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Após o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmar que “é positivo que haja movimento de militares que reconheça Guaidó” sobre a situação vivida na Venezuela, ele foi alvo de críticas da deputada federal Maria do Rosário (PT).

A parlamentar petista iniciou dizendo, através de seu perfil oficial no Twitter, que “nunca uso essa expressão, mas é necessária pela urgência: cale-se, ministro incompetente”. Rosário disparou contra a opinião do ministro a respeito do que está acontecendo no país vizinho.

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Em seguida, a deputada ainda questionou os conhecimentos do ministro. “Você não (re)conhece sequer os princípios constitucionais brasileiros ao manifestar-se sobre as relações internacionais do Brasil”, disse a parlamentar.

O líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou nesta terça-feira (30) que conta com o apoio de um grupo de militares para "restaurar a democracia" e "acabar com a usurpação de poder" - como os opositores se referem ao governo de Nicolás Maduro. O anúncio foi feito em um vídeo gravado de uma base aérea de Caracas e publicado nas redes sociais.

Guaidó também convocou outros militares a se juntarem a seu movimento e pediu que a população saia às ruas, "de forma pacífica" para apoiar sua reivindicação. "Hoje, valentes soldados, valentes patriotas, valentes homens apegados à Constituição vieram ao nosso chamado. Nós também viemos ao chamado, definitivamente nos encontraremos nas ruas da Venezuela", disse o líder opositor.

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"Neste momento precisamos ter calma e coragem (...) para restaurar a calma na Venezuela", afirmou Guaidó.

Além disso, o político opositor Leopoldo López, que aparece ao lado de Guaidó nas imagens publicadas nas redes sociais, afirmou que foi libertado por militares e também pediu que os venezuelanos tomem as ruas pacificamente contra o governo socialista.

Por telefone, o pai de López afirmou à Associated Press que espera uma resposta militar e popular depois do chamado feito pelos opositores.

"Veremos um chamado para acabar com a usurpação (da presidência) e, bem, eu espero que o governo usurpador acabe hoje", disse.

Leopoldo López, condenado a 14 anos de prisão pelos protestos antigovernamentais de 2014, estava em prisão domiciliar. Nas redes sociais, ele afirmou que foi libertado pelos militares que apoiam Guaidó. (Com agências internacionais).

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou neste sábado (6) que o regime capitaneado por Nicolás Maduro "perdeu, está derrotado". As declarações foram feitas durante um protesto na capital do país que reuniu milhares de pessoas.

"A Venezuela não tem medo e segue nas ruas até conquistar sua liberdade", afirmou Guaidó à multidão.

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Ele pediu que a população se mantenha mobilizada nas ruas para pressionar Maduro a deixar o governo. Ele convocou também novos protestos para a próxima quarta-feira (10).

Guaidó - reconhecido por mais de 50 países, entre os quais o Brasil - falou ainda que a população da Venezuela não pode se acostumar a viver com a falta de água, luz e insumos básicos. Fonte: Associated Press.

O líder opositor, Juan Guaidó, responsabilizou nessa segunda-feira (25) o regime de Nicolás Maduro pelo novo apagão que deixou a maior parte da Venezuela no escuro.

O blecaute ocorreu quase 20 dias depois de um outro similar que paralisou o país. Maduro disse que o apagão foi causado por um novo "ataque" contra o sistema elétrico.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 O governo brasileiro, através do Ministério da Economia, publicou nota à imprensa nessa última sexta-feira (15), comunicando que reconhece o economista Ricardo Haussmann como governador da Venezuela no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), conforme decidiu a instituição. Com a resolução, o BID se torna a primeira organização financeira a aceitar um indicado de Guaidó e a reconhecer seu governo autoproclamado.

Em votação, os representantes, conhecidos como governadores, da Corporação Interamericana de Investimentos (CII), braço do BID para empréstimos ao setor privado, também foram favoráveis à escolha de Haussmann. De acordo com o BID, a nomeação do economista tem efeito imediato.

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Sobre Haussmann

O economista já foi diretor do Centro para o Desenvolvimento Internacional e professor de Economia do Desenvolvimento na Escola de Governo John F. Kennedy da Universidade de Harvard. Ele também trabalhou como membro do Diretório do Banco Central da Venezuela e ministro do Planeamento do segundo Governo de Carlos Andrés Pérez, entre os anos de 1992 e 1993. Entre os anos de 1994 e 2000, foi economista-chefe do BID.

O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, convocou, neste domingo (3), manifestações em toda a Venezuela na segunda-feira (4), ao anunciar seu retorno ao país.

Reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, o opositor retorna à Venezuela após ter desobedecido uma ordem judicial que o proibia de deixar o território nacional e visitar vários países latino-americanos.

"Anuncio o meu retorno ao país. Convoco o povo venezuelano a se concentrar, em todo o país, amanhã às 11:00 am (12H00 de Brasília)", escreveu Guaidó no Twitter.

