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Eleitores escolhem com base em benefícios de curto prazo. Deste modo, eleitores não consideram o que virá em longo prazo. Eleitores avaliam o presente, e a partir deste, vislumbra um futuro curto. No caso, a visão dos eleitores não considera o longo prazo. Mas o curto prazo e, no máximo, o médio prazo.

As assertivas mostradas acima devem ser consideradas como hipóteses. Ressalto, entretanto, que a literatura sobre comportamento eleitoral afirma que o bem-estar econômico possibilita a boa avaliação dos governantes. Por conseqüência, eles adquirem condições de ser reeleitos. Portanto, o bem-estar econômico explica fortemente a reeleição de presidentes.

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Se o bem-estar econômico explica fortemente a reeleição de presidentes, qual é a importância de outras variáveis? Por muito tempo, ideologia e preferência partidária foram variáveis utilizadas por politólogos para explicar a escolha do eleitor. Recentemente, variados cientistas políticos mostraram, através de trabalhos empíricos, o desuso destas variáveis.

Existe na literatura sobre comportamento eleitoral, a predominância das seguintes variáveis para explicar a escolha dos eleitores: bem-estar econômico, avaliação da administração, imagem e emoções. Reconheço a importância destas variáveis. E considero que elas estão interligadas.

Eleitores aprovam a gestão do presidente em razão do bem-estar econômico. Diante deste contexto, os estrategistas adquirem condições de construir estratégias de comunicação utilizando os determinantes imagem e emoções.

De que modo o candidato deve se dirigir aos eleitores e contagiá-los em razão do bem-estar econômico? Esta é a principal indagação do estrategista antes de construir as estratégias eleitorais.

Estratégias eleitorais precisam explorar a imagem dos candidatos. Se os eleitores estão felizes com a sua situação econômica, o competidor deve associar a sua imagem qualificativos como “preparo” e “competência”. No caso, “preparo para manter o bem-estar econômico dos brasileiros”; “Competência para enfrentar as conseqüências da crise econômica presente em outros países”.

Candidatos também precisam emocionar. Deste modo, pesquisas qualitativas e quantitativas identificam termos ou gestos que emocionam os eleitores. Com isto, o discurso do candidato conterá termos e gestos que emocionam os eleitores.

A predominância das variáveis bem-estar econômico, avaliação da administração, imagem e emoções nas explicações das escolhas do eleitor comprovam a minha hipótese sugerida no início deste artigo: eleitores fazem escolhas considerando o presente e o curto prazo. Portanto, não adianta, infelizmente, candidatos explorarem “fortemente” em suas estratégias um projeto para o país em longo prazo.

A opinião pública representa o conjunto de opiniões de variados indivíduos. Neste conjunto, é possível identificar indivíduos com opiniões semelhantes. As pesquisas de opinião pública identificam as opiniões dos indivíduos. Os órgãos de comunicação e as interações entre indivíduos possibilitam a formação da opinião pública.

Diante de escândalos de corrupção, a seguinte assertiva surge: a opinião pública está apática, pois ela não se manifesta. Para os formuladores da afirmação mostrada, opinião pública apática é aquela que “não vai às ruas”. Os indivíduos “ficam em casa observando os fatos”.

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Tenho a hipótese, e esta já era uma preocupação de Tocqueville, de que nas sociedades capitalistas os indivíduos estão fortemente preocupados com o seu bem-estar. Se os indivíduos estão bem economicamente, eles não se preocupam com casos que não interferem em sua vida diretamente.

Então, a hipótese mostrada possibilita a existência de outra: parte da opinião pública brasileira crer que a corrupção não afeta o seu dia a dia. A causa desta hipótese, caso seja verdadeira, pode ser: 1) Os brasileiros crêem que as instituições são incapazes de combater a corrupção; 2) A corrupção é um fenômeno social que faz parte do cotidiano social e institucional. Portanto, não tem solução.

