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O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou que "no curto prazo, não está no horizonte aumento de impostos" pelo governo, ressaltando que quem define este tema é o presidente da República em exercício, Michel Temer. Jucá apontou que as medidas econômicas precisam ser adotadas com rapidez, porque o PIB deve cair de forma sensível neste ano e o desemprego está em pleno avanço.

O ministro ressaltou um tema destacado hoje pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que a as ações do governo para ajustar as contas públicas serão adotadas e não terão retorno. "Medida de austeridade, para mudar a realidade econômica, recuperar a segurança jurídica junto a investidores esse é um mantra permanente que vamos buscar. Não tem recuo", disse Jucá.

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O ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), rebateu nesta sexta-feira, 20, as acusações do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) que embasam um pedido de novo inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro foi implicado num esquema de corrupção em contratos na construção de Belo Monte descoberto como desdobramento da Operação Lava Jato e que envolve membros da cúpula do PMDB.

De acordo com Delcídio, Jucá foi um dos beneficiários de propina desviada de contratos na construção da usina no Pará. Os recursos teriam sido repartidos entre o PT e o PMDB e teriam servido para financiar campanhas dos dois partidos. Em nota, a assessoria do ministro informou que todos os recursos para campanhas em Roraima foram recebidos oficialmente e integram as prestações de conta aprovadas pela Justiça Eleitoral.

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Delcídio também acusou, além de Jucá, o presidente da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Valdir Raupp (PMDB-SC) e Jader Barbalho (PMDB-PA) de terem recebido propina no mesmo esquema. Os quatro integram um pedido formulado pela Procuradoria Geral da República (PGR) para serem investigados num procedimento já aberto no STF contra o senador Edson Lobão (PMDB-MA).

De acordo com Delcídio, as negociações para a construção de Belo Monte envolveram o pagamento de pelo menos R$ 30 milhões de propina, que era dividida entre PT e o PMDB. Parte desse dinheiro teria sido distribuída entre o que o delator chamou de "grupo" do ex-senador José Sarney (PMDB-AP), formado por Renan, Jader, Raupp e Jucá, além de Lobão e de Silas Rondeau, então ministro de Minas e Energia e apontado como um dos operadores do esquema.

Nesta sexta, Renan também reagiu ao pedido de Janot com a divulgação de uma nota pública, alegando que as acusações contra ele são "interpretações subjetivas" e "delírio". "Todas as imputações envolvendo o senador Renan Calheiros são por ouvir dizer ou fruto de interpretações subjetivas. O delírio do ex-senador Delcídio Amaral, por exemplo, é por 'fazer parte do time do Sarney'", diz a nota. O presidente do Senado se colocou à disposição para esclarecimentos.

Renan, Jucá, Raupp e Jader já são investigados na Lava Jato. Do grupo, o presidente do Senado é o que tem mais procedimentos no STF, com 12 inquéritos no total, nove dos quais por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Se o pedido de Janot sobre Belo Monte for aceito, será o 13o. inquérito contra Renan no Supremo.

Jucá, além de duas investigações na Lava Jato, acumula mais quatro inquéritos. Ele aparece inclusive ao lado de Renan em uma investigação da Operação Zelotes, por indícios de que ambos negociaram no Senado pagamentos de R$ 45 milhões com lobistas, em troca de aprovar emenda parlamentar de interesse de montadoras de veículos.

Após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir a abertura de mais um inquérito sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o peemedebista reagiu com uma nota pública, alegando que as imputações são "interpretações subjetivas" e "delírio".

"Todas as imputações envolvendo o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) são por ouvir dizer ou fruto de interpretações subjetivas. O delírio do ex-senador Delcídio Amaral, por exemplo, é por 'fazer parte do time do Sarney'", diz a nota. O presidente do Senado se colocou à disposição para esclarecimentos.

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Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do ministro do Planejamento, senador licenciado Romero Jucá (RR), e de Renan, ambos do PMDB, no inquérito que apura um esquema de pagamento de propina na obra da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A investigação é a mesma da qual é alvo o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA).

Todos os congressistas foram citados nas delações do ex-senador Delcídio Amaral e do ex-executivo da Camargo Correa, Luiz Carlos Martins. Ambos revelaram que os peemedebistas recebiam propina de um esquema específico em Belo Monte. Caso a inclusão aconteça, esta será a 12ª investigação sobre Renan Calheiros no STF.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para investigar quatro integrantes da alta cúpula do PMDB por envolvimento em um esquema de corrupção na construção de Belo Monte que só foi descoberto com o avanço das investigações da Operação Lava Jato. São alvos de Janot o senador licenciado e ministro do Planejamento, Romero Jucá, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e os senadores Valdir Raupp (SC) e Jader Barbalho (PA).

Janot pede que os quatro sejam incluídos no mesmo inquérito já aberto no STF que investiga o senador Edson Lobão (PMDB-MA) por suposto recebimento de propina paga pelas construtoras responsáveis pela construção da usina no Pará na época em que ele era ministro de Minas e Energia. O processo tramita em sigilo, ou seja, quando não é possível acompanhar seu andamento no sistema virtual do STF, e seu relator é o ministro Edson Fachin.

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A inclusão dos quatro novos investigados tem como base duas delações premiadas obtidas na Lava Jato: a do ex-diretor de energia da Camargo Corrêa Luiz Carlos Martins e a do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). Ambos descreveram ao Ministério Público um esquema de desvio de dinheiro dos contratos para a construção de Belo Monte que servia para financiar campanhas eleitorais de diversos candidatos, inclusive da presidente da República afastada, Dilma Rousseff.

Repartindo a propina

De acordo com Delcídio, as negociações para a construção de Belo Monte envolveram o pagamento de pelo menos R$ 30 milhões de propina ao PT e ao PMDB. O ex-senador relata que os repasses aos petistas foram coordenados pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e foram destinados tanto para a campanha de Dilma quanto para outras campanhas eleitorais.

