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Mesmo 134 anos após a promulgação da Lei Áurea, comemorados nesta sexta-feira (13), os negros ainda são 84% dos resgatados em trabalho análogo à escravidão no Brasil.Neste ano, 500 trabalhadores já foram resgatados pela Auditoria Fiscal do Trabalho em condição análogas à escravidão. Do total, 84% se autodeclaram pretos ou pardos, e 57% nasceram no Nordeste.

A maioria dos resgatados trabalhava no cultivo de cana-de-açúcar (299), em produção de carvão vegetal (54), cultivo de alho (25), e a criação de bovinos para corte (23). Minas Gerais foi o estado com mais ações de combate à prática. A promulgação da Lei tão importante para as pessoas pretas com a liberação dos escravos, as coisas ainda não mudaram muito para elas. 

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Além disso, uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que 72% das pessoas já dizem ter presenciado situações de racismo no transporte público no dia a dia, e 39% foram vítimas do crime. 

Um exemplo recente de resgate é o caso de Madalena Santiago da Silva, mulher resgataada em 2021 depois de passar 54 anos trabalhando em condições análogas à escravidão. A ex-patroa, Sônia Seixas Leal, informou que não pagava o salário porque a considerava como irmã. Madalena sofreu maus-tratos durante todos esses anos, além de acumular dívidas feitas pela patroa. 

Dentre os milhares de casos que acontecem no Brasil diariamente, o de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, que foi espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour, em Porto Alegre, é um dos casos que chocou.

João Alberto foi espancado por dois homens brancos na véspera do Dia da Consciência Negra, em 2020. O caso foi filmado por testemunhas que estavam no local. 

No Maranhão, um rapaz foi agredido dentro do próprio carro, na frente de casa, em Açailândia. O obrigaram a sair do carro e o espancaram com chutes, pisões e tapas. "Foi aqui que eu achei que iria morrer. É no momento que ele sobe em cima de mim, junto com ela, com os joelhos. Ali é sufocante, porque ela manda ele me imobilizar, pisando no meu pescoço. Eu me senti sem ar", relatou Gabriel da Silva, vítima da agressão racista. 

Em 2019, um adolescente de 17 anos foi vítima de tortura com um chicote por cerca de 40 minutos em uma sala de um supermercado na Zona Sul de São Paulo. 

O jovem teve que ficar nu e com a boca amordaçada enquanto era golpeado com chicotadas. O motivo para o crime foi por ele ter furtado quatro barras de chocolate do estabelecimento. 

Também em São Paulo, uma mulher foi condenada pela Justiça por discriminação e racismo por conta de uma publicação no Facebook. Na ocasião, a mulher fez um comentário racista em uma foto publicada por outra mulher amamentando. Em resposta, a acusada afirmou "cara, na boa, isso é uma falta de respeito, safadeza. Fica mostrando as 'tetas' para macho na rua. Não merece respeito mesmo. Olha a cor também né'. O caso ocorreu em 2018 mas foi concluído em 2022. 

Uma garota de 7 anos também foi vítima de racismo em Criciúma, Sul catarinense, em março deste ano. Após a mãe publicar um vídeo da filha, recebeu a mensagem "desculpa aí, mas vi uma macaca se coçando". 

Um homem negro de 37 anos teve os pés, pulsos e pescoço acorrentado por um médico em Goiás. Em vídeo divulgado pelo próprio médico acusado, ele diz "aí ó, falei para estudar, ele não quer. Ele vai ficar na minha senzala".

 

 

O dia 13 de maio é celebrado no Brasil como a data que marca a Abolição da Escravatura. Foi neste dia, no ano de 1888, que a Lei Áurea foi sancionada pela princesa Isabel, regente do país à época. A medida libertava os escravos e colocava fim na escravidão. O tema é recorrente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o LeiaJa.com preparou uma lista com as principais obras que abordam o período.

O Cortiço (1890); Aluísio Azevedo 

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Da escola naturalista, a obra retrata, não só as peculiaridades do comportamento humano, mas também um período de transição, onde a luta pela abolição se intensifica. O professor Diogo Xavier destaca que o livro discute também a sobrevivência do mais forte frente ao mais fraco e a sobrevivência do livre frente ao escravo.

Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881); Machado de Assis 

Na famosa obra de Machado de Assis as consequências da escravidão são mostradas de forma clara. O romance conta a história de Brás Cubas e, além da escravidão, retrata as diferenças entre as classes sociais.

O Navio Negreiro (1880); Castro Alves

A obra descreve o drama vivido por milhares de africanos que, tirados de suas terras, eram trazidos ao Brasil para servir de escravos nas fazendas e propriedades.

