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O Ministério Público Federal concluiu, após inspeção feita terça-feira (19) no Centro de Detenção Provisória (CDP), em Brasília, que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato está preso em condições adequadas.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, que já tinha feito uma visita ao CDP no ano passado, a medida é parte do compromisso de acompanhar as condições em que Pizzolato está cumprindo a pena, assumido pelo Brasil com a Itália, de onde Pizzolato foi extraditado.

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Pizzolato, que tem cidadania italiana, foi extraditado em outubro do ano passado. Em agosto de 2012, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão. No ano seguinte, para evitar ser preso, ele fugiu para a Itália com o passaporte falso de um irmão morto.

No dia 5 de fevereiro de 2014, ele foi preso na cidade italiana de Maranello por porte de documento falso. Pizzolato chegou a ser solto em outubro do mesmo ano pela Justiça da Itália, mas, em fevereiro do ano passado, após recurso apresentado pelo Brasil, a extradição foi autorizada e ele voltou à prisão. No dia 24 de abril, a Justiça italiana confirmou a decisão de extraditá-lo.

No dia 6 de outubro do ano passado, a Corte Europeia de Direitos Humanos rejeitou o último de recurso de Pizzolato contra a extradição. No recurso, a defesa do brasileiro voltou a alegar que os direitos humanos não são respeitados nos presídios brasileiros. O argumento foi usado pela defesa para pedir que o ex-diretor do Banco do Brasil continuasse na Itália.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, os membros do Ministério Público verificaram locais como celas e o pátio onde os detentos tomam banho de sol e fazem exercícios, além de fazer fotos que vão instruir um relatório a ser enviado à justiça italiana. As autoridades envolvidas na execução penal também receberão um relatório sobre a visita.

Ainda segundo a procuradoria, Pizzolato, que tem 63 anos, está na ala de vulneráveis, destinada a idosos ou presos que correm risco em outras alas. Como há muitos idosos nessa ala, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil disse aos representantes do MPF que é "tranquila" a situação em termos de assistência médica, mas pediu uma alimentação mais saudável, demonstrando preocupação com eventuais emergências médicas.

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, único condenado no processo do mensalão que ainda não havia cumprido pena em solo brasileiro, já está encarcerado. Ele chegou ao Brasil pouco antes das 7h, vindo da Itália, para onde fugiu em 2013 antes do fim do julgamento que o condenou a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

No Complexo Penitenciário da Papuda, Pizzolato ficará recluso em uma cela do Bloco 5 do Centro de Detenção Provisória. Seguindo padrões definidos pela Lei de Execução Penal, as instalações do complexo possuem área mínima de seis metros quadrados.

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O preso terá a mesma rotina dos demais internos, podendo sair para o banho de sol por duas horas diárias. A realização de atividades laborais poderá ser feita por Henrique Pizzolato conforme suas "aptidões e capacidade", informou a subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe).

A ala em que Pizzolato ficará é destinada a receber condenados que precisam ficar afastados da maior parte dos presos, como ex-policiais e outras pessoas em situações específicas.

Pizzolato chegou à Papuda pouco antes das 10h30 e antes disso, já em Brasília, permaneceu por 30 minutos no Instituto Médico Legal, onde fui submetido a exame de corpo de delito.

O desembarque em São Paulo, em um voo comercial vindo de Milão, põe fim à história de fuga de um dos condenados no processo da Ação Penal 470, que envolveu também vários recursos judiciais e tentativas do governo brasileiro de trazê-lo de volta ao Brasil.

O deputado federal Raul Jungmann (PPS) apresentou requerimento na CPI dos Fundos de Pensão em que pede a convocação ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil e ex-presidente do Conselho Consultivo da Previ, Henrique Pizzolato. A Justiça italiana informou que Pizzolato deve ser extraditado para o Brasil nesta quarta-feira (7).

Condenado no processo do mensalão do PT por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato fugiu para a Itália em 2013, usando documentos de um irmão morto, para escapar da prisão. Desde então, o governo e o Ministério Público do Brasil protagonizam uma batalha jurídica para tentar extraditá-lo.

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Jungmann acredita que o ex-diretor do Banco do Brasil pode contribuir com os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito, já que em depoimento à CPI dos Correios, o petista chegou a declarar que o então chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken, de quem era conhecido desde os tempos de militância no movimento sindical dos bancários, realizava frequentemente reuniões com os dirigentes dos fundos de pensão patrocinados por empresas estatais, como era o caso do PREVI, com o propósito de influenciar nas decisões de investimentos desses fundos.

O deputado do PPS menciona ainda que Henrique Pizzolato também afirmara que o então presidente da Previ, Sérgio Rosa, teria lhe confidenciado que haveria "coisa de campanha" e "interesse político" nas negociações do fundo sobre a reestruturação do setor de telecomunicações. Na época, para os parlamentares da CPMI, ficou clara a ingerência de Gushiken nos milionários fundos de pensão.

“Os fatos mencionados, somados a tantos outros desdobramentos relacionados, que levaram à condenação de Pizzolato e a investigações que se replicam até hoje envolvendo fundos de pensão de empresas estatais, demonstram a importância de esta CPI dos Fundos de Pensão tomar o depoimento do Sr. Henrique Pizzolato, para o desenvolvimento dos seus trabalhos”, justificou Raul Jungmann na proposta que precisa ser aprovada pelo colegiado.

O Conselho de Estado da Itália autorizou nesta terça-feira (22) a extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil e condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão.

Os juízes rejeitaram o recurso apresentado pela defesa de Pizzolato e afirmaram que foram apresentadas garantias suficientes sobre as condições das prisões brasileiras em preservarem os direitos humanos. Segundo a Corte, as garantias foram apresentadas "tanto pelo governo quanto pelas máximas autoridades judiciárias brasileiras". 

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Em junho, o conselho, que é a segunda instância da Justiça administrativa italiana, resolveu adiar para setembro a decisão sobre a extradição, pedindo novos documentos e esclarecimentos ao governo brasileiro sobre a situação das penitenciárias do país. A defesa de Pizzolato insistia que os centros detenção no Brasil violavam os direitos humanos. 

