A varejista de materiais de construção Dicico vai abrir lojas quatro vezes maiores e usar a marca chilena Sodimac no Brasil, uma das bandeiras do grupo Falabella, novo controlador da companhia. A empresa vendeu, em maio, 50,1% de suas ações à Falabella por R$ 388 milhões.
A empresa já está procurando terrenos de cerca de 30 mil metros quadrados para abrir lojas com área construída de 12 mil metros quadrados, disse o presidente da Dicico, Dimitrios Markakis, durante palestra no 16º Fórum de Varejo da América Latina, organizado pela consultoria GS&MD. Hoje, uma loja padrão da Dicico tem 3 mil metros quadrados.
##RECOMENDA##A marca Dicico, presente em 58 unidades, também será mantida. A empresa, que antes da venda tinha Markakis e o executivo Jorge Letra como copresidentes, mudou sua forma de gestão. Markakis é presidente da empresa, Letra será diretor da Dicico e um novo executivo será o diretor da Sodimac no Brasil.
As lojas da Sodimac venderão categorias que não são atendidas hoje pela Dicico. Vamos adotar o conceito de home improvement. Além do material de acabamento, onde já somos fortes, as lojas terão materiais de construção mais básicos e produtos para a casa, disse Markakis.
As lojas da Sodimac já oferecem no Chile produtos como sofás, panelas, talheres e roupas de cama. Com a entrada na categoria de decoração e produtos para a casa no Brasil, a empresa terá novos concorrentes. Além das redes de construção C&C e Leroy Merlin, a Dicico passará a bater de frente com varejistas como Camicado, Casas Bahia e Magazine Luiza.
Musculatura
A visão de Markakis é de que o varejo precisa de escala para sobreviver. A Dicico quer ganhar musculatura com lojas maiores e novas unidades. Não temos opção. Temos de crescer para sobreviver, disse. Nos associamos a Falabella para crescer rápido.
Em julho do ano passado, Markakis disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que não queria vender a empresa. O plano era fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para financiar seu plano de expansão. A meta, na ocasião, era chegar a 100 lojas até 2015. Ele diz que mudou de ideia e que a chegada dos chilenos dará o fôlego que a empresa precisa para crescer. É quase como um IPO. É uma associação para crescer. Saí com caixa zero. Todo recurso da venda foi aportado na empresa para fazer ela crescer, disse Markakis.
O empresário prevê uma corrida entre as varejistas de material de construção para ocupar o mercado brasileiro. Por isso, diz que não colocará o pé no freio no seu plano de abertura de lojas, apesar do desaquecimento da economia. Os grupos estrangeiros vão chegar. A Sodimac viria para cá conosco ou sem. As redes de varejo têm de se posicionar agora. Mais tarde não vai dar, disse. Segundo ele, o varejo de construção civil ainda não está tão consolidado como outros segmentos, como o de alimentos. Não há mais espaço para uma Tesco vir para o Brasil, por exemplo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.