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O deputado Paulo Maluf (PP) votou às 9h40 deste domingo, em um colégio na região do Itaim, na zona sul da capital paulista.

Perguntado sobre o apoio ao candidato petista Fernando Haddad, Maluf brincou dizendo que se sente mais de esquerda que os representantes do PT. "Eles (PT) estão à minha direita; perto deles eu me sinto um comunista".

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Acompanhado pelo secretário-geral do PP paulista, Jesse Ribeiro, Paulo Maluf votou no segundo andar do colégio Sacre Couer de Marie. A votação foi tranquila, sem tumulto nesta manhã.

Fora de uma eleição municipal pela primeira vez em 12 anos, o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) pediu direito de resposta três vezes contra propagandas do PSTU que o classificaram como "um símbolo da corrupção". Seus advogados qualificaram os comentários como "inverídicos e injuriosos", mas as representações foram extintas, pois a Justiça Eleitoral só pode ser acionada por participantes da disputa.

Maluf articulou o apoio do PP à candidatura de Fernando Haddad (PT), mas os pedidos de direito de resposta foram feitos apenas em seu nome. Ele queria que o PSTU cedesse três espaços de um minuto em sua propaganda para que pudesse se defender.

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Em programas eleitorais veiculados em agosto, a candidata à Prefeitura Ana Luiza (PSTU) e um candidato a vereador do partido citaram suspeitas de corrupção para desqualificar as alianças por Haddad e por José Serra (PSDB).

"Kassab é repudiado pela população e acusado de corrupção. Ele apoia o Serra, que é o candidato do PSDB, da direita e das privatizações. Por outro lado, o PT coligou com Maluf que é um símbolo da corrupção. Isso é uma vergonha", dizia uma das peças.

Para os advogados de Maluf, os comentários "atingem sua honra subjetiva e objetiva já que é pessoa pública de notória e larga experiência política".

O ex-prefeito diz que foi prejudicado pois "não há qualquer condenação na esfera cível ou criminal" contra ele. Maluf nunca foi condenado definitivamente, mas chegou a ficar 40 dias detido, em 2005, sob acusação de lavagem de dinheiro. Em 2010, foi incluído em uma lista de procurados da Interpol e pode ser preso se viajar ao exterior.

Maluf alegou que a punição ao PSTU era necessária para evitar a "maculação" do processo eleitoral. Seu pedido não foi apreciado, pois o juiz o considerou "pessoa alheia" à disputa.

 

Os advogados de Paulo Maluf sofreram uma derrota na Justiça de Jersey e a Corte Real da ilha rejeitou mais uma tentativa de adiar o julgamento em relação ao destino do dinheiro que estaria congelado em contas no paraíso fiscal. Para a corte, a iniciativa dos advogados de Maluf de apresentar um recurso era "tático" e concorda com a versão dos advogados da prefeitura de São Paulo de que os argumentos para pedir o adiamento seriam "cínicos".

Há cerca de um mês, a Corte concluiu as audiências em torno do caso aberto pela prefeitura de São Paulo para reaver o dinheiro que Maluf teria desviado das obras da Avenida Águas Espraiadas e que estariam no paraíso fiscal. O julgamento permitiu que, pela primeira vez em uma década, documentos fossem liberados mostrando que a família de Maluf administrou contas no exterior, algo que o ex-prefeito sempre negou.

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O 'Estado' revelou na época, com exclusividade, detalhes dessa gestão e o fato de que os advogados de defesa admitiram que Maluf era beneficiário dessas contas, enquanto seu filho Flávio era diretor de uma das empresas para onde o dinheiro era enviado. Uma decisão deve ser tomada nos próximos meses. Mas, enquanto isso, a corte tem sido obrigada a se pronunciar sobre tentativas dos advogados de Maluf de impedir que uma decisão seja anunciada.

Numa decisão tomada no dia 22 de agosto e que foi divulgada agora, a corte revela como os advogados do ex-prefeito tentaram, já em 04 de julho, incluir novos elementos ao processo e, assim, pedir que a audiência fosse adiada. Uma primeira decisão rejeitou o pedido. Mas os advogados de Maluf voltaram a insistir com a tese e apelar da decisão. Uma vez mais a corte a rejeitou, no dia 28 de agosto. Os advogados de Maluf insistiam em mudar algumas de suas respostas que haviam dado no processo, dois anos depois que elas foram entregues ao juiz, o que atrasaria o andamento do caso.

Entre os motivos da rejeição, a corte estima que as explicações que os advogados de Maluf gostariam de incluir poderiam ter sido apresentadas "durante as audiências". O que os advogados de Maluf queriam incluir, segundo os documentos da Corte, seriam "declarações legais de advogado"P.G. de M. Lopes". O jurista, ainda segundo a Corte, seria um sócio do escritório Leite Tosto e Barros Advogados, justamente quem fala em nome de Maluf no Brasil.

Há um mês, esse mesmo escritório rejeitou a informação de que os advogados que estavam presentes em Jersey representavam Maluf. No mais recente documento, a corte relembra que, já em 2009, o mesmo Lopes tentou "sem sucesso desafiar a jurisdição da corte". Isso provaria que ele já conhecia o dossiê desde então.

Outra tentativa da defesa de Maluf foi a de provar que a Prefeitura de São Paulo não poderia ser parte do processo. Isso porque, se alguém teve algum prejuízo com o desvio de dinheiro, essa seria a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), e não a Prefeitura. A corte relembrou em sua decisão desta semana que essa não foi a posição dos advogados de Maluf, nem em respostas dadas em novembro de 2010 e nem em março de 2011. "O objetivo e efeito de emendar (a resposta) seria permitir que a defesa alegasse que a única pessoa que poderia dizer que sofreu alguma perda é a Emurb e que a Prefeitura não tem lugar nessa ação", indicou os juízes, na decisão.

"Diante da falta de explicação para essa tentativa de último minuto de mudar sua posição original em relação à Emurb, não é difícil de ver porque os advogados da acusação convidam à Corte a concluir que o pedido não é mais que uma tentativa cínica de impedir o julgamento", indicaram os juízes, que sustentaram a tese de que a iniciativa foi tomada por "motivos táticos. "Por todos esses motivos, os pedidos (de inclusão de novas informações) foram recusadas", concluiu o documento.