A audiência desta manhã começou por volta das 9h (horário local, 4h em Brasília) e ocorreu a portas fechadas. Um grupo de cinco magistrados ouviu por meia hora os argumentos apresentados pelo advogado Alessandro Sivelli, da defesa de Pizzolato; Michele Gentiloni, representante da União; e Giuseppe Alvenzio, do Ministério da Justiça da Itália. 

No fim do mês passado, o Brasil entregou uma série de documentos que dava garantias de que o ex-diretor de Marketing pudesse cumprir pena no país. Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo de mensalão em novembro de 2013. Com um passaporte falso de seu irnão Celso, morto há 30 anos, o ex-diretor fugiu para a Itália e foi preso em fevereiro do ano passado em Maranello por falsidade ideológica. 

O brasileiro ficou até outubro na penitenciária de Modena, quando o Tribunal de Bolonha negou sua extradição ao Brasil. Pizzolato esteve livre até fevereiro deste ano, quando a Corte de Cassação da Itália concedeu sua extradição. A decisão foi ratificada pelo Ministério da Justiça e pelo Tribunal de Lazio, primeira instância da Justiça administrativa. 

O conselho do estado italiano marcou para o dia 22 de setembro uma nova audiência para avaliar o processo de extradição do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado pela Justiça brasileira por envolvimento no processo do mensalão. O argumento da segunda e última instância da Justiça administrativa italiana é que as garantias apresentadas pelo governo brasileiro não foram suficientes para que Pizzolato cumpra pena em presídio brasileiro.

O Ministério da Justiça italiano tem 60 dias para certificar que as garantias de direitos humanos apresentadas pela Justiça brasileira sejam válidas. Com isso, o processo de extradição de Pizzolato, que cumpre pena em Modena, fica suspenso até setembro.

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A decisão do Conselho de Estado italiano frustrou as expectativas de uma definição, que seria dada nesta quarta-feira, sobre a situação do ex-diretor do BB.

Pizzolato estava com a extradição marcada para o dia 15 deste mês. Dois dias antes, entretanto, seus advogados apresentaram recurso pedindo novamente o cumprimento da pena de Pizzolato, que também tem cidadania italiana, na Itália. Os advogados usaram como argumento que uma eventual extradição descumpriria um acordo firmado entre o Brasil e a Itália, que daria amparo à decisão de Pizzolato permanecer cumprindo a sua pena na Itália.

Ainda no dia 12, o Ministério da Justiça decidiu suspender temporariamente a extradição até que o recurso fosse analisado pelo juiz do Conselho em uma audiência preliminar de urgência. Nesta quarta, 22, o presidente da sessão Riccardo Virgilio decidiu adiar para setembro a decisão final sobre a extradição de Pizzolato.

O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Após a condenação, ele fugiu para a Itália com os documentos do irmão morto em 1978, e acabou sendo preso em Maranello, em fevereiro de 2014.

Em outubro do ano passado, o Tribunal de Bolonha negou a extradição de Pizzolato ao Brasil e o colocou em liberdade. Em fevereiro deste ano, a Corte de Cassação acolheu recurso impetrado pela defesa do Brasil e pelo Ministério Público italiano que pediam a extradição de Pizzolato. A decisão foi ratificada pelo Ministério da Justiça e pelo Tribunal Administrativo Regional do Lázio, primeira instância da justiça administrativa.

Caso o Conselho decida pela extradição, a defesa de Pizzolato ainda pode recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos. Segundo Andrea Haas, mulher de Pizzolato, o recurso ao tribunal europeu ainda não foi apresentado.

O Tribunal Administrativo Regional (TAR) do Lazio, na Itália, autorizou nesta quinta-feira (4) a extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Os julgadores rejeitaram recurso protocolado pela defesa do ex-diretor contra decisão do governo italiano que autorizou a extradição para o Brasil. Os advogados alegaram que os presídios brasileiros não têm condições de garantir a integridade física dos detentos.

A defesa do ex-diretor ainda pode recorrer ao Conselho de Estado, última instância da Justiça administrativa da Itália, para evitar a extradição. Com a decisão do TAR, o Ministério da Justiça italiano deve voltar a discutir com as autoridades brasileiras a fixação da uma data para a transferência de Pizzolato, que deve cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, onde outros condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, estão presos.

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Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão. Antes de ser condenado, ele fugiu para a Itália com identidade falsa, mas acabou sendo preso em fevereiro de 2014, em Maranello.

Em nota conjunta, as autoridades brasileiras envolvidas no processo esclareceram que a extradição voltou a ter eficácia plena. Dessa forma, o governo brasileiro aguarda o pronunciamento do Ministério da Justiça da Itália para iniciar a operação para transferir Pizzolato. O processo é acompanhado pelo Ministério da Justiça, pela Advocacia-Geral da União (AGU), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo  Ministério das Relações Exteriores.

Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão, pode ser solto na Itália antes mesmo da decisão de uma eventual extradição ao Brasil. No final de abril, o governo italiano havia dado o sinal verde para a extradição do brasileiro, mas na semana passada, o Tribunal Administrativo de Roma acatou um recurso de Pizzolato e marcou uma audiência para o dia 3 de junho para julgar a liminar dos advogados do brasileiro.

O problema é que, no próprio decreto do tribunal, os juízes apontam que a data final para que o Brasil organizasse a extradição seria 31 de maio. Como a audiência ficou marcada apenas para o dia 3, tanto o Ministério da Justiça da Itália como autoridades brasileiras confirmam que Pizzolato poderia ser solto no dia 31 de maio, aguardando em liberdade a audiência. Hoje, ele está preso em Módena. Brasília agora tenta impedir que os advogados de Pizzolato usem uma brecha legal para obter a soltura do cliente.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato deverá ficar preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, ou em outro presídio localizado em Santa Catarina, estado de origem dele, se a defesa assim optar. Pizzolato teve a extradição para o Brasil autorizada nesta sexta-feira (24) pelo governo italiano.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Brasil terá 20 dias para definir a logística para transferir Pizzolato. A data de início para a contagem do prazo será informada pelo governo italiano à representação brasileira em Roma. O prazo foi definido no tratado de extradição entre os dois países.