Outro ponto a se destacar: na era FHC, MST, movimentos sindicais e UNE atuavam sistematicamente. Eles levavam parte das opiniões dos indivíduos para a esfera pública. E possibilitavam dimensão social a esta parte da opinião. Na era Lula, estes movimentos optaram pelo silêncio. Foram variados os escândalos de corrupção na era Lula, mas foram escassas as manifestações destes movimentos.

Parte da opinião pública brasileira não está em estado de letargia comunicacional. Apesar do silêncio dos movimentos sociais, ela, através das redes sociais, manifesta os seus respectivos descontentamentos. Além disto, a imprensa sugere uma agenda à opinião pública. E esta agenda é bem aceita por ela.

Uma indagação fundamental: por que as recentes ações de Dilma contra a corrupção não possibilitaram o aumento da sua aprovação no eleitorado? Duas hipóteses: 1) Indivíduos não acreditam nas ações de Dilma; 2) O enfrentamento à corrupção não é uma forte variável, assim como o bem-estar econômico, que influencia os indivíduos a admirarem presidentes.

Portanto, tenho a hipótese que: parte da opinião pública não sofre de apatia. Apenas alguns temas não lhe incentivam fortemente. Este é o caso da corrupção!

O ditado corrente na política é que “quem tem tempo, não tem pressa”. Este ditado é válido não só para a busca de alianças políticas, mas também para as interpretações das pesquisas eleitorais e construção de estratégias.

Atores políticos, inclusive os sábios, só desejam saber, ao olharem para uma pesquisa, qual candidato tem mais votos. Eles olham para a variável “Intenção de votos” e definem, de antemão, os seus candidatos. Publicitários, quando são contratados por políticos, fazem a mesma coisa.

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Costumo frisar que até 30 dias antes da eleição, a intenção de voto importa pouco. O que importa, inclusive neste instante, são as condições de crescimento de um candidato. As pesquisas realizadas neste momento servem, inclusive, para a construção de cenários eleitorais.

A construção de cenários eleitorais requer raciocínio lógico. A teoria dos jogos, ferramenta da matemática, contribui para a construção de cenários. Fico impressionado quando pesquisas constroem cenários colocando variados candidatos de oposição num mesmo cenário. Ora, a candidatura de um candidato da oposição, pode inviabilizar a candidatura de outrem da oposição. Portanto, o cenário sugerido pela pesquisa não é válido.

Ressalto que a construção de cenários possibilita previsões eleitorais. Destas previsões surgem as seguintes afirmações: no cenário X, o candidato Pedro pode ser o vitorioso. Mesmo diante deste prognóstico, o estrategista do candidato precisa considerar as estratégias de campanha. Por sua vez, estas são construídas a partir de pesquisas qualitativas e quantitativas e Análise de Conjuntura.

Estratégias são ações eficazes de comunicação que servem para conquistar eleitores e enfraquecer o oponente. Aspectos emocionais, frases de efeito, jingles, discurso, propostas de campanha, temas que devem ser fortemente abordados na eleição. Estes pontos fazem parte das estratégias. Quando uma estratégia é eficiente, ela muda a história da eleição!

Não tenham pressa! Mas também não sejam míopes. Esta é a minha recomendação para os que me pedem um conselho. Estratégias importam e mudam o comportamento dos atores. Os possíveis vitoriosos de hoje, podem não ser os vitoriosos de amanhã.

O Escândalo do Mensalão interferiu negativamente na avaliação do presidente Lula. No artigo "O lulismo e as suas manifestações no eleitorado" mostro isto. O ex-presidente Lula conquistou índices de confiança e de aprovação superiores ao de FHC. Lula contribuiu decisamente para o sucesso eleitoral de Dilma Rousseff.

Pesquisas do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau revelam que o PT é o partido mais admirado em Pernambuco. Outros institutos mostram resultados semelhantes no âmbito nacional.

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Qual é a imagem do PT junto à opinião pública? Casos de corrupção, como o julgamento do Mensalão pelo STF, interferirão negativamente na imagem do PT? Caso o capital eleitoral de Lula decresça, a admiração do PT no âmbito da opinião pública diminuirá?