Nas próximas semanas, a Corte deve se pronunciar sobre o dinheiro de Maluf na ilha e se os recursos devem ou não voltar aos cofres públicos em São Paulo.

A polêmica aliança entre o PT de Fernando Haddad e o PP de Paulo Maluf para as eleições municipais de São Paulo voltou à tona no quarto bloco do primeiro debate entre os candidatos a prefeito realizado pela TV Bandeirantes. Candidata pelo PPS, Soninha Francine perguntou a Celso Russomanno (PRB) se Maluf teria espaço em sua gestão e se a troca de aliança por tempo de TV valeria a pena.

O candidato pelo PRB foi categórico: "De jeito nenhum (Maluf teria espaço). O que eu passei na mão desse cidadão, ninguém quer passar. O que eu preciso é fazer aliança com gente de bem, gente que tem ética. Esse senhor não terá espaço".

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"Fazer alianças não é problema nenhum. Desde que essa aliança seja feita em torno de um compromisso ético, com princípios, com valores", alfinetou Soninha. "Se a gente continuar repartindo o governo assim, vamos continuar sofrendo com a corrupção", afirmou ainda a candidata, sobre divisões de subprefeituras e trocas entre partidos.

No segundo bloco, o candidato pelo PSOL, Carlos Giannazi, já havia questionado o fato de Haddad estar aliado com um político procurado pela Interpol. O petista se defendeu sem citar nominalmente Paulo Maluf, dizendo que se aliou a partidos e não a pessoas.

O advogado David Steenson, que representa as offshores Kildare e Durant perante a Corte Real de Jersey na ação em que a Prefeitura de São Paulo busca repatriar US$ 22 milhões - dinheiro supostamente desviado dos cofres públicos municipais na gestão do deputado e ex-prefeito Paulo Maluf (1993-1996) -, informou que vai recorrer a "todos os tribunais disponíveis, caso necessário, de qualquer decisão adversa tomada em primeira instância".

Em comunicado oficial, Steenson destacou que a defesa vai insistir na versão de que a Prefeitura não é a parte legítima para a demanda, e sim a antiga Empresa Municipal de Urbanização (Emurb). A Emurb, uma empresa de economia mista, era responsável pela contratação de empreiteiras para grandes obras viárias.

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O Ministério Público Estadual (MPE) sustenta que Maluf teria recebido recursos desviados da construção da Avenida Água Espraiada, depois rebatizada de Roberto Marinho, na zona sul. Parte desse dinheiro teria sido remetida para contas daquelas offshores, Kildare e Durant. O ex-prefeito nega desvios em sua gestão.

Na sexta, o jornal O Estado de S.Paulo informou que a Justiça de Jersey rechaçou as principais teses da defesa na ação de repatriação do dinheiro. Argumentos sobre a falta de competência da Prefeitura para entrar com a ação e suposta prescrição dos atos atribuídos ao ex-prefeito não foram considerados válidos. A sentença sobre a devolução ou não dos US$ 22 milhões reclamados pela Prefeitura deve sair nas próximas semanas.

David Steenson advoga os interesses das duas offshores que, segundo o Ministério Público paulista, seriam controladas por Flávio Maluf, filho do ex-prefeito. Durante sessões do julgamento ocorridas duas semanas atrás, a defesa das offshores admitiu a ligação de Flávio com as contas em Jersey. Chegou a dizer que o próprio ex-prefeito as usou, mas para depósitos de dinheiro obtido em negócios "privados".

No recente comunicado, Steenson repetiu o argumento dos advogados de Maluf no Brasil e disse que fala "exclusivamente pelas empresas", não pela família do ex-prefeito. E insistiu no argumento central da defesa das offshores na ilha do Canal da Mancha. A "entidade correta que deveria estar envolvida nos procedimentos, se de fato houver tal demanda, seria a Emurb, que assinou os contratos com as empreiteiras em março de 1987", e não o município.

No comunicado, Steenson anotou: "Os advogados de defesa gostariam de informar sua intenção de apelar a todos os tribunais disponíveis, caso necessário, de qualquer decisão adversa tomada em primeira instância pela Corte Real de Jersey." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Justiça Federal em São Paulo aceitou nesta segunda-feira (23) denúncia da Procuradoria da República e abriu processo criminal contra 11 pessoas acusadas de desviar recursos públicos na construção da antiga avenida Água Espraiada, rebatizada de Jornalista Roberto Marinho, nas gestões dos ex-prefeitos Paulo Maluf (1993-1996) e Celso Pitta (1997-2000).

A decisão foi tomada pela 2.ª Vara Federal, especializada na condução de ações sobre crimes financeiros. São alvo do processo executivos e ex-executivos da OAS e da Mendes Júnior, empreiteiras que fizeram a obra, além de dois ex-funcionários da Emurb, antiga empresa municipal de urbanização, responsável pela contratação dos serviços. A Procuradoria da República informou ontem que "todos responderão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro".

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A ação criminal é um desmembramento do processo penal que tramita no Supremo Tribunal Federal contra Maluf, hoje deputado federal, por supostos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa, evasão de divisas e crime contra a administração pública.

Maluf é acusado de receber dinheiro desviado da obra da Água Espraiada e enviá-lo para contas na ilha britânica de Jersey, no Canal da Mancha. Na semana passada, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que a defesa da offshore Durant admitiu que uma conta na ilha é da família de Maluf e foi inclusive usadas pelo ex-prefeito - os advogados, porém, disseram que o dinheiro que circulou por lá tinha origem lícita, de negócios privados de Maluf.

A informação consta de documentos apresentados à Justiça local, em audiência de ação movida pela Prefeitura de São Paulo para reaver US$ 22 milhões supostamente desviados de obras da gestão do ex-prefeito, incluindo a construção da avenida Água Espraiada. A defesa da família Maluf no Brasil rebate as informações da defesa da offshore em Jersey. Afirma que os advogados de lá não falam pelo ex-prefeito.

