Dezembro tem se mostrado um mês muito frutífero musicalmente falando. Os lançamentos não param de chegar nas plataformas digitais e tem novidade para os mais diferentes públicos - do pop ao rock, passando pelo forró e rap, entre outros estilos. Confira algumas das novidades que ‘brotaram nas paradas’ nos últimos dias.
Jordanna Vitória
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Divulgação/Thais Lima
A cantora e compositora olindense Jordanna Vitória apresenta seu EP de estreia, ‘Coração em Descompasso'. Com voz adocicada e melodias que remetem à MPB, com tons de pop, a artista canta sobre paixão e amor em três canções. Uma delas, ‘Lei’, conta com um videoclipe já disponível no YouTube.
Cassiola
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O pernambucano Cassiola lança mais um single, dentro da série de lançamentos que vem conduzindo desde 2018. Em ‘Tudo o que vier à cabeça’, o cantor e compositor mistura soul e indie, com pegada setentista, sob a produção de Zeca Viana.
Felipe El
Divulgação/José de Holanda
Após Felipe El interpretar Moraes Moreira em um musical sobre os Novos Baianos, o cantor e compositor decidiu homenagear a obra do mestre. Assim nasceu o projeto ‘El canta Moraes’, que é apresentado agora ao público com o single ‘Chão da Praça’. A empreitada deve virar, em breve, um álbum duplo, com a luxuosa presença do guitarrista Davi Moraes, herdeiro direto de Moraes.
Neto Muniz
Divulgação/Miro Newton
O cantor e compositor Neto Muniz flerta com o samba-rock e o pop na faixa ‘Meus Planos’. Com mensagem otimista, e levada solar, o single adianta o que está por vir no novo EP do artista que tem previsão de lançamento para o ano de 2022.
Du Point
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Original da zona norte de São Paulo, a banda Du Point lança seu primeiro EP, ‘Simples como tem que ser’. Em cinco faixas, no melhor estilo pop rock nacional , passando ainda pelo reggae e outros tons cheios de brasilidade, o álbum fala sobre cotidiano com leveza e muito bom astral, mesmo que seja na hora de falar sério, como no caso da canção ‘Aê Doutor’.
Flávia Bittencourt
Divulgação/Ayrton Vale
A maranhense Flávia Bittencourt homenageia o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, na faixa ‘Rei Gonzaga’. Com sotaque moderno e pegada eletrônica, a cantora lançou a homenagem, composta por Carlinhos Brown, no Dia do Forró, comemorado no aniversário de Gongaza (13/12), e pouco após o forró ter sido reconhecido como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil.
Pedro Santos
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O multi-instrumentista, arranjador e compositor paulistano lança seu primeiro disco solo, 'susurrO.' Em sete faixas, o músico mistura sonoridades, que vão da MPB passando pelo rock progressivo e, ainda, com tons de blues. O álbum traz canções autorais e uma releitura, da música ‘Dores de Amores’, de Luiz Melodia.
Samuca e a Selva
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Muito swing e aquela cara de verão, é o que entregam Samuca e a Selva em ‘Jussara’. A música cheia de balanço traz arranjos bem desenhados, um naipe de metais calibrado e, ainda, embala um curta-metragem musical - Dirigido por Carina Mazarotto e Ricardo Sant’Anna, disponível no YouTube.
Rafa Chagas
Divulgação/Lucas Leawry
Entre afrobeats, funk, trap e batidas de reggae, o ex-Timbalada Rafa Chagas se juntou à cantora Jennifer Nascimento no single ‘É sobre isso’. A música traz mensagem otimista com o propósito de encerrar o ano de 2021 com boa energia e desejando coisas melhores para o ano que virá a seguir.
TAUÃ, Bruniño e Lucas Bezerra
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São Paulo, Pernambuco e Ceará se encontram no single ‘Tô te esperando’, uma mistura de tecnobrega e carimbó, com nuances pop, e refrão chiclete. Os músicos TAUÃ, Bruniño e Lucas Bezerra abusam da malemolência nessa faixa que é um verdadeiro convite para dançar.
André Ribas
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Preparando-se para lançar o álbum ‘Acordeon Instrumental’, o músico André Ribas alimenta um bocadinho da curiosidade do público com o single ‘O Ovo’. Destacando-se no cenário da música instrumental, o acordeonista se inspira em grandes instrumentistas brasileiros, como Albuno Munique, Dominguinhos e Sivuca em busca de sua sonoridade própria. ‘O Ovo’ conta, também, com um vídeo já disponível no YouTube.
MV Bill e Kmila CDD
Reprodução/Douglas Jacó
Dispensando apresentações, o rapper MV Bill dá continuidade à parceria com a irmã, Kmila CDD, na faixa ‘Briga de Casal (Estilo Vagabundo 5). A parceria, desta vez, conta com o festejado produtor Papatinho.
Abrahones e os Incuráveis
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As angústias de um médico que esteve na linha de frente da pandemia do coronavírus são mote para ‘Parabéns aos Envolvidos’. A música, um genuíno punk rock, se propõe a ser um grito de protesto contra a forma como o governo federal vem conduzindo a crise sanitária.
O ano de 2021 começa a arrumar as malas para partir mas as novidades musicais não param de surgir. O mês 12 do primeiro ano da década 20 está que nem Papai Noel: cheio de presentes para quem adora curtir sons novos e essa lista de lançamentos pode provar. Confira o que a primeira metade de dezembro - e finalzinho de novembro - já acumulou de bom nas plataformas digitais.
Zé Guilherme
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O cantor e compositor cearense Zé Guilherme faz um passeio por sua trajetória musical no EP ‘Zé’. Em seis faixas, o artista apresenta algumas de suas referências, que vão do forró ao maracatu, passando pelo samba, e entrega um produto cheio de brasilidades. Uma das canções, ‘Esperar’, ganhou um videoclipe que já está disponível no YouTube.
Bia Villa-Chan
Divulgação
A cantora e multi-instrumentista pernambucana Bia Villa-Chan homenageia o brega, recentemente reconhecido como patrimônio imaterial cultural do Recife, e colocou suas linhas de bandolim na música ‘Suas Cartas’, originalmente gravada pela banda Brega.com. A música conta com arranjos assinados por Renato Bandeira, da Spok Orquestra.
Quebrada Queer
Divulgação/Gustavo Dantas
Eles estão de volta! Após dois anos sem lançamentos, o Quebrada Queer, primeiro primeiro coletivo LGBTQIAP+ de rap nacional, retorna à cena com o single ‘ABC do QQ’. Misturando as batidas fortes de ritmos como o funk carioca, trap e rap, o grupo volta com rimas mais afiadas que nunca e discurso ferino. A música também conta com um videoclipe já disponível no YouTube.
Raphael Costa
Divulgação/Jade Mariani
O pernambucano Raphael Costa abusa da leveza para cantar sobre saudade no single 'A Saudade não é palavra’. Com produção de Juliano Holanda, a canção embala o ouvinte com o tradicional duo voz+violão e tons que remetem às bucólicas paisagens interioranas do país. Tudo isso é ilustrado em um videoclipe já disponível no YouTube do artista.
Laís de Assis
Divulgação/Sidarta
A violeira pernambucana Laís de Assis ressignifica o tradicional sotaque da viola em seu primeiro álbum ‘Ressemântica’. Com sonoridades potentes, ela traz uma musicalidade própria cheia de ancestralidade feminina e referências que acumulou ao longo de sua trajetória. O álbum conta, também, com a poesia de Graça Nascimento, da cidade de Canhotinho, localizada no agreste de Pernambuco, e de músicos como Renata Rosa e Gilú Amaral.
PEU
Divulgação/Luca Castro
O cantor e compositor baiano PEU desenhou uma atmosfera leve e descontraída para o single ‘Ela é Você’. Produzida por Rafael Ramos, que já trabalhou com nomes como Pitty e Maglore, a música traz arranjos animados no melhor estilo pop-alto astral. Também tem um videoclipe,na mesma pegada, gravado na Bahia.
Nada Será Como Antes
Divulgação
Reunindo grandes nomes do cenário atual da música brasileira, como Romero Ferro, Teago Oliveira, Tuyo, Jup do Bairro, Brisa Flow e Helio Flanders, entre outros, a série ‘Nada Será Como Antes’ traz cinco faixas que colocam os artistas em duplas interpretando canções inéditas. A ideia era musicar as angústias e sensações provocadas pela pandemia. Já disponível nas principais plataformas digitais.
