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O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) negou o pedido dos fazendeiros para anular o processo demarcatório realizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na Terra Indígena Sucuri'y, de 535 hectares, localizada no município de Maracaju (MS). Segundo o Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul, a Justiça considerou a demarcação válida e não permitiu que novos recursos seguissem para instâncias superiores, o que resultou no trânsito em julgado da ação.

O MPF-MS lembra que a Terra Indígena Sucuri'y foi reconhecida pelo governo federal em 1996. No ano seguinte, os índios ocuparam parte da área, para tentar apressar a demarcação. Uma negociação intermediada pelo MPF-MS conseguiu garantir a permanência deles em 64,96 hectares. Em 1999, a terra indígena foi homologada pelo presidente da República e registrada em cartório mas os indígenas não puderam ocupá-la, pois havia uma ação judicial que questionava a validade da demarcação.

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Ao relatar o histórico do processo, o MPF comenta que, apesar de a demarcação ter concluído que a área era de ocupação tradicional indígena, foram necessárias duas outras perícias judiciais para confirmar o fato. Em 2006, o MPF entrou com pedido inédito na Justiça para que os índios aguardassem o final da ação judicial dentro da área reivindicada. A inversão da situação - normalmente são os fazendeiros que aguardam dentro da terra - foi aceita pela Justiça. Desde 2007, os índios ocupam os 535 hectares demarcados, mas apenas agora tiveram a confirmação da posse.

Rio Grande do Sul

Um grupo de vinte parlamentares de vários Estados se reuniu nesta quarta com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a presidente da Funai, Marta Azevedo, e o Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams, para entregar um documento sobre irregularidades na demarcação de terras indígenas no Rio Grande do Sul. Segundo o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), o texto foi elaborado pelo procurador do Estado em Passo Fundo, Rodinei Candeia. Ele lembra que em encontro recente o ministro havia cobrado dos parlamentares a entrega de algum documento que explicitasse irregularidades, como laudos antropológicos sem isenção.

No encontro desta quarta participaram parlamentares de 15 Estados afetados pelas demarcações de terras. Moreira afirmou que apenas no Rio Grande do Sul são 40 áreas em processo de demarcação. Os parlamentares pediram ao governo a renovação da portaria 303/2012, da AGU, que impede a ampliação de terras indígenas sem a consulta prévia a todos os envolvidos. O documento, que serve de diretriz para órgãos do governo, se baseia na decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Alceu Moreira argumenta que não pode existir defesa apenas para um lado, "pois enquanto os produtores têm que pagar advogados com recursos próprios, do outro lado o governo financia tudo, desde o laudo antropológico, que muitas vezes não tem isenção". Ele defendeu "a necessidade de uma norma clara, sem brechas jurídicas, sem fragilidade e que possibilite o direito ao contraditório".

Índios jurunas e araras prenderam três funcionários das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte na aldeia Muratu, à margem do rio Xingu, em Altamira, no Pará. Dois engenheiros e um interlocutor para a área indígena do consórcio Norte Energia, responsável pela obra, participaram nesta terça de uma reunião na aldeia para discutir o represamento do rio. Na manhã desta quarta, eles foram avisados que não poderiam deixar a comunidade.

A reunião foi marcada para discutir um mecanismo para garantir que, após a construção da barragem e do alagamento do Xingu, os índios pudessem continuar a ter acesso até a Altamira pelo rio. Líderes jurunas da aldeia Paquiçamba e araras da Volta Grande reclamaram que os funcionários do consórcio deram detalhes técnicos e pouco compreensíveis, segundo informou a organização não-governamental Xingu Vivo. O encontro foi o primeiro de quatro que a Norte Energia marcou com os índios para conseguir o licenciamento da obra de barramento do rio.

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Os índios exigem que o consórcio, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) apresentem garantias para manter o transporte fluvial das comunidades tradicionais. Eles querem também a conclusão das obras de um sistema de abastecimento de água para as casas das aldeias e uma nova reunião com o presidente do consórcio, Carlos Nascimento.

