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A brasileira Manuella Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, presa por tráfico de cocaína na Indonésia, pediu desculpas "por ofender o país" durante audiência realizada na terça-feira (30). O ato de penitência faz parte de uma estratégia da defesa para evitar que os juízes a condenem à pena de morte ou de prisão perpétua. A decisão será dada no dia 8 de junho. O país asiático é um dos poucos que ainda aplicam a pena capital para o tráfico de drogas. Nos últimos dez anos, dois brasileiros foram executados após condenação por esse crime.

A família da brasileira ficou confiante em uma pena mais branda depois que o Ministério Público da Indonésia acolheu o argumento da defesa de que ela não tinha a exata noção do crime que estava cometendo e pediu que seja condenada a 12 anos de prisão. "Os familiares ficaram muito esperançosos, mas temos de ser realistas e aguardar o acórdão dos juízes. Eles não são obrigados a acatar o que foi proposto pelo Ministério Público, mas é o que normalmente acontece", disse o advogado Davi Lira da Silva. Ele explicou que a decisão, na forma de acórdão, é dada por três juízes.

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Na audiência, além da manifestação da acusada reconhecendo seu erro e pedindo desculpas, o advogado contratado pela família na Indonésia solicitou que sejam levados em conta a pouca idade da jovem, a ausência de antecedentes criminais e o fato dela ter sido coagida a levar a droga sem ter a ideia da gravidade do caso.

Manuela foi presa ao desembarcar de um voo da Qatar Airways na Ilha de Bali, na Indonésia, na noite de 31 de dezembro do ano passado, com duas malas. Em uma delas, a polícia encontrou 1,6 kg de cocaína e na outra, cerca de 2 kg da droga. Segundo o advogado, a jovem vendia perfumes e roupas em Florianópolis (SC) e foi cooptada por uma quadrilha de traficantes para levar uma encomenda para Bali. Em troca, eles pagariam as despesas dela e um curso de surfe, seu esporte preferido, naquele país. Quando a jovem, desconfiada, tentou recuar, eles a ameaçaram.

A família é do Pará, onde Manuela nasceu, mas a mãe vive em Santa Catarina. Familiares e amigos se mobilizaram pelas redes sociais para conseguir recursos para pagar o advogado na Indonésia. O dinheiro obtido ajudou também na contratação de um tradutor.

Uma página criada no Instagram já reúne mais de 3 mil seguidores e publica informações atualizadas sobre o processo. A Embaixada do Brasil no país asiático acompanha o caso e presta assistência consular à brasileira.

Brasileiros mortos

Dois brasileiros foram condenados à morte e executados na Indonésia, após serem flagrados com grande quantidade de cocaína. Em maio de 2015, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, então com 42 anos, foi morto por fuzilamento após mais de dez anos na prisão. Ele havia sido preso em 2005 com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Em janeiro de 2015, já havia sido executado o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, aos 53 anos, acusado de entrar no país com 13,4 kg de cocaína camuflados em uma asa delta desmontada.

Uganda, na África Oriental, se tornou na terça-feira (21) o sétimo país a aprovar uma lei que torna atos homossexuais puníveis com a morte. Com isso, o país se junta a Arábia Saudita, Irã, Iêmen, Nigéria, Mauritânia e Brunei na lista de Estados que preveem a pena em seus sistemas legais, segundo a Associação Internacional de Gays e Lésbicas (AIGL), em seu relatório de 2020.

Outros cinco países - Afeganistão, Paquistão, Catar, Somália e Emirados Árabes - têm leis dúbias sobre pena de morte para relações consensuais entre pessoas do mesmo sexo, ainda que não tenham sido registradas execuções de representantes da comunidade LGBT+ nesses locais nos últimos anos.

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Ao todo, segundo a AIGL, 69 países-membros das Nações Unidas têm leis que criminalizam a homossexualidade. Dessa lista, 31 países ficam na África, apesar de algumas mudanças recentes na posição sobre a comunidade LGBT+ em países como Angola, Gabão e Botswuana.

Outros 21 países ficam na Ásia, especialmente no Oriente Médio, onde a interpretação rígida da lei islâmica geralmente gera algum tipo de punição para homossexuais. Outros nove ficam no Caribe e seis, na Oceania.

Em países não islâmicos, muitas das leis que criminalizam as relações homossexuais tem origem na era colonial. Dos 53 países da comunidade britânica de nações, a Commonwealth, que reúne a maioria dessas ex-colônias britânicas, 36 têm leis que criminalizam a homossexualidade.

Isso ocorre porque no Reino Unido, relações consensuais entre homossexuais eram consideradas crime até 1967. Maior potência colonial do século 19, principalmente na África, a coroa britânica replicava nas colônias a lei da metrópole. Uganda, por exemplo, foi uma colônia britânica e se tornou independente apenas em 1962.

O que torna a lei ugandense diferente da maioria dos países que aplicam a pena capital a gays é que o projeto foi aprovado no Parlamento. Em teocracias como Arábia Saudita, Irã e em partes da Nigéria, a sharia (lei islâmica) é aplicada.

Perseguição no coração da África

Em Uganda, apenas dois dos 389 legisladores não votaram a favor do projeto radical, que introduz a pena capital e prisão perpétua para quem faça "sexo gay" e o que o texto chama de "recrutamento, promoção e financiamento" de "atividades do mesmo sexo".