Geraldo Maia
Divulgação
Dispensando apresentações, o cantor e compositor Geraldo Maia convidou ninguém menos que opianista pernambucano Zé Manoel para o single ‘Horizonte Castanho’. A música é uma prévia do que virá no próximo álbum de Maia, que deve chegar ao público no primeiro semestre de 2022, após um hiato de sete anos sem novos álbuns seus.
Parte 3
Divulgação/Leandro Saucer
Os cariocas da Parte 3 resolveram ilustrar o single ‘Vida’, com um videoclipe recém saído do forno. A música integra o último EP lançado pelo grupo, ‘Nada Será como Antes’ e traz uma mensagem pró-vida com pegada eletrônica e aquele tecladinho inconfundível no melhor estilo oitentista.
Barro
Divulgação
O pernambucano barro misturou o seu pop ao bregafunk da dupla Shevchenko e Elloco no single ‘patricinha Maloqueira'. A música conta com beats assinados por Tombc e Marley no Beat e um videoclipe dirigido por Julio Fonseca da produtora Subverso Lab. Dançante e divertida, a música une esses dois universos sonoros convidando o ouvinte para dançar.
Chinaina
Divulgação/Pamela Gachido
O pernambucano Chinaina antecipa o que virá no seu próximo álbum, ‘Carnaval da Vingança', com a releitura de um clássico, ‘Hardcore Brasileiro’. Aqui, a música lançada originalmente em 1999 na primeira banda do cantor e compositor olindense, a Sheik Tosado, ganha tons de frevo com uma metaleira inconfundível aliada ao peso do hardcore. Para o próximo álbum, Chinaina prepara outras releituras além de algumas inéditas.
Meninas em Movimento pela Educação
Reprodução
O projeto Meninas em Movimento pela Educação, do Cabo (PE), reúne meninas de diferentes identidades mandando uma rima pesada contra a violência, abusos e exploração sexual sofrida por muitas jovens Brasil afora. A música ‘Meninas não vou deixar vocês parar de sonhar’ tem letra de MC Nanny Naggo, beat de Hermano Gonçalves e mixagem de Demócrito Gama. No YouTube da ONG Centro das Mulheres do Cabo é possível assistir ao videoclipe da faixa.
Benji & Rita
Divulgação/Erika Garrido
As inquietações do início de um novo amor dão o tom para o single ‘Impetuosa Atração’, da dupla Benji & Rita. Com sonoridade um tanto jazzística, a faixa traz a interpretação cheia de dramaticidade de Rita acompanhada pelos arranjos criativos de Benji.
Forfun
Divulgação/Daryan Dornelles
A Forfun presenteia os fãs resgatando a demo ‘Das pistas de skate às pistas de dança’, de 2003. para celebrar os 20 anos de história, a banda traz algumas das primeiras versões de canções que depois foram gravadas em seu primeiro álbum. São 12 faixas de pura nostalgia para aqueles que acompanham a trajetória do grupo.
Dudu Hissa
Reprodução
O fluminense Dudu Hissa se junta ao pernambucano Otto para a solar ‘Corpo Flechado’. A música é a primeira de uma série de lançamentos que virão e traz em sua melodia um mix de ritmos brasileiros como baião e samba arrematados com beats eletrônicos. A fixa também ganhou um videoclipe já disponível no YouTube.
Bárbara Eugênia
Divulgação
Cantando em inglês e em português, a cantora Bárbara Eugênia traz o amor e a paixão no álbum ‘Crashes n’ Crushes’. Gravado de forma minimalista, o trabalho traz a artista em uma versão pouco vista, quase um acústico. A produção é assinada por ela mesma em parceria com Bianca Godoi.
Dulce Quental
Divulgação/Nana Moraes
Dulce Quental recorre ao cinema e ao tango na expressiva ‘Vagalumes Fugidíos’. Com referências que vão do cineasta italiano Pasolini, passando pelos tons argentinos do tango, e com pitadas de crítica politizada, a cantora e compositora carioca antecipa um pouco do que virá no próximo álbum da cantora, com lançamento previsto para março de 2022, ‘Sob o signo do amor’.
Timbaladies
Divulgação
Três mulheres que marcaram a história da Timbalada em diferentes momentos da banda se reencontram na formação do grupo feminino Timbaladies, sob a liderança do mestre Carlinhos Brown. Patrícia Gomes, Amanda Santiago e Paula Sanffer comandam os vocais do grupo e estreiam com o single ‘Tá na mulher’, uma releitura de um dos clássicos da Timbalada. Em breve, o público será presenteado com um álbum de inéditas. A banda conta ainda com Viviam Caroline, Carla Fashion, Érica Amorim, Érica Sá, Elem Silva, Loiá Fernandes, Meire Breu, Sandrinha do Timbal, Tainara Carvalho, Tainá Tai, além de Aline Santana, Ana Monterry, Jessica Kaline, e Suyá Synergy.
Sambas de Erasto
Divulgação/Mateus Ilário
Os olindenses Rogerman e Gangga Barreto se juntaram para uma homenagem ao conterrâneo Erasto Vasconcelos. Falecido em 2016, o percussionista, cantor e compositor também olindense foi o responsável pela formação musical de vários nomes da cena local. O álbum, um pedido do próprio Erasto à amiga Gangga, traz 10 sambas inéditos de sua autoria que, além de reverenciar a obra do mestre, também firmam a bela parceria entre a cantora e percussionista e o companheiro de trabalho, Rogerman.
John Mueller
Divulgação/Mariana Florêncio
Mais pop do que nunca, John Mueller traz a leve ‘Pés no Chão’ par o seu repertório. A música, produzida por Jorge Helder, traz elementos do ijexá em um balanço descontraído que embala perfeitamente a letra da canção, parceria com Gabriel Caminha. A faixa também ganhou um videoclipe já disponível no YouTube.
Taliza
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A cantora e compositora paulistana Taliza adiciona uma pitada de R&B em seu trabalho na nova ‘O que cê fez comigo’. Cantando sobre uma desilusão amorosa, a cantora traz um genuíno pop com batidas seguras que acompanham a sua voz adocicada.
Luíza Lapa
Divulgação
Mais um nome dessa nova safra do pop nacional, Luíza Lapa apresenta seu segundo single, ‘Tudo de bom’. A música é recheada de beats e sintetizadores além de uma levada dançante e pegada divertida.
O décimo mês do ano está passando rápido, porém, não sem garantir gratas surpresas nas plataformas digitais. Nossos intrépidos artistas brasileiros não param de produzir e mandaram algumas ótimas novidades que ‘rechearam’ outubro com singles e videoclipes. Confira alguns dos lançamentos que foram disponibilizados nos streamings nos últimos dias.
Dani Costa
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A recifense Dani Costa misturou bregafunk com pop e mandou a dançante ‘Senta pra Chefe’. Conhecida como A Queridinha, Dani iniciou a carreira como dançarina, mas decidiu assumir o microfone em 2018. Ela promete outros lançamentos ainda neste ano de 2021. A produção é assinada por WR no Beat.
Marcela Brandão
Divulgação/Ale Saraiva
A paulistana Marcela Brandão canta sobre engajamento político e liberdade na carismática ‘Batedeira’. Misturando elementos de música brasileira e pop eletrônico, a cantora manda seu recado de forma leve e com muita suavidade, tal qual sua voz.
Orquestra Raiz
Divulgação/Patrícia Araújo
A Orquestra Raiz decidiu ilustrar a música ‘Mistério’ e para a missão, escalou os artistas visuais cearenses Jonas Gomes e Raisa Christina. O resultado foi uma animação que busca um diálogo com a própria letra da canção, extraída de um poema do saudoso Paulo Leminski. ‘Mistério’ é uma das faixas do álbum ‘Íris (Índigo Azul)’, lançado pela Orquestra em abril deste ano.
Bando de Régia
Divulgação/Dani Leon
O grupo Bando de Régia, que tem o compromisso com a preservação dos ritmos tradicionais da música brasileira, sobretudo o forró, decidiu fazer uma homenagem à cantora Anastácia, uma das mais importantes vozes femininas do gênero. Para marcar a honraria, eles lançaram, em parceria com a própria, o single ‘Pelo teu sorriso’, um xote daqueles bons para dançar bem ‘agarradinho’. Já no próximo dia 29 de outubro, o grupo lança o Forróbook Anastacia, um combo com minibiografia, relatos de composição, cifras e partituras de doze canções da rainha do forró; e um álbum, que traz releituras destas músicas.