O ex-senador também envolve os ex-ministros Erenice Guerra (Casa Civil) e Silas Rondeau (Minas e Energia) na articulação do esquema. Delcídio disse que, no âmbito do PMDB, era justamente Rondeau o responsável por distribuir o dinheiro desviado, cujo destino era o "grupo" do ex-senador José Sarney (AP): além de Lobão e do próprio Rondeau, os beneficiados seriam Renan, Jucá, Raupp e Jader.

Já Luiz Carlos Martins narra com detalhes a "ocorrência sistêmica", conforme chamou Janot, do pagamento de propinas a agentes políticos facilitadores da construção da usina de Belo Monte. Além de mencionar explicitamente que Lobão, enquanto ministro de Minas e Energia, era o agente político corrupto por deter o controle dos contratos da Eletrobras, o delator também afirma ter sido cobrado a pagar propina para o PMDB, tendo feito contratações simuladas e usado notas frias para enviar dinheiro desviado ao Maranhão, estado do senador.

"Os políticos não apenas tinham consciência de que os valores eram provenientes das vantagens indevidas destinadas aos diretores e altos funcionários de empresas públicas e sociedades de economia mista federais, mas também atuavam, direta ou indiretamente, para a continuidade do esquema de pagamento de vantagens indevidas, seja pela manutenção dos diretores em seus cargos, seja pela manutenção do cartel de empresas ou, ao menos, pela não interferência em seu funcionamento" sustenta Janot no pedido enviado ao STF.

No pedido enviado ao STF, Janot lembra que o caso de Belo Monte também está sendo investigado pelo juiz Sérgio Moro, na primeira instância, que acumula os processos contra quem não tem foro privilegiado. Segundo a PGR, além de Erenice, Palocci e Rondeau, fazem parte desta lista o diretor afastado da Eletrobras Valter Cardeal e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Outros inquéritos

Renan, Jucá, Raupp e Jader já são investigados na Lava Jato. Do grupo, o presidente do Senado é o recordista de procedimentos no STF, com 12 inquéritos no total, nove dos quais por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Se o pedido de Janot sobre Belo Monte for aceito, será o 13º inquérito contra Renan no Supremo.

Jucá, além da investigação na Lava Jato, acumula mais quatro inquéritos. Ele aparece inclusive ao lado de Renan em uma investigação da Operação Zelotes, por indícios de que ambos negociaram no Senado pagamentos de R$ 45 milhões com lobistas, em troca de aprovar emenda parlamentar de interesse de montadoras de veículos.

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, vai ao Senado para articular a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui a desvinculação das receitas (DRU) para União, Estados, Distrito Federal e municípios. A PEC é o primeiro item da pauta e teve Jucá, quando exercia o mandato de senador, como relator.

O parecer de Jucá, que já foi votado em primeiro turno no plenário, instituía a desvinculação das receitas para os entes federados no porcentual de 25%. Se for aprovada em segunda votação, a proposta - tida como uma das prioridades do governo do presidente em exercício Michel Temer - seguirá para apreciação da Câmara.

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O governo da presidente afastada Dilma Rousseff tentou levar adiante uma PEC que instituía a DRU, mas o texto praticamente não andou na Câmara.

O novo ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, disse que nenhum programa das duas pastas que foram fundidas serão extintos. Segundo ele, mesmo sem dinheiro, em meio a um ajuste fiscal, "tudo o que tiver impacto para a sociedade será mantido e fortalecido". A fala de Mendonça Filho ocorreu após a cerimônia de posse no Palácio do Planalto. Ele ainda refutou críticas de que a Cultura possa ser suprimida pela Educação.

Questionado se o programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) poderiam sofrer ajustes, ele negou. "Não serão enfraquecidos", disse. Mendonça Filho explicou que terá acesso apenas amanhã aos dados do novo ministério e que precisa fazer uma avaliação do quadro geral de programas e do orçamento que receberá. O ministro, no entanto, não explicou como pretende fortalecer os programas em meio a um ajuste fiscal. "Vocês vão ver como eles serão fortalecidos", limitou-se a dizer.

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Ele ainda afirmou que sua gestão à frente da Pasta será pautada pelo diálogo com os movimentos sociais e de trabalhadores que tem demanda junto ao ministério, a exemplo de professores, artistas e estudantes. "Vamos dialogar e buscar convergência e união com movimentos ligados à educação e à cultura. O Brasil não sairá da crise sem mobilização por valores e consensos. Educação não tem partido, tem de ser consenso nacional", defendeu. Amanhã ele e a equipe que formam o novo governo têm uma reunião ministerial às 9h.

Jucá

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou que o governo do presidente em exercício Michel Temer vai trabalhar para aprovar a meta fiscal de déficit de R$ 96,6 bilhões, enviada pela equipe de Dilma Rousseff. Segundo ele, será proposto um mecanismo de abatimento do valor da perda de arrecadação com o socorro financeiro que será dado aos Estados na negociação da dívida. Jucá disse que espera votar na próxima semana a mudança da meta fiscal de um superávit de R$ 24 bilhões para um déficit de R$ 96,6 bilhões. O ministro disse que o governo vai se esforçar para entregar um "resultado melhor".

Ele explicou que a decisão de manter a mesma meta se deve ao fato de que o governo tem até o fim do mês para aprovar a alteração para evitar a paralisação da máquina pública por conta de um novo contingenciamento do Orçamento deste ano. A equipe do ex-ministro Nelson Barbosa já apresentou a Jucá as estimativas que fez para serem divulgadas no próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, com novas projeções para a arrecadação, gastos e PIB. Caberá à nova equipe econômica referendá-las ou não.