A lei deve ser agora sancionada pelo presidente Yoweri Museveni. Esta votação ocorre em Uganda em plena onda de homofobia na África Oriental, onde a homossexualidade é ilegal e, com frequência, considerada um crime.

Na semana passada, o presidente Musevini, no poder desde 1986, qualificou os homossexuais como "desviados". Poucos dias depois, a polícia ugandesa deteve seis pessoas por "prática homossexual".

No mês passado, Musevini disse que Uganda não abraçará a homossexualidade, alegando que o Ocidente está tentando "obrigar" outros países a "normalizar desvios".

Dois adolescentes iranianos foram condenados à morte na forca por sua participação nos protestos que sacodem a República Islâmica há meses, denunciou, nesta segunda-feira (2), uma organização de defesa dos direitos humanos.

Dois homens de 23 anos já tinham sido executados por participar dos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, que morreu em setembro após ser detida pela polícia da moralidade por infringir o estrito código de vestimenta iraniano.

As ONGs temem que outras dezenas corram o risco de ser enforcados porque as autoridades usam a pena capital como tática intimidatória para tentar sufocar os protestos.

Mehdi Mohammadifard, um manifestante de 18 anos, foi condenado à morte, acusado de incendiar um posto da polícia de trânsito na cidade de Nowshahr (oeste), na província de Mazandaran, informou a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega.

A sentença de morte foi proferida por um tribunal revolucionário em Sari, capital da província, após declarar o jovem culpado das acusações de praticar "corrupção na Terra" e "inimizade contra Deus", informou a organização.

A dupla acusação significa que ele recebeu duas penas de morte.

Por outro lado, a agência de notícias do poder judiciário, Mizan Online, reportou que o tribunal supremo havia confirmado em dezembro a condenação à morte de outro manifestante, Mohammad Ghobadlou, acusado de "inimizade contra Deus".

Boroghani teria "ferido com uma faca um guarda de segurança com a intenção de matá-lo", "semeado o terror entre os cidadãos" e "incendiado a sede do governo na cidade de Pakdasht", a sudeste de Teerã. Segundo o IHR, ele tem 19 anos.

A ONG informou na semana passada que pelo menos cem manifestantes correm o risco de ser executados, após terem sido condenados à morte ou acusados de crimes que são punidos com a pena de morte.

Os primeiros enforcamentos provocaram repúdio internacional e os grupos de direitos humanos pedem que o Irã seja pressionado para evitar novas execuções.

A junta militar de Mianmar executou quatro prisioneiros, incluindo um ex-deputado do partido da ex-líder Aung San Suu Kyi, marcando a primeira aplicação da pena de morte no país em décadas - informou a imprensa estatal nesta segunda-feira (25).

Os quatro foram executados por liderarem "atos de terror brutais e desumanos", informou o jornal estatal "Global New Light of Mianmar".

De acordo com o veículo, as execuções aconteceram "sob o procedimento prisional", sem detalhar quando, ou como morreram.

A junta militar condenou dezenas de ativistas antigolpe à morte como parte de sua repressão à dissidência depois de tomar o poder no ano passado.

Os Estados Unidos condenaram as execuções, que incluíram um proeminente ativista pró-democracia.

"Condenamos a execução pelo regime militar de líderes pró-democracia e representantes eleitos por exercerem suas liberdades fundamentais", declarou a embaixada dos EUA em Yangon, em sua conta oficial no Twitter.

Já a ONG Human Rights Watch classificou as execuções como "um ato de extrema crueldade". A diretora da ONG para a Ásia, Elaine Pearson, pediu à comunidade internacional que "mostre à junta que haverá responsabilização por seus crimes".

Phyo Zeya Thaw, de 41, ex-parlamentar do partido Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla em inglês) de Aung San Suu Kyi, foi preso em novembro passado e condenado à morte em janeiro deste ano por violar a lei antiterrorismo.

Este pioneiro do hip hop birmanês, cujas letras criticavam o Exército desde o início dos anos 2000, esteve detido em 2008 por pertencer a uma organização considerada ilegal no país e por posse de moeda estrangeira. Obteve uma cadeira como deputado nas eleições de 2015, durante a transição do regime militar para o civil.

A junta acusou-o de ter orquestrado vários ataques contra o regime, incluindo um contra um trem em agosto passado, em Yangon. Cinco policiais morreram.

Kyaw Min Yu, conhecido como "Jimmy" e um destacado ativista pró-democracia de 53 anos, recebeu a mesma sentença do tribunal militar. "Jimmy" era escritor e um opositor de longa data do Exército. Teve um papel importante na revolta estudantil de 1988 contra a junta militar da época. Foi preso em outubro e recebeu sua sentença em janeiro.

Os outros dois réus foram condenados à morte pelo assassinato de uma mulher que, segundo eles, era uma informante da junta em Yangon.

- 'Crimes vagos' -

A junta foi fortemente criticada pelas potências internacionais quando anunciou, no mês passado, sua intenção de realizar as execuções.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou a decisão, chamando-a de "flagrante violação do direito à vida, à liberdade e à segurança das pessoas".

A última execução capital em Mianmar remonta a 1988, de acordo com um relatório de especialistas da ONU divulgado em junho passado. O documento contabilizava 114 sentenças de morte desde o golpe de Estado.

Os especialistas destacaram que a lei marcial deu aos militares a possibilidade de decretar a pena de morte para 23 "crimes vagos e definidos de forma ampla" e, na prática, para qualquer crítica ao poder. Alertaram, ainda, que as execuções podem ser aceleradas, se a comunidade internacional não reagir.