 Casa Grande e Senzala (1933); Gilberto Freyre

Na obra o pernambucano trata da construção da sociedade brasileira, com detalhes sobre raça e classe, separação e miscigenação. O livro é considerado um clássico da antropologia moderna. 

Lembramos que o Enem não cobra nenhuma obra específica. Porém, devido o grande número de questões que abordaram o tema em edições anteriores, a leitura de obras que explorem o tema sobre diferentes pontos de vista é de extrema importância.

O Vai Cair No Enem dá dicas de conteúdo para que você possa se preparar da melhor forma possível para o maior vestibular do país.

 

  No próximo domingo (13), marcam-se exatos 130 anos da abolição da escravidão no Brasil. Por isso o LeiaJá preparou uma série de reportagens especiais na tentativa de mostrar "O Que a Abolição Não Aboliu?" no Brasil. Na primeira matéria publicada, nossa equipe de reportagem conversou com a professora da UFRPE Denise Botelho e a socióloga Rosa Marques; num debate que levantou a questão: o 13 de maio não é tido como um dia de glória para os negros mas, sim, como um dia de luta. Hoje (11), a segunda parte desse especial traz "os resquícios da escravidão" em forma de mini documentário.

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Para esta gravação, visitamos as comunidades da Vila do Vintém e Alto do Capitão, ambos da Zona Norte do Recife; a comunidade do Chié, localizada no Pina, Zona Sul - gravando também com vendedores ambulantes que trabalham de sol a sol na Agamenon Magalhães, uma das vias mais movimentadas do Recife. Confira agora as dificuldades diárias dos entrevistados que, sem assistência do Estado, sem emprego e sem pespectiva de vida, se arriscam pela sobrevivência.

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-> 130 anos do fim da escravidão: o que a abolição não aboliu? 

 

A Prefeitura de Guarulhos promove curso sobre os 130 anos da Lei Áurea, com o tema “130 Anos da Abolição Tardia – porque é importante falar sobre a garantia de direitos à população negra”. O curso começa na próxima quinta, 17, no Adamastor Centro (avenida Monteiro Lobato, 734, Macedo) das 19h às 22h.

Os assuntos abordados serão: racismo, suas bases históricas, os indicadores sociais que retratam as desigualdades raciais, como renda, acesso e cuidado à saúde, violência e o encarceramento da população negra.

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Veja aqui a programação completa:

Quinta-feira (17/05) - Aula Magna: Direitos Humanos e os 130 anos da Abolição Tardia, com Deise Benedito, militante do Movimento Negro, Especialista em Direitos Humanos, Assessora Técnica e Integrante do Ministério de Direitos Humanos

23/05 - Marcos dos Direitos Humanos, com Indyamara Massaro, bacharel em Relações Internacionais, mestranda em Resolução de Conflitos Internacionais e integrante da Subsecretaria da Igualdade Racial.

07/06 - Trajetória Sócio-histórica da população negra no Brasil, com a Mestre Mabel Assis, doutoranda em Antropologia pela PUC, professora universitária, assistente social e integrante da Subsecretaria da Igualdade Racial.

14/06 - Legislação e Políticas Públicas de enfrentamento ao racismo, com Greice Oliveira, assistente social, especialista em Gestão de Políticas Públicas pela UNIFESP e integrante da Subsecretaria da Igualdade Racial.

21/06 - Aula de Encerramento- Contextos contemporâneos e agravamentos do racismo e xenofobia, com o professor Dr. Cléber Santos Vieira, da UNIFESP.

A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, afirmou que a portaria do Ministério do Trabalho que altera a conceituação de trabalho escravo e muda as regras para a fiscalização da prática “fere, mata, degola e destrói a lei da abolição da escravatura”, em referência à Lei Áurea, assinada em maio de 1888. 

Uma das primeiras juízas negras do Brasil, Luislinda Valois é neta de uma mulher que foi escravizada, o que, segundo ela, aumenta sua responsabilidade em relação ao combate ao trabalho escravo no país. “Em meu ponto de vista, [a mudança] vai dificultar [fiscalizar] aquele infrator da legislação atual”, disse a ministra à Agência Brasil. 

A ministra foi cautelosa ao comentar o posicionamento do governo, por se tratar de uma medida de outro ministério, mas disse que “o presidente [Michel Temer] tem a palavra” e poderá reavaliar o assunto. “Não tenho dúvidas de que ele saberá decidir.”

Críticas da ONU

A Portaria 1.129, publicada na última segunda-feira (16), tem sido criticada por diversas instituições, como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Hoje (20), foi a vez de o Sistema ONU no Brasil divulgar posicionamento contra as mudanças propostas pelo governo. Em nota, as agências da ONU dizem ver com profunda preocupação a possibilidade de dificultar as ações de combate a este mal e sugerem “que eventuais alterações nessa definição envolvam debates mais amplos e profundos junto a todos os segmentos interessados”.