Anna Ratto
Reprodução
A cantora e compositora Anna Ratto resolveu visitar a obra de Arnaldo Antunes e assim nasceu um álbum de releituras, ‘Contato Imediato'. O primeiro single deste trabalho, ‘Ela é tarja preta’, já está disponível nas plataformas digitais, com clipe e tudo. Esta é a primeira vez que Anna aparece apenas como intérprete, após quatro discos na carreira. O lançamento de ‘Contato Imediato’ acontece no dia 29 deste mês.
Bela Maria
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A pernambucana Bela Maria inicia nova fase na carreira com o single ‘Me deixa’. A música autoral fala sobre uma ‘volta por cima’ após uma decepção amorosa, embalada por um pop com toques de trap. A faixa chegou acompanhada por um clipe que surfa na mesma onda de sensualidade e empoderamento da canção.
Luiz Caldas
Divulgação/André Fofano
O baiano Luiz Caldas decidiu compartilhar sua playlist de uma maneira diferente. Ele está se preparando para lançar um álbum de releituras de algumas de suas músicas preferidas e a primeira, ‘A Força do Amor’, já está disponível nas plataformas de streaming. O álbum, ‘Playlist Brasileira 1’, chega ainda neste mês de outubro.
Marcos Baroni
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Marcos Baroni manda mais uma do projeto ‘Melhor Dia’ reunindo um verdadeiro time do trap nacional, incluindo Matuê e Jovem Dex. Na sexta faixa do projeto, Destino, além dos três estão Yunk Vino, The Boy, Wall, Clovis Pinho sob a produção de Ogbeatzz. A música também ganhou um videoclipe e ambos já estão disponíveis nas plataformas digitais.
Pablo Vermell
Divulgação/Milka Xavier
Resiliência é a palavra de ordem para Pablo Vermell no single ‘Então é aqui’. A música fala sobre a superação do fim de um amor, com muito bom humor, regada a sonoridades sessentistas e setentistas. Um verdadeiro dream pop bastante contemporâneo. O single também conta com um videoclipe, já disponível no YouTube.
Dayanne
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A ‘Menina do Diário, Dayanne, brindou o público com um DVD cheio de clássicos do brega. Entre as faixas, estão a que lhe rendeu o apelido, Diário; além de A Carta; Amor de Adolescente. O trabalho já está disponível nas plataformas digitais.
πTeco Martins
Divulgação/Amanda Godoy
O cantor e compositor πTeco Martins apresenta o segundo single do álbum ‘A Spectrum Solar’, ‘Pedras no Mar’. A faixa é uma mistura de jazz, samba-choro e drum and bass que resultou numa sonoridade extremamente brasileira. A canção também conta com um videoclipe, inspirado na estética dos mangás, dirigido e editado por Caio C.
Samico
Divulgação/Moacir Torres
Após o lançamento de seu segundo álbum solo, ‘Pássaro Blue’, o pernambucano Samico apresenta um novo single, ‘Jardim Secreto’. Com sonoridade mais dançante, o artista aposta, dessa vez, numa levada de reggae com nuances de pop. A produção ficou a cargo do também pernambucano, Luccas Maia.
Yannick Hara
Reprodução/Instagram
O ‘Caçador de Andróides’ manda mais uma faixa que te convida a refletir: ‘A distopia é real’. O paulistano aposta na mistura do rap com o cyberpunk para abordar problemáticas da atualidade. Já disponível nas principais plataformas digitais.
Outubro começou daquele ‘jeitinho’ para quem gosta de renovar a playlist com frequência. Para os curiosos de plantão, a primeira quinzena do mês trouxe gratas novidades, nos mais variados ritmos, e alguns álbuns inteiros - o que tem sido raro em tempos de singles sem fim. Confira alguns dos lançamentos que foram disponibilizados nas plataformas digitais no começo deste décimo mês do ano de 2021.
Wander Wildner
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Divulgação/Valentina Saldanha
Após uma campanha de crowdfunding, Wander Wildner apresenta ao público o álbum ‘Coração Selvagem’. Em 12 canções, o músico gaúcho, um nome clássico do rock’n’roll nacional, traz sua visão de mundo entre riffs seguros do mais genuíno rock. A produção é assinada pelo próprio Wildner em parceria com Thomas Dreher.
Alex Sant’anna
Divulgação/Manoela Veloso Passos
O cantor e compositor baiano radicado em Sergipe, Alex Sant’anna, transformou em poesia a chegada da chuva durante a seca no Nordeste a partir de um eu lírico infantil, na canção ‘Fim de Mundo’. A música é o segundo single do próximo disco solo do artista, Encruzilhada, e conta com a participação do pernambucano Zé Manoel.
Paulo Tó
Divulgação
Paulo Tó ilustrou o single ‘O Mundo por um Fio’, com um clipe dirigido e roteirizado pela dupla Jo Serfaty e Pedro Pipano. A música integra o novo álbum do artista, Galope, e é uma parceria dele com a atriz Mariana Mayor. O vídeo se propõe a traduzir sentimentos de ausência e melancolia de forma delicada e poética, bem como na canção.
Casaprima
Divulgação/Allisson Lima
A pernambucana Casaprima inicia nova fase, em novo formato, com ‘Maduro e Real’, música e clipe. Agora em duo formado por Maria Juliana (piano e voz) e Heitor Alves (violão e voz), o projeto recomeça com um canção que fala exatamente sobre recomeços.
Roberto Menescal
Divulgação/Marcos Hermes
Inspirado na netinha Maria Júlia, de quatro anos, o músico e compositor carioca Roberto Menescal decidiu se jogar no mercado infantil. Em ‘Bossinha Lega’l, ele apresenta a música popular brasileira para os pequenos em 10 faixas. Com arranjos refinados, assinados pelo próprio Roberto e por Marcio Menescal, a ideia é colocar toda a família para ouvir música juntos. A faixa título ganhou um clipe animado em 2D produzido pelas irmãs Erika e Bruna Carvalho.
Sidoka
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Para o trapper mineiro Sidoka, o silêncio é um aglomerado de sons naturais, como o barulho da chuva e do vento. Tais reflexões do artista culminaram no seu novo álbum, ‘SHH..’. O disco conta com participações, beats e produções de artistas como: Raffa Moreira, MC Anjim, Chris MC, DJ Coala, DogDu, Pexande e Dogor, entre outros.
Rafa Lira
Divulgação/Maurício César Lima
O pernambucano Rafa Lira mistura swingueira com elementos eletrônicos na dançante ‘Quebra’. A música é uma parceria do músico com Taiguara Borges, e ganhou um lugar na lista de indicações da Casa Natura Musical. A faixa também conta com um videoclipe já disponível no YouTube.
Léonn Inácio
Divulgação/Gabriel Gomes
O baterista pernambucano Pernalonga, conhecido por tocar com grandes nomes como Otto, Fernanda Porto, Maestro Spok, Lula Queiroga, Lucas dos Prazeres e China, entre outros, assume a identidade de Léonn Inácio para a nova fase de sua carreira. Compondo e cantando, ele se prepara para lançar o EP ‘Autoral Abduza’, a primeira canção deste trabalho, ‘Me Abduza’, já está disponível no YouTube.
Du Braga
Divulgação/Natasha Busse
O brasileiro radicado nos EUA, Du Braga, coloca toda sua vibe praiana na faixa ‘Right Here, Right Now’. O músico, que também é cientista, gravou a canção durante uma surf trip para El Salvador (América Central) e contou com a parceria do surfista e também músico americano Donavon Frankenreiter.
Expressão Natural
Reprodução/Instagram
Colocando sua música a serviço de temas urgentes, a paulista Expressão Natural aborda a violência policial em ‘Abuso de Poder’. A faixa acaba de ganhar um videoclipe, com imagens reais, que denunciam abordagens truculentas por parte de policiais em serviço.
Lilee
Divulgação/Eduardo Levy
A pequena Lilee, de apenas sete anos, quer provar que rock não tem idade com o lançamento do EP ‘Rock Indie Kids!’. Misturando os dois gêneros citados no título, a menina estreia na carreira musical com duas faixas leves e divertidas compostas por ela mesma. A acompanham na empreitada os músicos Miguel Afonso, seu pai, Renan Martins, da Melim, Felipe Bate. o cantor Bryan Behr.