O opositor não informou detalhes sobre como pretende retornar à Venezuela nem o momento exato de sua chegada.

Guaidó pediu aos seus seguidores para estarem "atentos às redes oficiais", onde ele irá informar sobre os pontos de concentração. "#VamosBien porque vamos todos. Vamos Venezuela!", ressaltou.

Por volta do meio-dia deste domingo, Guaidó ainda estava no Equador, apesar de sua agenda prever sua partida do país por volta das 14h30 GMT (11h30 de Brasília).

O retorno do Guaidó, que visitou a Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, representa um verdadeiro desafio para o presidente Nicolás Maduro, que deve decidir se vai prendê-lo e provocar uma forte reação internacional ou deixá-lo entrar no país com tranquilidade, minando sua autoridade.

Guaidó deixou a Venezuela inesperadamente há 10 dias para assistir a um mega-concerto na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta e apoiar a entrada de ajuda humanitária.

Depois, aproveitou a oportunidade para visitar os países latino-americanos e reforçar seu apoio.

Maduro disse há poucos dias que Guaidó, chefe do parlamento de maioria opositora, deveria "respeitar a lei" e que, se voltar ao país, "terá que ver a face da justiça".

A Suprema Corte de Justiça (TSJ) e a Procuradoria-Geral, aliadas do governo, abriram investigações contra Guaidó, acusando-o de "usurpação" de funções e determinaram, além do impedimento de saída, o congelamento de seus bens. No entanto, até agora ele não foi formalmente acusado.

Guaidó prometeu retornar à Venezuela, "apesar das ameaças", para continuar com sua estratégia de conseguir um governo de transição e eleições "livres".

Os Estados Unidos e os países do Grupo de Lima (Canadá e 13 países da América Latina) expressaram sua preocupação pela segurança de Guaidó ao retornar ao país.

Guaidó, de 35 anos, se autoproclamou presidente em 23 de janeiro após o Congresso ter declarado Maduro "usurpador" por ter assumido em 10 de janeiro um segundo mandato que, como grande parte da comunidade internacional, considera ilegítimo e resultado de uma reeleição "fraudulenta".

Interlocutores da oposição ao governo de Nicolás Maduro negociam a entrada de ajuda humanitária pela fronteira da Venezuela com a Colômbia por meio de civis, informou a Globonews. Segundo correspondente da emissora, o governo de Maduro teria sinalizado para a possibilidade de autorizar a entrada de suprimentos neste caso, em que não seriam envolvidos políticos da situação ou da oposição, nem de governos estrangeiros.

O presidente autodeclarado Juan Guaidó está reunido neste momento, na cidade de Cúcuta, na fronteira venezuelana com a Colômbia, com os presidentes chileno, Sebastián Piñera, e da Colômbia, Iván Duque Márquez. De acordo com a emissora, Piñera fará um pronunciamento em breve no local.

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Por volta das 14h, Guaidó usou sua conta no Twitter para anunciar, oficialmente, a entrada do primeiro carregamento brasileiro de ajuda humanitária no país. A informação, contudo, não foi confirmada até o momento. Outro correspondente da Globonews na fronteira da Venezuela com a Colômbia informou que os caminhões com ajuda humanitária estão em território venezuelano, mas ainda não passaram pelo bloqueio formado pelas forças armadas leais a Maduro, posicionadas a cerca de 500 metros do local onde se encontram os caminhões. (Clarice Couto - Clarice.couto@estadao.com)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou neste sábado o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia, dado o apoio dado pelo governo de Ivan Duque ao líder da oposição venezuelana Juan Guaidó em sua tentativa de entregar ajuda humanitária.

"Eu decidi romper todas as relações políticas e diplomáticas com o governo fascista da Colômbia e todos os seus embaixadores e cônsules devem partir em 24 horas da Venezuela. Fora daqui, oligarquia!", afirmou Maduro ante uma grande manifestação em Caracas.

O presidente socialista disse que "nunca um governo colombiano caiu tão baixo".

"Você é o diabo, Iván Duque. Você é o diabo, e você secará por se meter com a Venezuela. Vade retro satanás, fora daqui, diabo!", proclamou ainda.

"Estamos esperando pelo senhor fantoche palhaço, fantoche do imperialismo americano e mendigo", disse Maduro, referindo-se a Guaidó, que está na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela.

Neste sábado, grandes tumultos irromperam em duas pontes ao longo da fronteira da Venezuela com a Colômbia, depois que quatro caminhões e manifestantes tentaram romper o bloqueio militar para obter ajuda humanitária, disseram jornalistas da AFP.

Militares e policiais venezuelanos usaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, deixando pelo menos uma dúzia de feridos nas pontes Simón Bolívar e Santander, que ligam as cidades de San Antonio e Ureña (Venezuela) e Cúcuta (Colômbia).