“No Brasil, muitos casos ocorrem de forma velada, como o trabalho escravo em fazendas, fábricas e domicílios. Somente com uma legislação precisa e fiscalização eficaz é possível enfrentar com determinação esta ameaça. Nas últimas décadas, o Brasil construiu essa legislação e executou políticas públicas de combate ao trabalho escravo que se tornaram referência mundial, mas que agora estão sujeitas a alterações pela nova portaria”, destaca o texto.

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Entidades representativas de veículos de comunicação divulgaram nessa segunda-feira (14) nota para manifestar "integral apoio" à Folha de S.Paulo contra a decisão de um juiz do interior do Rio que mandou o jornal apagar da internet trecho de reportagem publicada em 2010. O pedido foi feito pelo ativista Eduardo Banks, presidente de uma associação que propôs alteração na Lei Áurea para indenizar descendentes de proprietários de escravos.

O juiz Alexandre Paixão Ipolito, de Itaperuna, acatou o pedido de Banks para que fosse suprimido um parágrafo da reportagem que relata a defesa da indenização a herdeiros de proprietários de escravos em razão de supostos prejuízos financeiros causados pela abolição em 1888, no Império. A associação tem sede no Rio e leva o nome de Eduardo Banks.

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"As associações consideram fundamental que toda informação de interesse público seja levada à sociedade e condenam qualquer tentativa de impedir veiculações na imprensa, o que caracteriza uma violação ao princípio da liberdade de expressão, previsto na Constituição Federal", diz a nota, assinada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Esta não é a primeira vez que Banks entra na Justiça contra um veículo de comunicação. Em fevereiro, a revista eletrônica Consultor Jurídico (Conjur) foi absolvida em uma ação movida pela associação que pedia a retirada de trechos de uma notícia publicada no site. A reportagem dizia que o ativista era "contrário à legalização do aborto e à união homoafetiva, mas favorável a causas nazistas e à criminalização da prostituição". O Conjur divulgou na semana passada a decisão do juiz Alexandre Paixão Ipolito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

DE ÉLIDA MARIA

Em vigor no Brasil há mais de um século, a Lei Imperial de n.º 3.353, precedida pela Lei 2.040 e conhecida como Lei Áurea, completa nesta terça-feira (13), 126 anos. A norma sancionada pela princesa Isabel no ano de 1888 extinguiu a escravidão no País. No entanto, em pleno século XXI ainda é notório a existência de práticas que não só prendem, mas de fato escravizam pessoas através de preconceitos, racismo e desigualdades sociais.

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Desde a implementação da iniciativa até os tempos atuais muitas coisas evoluíram e foram condenadas na sociedade. O trabalho escravo infantil é uma dessas ações combatidas pelo Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador. Fruto do empenho da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (Conaeti), sob a coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem o objetivo de buscar metas e eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2015 e de erradicar a totalidade do trabalho infantil até 2020.

Mas não é apenas o trabalho infantil, fato corriqueiramente visto na época da escravidão que o Brasil, mesmo discretamente, possui. Segundo a historiadora Pallomma Melo, a Lei Áurea foi vista há muitos anos e principalmente nos livros de história como algo magnífico, porém, pouco se detalha sobre a situação dos negros após a norma entrar em vigor. “Os livros de história disseram que foi algo maravilhoso (a criação da Lei), mas como ficou depois a situação dos africanos que vieram na condição de escravos? Então, quando a gente parte para estudar os guetos, por exemplo, eles foram libertos, mas ficaram a margem da sociedade!”, contextualizou.

Para Melo, uma fatia da sociedade que ainda é escanteada é a mulher que muitas vezes trabalha em serviços “aquém” da sociedade. “Isso só vai mudar se houver, de fato, a implementação de políticas públicas sérias que atendam realmente essas camadas que ainda estão à margem. Houve um avanço sim, mas ainda falta muito, ainda há várias lacunas na Região Norte e Nordeste onde vemos muita deficiência e envolve até a questão educacional”, pontuou.

A historiadora também fez um comparativo entre o quantitativo de pessoas de determinadas etnias em profissões específicas. “Hoje as escolas públicas é composta porque quem? E na privada? Você conta nos dedos quem são pertencentes ao grupo étnico racional negro. (...) Nem todo mundo tem direito a educação de qualidade. Quantos médicos negros temos? Quantos advogados negros nós temos?”, indagou.

De acordo com o mestrando em Ciências Contábeis, João Marcelo, apesar de há 126 anos a Lei estar em vigor, à escravidão ainda existe. "A escravidão não chegou ao fim, outros tipos se institucionalizaram. O preconceito e a descriminação estão dentro de toda a sociedade", avaliou.