Benil
Divulgação
Sonhando com a volta do Carnaval, em 2022, o cantor e compositor Benil lança ‘Suor, Cerveja e Amor’. Em uma mistura de caboclinho e frevo, com tons de pop, o artista imprime na faixa os sentimentos de todos os foliões que estão morrendo de saudade da folia. A produção é assinada por Jean Pierre Cruz.
Michelle Melo
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo
Em nova fase da carreira, a eterna rainha do brega prova que até a realeza precisa se reciclar. Em parceria com o produtor Raphael Formiga, Michelle Melo tem feito várias releituras de hits do cancioneiro popular em ritmo de brega e começou o mês de outubro brindando os fãs com uma inédita, ‘Primeiro Beijo’. Disponível no YouTube da cantora.
Viela 17
Reprodução/Instagram
Um dos maiores nomes do rap nacional, Viela 17, abriu o mês de outubro falando sobre violência, a crise pandêmica nas periferias brasileiras e escândalos políticos dos últimos tempos no single ‘Herança do Medo’. A música conta, ainda, com a luxuosa participação do padre Nei Nelson, com uma mensagem de conforto e amparo.
Rafael Mike
Divulgação/Higor Cabral
O líder do Dream Team do Passinho, Rafael Mike, traz uma mensagem de otimismo e esperança com a ensolarada ‘Sunshine’. A música, que mistura pop, rap e funk, num mix bem dançante, é uma homenagem à filha do cantor, a pequena Lara, recentemente diagnosticada com meduloblastoma, um tipo de câncer muito comum em crianças.
Sambar&Love
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Comemorando 10 anos de carreira, a pernambucana Sambar&Love convida o público para celebrar e dançar com o single ‘Soltinha’. A música, composta por Davi Marques, aposta no estilo pagode romântico já conhecido pelos fãs do grupo.
Marcinho Barradas
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O pagode romântico também é a pegada do carioca Marcinho Barradas. A nova música do artista, ‘Outro Patamar’, chegou acompanhada por um videoclipe, gravado em alguns bairros do Rio de Janeiro, como Marechal Hermes, onde o sambista nasceu e vive até hoje. Já disponível no YouTube.
Mariana Rocha
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Após passar pelo The Voice Kids, em 2016, a cantora e compositora Mariana Rocha lança sua carreira solo com o single autoral ‘Esboço’. Na música, a jovem, de apenas 19 anos, aposta em um R&B de pegada contemporânea, um tanto lânguida, sugerindo sensações e fruições aos ouvintes.
A cantora e compositora pernambucana Dani Carmesim celebra seus primeiros 10 anos na estrada com um novo álbum: Resumo da Ópera. Muito embora o título do trabalho sugira uma sintetização do que a roqueira tem feito até então, as 12 faixas do disco trazem, de fato, um pouco das novidades e experimentações que indicam o que a artista está disposta a fazer nos próximos anos. O lançamento acontece na próxima sexta (15), nas principais plataformas digitais.
Resumo da Ópera chega seis anos após o álbum de estreia de Carmesim, das Tripas Coração, lançado em 2015. A novidade marca uma década de trabalho da pernambucana, sintetizando sua obra e apresentando sua nova fase estética e sonora. Com produção musical, mixagem e masterização assinados por Fernando S., do Home Studio 51, o disco traz melodias mais dançantes, flertando diretamente com o synthwave, porém, sem deixar de lado o genuíno rock’n’roll.
Além disso, o álbum, totalmente autoral, passeia por temas bastante urgentes como preconceito, a atual crise política do país e as incertezas advindas dos últimos acontecimentos no mundo. Para as gravações, realizadas entre o final de 2018 e meados de 2021, Dani contou com sua banda - composta por André Insurgente no baixo, Fernando S na guitarra e sintetizador e Tiago Marditu na bateria -, e os músicos convidados, André Oliveira, Rafael Bandeira, Neilton Carvalho, da Devotos. Kira Aderne, da Diablo Angel e o cantor Fernandes.
Para preparar o público para a chegada de Resumo Ópera, Dani ‘remodelou’ o pré-save criando um 'boletim informativo’, uma espécie de newsletter na qual é possível receber em primeira mão algumas notícias sobre a chegada do trabalho. Os assinantes poderão, também, participar de sorteios. As inscrições podem ser feitas através do Instagram da cantora.
Idealizado pelos músicos Cannibal (Devotos) e Fabrício Nunes (Plugins), o Jardim Sonante vem, desde 2016, promovendo espaço para bandas e artistas autorais da cena musical pernambucana, além de servir como instrumento para arrecadação de doações de alimentos para entidades beneficentes. Em 2021, o festival migrou para a internet, em virtude da pandemia do novo coronavírus, porém, sem abandonar os principais pilares com os quais trabalha desde o início de sua história: música e solidariedade. A versão virtual do evento segue até o próximo domingo (28), exibindo apresentações de artistas independentes locais e arrecadando doações para cinco instituições carentes da Região Metropolitana do Recife.
Além de ter sido palco para diversos artistas e bandas pernambucanas, desde 2016, o Jardim Sonante vem promovendo uma corrente de solidariedade desde então. Instituições como Associação Casa do Amor, ONG Mulher Maravilha, Centro Social Dom João Costa e LarBem Lar Batista Elizabeth Mein, entre outras, já foram beneficiadas com as ações do evento, nesses últimos cinco anos. Agora, em sua versão virtual, o festival vai destinar as doações recebidas pelo QR Code disponível nas exibições para as entidades Cores do amanhã (Totó), Instituto Luiz Sérgio (Camargaibe), Centro Social Dom João Costa (Alto José do Pinho), Ocupação Icauã/ MUST (Caxangá) e Coletivo Nativa (Pernambuco). O objetivo é ajudar pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade por conta da crise sanitária.
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A edição virtual do Jardim Sonante LAB 2021 abriu sua programação na última quarta (24) e já exibiu cerca de 12 atrações, além de debates sobre o meio cultural, comandados pela fotógrafa Aline Sales. Já passaram pelo palco do evento nomes como Albino Baru, Zaca de Chagas, Mayara Pera, Dani Carmesim e Diablo Angel, entre outros artistas locais. Até o próximo domingo (28), o público ainda poderá conferir os shows de Triinca, Afonjah, Odiosa HC e Ostrajam, entre outros. As doações também poderão ser feitas até o último dia do festival, através do QR Code. Interessado em doar nas próprias instituições podem procurá-las diretamente.
Depois de passar por palcos emblemáticos de Pernambuco, como dos teatros Hermilo Borba Filho e Santa Isabel - com edições no festival Macuca das Arte e na Torre Malakoff -, a Mostra Reverbo aporta no Cinema São Luiz para sua edição 2021. Neste sábado (6), 26 cantautores pernambucanos participam da ocupação artística, com transmissão pelo YouTube, a partir das 16h.
A apresentação pretende homenagear o São Luiz, um dos mais emblemáticos equipamentos culturais do Estado e uma das mais antigas salas de cinema de rua no país. Passarão pela ocupação, 26 cantautores pernambucanos - que só serão revelados na hora da transmissão -, cantando e interpretando suas obras autorais.
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Nesta edição, mais da metade dos artistas participantes desta edição são do interior de Pernambuco.A escolha se deu com o objetivo de ilustrar e representar a pluralidade musical de todas as regiões do Estado. A direção musical da mostra tem assinatura de Juliano Holanda; já a direção audiovisual ficou sob responsabilidade de Mery Lemos, ambos idealizadores da iniciativa. Esta será a primeira apresentação online da Reverbo, viabilizada por incentivo da Lei Aldir Blanc.
Diálogos Musicais
Antes das apresentações dos artistas, a Mostra Reverbo promove a roda de diálogo De onde vem e pra onde vai a canção. Nesta sexta (5), às 19h, os compositores Lula Queiroga e Anastácia conversam com Juliano Holanda sobre os caminhos e desafios do fazer musical e sobre a trajetória da canção brasileira e pernambucana. O bate-papo também será exibido pelo canal da mostra no YouTube, com acesso gratuito.
SERVIÇO
Ocupação Reverbo no Cinema São Luiz
Sexta (05) - 19h
Roda de Conversa "De onde vem e pra onde vai a canção?"