As quatro execuções anunciadas na segunda-feira são "um ato escandaloso" que "criará ondas de impacto político, agora e por muito tempo", reagiu no Twitter Richard Horsey, especialista em Mianmar do International Crisis Group (ICG).

As execuções devem agravar o isolamento internacional dos militares birmaneses. A junta tomou o poder à força em 1º de fevereiro de 2021, sob o pretexto de suposta fraude nas eleições do ano anterior, nas quais a NLD teve uma vitória arrasadora.

Os militares continuam a impor uma repressão sangrenta contra seus oponentes. Segundo uma ONG local, são mais de 2.000 civis mortos e mais de 15.000 detidos desde o golpe. Entre os presos, está Aung San Suu Kyi, de 77 anos, ex-líder e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Ela enfrenta várias acusações na Justiça, cujas sentenças, em seu conjunto, podem totalizar até 150 anos de prisão.

A Arábia Saudita executou 81 pessoas em um dia por diversos crimes ligados ao "terrorismo", superando o número total de execuções em 2021 no país.

A agência de notícias oficial SPA disse que os condenados estavam ligados ao "Estado Islâmico, Al Qaeda, houthis e outras organizações terroristas".

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Os executados estavam planejando ataques no reino, como a morte de "um grande número" de civis e membros das forças de segurança, detalha o comunicado da SPA.

"Também incluem condenações por atacar funcionários do governo e locais econômicos vitais, matar forças de segurança e mutilar seus corpos e plantar minas terrestres para atingir veículos da polícia", disse a agência.

As sentenças incluem "crimes de sequestro, tortura, estupro, contrabando de armas e bombas para o reino", acrescentou.

Dos 81 executados, 73 eram cidadãos sauditas, sete do Iêmen e um da Síria.

A SPA explicou que os condenados foram julgados separadamente em tribunais da Arábia Saudita por 13 juízes.

"O reino continuará adotando uma postura rígida e inabalável contra o terrorismo e as ideologias extremistas que ameaçam a estabilidade", continuou.

A Arábia Saudita é um dos países que mais executa pessoas no mundo e chegou a impor penas de morte por decapitação.

- Recorde de execuções -

A Arábia Saudita sofreu uma série de ataques mortais desde o final de 2014 reivindicados pelo grupo Estado Islâmico.

Além disso, o país do Golfo também lidera uma coalizão militar que luta no Iêmen desde 2015 para apoiar o governo contra os rebeldes houthis apoiados pelo Irã e lançou ataques no reino.

O anúncio feito neste sábado de 81 execuções em um único dia supera o número total de 2021: 69.

Atualmente, cerca de 50 países ao redor do mundo continuam aplicando a pena de morte.

Em 2020, 88% das 483 execuções relatadas ocorreram em apenas quatro países: Irã, com 246; Egito, 107; Iraque, 45; e Arábia Saudita, 27, segundo a Anistia Internacional.

As execuções deste sábado ocorreram um dia após a libertação do blogueiro saudita e ativista de direitos humanos Raif Badawi, que havia sido condenado a 10 anos de prisão e 1.000 chicotadas sob a acusação de insultar o Islã.

No entanto, Badawi, que recebeu apenas 50 chicotadas antes que a punição fosse interrompida por pedidos da comunidade internacional, está proibido de deixar a Arábia Saudita pelos próximos dez anos.

Sendo assim, Badawi não poderá se juntar a sua esposa Ensaf Haidar e seus três filhos no Canadá, para onde fugiram após a prisão.

As autoridades federais dos Estados Unidos realizaram sua décima terceira e última execução em seis meses neste sábado (16), de acordo com a mídia local, quatro dias antes do presidente republicano Donald Trump ceder o poder ao democrata Joe Biden.

Dustin Higgs, um afro-americano de 48 anos, recebeu uma injeção letal na penitenciária federal de Terre-Haute, em Indiana, informou o jornal The New York Times.

O condenado foi declarado morto às 01h23, disse o jornal de Nova York, citando uma declaração do Federal Bureau of Prisons.

Certa noite, em janeiro de 1996, Higgs convidou três jovens mulheres para o seu apartamento perto de Washington com dois amigos. Uma das garotas recusou seus avanços, e ele se ofereceu para levá-las para casa, mas em vez disso parou em terras federais isoladas.

Lá, segundo o Departamento de Justiça, ele ordenou que um de seus amigos atirasse nas três mulheres.

Em 2000, ele foi condenado à morte por sequestro e assassinato. O autor dos tiros foi condenado à prisão perpétua.

"É arbitrário e injusto punir Higgs mais do que o assassino", disse seu advogado, Shawn Nolan, em um pedido de clemência dirigido a Trump no final de dezembro.

Mas o presidente republicano, um ferrenho defensor da pena de morte, não concordou. Pelo contrário, seu governo foi à Justiça para prosseguir com a execução antes que ele deixasse a Casa Branca na próxima quarta-feira.

Um tribunal havia ordenado seu adiamento com base no fato de que Higgs havia contraído covid-19 e que seus pulmões afetados pela doença provavelmente sofreriam fortes dores no momento da injeção de pentobarbital.

O Departamento de Justiça imediatamente apelou e ganhou o caso.