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Pizzolato, que tem cidadania italiana, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão, por lavagem de dinheiro e peculato na Ação Penal 470, o processo do mensalão, mas fugiu para a Itália com passaporte falso. Ele foi detido em fevereiro de 2014, em Maranello, por causa da documentação irregular. Em fevereiro último, a Corte de Cassação de Roma reverteu uma decisão do Tribunal de Bolonha e autorizou a extradição do brasileiro. A decisão final coube ao Ministério da Justiça da Itália.

Em entrevista coletiva, a PGR confirmou que, além de pedir a garantia de que Pizzolato ficará preso em um presídio que lhe garanta condições dignas, o governo italiano pediu que ele tenha direito à assistência consular. Por ser cidadão italiano, a embaixada da Itália no Brasil poderá monitorar se as garantias serão cumpridas. Outros condenados no processo do mensalão também ficaram presos no Presídio da Papuda.

A procuradoria, o Ministério da Justiça, a Advocacia-Geral da União e o Ministério  das Relações Exteriores atuaram de forma conjunta para conseguir a extradição. O caso do ex-diretor é a primeira extradição de um nacional, autorizada pelo governo italiano, para o Brasil.

O Ministério da Justiça informou, neste sábado, 11, ao governo da Itália, os "compromissos" do Brasil em relação à extradição do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que fugiu do País após ser condenado a 12 anos e sete meses de prisão, por lavagem de dinheiro e peculato, no processo do Mensalão. O principal questionamento do governo italiano é em relação às condições das prisões brasileiras, que a defesa de Pizzolato considera desumanas para abrigar seu cliente.

O ministério da Justiça não informou, mas o governo brasileiro argumenta que tem prisões em condições de receber Pizzolato, como a de Brasília, onde outros condenados no processo do Mensalão cumprem e já cumpriram pena. O prazo para a resposta do governo brasileiro ao italiano vence na segunda-feira, 13. Mas, na manhã de hoje, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, e o sub-secretário geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, Carlos Alberto Simas Magalhães, se reuniram para elaborar a resposta do governo brasileiro, e encaminharam imediatamente o "texto da correspondência" à Itália. O teor da resposta só poderá ser amplamente divulgado após a Itália receber a correspondência.

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O pedido de extradição do governo brasileiro à Itália foi feito no ano passado. Na Itália, Pizzolato chegou a ser preso em fevereiro de 2014 por estar com um passaporte falso. O governo brasileiro então pediu sua extradição, mas a Corte de Bolonha negou e permitiu que ele respondesse em liberdade. No mês seguinte, a AGU apresentou recurso para reverter a decisão, o que foi acatado pela Corte de Cassação de Roma. Só que o principal argumento do recurso da AGU foi o da "teoria de concretude do risco", que diz que não é suficiente para a negativa da extradição a alegação, ainda que ela seja comprovada (o que não aconteceu nesse caso) de que o Estado que pede a extradição possui sistema prisional violento e que desrespeita os direitos humanos.

Caso extraditado, Pizzolato cumprirá pena em unidade prisional do Complexo Penitenciário da Papuda, em que não há histórico de incidentes que representem ameaça à sua integridade física ou à preservação de seus direitos fundamentais. Há também a alternativa de cumprimento da pena em presídio de Santa Catarina, caso assim seja solicitado pelo extraditando e deferido pelo STF, já que Pizzolato possui vínculos familiares no estado. Nesse caso, o Brasil afirmou que os presídios de Curitibanos e Canhanduba possuem plenas condições de assegurar a preservação dos direitos fundamentais dos detentos.

Os governos do Brasil e da Itália já vêm fazendo reuniões para tratar do destino do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado por envolvimento no mensalão, e, em Roma, ninguém esconde que a decisão sobre a extradição será tomada com base em interesses políticos. Fontes do governo do primeiro-ministro Mateo Renzi confirmaram à reportagem que, antes mesmo de a Corte de Cassação dar o sinal verde para a extradição do brasileiro, os dois governos multiplicaram os encontros para tratar do tema.

Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão. Mas, há um ano e cinco meses, fugiu do País com um passaporte falso e declarou que confiava que a Justiça italiana não faria um processo político contra ele, como acusa a Justiça brasileira de ter realizado. Em primeira instância, a Corte de Bolonha negou sua extradição argumentando que as prisões brasileiras não têm condições de recebê-lo. Nessa quinta, porém, a Corte de Cassação reverteu a decisão, autorizou a extradição e mandou prender Pizzolato.

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Agora, é o governo italiano quem terá a última palavra no caso e deve anunciar seu parecer em 45 dias. Mas Roma, que já havia se preparado para a decisão favorável da Corte pela extradição, examinou a devolução do condenado com o Brasil à luz da relação entre os dois países e levando em consideração diversos pontos de interesse, inclusive a situação de Cesare Battisti, ex-ativista italiano que ganhou asilo no País.

A Itália espera que uma eventual entrega de Pizzolato significará a abertura de importantes espaços para os negócios e os interesses políticos do país.

Reuniões de representantes de Brasília foram realizadas em diversos ministérios italianos, principalmente na chancelaria e no Ministério da Justiça. Os encontros, segundo fontes italianas, serviram para que a posição de cada um fosse escutada e para que o Brasil tivesse a ocasião de explicar o motivo pelo qual acredita que Pizzolato deve voltar.

O Brasil considera haver dois cenários possíveis: se a Itália optar por privilegiar as relações bilaterais, vai sair em defesa da extradição. Se o governo seguir a norma de que não extradita italianos, Pizzolato ficará no País. Funcionários de alto escalão do governo de Renzi já teriam indicado que existe uma tendência dentro do Ministério da Justiça de privilegiar a primeira opção.