Até o começo desta tarde, a Funai se limitou a informar que mandou funcionários "voluntariamente" para negociar a libertação dos funcionários da obras da usina.

Organizações não governamentais (ONGs) reagiram com indignação à portaria do governo federal sobre territórios indígenas, publicada no Diário Oficial da União na terça-feira. "A intenção do governo é estancar de vez os procedimentos de reconhecimento e demarcação de terras indígenas. Mais uma vez dobra os joelhos, rezando a cartilha do capital ditada pelo agronegócio", afirma em nota oficial o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). "Essa norma deve paralisar a ampliação de terras indígenas no País", acrescenta o Instituto Socioambiental (ISA). As ONGs já anunciaram que vão brigar para demonstrar a ilegalidade da nova norma.

Assinada pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a portaria 303 transforma em norma as 19 condicionantes utilizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em março de 2009. A mais polêmica das condicionantes, a 17, proíbe a revisão de terras já regularizadas. Também provoca reações a que permite ao governo realizar obras como hidrelétricas e estradas sem consultar os povos indígenas.

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Impacto

No início de 2011 existiam, segundo o relatório Povos Indígenas do Brasil, cerca de 80 pedidos de ampliação de terras indígenas. Paralelamente, outros 54 casos de revisão de limites estavam em andamento (a maioria, no Mato Grosso do Sul). Mas a portaria recebeu também aplausos - por exemplo, do senador Delcídio Amaral (PT-MS), para quem a decisão pode pôr fim aos conflitos.

"A portaria é mera reprodução da decisão (do STF). A corte foi categórica e absolutamente clara", disse o advogado-geral Adams. Ele nega que os índios não possam ser consultados: "A portaria não põe em xeque procedimentos de consulta prévia. (...) Ela estabelece procedimentos, ações, a partir de uma jurisprudência fixada pela Corte." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Índios continuam com dois funcionários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) como reféns. na Aldeia Ibiquara, no município de Marcação, no litoral norte paraibano.

Segundo o cacique Bel, o movimento é pacífico e os índios reivindicam a saída da chefe do Sesai na Paraíba. As vítimas que estão sob o controle dos índidos estão recebendo alimentação e passam bem.

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Um documento foi enviando à Brasília e assinado por várias lideranças, narrando a dificuldade existente na comunidade indígena e exigindo a exoneração da chefe interina do Sesai (antiga Funai) na cidade, identificada apenas como Roberta, que está sendo mantida refém juntamente com um advogado. O cacique Bel afirmou que a liberação das vítimas será feita após a resposta positiva da Capital Federal.

O cacique Sandro disse que a comunidade está precisando de ajuda, como melhoria nos hospitais da região, educação, transporte,alimentação, e reclama de salários atrasados de alguns indígenas há sete meses.

Um grupo de cerca de 400 índios tentou fazer um protesto no Riocentro, onde estão reunidos chefes de Estados para a Rio+20. As duas vias da avenida Salvador Allende foram parcialmente bloqueadas para impedir o acesso dos indígenas. Cerca de cem homens da Polícia Rodoviária Federal, do Exército e do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio protegeram os acessos ao centro de convenções.

Os índios, que já tinham tentado entrar no Riocentro durante protesto na quarta-feira (20), voltaram nesta quinta-feira (21) para entregar uma declaração de cinco páginas em que expressam sua opinião em relação à Rio+20. O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, foi ao encontro dos índios e recebeu uma cópia do documento. O grupo se dispersou e voltou aos ônibus depois do encontro com o ministro.

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Um grupo de índios participantes da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, passou mal após ingerir o almoço fornecido pela organização do evento na tarde deste domingo. O incidente chegou a interromper um dos principais debates do evento, que discutia soberania alimentar. O grupo foi medicado pela equipe de plantão no evento e liberado em seguida.