A Suprema Corte rejeitou um último recurso relacionado a questões jurisdicionais. O tribunal superior agora tem seis juízes conservadores entre seus nove membros, três deles nomeados por Trump. Desde o verão, ele tem dado sinal verde para execuções federais.

Uma série sem precedentes

O governo republicano retomou essa prática suspensa por 17 anos em julho, enquanto os estados passaram a adiar todas as execuções para evitar a disseminação do vírus.

Desde então, 12 pessoas receberam injeções letais em Terre-Haute, incluindo, pela primeira vez em quase 70 anos, uma mulher, que foi executada na terça-feira, apesar de dúvidas sobre sua saúde mental.

“Nunca houve tantas execuções federais em um período de tempo tão curto”, disse Richard Dunham, diretor do Centro de Informações sobre a Pena de Morte, com sede em Washington. “O maior número de civis executados pelas autoridades federais foi 16 em 1896”, em comparação com 13 nos últimos seis meses.

Com a execução de Higgs, seis condenados sofreram pena de morte desde a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 3 de novembro, um evento sem precedentes, acrescenta Dunham.

“Historicamente, os presidentes que encerram seus mandatos se concentram em indultos e comutações de sentenças”, lembra ele. Antes de Trump, nenhum presidente cessante "usava seu poder discricionário para matar pessoas em vez de perdoá-las".

Segundo o especialista, o perfil dos condenados reflete problemas recorrentes na aplicação da pena de morte nos Estados Unidos, com super-representação de afro-americanos (sete dos 13). Além disso, dois dos executados tinham deficiências intelectuais graves, dois sofriam de problemas mentais e dois tinham acabado de atingir a maioridade no momento do crime.

Biden, que tomará posse como novo presidente na quarta-feira, se opõe à pena de morte e prometeu trabalhar com o Congresso para tentar aboli-la em nível federal.

Deputados democratas apresentaram na segunda-feira um projeto de lei nesse sentido, que tem chance de ser aprovado com a retomada do controle do Senado pelo partido.

No Irã, um atleta da luta olímpica foi condenado à pena de morte. Acusado de assassinar um homem durante uma briga em 2015, o lutador Mehdi Ali Hosseini, 29 anos, será enforcado conforme as leis vigentes no país.

De acordo com a reportagem do jornal espanhol Marca, a própria família do atleta iraniano não acredita que Hosseini fique livre do enforcamento. No entanto, o atual vice-presidente da Federação Iraniana de Luta Livre e campeão olímpico de luta greco-romana em Londres-2012, Hamid Surian, entrou com pedido de perdão ao acusado junto às autoridades do país. Outras instituições internacionais, como a União Nacional pela Democracia no Irã e a Global Athlete, que reúne esportistas de todo o planeta, registraram apelo para que o país não participe mais de competições oficiais em órgãos como o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a União Mundial de Sanções da Luta Livre (UWW).

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Este não é o primeiro caso de um atleta da luta olímpica punido com a pena de morte no país. Em setembro, o lutador Navid Afkari, 27 anos, foi condenado por matar um agente de segurança com golpes de faca durante protestos contra o governo iraniano em 2018, e acabou executado por enforcamento. O líder supremo da república islâmica, aiatolá Ali Khamenei, não ouviu o pedido de clemência de outras autoridades internacionais. Segundo a Anistia Internacional, só em 2019, o Irã cumpriu 260 sentenças de condenados à morte pela prática de crimes.

As execuções de condenados à morte nos Estados Unidos alcançaram seu nível mais baixo em quase 30 anos em 2020, informou nesta quarta-feira (16) um órgão de controle independente, apesar de um aumento sem precedentes das execuções por parte do governo federal antes da saída da atual gestão.

Um relatório de fim de ano do Centro de Informação sobre a Pena de Morte aponta que 17 presos foram executados em 2020 nos Estados Unidos, cinco a menos que em 2019.

Portanto, o número total de execuções, em nível estadual e federal, é o mais baixo desde 1991.

"As execuções paralisaram por completo em julho em nível estadual devido às preocupações com a saúde pública relacionadas com a covid-19", diz o relatório, que também afirma que esta queda nas execuções faz parte de uma "tendência a longo prazo".

Colorado se tornou em 2020 o 22º de 50 estados a abolir a pena de morte.

Mas, ao mesmo tempo o governo de Trump encerrou uma moratória de 17 anos sobre as execuções federais em julho, quando o supremacista branco Daniel Lewis Lee recebeu uma injeção letal.

Sem o aumento significativo das execuções ordenadas pelo governo Trump, o número total seria ainda menor. Dos 17 condenados à morte executados, dez o foram pelo governo federal.

A decisão do Irã de executar um lutador, cujo caso gerou uma mobilização internacional, demonstra sua determinação em omitir a indignação gerada pela pena de morte contra os presos em protestos, alertam ativistas dos direitos humanos.

Navid Afkari, um lutador iraniano de 27 anos que ganhou várias competições nacionais, foi executado no sábado após ser condenado à morte conforme o "qesas", ou "lei do talião", pela morte de um funcionário, apunhalado em 2 de agosto de 2018, durante as manifestações contra o governo em Shiraz (sul).

O veredicto contra o lutador gerou indignação. O apoio ao atleta surgiu rapidamente tanto no Irã quanto no exterior, especialmente depois que informações afirmaram que Afkari foi condenado por uma confissão obtida sob tortura. Teerã nega essas acusações.