Mas, segundo fontes do governo italiano, Orlando não vai agir sozinho e o destino de Pizzolato será "uma decisão de Estado". Nas últimas semanas, diversos ministérios se reuniram e o caso chegou até a presidência do país para um parecer.

O Ministério da Justiça da Itália reconhece que o caso não será uma "decisão individual". Do comércio de fragatas ao setor de telecomunicações, investimentos e proteção de interesses italianos, diplomatas italianos admitem que a pauta colocada sobre a mesa por Roma é extensa.

Contactada, a embaixada do Brasil em Roma se recusou a fazer qualquer tipo de comentário oficial sobre o assunto.

As conversas não se limitam ao Executivo. No Parlamento Italiano, o tema também é alvo de reuniões. "Essa é a hora do lobby", declarou a deputada brasileira no Parlamento Italiano, Renata Bueno. "A Itália vai ser coerente com sua postura", insistiu. Ela tem distribuído documentos e informações a diversos ministérios e parlamentares para defender a extradição de Pizzolato. Na semana que vem, tentará falar com o próprio primeiro-ministro, Mateo Renzi, sobre o caso.

Battisti

Fontes na Itália e no Brasil, no entanto, também reconhecem que, a partir de agora, entra em jogo a decisão do ex-ministro da Justiça, Tarso Genro de não extraditar Cesare Battisti, em 2010, condenado na Itália por assassinato. Eduardo Pelella, chefe de gabinete da Procuradoria-Geral da República, reconhece que o caso Battisti "pode" pesar.

Do lado italiano, sempre na condição de anonimato, representantes de Renzi indicaram à reportagem que "não tem como ignorar" a decisão brasileira sobre Battisti.

Famílias das vítimas do terrorismo na Itália já se mobilizam para fazer o lobby pela "troca" e tem destacado que Pizzolato pode ser uma "oportunidade" para tirar o Brasil de uma posição de imobilismo.

O Ministério da Justiça soltou uma nota na tarde desta quinta-feira, 12, comentando a decisão da Corte de Roma, que aceitou recurso do governo brasileiro, autorizando a extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. A pasta afirmou que "agiu para que as determinações judiciais e a Lei fossem cumpridas" e que, agora "aguarda a decisão final do governo italiano sobre a matéria".

Mesmo com a decisão da Justiça italiana não há garantia de que Pizzolato será extraditado. É necessário que o Ministério da Justiça agora autorize que o ex-diretor volte ao Brasil. O Ministério tem 45 dias para decidir sobre o pedido de extradição, a contar da data da comunicação da decisão da Corte de Roma, o que deve acontecer num prazo de 10 dias segundo estimativas.

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Fuga

Pizzolato foi condenado no julgamento do mensalão do mensalão a 12 anos e sete meses de prisão pela prática de crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Ele fugiu do Brasil em setembro de 2013 usando documentos falsos e foi encontrado pela Interpol em fevereiro de 2014, na cidade de Maranello, na Itália. Após a Corte de Bolonha ter rejeitado o pedido de extradição de Pizzolato, ele conquistou o direito de responder ao processo em liberdade, mas voltou à prisão nesta quinta-feira, após nova decisão judicial.

A Advocacia-Geral da União (AGU) prevê que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato seja extraditado até o mês de abril. Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no crime de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva no julgamento do mensalão (Ação penal 470), Pizzolato teve o pedido de extradição aceito pela Corte de Roma, na Itália, em julgamento realizado nessa quarta-feira, 11.

A AGU explica que o caso já foi decidido juridicamente, mas que cabe ao Ministério de Justiça da Itália tomar a decisão política de extraditar ou não o ex-diretor. O órgão se mantém otimista e espera a extradição até abril, levando em conta os prazos legais para o processo. "Só resta agora a decisão política do governo italiano. É possível que a extradição seja realizada efetivamente antes, mas os prazos indicam que ela pode ocorrer até abril", explica Boni Soares, diretor do Departamento Internacional da Procuradoria-Geral da União, órgão da AGU.

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Apesar da vitória na Justiça italiana, não é garantido que Pizzolato será extraditado para o Brasil. Um caso que ficou emblemático sobre pedidos de extradição entre Brasil e Itália é o de Cesare Battisti que, apesar de ter pedido de extradição aceito pelo Supremo Tribunal Federal em 2009, foi negado pelo ministro da Justiça à época Tarso Genro.

Passado o julgamento, é preciso aguardar que a decisão seja publicada, e então, enviada ao Ministério da Justiça da Itália. Há uma expectativa de que isso ocorra num prazo médio de dez dias. A partir do recebimento do comunicado da decisão, o Ministério da Justiça terá 45 dias para decidir pela extradição ou não de Pizzolato. Caso a resposta seja afirmativa, o governo brasileiro tem um prazo legal de 20 dias, prorrogáveis por outros 20 dias para buscar o ex-diretor.

O diferencial no caso de Pizzolato é que o ex-diretor tem cidadania italiana, informação que vai ser levada em conta na decisão do Ministério da Justiça da Itália ao decidir sobre o pedido de extradição do Brasil.

Pizzolato fugiu do Brasil em setembro de 2013 usando documentos falsos para escapar da condenação do processo do mensalão. A fuga se deu pela Argentina e aconteceu dois meses antes de o ex-diretor ter a prisão decretada. Ele foi encontrado pela Interpol na Itália em fevereiro de 2014, mas foi solto no final de 2014, quando a Corte de Bolonha negou sua extradição e permitiu que ele respondesse o processo em liberdade. O governo brasileiro recorreu da decisão de Bolonha e levou o caso à Corte de Roma, onde obteve vitória.

Para o ministro Luís Roberto Barroso, relator do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), haverá uma situação de impunidade se o governo italiano decidir não entregar ao País o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. "Se houve uma condenação e a Itália não entregar para que a pena seja cumprida no Brasil, certamente haverá uma sensação de impunidade. Pior do que uma sensação de impunidade: haverá um fato real e concreto de impunidade já que há uma decisão transitada em julgado", disse o ministro nesta tarde.