Logo que a comida foi distribuída por funcionários da empresa fornecedora, os índios reclamaram do cheiro de azedo dos alimentos e bloqueou o acesso à tenda onde aconteceria o debate. Na refeição fornecida aos indígenas, as quentinhas continham arroz, feijão e carne. Os participantes que chegaram a ingerir os alimentos reclamaram de fortes dores no estômago, tontura e muitos chegaram a vomitar próximo à entrada da tenda de debates.

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"Minha pressão baixou muito e eu senti que ia desmaiar, a visão ficou escura. Um amigo que me levou ao posto médico", afirmou Anderson Santos, de 21 anos, da etnia Pakuru, do oeste da Bahia. Após passar mal, ele foi medicado com uma injeção contra enjoo. A refeição estragada era a primeira alimentação deles fornecida pelos organizadores do evento.

"Esse fato mostra que ainda somos tratados como verdadeiros selvagens. As pessoas ainda têm esse preconceito contra os povos indígenas", afirmou Cristiano Santos, de 18 anos, integrante da aldeia Pakuru.

A organização da Cúpula afirmou que providenciaria a substituição da empresa responsável pelo fornecimento das refeições ainda na noite deste domingo. De acordo com o coordenador da delegação indígena, Paolino Montejo, o fornecimento de alimentos teve que ser reforçado para atender a uma demanda extra de participantes e por isso não houve acompanhamento da produção.

O encontro do samba com os cânticos indígenas aconteceu na manhã deste domingo (17) na quadra do bloco Cacique de Ramos, em Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O prefeito Eduardo Paes e o presidente do bloco, Ubirajara Nascimento, o Bira, receberam com honrarias os índios das etnias Xerentes, do Mato Grosso, Caiapó, do Pará, e Parecis, do Mato Grosso do Sul, liderados pelo cacique Marcos Terena. Os índios, que vieram para a Conferência das Nações Unidas (Rio+ 20), estão instalados na Aldeia Carioca, em Jacarepaguá.

Com uma hora de atraso, os 52 índios chegaram em um ônibus e foram recebidos com uma faixa onde se lia "Edju Pora", que quer dizer bem-vindo em português. Ao som de Doce Refúgio, um grupo de pagode animava o encontro. Já no palco, Eduardo Paes saudou o grupo destacando que a cidade do Rio é uma cidade que acolhe a diversidade. "É uma grande satisfação ter todos vocês na Cidade Maravilhosa. É uma honra receber a Rio+20 com tribos indígenas. Aqui, no Cacique de Ramos, estamos juntando duas culturas", disse.

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Emocionado, Bira destacou a identificação do índio com o carnaval brasileiro. "É um momento muito importante na história do Cacique. Quero agradecer ao prefeito e ao cacique por terem nos dados essa possibilidade deste momento histórico na cultura brasileira", disse.

O cacique Marcos Terena presenteou o prefeito com um chapéu de capim-limão e uma pordona, instrumento típico de uso nas guerras. O presidente do bloco distribuiu pandeiros (com a logo do Cacique) para alguns membros do grupo. Dentre os índios estavam presentes também líderes das etnias do Peru, Equador e Chile.

Antes de os índios fazerem um ritual em sinal de boas vindas, que teve a participação do prefeito, o cacique aproveitou para reafirmar o desejo da realização da primeira edição dos Jogos Mundiais Indígenas, que pode acontecer em 2013 com a presença de etnias originadas de mais de 12 países. "Nós temos compromisso com o prefeito e queremos que no ano que vem seja realizada aqui a primeira edição dos Jogos Mundiais Indígenas", disse.

Cerca de 200 pessoas, entre indígenas, agricultores e pescadores afetados pela construção da Hidrelétrica de Belo Monte, ocuparam nesta sexta-feira o local onde a barragem será construída, próximo à vila de Santo Antônio. No local, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) ergue uma barragem de terra conhecida por ensecadeira. O protesto foi realizado para coincidir com a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro, a Rio+20.