- "Comoção" -

A execução do atleta foi denunciada nas redes sociais e no exterior. O Comitê Olímpico Internacional (COI) afirmou ter ficado "chocado" com a morte e considerou "profundamente lamentável" que todos os apelos de atletas e organizações do mundo não foram ouvidos.

Os defensores dos direitos humanos criticam que o sistema judicial não considerou as declarações de Afkari, nas quais afirmava que sua confissão foi resultado de torturas, entre elas espancamentos, asfixia com saco plástico ou a introdução de álcool pelo nariz.

Esta execução ocorreu em um contexto no qual a República Islâmica recorre cada vez mais à pena de morte, principalmente depois dos protestos anti-governo.

O Irã é, depois da China, o país que mais aplica a pena de morte no mundo.

Tara Sepehri Far, pesquisadora sobre o Irã na Human Rights Watch, considera "incomum" a rapidez com a qual o veredicto foi executado. Afkari foi condenado em outubro de 2019 e a decisão foi confirmada em apelação em abril.

"Uma parte do governo (iraniano) (...) pensa que considerar a indignação internacional seria retroceder e poderia torná-lo mais vulnerável", explica esta especialista à AFP.

- "Preço político" -

"Também existe um movimento contrário à pena de morte crescente no interior do Irã, contra esses veredictos pronunciados nos casos relacionados às manifestações", prossegue.

Em julho, a Justiça iraniana anunciou que suspendia a pena capital de três jovens acusados de vandalismo e piromania nos protestos de 2019, após uma campanha de alcance inédito para exigir a eliminação de sua execução.

Segundo o advogado de Afkari, havia uma reunião com a família da vítima prevista para o domingo, para "pedir perdão" e evitar a aplicação da pena capital, que ocorreu no sábado.

"As autoridades temiam que o preço político de esperar mais uma semana poderia ser muito prejudicial", comenta Mahmood Amiry-Moghaddam, fundador da ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.

O Colorado se tornou o vigésimo segundo estado dos Estados Unidos a abolir a pena de morte, depois que a Legislatura aprovou nesta quarta-feira (26) uma lei que põe fim à pena capital.

O texto, aprovado por 38 votos a 27, foi enviado ao governador democrata Jared Polis, que já expressou disposição em sancioná-lo e comutar as penas dos condenados à espera de execução.

A abolição da pena de morte, que vai entrar em vigor em 1º de julho, foi objeto de um intenso e longo debate, no qual a oposição republicana esgotou todas as suas ferramentas para evitar a aprovação.

Um de seus parlamentares, Steve Humphrey, leu a Bíblia por 45 minutos. Depois de 1º de julho, a pena máxima neste estado será a prisão perpétua, sem direito à liberdade condicional.

A lei "se baseia na esperança, embora ainda incipiente, de que podemos ser melhores como sociedade", disse o líder da maioria democrata Alec Garnett. "Podemos gastar recursos em reforma e não em apelações, no tratamento de dependência química, não na administração de coquetéis letais".

Os legisladores de Colorado tentaram repetidamente abolir a pena de morte de sua reinauguração em 1979, sem sucesso até agora.

O único sentenciado à morte que foi executado no estado desde então foi Gary Davis, condenado por violação e assassinato, que morreu em 1997.

A maior organização de direitos humanos no país, a ACLU, celebrou a decisão considerando que se trata de uma "grande vitória para a justiça".

"A pena de morte não tem cabimento nos Estados Unidos. Quase 50 anos de dados na era moderna da pena de morte demonstraram que não há forma de executar às pessoas de uma forma que não seja racialmente enviesada, arbitrária, custosa e desumana", disse Cassandra Stubbs, responsável da campanha da ACLU contra as penas capitais, em nota enviada à AFP.

"Cento e sessenta e sete pessoas inocentes foram oficialmente exoneradas do corredor da morte desde 1973. Não há desculpa para que nenhum governo que respeite a justiça, a equidade e a dignidade humana continue executando à sua gente", acrescentou.

Em 2019 foram realizadas 22 execuções em todos os Estados Unidos, concentradas em sete estados, quase todos no sul conservador e religioso, inclusive o Texas, onde ocorreram nove.

Com 22 execuções, a aplicação da pena de morte continuou em declínio nos Estados Unidos em 2019, onde surgiram dúvidas sobre a condenação de pessoas em vários casos, segundo o Centro de Informações sobre Pena de Morte (DPIC).

"2019 foi praticamente o ano da execução de inocentes", disse Robert Dunham, diretor desse órgão independente.

Dois presos no corredor da morte foram absolvidos este ano depois de passar mais de 40 anos atrás das grades, o que leva a 166 detentos no corredor da morte que foram posteriormente reconhecidos inocentes, de acordo com o relatório anual da DPIC.

Além disso, duas execuções foram adiadas devido a sérias dúvidas sobre a culpa dos condenados.

Foi o caso de Rodney Reed, que recebeu o apoio de milhões de americanos, legisladores e estrelas como Kim Kardashian ou Beyoncé.

Mas, de acordo com o DPIC, outros dois prisioneiros foram executados apesar de "dúvidas substanciais sobre sua culpa".

"Nossos tribunais e autoridades geralmente ignoram erros que ameaçam a vida e muitas vezes tomam medidas para esconder a verdade", disse Dunham em um comunicado.

Para ele, isso explica por que o apoio público à pena de morte continua diminuindo.

Enquanto 56% dos americanos continuam a apoiar a pena de morte, 60% agora preferem a prisão perpétua.