Apesar de a Justiça italiana ter autorizado a extradição de Pizzolato, a entrega do condenado ao Brasil deverá ser decidida pelo Poder Executivo. "Essa é uma competência soberana do governo da Itália", destacou o ministro do STF. Segundo ele, só seria o caso de o governo negar a extradição se houvesse algum "fundamento político relevante". "E eu penso até não seja o caso", comentou Barroso.

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Responsável pelas execuções penais do processo do mensalão na Suprema Corte, Barroso destacou que, neste momento, há a perspectiva de a Itália efetivar a entrega do ex-diretor do Banco do Brasil. "Há uma decisão da justiça brasileira e, na medida que esteja ao meu alcance, eu gostaria de poder fazê-la cumprir", afirmou.

Pizzolato foi condenado pelo STF a 12 anos e sete meses de prisão, pela prática de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema do mensalão. A Procuradoria-Geral da República cogita pedir que, caso haja uma recusa à extradição de Pizzolato, a pena seja cumprida na Itália.

Battisti

Barroso descartou as comparações entre a situação de Pizzolato e o caso do ex-ativista Cesare Battisti, que se tornou emblemático quando o governo brasileiro, durante o segundo mandato do ex-presidente Lula, negou o pedido de extradição em 2011 mesmo depois de o STF ter decidido o caso de forma favorável à Itália. Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas entre 1977 e 1979.

Barroso atuou como advogado de Battisti na época, antes de assumir uma cadeira no STF. Ele aponta que, no caso do italiano, o contexto era diferente. Battisti havia participado de um grupo considerado "subversivo" e atuado na luta armada na Europa. O caso chegou ao Brasil mais de 30 anos após a edição da Lei de Anistia, destacou Barroso.

O ministro do Supremo destaca que, no caso de Pizzolato, a condenação se deu "fora de qualquer conflagração política relevante" e não teve "nenhuma conotação política". "Não há nenhum tipo de analogia possível, nem muito menos eu imaginaria que uma democracia madura como a italiana e instituições consolidadas como a italiana teriam a preocupação de retaliar numa situação como essa", afirmou Barroso.

O secretário de Colaboração Internacional da Procuradoria-Geral da República (PGR), Vladimir Aras, disse nesta quinta-feira (12) que a decisão final sobre a extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato será política.

A Corte de Cassação de Roma autorizou, na manhã de hoje, a extradição de Pizzolato. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão, no Brasil, por lavagem de dinheiro e peculato, na Ação Penal 470, o processo do mensalão, mas fugiu para o país europeu há um ano e cinco meses com um passaporte falso.

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Agora, conforme lembrou o secretário, caberá ao ministro da Justiça italiano, Andrea Orlando, decidir se acata a decisão. Assim que a pasta for notificada oficialmente, a Itália terá 20 dias para decidir sobre a extradição de Pizzolato.

“Se ele não for entregue por decisão política do Estado italiano, o segundo pedido do procurador-geral da República se colocará. Um pedido de execução do acórdão do Supremo Tribunal Federal nas cortes italianas”, explicou Aras. Já o Plano C da PGR consiste na abertura de um novo processo penal em solo italiano.

O secretário avaliou que há, no contexto internacional, uma cooperação cada vez maior entre os países no sentido de combater a corrupção e crimes de natureza econômica. “Temos confiança em uma decisão favorável, tendo em vista o histórico de cooperação entre Brasil e Itália”, disse Aras, ao citar o caso Thomazzo Bruschetta, mafioso italiano extraditado pelo Brasil em 1984.

Aras destacou, entretanto, que a Constituição brasileira proíbe a extradição de seus nacionais, enquanto a legislação italiana permite que isso aconteça. “A Itália é um país que extradita os seus nacionais, mas pode alegar falta de reciprocidade para não entregar Pizzolato”, disse. “Se não há reciprocidade na cooperação, as coisas ficam mais difíceis. Esse é exatamente o principal problema em função da nossa cláusula de proibição de entrega de nacionais”, concluiu.

Sobre uma possível interferência do caso do ativista italiano Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo Brasil em 2011, o secretário disse apenas que a questão é de competência dos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça, e não da PGR. “Não há motivo para retaliação”, acrescentou.

O chefe de gabinete da PGR, Eduardo Pelella, reforçou o posicionamento de que não cabe ao órgão analisar uma possível correlação entre os casos Battisti e Pizzolato. “O governo italiano hoje é diferente do da época do caso Battisti. Já houve duas mudanças de governo nesse meio tempo. Há toda uma conjuntura política que não cabe a nós analisar”, afirmou.

“A questão maior será, talvez, a nacionalidade e alguma consideração sobre reciprocidade”, disse Pelella. “Ser otimista, ou não, é o tipo de consideração que não fazemos. Estamos muito satisfeitos por termos conseguido a parte jurídica, que era o que mais diretamente nos tocava”, concluiu.

Pizzolato, que tem cidadania italiana, fugiu para a Itália após a condenação na Ação Penal 470. Preso na cidade de Maranello em fevereiro de 2014, por porte de documento falso, o ex-diretor foi solto em outubro, quando a Corte de Bolonha negou sua extradição. Ele passou, então, a responder ao processo em liberdade.

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato se entregou à Justiça italiana nesta quinta-feira (12). A Corte de Cassação de Roma autorizou mais cedo sua extradição para o Brasil. Segundo fontes policiais, as autoridades monitoravam os passos do condenado no mensalão para que ele não fugisse novamente.

Ele foi condenado, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão, no Brasil, por lavagem de dinheiro e peculato na Ação Penal 470, o processo do mensalão, mas fugiu para o país europeu há um ano e cinco meses com um passaporte falso.

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De acordo com a lei processual italiana, o julgamento é definitivo. Agora, caberá ao ministro da Justiça, Andrea Orlando, decidir se acata ou não a medida. Assim que o ministério for notificado oficialmente, o país terá 20 dias para tomar a decisão.