Em pronunciamento conjunto na fronteira da Colômbia com a Venezuela, o presidente colombiano, Ivan Duque, e o autoproclamando presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, apelaram às Forças Armadas venezuelanas, fieis a Nicolás Maduro, para que desertem e “fiquem do lado certo da história”.

Pouco depois do pronunciamento, dez caminhões com ajuda humanitária se dirigiram para a fronteira da Colômbia com o objetivo de atravessá-la. Imagens de TV a partir de Ureña, no lado venezuelano, mostram os militares dispersando manifestantes com gás lacrimogêneo e uso da força.

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A partir de Cúcuta, no lado colombiano da fronteira, onde disse ter chegado ontem(22) com o auxílio de militares, Guaidó comemorou neste sábado a deserção de quatro soldados venezuelanos. Três militares atravessaram a Ponte Internacional Simón Bolívar em dois tanques e entregaram-se aos militares da Colômbia. Um quarto militar atravessou a Ponte Santander que liga Ureña (Venezuela) a El Escobal.

“Um apelo muito claro às Forças Armadas. Bem-vindos ao lado certo da história. Bem-vindos os militares que hoje estão do lado da Constituição. Há uma amostra clara de hoje com esses quatro soldados que as anistias e as garantias são um fato para todos esses militares que estão dispostos a receber e a ajudar a Venezuela e a respeitar a nossa Constituição”, disse Guaidó.

Guaidó também pediu aos chavistas de toda Venezuela para “se reencontrar” com o restante do país e ajudem a entrada de toneladas de itens de ajuda humanitária no país.

“Pedimos para as Forças Armadas da Venezuela que se posicionem do lado correto da história e recebam a seus irmãos que estão levando ajuda humanitária para atender ao povo da Venezuela”, disse o presidente da Colômbia, Ivan Duque.

*Com informações de agência pública de notícias portuguesa RTP

O presidente autodeclarado da Venezuela, Juan Guaidó, reiterou que a ajuda humanitária irá entrar no país. Uma delegação liderada pelos membros da oposição tenta atravessar a fronteira entre a Colômbia e o país, levando cerca de 200 toneladas de alimentos e suprimentos médicos à população.

"Há ainda quem queira fechar a fronteira e impedir a entrada da ajuda. A ajuda irá entrar na Venezuela para salvar vidas. Essa ajuda respeita os direitos humanos do nosso país", disse Guaidó. Segundo ele, será um "movimento pacífico, mas firme". As declarações foram concedidas há pouco, em uma coletiva de imprensa, realizada na cidade de Cúcuta, fronteira entre Venezuela e Colômbia.

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No pronunciamento, o líder opositor ao regime de Nicolás Maduro pediu ainda que a população acompanhe o movimento de forma pacífica e afirmou que a integridade desses venezuelanos é responsabilidade de quem "usurpa o poder". O presidente autodeclarado pediu ainda para que a Força Armada Nacional da República Bolivariana da Venezuela (FANB) se posicione do "lado certo da história". "A FANB terá garantias reservadas pela Constituição", destacou Guaidó, em referência às ameaças de Maduro aos militares que desertarem do bloqueio.

Guaidó acenou para chavistas, apelando para que revejam sua posição. Ele agradeceu também o apoio de outros países. "Bem-vindos ao lado certo da História", concluiu. Após o pronunciamento, Guaidó entrou em um dos caminhões de assistência humanitária e acenou para a população. Os caminhões com suprimentos já começaram o deslocamento de Cúcuta para a fronteira venezuelana, pela Ponte de La Unidad.

A estratégia da oposição é levar o auxílio por meio de três ações simultâneas, pela fronteira da Venezuela com a Colômbia, assistência prestada por via marítima e através da fronteira da Venezuela com o Brasil. Maduro recusou a entrada da ajuda de outros países e ordenou o fechamento da fronteira da Venezuela com o Brasil. Desde ontem, a região fronteiriça da Venezuela com a Colômbia também está sob vigia da guarda militar do país.

Também presente na coletiva, opresidente da Colômbia, Iván Duque, acompanhou o pronunciamento de Guaidó. "Acabamos de entregar a ajuda humanitária a Guaidó. Pedimos a entrada da ajuda de forma pacífica e que FANB se posicione do lado correto, do lado do povo", disse Duque.(Isadora Duarte)

A ascensão de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela levantou uma questão: como um jovem de 35 anos, aliado do opositor preso Leopoldo López, se tornou a principal voz da oposição? Além da perseguição política do chavismo e da fuga de muitos líderes opositores, denúncias de corrupção ajudaram a manchar a imagem de muitos políticos tradicionais. O caso mais emblemático é de Henrique Capriles.

Em 2013, Capriles quase derrotou Nicolás Maduro na primeira eleição presidencial após a morte de Hugo Chávez. Desde então, apesar de alguns lampejos de liderança, desapareceu. Seu desterro começou com a série de denúncias de que ele teria recebido propina da construtora Odebrecht.