Segundo os ambientalistas, o objetivo era denunciar os crimes socioambientais que estariam sendo cometidos com a construção de grandes projetos hidrelétricos na Amazônia. Belo Monte é a primeira de várias barragens que o governo brasileiro pretende construir na região.

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Munidos de pás, enxadas e picaretas, os manifestantes marcharam até uma das barragens e abriram um pequeno canal para "restaurar o fluxo natural do Xingu", informaram assessores do Xingu+23, evento realizado em Santo Antônio, a 50 km de Altamira, em comemoração dos 23 anos contra Belo Monte.

Enquanto era aberto o canal, outros ativistas usaram seus corpos para formar a mensagem "Pare Belo Monte". Em seguida, plantaram 500 árvores de açaí para estabilizar a margem do rio destruída pelo início das obras e ergueram 200 cruzes em memória daqueles que perderam a vida defendendo a floresta.

Uma delegação de observadores internacionais e ativistas de direitos humanos também estava presente. Além das manifestações em Santo Antônio, também foi realizada uma marcha por centenas de moradores até a sede da Norte Energia S.A (Nesa).

A coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS), Antonia Melo, disse que a "luta está longe de um fim". "Nosso apelo para o mundo é que este rio se mantenha vivo. Nós, as pessoas que vivem ao longo das margens do Xingu, que subsistem do rio, que bebem do rio e já estão sofrendo as consequências desse projeto de morte, exigimos: "Pare Belo Monte!" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A casa dos povos indígenas durante a conferência Rio+20 começou a tomar forma na tarde desta terça-feira pelas mãos de 21 guerreiros da nação Kaiamurá, do Alto Xingu, no Mato Grosso. A aldeia Kari-Oca, sede do encontro de povos nativos de todo o mundo, está sendo erguida no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. No terreno, com cerca de sete mil metros quadrados, os guerreiros trabalham para levantar duas ocas de debates, alojamentos e uma tenda tecnológica, de onde as discussões serão transmitidas via internet para povos indígenas dos Estados Unidos ao Japão.

A oca construída pelos guerreiros reproduz o modelo das habitações da aldeia. Ela sediará encontros e debates sobre temas como alimentação, mudanças climáticas, energia limpa, erradicação da pobreza e economia verde. No total, cerca de 1.200 índios circularão pelos espaços, participando de discussões, atividades culturais e esportivas. Durante a conferência, os índios vão preparar um documento que será entregue aos representantes das Nações Unidas, no dia 17 de junho.

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"Estamos aqui para mostrar nossa tradição, nossa cultura, nossa casa. Estamos passando um conhecimento para os jovens, e isso não pode acabar", resumiu o líder dos guerreiros e um dos arquitetos responsáveis pela construção das ocas, Atawalu Hotopyne, de 50 anos. Após três dias de viagem de ônibus, os guerreiros chegaram à cidade no último dia 22, mas os trabalhos de construção das ocas só começaram na segunda-feira. O terreno destinado ao evento não tinha sido liberado para as obras a tempo e ainda passava por serviços de terraplanagem enquanto os guerreiros erguiam a estrutura da aldeia.

Pela primeira vez no Rio, o grupo aproveitou o tempo livre para conhecer a praia de Ipanema. Com uma câmera fotográfica na mão, Kotoki Kaiamurá, de 23 anos, registrava os passeios e a construção da Aldeia. "Vou mostrar à minha sociedade o que vimos aqui. Eles sempre quiseram conhecer o Rio e vão ficar felizes ao ver as imagens", contou.

Cada guerreiro irá receber cerca de R$ 900 pelo trabalho de construção da aldeia. No total, o orçamento do projeto é de cerca de R$ 1 milhão, mas os recursos ainda não foram liberados pelo governo federal. A expectativa dos organizadores é de que até a próxima semana o dinheiro seja liberado para não comprometer a realização dos trabalhos. "Saímos do zero, mas ainda temos muito o que fazer", afirmou Marcos Terena, um dos responsáveis pela organização.