As respostas para as indagações apresentadas não são fáceis. Pesquisas de opinião pública no âmbito nacional precisam ser realizadas. Através delas, é possível responder aos questionamentos feitos.

Entretanto, é interessante frisar que a literatura da Ciência Política brasileira mostra o desatrelamento entre os votos dados a Lula e os votos dados a outros candidatos do PT. A literatura evidencia também que os votos de Lula mudaram de local. Ou seja: os votos de Lula estão em médias e pequenas cidades.

Além disto, avaliando as variadas eleições municipais ocorridas a partir da eleição de Lula para a presidência da República, constato que Lula não dita o sucesso do PT neste tipo de disputa.

Portanto, tenho a hipótese que:

1.    O julgamento do Mensalão interferirá negativamente na imagem do PT. Em particular junto aos eleitores das classes A, B e C e que estão presentes no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

2.     O capital eleitoral de Lula sofrerá enfraquecimento até 2014 em razão do sucesso ou do insucesso de Dilma.

3.    O enfraquecimento do capital eleitoral de Lula enfraquecerá a imagem do PT na opinião pública.

4.    Por outro lado, as ações de Dilma contra a corrupção poderá fortalecer a sua imagem desatrelada do PT.

5.    O enfraquecimento do PT fortalece a personalização da disputa eleitoral.

6.    Lula é maior do que o PT.

7.    Não vislumbro, portanto, uma forte onde vermelha nas eleições de 2012 e 2014.

Fico costumeiramente surpreso com as notícias advindas da imprensa sobre o comportamento dos atores políticos. Tenho a impressão, geralmente, que a notícia é antiga. O fato já ocorreu, mas a imprensa só veio noticiá-lo após meses ou anos.

Jornalistas não são obrigados a se antecipar a notícia. Pois eles precisam noticiar a notícia. Portanto, só existe noticia quando ela surge. A notícia é um fato. Deste modo, a imprensa aguarda o fato surgir para depois noticiá-lo.

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Ao contrário da imprensa, analistas políticos, politólogos e estrategistas precisam se antecipar ao acontecimento do fato e sugeri-lo ou interpretá-lo antes dele virar notícia. Neste caso, os estrategistas, por exemplo, precisam observar a tendência do comportamento dos atores, através da Análise de Conjuntura, e antecipar a notícia.

A Análise de Conjuntura consiste na compreensão do comportamento dos atores e na realização de prognósticos. Neste exercício intelectual, o qual é árduo, o estrategista precisa descobrir tendências. Tendências sugerem fatos que poderão ocorrer.

Desde o ano passado friso: a aliança do PSB e do PT em Pernambuco tende a acabar. Escrevi sobre isto várias vezes. Porém, muitos analistas e atores políticos consideram que o PT e o PSB estão no mesmo campo político. Teoricamente estão! Entretanto, a realidade é que estes partidos pertencem a dois campos, quais sejam: prefeitura do Recife e governo do Estado.

Para o PT ter o apoio do PSB na eleição municipal do Recife, ele precisa propor um acordo ao governador Eduardo Campos. Este, por sua vez, quer garantias do PT quanto a 2014. O PT deseja o Governo do Estado. Portanto, não dará, tão facilmente, e se é que dará, estas garantias. Além disto, Eduardo Campos deseja a presidência ou a vice-presidência. E ele sabe que o seu espaço na chapa nacional do PT (Caso ele queira), depende, consideravelmente, de um acordo local.

O exemplo apresentado mostra a Análise de Conjuntura – comportamento dos atores e prognósticos. E revela também uma tendência, qual seja: o possível rompimento do PT com o PSB.

Em linguagem lógica:

     1.    O PT deseja o espaço do PSB em 2014. Mas para o PSB ceder este espaço, terá que o PT ceder um espaço no âmbito nacional ao PSB – parto da hipótese de que Eduardo Campos deseja este espaço;

     2.    O PSB quer garantias do PT quanto a 2014, ou seja: só apoia a reeleição de João da Costa se o PT não tiver candidato ao governo do Estado. A não ser, que Eduardo Campos (Caso deseje) seja contemplado com a vice-presidência de Dilma.