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Um levantamento realizado pelas autoridades da Suíça revelou que a oposição venezuelana recebeu da construtora milhões de dólares em contas em paraísos fiscais. Segundo o relatório, pelo menos dez campanhas eleitorais de grupos de oposição foram turbinadas por recursos ilegais da empresa brasileira entre 2006 e 2013.

Um dos principais beneficiados teria sido o grupo de empresários e pessoas aliadas de Capriles, com movimentações de mais de US$ 15 milhões.

Em um documento produzido pelos suíços, ainda em 2017, as autoridades afirmam que "Capriles teria recebido subornos relacionados a obras realizadas em Miranda, Estado no qual o grupo Odebrecht realizou obras importantes". Parte da investigação tem como base documentos de bancos suíços repassados às autoridades venezuelanas ainda em 2017.

A forma utilizada para permitir que o dinheiro chegasse à oposição era o uso de uma série de empresas de fachada e em nome de aliados de Capriles, entre eles Romulo Lander Fonseca e Juan Carlos Briquete Marmol, irmão de Armando Briquet, um político do Estado de Miranda, onde Capriles havia sido governador.

Uma das contas identificadas e suspeita de fazer parte de um esquema de apoio à oposição é da empresa de fachada Link Worldwide Corp, com sede no Panamá. A conta 1446568, no HSBC Private Bank da Suíça, foi aberta em 4 de agosto de 2005 e tem como beneficiários os dois empresários. Entre 26 de agosto de 2011 e 10 de abril de 2013, a conta recebeu 940 mil euros e US$ 3,9 milhões em pagamentos da Odebrecht.

Para fazer os depósitos, a construtora brasileira usava suas próprias empresas de fachada, entre elas a Klienfeld e a Trident, também identificadas na Operação Lava Jato.

Ciúmes

Ainda existem contas relacionadas aos empresários no banco Sarasin, fechadas em 2016. Entre 24 de outubro de 2012 e 14 de novembro de 2012, a empresa Blue Skies Investments, com sede no Panamá e também tendo Fonseca como beneficiário, recebeu na Suíça mais US$ 785 mil. O dinheiro foi depositado pelos intermediários da Odebrecht.

Briquet Marmol ainda aparece como beneficiário da empresa de fachada Briq Corp, também com sede no Panamá. Entre maio e junho de 2012, foram registrados pagamentos para essa conta no valor de US$ 2,6 milhões por parte das intermediárias da Odebrecht. Em fevereiro de 2017, essa conta somava US$ 6,5 milhões.

Um dos intermediários destacados é justamente Armando Briquet, irmão de Juan Carlos Briquet Marmol. Armando chegou a ser um dos expoentes, em Miranda, do partido Primero Justicia, comandado por Capriles. Em 2013, em seu canal na Internet, o líder opositor declarou que, se os "corruptos do governo me atacam, isso quer dizer que vamos pelo bom caminho". "Que digam o que queiram", afirmou Capriles. "Eles têm ciúmes."

PARA LEMBRAR

Em 2013, Henrique Capriles havia se tornado o principal nome da oposição da Venezuela, e era o único considerado capaz de fazer frente ao chavismo. Um ano antes, ele tinha sido derrotado por Hugo Chávez na eleição presidencial por uma diferença de 1,4 milhão de votos - um dos piores resultados do comandante nas urnas. Após a morte de Chávez, Capriles tornou-se a voz da oposição e conseguiu atrair milhares de pessoas em seus discursos. Na primeira eleição presidencial sem Chávez em 14 anos, em abril de 2013, Capriles surpreendeu a todos e por apenas 224 mil votos não chegou ao poder. Ao final, o sucessor de Chávez, Nicolás Maduro, obteve pouco mais de 7,5 milhões de votos e Capriles 7,3 milhões. Foi o resultado eleitoral mais positivo para a oposição desde 1999.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, urgiu neste sábado (16) à União Europeia (UE) que reconheça o opositor Juan Guaidó como o "único" presidente legítimo da Venezuela, em um momento em que vários países europeus bloqueiam uma posição comum do bloco.

"Todos devemos apoiar o povo venezuelano até que restabeleçam a liberdade e a democracia", disse Pence na Conferência de Segurança de Munique. "Por isso, hoje fazemos um pedido à União Europeia para que dê um passo pela liberdade e reconheça Juan Guaidó como o único presidente legítimo da Venezuela".

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Guaidó, de 35 anos e líder da Assembleia Nacional, de maioria opositora, se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro durante uma maciça mobilização opositora em Caracas, surpreendendo a muitos, e exige a saída do presidente Nicolás Maduro.

Desde então, já recebeu o reconhecimento de 50 países, liderados pelos Estados Unidos, e de milhões de venezuelanos que viram renovada nele a esperança de sair da severa crise socioeconômica.