Antes mesmo de o resultado final sobre aprovação do afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso ser conhecido, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) deu início na quarta-feira, 11, ao processo de transição com Nelson Barbosa, ministro da Fazenda. O peemedebista, cotado para assumir o Ministério do Planejamento, deixou o plenário, onde ocorria a sessão do impeachment, e foi pessoalmente ao ministério para obter um panorama das medidas emergenciais a serem tomadas no início da gestão Temer.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a reunião ocorreu a pedido de Jucá. Eles discutiram a necessidade de aprovar a mudança da meta fiscal até o fim do mês para evitar a paralisação da máquina pública por conta de um novo contingenciamento do Orçamento deste ano.

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A equipe de Barbosa apresentou ao senador as estimativas que fizeram para o próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, com novas projeções para a arrecadação, gastos e PIB. Caberá à nova equipe econômica referendá-las ou não.

Barbosa será exonerado do cargo com o afastamento da presidente, mas o secretário executivo do ministério, Dyogo Oliveira, ficará responsável em fazer a transição para a equipe do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, nome certo para a Fazenda.

Temer terá menos de 20 dias para mudar o Orçamento e evitar a paralisação da máquina pública. Ele precisa baixar um decreto para contingenciar os recursos orçamentários se o Congresso não aprovar até lá a alteração da meta fiscal de 2016.

Se Temer não conseguir, com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros, a votação relâmpago do projeto que revisa a meta, corre o risco de ser condenado pelo Tribunal de Contas da União. Esse foi um dos motivos que levou a corte a rejeitar as contas do governo Dilma de 2014 no ano passado.

Pelo projeto enviado pela equipe de Dilma, a meta fiscal deste ano sai de um superávit de R$ 24 bilhões para um déficit de R$ 96,6 bilhões.

Barbosa também discutiu com Jucá os reajustes dos servidores públicos que já tinham sido acertados em 2015 e que precisam ser aprovados no Congresso para entrar em vigor em agosto.

Também foi abordado o programa de socorro financeiro aos Estados, em tramitação no Congresso e que foi paralisado por causa de disputa jurídica sobre o recálculo da dívida.

A questão está no Supremo Tribunal Federal, que suspendeu por dois meses o julgamento esperando que as partes envolvidas entrem em acordo. Outro projeto que precisa ser aprovado é a Desvinculação de Receitas da União, que dá flexibilidade para a gestão do Orçamento.

'Institucional'

A transição, que deve ser traumática em alguns aspectos, na Fazenda está sendo tratada de forma mais "institucional". A maior parte do comando da Fazenda está nas mãos de funcionários de carreira do governo federal, que devem permanecer em seus cargos até as primeiras orientações do novo ministro.

É o caso de Jorge Rachid, na Receita Federal, e Otavio Ladeira, no Tesouro. Dyogo Oliveira, que é o número dois na hierarquia do time de Barbosa, integra a carreira de gestor do Ministério do Planejamento.

Um dos principais auxiliares de Barbosa e principal responsável pela elaboração da proposta de reforma da Previdência, o secretário de Política Econômica, Manoel Pires, também é do governo federal. Ele é funcionário de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA).

A orientação de Barbosa é deixar a "casa arrumada". O ritmo frenético que marcou os últimos dias de Barbosa no cargo destoou da apatia que tomou conta da Esplanada dos Ministérios esta semana.

Com menos de cinco meses no cargo, Barbosa acelerou o anúncio de medidas na tentativa de deixar a "marca" da sua estratégia de política econômica. Nem todas, no entanto, tiveram tempo de ser anunciadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu há pouco a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e usou de uma analogia com o filme "Titanic" para justificar a assunção do vice-presidente Michel Temer ao Palácio do Planalto com o provável afastamento da petista.

"Nós estamos trocando o comando para que o navio não afunde", disse Jucá, em pronunciamento no Senado.

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O senador, cotado para assumir o Ministério do Planejamento do novo governo, disse que não haverá caça às bruxas nem perseguição, mas destacou que não se vai aceitar agressões contra Temer.

Jucá questionou que o que está em discussão no Senado é o cumprimento da Constituição, que prevê a adoção do impeachment. Ele citou o fato de que, em governos anteriores ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT ingressou com mais de 50 pedidos de impedimento de governos anteriores.

Em relação às chamadas pedaladas fiscais, o senador disse que o governo saiu de um fluxo de caixa da ordem de R$ 2 bilhões para R$ 90 bilhões. Ele afirmou ainda que houve decretos que foram editados pelo governo sem o aval do Congresso. "Quantas impressões digitais são necessárias para denunciar um crime? Uma. Nós temos três", disse.

Jucá admitiu que o PMDB indicou o vice de chapa de Dilma, mas afirmou que, pessoalmente, não apoiou essa aliança. Ele também defendeu a adoção do instituto do impeachment. "A legitimidade da decisão do Congresso é majoritariamente expressada nas ruas", disse. "Desculpem aqueles que estão perdendo o chão, que estão em desacerto mental".

Com base no mesmo roteiro adotado para investigar a arrecadação política e partidária do PP e do PT, a força-tarefa da Operação Lava Jato trabalha para ampliar as provas de repasses a políticos do PMDB a partir dos dados de contas e offshores de operadores de propinas. A investida sobre os peemedebistas coincide com a provável chegada ao Palácio do Planalto de Michel Temer, vice-presidente da República e presidente de honra do PMDB.

Em conversas reservadas e apurações sigilosas, autoridades ligadas à Lava Jato indicam que a força-tarefa está próxima de revelar dados e transações capazes de produzir impacto direto no chamado núcleo político, sustentado pelos supostos operadores de propina do PMDB no esquema de corrupção e desvios na Petrobras: Fernando Soares, o Fernando Baiano, e João Henriques.