Segundo os juízes que analisaram o caso, existem no Brasil todas as condições para garantir a segurança de Pizzolato em um presídio. O argumento da falta de respeito aos direitos humanos nas prisões brasileiras foi usado pela defesa para pedir que o ex-diretor continuasse a morar na Itália.

A reversão da decisão do Tribunal de Bolonha foi uma vitória do governo brasileiro. A Justiça italiana negou, em outubro, o pedido de extradição de Henrique Pizzolato.

 

A instância máxima da Justiça na Itália autorizou a extradição de Henrique Pizzolato ao Brasil e determinou que o condenado no caso do mensalão volte para a prisão, em Modena. Nesta quinta-feira (12), a Corte de Cassação em Roma reverteu a decisão de primeira instância de rejeitar o envio do brasileiro de volta ao País e aceitou as garantias dadas pelo governo brasileiro de que a integridade física de Pizzolato será assegurada.

A Interpol já foi acionada e lançou na manhã desta quinta uma operação para prender o brasileiro. Num primeiro momento, a organização internacional informara que já sabia onde estava o acusado, mas, depois de consultar a polícia italiana, se deu conta que, de fato, seu paradeiro não era desconhecido. A falta de informação pode levar uma nova caçada a Pizzolato. A polícia de Modena confirmou que nos últimos dias ele passou a ser monitorado para evitar uma nova fuga.

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O julgamento ocorreu na quarta-feira, 11, em Roma, mas a sentença foi pronunciada apenas na manhã de hoje. Pela decisão da Corte, "existem condições para a extradição', numa referência à situação das prisões no Brasil, e das garantias dadas pelo governo.

Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão. Mas há um ano e cinco meses fugiu do País com um passaporte falso e declarou que confiava que a Justiça italiana não faria um processo político contra ele, como acusa a Justiça brasileira de ter feito.

Ele acabou sendo preso na cidade de Maranello e, em setembro de 2014, a Corte de Bolonha negou sua extradição argumentando que as prisões brasileiras não teriam condições de recebê-lo. Ao sair da prisão, declarou que havia fugido para "salvar sua vida". Para conseguir reverter a decisão, os advogados contratados pelo Brasil insistiram na tese de que a Itália não poderia generalizar a condição das prisões no País.

A partir de agora, o caso de Pizzolato deixa a esfera judicial e passa para o âmbito político. Caberá ao ministro da Justiça do governo de Mateo Renzi uma decisão final sobre o caso. Fontes na Itália admitem que, a partir de agora, pode pesar o atrito entre Brasil e Roma no que se refere à decisão do ex-ministro da Justiça Tarso Genro de não extraditar Cesare Battisti, condenado na Itália por assassinato.

Battisti

Na quarta-feira, 11, os advogados de Pizzolato introduziram pela primeira vez o tema de Battisti no debate e tentaram argumentar diante da Corte que o ex-diretor do Banco do Brasil não poderia ser extraditado por causa da recusa do governo brasileiro em cooperar no caso de Battisti. O argumento não foi acatado. "O Brasil mostrou que não há uma reciprocidade", indicou o advogado de Pizzolato, Emmanuelle Fragasso. Para ele, a Itália também deve responder da mesma forma, rejeitando o pedido brasileiro. "O Brasil fez um julgamento político", declarou.

Miqueli Gentiloni, advogado contratado pelo Brasil, rejeita o argumento da defesa de Pizzolato. "Isso não tem nenhuma influência nesse processo", insistiu. "É a primeira vez que a defesa usa esse argumento no processo", ressaltou. Battisti foi condenado na Itália por terrorismo. Mas, no Brasil, Tarso Genro concedeu a ele asilo, o que gerou fortes protestos por toda a Itália e ameaças de suspender acordos de cooperação. Gentiloni, porém, alega que os casos são "diferentes". Além disso, o Brasil destaca que outros dois criminosos foram extraditados ao País nos últimos meses, com o sinal verde do tribunal de Roma.

Especial

O Brasil conseguiu uma vitória judicial graças às garantias diplomáticas dadas de que Pizzolato teria sua proteção assegurada na prisão. As garantias foram apresentadas pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para a defesa contratada pelo Brasil, isso "demonstra inequivocadamente não apenas que (Pizzolato) não corre perigo de tortura, mas é garantia de que receberá um tratamento melhor em respeito a dos demais presos".

Os advogados contratados pelo Brasil indicaram ainda ao juiz de Pizzolato que ele faria parte, assim como os demais condenados no mesmo caso, de "uma categoria de presos aos quais está assegurado o total respeito da lei e de seu conforto". Para dar provas disso, o Brasil explicou a estrutura do Complexo da Papuda, penitenciária para onde Pizzolato seria enviado, e deu garantias de que ele ficaria "isolado do resto da população carcerária".

Fragasso, advogado de Pizzolato, criticou a postura do Brasil. "Ainda não sabemos se vão de férias para Papuda ou é uma prisão. O turista que vai para Copacabana também aproveita para visitar a Papuda?", ironizou o advogado.

Precedentes

Os advogados do Brasil também usaram mais de uma dezena de casos para mostrar que países europeus já extraditaram criminosos "para países onde a situação de direitos humanos é muito pior do que as do Brasil". Gentiloni mostrou que, por toda a Europa e mesmo na Corte de Estrasburgo, criminosos já foram extraditados para países como Bangladesh, México, Rússia, Cazaquistão, Índia e Turcomenistão. Para os advogados, portanto, a situação generalizada das prisões de um país não pode ser um argumento suficiente para impedir a extradição.

Foi concluído depois de mais de doze horas de sessão, o julgamento sobre a extradição de Henrique Pizzolato em Roma. Uma decisão foi tomada pelos juízes da Corte de Cassação, mas será oficialmente revelada apenas nesta quinta-feira, 12, pela manhã.