Pence disse depois que os Estados Unidos se tornaram a primeira nação a reconhecer o líder parlamentar como chefe de Estado, "52 países, incluindo 30 dos nossos aliados europeus, seguiram o exemplo dos Estados Unidos".

"Mas é hora de o restante do mundo dar um passo à frente", afirmou. "Mais uma vez, o Velho Mundo pode adotar uma posição de apoio à liberdade no Novo Mundo. Todos nós devemos apoiar o povo venezuelano até que a liberdade e a democracia sejam restauradas por completo."

Ajuda humanitária

Na sexta-feira, o governo americano anunciou o envio de mais ajuda humanitária à cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, em resposta ao pedido de Guaidó. A ajuda deve chegar neste sábado.

"No dia 16 de fevereiro, o Departamento de Estado, a USAID (agência para o desenvolvimento internacional) e o Departamento de Defesa, em um esforço cooperativo, entregarão ajuda pronta para sua distribuição dentro da Venezuela em Cúcuta, na Colômbia", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Palladino.

Fontes diplomáticas que pediram para não serem identificadas confirmaram à agência EFE que já há "aviões militares americanos" a caminho da região com ajuda humanitária.

Consultado pela EFE, o Departamento de Defesa recusou pronunciar-se sobre este ponto, mas confirmou que Washington já transportou ajuda humanitária à região há dias.

"Os EUA posicionaram provisões de socorro - incluindo alimentos, pacotes de higiene e provisões médicas - na Colômbia na semana passada e seguirão coordenando-se com o presidente Guaidó e sua equipe de especialistas, governos na região e parceiros humanitários para mobilizar ajuda para o povo da Venezuela", afirmou em comunicado o tenente-coronel Jamie Davis, porta-voz do Pentágono.

Palladino, por sua vez, declarou que um voo com ajuda, sobre a qual não ofereceu detalhes, partiria de Miami neste sábado.

Em Cúcuta, funcionários de USAID e do Departamento de Estado, assim como responsáveis colombianos e representantes de Guaidó, "receberão as provisões para aumentar a ajuda já pré-posicionada no primeiro centro de ajuda humanitária internacional do presidente interino venezuelano", disse o porta-voz.

"Essa resposta de várias agências do governo (americano) é uma das demonstrações do compromisso dos EUA com o povo da Venezuela", indicou Palladino, que destacou que, em coordenação com o Executivo colombiano e os representantes de Guaidó, a assistência "tratará as maiores necessidades das populações (venezuelanas) mais vulneráveis".

Palladino ressaltou que "esta missão humanitária destaca o compromisso firme dos Estados Unidos e sua disposição para responder à crise política, econômica e humanitária criada por um homem", em referência ao presidente Maduro.

Representantes do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, anunciaram na quinta-feira (14) durante conferência da Organização dos Estados Americanos (OEA), ter arrecadado mais de US$ 100 milhões em ajuda humanitária para o povo venezuelano.

A prioridade é fazer com que as doações cheguem à Venezuela no dia 23, conforme vem anunciando Guaidó, que foi reconhecido por quase 50 países como presidente interino.

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Segundo David Smolansky, um dos nomes de oposição e parte da delegação de Guaidó na OEA, vários países se comprometeram com doações e logística para apoiar a chegada de ajuda humanitária à Venezuela. Os mais de US$ 100 milhões representam a soma do que já havia sido anunciado por nações como EUA e Canadá e novos compromissos de doação, feitos hoje, segundo a delegação venezuelana.

"Arrecadamos US$ 100 milhões de dólares e isso demonstra a solidariedade para a luta democrática na Venezuela. Essa é uma pequena parte de tudo que podemos alcançar uma vez que acabe a usurpação (de poder por Nicolás Maduro)", afirmou o embaixador de Guaidó nos EUA, Carlos Vecchio. "Não há forma de resolver a profunda crise se não cessarmos a ditadura."

Desde o reconhecimento de Guaidó por parte da comunidade internacional como presidente interino da Venezuela, países começaram a anunciar valores disponíveis para remédios e alimentos. Os EUA já haviam oferecido US$ 20 milhões para ajuda humanitária à Venezuela e o Canadá anunciou o equivalente a US$ 40 milhões. Além dos dois países, Alemanha, Holanda, Reino Unido, e Taiwan se comprometeram com as doações, segundo os venezuelanos.

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse que outras conferências como esta serão organizadas pela Venezuela. "A ajuda humanitária que a Venezuela mais precisa é uma mudança de regime, é a saída da ditadura usurpadora", afirmou.

Os representantes de Guaidó convidaram empresários, diplomatas, especialistas e ONGs de 60 países para o que chamaram de Conferência Mundial da Crise Humanitária da Venezuela, organizada na sede da OEA, em Washington. A organização do evento chegou a anunciar a participação de Guaidó em transmissão ao vivo no encerramento da conferência, mas a conexão não funcionou.