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Com isso, estão na mira o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), o ex-ministro e senador Edison Lobão (MA) e o senador Valdir Raupp (RO).

Para a Lava Jato, o PMDB, a exemplo de PT e PP, empregou uma sistemática para arrecadar propina e lavar dinheiro no exterior com foco em contratos de plataformas, poços de petróleo, negócios com multinacionais estrangeiras, aquisições e vendas de refinarias fora do País, como Pasadena (EUA).

Por meio da análise das mesmas offshores e contas usadas por João Henriques e Fernando Baiano para transferir propina aos então diretores da Petrobras, procuradores da força-tarefa estão no caminho de novas provas do envolvimento e o recebimento de valores por políticos do PMDB.

Navios-sonda

Fernando Baiano e João Henriques teriam pagado propinas em um pacote de quatro contratos de navios-sonda, usados para exploração de petróleo em alto-mar. Os beneficiários na estatal foram dois ex-diretores da área Internacional, Nestor Cerveró e Jorge Zelada, sustentados politicamente nos cargos, segundo a força-tarefa da Lava Jato, pelo PMDB.

"João Henriques teria operado a propina do navio-sonda Titanium Explorer por intermédio de um contrato de agenciamento internacional. Assim, a documentação apreendida corrobora a tese no sentido de que o acusado utilizou de empresas offshores para intermediação de propina em favor do PMDB mediante desvios da diretoria internacional da Petrobras", diz a Procuradoria em processo contra Zelada e Henriques.

João Henriques é uma figura central nessa apuração. O operador chegou a ser preso no ano passado e denunciado por corrupção. Só nesta ação penal, ele é acusado pelo acerto de US$ 31 milhões em propinas em negócio da Diretoria Internacional da Petrobras, em 2009, então sob comando de Zelada. "Parte desse valor, US$ 10,8 milhões, teria sido repassada para o PMDB", diz a Procuradoria.

A força-tarefa considera ter elementos para apontar que João Henriques tenha distribuído propina em projetos de gasodutos na bacia de Santos, na compra de Pasadena, na venda Refinaria San Lorenzo, na Argentina, além de outras obras como a reforma do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), no Rio. A quebra de sigilo de uma de suas empresas mostrou que Henriques recebeu comissões milionárias na maior parte desses projetos.

Frentes

A Lava Jato tem outras duas frentes de investigação que atingem o PMDB: a corrupção revelada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na Transpetro, subsidiária da estatal, e as investigações do setor elétrico, como as obras de Belo Monte. No caso da Transpetro, o maior risco é para o presidente do Senado, Renan Calheiros, padrinho do ex-presidente Sérgio Machado, que comandou a subsidiária durante os governos Lula e Dilma.

Costa revelou ter entregue R$ 500 mil a Machado, por propina referente ao afretamento de navios. No caso do setor elétrico, o executivo Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, confessou que houve pagamento de propina de cerca de R$ 150 milhões na obra, divididos pela metade entre PMDB e PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), acusou nesta sexta-feira, 6, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a presidente Dilma Rousseff de "pedalar" para conceder o reajuste do Bolsa Família às vésperas de um provável afastamento dela por decisão do Senado no pedido de impeachment. Para Jucá, a presidente "inventou" uma receita para justificar o aumento do programa, anunciado por Dilma no Dia do Trabalho, 1º de maio e publicado hoje em decreto no Diário Oficial da União.

"É uma bondade para fazer uma onda, mas é uma maldade com as contas públicas. Agrava o déficit. Ela continua pedalando", criticou Jucá, cotado para assumir o Ministério do Planejamento no eventual governo Michel Temer.

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De acordo com o decreto, o repasse do valor básico mensal para famílias em situação de extrema pobreza sobe de R$ 77 para R$ 82. Os outros benefícios passam de R$ 35 para R$ 38 e de R$ 42 para R$ 45. O documento não cita a data de vigência dos novos valores, o que deverá ser definido em ato posterior dos três ministérios. Mas a previsão é que o aumento comece a valer em junho, conforme Dilma anunciou. Segundo o governo, o custo desse aumento já estava previsto no Orçamento deste ano.

O senador do PMDB afirmou que o governo pretende se valer de uma receita de arrecadação incerta com a elevação do Imposto sobre Operação Financeiras (IOF). Um dia após o anúncio de Dilma, o governo baixou um decreto com a elevação do IOF para compra de moeda estrangeira à vista, com impacto estimado em R$ 1,4 bilhão este ano - o aumento do Bolsa seria de R$ 1 bilhão em 2016.

Jucá, que é economista, disse que o efeito poderá ser o inverso do previsto, ou seja, queda de receita. "O aumento de IOF não é elástico, você não aumenta o IOF e vai dizer que vai arrecadar aquilo", disse. "Então quem ia tirar o empréstimo com o IOF menor, ao ter um IOF maior, além de não tirar o empréstimo e não pagar a diferença, não vai pagar o que era antes. Você pode ter até queda de receita, o resultado pode ser o inverso do que o governo propôs", completou.

Questionado se o eventual governo Temer vai revisar o aumento do Bolsa Família, Jucá disse que não vai se antecipar. "Ela inventou essa receita para dizer que era uma operação neutra. Não é uma operação neutra porque não é um aumento sustentável", criticou.

O presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (RR), defendeu nesta quarta-feira, 27, em entrevista a correspondentes estrangeiros que um eventual governo Michel Temer discuta no Congresso uma proposta que conceda autonomia formal para a escolha dos dirigentes do Banco Central. Jucá apresentou em abril do ano passado uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com esse objetivo. "Vamos discutir (a autonomia do BC), sim, no próximo governo", disse Jucá, na entrevista concedida no gabinete da presidência do partido. Ele ressalvou que não pode dizer se a medida será aprovada pelo Congresso.