O dia foi marcado pela introdução, pela primeira vez, do argumento dos advogados do condenado no caso do mensalão de que a Justiça italiana precisa responder ao Brasil na mesma moeda usada pelo País no caso de Cesare Battisti. Ou seja, com a rejeição de uma cooperação e do pedido de extradição.

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Os advogados de Pizzolato usaram a decisão do Brasil de não extraditar o italiano Cesare Battisti como argumento de que a Itália precisa responder com a mesma moeda e não extraditar Pizzolato. Se por meses advogados e políticos de ambos os lados se recusavam a fazer essa ligação entre os dois casos, agora o tom é outro. O argumento fez parte tanto dos documentos entregues à Corte quanto da defesa oral de seus advogados nesta quarta. Essa foi a primeira vez desde o início do caso há um ano e meio que a comparação com Battisti foi oficialmente feita.

Mastrangelo Reino/Estadão - 28.10.2014

Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão. Mas, há um ano e cinco meses, fugiu do País com um passaporte falso. Na Itália, acabou sendo preso e, em setembro do ano passado, a Corte de Bolonha negou sua extradição argumentando que as prisões brasileiras não têm condições de recebê-lo.

Battisti

Mas a principal novidade no julgamento desta quarta foi a introdução de um tema considerado como tabu até agora: Battisti. Os advogados de Pizzolato argumentaram que o ex-diretor do Banco do Brasil não pode ser extraditado por falta de uma prática de reciprocidade por parte do governo brasileiro no caso de Battisti. O Brasil não atendeu ao pedido de Roma para que ele fosse extraditado e, portanto, não existiriam condições de reciprocidade.

"O Brasil mostrou que não há uma reciprocidade", indicou o advogado de Pizzolato. Para ele, a Itália também deve responder da mesma forma, rejeitando o pedido brasileiro. "O Brasil fez um julgamento político", declarou Fragasso.

Miqueli Gentiloni, advogado contratado pelo Brasil, rejeitou o argumento da defesa de Pizzolato. "Isso não tem nenhuma influencia nesse processo", insistiu. "É a primeira vez que a defesa usa esse argumento no processo", ressaltou.

Renata Bueno, deputada brasileira no Parlamento Italiano, ressaltou que essa é uma das consequências da decisão brasileira sobre Battisti e que, agora, pode "pesar".

Battisti foi condenado na Itália por terrorismo. Mas, no Brasil, o ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, o concedeu asilo, o que gerou fortes protestos por toda a Itália e ameaças de suspender certos acordos de cooperação. Gentiloni, porém, alega que os casos são "diferentes". Além disso, o Brasil destaca que outros dois criminosos foram extraditados ao País nos últimos meses, com o sinal verde do tribunal de Roma.

Para tentar reverter a decisão, os advogados contratados pelo Brasil insistiram na tese de que a Itália não poderia generalizar a condição das prisões no País. Garantias ainda foram apresentadas pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Reabertura

De outro lado, o Ministério Publico da Itália pediu a anulação da decisão anterior de uma corte de Bolonha que optou pela não extradição de Pizzolato ao Brasil e que o caso seja reaberto.

O processo pode retornar para Bolonha, onde uma corte de apelação iria reavaliar as evidências sobre as condições das prisões brasileiras e apresentadas pelo Brasil. "Isso permitirá que se investigue de forma mais profunda a situação da prisão para onde vai Pizzolato", declarou Gentiloni.

Os advogados contratados pelo Brasil indicaram ainda ao juiz que Pizzolato faria parte, assim como os demais condenados no mesmo caso, de "uma categoria de presos aos quais está assegurado o total respeito da lei e de seu conforto". Para dar provas disso, o Brasil explicou a estrutura do Complexo da Papuda, penitenciária para onde Pizzolato seria enviado, e garantiu que não iria enfrentar violência criminal.

Emmanuele Fragasso, advogado de Pizzolato, criticou a postura do Brasil, alertando que o governo na audiência "não adicionou nada sobre a situação das prisões". "Ainda não sabemos se vão de férias para Papuda ou é uma prisão. O turista que vai para Copacabana também aproveita para visitar a Papuda?", ironizou o advogado.

"Um novo procedimento seria aberto se a opção de reabrir o caso for tomada, principalmente para saber o que ocorreu na Papuda nos últimos anos. Isso seria para ver se é uma colônia de férias ou uma penitenciária onde pessoas morreram", atacou. A defesa de Pizzolato apresentou aos juízes dados mostrando que dois homicídios ocorreram na Papuda.

A Corte de Cassação de Roma adiou para essa quinta-feira, 12, a decisão sobre o pedido de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão a 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

O julgamento teve início nesta quarta-feira, 11, mas só haverá um resultado na quinta, segundo nota da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acompanha o caso em Roma, na Itália. Teve início nesta quarta o julgamento de dois recursos contra decisão da Corte de Apelação de Bolonha, que negou a extradição de Pizzolato em outubro do ano passado, um deles de autoria da PGR e outro, do Ministério Público da Itália.

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Pizzolato foi preso na Itália em fevereiro do ano passado, para onde fugiu com documentos falsos no fim de 2013. Contudo, o ex-diretor conquistou em outubro de 2014, o direito de responder ao processo em liberdade, após decisão da Corte de Bolonha.

Um ano e cinco meses depois de sua fuga do Brasil, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato vai finalmente conhecer seu destino nesta quarta-feira, 11, em Roma. A Corte de Cassação da Itália tomará uma decisão sobre o pedido de extradição ao Brasil do condenado no julgamento do mensalão. Além de contar com uma forte equipe de advogados, Pizzolato ganhou um aliado na Itália: o pastor de sua igreja, que, no último fim de semana, fez questão de pedir uma oração especial de todos os fiéis da comunidade para que "Deus intervenha" no processo.