Lester Toledo, um dos nomes da oposição a Maduro e representante de Guaidó, disse que a entrada dos alimentos e remédios será feita por meio dos venezuelanos. "Gente, gente e mais gente, organizadas, pacíficas", afirmou Toledo. Uma das pontes por onde a ajuda humanitária entraria na semana passada foi bloqueada. O governo Maduro acusa os EUA de pretenderem usar a entrada da ajuda para um golpe de estado e a vice Delcy Rodríguez chegou a afirmar que os produtos enviados pela comunidade internacional eram contaminados e cancerígenos.

O chanceler de Maduro, Jorge Arreaza, disse ontem na ONU que o governo estava criando um grupo de 50 países para denunciar o que consideram a ameaça de uma invasão militar dos EUA. Arreaza esteve acompanhado de diplomatas de países como Rússia, China, Cuba e Nicarágua.

Na OEA, os representantes de Guaidó agradeceram os governos do Brasil e da Colômbia pelo apoio logístico para armazenar a ajuda humanitária.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, intimou uma manifestação para hoje (12) em prol da ajuda humanitária oferecida por venezuelanos e estrangeiros. Guiadó pediu que as pessoas saiam às ruas e peçam por seus direitos. Em decorrência da crise política no país, há dificuldade das doações chegarem aos que precisam.

“Vamos nos mobilizar em todo o país pra conseguir a entrada da ajuda humanitária que permita atender a crise”, disse Guaidó. Os alimentos e remédios enviados pelos Estados Unidos continuam em um centro de armazenamento na cidade de Cúcuta, na Colômbia, perto da ponte fronteiriça Tienditas, bloqueada por militares venezuelanos.

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Nesta quinta-feira (14) acontecerá a Conferência Mundial sobre a Crise Humanitária na Venezuela, em Washington, nos Estados Unidos. Na ocasião estarão especialistas, empresários e organizações não governamentais humanitárias de mais de 60 países que irão desenvolver projetos que atendam às necessidades dos venezuelanos.

 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou que as reservas de ouro que seu país tem depositadas na Inglaterra chegam a 80 toneladas, e que acredita que as mesmas não serão confiscadas, segundo entrevista à BBC exibida nesta terça-feira.

"Na Inglaterra pode haver mais de 80 toneladas de um ouro legalmente venezuelano, pertencente ao Banco Central da Venezuela", disse Maduro, submetido a fortes pressões internacionais e de seus opositores.

Com sérios problemas de liquidez agravados pelo colapso da produção de petróleo e sanções americanas, o governo venezuelano vem tentando repatriar suas reservas internacionais de ouro em Londres há meses.

"Espero que a legalidade internacional e o Banco Central da Venezuela sejam respeitados. Espero que a justiça prevaleça e que a Venezuela não seja expropriada de algo que lhe pertence", afirmou o líder socialista.

O opositor Juan Guaidó pediu ao governo britânico para interceder junto ao Banco da Inglaterra para que não devolva a Maduro ouro e outros ativos que Caracas tem depositados.

Guaidó é reconhecido como presidente interino por cerca de 50 governos, incluindo pelo da primeira-ministra britânica Theresa May.

Maduro disse que a Venezuela precisa de seus recursos no exterior para aliviar a escassez de alimentos e medicamentos que, segundo ele, está sendo usada por Washington e pela oposição para dizer que em seu país há uma crise humanitária e, assim, justificar uma intervenção militar.

"Eles deveriam enviar um comboio com os dólares que roubaram de nós. Enviar um comboio com o ouro. É o nosso dinheiro. Então poderíamos resolver os problemas do nosso país", disse o governante.

De acordo com um relatório publicado pela Natixis, o país latino-americano tem atualmente no Banco da Inglaterra cerca de 31 toneladas de ouro no valor de 1,3 bilhão de dólares.

Maduro estima em 10 bilhões de dólares o dinheiro congelado pelos Estados Unidos em contas venezuelanas como resultado das sanções. Washington anunciou que entregará o controle desses recursos a Guaidó.

A bilionária exposição de empresas russas à extensa dívida da PDVSA e o baixo custo-benefício de um apoio militar ao chavismo levaram o Kremlin a adotar cautela na crise venezuelana. Apesar da defesa pública de Nicolás Maduro, autoridades russas têm guardado silêncio sobre a crise desde o fim de janeiro e, nos bastidores, já aceitam abrir canais de diálogo com o opositor Juan Guaidó.

"Há mais ou menos um ano, o embaixador russo em Caracas tem tido contatos com a oposição, o que não é normal na diplomacia russa para a região - que sempre mantém contato com o governo e não com partidos políticos" disse ao Estado o professor de relações internacionais Viktor Jeifets, especialista em relações russas com a América Latina, da Universidade de São Petersburgo. "Há alguns contatos, mas não deve ter havido acordo, porque se fosse o caso, o governo teria adotado um tom mais ameno."

