No dia em que o bairro mais famoso do Rio celebrava seus 120 anos, um incêndio de grandes proporções destruiu na manhã desta sexta-feira a loja de artigos para festas Aidan, localizada no número 616 da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das mais movimentadas de Copacabana, na zona sul da cidade. Não houve feridos. O trânsito ficou complicado no bairro durante toda a manhã, devido à interdição do tráfego entre as ruas Figueiredo de Magalhães e Santa Clara.
Funcionários da loja, que não quiseram se identificar, contaram que o fogo começou às 9h15, no segundo pavimento do prédio, onde havia refeitório, estoque e máquinas. A loja, que funciona no local desde 1987, estava aberta havia apenas 15 minutos. Vinte e cinco funcionários e alguns clientes estavam no estabelecimento. Todos conseguiram sair rapidamente.
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O fogo também atingiu a loja Arrazo, de vestidos para festas, localizada ao lado da Aidan. "Meus funcionários disseram que os bombeiros levaram 40 minutos para chegar. O fogo atingiu os fundos da loja, onde fica meu estoque. Ainda não calculei meu prejuízo", reclamou Salim Youssef Diwan, proprietário da Arrazo.
Testemunhas também contaram que inicialmente as mangueiras do Corpo de Bombeiros não tiveram pressão suficiente para combater as chamas, o que teria atrasado ainda mais o trabalho. Cerca de cem homens de diversos quartéis dos bombeiros participaram do combate às chamas. Dois caminhões com escadas Magirus foram utilizados. Vice-presidente da Associação de Moradores de Copacabana, Tony Teixeira cobrou maior fiscalização do poder público para evitar novos incêndios. "É uma triste coincidência. No dia em que comemora seus 120 anos, uma loja de festas pega fogo. A fiscalização tem de ser intensificada. Há muitas lojas no bairro que funcionam em prédios antigos", afirmou.
Por volta das 11h30, o secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, afirmou que o incêndio havia sido controlado. Ele negou que os bombeiros tenham levado 40 minutos para chegar ao local. "O quartel do bairro fica bem próximo de onde ocorreu o incêndio. Tivemos problemas no trânsito, mas a informação que eu tenho é que o socorro levou oito minutos para chegar. Se tivesse levado 40 minutos, todo o quarteirão teria sido atingido, devido à enorme quantidade de plástico, papel e outros materiais da fácil combustão que havia na loja".
O coronel também minimizou as críticas em relação à baixa pressão da água que saía das mangueiras. "É natural a dificuldade inicial para conseguir água. É necessário localizar hidrantes urbanos próximos do local do incêndio e fazer a conexão das mangueiras. Não houve nenhum problema. Nossas viaturas são de primeiro mundo. Nos últimos cinco anos, foram investidos R$ 300 milhões em equipamentos para os bombeiros. O importante é descobrir se a loja cumpria a legislação de prevenção de incêndios, e não se o bombeiro fez ou não vistorias no local", disse.
Técnicos da Defesa Civil da prefeitura constataram que os prédios contíguos à loja que pegou fogo não tiveram as estruturas abaladas. "Apenas o mezanino do prédio atingido (que tem dois andares) corre risco de desabar. Somente a perícia vai poder apontar a causa do incêndio", disse Simões. À tarde, a fachada da Aidan foi demolida para evitar acidentes. Duas das quatro faixas de rolamento da Nossa Senhora de Copacabana foram liberadas ao trânsito às 13h30 desta sexta-feira.