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Andorinhas é o nome da loja de artesanato que vai ser inaugurada em Belém no dia 5 de março deste ano. O espaço é reservado para artesãos de todo o Estado do Pará que buscam um lugar tanto para vender quanto para divulgar seus produtos. A loja fica localizada na travessa 14 de Março, entre as ruas Oliveira Belo e Diogo Móia.
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O diferencial dessa loja é que os produtos vendidos fazem parte da prática da economia solidária. Mas o que é isso? É uma economia na qual não existe a relação de patrão-empregado, os lucros dos produtos vendidos são repassados diretamente para quem produziu, sendo essas pessoas artesãos e agricultores, sem a presença de um intermediário. Os artigos são feitos manualmente e de forma que não agrida o meio ambiente e, além disso, é necessário que os vendedores tenham uma proposta social de qualidade de vida.
Um cadastramento prévio com as pessoas que tiveram interesse em vender seus produtos na loja foi realizado nesta terça-feira (16). Para a montagem da Andorinhas, uma parceria entre a Rede de Economia Solidária e Designers foi feita. “Para nós é um prazer ter uma parceria como essa, é muito rico e só estou aprendendo com esse grupo. Estamos acreditando que teremos um resultado satisfatório. Tanto a rede quanto os participantes da rede estarão aprendendo com essa experiência”, disse Bertolina Silva, estudante do curso de Economia Solidária, que ajudou na realização do cadastro dos produtos que serão vendidos na loja. “Os artesãos mesmo dizem que é a primeira vez que, além de ver que alguém se importa em comercializar, tem alguém que oriente para que eles façam da melhor forma, pra que tenham o melhor resultado”, ressaltou.
Segundo Ligia Braim, uma das designers, na maioria das vezes o artesão ou o produtor rural precisa de um olhar profissional para que o seu produto seja inserido da melhor forma no mercado. “Ele entende muito da técnica, mas às vezes falta um olhar mercadológico de acabamento, ou de material, um posicionamento de nicho de mercado. Várias questões que a gente pode contribuir e abrir o campo para os pequenos empresários”, falou.
Conceição é uma das artesãs que terá seus produtos à venda. Além dela, muitas pessoas que fazem parte do grupo de artesãos da cidade de Bragança enviaram seus artefatos. Maria de Lourdes Rodrigues, que também é artesã e mora na cidade de Belém, levou produtos como um boneco de Santo Antônio, boneca de pano, ímã de geladeira em forma de picolezinho, pregadores de roupas com enfeites de galinhas e arranjo para centro de mesa com flores. “Fico ouvindo música, vendo televisão, é gostoso de fazer. Adoro trabalhar com artesanato. Às vezes trabalho até quatro, cinco da manhã. Me dá prazer. Faço com amor”, disse entusiasmada.
De acordo com Maria de Lourdes, uma das coisas que lhe motivaram a levar seus objetos foi enxergar a loja como meio de divulgação do seu trabalho. “Nós, artesãos, se não tivermos nosso espaço, nossa comunidade para trabalhar em conjunto, é difícil. Eu trabalho há mais de dez anos, e falo isso pela minha dificuldade. Tenho um pequenino espaço na minha casa que chamo de ateliê, é lá que eu trabalho e também vendo. Participo de feiras quando tem, isso para mim vai ser uma grande oportunidade, para expor, divulgar. As pessoas vão conhecer ainda mais o teu trabalho”, afirmou.