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Esta semana, Dimitri Rosenthal, especialista em América Latina da Academia Russa de Ciências, disse ao jornal britânico The Independent que Moscou já admite fechar um acordo com qualquer governo que esteja em Caracas. "O canal de diálogo já foi aberto, mas ainda existe desconfiança com relação à oposição", disse Rosenthal. "Para o Kremlin, Maduro ainda é o nome mais confiável para defender seus interesses."

Fyodor Lukyanov, um analista ligado à elite do governo russo, também sugeriu na semana passada que o Kremlin anda perdendo as esperanças em Maduro, mas continuaria a apoiar o chavismo até o momento em que os militares decidirem abandoná-lo. "Por pior que seja Maduro, ele é confiável e é considerado um parceiro", disse Lukyanov, que dirige o Conselho de Política Exterior e Defesa da Rússia, em declaração ao Wall Street Journal. "Não vejo como a Rússia possa se comprometer mais (com Maduro). Estamos muito longe e falta capacidade logística para uma operação substancial. Além disso, economicamente, a Rússia não está em seu melhor momento."

Segundo fontes citadas pelo Wall Street Journal, com base em depoimentos de funcionários do Kremlin, a frustração do presidente Vladimir Putin com Maduro aumentou no ano passado, depois que uma delegação russa foi enviada à Venezuela com um plano de estabilização econômica. O governo chavista, porém, achou as medidas drásticas demais e pediu mais dinheiro.

Este cenário, de acordo com diplomatas russos e líderes antichavistas, levou Moscou a buscar uma aproximação com opositores venezuelanos - ainda que a Rússia negue qualquer aproximação.

Outros sinais de uma tentativa de aproximação vieram no fim de janeiro, quando Guaidó disse a russos e chineses que a oposição tem mais condições que o chavismo de garantir seus investimentos no país. Durante a crise, Putin telefonou para o chavista apenas uma vez para hipotecar apoio. O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, insiste em uma saída política. À Bloomberg, no entanto, duas fontes do Kremlin reconheceram esta semana que o governo russo está preocupado.

O vice-presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento russo, Vladimir Dzhabarov, afirmou que o tempo corre contra o chavista. "Numa crise econômica, a população deve se virar contra ele", avaliou.

Jeifets é outro que acredita que dificilmente a Rússia estará disposta a ajudar Maduro como fez com o ditador sírio, Bashar Assad. "A Venezuela é muito longe de Moscou, não há bases russas próximas e defender Maduro prejudicaria a política russa com o restante da região", acrescenta. "A Rússia está estudando as alternativas. Se houver um acordo que assegure interesses russos na oposição, talvez não apoie abertamente Guaidó, ou tacitamente deixe Maduro de lado."

Endividada e sem acesso a crédito em razão das sanções americanas, a Venezuela recorreu nos últimos anos à empresa russa Rosneft, chefiada por um aliado de Putin, para refinanciar suas dívidas. Os acordos chegam a US$ 10 bilhões, entre investimentos, empréstimos e até ações da refinaria americana Citgo. "A Rússia entra de vez no negócio do petróleo quando Maduro já estava isolado, por interesses mais geopolíticos do que econômicos", explica Jeifets. "Os melhores poços estavam com chineses e o petróleo venezuelano não é tão rentável."

Agora ameaçada, a aliança estratégica entre o Palácio de Miraflores e o Kremlin começou em meados dos anos 2000, quando Hugo Chávez e Putin se aproximaram após o apoio venezuelano ao líder russo na Guerra da Geórgia.

"A Rússia começou a ver a Venezuela não como um sócio geopolítico, mas como uma ponte para projetar-se na América Latina", afirma Jeifets.

EUA

A aproximação do governo de Donald Trump com o de Jair Bolsonaro faz com que os EUA tenham no Brasil o respaldo regional para endurecer a política contra o regime de Nicolás Maduro. Em visita esta semana a Washington, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, reuniu-se com o alto escalão do governo americano para apressar a transição na Venezuela.

Nas conversas, os americanos sugeriram que o Brasil pode ajudar a fazer os militares venezuelanos passarem a apoiar Juan Guaidó e, assim, contribuir para a queda de Maduro. A ideia dos americanos é que a entrada de ajuda humanitária comece a escancarar no país as duas realidades que se apresentam: a de miséria, com Maduro, e a de alimentos, remédios e prosperidade. Para selar a aproximação com os EUA, o Brasil precisa preparar a logística para auxiliar na chegada de ajuda americana.

Para Benjamin Gedan, ex-diretor para América do Sul no Conselho de Segurança Nacional dos EUA e atual integrante do programa de América Latina do centro de estudo Wilson Center, o Brasil pode ter um papel importante de apoio aos EUA caso o governo decida por algum tipo de intervenção na Venezuela. Segundo ele, a opção é improvável, mas não impossível, e os EUA não fariam nada sem apoio regional. Por isso, ter o Brasil como aliado ao lado da Colômbia é relevante.

