, na Grande São Paulo, e em Fortaleza (CE). Em Diadema, Falcão considerou que o discurso da renovação se sobrepôs à tentativa de reeleição de Mário Reali. Em Fortaleza, segundo ele, houve o peso da máquina estadual. "Não considero que houve erros", afirmou. Ele ainda avaliou como positivo o surgimento de novas lideranças, como os candidatos derrotados em Fortaleza, Elmano de Freitas,e em Campinas (SP), Marcio Pochmann.

Falcão celebrou a vitória de Fernando Haddad em São Paulo. "A população votou pela qualidade do candidato, pelo projeto que ele apresentou. E votou também pela confiança no ex-presidente Lula e pela aprovação que ele continua a ter no País", considerou.

Para 2014, o dirigente destacou que o sucesso eleitoral do PT no Estado e o enfraquecimento do PSDB, principalmente em regiões como o Vale do Paraíba (onde a sigla quebrou a hegemonia dos tucanos em São José dos Campos e assumiu prefeituras importantes na região) "pode ter consequências" na próximas eleições. "Estamos mais fortes agora", enfatizou.

Falcão ressaltou que o partido tem nomes para sucessão do governador Geraldo Alckmin, mas evitou defender a tese da renovação, bem-sucedida nas duas últimas eleições. Segundo ele, o pleito de 2014 só será discutido a partir do ano que vem. "Temos as duas opções: os quadros nunca testados ou os que têm mais recall", tergiversou.

Após encontro com a presidente Dilma Rousseff, o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad, visitou no início da tarde desta segunda-feira (29) o Ministério da Educação (MEC), onde se encontrou com o titular da pasta, Aloizio Mercadante. "Estamos muito otimistas com as novas possibilidades de parceria com a cidade de São Paulo. Nós finalmente poderemos fazer as creches que não conseguimos. Ofertamos 174 creches que não foram concluídas. Eram R$ 250 milhões que esperava ter investido pras crianças da cidade. Agora vamos trabalhar com essa parceria", disse Mercadante. "O MEC agradece a você pelo que você fez", reforçou o atual ministro da Educação.

Haddad fez um breve discurso de agradecimento a servidores que lotaram auditório do MEC para revê-lo. O prefeito eleito disse que a sua vitória nas urnas foi o "reconhecimento do trabalho" feito à frente da pasta. "Fica aqui simplesmente o meu muito obrigado pelo trabalho. Que vocês continuem lutando pela educação brasileira", afirmou Haddad. O petista destacou que pretende aproximar a administração municipal do Palácio do Planalto. Questionado pela Agência Estado se Mercadante iria ser aprovado na realização do próximo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado 3 e 4 de novembro, o prefeito eleito disse: "Mercadante já passou".

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