Após quatro anos de estrada, quatro EPs e quatro singles, a dupla recifense Sargaço NightClub lança seu primeiro disco, Istmo. Com 10 canções autorais, o álbum conta com a participação de vários nomes da nova cena musical pernambucana, como Sam Silva, Jonatas Onofre e Rogério Lins, entre outros.
Foi em janeiro de 2019, durante a gravação do single Hibakusha, que Marcelo Rêgo e Sofia França, o duo Sargaço NightClub, decidiram que era a hora de se dedicar a uma obra mais completa. Istmo foi nascendo da junção de várias músicas da dupla que já vinham sendo tocadas ao vivo e da reunião de alguns artistas da cena que contribuíram com o projeto.
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Entre os convidados estão D Mingus, Blera Alves, Jonatas Onofre, Sam Silva, George Dupreux, Rogério Lins, Fernando Arroyo,Marlon Silva e Fernando Alakejá. O disco foi lançado na última sexta (11) e já pode ser conferido em todas as plataformas digitais.
A inquietação de Dani Carmesim em relação aos últimos acontecimentos da sociedade brasileira acabou virando música. Na próxima quinta (11), a cantora e compositora pernambucana lança o single Loop Infinito, em todas as plataformas digitais. A canção integra seu próximo disco, já em processo de finalização.
Dani Carmesim é cantora e compositora com atuação marcante na cena da música independente e autoral em Pernambuco. Com nove anos de estrada, ela já conta com dois EPs e um disco lançados. Com Das Tripas Coração, seu álbum lançado em 2015, ela foi premiada pela ACINPE no Sétimo Prêmio da Música de Pernambuco e integrou a lista de melhores do ano no site Beehype.
No novo single, Loop Infinito, Carmesim canta sobre as inquietações humanas diante acontecimentos recentes da história e seus desdobramentos na sociedade. A música integra o próximo disco da cantora, que tem previsão de lançamento para setembro de 2020.
O Brasil tem uma forte tradição de grandes cantoras. Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Angela Ro Ro são mulheres que integram o rol de elite das vozes femininas brasileiras. Porém, as mulheres estão querendo mostrar mais que suas belas vozes ao chegar ao microfone. A necessidade de cantar o que se vive e sente tem feito o número de compositoras crescer de maneira exponencial. Em Pernambuco, o momento é de explosão nesse segmento e a música autoral feita por elas tem movimentado cenas que vão da música popular ao Hip Hop.
Conhecido como berço de grandes músicos, o estado também tem se revelado um celeiro de compositoras; mulheres que através de sua musicalidade, independente de estilo, estão expressando não só suas próprias verdades e anseios como, também, os de tantas outras. Um exemplo disso é Mayara Pera (@mayarapera); com passagem pela banda Lulu Champanhe, mãe de Dom e Martin, e que desde 2017 vem se dedicando intensamente ao seu trabalho autoral, tendo passado já por importantes palcos como o do Carnaval do Recife em 2019.
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Mayara vai lá atrás para falar sobre mulheres que, assim como ela, compõe: “Quando se fala nas mulheres compositoras e intérpretes de suas próprias obras como algo recém aquecido me vem à cabeça citar Chiquinha Gonzaga, com sua chama musical lá em 1877. Sempre teve mulher compondo e criando, só que esse era um espaço às vezes tido como se não fosse nosso, ele sempre foi, hoje não é uma novidade”. Para ela, essas mulheres, de ontem e de agora, estão fazendo “história” e que talvez estejam se multiplicando pelo momento atual que o mundo atravessa: “Acredito que esse aquecimento tem muito mais a ver com um aquecimento de militância feminista, de compor o que se luta e se acredita, do que de fato compor ao que lhe é conveniente”.
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Olhar para trás, ou ainda para os lados, e espelhar-se em quem já trilhou ou está trilhando o caminho das pedras é algo que faz diferença. Sobre isso, Dani Carmesim (@danicarmesim), roqueira pernambucana com um disco lançado em 2014 e outro na agulha, para este ano, entende bem. No início da carreira, em 2004, ela temia se jogar na cena por não encontrar outras mulheres. Só em 2011 é que ela se sentiu à vontade para assumir a carreira e colocar seu nome ‘na roda’: “Descobri que tinham muitas meninas que passavam pelo mesmo que eu, tinham medo de sofrer machismo. Agora com esse ‘boom’ feminino de não querer se calar, de querer mostrar que a mulher pode fazer tudo, a gente se sentiu mais encorajada”.
A onda feminista que vem tomando o mundo, nos mais diversos contextos, também é citada como ‘culpada’ pela proliferação de compositoras por Lady Laay e Sam Silva (@silvasam_). A primeira, MC, Bgirl, grafiteira, analista de sistemas e programadora, fazendo música desde 2012. A segunda, baterista, cantora e compositora da cidade de Goiana, no interior pernambucano, ‘correndo atrás’ desde 2009 e prestes a gravar seu primeiro EP solo. Sam também volta ao passado para justificar o presente, e relembra das muitas mulheres que se escondiam atrás de pseudônimos para compôr sem serem descobertas. Hoje, diante desse novo cenário, a liberdade de escrever se tornou algo real e está se multiplicando: “Eu atribuo isso a uma questão de empoderamento mesmo que vem acontecendo no contexto geral das coisas mas principalmente na música. A gente está se sentindo mais à vontade de botar a cara à tapa”
Já Lady Laay (@ladylaaine_elaine), que precisou garantir seu espaço em meio à cena Hip Hop, durante muito tempo dominada exclusivamente por homens, entende que este é um momento em que não é mais preciso para as mulheres ‘pedir permissão’: “A mulher no rap passa por algumas fases: na primeira, a gente tenta se inserir, mostrar que é capaz, mas sempre muito angustiadas com essa falta de espaço, tem meio que pedir licença pra entrar; na segunda fase é o enfrentamento, mas depois a gente já sabe que ali é nosso lugar e não vamos mais pedir licença. Ou fazemos nosso próprio espaço ou a gente arromba as portas, quer eles queiram quer não. Eu não tenho mais paciência de provar minha capacidade”.
Música 'de Mulher'
O momento favorável à composição feminina não exime as mulheres que escolhem esse caminho dos desafios de se inserir no mundo musical. A necessidade de provar sua capacidade, lidar com o descrédito, olhares tortos e, muitas vezes, boicote por parte dos outros, ainda é uma constante na labuta diária. A estereotipação do trabalho dessas mulheres também é algo que precisa ser combatido por elas.
Sam Silva relembra o início da carreira quando se deparou com esse tipo de barreira pela primeira vez: "Comecei como baterista, na banda Vênus em Fúria, e eu lembro dos olhares que eu recebia ou da cara de surpresa ou de desprezo por me verem na bateria. Quando eu fui pro violão as coisas mudaram um pouco, mas também tem o estereótipo de você ser lésbica e as pessoas acharem que a mulher lésbica tocando violão combina só com MPB".
A artista goianense diz que lutar pela quebra desses estereótipos é uma tarefa diária mas, apesar de parecer difícil, é possível: "Sempre há a especulação da imagem quando você vê, mas a gente vai tentando quebrar devagar, não só comigo mas com várias compositoras que eu observo, como Flaira Ferro (@falira_ferro), Mayra Clara (@cantoramayraclara), Sofia Freire (@sofia_freire). A gente tem os exemplos delas que fazem um som totalmente novo, isso é importante".
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Dani Carmesim vai além quanto ao assunto revelando que esta não é uma exclusividade do mundo musical: "É uma realidade, tudo que a mulher faz, não só na música, é sempre uma coisa 'da mulher'. Infelizmente é como se a mulher sempre tivesse que provar pra sociedade, pros homens, que ela é capaz de fazer as coisas; e o que ela faz é igual e até melhor do que um homem faz". A compositora dá a receita para driblar o que poderia ser um empecilho: "A gente consegue se desvencilhar disso trabalhando, fazendo mais música, nao baixando a cabeça, não calando a boca, não aceitando que sejam impostas regras ou limites. Ninguém tem que passar por isso. Dessa maneira a gente mostra que nada precisa ser dividido".