Araújo disse que não há conversas sobre opção militar nos EUA nem sobre imposição de novas sanções. Com Mike Pompeo, John Bolton e o senador Marco Rubio, assegurou o comprometimento do Brasil na mesma agenda americana de pressionar pela transição.

O entorno de Bolsonaro e assessores de Trump apostam no bom relacionamento pessoal entre os dois líderes, pelo perfil semelhante. Mas, na prática, as estratégias de política externa são desenhadas pela equipe de Trump. Até agora, o time que tem se aproximado do Brasil é considerado linha-dura quando o tema é a Venezuela. John Bolton, assessor de Segurança Nacional, em discurso em Miami disse que Bolsonaro seria um aliado contra a "troca da tirania", criticando regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente do país em janeiro, pretende organizar neste fim de semana assembleias para organizar equipes de voluntários para buscar ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos na cidade de Cúcuta, na Colômbia. Guaidó voltou a pedir que militares rompam com o presidente Nicolás Maduro e permitam a passagem de alimentos e remédios na fronteira.

"Não é um capricho, nem migalhas", disse o opositor. "É uma necessidade. Se bloquearem a fronteira, abriremos um canal humanitário."

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A oposição pretende constranger o Exército a escolher entre seguir bancando Maduro ou ajudar a enfraquecê-lo permitindo a passagem de alimentos e remédios. Muitos dos oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) que protegem a fronteira tem baixas patentes e também sofrem com a crise.

"O momento é agora. Não cometam o crime contra a humanidade de permitir a morte de 300 mil venezuelanos que necessitam de ajuda urgente", disse Guaidó.

Ainda de acordo com o líder opositor, os voluntários terão como objetivo buscar a ajuda na Colômbia e distribuí-la de forma eficaz na Venezuela, com transparência e sem discriminação política.

Não está claro se o governo ordenará o fechamento da fronteira, como fez em 2015 após centenas de milhares de pessoas atravessarem para a Colômbia em busca de alimentos e remédios.

Na ocasião, a fronteira só foi reaberta após negociações entre os dois países. Também não há indícios de como o governo americano, que patrocina a entrega da ajuda, reagirá nesse cenário. Ainda de acordo com representantes da oposição, o volume de ajuda deve aumentar nos próximos dias. "Teremos um tsunami de ajuda humanitária", disse o opositor Léster Toledo, que coordena a entrega da ajuda em Cúcuta. "Haverá um corredor humanitário formado por civis e militares."

O governo de Maduro já afirmou que não permitirá a entrada de comida e remédios no país, que sofre há seis anos com a escassez e a hiperinflação, às vezes com falta de itens básicos como água, sabão e papel higiênico, por que a considera um pretexto para uma invasão americana.

"Não vamos permitir o show da ajuda humanitária falsa. Não somos mendigos. ", disse Maduro. "É um jogo macabro: nos congelam o dinheiro para nos pedir migalhas." (Com agências internacionais)

O general do alto escalão da força área da Venezuela Francisco Yanez retirou seu apoio ao governo de Nicolas Maduro neste sábado. Yanez é o primeiro oficial de alta patente do país a abandonar Maduro desde o dia 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autodeclarou presidente do país.

"A transição para a democracia é iminente", disse Yanez em um vídeo postado no YouTube, descrevendo Maduro como um ditador e se referindo a Guaidó como seu presidente. No vídeo, o general diz ainda que "90 por cento" das forças armadas da Venezuela estão contra Maduro.

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Yanez se recusa a dizer se ainda está na Venezuela ou fora do país. A reportagem da agência Associated Press conseguiu contato com ele ligando para um número de celular da Colômbia. Yanez confirmou sua posição e disse que não daria mais declarações até ter autorização do "comandante-chefe da força armada legal (do país), que é o presidente Juan Guaidó". Fonte: Associated Press.

O presidente da Assembleia Nacional e autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, convocou ontem seus apoiadores para dois novos atos contra o regime de Nicolás Maduro. Na semana passada, o líder oposicionista passou a se considerar o chefe do Executivo do país, após gigantescos protestos contra o chavismo tomarem as ruas de diversas cidades.

Maduro, no entanto, permanece como presidente, segue ocupando o Palácio de Miraflores e tem o respaldo das Forças Armadas. Guaidó, por sua vez, teve a autoridade reconhecida pelos Estados Unidos, pelo Brasil e por diversos outros países.

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Ontem, em pronunciamento transmitido ao vivo, Guaidó convocou os venezuelanos para um protesto pacífico na quarta-feira. Durante duas horas, as pessoas devem abandonar suas atividades para ir à rua, pediu o autodeclarado presidente. Para o sábado, Guaidó quer que as pessoas façam protestos "em todos os cantos da Venezuela" e do planeta contra o governo de Maduro. O sábado é a data-limite sugerida pela União Europeia para que Maduro convoque novas eleições.

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