A Operação Ágata 4, de controle e repressão de atividades ilegais, ao longo da fronteira do Norte do País, termina nesta quarta, após duas semanas de ação das Forças Armadas e resultados importantes: o mapeamento de dez pistas de pouso clandestinas em áreas indígenas, a localização de um garimpo ilegal na reserva ianomâmi e a apreensão de ao menos 25 quilos de pasta básica de coca.

A Ágata 4 mobilizou 8.426 militares da Marinha (3.311), Exército (4.078) e Aeronáutica (1.037), ao longo de 5,2 mil quilômetros da divisa com Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. O contingente utilizou 36 aeronaves, 11 navios e 65 veículos diversos.

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Pela primeira vez um hospital de campanha da Força Aérea foi instalado sobre uma barcaça de 950 metros quadrados, permitindo efetuar 2.500 atendimentos à população ribeirinha. Nesta terça, o vice-presidente Michel Temer visitou o local e anunciou que o modelo pode ser adotado em caráter permanente na Amazônia.

No ponto de mineração irregular de ouro, instalado no Rio Catrimani, em Roraima, a 180 quilômetros da capital, Boa Vista, sete garimpeiros foram detidos e estão sob custódia da Polícia Federal. Uma pista ilícita de 300 metros, usada para o transporte de alimentos, combustível e de equipamentos utilizados pelo grupo foi destruída por dois caças Super Tucano, do Esquadrão Escorpião. Ao redor do local, a Aeronáutica encontrou áreas desmatadas. O rio mostra sinais de contaminação pelo mercúrio usado no processo de mineração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ONG International Survival lançou nesta quarta pela internet uma nova campanha em defesa do grupo indígena awá guajá, do Maranhão. Um de seus porta-vozes é o ator inglês Colin Firth, vencedor do Oscar de 2011 pelo desempenho no filme O Discurso do Rei.

Ao final de um documentário de quase cinco minutos sobre a vida dos índios e as ameaças que enfrentam, Firth faz um apelo aos simpatizantes da causa indígena. Pede que enviem mensagens ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, exigindo urgência na adoção de medidas de defesa dos awá-guajá, "antes que ocorram novas tragédias".

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Cardozo tem poder para evitar as constantes invasões da terra indígena por madeireiros e pecuaristas, segundo o texto apresentado pelo ator. "Um homem tem o poder para parar os madeireiros: o ministro da Justiça do Brasil", diz ele, que sugere: "Bastaria apenas enviar contingentes da Polícia Federal para a região".

No vídeo, o ator questiona por que isso ainda não foi feito, considerando que os awá guajá constituem hoje o povo indígena mais ameaçado do Planeta, na avaliação da ONG. "É porque o ministro não dá atenção devida ao problema. Não é a prioridade dele. Vamos mudar isso", conclama Firth, com voz pausada e ligeiramente emocionada.

A Survival, sediada em Londres, acompanha povos indígenas em situação de risco pelo mundo. Na Amazônia preocupa-se particularmente com o caso dos índios isolados - que vivem na floresta, sem contato com grupos sociais não indígenas.

Os awá-guajá, segundo estimativas dos especialistas que trabalham para a ONG inglesa, estão reduzidos a uma população de aproximadamente 360 pessoas. Uma parte desse grupo, em torno de cem índios, vive isolado. Suas terras estão demarcadas. Mas eles enfrentam constantes invasões. De acordo a ONG, um terço das florestas de seu território já teria sido destruído.

A proteção dos awá guajá do Maranhão é um dos muitos problemas a serem enfrentados pela nova presidente da Funai, a antropóloga Marta Maria do Amaral Azevedo. Ela tomou posse esta semana, no lugar de Márcio Meira, e deve conceder sua primeira entrevista hoje à tarde, em Brasília. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Índios da tribo xacriabá em São João das Missões, no norte de Minas, mantiveram quatro funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) reféns por aproximadamente 16 horas. Segundo a Polícia Militar (PM), as vítimas foram libertadas ilesas após um acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde para melhorias no atendimento na região.