O senador disse que o BC também deveria ter como função, além do controle da inflação, o desenvolvimento da economia - em março, ele apresentou uma emenda à sua PEC para contemplar essa nova vocação da autoridade monetária. O texto está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado à espera de designação de um relator. "O BC não pode ter leitura só monetarista", disse Jucá.

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O peemedebista vem articulando com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com setores do PSDB a votação dessa proposta, iniciativa que conta com a objeção da presidente Dilma Rousseff. A tendência é que o projeto ganhe impulso caso seja levado a cabo por Temer. O principal nome para ocupar o Ministério da Fazenda, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles já se declarou publicamente favorável a essa autonomia formal.

Confiança

Cotado para assumir o Ministério do Planejamento, Jucá disse que a escolha da equipe econômica é uma decisão do presidente. Ele afirmou, entretanto, que a equipe terá de inspirar "confiança" na sociedade. O senador destacou que o titular da Fazenda terá que ter como perfil "tudo numa coisa só": um político que seja ao mesmo tempo técnico.

Jucá reafirmou que as pedaladas fiscais - um dos motivos que podem levar ao afastamento de Dilma do governo - são, sim, crime de responsabilidade. Para ele, houve "quebra" do ambiente econômico positivo e o resultado está na vida das pessoas com a alta dos juros praticados.

"Quando se tem um desemprego duplicando em um ano e meio, é fruto de crime de responsabilidade", disse ele, para quem o governo agiu de forma deliberada para "solapar" a taxa de juros e as finanças públicas.

O senador Romero Jucá (RR), presidente nacional do PMDB, disse que a presidente Dilma Rousseff teve um "rasgo de equilíbrio" em seu discurso de hoje na ONU, por não ter defendido na tribuna que há em curso um golpe no Brasil devido ao processo de impeachment.

"Interpretei a fala dela como um rasgo de equilíbrio. Não é possível sair expondo o País de forma irresponsável. Não há golpe no Brasil", afirmou Jucá. Ele e outros líderes de oposição participam nesta sexta-feira, 22, do Fórum Empresarial, em Foz do Iguaçu.

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"Ela recuou. Isso foi importante. Questões como essa não podem ser levadas ao ambiente externo. Isso iria expor a imagem e a institucionalidade do nosso País", concluiu Jucá.

A oposição e o grupo político do vice-presidente Michel Temer temiam que a presidente defendesse na ONU, onde ela discursou na cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, a tese de que o impeachment é um golpe.

Dilma não usou o termo "golpe" nem se defendeu abertamente do processo de impeachment. Fez apenas uma discreta menção à crise política do Brasil. (Pedro Venceslau, enviado especial)

O senador Romero Jucá (RR), presidente nacional do PMDB, minimizou nessa quinta-feira (21), em um evento com empresários em Foz do Iguaçu organizado pelo empresário tucano João Doria, a resistência do PSDB em integrar o ministério de um eventual governo Michel Temer. "O fundamental é ter o PSDB na base parlamentar, e isso está definido."

A avaliação dele é que, se a presidente Dilma Rousseff for afastada do cargo, o próximo governo contará com uma base parlamentar de 367 deputados federais. Ou seja: o mesmo número de deputados que apoiaram o impedimento na Câmara.

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Maior partido de oposição, o PSDB tende a manter distância institucional da gestão Temer. Por isso o dirigente do PMDB faz conta com o apoio em peso dos tucanos nas votações mais importantes. "A base começa a se desenhar com 367, que é mais que os 302 necessários para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional)", diz Jucá.

O senador também falou sobre a ação do PSDB que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pede a cassação da chapa Dilma-Temer. "Se houver a cassação de Dilma, haverá perda de objeto da ação criminosa que a questão do PT. O vice-presidente não pode ser penalizado por causa disso."

O dirigente peemedebista fez críticas aos petistas. "O PT tem que sair do poder e se reciclar para depois se credenciar e disputar novamente." O aguardado discurso de Dilma Rousseff na ONU também foi tema da conversa dele com os jornalistas em Foz do Iguaçu.

"O apoio que o governo tem em nível internacional é a Venezuela com o Maduro, a Bolívia com o Evo, o Equador com o Rafael Correa e na Argentina a ex-presidente Cristina Kirchner. Espero que Dilma no avião possa rever essa posição. Seria muito triste esse vexame externo."

O Fórum Empresarial, que é realizado há 16 anos em Comandatuba (BA), dessa vez ocorre em Foz do Iguaçu e reúne apenas políticos de oposição. Estão presentes os governadores tucanos Beto Richa (PR) e Pedro Taques (MT), os senadores José Agripino (RN), presidente do DEM, Antonio Anastasia (PSDB-MG), e os principais líderes oposicionistas na Câmara.

Durante o evento, Taques e Richa deram declarações contrárias à participação do PSDB em um eventual ministério de Temer.

Os aliados do vice-presidente Michel Temer deflagraram nesta quarta-feira, 20, uma ofensiva para responder as críticas do PT e as acusações da presidente Dilma Rousseff (PT) de que um golpe está em curso no Brasil. Após reunião do núcleo político do PMDB com o vice-presidente Michel Temer, na capital, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que não há anormalidade política, legal ou jurídica no País e que é o governo de Dilma quem está desacreditado e jogando o Brasil num imenso buraco.

Os líderes do PMDB - além de Jucá estiveram reunidos também os ex-ministros Geddel Vieira Lima, Moreira Franco e Eliseu Padilha - estão preocupados com as repercussões internacionais dos discursos e entrevistas de Dilma, batendo na tecla de que há um golpe em curso no Brasil.