Já Mayara Pera tem uma visão um pouco mais diluída sobre o assunto."Essa expressão 'rock de menina' eu já ouvi vagamente, mas nunca dei muita importância. É uma expressão que só se dói quem se encaixa, por isso nunca dei importância; é uma expressão que não existe onde eu ando. Pra mim rock é rock. Não faço a menor ideia do que seja 'rock de menina'". Demonstrando já estar calejada, a compositora parece acreditar que alimentar certas 'pilhas' é algo dispensável: "Nunca liguei em fugir de estereótipos, aliás fugir de nada. Eu tô fazendo meu som, cantando minhas histórias. As interpretações são todas bem vindas. A mulher que se conhece e sabe o que tá fazendo não liga para rótulos, ela vai lá e faz. E ponto final”.
Cota no mercado
As mulheres estão mais disponíveis e dispostas a compor e fazer sua música acontecer e o mercado parece estar abrindo os olhos para o trabalho delas. Porém, ainda não o suficiente. Para Lady Laay, a repercussão que as lutas feministas vêm ganhando na mídia estão contribuindo para que haja uma abertura: "Esses discursos têm tido mais espaço porém, ainda é um desafio. Ainda mais quando a gente vê o quanto as mulheres ainda ficam de lado comparadas aos homens. A gente já avançou bastante, mas ainda tem que avançar mais. Ainda é um protagonismo meio autorizado".
Mayara também não acredita que o mercado tenha "abraçado a causa" de fato, e comenta que recebe mais propostas durante Março, quando é celebrado o mês da mulher. "No resto do ano, canso de ver festivais onde tem quatro bandas compostas exclusivamente por homens e uma por mulher, pra não dizer que não colocaram as minas. É como se a gente tivesse uma 'cota' feminina de adentrar em um espaço que é nosso, que sempre foi nosso como citei anteriormente, desde 1887".
Já Dani faz uma ressalva quanto ao cenário recifense: "Aqui não há muita oportunidade para o novo, ainda tem muitas cartas marcadas que meio que controlam o que vai dominar nos palcos. Além de haver poucos espaços para a música autoral. A gente tenta quebrar isso ao máximo, a gente tenta diminuir o preço das entradas, fazer sorteios, mas o pessoal ainda é meio travado nessa parte de colaborar".
Juntas
Para além do mercado, uma outra fonte de apoio primordial para essas mulheres vem do público. Este precisa estar presente, compartilhando, indo aos shows e repercutindo os trabalhos que por vezes, ou sempre, se confundem com luta. Lady Laay lamenta: "As mulheres ainda não estão consumindo o produto de outras mulheres, existe muito apoio verbal, mas às vezes, o apoio real, que move as coisas, ainda não vem tanto".
Para Dani, essa necessidade transformou-se em campanha. Ela tira um dia da semana para publicar lançamentos e trabalhos de outras artistas locais nos seus stories do Instagram, com a hashtag #euindico. A cantora acredita que dessa forma, além de estimular o público, ela também coopera para que o seu próprio som tenha um maior alcance. "Se eu quero que as pessoas me escutem, e outros artistas também, eu tenho que dar o exemplo. Tanto eu ajudo as outras meninas como eu também de certa forma me ajudo como artista, porque ao divulgar outras mulheres eu tô incluída nessa rede, essa rede também vai se expandir pra mim. A gente tem que se ajudar, a gente não pode ficar esperando. Acho que todo artista deveria pensar nisso e nao ter esse sentimento de competição e isso se quebra com luta".
‘Escute as mulheres’
O LeiaJá preparou uma lista de indicações de mulheres compositoras que estão movimentando a cena musical pernambucana. Confira o trabalho dessas minas.
No próximo domingo (26), a Torre Malakoff, no Bairro do Recife, recebe mais uma edição do Jardim Sonante. Desta vez, sobem ao palco do projeto o grupo percussivo Brincante Popular e as bandas Mandagaroba, Nação Corrompida, Carina Mayara e Zeca Viana. A entrada é um quilo de alimento não perecível.
Produzido pelos músicos Cannibal Santos e Fabrício Nunes, o Jardim Sonante tem como objetivo promove e fomentar a produção de bandas e artistas autorais, iniciantes e indepentes de Pernambuco. Além disso, o projeto também ajuda instituições beneficentes doando os arrecadados em cada edição.
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Interessados em inscrever sua banda no Jardim Sonante devem enviar release, duas fotografias e duas músicas para o e-mail jardimsonante1@gmail.com. A única exigência é que sejam trabalhos autorais.
O YouTube ganhou um espaço para a música autoral pernambucana. Trata-se do canal Caldo de Cana, que apresenta bandas e artistas, dos mais variados estilos, da cena musical independente do Estado. O objetivo do projeto é dar vazão à produção local, sem limitações de estilo e gênero.
O Caldo de Cana já contabiliza mais de 100 vídeos em seu acervo, gravados ao vivo, com 32 canais de áudio e qualidade Full HD, buscando a inclusão destes novos artistas nsa plataformas digitais, bem como fornecer material de divulgação para aqueles que buscam a prticipação em concursos, festivais ou acesso a produtores. O projeto também conta com perfis no Facebook e Instagram, somando mais de 24 mil seguidores em ambos.
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Entre as bandas e cantores que já passaram pelo canal, estão Will2Kill, Jet Cats, Allen Jerônimo, Aliados CP, Rafa Emery e a Banda Toda, Gustavo Pontual, Saga HC e Trindade Dub. Interessados em participar do projeto podem entrar em contato com a equipe do Caldo de Cana através de suas redes sociais.
As inscrições para o Festival de Música da Paraíba encerram nesta terça-feira (31). Para participar da seleção, o candidato deve residir na Paraíba, ter idade superior a 14 anos e música autoral inédita, de qualquer gênero. As inscrições podem ser feitas pelo site e são gratuitas. As premiações vão de R$ 2 mil (melhor intérprete) a R$ 10 mil (primeiro lugar geral).
O secretário de Estado da Cultura, Lau Siqueira, ressalta que o evento vem cumprir um papel importante no cenário da produção musical da Paraíba, que atravessa um momento de democracia, concedendo espaço a inúmeros talentos da terra. Lau lembra ainda que “muitos artistas são frutos de festivais desta natureza, a exemplo de Geraldo Vandré, que não ganhou o primeiro lugar no Festival Internacional da Canção em 1968, mas se consagrou com a composição 'Caminhando' (Pra não dizer que não falei das flores)”.
Segundo o edital do evento, o resultado dos artistas selecionados será divulgado no dia 21 de novembro. As apresentações serão realizadas nas cidades de Sousa, Campina Grande e João Pessoa.
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Festival de Música - O Festival de Música da Paraíba tem como objetivo dar visibilidade à produção musical do estado e revelar talentos musicais que façam ecoar a cultura local. Este ano o evento faz uma homenagem a Zabé da Loca, tocadora de pífano que viveu por muitos anos numa gruta na zona rural de Monteiro, interior da Paraíba. Zabé faleceu em agosto deste ano, aos 93 anos de idade, na loca que lhe rendeu o nome artístico.
Pernambuco é celeiro de uma pluralidade musical que resiste, não em confronto à grande massa que a rejeita, mas no culto à experimentação como exercício de leveza e entrega à arte. Os sons desse encontro entre “transcendência e resistência” se fazem ouvir e rompem fronteiras a olhos nus, através da coletividade. Esta é a grande essência de criação e criatividade por trás do nascimento de projetos como o ÉLeve, que neste sábado (16) debutará no Xinxim da Baiana, em Olinda, a partir das 22h.
O evento tem como objetivo abrir espaço para novos grupos pernambucanos, como as três bandas que encabeçam e realizam o projeto: A Orquestra Imaginária, Joana, Flor de Maria e O Barco. A abertura e os intervalos do evento ficam à cargo do Dj Indigo.
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O lote inicial dos ingressos para o evento já foi vendido. O segundo estão à venda no valor de R$ 12 ,e no dia, as entradas custarão R$ 15. Os tickets podem ser adquiridos no próprio local, e em mais dois pontos de venda localizados no Centro do Recife.