É a primeira vez, desde que o Instituto Gallup começou a fazer essa pergunta em 1985, que a maioria dos entrevistados acredita que a prisão perpétua é mais adequada do que a pena de morte para punir assassinos.

Essas mudanças de opinião, combinadas com dificuldades no fornecimento de produtos químicos para execução e dúvidas sobre sua legalidade, explicam a diminuição constante da pena de morte, que só é aplicada em alguns estados.

O ano de 2019 foi o segundo com o menor número de execuções nos Estados Unidos, após 2016 e seus 20 condenados executados, em comparação com os 98 de 1999.

E as execuções se concentram em sete estados, quase todos no sul conservador e religioso do país.

O governo Donald Trump planejava retomar as execuções em nível federal, depois da interrupção por 16 anos, mas a justiça suspendeu o procedimento devido a dúvidas sobre a legalidade do protocolo de injeção usado.

Da mesma forma, o número de sentenças de morte permanece em um nível historicamente baixo, com 35 a 37 esperados até o final do ano.

Após 16 anos de suspensão, o governo dos Estados Unidos (EUA) anunciou nesta quinta-feira (25) que retomará a execução de condenados à pena de morte por tribunais federais. Cinco presos devem executados a partir de dezembro.

No ano passado, ocorreram 25 execuções nos Estados Unidos. Mas todas foram levadas a cabo por autoridades estaduais. A última execução pelo governo federal ocorreu em 2003. 

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De acordo com o procurador-geral do país, William Barr, o retomada das execuções visa "fazer justiça às vítimas dos crimes mais horríveis". "O Departamento de Justiça respalda o Estado de direito e devemos às vítimas e às suas famílias levar adiante a sentença imposta pelo nosso sistema de justiça".

O procurador transmitiu sua decisão ao Federal Bureau of Investigation (FBI) e pediu ao diretor interino, Hugh Hurwitz, que programe as execuções de cinco presos que foram condenadas à morte por assassinato, por crimes de tortura e estupro contra crianças e idosos.

Barr ressaltou que "sob Governos de ambos os partidos, o Departamento de Justiça buscou a pena de morte para os piores criminosos, incluindo estes cinco assassinos, cada um dos quais foi condenado por um júri após um processo completo e justo".

O Supremo Tribunal restituiu a pena de morte em 1976 e isso permitiu aos Estados mais conservadores do sul dos EUA, como Alabama e Mississipi, implementar esta pena. Em 1988, o Congresso americano aprovou ainda uma lei que permitia executar algumas pessoas condenadas por crimes relacionados às drogas.

Em 2014, após uma execução fracassada, o então presidente americano Barack Obama pediu ao Departamento de Justiça para conduzir revisões aos programas de execução de pena de morte, tanto em nível federal como em vários estados. Questões relacionadas com as drogas letais utilizadas nas execuções estiveram na origem destes pedidos de revisão.

Segundo o Departamento de Justiça, revisão foi concluída e as execuções podem ser retomadas. Barr aprovou um novo procedimento para injeções letais que substitui o coquetel de três drogas usado anteriormente por uma substância única. O método é semelhante ao usado em vários estados, como Geórgia, Missouri e Texas.

Execuções em nível federal são raras nos EUA. Desde a restauração da pena em 1988, o governo executou apenas três condenados. O caso mais recente foi a 18 de março de 2003. Apesar de legal no país, vários estados americanos declararam tal prática como ilegal ou adotaram moratórias.

Atualmente, há 61 pessoas no corredor da morte a nível federal. Entre os condenados estão o autor do atentado à Maratona de Boston em 2013, Dzhokhar Tsarnaev, e o atirador de Charleston, Dylann Roof, que matou nove pessoas no ataque à Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, em junho de 2015.

O presidente americano, Donald Trump, é defensor da pena de morte e já chegou a sugerir que os Estados Unidos deveriam adotar leis mais severas sobre o tráfico de drogas citando como exemplo as Filipinas, onde desde a eleição de Rodrigo Duterte milhares de suspeitos de tráfico estão sendo executados pela polícia.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Bill Barr, anunciou nesta quinta-feira (25) que o governo federal retomará a prática da pena capital, após um intervalo de 16 anos.

Já foram marcadas as datas das execuções de cinco indivíduos sentenciados à morte por assassinato.

Seguindo a orientação do presidente Donald Trump, que reivindicava a adoção de sentenças mais duras para crimes violentos, Barr determinou ao Escritório Federal de Presídios que adote um novo protocolo para injeção letal, a exemplo de 14 estados.

O objetivo é abrir caminho para a execução de penas de morte.

"O Departamento de Justiça defende o Estado de direito, e devemos às vítimas e às suas famílias levar adiante a sentença imposta por nosso Sistema Judiciário", declarou Barr.

O presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, anunciou nessa quarta-feira (26) que assinou as sentenças de morte de quatro presos condenados por narcotráfico, o que põe fim a uma moratória de 42 anos no país.

Sirisena havia prometido levar adiante as execuções de presos que tenham sido condenados por crimes relacionados com drogas como parte do endurecimento da sua luta contra o narcotráfico. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pena de morte foi suspensa na Califórnia, após o governador Gavin Newsom anunciar nesta quarta-feira (13) uma moratória nas execuções que beneficiará os 737 detentos no "corredor da morte" neste estado americano.