Preconceitos atuais - Recentemente durante um jogo da seleção brasileira, lançaram uma banana no jogador Daniel Alves. O atleta comeu a fruta e a partir daí surgiu uma intensa movimentação nas redes sociais com hastag #somostodosmacacos. A iniciativa foi aderida por populares e famosos, porém, muitas pessoas criticam a atitude de quem jogou a fruta e também da frase usada da internet. Não diferente da reprovação da hastag, a historiadora também foi contra a atitude. “Hoje nós temos a escravidão das ideias que são colhidas, porque temos pouco tempo de fazer um trabalho pedagógico que atende a realidade”, frisou, relembrando o fato do jogador. “Infelizmente artistas famosos, apareceram comendo banana e só aumentou mais a crítica que se faz. Eles afloraram pela ignorância e só afetou as redes sociais e houve uma posição contraditória, mas ficou na divisão do que é certo e do que errado e numa sociedade onde as pessoas interagem, também comungam preconceitos”, ressaltou.

Cota para negros – Indo ao encontro da defesa da historiadora sobre oportunidades educacionais a todas as etnias tramita no Senado o projeto de lei 6738/13 que estabelece cotas para negros em concursos públicos. A iniciativa vale para processos seletivos da administração pública federal e das autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União. No entanto, a norma não se aplicará aos concursos cujos editais tenham sido publicados antes da vigência da lei.

Apesar dos avanços e da participação política com projetos como o de cota racial, para Pallomma Melo ainda é preciso mais. “Tem muito o que se fazer, também na questão indígena. Tem muito o que se pesquisar e o que formar. Levar essas novas informações, novas ideias e sair para a prática com toda a sociedade, os colegas de trabalho e até na nossa família.  Porque a gente hão pode nos deixar levar por opiniões, temos que ter um referencial teórico”, destacou a historiadora. 

A estudante de ciências políticas do 8º semestre da Universidade de Brasília (UnB) Vanessa Machado entrou na instituição pelo sistema de cotas raciais, mesmo com nota suficiente para ser aprovada sem o sistema. Vanessa está na contramão das estatísticas, estudou em escola particular e seus pais são formados, mas ainda assim engrossa a voz do movimento negro ao não comemorar o dia de assinatura da abolição da escravatura, em 13 de maio, há 125 anos.

“O 13 de maio é um marco histórico legal, representa mais do que a assinatura da princesa Isabel. Representa o grito sufocado dos negros. Mas ainda há muitos desafios, estamos longe do ideal. Pobreza tem cor e não é por acaso”, analisa a estudante.

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O pensamento é compartilhado por frei David, presidente da Educafro, uma organização não governamental que tem a missão de promover a inclusão da população negra e pobre nas universidades públicas e particulares. Segundo ele, cerca de 40 mil estudantes passaram pelos cursinhos de pré-vestibular da rede e já concluíram o ensino superior. Além de também defender o sistema de cotas raciais, ele questiona a comemoração da data. 

“Nenhuma sociedade do mundo deixou uma etnia quase 400 anos escravizada e resolveu [o assunto] apenas com a assinatura de um papel chamado de Lei Áurea. A desigualdade é o fruto da perversidade dos sucessivos partidos políticos que nada ou muito pouco fizeram para compensar o povo negro nestes quatro séculos de escravidão e exclusão. Daí a necessidade de políticas públicas de ação afirmativa [cotas] para negros nas universidades”, avalia.

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, também defende as políticas de ações afirmativas instituídas pelo governo e critica a falta de espaços para projetos culturais que tratem da temática afro-brasileira.

“Arte e cultura negra ainda não são inseridas no sistema. Há muita dificuldade na captação de recursos para esses projetos. Um dia não precisaremos mais de cotas, mas elas são necessárias atualmente e representam uma vitória, uma abertura de espaços”, diz Hilton Cobra.

A data de assinatura da lei marca atualmente o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo. No país, é considerada crime de racismo a conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou coletividade. A pena é imprescritível e inafiançável. O Código Penal prevê também o crime de injúria racial, que consiste em ofender a honra de alguém com a utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem.

“Ser negro no Brasil é sofrer preconceito diariamente. É preciso ter esse debate, falar sobre o racismo. Quando não se fala, a questão se torna invisível. Essa linha que divide o que denigre a imagem de alguém e o que não denigre é muito tênue”, diz Vanessa. 

Para atender à população que enfrenta a situação no seu cotidiano, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial criou a ouvidoria, que recebe desde 2011 denúncias contras atos de racismos e discriminação racial em todo país. Segundo informações, a pasta recebeu até hoje 710 denúncias. O canal de atendimento ao cidadão é por meio do telefone (61) 2025-7001 ou do e-mail seppir.ouvidoria@seppir.gov.br.

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