Conheça a seguir um pouco mais das atrações que prometem agitar a noite do sábado em Olinda:
A Orquestra Imaginária -Honorato / Bernardo da Silva / Júlio Fonseca / Silva
A primeira atração a se apresentar no ÉLeve possui três álbuns. Três atos: “Ato I – Conspirando”, “Ato II – Concepção Quântica Holográfica”, “Ato III – Divina comédia”; todos disponíveis no YouTube. Unindo a psicodelia e força emocional de bandas como o Radiohead e o “invencionismo” sonoro que remete ao Gorillaz, A Orquestra Imaginária vai do rock ao trance, do reggae ao tecnobrega, tudo na mesma viagem, que ainda inclui ritmos como trap, samba e dubstep. Poetisando sentimentos desses e de outros universos desde 2013, “AOI” vai ao ÉLeve com o peso das composições que ganharam o público do Reveillita, na virada do ano, e conquista novos fãs a cada show.
O Barco –Vicente Gallo / Lucas Moura / Júlio Nilo / Carl de Morais / Douglas Layme / Saw Lima
Lançado ao mar da música independente e alternativa do Estado em 2015, O Barco experimenta o surf-rock e dá-lhe vida própria, ora dançante, ora ambiental, sempre autêntica. Em menos de um ano de carreira, a banda já coleciona elogios após as apresentações no Festival Mimodifique e no Rock na Calçada. O show no Éleve, entretanto, promete ser ainda mais especial para O Barco que, a partir de então, torna-se ainda mais coletivo, único e pluralizado, com o lançamento de sua nova formação. Mais marujos para O Barco que não navega conforme a maré, antes escreve o nome na lista das bandas que constroem a “new wave” cultural pernambucana.
Joana, Flor de Maria –Dio Santos / Felipe Lima / Júlio Fonseca / Lipe Capistrano / Wallas Soares / Nathan Cabral / Vinicius Rodrigues / Rhay Sales / Alex Lins
Coletividade e pluralidade também são boas descrições iniciais para a Joana, Flor de Maria. O grupo formado em 2013 buscou as mais diversas aspirações artísticas para estabelecer-se na cena e conquistar um grande número de admiradores, dentro e fora do Estado. Além da música aglutinadora de ritmos e estilos, dentre os principais o rock e o reggae com forte cunho progressivo e regional, a banda também compreende experimentações pelo universo das artes plásticas, visuais e também da literatura, assim como o encontro de todas essas referências – que é o resultado final, visto no palco. A “Joana” já se apresentou em vários festivais do Estado dentre eles o Pré-AMP e em 2014 abriu o show da banda Forfun em Recife. No ano passado a banda foi convidada a apresentar-se em Fortaleza-CE, ao lado de outras bandas que também representam a cena artística e cultural da região.
SERVIÇO Evento: ÉLeve, primeira edição. Data e Local: Sábado - Dia 16 de abril no Xinxim da Baiana – Carmo, Olinda Atrações: A Orquestra Imaginária; O Barco; Joana, Flor de Maria; Dj Indigo Valor: R$ 12 (2º lote); R$ 15 (no dia) Hora: A partir das 22h.
Três dos maiores nomes do cenário musical atual de Pernambuco subirão ao palco do Teatro de Santa Isabel, nesta sexta (25). Isadora Melo, Zé Manoel e Juliano Holanda reúnem suas obras num show repleto de interações e canções individuais.
Isadora Melo, cantora recifense, vem conquistando os palcos com sua voz marcante. Ela já fez participações em shows e discos dos dois colegas que se apresentam com ela nesta sexta (25) e também já se apresentou em importantes festivais como o Mimo, SESC Pompeia e o Festival de Garanhuns. Recentemente, ela esteve na série Amorteamo, da Globo, atuando como uma cantora de bordel. Atualmente, Isadoa está em fase de gravação do seu álbum de estreia.
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Juliano Holanda é natural de Goiana, Mata Norte, lugar conhecido como Cidade dos Músicos. Ele contabiliza mais de 100 composições gravadas e mais de 30 participações em álbuns de artistas como Mônica Feijó, Geraldo Maia, Cascabulho, Silvério pessoa e Academia da Berlinda, entre outros. Ele também participou da série Amorteamo tendo produzido sua trilha sonora.
Zé Manoel é compositor, pianista e cantor. Natural de Petrolina, o músico já atuou com diversos destaques da música contemporânea como Alex Moreira (Bossacucanova), Sergio Campelo e Gilú Amaral. Recentemente, lançou seu segundo disco, Canção e Silêncio.
Juntos, os três artistas demonstram toda sua pluralidade musical unindo suas experiências artísticas e afinidades. No repertório estarão, além das canções autorais e individuais, releituras, trabalhos inéditos e também as parcerias entre eles.
A bandavoou, formada no Recife em 2011, vem conquistando espaço no cenário musical com a proposta de fazer um som autoral que flerta com a linguagem popular, sendo pouco afeito a rótulos ou delimitações estéticas. O grupo se apresenta, neste domingo (21), às 16h, no auditório da Livraria Cultura, do Shopping Paço Alfândega. No show, canções do novo disco, que será gravado até o final deste ano, e hits já consagrados pelo seu público como “Peraí”, “Lá vem ela” e “seu samba”. O cenário é outro destaque, criado especialmente para a ocasião pela designer de móveis Renata Jatobá, que transforma o palco numa sala aconchegante com um toque retrô.
Engrossando a lista de bandas que contam com a colaboração dos fãs para executar seus projetos, a bandavoou lançou, recentemente, uma ação de crowdfundig que financiará a produção do seu próximo CD. As contribuições vão de R$10 a R$5.000 e podem ser feitas através do site da campanha.
Na próxima sexta-feira (22), às 22h, o cantor Bruno Solto, pernambucano radicado em São Paulo, conhecido também como o vocalista da banda Volver, lança no Recife seu primeiro disco solo intitulado Estado de nuvem. O show será realizado na casa de shows Estelita, área central do Recife, e na ocasião Solto será acompanhado pela banda Circo Vivant, que também apresentará as músicas do seu recém-lançado álbum Afroaméricalatinidade. Os ingressos antecipados estão à venda no Eventick.
A apresentação faz parte da festa Estelita Apresenta, cujo objetivo é misturar ritmos, bandas e estilos musicais no mesmo palco, onde o publico pode conferir a experiência de artistas locais e nacionais construindo um novo repertório em uma apresentação especial e única. A noite conta ainda com a discotecagem do Dj Bahiano.
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Serviço
Estelita Apresenta: Circo Vivant+Bruno Solto e Dj Bahiano
Sexta (22) | 22h
Casa de show Estelita (Av. Saturnino de Brito, 385 – Cabanga)
A edição deste ano o Festival Pré AMP, criado para dar visibilidade a músicos, artistas e bandas da nova cena musical pernambucana, contou com 177 grupos inscritos. No último domingo (23) seis bandas disputaram a final do Festival Pré AMP 2014, realizada na Rua da Moeda, e a vencedora eleita pela comissão julgadora foi a Francisco, formada por Francisco Nery (violão e vocal), Rafael Céu (guitarra e teclado), Arthur Fernandes (guitarra), Karl Lingman (baixo), Artur Dantas (controlador) e Eduardo Guerra (bateria). Eles ganharam do Pré AMP uma gravação e mixagem de um CD no estúdio MUZAK, com prensagem de mil cópias, e apresentações no Carnaval do Recife, na segunda (3), às 18h, em Casa Amarela, e no Palco Pop do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). O LeiaJá conversou com Francisco Nery, estudante de letras da UNICAP, músico há 10 anos e idealizador do projeto. No bate-papo foram abordados assuntos como a proposta e os planos futuros da banda, a apresentação na final do Pré AMP no último domingo (23) e o show que será realizado no Carnaval do Recife, em Casa Amarela. Confira abaixo:
Formação da banda
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Eu participei de vários grupos musicais, uns dez ao todo, e todos acabaram com uma sensação de dor de parto sem fim. Cheguei à conclusão de que devia fazer um projeto que fosse com meu nome, já que eu vou carregar isso e não teria esse problema de fim. É uma ideia que vai seguir e que direciona mais, porque quando você tem um trabalho mais solo fica mais direcionado. Decidi então assumir essa coisa de frontman, encontrei essa galera e a identificação foi recíproca. A banda Francisco estreou no meio do ano passado no Teatro da UFPE e de julho pra cá a gente tem trabalhado bastante as músicas. No meio do caminho apareceu um novo guitarrista, Artur Fernandes, que entrou no projeto com a ideia do Pré AMP, algo que nunca tinha passado pela minha cabeça. Ele me mandou o link da inscrição e quando eu me inscrevi senti na hora que tinha um caminho meio predestinado pra gente. Gravar um disco é uma coisa que eu não imaginava como ia conseguir pela questão da grana mesmo, e o Muzak é um dos melhores estúdios daqui. E pressentindo a entrada no festival, a gente foi pra Aldeia e fez um ensaio que durou quase 12 horas sem estresse, no silêncio da mata. Foi um momento que proporcionou um salto de vários níveis na nossa qualidade musical e ficamos bem afinados entre si.