Na denúncia aceita pela 2ª Vara Federal anteontem, o Ministério Público atribui a Maluf "ilícitos investigados de desvio de recursos públicos na construção da Avenida Água Espraiada".

A investigação é resultado do compartilhamento de provas do inquérito civil público que deu origem à ação de improbidade administrativa atualmente em curso na Justiça Estadual. "Foram obtidas provas de que agentes públicos, políticos e representantes das empresas que participaram da construção da Avenida Água Espraiada se associaram para cometer crimes contra administração pública", afirma o Ministério Público Federal.

De acordo com a Procuradoria, "para desviar o dinheiro público, os representantes do Consórcio Água Espraiada e as empresas do Grupo Mendes Júnior e OAS subcontratavam empresas de prestação de serviços ou de materiais que emitiam notas superfaturadas ou notas frias por serviços nunca realizados".

A Procuradoria afirma que, "pelo lado da Prefeitura, a antiga Emurb realizava medições falsas na obra e atestava os serviços não realizados, autorizando assim a liberação de recursos para as empresas envolvidas". "Esses recursos eram repassados às empresas subcontratadas através de cheques nominais", diz a denúncia. "No mesmo dia do pagamento, ou em dia próximo, as empresas subcontratadas emitiam cheques ao portador, que eram depositados em contas de terceiros, de doleiros, prestadores de serviços, ou sacados em dinheiro. O objetivo era dificultar a identificação e a origem dos recursos (...) As empreiteiras também convertiam os valores em dólares e escondiam o dinheiro em caixas de uísque, bombons ou pacotes de presentes, com o objetivo de ocultar a movimentação dos recursos", afirma o Ministério Público. "O dinheiro era entregue ao ex-presidente da Emurb, Reynaldo Egydio de Barros, que posteriormente distribuía a Paulo Maluf e a Celso Pitta, quando este era prefeito."

O ex-prefeito nega desvios nas obras de sua gestão. A assessoria de imprensa da Mendes Júnior destacou que a denúncia é contra pessoas físicas. "A Mendes Júnior não é parte no processo", anotou a Brickmann&Associados Comunicação. A OAS não se pronunciou sobre as acusações do Ministério Público Federal. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

Um dia após a defesa da offshore Durant admitir que contas da empresa em Jersey receberam dinheiro do ex-prefeito e deputado Paulo Maluf (PP-SP), o Ministério Público de São Paulo quer usar os documentos apresentados na corte da ilha britânica em processos na Justiça brasileira. Ontem, último dia de audiências na Corte Real de Jersey, advogados da Prefeitura rechaçaram a versão de que os valores seriam uma "comissão" por negócios privados.

Os advogados de defesa tentaram adiar o julgamento da ação em que a Prefeitura tenta reaver US$ 22 milhões supostamente desviados de obras na antiga Avenida Água Espraiada (hoje Jornalista Roberto Marinho). O pedido foi negado. A Justiça de Jersey, porém, só anunciará uma decisão sobre o caso nas próximas semanas.

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"Esse dinheiro não foi pagamento de contratos da Enterpa, mas de corrupção", disse o advogado Stephan Baker, que representa a Prefeitura no julgamento em Jersey. "Notas fiscais foram dadas pela Mendes Junior por serviços e eram falsamente inflacionadas. Eram pagamentos que faziam parte de uma fraude."

A Mendes Junior foi a empreiteira contratada pela extinta Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), responsável pelas obras na Água Espraiada. Segundo a Prefeitura e o Ministério Público, a construtora exigia de empresas subcontratadas a emissão de notas frias para superfaturar os serviços. Os valores adicionais teriam sido repassados a autoridades municipais, incluindo Maluf. Esses recursos teriam passado pelas contas em Jersey.

A defesa da offshore afirmou no tribunal e apresentou documentos, como informou na quinta-feira o jornal O Estado de S.Paulo, admitindo que as contas da Durant bloqueadas pela Justiça eram controladas por Flávio Maluf, filho do ex-prefeito. Mas os advogados alegam que Maluf recebeu uma "comissão" por "facilitar a aquisição" da empresa de lixo Enterpa pelo grupo argentino Macri, entre 1997 e 1998. O ex-prefeito, no entanto, não teria conhecimento de que a "recompensa" seria paga através da conta Chanani, em Nova York, e depois iria a Jersey.

Cópias

No Brasil, o promotor de Justiça Silvio Antonio Marques, que há 12 anos investiga Maluf, informou que o Ministério Público vai requisitar cópia dos documentos apresentados pelos advogados da Durant. Para ele, os papéis são "fundamentais", pois derrubariam a versão de Maluf de que nunca teve ativos depositados no exterior.

Marques planeja juntar os documentos nos autos de ação civil da 4.ª Vara da Fazenda Pública da Capital, em curso desde 2004 - desde aquele ano, bens móveis e imóveis de Maluf e de 35 acusados, incluindo seus parentes, no montante global de R$ 5 bilhões, estão bloqueados.

Na ação, Maluf é citado por improbidade nas obras da Água Espraiada e do Túnel Ayrton Senna. Na segunda-feira, por unanimidade, a 4.ª Câmara de Direito Público rejeitou pedido para desbloquear os bens de Maluf.

Estratégia

O esforço da defesa em Jersey para mostrar que as transações nas contas da offshore são decorrentes de "negócios legítimos" é interpretada pela acusação como uma tentativa de convencer o juiz de que os ativos seriam, na pior das hipóteses, fruto de evasão fiscal, e não de corrupção. Paraísos fiscais, como Jersey, aceitam colaborar com governos estrangeiros para recuperar ativos, mas apenas quando se trata de corrupção.

A Prefeitura afirma que essas transações indicam ligação direta entre a movimentação em Jersey e as notas superfaturadas. Além disso, testemunhas relataram como funcionaria o esquema.

Entre 24 de dezembro de 1997 e 2 de fevereiro de 1998, o Município pagou à Mendes Junior R$ 57,2 milhões. Em janeiro e fevereiro de 1998, a construtora teria depositado R$ 13,5 milhões em contas de Flávio e Paulo Maluf.