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"Semana que vem darei coletiva para os correspondentes internacionais em Brasília para esclarecer o que está sendo feito pelo Congresso, de acordo com o STF e cumprindo a Constituição brasileira", disse o senador Jucá. Na avaliação do peemedebista, há um grito de 'basta' na sociedade e, no Congresso, as providências políticas estão sendo tomadas no âmbito e no espaço legais.

Lava Jato

Na rápida entrevista que concedeu após se reunir com Temer e com os correligionários da sigla, Romero Jucá refutou que o vice-presidente e seu partido possam fazer qualquer ação no sentido de coibir o andamento dessas investigações. "A operação Lava Jato tem todo o nosso apoio e as investigações no TSE também." Com relação às investigações nesse tribunal, o senador disse que o seu partido defende que as contas de Temer e Dilma sejam julgadas separadamente. "São pessoas e partidos distintos", emendou.

Impeachment

Quanto ao julgamento do processo do impeachment no Senado, Jucá disse que a oposição ao governo Dilma quer, dentro do regimento, votar com a urgência que a situação requer. "Temos hoje no Brasil um quadro de paralisia, com uma presidente desautorizada pela maioria da Câmara, em votação maciça. Temos uma zona cinzenta, com um governo sem credibilidade, sem capacidade de atuação e sem legitimidade, com a necessidade de o Senado concluir essa etapa do impeachment."

Equipe

O senador do PMDB disse que, apesar do silêncio pregado por Temer, o vice-presidente está preparado para dar posse a um ministério que vai atuar sob o seu comando, caso o Senado aprove o prosseguimento do processo de impeachment. E destacou que ele vem conversando com vários setores da economia e da sociedade para consolidar seu projeto. "Apesar da espera na silenciosa manifestação, ele não está paralisado, está atuando e só vai divulgar algo (nome de sua equipe) quando o Senado se manifestar."

Novas eleições

Ao comentar sobre a defesa de novas eleições que o PT e alguns políticos, como Marina Silva, defendem, Jucá classificou a iniciativa de "golpe". "Isso sim é golpe, porque fere uma cláusula pétrea da constituição."

O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), disse que comemorou a posição favorável ao impeachment da bancada da sigla na Câmara dos Deputados. Segundo Jucá, o vice-presidente Michel Temer ficou "satisfeito" com o anúncio pela "unidade dos peemedebistas". Ele comentou ainda que Temer está tranquilo e acompanhando os fatos.

Jucá e Temer buscavam, desde a convenção do partido que decidiu pelo desembarque do governo, o apoio unânime da bancada na Câmara pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff. "Estamos com a grande maioria e entendemos que o PMDB tem um papel decisivo na recuperação do Brasil. Isso nos enche de responsabilidade e de compromisso de fazer com que nós tenhamos um novo momento a partir de um futuro próximo", declarou o presidente do PMDB.

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Nesta quinta-feira, 14, cerca de 90% dos parlamentares peemedebistas da Câmara se manifestaram a favor do impeachment da presidente Dilma. O anúncio foi feito pelo líder da sigla na Casa, Leonardo Picciani (RJ), aliado do Palácio do Planalto, que comunicou que mantém a sua opinião pessoal de que a petista não cometeu crimes de responsabilidade.

De acordo com Jucá, o posicionamento foi fechado pelo partido e uma nova discussão deverá ser realizada entre os senadores, caso o impeachment seja aprovado na Câmara. Hoje, no partido, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA) e Roberto Requião (PR) devem votar contra o impeachment de Dilma.

O PMDB possui a maior bancada do Senado, com 18 parlamentares, e tem o direito de escolher entre a relatoria e a presidência de uma eventual comissão especial na Casa. Ontem, Jucá adiantou a interlocutores que a relatoria deve ser confiada ao líder do partido na Casa, Eunício de Oliveira (CE). Já a presidência seria definida pelo líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB). Eunício, contudo, nega que o comando do colegiado já esteja definido.

Numa tentativa de minimizar o estrago político, o presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), classificou nesta segunda-feira, 11, como "vazamento do bem" o áudio do vice-presidente Michel Temer tornado público mais cedo em que ele defende, entre outras afirmações, a "reunificação" do País em caso de aprovação do pedido de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Para Jucá, que substituiu Temer na semana passada no comando do partido tendo como um dos objetivos blindá-lo de ataques, não há nada de negativo na fala dele a ser eventualmente explorado. Ele não quis tecer nenhuma comentário sobre se o episódio do vazamento em si.

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"Se é isso que vazou, esse vazamento é um vazamento do bem, isso demonstra equilíbrio, tranquilidade, preparo do vice-presidente Michel Temer, preocupação com o Brasil, portanto, não é nada de negativa, que depõe contra o vice-presidente Michel Temer. Ao contrário, mostra, independente de ser algo que devesse ser publicizado ou não, que ele está preparado, está tranquilo", destacou o peemedebista.

Jucá afirmou que a gravação mostra que Temer está preparado para assumir. Segundo ele, o vice é um homem público, com uma história grande e que tem muita experiência. "Então, o presidente Michel Temer (sic) não tem uma bagagem de ontem, tem uma bagagem de muito tempo e, se for necessário utilizar essa bagagem e essa experiência a favor do País, sem dúvida nenhuma ele estará preparado", frisou.

O senador destacou que "de forma nenhuma" o áudio mostra Temer como articulador do golpe, como diz o governo. Ele disse que o vice não tem o poder de decidir como a Câmara vai votar, assim como Temer não preside o PMDB por enquanto para não se dizer que ele esteja atuando no partido "a favor de determinada decisão".

Além de assumir o comando do PMDB no lugar do vice-presidente da República, Michel Temer, o senador Romero Jucá (RR) assumiu as funções de porta-voz e de articulador político de uma eventual gestão do peemedebista. Ex-líder dos governos Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o parlamentar tem sido o principal operador do grupo de Temer na busca pelos 342 votos necessários para a aprovação do pedido de impeachment da petista no plenário da Câmara.