Os servidores são ligados ao órgão e foram feitos reféns por volta das 18h de terça-feira (24), quando chegaram para prestar assistência médica na aldeia do Brejo Mata Fome, uma das maiores da reserva xacriabá, com cerca de 2 mil habitantes. Ainda de acordo com a PM, os índios fizeram os trabalhadores reféns para protestar contra o atendimento de saúde prestado na área.

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Para libertar os funcionários, a Sesai se comprometeu a construir, ainda este ano, uma unidade básica de saúde na reserva, um hospital e um centro de odontologia em São João das Missões. Os índios também reivindicam captar água do rio São Francisco, mas ainda deve ser feita uma pesquisa para verificar a viabilidade da ação. A Polícia Federal participou das negociações junto com representantes do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (Dasi).

Nesta quinta-feira (19), em que se é comemorado o Dia do Índio, os povos indígenas têm uma novidade no que diz respeito à educação. O Ministério da categoria (MEC) divulgou, por meio da sua página eletrônica, que pretende, até o ano que vem, dobrar o número de territórios etnoeducacionais, que são os espaços de planejamento e de gestão dos programas e das ações do Governo Federal voltados para os índios.

Segundo o MEC, atualmente existem 21 territórios etnoeducacionais e a divisão territorial dos povos indígenas é importante para estabelecer ações e políticas de educação escolar específicas para os povos de diferentes costumes.

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O coordenador geral de educação escolar indígena do ministério, Gersem Baniwa, afirmou que a ação visa definir normas educativas para cada grupo. “Existem povos que estão localizados em dois, três e até sete estados. Ou seja, são sete estados com políticas diferentes para a educação indígena. Com o território, se pensa e se articula uma política única para cada povo”, explicou Baniwa.

O MEC também informou que no próximo dia 26 será realizada uma reunião com especialistas em educação escolar. O encontro ocorrerá no Conselho Nacional de Educação (CNE), através de um seminário para definir diretrizes para a educação básica e a formação de professores indígenas. De acordo com informações do MEC, hoje existem 105,7 mil alunos indígenas matriculados em turmas do primeiro ao quinto ano (51,7%) e 4 mil indígenas em cursos de licenciatura intercultural em 20 instituições públicas.

Grupos indígenas - Conformes dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foram divulgados pelo MEC, em duas décadas aumentaram o número de brasileiros que se declaram indígenas. No ano de 1991, pelo menos uma pessoa se dizia indígena em 34,5% dos municípios. Em 2010, eles já estavam presentes em 80,5% das cidades brasileiras.

*Com informações do Portal do MEC.

Os Índios Pataxós invadiram mais uma fazenda no sul da Bahia para reinvidicarem 50 hectares de terras. Agora, já são 67 propriedades rurais ocupadas desde janeiro nesta região e cerca de mil pessoas participaram na manhã de hoje (18) de uma marcha pela paz.

A manifestação foi organizada pela Igreja para tentar evitar novos conflitos entre os índios e os fazendeiros. O conflito ainda vai ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

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O Parque Estadual Dois Irmãos promove durante toda esta semana uma programação especial em referência ao Dia do Indio, comemorado no dia 19 de abril. Até o próximo domingo (22), os visitantes do parque poderão conhecer melhor os costumes indígenas e presenciar apresentações culturais de integrantes da etnia Fulni-ô vindos de Paguas Belas, agreste de Pernambuco, que estão abrigados na Cidade da Criança, que fica no zoógico.

Os Fulni-ô recebem, de manhã e à tarde, os visitantes com apresentações do toré (dança de agradecimento), cânticos e rituais, além de expor e comercializar peças de seu artesanato típico, chocalhos, maracás e brinquedos. Quem for ao Parque durante esse período poderá, também, visitar a exposição sobre os costumes indígenas montada no Centro Vasconcelos Sobrinho de Educação Ambiental (CEA), além de fazer trilhas guiadas pela mata de Dois Irmãos.