Naquele período, a família Maluf mandaria para a conta Chanani, em Nova York, US$ 10,5 milhões em treze transações. Dessa conta, parte do dinheiro foi usado em leilões de arte na Sotheby’s, compra de relógios de luxo e outros pagamentos.

Dias depois, transferências da Chanani foram feitas para contas em Jersey, num total de US$ 13,1 milhões para a Durant.Outra empresa controlada por Flávio Maluf, a Kildare, receberia US$ 13,5 milhões. Esse seria o caminho do "enriquecimento ilegal" da Durant - ou da família Maluf. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O ex-prefeito Paulo Maluf, hoje deputado federal pelo PP, não se pronunciou nesta quarta-feira (18) sobre as alegações de advogados que representam a offshore ligada à sua família no processo em que a Prefeitura de São Paulo tenta repatriar US$ 22 milhões. A reportagem entrou em contato com seus assessores mas não obteve resposta até o momento. Desde que as suspeitas sobre o uso de paraísos fiscais surgiu, no início da década passada, Maluf sempre negou ter contas no exterior.

No processo em Jersey, os advogados da offshore ligada à família do ex-prefeito admitem que ele recebeu comissões em contas da ilha, mas dizem que as transações nada tinham a ver com acusações de corrupção. A defesa afirmou que foram usados doleiros para enviar dinheiro ao exterior mas rejeitam a suspeita de que os recursos tenham vindo de verbas públicas. A defesa apontou ainda que, no Brasil, "doleiros eram aceitos pela sociedade como uma maneira de enviar dinheiro ao exterior".

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E apelou aos juízes para que "avaliem o caso sem emoção". Insistiu, também, que, mesmo que tenham existido as transferências ao exterior e que haja indícios de fraude em São Paulo, não há prova de que o dinheiro saiu de cofres públicos.

Um dos argumentos do advogado David Steenson - que representa a empresa Durant, cujo diretor foi Flávio Maluf - é que as transações apresentadas não são necessariamente subornos e a prefeitura "fracassou" em provar isso. Steenson alegou que a conta Chanani, no Safra National Bank de Nova York, era apenas uma conta por onde eram movimentados no exterior os ativos de doleiros e de Maluf.

Em nenhum momento Steenson lembrou das tradicionais frases de Maluf, de que "não tem" contas no exterior. Ao juiz, tentou provar que "os documentos não explicam nada. Nem de onde veio o dinheiro e nem para onde foi". "Pode até existir algum tipo de fraude em São Paulo. Mas não há provas." Para concluir, insistiu que Maluf não teve chance de se defender. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

Advogados da offshore Durant admitiram em documentos entregues à Justiça de Jersey que a família de Paulo Maluf controlava contas na ilha britânica do Canal da Mancha. Admitiram ainda que o próprio Maluf recebeu "comissões" nessas contas. Os papéis foram anexados ao processo no qual a Prefeitura de São Paulo tenta recuperar US$ 22 milhões que diz terem sido desviados de obras da gestão Maluf, entre 1993 e 1996.

A admissão dos advogados desmonta a versão sustentada por Maluf há anos, de que ele não tem contas no exterior. A conclusão do processo, prevista para ontem, acabou adiada para hoje a pedido da defesa. Em 1.º de novembro de 2010, documento anexado pelos advogados da offshore diz que Maluf "tinha interesse" na Durant. O papel acabou substituído em 15 de março de 2011. O nome de Maluf foi suprimido. Os advogados citaram, então, Flávio Maluf, filho do político. "Admite-se que o sr. Flávio Maluf era o diretor da Durant e da Sun Diamond Limited", escreveram os advogados, citando duas offshores.

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Os advogados da Durant, porém, sustentam que o dinheiro nas contas do paraíso fiscal era originado de "negócios legítimos". Um dos pagamentos que foram parar numa conta em Jersey, segundo os advogados, se referia a uma comissão recebida pelo ex-prefeito após ele intermediar a venda de empresas.

Já os advogados da Prefeitura sustentam que o dinheiro é de corrupção: foi enviado a Jersey nos anos 1990, em rota que incluía a Mendes Júnior, empreiteira que ajudou a construir a Avenida Águas Espraiadas (rebatizada de Jornalista Roberto Marinho), doleiros e contas em Nova York, nos EUA. Para a prefeitura, está clara a estratégia de defesa de Maluf: ela reconhece que o dinheiro e as contas existiam, mas insiste que, no máximo, o ex-prefeito cometeu evasão fiscal, o que não seria crime suficiente para que Jersey devolvesse os ativos aos cofres brasileiros. O paraíso fiscal está disposto a colaborar em casos de corrupção, mas não evasão fiscal.

Novas provas

Apesar de a conclusão do julgamento sobre os valores congelados na ilha estar previsto para hoje, o juiz Howard Page deverá dizer apenas nas próximas semanas se aceita ou não a devolução do dinheiro ao Brasil.

Nesta quarta-feira (18), o advogado contratado pela Prefeitura de São Paulo, Stephan Baker, apresentou novas provas que, segundo ele, confirmam as transferências de dinheiro entre a construtora Mendes Júnior e as contas de Maluf no exterior, o que obrigou o juiz a dar mais um dia para que a defesa respondesse. Além disso, a visita do príncipe Charles à corte também obrigou a suspensão do julgamento por três horas.

Baker mostrou transferências e extratos bancários que sustentam a tese de testemunhas segundo a qual a Mendes Júnior emitia notas superfaturadas e que a diferença era depositada em contas de Maluf - executivos da empreiteira foram denunciados criminalmente na semana passada pelo Ministério Público de São Paulo justamente no caso da Av. Águas Espraiadas.