Jucá já negocia espaços e cargos num futuro governo Temer com partidos como PP, PR, PSD e PTB - não por acaso os mesmos que são alvo das investidas do Palácio do Planalto para evitar o afastamento de Dilma. Integrantes do partido relatam que o senador usa o mesmo toma lá dá cá do governo, com uma diferença: a questão colocada aos deputados é se querem ficar no cargo de um governo que pode cair em breve ou preferem aderir a Temer pelos próximos "dois anos e meio".

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Logo após o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), anunciar nesta quarta-feira, 8, que o partido seguiria com Dilma, Jucá tratou de se reunir com o dirigente para convencê-lo do contrário. No mesmo dia, o peemedebista se encontrou com o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN); o líder da legenda no Senado, Ronaldo Caiado (GO); e o da Câmara, Pauderney Avelino (AM). Deles, ouviu a cobrança por um maior protagonismo do PMDB no impeachment.

Também faz parte da estratégia de Jucá uma aproximação com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por iniciar o processo de afastamento de Dilma.

Contraponto

A licença de Temer como presidente do PMDB em favor de Jucá também teve como objetivo atribuir duas missões ao senador. A primeira é a de defender Temer dos ataques que o vice tem sofrido de integrantes da cúpula do PT e do Planalto, desde o desembarque do partido, no mês passado.

A segunda, considerada internamente como a mais relevante, é a de fazer o contraponto às ofensivas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem atuado diariamente junto à base aliada para tentar conter o avanço do processo de afastamento de Dilma.

As movimentações de Jucá não têm passado desapercebidas pelo Planalto e pelos ministros do PMDB que, mesmo após a decisão pelo rompimento com o governo, permanecem no cargo. O senador foi alvo de críticas em reunião entre esses peemedebistas, realizada ontem na sede do Ministério de Ciência e Tecnologia. Segundo relatos, alguns ministros chegaram a afirmar que "Jucá estava ficando louco".

Para os peemedebistas que mantêm apoio a Dilma, o partido pode entregar até 25 votos contra o impeachment - a bancada do PMDB soma atualmente 77 deputados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dos principais articuladores do desembarque do PMDB do governo, o senador Romero Jucá (RO) defendeu neste domingo (27), indiretamente, a posse do vice-presidente da República e presidente nacional do partido, Michel Temer, como solução para atual crise brasileira.

Sem citar diretamente Temer, que assumirá o Palácio do Planalto caso a presidente Dilma Rousseff sofra impeachment, o parlamentar afirmou que a solução para a crise do País não virá pela "aventura", nem por nenhum "bravateiro" ou alguém de discurso "fácil e populista".

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Para o senador, o atual cenário brasileiro é "extremamente sério", com a desestruturação da economia. "A boa política tem que dar solução para isso. E a solução não virá pela aventura, por alguém 'outside' (de fora) da política, nenhum bravateiro, ninguém que faça discurso fácil e populista", disse.

Na avaliação de Jucá, a hora é de "responsabilidade" e de falar a verdade. "O primeiro ponto é reconhecer a dificuldade de falar a verdade. Quem quiser manipular a população está fazendo um desserviço", afirmou, sem mencionar outros correligionários que defendem a permanência do PMDB no governo.

Em entrevista ao Estadão publicada neste sábado, o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) criticou o que chamou de "precipitação" da ala do PMDB que prega que o rompimento da legenda. Braga sugeriu que a bancada do Senado pode ser foco de resistência na reunião do diretório da próxima terça-feira, 29, em que deve votar o desembarque ou não.

Governo não quer PMDB

Jucá afirmou que o PMDB "não pode perder a hora". Segundo ele, o próprio Planalto já deu demonstração de que não quer "membro do PMDB no governo", ao demitir o presidente Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Antônio Henrique Pires. Indicado por Temer, ele foi exonerado na última quinta-feira, 24, em retaliação do Planalto ao movimento pró-rompimento da legenda.

Para o senador, decidido o desembarque, todos os peemedebistas que possuem cargos devem deixar o governo imediatamente. "Não sei qual é a vantagem que alguém tem de ficar mais 12 dias em cargo público. É inócuo", disse, referindo-se ao adiamento da reunião do diretório nacional que decidirá pelo desembarque que vem sendo defendido por alguns membros da ala governista.

Cotado para assumir o segundo posto de comando do PMDB a partir de março, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-líder no Senado dos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), considera que o processo de impeachment de Dilma não perdeu força. Em entrevista, Jucá ressaltou que em política nada está morto e os desdobramentos de um possível afastamento da presidente serão consequência de uma conjuntura.

Um dos articuladores do acordo de "união" realizado entre a bancada do PMDB do Senado e o vice-presidente Michel Temer, Jucá defende que o partido marque suas diferenças com o PT. Para ele, o PMDB não pode se limitar a ser "o partido governabilidade" e deve investir em bandeiras que estejam articuladas com a realidade. Em relação aos avanços no Congresso de propostas polêmicas com a recriação da CPMF, o peemedebista ressalta que a discussão da criação de impostos não pode ser separada da de corte de despesas pelo governo.

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Sobre a Lava Jato, na qual é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal, diz que seus efeitos serão perceptíveis nas eleições municipais deste ano, mas que a operação não deve servir de base para as negociações políticas. Ele é investigado na operação por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva, acusações das quais ele nega envolvimento.

Distancia

O peemedebista afirma que o partido quer marcar as "diferenças" dos outros partidos. "Temos diferenças com o PT. Podemos ter equidades, mas temos diferenças também e isso tem que ficar claro para que efetivamente a leitura da população seja justa. Não podemos pagar por erros que não são nossos e não podemos ter também ganhos de ações que não são nossas. O nosso balizamento é a população brasileira, é a cobrança das ruas. Estamos vivendo um outro limiar. Os partidos que não entenderem isso estarão fora do jogo, virarão um dinossauro e vão desaparecer", diz.