Informações e agendamento: 3183 5539

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Pelo menos mil índios de tribos pataxós do sul da Bahia interditam, desde a madrugada desta terça-feira, o trecho da BR-101 entre os municípios de Itabela e Itamaraju, no extremo sul do Estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a interdição abrange as duas faixas da rodovia desde as 6h30 e há entre quatro e cinco quilômetros de congestionamento nos dois sentidos. Agentes da PRF tentam liberar ao menos uma das faixas.

Os índios cobram mais velocidade na demarcação de terras, pelo governo federal, e protestam contra a Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC 215), de 2000, que transfere ao Congresso a responsabilidade de demarcar terras indígenas, quilombolas e áreas de conservação ambiental - hoje exclusiva do Poder Executivo. A PEC teve parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara no dia 23, sob protestos de lideranças indígenas.

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Os indígenas Kayabi, Apiaka e Munduruku têm sido ameaçados, depois de a Justiça Federal determinar a paralisação das obras da hidrelétrica de Teles Pires I, na região de Alta Floresta (812 km de Cuiabá). As etnias vivem na área de impacto da usina e sofrem "ameaças constantes", disse a advogada indigenista, Jamilye Salles.

No final de semana, as tribos foram agredidas verbalmente por trabalhadores da obra e tiveram os motores de seus barcos roubados. "Além do perigo futuro, eles estão recebendo ameaças agora em sua integralidade física", observou Salles, acrescentando que "é preciso garantir os direitos desses povos".

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O Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso confirmou que tem instruído os indígenas a não circular sozinhos na cidade e a evitar confrontos. "A maioria deles já voltou para as aldeias, mas ainda assim estamos pedindo que tenham cuidado", declarou a procuradora Jacira Monteiro de Assis Bulhões.

Assim que foi notificada da liminar, a Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP), que detém a concessão do empreendimento, divulgou uma nota citando que "a decisão judicial colocaria em risco o emprego de aproximadamente 2.300 trabalhadores, a suspensão de outros contratos com fornecedores de bens e serviços, além da interrupção de programas ambientais e sociais integrantes do Programa Básico Ambiental - PBA".

No sábado, 31, os indígenas divulgaram três documentos, assinados por 58 lideranças das três etnias. O primeiro é direcionado à CHTP, cobrando a retratação da nota publicada na última semana. O outro, uma "Manifestação Pública dos Povos Indígenas Kayabi, Apiaka e Munduruku", relata que jamais foram consultados sobre os empreendimentos e que não aceitam o PAB, por representar negociações com uma obra que viola todos os direitos destes povos. O terceiro é uma "Nota de Apoio" à liminar concedida pela Justiça Federal.

Justificativa do MPF

Para o MPF, além de equivocada, a nota da CHTP inverte a lógica dos impactos do empreendimento. "Nem sabemos se o número de trabalhadores da obra é o alegado, mas a questão é que a usina, se construída, vai destruir um local - as corredeiras de Sete Quedas de Teles Pires - que, além de ser uma área sagrada dos Kayabi, é o nascedouro dos peixes que alimentam a população indígena. Serão 15 mil pessoas que perderão sua fonte de alimento e sobrevivência", explica o procurador do MPF no Pará, Felício Pontes Jr.

Na decisão, a juíza federal de Mato Grosso, Célia Regina Ody Bernardes, declara que a Licença de Instalação nº 818/2011 não atendeu à normativa constitucional e convencional quanto às sensíveis questões envolvidas no complexo licenciamento ambiental da UHE Teles Pires. Segundo ela, o Ibama emitiu a licença sem antes ouvir os povos indígenas afetados. A assessoria da CHTP não se pronunciou sobre as supostas ameaças.

O procurador regional da República da 1º Região do Ministério Público Federal, Odim Brandão Ferreira, entrou com embargos de declaração (um tipo de recurso judicial em que se busca esclarecer omissões ou obscuridades de uma decisão contestada), sobre o julgamento que negou o direito de consulta prévia aos índios no caso da hidrelétrica de Belo Monte no final do ano passado.