A nova prova irritou os advogados da empresa controlada pela família Maluf. Eles alegaram que os dados não eram conhecidos e que a prefeitura esperou até o último dia para apresentá-los. O próprio juiz não escondia surpresa. "Como é que isso é apresentado só agora?" Os advogados da prefeitura disseram que, ao ver que seus documentos foram acusados de serem falsos pela defesa de Maluf - tese apresentada anteontem -, tiveram de se defender. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

O julgamento do pedido de repatriação de dinheiro supostamente desviado da Prefeitura de São Paulo na gestão Paulo Maluf (1993-1996), em Jersey, é usado pelas autoridades locais como exemplo de que a ilha não é conivente com a corrupção. Nesta terça-feira (17), ao iniciar os trabalhos no tribunal, a defesa da offshore suspeita de ligação com Maluf tentou desqualificar as testemunhas de acusação.

Jersey, ilha no Canal da Mancha pertencente ao Reino Unido, é alvo de ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, contra paraísos fiscais. Uma iniciativa de 2008, liderada pelo então senador, propunha sanções contra centros offshore que não cumprissem acordos internacionais para compartilhar informações sobre suspeitos de crimes financeiros. Jersey foi duramente cobrada e, desde 2011, utiliza o caso do ex-prefeito para aliviar essa pressão.

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Além de manter empresas com contas em Jersey, Maluf teria transferido parte dos recursos entre os EUA e paraísos fiscais. A movimentação chamou a atenção da Justiça americana. O procurador-geral de Jersey aceitou repassar ao Departamento de Justiça dos EUA documentação relativa ao caso.

Testemunhas - A defesa da offshore Durant, suspeita de ligação com a família de Maluf, questionou a veracidade dos testemunhos que acusam o ex-prefeito de desvios em obras públicas. O advogado David Steenson questionou até a existência das testemunhas de acusação. Hoje, segundo e último dia de julgamento, a Justiça ouvirá os advogados ingleses contratados pela Prefeitura para reaver US$ 22 milhões supostamente desviados.

O juiz Howard Page, porém, não deve dar a sentença já. A previsão é que seja divulgada nos próximos dias e caberá recurso. O caso que tem Maluf como alvo é chamado pela imprensa local como "o maior processo civil da história do sistema legal de Jersey".

O advogado da Durant citou várias vezes o nome de Maluf, apesar de ele negar ter contas no exterior. Em 150 minutos, Steenson justificou a atuação de doleiros e até lembrou que o brasileiro foi "candidato a presidente".

A defesa insistiu que a Prefeitura não tem prova de que as transações no exterior sejam frutos de corrupção, uma mudança radical de estratégia em comparação à tática usada antes, de que as contas não existiam. "São apenas hipóteses", disse Steenson, que insistiu que os testemunhos de acusação seriam "forjados" - muitos depoimentos foram enviados por escrito e outros dados por videoconferência.

O advogado questionou a ausência do promotor Silvio Marques, responsável pelo caso no Brasil. Marques precisou mandar e-mail a Jersey confirmando que as testemunhas são reais.

Há também documentos segundo os quais o ex-prefeito recebeu propina mesmo depois de deixar a Prefeitura. A acusação sustenta que a empreiteira Mendes Júnior, uma das responsáveis pela construção da Avenida Água Espraiada (hoje Jornalista Roberto Marinho), emitiu notas fiscais com valores até dez vezes superiores ao custo dos serviços.

Parte da denúncia é baseada no depoimento de Simeão Damasceno de Oliveira, ex-coordenador administrativo-financeiro da Mendes Júnior. Pelo depoimento, 10% do valor de algumas das notas pagaria a obra. O restante seria dividido em propina, inclusive a Maluf. A devolução era feita aos beneficiários do esquema ou a doleiros que enviavam o dinheiro ao exterior.

Em 16 de abril de 1996, por exemplo, a Mendes Júnior deu um cheque de R$ 3,54 milhões à Planicampo Terraplenagem. No dia 17, a Planicampo emitiu 22 cheques, num total de R$ 3,18 milhões, que teriam sido redistribuídos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

O processo contra o ex-prefeito Paulo Maluf em Jersey conta com imprevistos que contrastam com a importância do caso. Ontem, após mais de dez anos de trocas de cartas rogatórias, brigas políticas, investigações e recursos, a Corte Real de Jersey teria sua última audiência em torno de Maluf. Adiou a sessão por causa do nevoeiro.

O "fog" que tomou a pequena ilha entre a França e a Inglaterra impediu que o juiz enviado por Londres aterrissasse em Jersey. O voo partiu de manhã, ficou no ar por mais de uma hora esperando as condições melhorarem, o que não ocorreu, e o avião retornou. O processo foi adiado em pelo menos quatro horas e, diante da condição climática, arrastou-se até hoje.

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Ontem, outro imprevisto foi a invasão do saguão por um pato, afastado em silêncio por seguranças, para não atrapalhar a sessão. Para completar, o processo será interrompido no meio da tarde de hoje para a visita do príncipe Charles e de sua mulher, Camila. A recepção ocorrerá justamente na porta da corte, na praça central de Saint Helier. Ontem, enquanto o caso Maluf era tratado na corte, as secretárias comentavam sobre a roupa e chapéus que usariam para o evento de hoje.

Jersey não é mesmo um lugar comum. A ilha tem 90 mil habitantes e 36 mil empresas e fundações registradas, todas em busca do sigilo bancário e de isenção de impostos. São 46 bancos internacionais registrados, entre eles um da Índia e outro do Canadá, e mais de 200 trustes que gerenciam US$ 500 bilhões em fortunas de todo o mundo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou criminalmente oito executivos ligados ou que já pertenceram aos quadros das empreiteiras Mendes Júnior e OAS sob a acusação de desvio de dinheiro da obra da avenida Água Espraiada, hoje rebatizada de Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf (1993/1996). Segundo a denúncia, parte dos recursos foi enviada para contas em paraísos fiscais em favor de Maluf.

Os executivos são acusados de peculato e lavagem de dinheiro. Seis são da Mendes Júnior: Jesus Murillo Valle Mendes, diretor presidente do grupo, Jefferson Eustáquio, diretor superintendente, Angelo Marcos de Lima Cota, diretor administrativo, Sidney Silveira Lobo da Silva Lima, diretor regional, Joel Guedes Fernandes e Rosana de Faria Oliveira.