Newsom, integrante do Partido Democrata que assumiu o governo no dia 1° de janeiro, tem sido um ferrenho opositor da aplicação da pena capital.

"A pena de morte tem sido um absoluto fracasso. Discrimina em função da cor da pele ou a quantidade de dinheiro que se tem", disse o político à imprensa, acrescentando que "é ineficaz, irreversível e imoral".

"É contrária aos valores que defendemos, por isso a Califórnia está pondo um fim neste sistema falido", declarou o governante.

Apesar das pesquisas apontarem que os californianos são a favor da cadeia perpétua no lugar da execução do criminoso, duas propostas para abolir a medida foram rechaçadas nas urnas em 2012 e 2106.

Na última eleição foi aprovada uma proposta a favor da aplicação de procedimentos mais acelerados e indolores. Essa medida está sendo analisada pela Corte Suprema do estado.

Em quatro décadas, 13 pessoas foram executadas na Califórnia, a última em 2006. Dos 737 presos no corredor da morte no estado, 25 já esgotaram todos os recursos possíveis.

"Essas pessoas não serão libertadas por esta medida, seguirão prestando contas" à sociedade, afirmou.

"Não queremos nos unir à Arábia Saudita... Coreia do Norte. Não queremos ser parte do que está acontecendo no Irã, Iraque, China, Somália, Paquistão e Egito", apontou.

De acordo com o governador, "esses são os países, esses últimos cinco, que ao lado dos Estados Unidos têm o maior número de execuções de seus próprios cidadãos no planeta Terra".

Newsom, que se emocionou durante a entrevista, afirmou que o objetivo é abolir a pena de morte de forma definitiva.

O político democrata ordenou também o fim do protocolo de injeção letal e disse que enquanto falava com a imprensa, a sala de execuções na famosa prisão de San Quentin estava sendo desmantelada.

De acordo com a organização Human Rights Watch (HRW), com esta moratória, a Califórnia segue uma tendência que está crescendo e se une assim aos estados do Colorado, Oregon e Pensilvânia, que impuseram proibições similares, assim como outros 20 estados que já aboliram definitivamente à pena de capital.

A aplicação da pena de morte nos Estados Unidos está caindo, com 25 execuções em 2018 contra 98 em 1999. Três condenados à morte foram executados em todo o país neste ano.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciará nesta quarta-feira (13) uma moratória em sua pena de morte e um adiamento temporário das execuções para todos os 737 presos no "corredor da morte" das penitenciárias estaduais.

De acordo com a imprensa local, citando trechos do discurso publicado ontem(12), o político explicará que a "pena de morte é inconsistente com os nossos valores fundamentais e afeta o coração do que significa ser californiano".

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Newsom pretende ratificar o decreto que permitirá acabar com a aplicação da injeção letal, além proibir o uso da sala de execuções da prisão de San Quentin, próximo a São Francisco. "Matar outros intencionalmente é incorreto, e como governador não permitirei que ninguém seja executado", disse Newsom.

A medida foi duramente criticada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Desafiando os eleitores, o governador da Califórnia vai deter todas as execuções de pena de morte de 737 assassinos no corredor da morte. Amigos e famílias das vítimas sempre esquecidas não estão emocionados, e nem eu!", escreveu no Twitter.

Segundo o governo, os presídios do estado abrigam 25% de todos os condenados à morte no país. Ao todo, dos 737 presos, 25 já não possui mas recursos disponíveis.

A última execução na Califórnia data de 2006 devido às inúmeras ações judiciais tomadas sobre os métodos usados para infligir a pena de morte. A prática é permitida nos Estados Unidos em 30 dos 50 estados.

Da Ansa

Após um novo julgamento, um tribunal da China condenou nesta segunda-feira (14) um canadense à morte sob as acusações de contrabando de drogas e tráfico em organizações internacionais. A nova pena foi decretada depois que promotores protestaram sobre a primeira sentença de 15 anos. Para eles, a antiga deliberação judicial era muito branda devido à gravidade dos delitos.

Localizado na província de Liaoning, nordeste chinês, o Tribunal Popular Intermediário de Dalian decidiu julgar o caso novamente e decretou a pena de morte a Robert Lloyd Schellenberg. De acordo com o tribunal, ele ainda tem direito de apelar da sentença.

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Para os familiares do suspeito, a China estaria usando o caso para barganhar a liberdade da diretora financeira da Huawei Technologies Meng Wanzhou. Ela foi presa em dezembro pelo Canadá a pedido dos Estados Unidos, sob as acusações de fraude e violação das sanções ao Irã.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse neste domingo (16), em sua conta no Twitter, que o tema pena de morte não será debatido em seu governo. A afirmação foi feita após a publicação de reportagem pelo jornal O Globo neste domingo com o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Segundo o texto, o filho do presidente eleito defendeu “a possibilidade de pena de morte para traficantes de drogas, a exemplo do que ocorre na Indonésia, e para autores de crimes hediondos”.

“Em destaque no jornal O Globo de hoje informou que, em meu governo, o assunto pena de morte será motivo de debate. Além de tratar-se de cláusula pétrea da Constituição, não fez parte de minha campanha. Assunto encerrado antes que tornem isso um dos escarcéus propositais diários”, escreveu Jair Bolsonaro em sua postagem.

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Segundo a reportagem do jornal, Eduardo Bolsonaro disse que um plebiscito pode ser usado para consultar os brasileiros sobre o assunto. A Constituição trata a vedação à pena de morte como uma cláusula pétrea, que não pode ser mudada mesmo com uma proposta de Emenda à Constituição (PEC).