Prevejo que a tendência é o rompimento ocorrer.

São variadas as hipóteses surgidas por conta da “faxina” de Dilma. Alguns suspeitam de um possível impeachment da presidenta. Outros acreditam que a opinião pública apoiará Dilma. Existem os que sugerem a possibilidade de uma aliança entre Dilma e o PSDB. Estão presentes razões para o nascimento destas hipóteses. Contudo, a sugestão de hipóteses deve vir acompanhada da predição.

Ao contrário da economia, a Ciência Política brasileira sofre de déficit de capacidade preditiva. São raros os ensaios ou artigos preditivos construídos por politólogos. Os politólogos podem se afastar do “lugar comum” da Ciência Política, e desenvolver prognósticos. Ou análises com prognósticos. Existem ferramentas metodológicas na Ciência Política para tal empreitada.
Hoje, no Brasil, os prognósticos sobre o comportamento dos atores no contexto político são realizados, majoritariamente, por jornalistas. Alguns acertos são constatados. Entretanto, observo muitos erros.

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Por outro lado, é essencial para a construção de prognósticos, a leitura de textos de jornalistas como Merval Pereira, Vinicius Torres e Dora Kramer. Eles interpretam muito bem os eventos. E em alguns momentos, realizam prognósticos. Ressalto, ainda, que prognósticos são e só são realizados com o auxilio da informação.

As recentes notícias e análises advindas da imprensa sugerem que Dilma, em razão da sua “faxina”, poderá sofrer impeachment. A “faxina” não é e não será suficiente para o impedimento da presidenta. Outros fatos, os quais qualifico de cisnes negros, pois não são identificados facilmente, podem proporcionar o impeachment de Dilma. Porém, a presidenta sabe que não pode “ir tão além” em sua faxina. Portanto, a hipótese levantada, certamente, não encontrará comprovação.

A opinião pública apóia as ações de Dilma contra a corrupção. Inclusive, Dilma, em razão delas, se posicionará ao lado ou à frente de Lula. Dilma adquirirá autonomia em relação a Lula nos âmbitos da imagem e da capacidade caso continui a ter comportamento firme em relação à corrupção. Contudo, o apoio da opinião pública não será suficiente para ela realizar uma ampla e forte cruzada contra a corrupção.

Dilma não se aliará ao PSDB. Mas poderá romper com o PT caso não seja competitiva em 2014. É interessante para o PSDB apoiar Dilma neste instante, pois contribui para que a opinião pública veja o ex-presidente Lula de modo diferente – tolerante com a corrupção.

Recomendo aos analistas que diante da informação, prognósticos plausíveis sejam construídos.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começou suas férias nesta sexta-feira com um breve relato do seu assessor mais graduado contra o terrorismo, John Brennan, e também com a Casa Branca rebatendo críticas dos republicanos de que o mandatário abandonou seus deveres ao sair para descansar.

A Casa Branca divulgou uma fotografia de Obama, vestindo uma camisa de golfe durante o breve encontro com Brennan, aparentemente tentando calar os críticos. O conteúdo da discussão entre Obama e Brennan não foi divulgado. A Casa Branca também disse que Obama recebeu um informe da sua equipe econômica.

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"O presidente dos Estados Unidos é sempre o presidente dos EUA, esteja onde estiver. É isso que o povo americano espera e é este o trabalho que ele está fazendo", disse Joshua Earnest, porta-voz de Obama.

Obama está em férias com a família em uma ilha no litoral de Massachusetts. A ex-governadora do Alasca, Sarah Palin, disse à Fox News que as férias de Obama parecem às de um "surdo, muito surdo" em uma época de preocupações sombrias e profundas com a economia.