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Outros dois denunciados são da OAS: Carlos Manoel Politano Laranjeira, diretor financeiro da holding OAS Participações, entre 1993 e 2000, e José Adelmário Pinheiro Filho, diretor superintendente e administrador da Construtora OAS naquele período. Também são acusados dois nomes da cúpula da antiga Emurb (Empresa Municipal de Urbanização): Fernando Kurkdjibachian e Célio Bernardes.

Maluf, deputado federal pelo PP, não está entre os denunciados porque contra ele já corre ação penal sobre o caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é citado na denúncia criminal, porém, como beneficiário de verbas desviadas dos cofres públicos.

A denúncia criminal, subscrita pela procuradora da República Ana Cristina Bandeira Lins e protocolada na Justiça Federal em 22 de maio, narra especificamente a conduta das empreiteiras no esquema, a partir de inquérito da Polícia Federal.

O inquérito federal é um desdobramento da ação que o ex-prefeito responde no Supremo por lavagem de dinheiro. Em ação civil que tramita na 4.ª Vara da Fazenda Pública e que também subsidiou a investigação criminal, o Ministério Público Estadual informa que foram gastos US$ 600 milhões na obra. Do montante, segundo "relatório de propina" que consta dos autos, 37% foram desviados.

"A presente investigação decorre de desmembramento dos autos criminais em trâmite (contra Maluf) no STF pelos ilícitos referentes ao desvio de recursos públicos no curso da construção da Avenida Água Espraiada."

O inquérito criminal teve origem com o compartilhamento de provas de inquérito civil e da ação de improbidade na 4.ª Vara da Fazenda - em 2004, a Justiça bloqueou R$ 5 bilhões de Maluf e das empreiteiras.

"Os autos foram desmembrados da ação penal (do STF) para identificar a autoria das demais pessoas físicas que participaram de tais fatos criminosos", ressalta Bandeira Lins. "As empreiteiras se associaram para a prática habitual de crimes contra a administração pública, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Subcontratavam empresas que emitiam notas fiscais por serviços não realizados ou lançados a preço bem maior. Tais empresas devolviam às empreiteiras grande parte dos recursos recebidos, aproximadamente 90%, através de cheques ao portador."

"As empreiteiras convertiam os recursos desviados em dólares e procediam ao acondicionamento de tais moedas em embalagens dissimuladas, caixas de uísque, bombons, pacotes de presente, para entrega-los a Reynaldo de Barros (então presidente da Emurb, já falecido)", sustenta a Procuradoria. "Barros distribuía tais recursos a Maluf e, após a assunção de Celso Pitta (prefeito entre 1997 e 2000, falecido), a este também. O dinheiro era destinado a contas não declaradas no exterior, como a Chanani e a Falcon, visando ocultação de sua origem e localização."

Outro lado

O ex-prefeito Paulo Maluf afirmou que as obras da Água Espraiada não foram contratadas pela Prefeitura, mas pela antiga Emurb. "As obras foram realizadas há vários anos e as contas relativas às mesmas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Município e pela Câmara Municipal. Portanto, há um engano na postura da procuradora da República", disse Maluf, por meio de sua assessoria de imprensa.

A Mendes Júnior disse que não tem conhecimento da acusação criminal. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa informou: "A Mendes Júnior Engenharia desconhece a denúncia. Por isso, não irá se manifestar, vez que o processo criminal citado refere-se a pessoas físicas e não a pessoa jurídica."

O criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso, que defendeu a Tecla Transportes - subcontratada pela Mendes Júnior -, declarou: "Os dirigentes sequer foram ouvidos na fase de inquérito, mas a empresa cumpriu o que lhe cabia com relação ao que foi contratado e recebeu o valor referente aos serviços."

Fernando Kurkdjibachian, ex-diretor administrativo da Emurb, não foi encontrado. Célio Rezende Bernardes, que era diretor de obras da Emurb, não respondeu aos recados deixados em sua casa. A OAS não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A aliança com o PP do deputado federal Paulo Maluf voltou a ser um dos principais temas abordados no início da tarde deste sábado, no segundo dia oficial de campanha do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Em plenária realizada no bairro do Itaim Paulista, extremo leste da Capital, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) abriu os discursos justificando a polêmica aliança do PT com o partido de Maluf, sob o argumento de que ela foi feita para que Haddad, ainda pouco conhecido da população, tivesse mais tempo na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV.

Apesar de justificar o acordo para cerca de cem militantes petistas presentes ao evento no bairro do Itaim Paulista, Jilmar Tatto evitou citar o nome de Paulo Maluf. Em seu pronunciamento, o parlamentar argumentou que o acordo com o PP não vai interferir no conteúdo programático da campanha de Fernando Haddad: "O tom de nosso projeto de governo será tocado pelo PT e pelo candidato Fernando Haddad". Tatto disse, ainda, que depois de perder o apoio do PR (que fechou aliança com o tucano José Serra, adversário de Haddad neste pleito), o PT teve de buscar outras alternativas, como o PP, legenda que vinha sendo disputada pelos adversários, sobretudo o PSDB.

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Depois das justificativas feitas pelo deputado federal, Haddad falou aos militantes, mas com um outro foco: centrando seu discurso nos ataques ao adversário José Serra e ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). O candidato petista acusou Kassab de cuidar apenas de seu recém-criado partido e trabalhar somente meio período pela cidade. E voltou a lembrar que José Serra deixou a administração municipal com menos de dois anos de mandato para disputar o governo do Estado.

Para Haddad, o problema de Serra não é apenas "o abandono da Prefeitura com menos de dois anos de mandato", mas a falta de atenção a uma das áreas mais crítica para a população, a da saúde. O petista disse que seu adversário prometeu cuidar da saúde e não cuidou. "Um (Serra) abandonou a cidade e o outro (Kassab) trabalha apenas meio período", ironizou.

Sobre a justificativa da aliança com o PP de Paulo Maluf, feita por Jilmar Tatto, Haddad destacou, em entrevista à imprensa: "Nunca fulanizamos o debate, nem em relação à oposição. Eu não fico apontando para a oposição, nomeando pessoas e nem secretários do Kassab, prefiro falar de projeto político". Segundo ele, "é necessário escapar de armadilhas como esta e apresentar um acordo político que propicie alternativas ao eleitorado".