“Eu sei que é uma cláusula pétrea da Constituição, artigo 5º etc. Porém, existem exceções. Uma é para o desertor em caso de guerra. Por que não colocar outra exceção para crimes hediondos?”, disse o deputado ao Globo.

Américas

Nos últimos dias, Eduardo Bolsonaro manteve intensas conversas sobre o cenário internacional, especificamente os casos relativos à América Latina. Ele foi ao Chile e se reuniu também com representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA), quando tratou sobre o caso da Venezuela.

Para o parlamentar, é preciso agir logo em relação à crise na Venezuela. Na sua opinião, a alternativa é um governo de transição e a saída imediata do atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Ele citou a situação de Miguel Angel Martín, o presidente do TSJ venezuelano, equivalente ao Supremo Tribunal Federal, que está exilado ao lado de outros magistrados. “Cabe a ele [Martín] reconhecer juridicamente um governo de transição p/ Venezuela”, diz o deputado na sua conta no Twitter.

No Chile, Eduardo Bolsonaro se reuniu com o economista José Piñera, irmão do presidente chileno, Sebastián Piñera, considerado referência no país. Com uma foto, postada na rede social, ele aparece tomando vinho e conversando com o economista, exaltando suas virtudes e dizendo que ele foi  “o homem que com 29 anos fez as reformas que colocaram o miserável Chile nos trilhos”.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou que vai anular a lei que permite a pena de morte no estado e que promoverá a extinção nos Estados Unidos. A medida será em apoio ao papa Francisco, que eliminou do catecismo a legitimação da pena extrema.

"Ao declarar a pena de morte inadmissível em todos os casos e ao trabalhar para pôr fim a esta prática em nível global, o papa Francisco está abrindo caminho para um mundo mais justo para todos", afirmou em comunicado. "A pena de morte é moralmente indefensável e não deve acontecer no século 21", completou o governador.

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Nova York já aboliu e voltou a instaurar a pena de morte várias vezes, a última foi em 1995 no governo de George Pataki. Além disso, o estado americano não executa um réu desde 1963. 

Ao total, 31 dos 50 estados dos Estados Unidos continuam adotando a pena de morte.

O papa Francisco adotou uma medida histórica, ao modificar o catecismo da Igreja Católica para declarar "inadmissível" a pena de morte e incluir um compromisso de lutar contra a mesma em todo mundo.

"A Igreja ensina, à luz do Evangelho, que a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa, e se compromete com determinação com sua abolição em todo mundo", afirmou o pontífice em uma audiência concedida ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Este é um passo muito importante para história da Igreja ao eliminar a legitimação da pena de morte, com a modificação do artigo 2.267 do catecismo, o livro que contém a explicação da doutrina da Igreja Católica.

Até 1992, o catecismo não excluía a pena capital em casos extremos.

O novo texto explica que "durante muito tempo o recurso à pena de morte por parte da autoridade legítima, depois do devido processo, foi considerado uma resposta apropriada à gravidade de alguns delitos e um meio admissível, embora extremo, para tutela do bem comum".

Mas o novo artigo do catecismo afirma que "hoje está cada vez mais viva a consciência de que a dignidade da pessoa não se perde nem mesmo depois de ter cometido crimes muito graves".

"Além disso, foram implementados sistemas de detenção mais eficazes, que garantem a necessária defesa dos cidadãos, mas que, ao mesmo tempo, não tiram do réu a possibilidade de se redimir definitivamente", destaca.

O texto oficial entrará em vigor, como preveem as normas, após a publicação pelo diário oficial L'Osservatore Romano e na Ata Apostólica Sedis.

A mudança será explicada por meio de uma carta a todos os bispos, redigida pelo cardeal espanhol Luis F. Ladaria, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

- Décadas de batalha -

A decisão do papa Francisco acontece após décadas de batalha de vários pontífices contra a pena capital, começando por Paulo VI em meados do século XX.

Baseado no princípio de que a condenação à morte é uma ofensa à vida, o papa João Paulo II fez um forte apelo a favor da abolição da medida nos Estados Unidos em 1999, país onde ainda está em vigor, depois de chamar a pena capital de "cruel e inútil".

Foi justamente João Paulo II que, por meio de um "motu proprio", uma lei papal, de fevereiro 2001, decidiu suprimi-la de forma definitiva como lei vaticana.

Fiel a esta linha, o papa Francisco pediu no início de 2016 aos governantes dos países que ainda aplicam a pena de morte a suspensão das execuções durante aquele ano por respeito ao Jubileu Santo da Misericórdia.

A maioria dos países predominantemente católicos de todo o mundo aboliu, ou suspendeu, as execuções judiciais e, em várias ocasiões, o Vaticano e o papa solicitaram sua suspensão aos Estados Unidos.

Em várias intervenções públicas, como no histórico discurso no Congresso dos Estados Unidos em setembro de 2015, Francisco pediu a abolição da pena de morte.

De acordo com dados de 2017 da organização humanitária Anistia Internacional, naquele ano foram registradas 993 execuções em 23 países, uma redução de 4% na comparação com 2016.

Os países com mais execuções foram, na ordem, China, Irã, Arábia Saudita, Iraque e Paquistão.

No fim de 2017, um total de 142 países (mais de dois terços) havia abolido a pena capital por lei, ou na prática.

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