"Eu acredito que ele escutará de muitos americanos que precisa voltar antes para Washington. Eu penso que ele esconderá a cabeça na areia da praia de Martha's Vineyard", disse o pré-candidato republicano à presidência dos EUA, Mitt Romney. "Se você é presidente dos EUA e o país está em crise, e nós vivemos no momento uma crise grave de desemprego, você não sai de férias" afirmou Romney.

As informações são da Dow Jones.

Na era Lula, diversos integrantes do governo e o próprio presidente da República estimularam o controle da imprensa. Em nome da democratização dos órgãos de comunicação, atores sugeriram que a imprensa precisaria ser controlada, e, por consequência, democratizada. Ora, este raciocínio fere a lógica de uma criança de um ano.

O que é controlado, certamente não é democrático. Ou não sofre um processo de democratização. A ideia de integrantes do governo Lula era que o estado (logo ele?)tivesse papel ativo junto a imprensa – os órgãos de comunicação no Brasil são majoritariamente privados. O presidente Lula, inclusive, criou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – empresa estatal.

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Lula, apesar dos variados méritos do seu governo, errou ao insinuar que desejava controlar a imprensa. A imprensa precisa ser livre, principalmente em um país em que as instituições estatais dependem de incentivos para investigarem e fiscalizarem. É a imprensa que incentiva as instituições a agirem.

A denúncia do mensalão veio à tona em razão da imprensa. No governo Dilma, a imprensa “derrubou” Palocci, Alfredo Nascimento e Rossi. A presidente Dilma, de modo acertado, demitiu estes ministros em razão da pressão da imprensa. Jobim saiu do governo porque pediu para sair.

A “faxina” promovida por Dilma, apesar dela ficar restrita, infelizmente, a “sala”, foi provocada pela imprensa. Governos ficam ansiosos para saber o que as revistas semanais noticiarão no as sextas-feiras. Costumeiramente, nas eras FHC e Lula e agora no governo Dilma, a imprensa traz novidades no final de semana.

A imprensa contribui para desestabilizar governos. Contudo, é uma desestabilização necessária. Imaginem, se não existisse imprensa livre no Brasil? Ministros, mesmo acusados, não seriam demitidos.

No governo Dilma, a imprensa continua a contribuir para a desestabilização dos governos. Mas é uma “desestabilização positiva”, pois sem a imprensa a “faxina” sugerida por Dilma não começava.

Vocês sabem o que as revistas semanais trarão amanhã?

Tropas sírias detiveram dezenas de pessoas em Damasco e na cidade costeira de Latakia em ações noturnas, enquanto o presidente Bashar Assad tenta encerrar à força os cinco meses de levante contra seu governo. As prisões aconteceram no momento em que os vizinhos Jordânia e Turquia pedem a Damasco que interrompa a repressão e retire as tropas do Exército das cidades atacadas.

Na província de Idlib, noroeste do país, um homem morreu ao ser atingido por uma bala quando estava numa sacada, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, que tem uma rede de informantes na Síria. Soldados realizavam ações no local quando o homem foi morto.

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Mais cedo nesta quarta-feira, uma mulher morreu em decorrência dos ferimentos sofridos dois dias antes em Latakia, segundo o observatório e os Comitês de Coordenação Locais, outro grupo ativista, que também afirmou que um homem foi morto na cidade na noite de terça-feira.

Os ataques em Damasco se concentraram no bairro de Rukneddine, de maioria curda, onde dezenas de pessoas foram detidas depois que a eletricidade foi cortada na região, informou o observatório. Na área têm sido realizados intensos protestos contrários ao regime nas últimas semanas.

Em Latakia, centenas de agentes de segurança realizaram buscas em residências no bairro de al-Ramel, que abriga um lotado campo de refugiados palestinos onde sírios de baixa renda também vivem. A cidade mediterrânea tem sido alvo de ataques há quatro dias que já deixaram pelo menos 37 mortos e obrigou moradores a fugirem de suas casas.