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não se arrependeu de ter posado ao lado do ex-adversário Paulo Maluf, na semana passada, no ato que selou o apoio do PP à pré-candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Nesta segunda, após cerimônia que oficializou o apoio do PCdoB à campanha de Haddad, Lula foi questionado se estava arrependido da aliança com o PP e da foto, que gerou muita polêmica e foi a responsável pela saída da deputada Luíza Erundina do posto de vice na chapa petista. Ao ser indagado, limitou-se a dizer: "Não, nem um pouco."

Bem humorado, Lula pautou seu discurso no evento da aliança PT-PCdoB com muitos ataques à campanha do adversário tucano José Serra. Na sua avaliação, o tucano comete um erro ao relançar sua candidatura sem ter completado o mandato na gestão municipal. E ao usar como mote a competência, vão acabar beneficiando Haddad. "Vamos ter de enfrentar nossos adversários, que são os tucanos. Estou vendo nosso adversário dizer que a competência vai vencer o novo, portanto, meu filho (Haddad), você já ganhou, porque competência ali não tem nada", provocou.

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De acordo com Lula, as pesquisas já indicam que a campanha tucana "está patinando". "Acho que jogaram óleo na pista de patim dele", alfinetou. O petista acredita que a população lembrará que Serra deixou a administração municipal com pouco mais de um ano de governo: "Ele não pegou nem a segunda enchente e já correu." Para ele, os mesmos analistas que criticavam a então candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, também vão se surpreender com a performance de Haddad nas urnas.

Ainda com a voz fraca e falha, o ex-presidente disse que até agosto (mês em que começa a ser veiculado o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV) deve recuperar a voz e que hoje ele já conseguiu recuperar mais de 70% da mobilidade de sua perna esquerda. Ele garantiu que participará da campanha nas ruas e na TV. "Se for necessário, vou morder a canela dos adversários", disse.

Lula destacou a lealdade do PCdoB para com ele nos últimos anos e disse que o apoio do vereador Netinho de Paula pode ajudar Haddad a atingir os "rincões da periferia". "Acho que o Netinho pode nos ajudar a chegar no povo do gueto", aposta.

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, disse nesta quinta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser responsabilizado sozinho pela polêmica fotografia em que aparece ao lado de Paulo Maluf (PP).

Em entrevista num hotel da Barra da Tijuca, onde participa da conferência Rio+20, Carvalho observou que a candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo é organizada pelas lideranças e dirigentes do PT. "Ele (Lula) está conversando com muita gente", afirmou. "Está se atribuindo ao Lula uma responsabilidade que não é só dele."

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Na conversa com os jornalistas, o ministro reconheceu que o ex-presidente ainda se recupera de problema de saúde, mas repetiu que a direção nacional do PT participa da organização da campanha de Haddad. "Ele (Lula) não está sozinho", disse Carvalho.

O ministro afirmou que, agora, com a desistência de Luiza Erundina (PSB) em ser vice de Haddad, o PT precisa buscar um novo nome e "tocar a vida para frente". "Essas coisas acontecem. A redução dos danos agora é a própria dinâmica da campanha que vai ditar", ressaltou.

Com bom humor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) evitou comentar nesta quarta a aliança do PT com Paulo Maluf (PP) em torno na candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. O ex-presidente visitou o espaço Humanidade 2012, que recebe discussões paralelas à Rio+20 no Forte de Copacabana, ao lado de Paulo Skaf e Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidentes das federações da indústria dos Estados de São Paulo e do Rio (Fiesp e Firjan), respectivamente. Ao ser questionado sobre o que achava da parceria costurada pelo PT, ele respondeu: "Estou no Rio, não vi nada".

Após um encontro que reuniu Lula e Maluf na segunda-feira, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) se recusou a permanecer como vice na chapa do petista Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.

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O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, também preferiu não comentar, pelo segundo dia consecutivo, se o acordo do PT com o PP de Paulo Maluf pode beneficiar o ex-governador José Serra na disputa pelo governo de São Paulo.

"Esse é um assunto que cabe ao PT explicar", afirmou Alckmin. "O Serra tem um amplo arco de alianças. Já tem cinco partidos: PSDB, Democratas, PSD, PV e PR. E que é uma aliança forte e com bom tempo de televisão", acrescentou o governador.

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, saiu nesta terça-feira em defesa da aliança formada pelo PT com o ex-prefeito Paulo Maluf, para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura paulistana. Antes do anúncio de desistência da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) ao posto de vice na chapa de Haddad, Carvalho chegou a fazer um "apelo" para que a ex-prefeita não se afastasse da candidatura.

Em entrevista durante a conferência Rio+20, onde falava sobre a importância da participação dos movimentos sociais no encontro, o ministro Gilberto Carvalho explicou que a aliança com o PP de Paulo Maluf apenas repete a ligação que já existe no governo federal. "Não estamos cometendo nenhuma heresia do ponto de vista da política", declarou ele. "Nós não estamos abrindo mão de uma vírgula do nosso programa de governo e não houve nenhuma imposição por parte do PP para nos apoiar. Se houvesse alguma coisa programática, aí sim seria uma incoerência". Para ele, "o importante é quem está dando o tom e, neste caso de São Paulo, é a candidatura do Fernando Haddad, a semelhança do programa o governo federal".

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Lembrado sobre o fato de que Paulo Maluf exigiu um cargo no Ministério das Cidades para aderir à campanha de Haddad em São Paulo, o ministro respondeu: "houve uma troca no ministério das Cidades, como tem havido em qualquer negociação política. Não foi oferecido nem dinheiro, nem corrupção, nada. A pessoa indicada passou pelo aval que nós fazemos com os nossos funcionários e o Ministério das Cidades já é do PP".

Carvalho não vê que o partido esteja "pagando um preço diferenciado ou indevido" pelo apoio de Maluf. "Não vejo problema nisso, na medida que toda aliança implica em uma participação nos cargos. E insisto: o importante é que ele se perfile com o programa de governo que estamos construindo para São Paulo". O ministro disse ainda que "não vê" que a aproximação com Paulo Maluf "seja uma catástrofe ou um problema" pois, na sua opinião, o que importa agora é a proposta que temos para governar São Paulo".