Jucá avalia que o PMDB tem que mostrar que é diferente do PT e essa diferença tem que "ficar clara". "O que se diz do PMDB é que o partido da governabilidade. Mas governabilidade não tem que ser bandeira de partido porque você está sendo escada para outro partido governar. O PMDB tem que ser um partido da educação, da primeira infância, da qualidade na segurança, na mobilidade urbana. Temos que ter bandeiras que as pessoas identifiquem como condições para elas ascenderem na vida", conclui.

Lava Jato

O senador nega que a união com Temer ocorreu devido ao avanço da Lava Jato sobre o PMDB do Senado e a firma que "estão sendo feitas as investigações". "Se alguém tiver culpa tem que pagar. Houve um processo de investigação de todo mundo, o que é legítimo. Quem está na vida pública tem que dar explicações. Não há nenhum demérito em ninguém ser investigado, o demérito é ser condenado", conclui.

Para Jucá, o avanço da Lava Jato não terá impacto na governabilidade, pois é

"uma questão grave no quadro político", mas esse dado não pode ser "o parâmetro para se tocar as questões políticas, nem de gestão do País".

Quanto as eleições deste ano, o senador acredita que os partidos e as figuras que estão nos processos da Lava Jato já estão "comprometidas". "Quem tiver com qualquer tipo de problema vai ter que se explicar. O desgaste já está acontecendo. Em tese, há um desgaste efetivo mas se vai se prolongar até 2018, não dá para prever", diz.

 

CPMF

Sobre a CPMF, Jucá afirma que o PMDB vai debater a volta do imposto "no bojo das reforma estruturantes". "A discussão de aumento de receita não pode ser separada da de corte de despesa, senão a população não entende e não passa no Congresso. Temos que discutir corte de despesa, reformas estruturantes e aumento de receita num único pacote porque eles estão interligados. O governo tem que fazer o dever de casa e mostrar para a sociedade que tipo de esforço o governo está fazendo para depois pedir um esforço dela. A questão não é só aumentar imposto, mas reprogramar o gasto público e alocar essa transição. Como vamos fazer isso? O governo vai ter que propor".

O vice-presidente Michel Temer propôs ao senador Romero Jucá (RR) um acordo que pode amarrar a ala do PMDB no Senado a sua candidatura à presidência do partido. Temer telefonou para Jucá, que está em férias na Itália, e ofereceu a ele a primeira-vice-presidência do partido em sua chapa para a convenção, em março deste ano. O senador tem sido colocado como um potencial adversário do vice na disputa pelo comando da legenda.

O ex-ministro Eliseu Padilha, braço direito de Michel Temer, também procurou Jucá, com quem teve uma conversa anteontem. Segundo relatos de integrantes da cúpula do PMDB envolvidos nas negociações, caso Jucá aceite o acordo, existe até a possibilidade de ele assumir o comando da legenda de forma interina, após Temer se licenciar do cargo, como já fez em outras ocasiões.

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De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, Jucá teria indicado estar disposto a assumir a cadeira oferecida. Ele teria ressaltado, contudo, que antes de dar uma resposta definitiva iria consultar os demais integrantes do grupo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que ensaiam lançar um nome para bater chapa com Temer na convenção do partido.

Sintonia

O gesto do vice, além de minar as movimentações de potenciais adversários numa disputa interna, sinaliza ao Palácio do Planalto uma sintonia com os senadores do PMDB que até aqui têm se colocado contra o avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Dentro de parte da cúpula do PMDB, há o entendimento de que o cenário atual é favorável ao governo no debate em torno do afastamento da petista. Alguns chegam a endossar, reservadamente, o discurso de integrantes do Planalto de que, hoje, dificilmente o impeachment passa pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados.

Paralelo à aproximação com o grupo do Senado, existe a possibilidade de o secretário-geral do partido, deputado Mauro Lopes (MG), assumir na próxima semana a Secretaria de Aviação Civil. O ingresso de Lopes na pasta - além de atender parte da bancada mineira e ao grupo de Temer - deverá acarretar a diminuição dos espaços políticos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos principais algozes do governo.

Conforme relatos, entre as possíveis mudanças previstas para ocorrer na estrutura da Secretaria de Aviação Civil com o ingresso de Lopes está a demissão do diretor comercial da Infraero, André Luis Marques de Barros - cargo atualmente sob indicação de Cunha.

Câmara

Outro efeito esperado pelo governo com a indicação de Mauro Lopes para a Secretaria de Aviação Civil é o esvaziamento da candidatura do deputado Leonardo Quintão (MG) para a liderança do PMDB da Câmara. O deputado representa o grupo da bancada pró-impeachment. Apoiado por Eduardo Cunha, Quintão pretende disputar no próximo mês o cargo com o atual líder Leonardo Picciani (RJ), ligado ao Planalto.

Alçado para o comando da Secretaria de Aviação Civil, a tendência é que Lopes consiga levar pelo menos quatro dos sete votos da bancada mineira do PMDB para Picciani.

Vice-líder

Na operação para desmontar a candidatura à liderança do grupo pró-impeachment, também estão em curso negociações para que deputado Newton Cardoso Júnior (MG) fique com o cargo de primeiro-vice-líder da legenda na Câmara. As costuras nos bastidores levam em conta o fato de que Picciani deverá se afastar da liderança no fim do ano para realizar viagens pelo País, em campanha para disputar a presidência da Câmara.

Dessa forma, Newton Cardoso Júnior poderá assumir o comando da bancada de forma interina e trabalhar na sucessão do deputado fluminense. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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