Para o MPF, o voto que venceu o julgamento, da lavra do desembargador Fagundes de Deus, não se manifestou especificamente sobre as normas da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), das quais o Brasil é signatário e que determinam a consulta prévia aos índios. "Enquanto o voto da relatora (desembargadora Selene Almeida, vencida) analisou a incidência de diversas normas da convenção, o voto vencedor assim não o fez", diz o recurso.

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O MPF sustenta que o voto vencedor foi omisso ao tratar do direito de consulta, avaliando que, enquanto o voto derrotado examinou ponto por ponto as normas da OIT, o voto vencido limitou-se a dizer que "as normas inscritas não estabelecem que a consulta aos povos indígenas deva ser prévia à autorização do Congresso Nacional"

O MPF defende que, pela convenção 169, se impõe aos governos consultar os povos interessados, a fim de determinar se os interesses desses povos seriam prejudicados, e em que medida, antes de empreender ou autorizar qualquer programa de prospecção ou exploração dos recursos existentes.

Outra questão apontada no recurso, que será julgado pelo próprio Tribunal Regional Federal da 1º Região, em Brasília, é que a convenção 169 - transformada em lei no Brasil por meio do Decreto Legislativo 143/2002 - também prevê a proteção, a integridade cultural, social e econômica e garante o direito democrático de participação nas decisões que afetam diretamente esses povos. "De nada adiantaria garantir-lhes a posse de terra, quando seus recursos naturais - sobretudo a água que os banha - são vilipendiados", diz o procurador Odim Ferreira.

O novo substitutivo do Projeto de Lei Geral da Copa exclui os índios do direito à meia-entrada nos jogos da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. O parecer com as alterações ao texto anterior foi entregue na segunda-feira pelo relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), e deverá ser votado nesta terça-feira na Comissão Especial da Câmara encarregada de examinar o projeto.

De acordo com a Agência Brasil, pelo novo texto, idosos, estudantes e participantes do Programa Bolsa Família são os únicos a ter direito ao desconto de 50% em 300 mil ingressos para a Copa do Mundo e 50 mil para a Copa das Confederações. A compra de tais ingressos, porém, está sujeita a sorteio.

Além dos indígenas, também perderam o direito à meia-entrada na nova versão os deficientes físicos e os proprietários de armas de fogo que aderirem à campanha do desarmamento. Pela versão do substitutivo, os ingressos para estes "serão objeto de acordo entre o Poder Público e a Fifa".

Já com relação aos deficientes físicos, o substitutivo diz que "os entes federados e a Fifa poderão celebrar acordos para viabilizar o acesso e a venda de ingressos para pessoas portadoras de deficiência, considerada a existência de instalações adequadas e específicas nos locais oficiais de competição".

O Programa de Esporte e Lazer na Cidade (PELC) será ampliado para os povos indígenas. Atualmente, a iniciativa existe e é denominada PELC-Indígena. Já realizada nas aldeias de Wai-Wai, Xavante e Terena, respectivamente no Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ação ganhará uma maior projeção em 2012, aumentando o estímulo à prática esportiva e ao lazer nas comunidades indígenas espalhadas pelo Brasil.

O Programa obteve maior impulso após a realização dos Jogos dos Povos Indígenas, que este ano chegou à sua 11ª edição. As modalidades foram disputadas no estado de Tocantins, em novembro.

Um dos objetivos do Ministro Aldo Rebelo, é transformar a competição em um torneio internacional, criando assim os Jogos Mundiais Indígenas. “O Ministério tem objetivo de valorizar esse tipo de competição não somente como prática esportiva, mas como evento cultural e social”, ressaltou o mandatário.

Além desse, outros fomentos estão previstos como a formação do Esporte Tradicional Indígena, a ampliação dos jogos, melhorias na infraestrutura e participação das comunidades no programa e ainda aumento de competições no calendário esportivo.

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