O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse nesta terça ser contrário ao "vale tudo" para ampliar o tempo de TV na campanha eleitoral. Apesar de evitar comentar a adesão do ex-prefeito de São Paulo e deputado federal Paulo Maluf (PP) à chapa do petista Fernando Haddad, e a crise que isso provocou com Luiza Erundina (PSB), o tucano fez questão de dizer que não mudaria sua política de alianças por mais minutos no horário eleitoral.

"Temos já perfilado na aliança o PV, PSD, PR e o DEM. São quatro partidos, além do PSDB. Portanto, são cinco partidos na aliança. Acho que o tempo (de televisão) que nós temos já é bem razoável", disse Serra. "Claro que sempre ter mais tempo de TV é bom, mas não vale tudo", ressaltou o pré-candidato tucano.

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Apesar do tom sereno e de parecer que queria evitar polêmica, Serra usou palavras como "problema" para se referir à aliança de Haddad e Maluf e deixou claro que sua política de alianças é diferente.

"Eu não vou comentar sobre isso. É um problema de outros partidos. É a população que tem que analisar, julgar e avaliar", disse Serra. "Cada um faz a política de alianças que bem entende, cada partido e cada força política."

O pré-candidato tucano esteve no Rio, onde assistiu a um debate da Cúpula de Prefeitos (C40), entidade que reúne 59 metrópoles, no espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana. Ao lado do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), o tucano acompanhou uma mesa sobre a importância dos governos locais e dos compromissos coletivos no esforço de conter as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento urbano sustentável, com a participação dos prefeitos de Nova York, Michael Bloomberg, do Rio, Eduardo Paes (PMDB), entre outros.

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), foi mais um petista a manifestar incômodo com a parceria do partido, em São Paulo, com o PP do deputado federal Paulo Maluf para apoio à candidatura de Fernando Haddad à prefeitura. "É evidente que não é uma foto normal", disse, sobre a imagem de Maluf apertando a mão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, em São Paulo. "Mas é a convivência democrática, até porque estamos aqui no ambiente da Rio+20 e, portanto, a sustentabilidade significa que não devemos exterminar nenhuma espécie", sorriu.

Para o governador baiano, a aliança "vale o esforço" se for para render o que se espera: a vitória de Haddad. "Tem um político velho que diz que não existe nada impossível na política", disse, após encontro de governadores na Rio+20, no Parque dos Atletas. "Acho que ele (Lula) fez a foto com um objetivo: trazer o PP e conquistar o apoio pelo tempo de televisão, por ser mais um partido na aliança que já está na sustentação do governo Dilma."

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Wagner afirmou que Maluf tem uma "história até contraditória" com a sua, mas "as coisas estão tão distantes que essas questões vão sendo superadas e as pessoas se aliam". "Eu digo sempre que a foto não mostra o mais importante. O mais importante é: qual o programa de governo que o Haddad eleito vai levar para São Paulo? Este, seguramente, terá a ver com as nossas raízes, com a nossa história, e com aqueles que são, também, aliados de sempre", afirmou.

Presente ao encontro, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), evitou falar sobre a parceria. Perguntado se o apoio de Maluf à campanha de Haddad "facilitaria a vida" dos tucanos na eleição, Alckmin se limitou a dizer que caberia ao PT se pronunciar.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), apesar de petista, também se esquivou: "Vamos deixar para o governo local resolver." Já o governador gaúcho, Tarso Genro (PT), disse que preferia, antes de opinar sobre a parceria, conversar com "os companheiros de São Paulo, Haddad e Lula".

"É perfeitamente natural que as pessoas se manifestem, principalmente as de São Paulo. Mas eu estou lá no Rio Grande do Sul, isolado do contexto nacional", brincou, e disse aos jornalistas: "Vocês nunca 'dão bola' para o Rio Grande do Sul, só vêm me perguntar coisas de São Paulo. Então vou aguardar um pouco para manifestar minha opinião."

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), defendeu nesta terça a aliança de seu partido com o PP do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) para a disputa da prefeitura de São Paulo. A ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do candidato Fernando Haddad à casa de Maluf para oficializar a aliança irritou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que chegou a ameaçar deixar o posto de vice na chapa. Mas para Maia, a aliança é natural.

"O PP faz parte da base aliada em Brasília e a resolução política do PT é de procurar aliança com partidos da base. Não há nenhum desconforto em uma aliança do PT com o PP. Teria se fosse com o DEM, o PSDB ou PPS", disse Maia.

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Maia disse que a aliança com o PP se insere "na composição mais ampla que o PT patrocina no campo federal" e que a composição "não é apenas com Maluf". Para Marco Maia a aproximação do PT com Maluf não terá consequência negativa na eleição. "O eleitor ao escolher seus representantes olhará para propostas, para o projeto para a cidade. Temos que evoluir na dinâmica de não olhar mais para as pessoas, mas para o projeto".

Comércio de emendas

O presidente da Câmara afirmou que vai encaminhar à Corregedoria da Casa o pedido de investigação sobre um suposto esquema de comércio de emendas entre deputados da Bahia. Segundo reportagem do jornal O Globo, o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) teria negociado com os colegas Marcos Medrado (PDT-BA), Geraldo Simões (PT-BA) e com o ex-parlamentar Fernando de Fabinho (DEM-BA).

Maia negou que o caso se configure em um "esquema" com emendas. "Não há um esquema de compra e venda de emendas. Há uma denuncia de um ou dois parlamentares que precisa ser investigada. A maioria faz bom uso das emendas".

O presidente da Câmara defendeu as emendas parlamentares ao afirmar que esta é a forma mais eficiente da sociedade participar da elaboração do Orçamento. "Entre a decisão de parlamentares que visitam suas bases e cidadãos que ficam atrás de uma mesa prefiro que os representantes da sociedade tomem as decisões sobre a aplicação de recursos públicos", afirmou.

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