Final do Pré AMP
Foi quando descobrimos que tínhamos entrado pra final do Pré AMP e isso era esperado. É um concurso difícil, tem muita gente boa, envolve a questão do gosto, os pré-requisitos. Mas de fato chegamos com uma vontade grande porque sabíamos que o nosso som estava muito bom. Chegamos para ganhar, claro que respeitando muito todo mundo. Tinha gente lá com experiência de cinco anos de banda e a gente não tem nem um ano direito de trajetória. O que diferenciou foi a nossa raça, a vontade de trabalhar, não que os outros não tivessem, mas a gente chegou com essa perseverança. Ai chega a final, seis pessoas de júri, cada um com sua cabeça. Eu senti uma grande diferença do primeiro show pro segundo durante a competição. A gente chegou na segunda vez muito mais maduros, sem medo. Tanto que eu não tava nem ligando se ia ganhar ou não, porque foi um dos melhores shows que eu fiz na minha vida. E eu achei o resultado justo. Todo mundo que tava lá merecia ser reconhecido e eu não pude ver o show das outras bandas, então não tenho nem como julgar. Sei que tinha uma equipe massa com a gente, o que fez muita diferença. Alexandre Barros, da Babi Jacques e Os Sicilianos, ficou com a iluminação. Ramsés, do Musika, também tava junto e ele pra mim está muito a frente da gente musicalmente falando.
O Festival é muito bem feito. Eles têm uma equipe linda e o pouco que eu conheci pude ver que eles são muito incríveis porque não existe ninguém que faz o que eles fazem no Recife. É um festival de 11 anos e sem dúvida ele alavancou a divulgação do nosso projeto. Acho que a organização avalia entre os concorrentes aqueles que podem dar certo, até porque o festival tem que dar um retorno positivo. E acredito que um dos diferenciais da gente é que o nosso som tem isso de ser mais plural. Por mais que a gente tenha um som que não é pop, temos um pouco disso e acabamos agradando a maioria das pessoas.
Repercussão após o Pré AMP
Meus pais ficaram bestas, e chega uma hora que até cansa. “Eu trabalho com isso há 10 anos e só agora vocês tão entendendo?”, pergunto a eles. Não estou reclamando, pra mim é ótimo, mas eles ficam querendo saber sobre um trabalho que eu desenvolvo há um bom tempo e fico nessa de explicar. Quanto à galera nos procurando para entrevistas, shows, é um reconhecimento de um trabalho que vem de muito tempo e, particularmente, dentro de mim não muda tanto. Sempre trabalhei com música, no dia a dia, ensaiando com as bandas. Toquei muito em barzinho. Mas o reconhecimento de ver as coisas acontecendo, e com um trabalho autoral o qual posso dizer o que acredito pras pessoas, de oferecer ao mundo de uma forma sincera e com amor. Isso é muito gratificante.
Material na internet
A gente tem Soundclound e Facebook. Lá estão algumas músicas que a gente gravou com o Zum, nada numa qualidade boa, mas dá pra entender o nosso som e a proposta. E já chega um CD ai, sem dúvida com uma qualidade bem melhor. Tem uma música que a gente produziu recentemente que está bem legal, Igor Bruno, da Mamelungos, fez com a gente.
Gravação CD
Em relação à quantidade de faixas, isso é uma questão que estamos vendo ainda, não tem nada certo. Tem algumas músicas que a gente sabe que vão entrar, como as do show, por exemplo. Algumas outras ainda serão produzidas pensando no CD. Tem uma com o Vinicius Sarmento, por exemplo, um cara novo que toca com muita gente grande. Quanto à produção do CD, Rafael Duarte, meu cunhado que já tocou no Cordel do Fogo Encantando, na Rivotril, e toca n’Os Sertões, chegou junto. Sempre achei muito profissional a produção dele e vai ser uma experiência valiosa. É um cara que vai acompanhar a gente na produção e com o coração, e isso é muito importante. Ramsés, que está mais envolvido com a engenharia do som, também vai poder acrescentar bastante. Contamos ainda com uma equipe massa. Tem a Luisa Nóbrega que faz foto e vídeo com a gente, Rafinha (guitarrista) se garante muito com artes e eu quero que ele fique à frente dessa parte. Mas eu soube que o Pré AMP tem uma equipe e vamos ter que trabalhar em conjunto com eles. Outra coisa que resolvemos é que a partir de agora vamos precisar de um produtor executivo. Não dá pra gente estar num show e resolver os problemas que acontecem. Tem que ter um cara de confiança, experiente e desenrolado, e Vitor Pequeno veio nessa onda. Um cara disposto pra caramba e tem experiência técnica também. Foi uma felicidade grande encontrá-lo e coincidiu com a saída dele da Mundo Livre S/A. É um período que ele está mais livre.
E o nome até então parece ser Traga Asas. Esse trabalho do Pré AMP veio disso, de voar com os braços abertos, e eu acho que a gente tem que fechar esse ciclo. O título veio da expressão "se vier, traga asas" que veio de "voar é ter os braços abertos", e os componentes se uniram nessa ideia de proporcionar voos ao publico. Tirá-lo do seu lugar comum, mostrando o real sentido da arte para nós da Francisco. Portanto o projeto traga asas é uma convocação pra um estado de entrega à música, às artes cênicas e visuais.
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Carnaval do Recife
A gente vai conversar sobre as músicas que vamos tocar. Pensei em Otto, em Lula Queiroga, essa galera daqui que tem cara de Carnaval. Otto tem cara, por exemplo, e eu espero que ele não se importe da gente tocar uma música dele. E tocar no Carnaval é tudo muito novo pra gente. Eu não tinha a menor ideia de como era isso. E olhe que eu toco há muito tempo, mas lidar com a Prefeitura do Recife é outra realidade. É documento que eu nunca tinha visto falar da minha vida. Uns 500 gramas de papel.
Festival de Inverno de Garanhuns (FIG)
Daqui pra lá, se Deus quiser, rola Abril pro Rock (APR) e outras coisas. Ninguém me ligou nem nada, mas eu soube que muitas das bandas que foram campeãs do Pré AMP foram pro APR, entre outras coisas. E a gente espera também divulgar nosso trabalho nas festas e shows que vão acontecer. Eu tenho muitos amigos produtores que fazem eventos no Boca da Mata e Lesbian Bar, por exemplo. Acho que a gente pretende não parar porque quando fazemos um show fechamos os arranjos, criamos uma identidade. Quanto mais show a gente fizer nesse período que antecede a gravação do CD será melhor. E nesse sentindo talvez a gente abra um show de Marcelo Jeneci em Caruaru. Talvez Abril Pro Rock. A verdade é que a gente está afim de tocar, fechar o som, divulgar e, quando tiver com o disco pronto, dar uma rodada pelo Brasil.
Um dos mais renomados músicos pernambucanos, Erasto Vasconcelos, realiza show nesta sexta (18), às 21h, com o grupo Pão Ensopado com Leite de Coco, no Terraço de Olinda. Além do concerto, haverá discotecagem dos DJs Naguê e Zymba. O evento faz parte do projeto Música Autoral.
Serviço
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Erasto Vasconcelos e Pão Ensopado com Leite de Coco
Sexta (18), às 21h
Local:Terraço de Olinda (Rua 7 de Setembro, 109 – Carmo – Olinda)
Com guitarras pesadas e baterias frenéticas, a banda Fiddy leva sua música ao palco do UK Pub para mais uma edição da Terça Autoral. Além do som do grupo, a noite conta ainda com o setlist eletrônico do DJ Salvador, residente do Pub.
Criada em 2009 a Fiddy é composta por nove amigos e mistura tendências do rock pesado com temáticas livres. Nas letras, histórias da infância e adolescência repletas de comédia e uma pegada sombria.
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Serviço Terça Autoral, com Fiddy Terça-feira (9), 20h UK Pub (Rua Francisco da Cunha, 165 – Boa Viagem) Ingressos: R$ 12 (Mulheres não pagam até às 22h) Informações: (81) 3465-1088