No último dia 3, os advogados de Pizzolato apresentaram à Justiça italiana sua defesa, alegando que o sistema prisional brasileiro não tem condições de garantir a proteção dos direitos humanos. Nos documentos, a defesa usa informes da ONU para mostrar mortes, tortura e até decapitações nas prisões brasileiras, além de trechos de entrevistas do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que declarou que os "cárceres brasileiros são medievais". Os advogados argumentam que a Itália não pode sujeitar um cidadão do país a essa situação - Pizzolato tem cidadania brasileira e italiana.

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A esperança brasileira é de que a Justiça italiana já deu provas de que está disposta a extraditar pessoas ao País. No último dia 29 de janeiro, um decreto foi emitido pelo Ministério da Justiça da Itália extraditando Elena Cavalcanti, acusada de envolvimento em tráfico humano em redes de prostituição. Se a corte der sinal verde para a extradição na próxima quarta, o caso segue para uma decisão política no Ministério da Justiça em Roma.

Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão no caso do mensalão, mas em setembro de 2013, fugiu para a Itália usando um passaporte falso.

Em fevereiro de 2014, ele foi encontrado na casa de um sobrinho, em Modena, e preso. Pizzolato foi solto depois que a Corte de Bolonha julgou que o Brasil não oferecia condições mínimas de proteção em suas cadeias. O Brasil apelou e, agora, a instância superior da Justiça italiana vai se pronunciar.

Desde que foi solto, Pizzolato passou a viver nas proximidades de Modena, na cidade de Formigini, e se transformou em um frequentador assíduo da Igreja Pentecostal Fonte de Vida, indo até duas vezes por semana na cidade de Modena.

"Ele tem um apartamento pequeno e circula com um carro modesto", contou o pastor Romulus Giovanardi. O cenário seria bastante diferente do local onde Pizzolato se refugiou depois de escapar do Brasil, em La Spezia, na costa do Mediterrâneo.

Giovanardi também conta como foi que conheceu o brasileiro. "Eu o conheci no primeiro dia que ele entrou na prisão", contou. "Perguntei diretamente a ele se ele era inocente e, diante de Deus, ele me garantiu que sim. Portanto, eu acredito que ele seja, sim, inocente."

No último domingo antes do julgamento, Giovanardi pediu uma "oração especial para Henrique". "Todos nós rezamos para que ele possa ficar na Itália e que esse processo que é uma perseguição contra ele possa acabar", declarou. "Estamos certos de que Deus fará justiça", afirmou. Em novembro do ano passado, Pizzolato falou aos demais fiéis da Igreja e disse que Deus foi seu advogado no tribunal.

Para a audiência de amanhã, o Brasil tentará provar aos juízes que não se pode generalizar a situação das prisões no País e que o centro de detenção para onde vai o italiano, no Complexo da Papuda, oferece garantias. O Ministério Público Italiano também defenderá a mesma tese e, ao lado da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República, preparara documentos para tentar convencer os juízes que a vida de Pizzolato não estará ameaçada no Brasil.

O temor do Brasil é de que uma eventual negativa à extradição abra um precedente perigoso, criando uma jurisprudência que dificultaria o envio de criminosos para cumprir pena no País.

O Brasil ganha o apoio do Ministério Público da Itália em casos de extradição, numa decisão que pode ter um impacto no caso do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado no caso do Mensalão e que fugiu para a Itália.

A Corte de Cassação de Roma se reúne nesta segunda-feira, 26, para julgar um pedido de extradição de um contrabandista de drogas ao Brasil. O que estará em debate é o caso do holandês Ronald van Coolwijk, condenado pela Justiça Federal do Espírito Santo a 20 anos de prisão por tráfico de drogas. Ele foi pego com 625 quilos de drogas e condenado em 1995. Mas conseguiu fugir para a Itália.

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Mas, para a Justiça brasileira, o que estará em jogo é a capacidade de o País convencer juízes no exterior de que o sistema prisional nacional é adequado para receber criminosos, entre eles Pizzolato.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o Ministério Público italiano vai defender a extradição do holandês, uma atitude considerada pelas autoridades brasileiras como "fundamental" no processo. O MP italiano se reuniu com representantes do Ministério Público brasileiro na sexta-feira e confirmou que vai apoiar a extradição.

Tanto o holandês como Pizzolato argumentaram que as prisões brasileiras não "oferecerem condições humanas" e que, portanto, não poderiam ser extraditados pela Itália. Ambos conseguiram que a Justiça italiana, em primeira instância, atendessem seus argumentos.

A defesa de Pizzolato chegou a mostrar um vídeo ao Tribunal de Bolonha sobre presos decapitados no Brasil, além de vários informes da ONU sobre a situação das prisões.

Precedente

O narcotraficante fez o mesmo e conseguiu evitar a extradição. Mas seu caso sequer era acompanhado pelo Brasil e apenas chamou a atenção da Justiça diante do risco de que ele crie um precedente para outros casos.

Agora, ao ser julgado na instância suprema do Judiciário italiano, o caso do holandês pode influenciar uma decisão também sobre Pizzolato.

O MP italiano vai defender a tese de que não se pode generalizar a situação das prisões e tentará dar provas de que o destino que será dado ao holandês não ofereceria um risco.

Não por acaso, o governo brasileiro enviou para Roma o chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça, Eduardo Pelella, além de representantes da Justiça do Espírito Santo e da Advocacia Geral da União (AGU), Marconi Melo.

Segundo Melo, o Brasil indicou aos italianos que o holandês ficará preso na penitenciária de Cachoeiro de Itapemirim (ES), onde sua proteção seria preservada. "Não podemos generalizar a situação das prisões", indicou Melo ao Estado.

Ele admite que uma decisão rejeitando a extradição pode mandar "uma mensagem errada" aos criminosos. "É como se dissessem a todos que podem cometer crimes no Brasil e depois fugir para a Itália que nada vai ocorrer", alegou.

Pizzolato e seus advogados também acompanharão a decisão de perto. A audiência da Corte de Roma sobre o ex-diretor do Banco do Brasil está marcada para o dia 11 de fevereiro e o Brasil vai argumentar que Pizzolato será enviado a uma prisão que não oferece riscos à vida do condenado, como o Complexo da Papuda.

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