Os ministros de Relações Exteriores da Turquia e da Jordânia pediram novamente a Damasco de encerre imediatamente a repressão aos manifestantes. Em coletiva de imprensa conjunta realizada à margem de uma reunião de países islâmicos para discutir a fome na Somália, o chanceler turco Ahmet Davutoglu disse que "o derramamento de sangue deve parar, todos os soldados devem se retirar das cidades e a vida nesses lugares deve voltar ao normal".

"É importante interromper a violência e implementar reformas", disse o ministro de Relações Exteriores da Jordânia, Nasser Judeh. "Rejeitamos a continuidade dos assassinatos. A Turquia elevou suas consultas a países da região para tentar encontrar uma "posição comum" sobre a Síria, disse Davutoglu.

Davutoglu viajou para a Síria na semana passada e pediu a Assad que encerre o derramamento de sangue. Mas a Turquia, importante parceiro comercial da Síria, não se uniu aos Estados Unidos e à Europa na implementação de sanções contra o governo de Assad. As informações são da Associated Press.

Prognósticos eleitorais requerem a compreensão da conjuntura e a construção de cenários. De acordo com a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), a economia brasileira deve crescer em torno de 4%. A taxa de inflação, conforme especulações do mercado, tenderá a ficar fora da meta estipulada pelo Banco Central.

É necessário também considerar a conjuntura econômica dos Estados Unidos e da Comunidade Européia. Ambos enfrentam dificuldades nos âmbitos da dívida pública, oferta de emprego reduzido e baixo crescimento econômico. As situações econômicas dos Estados Unidos e da Comunidade Européia afetam o desempenho da economia brasileira.

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No âmbito político, a presidente Dilma sofre ameaças da sua ampla coalizão partidária. O Partido da República (PR), através do senador Alfredo Nascimento, já ameaçou rompimento com o governo. Em alguns instantes, a relação Dilma-PMDB revela-se conflitante. Por conta do corte de gastos anunciados no início do ano, parlamentares ameaçam não colaborar com Dilma no Parlamento – O ato de colaborar deve ser compreendido em diversos sentidos, inclusive no ato de evitar aberturas de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

É importante salientar, o papel fiscalizador da imprensa. São corriqueiros os casos de corrupção trazidos por ela. Estes fatos incentivam a oposição a agir, como também despertam a atenção da opinião pública.

Diante de fatos de corrupção, turbulências no Parlamento e conjuntura econômica desfavorável, a média de aprovação da administração do governo Dilma é de 48% (Datafolha). A média da confiança é de 69,5% (IBOPE). Ambos os percentuais sugerem que Dilma ainda está bem. Entretanto, as conjunturas política e econômica precisam melhorar. Caso não, ela não adentrará 2014 como favorita a reeleição.

Sistematicamente a expressão governabilidade aparece no discurso dos atores políticos. Certamente, alguns indivíduos questionam o conceito de governabilidade, pois não sabem o que significa. Outros acreditam no conceito construído pelos atores políticos para governabilidade. Mas, afinal, o que é governabilidade?

Como já frisei em texto anterior, está presente no Brasil o presidencialismo de coalizão. Nestes, variados partidos políticos apoiam o presidente da República. Este apoio possibilita a existência da coalizão partidária. Quando a coalizão partidária existe e turbulências não atrapalham a sua existência, a governabilidade nasce. Portanto, o conceito de governabilidade se confunde com o de presidencialismo de coalizão.

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Porém, turbulências surgem em qualquer coalizão partidária. São variadas as causas das turbulências. O presidente da República pode não liberar as emendas parlamentares. Por consequência, reclamações surgem. Caso estas ganhem volume, crises ocorrem na coalizão. Com isto, os partidos prejudicados ameaçam retirar o apoio ao presidente. Sendo assim, a governabilidade é ameaçada ou deixa de existir.

Ocorre também, de instituições, como o Ministério Público ou a Polícia Federal, realizarem investigações sobre parlamentares da agremiação partidária X, a qual faz parte da coalizão partidária. Por se sentirem ameaçados, os parlamentares podem reclamar e, por consequência, saírem da coalizão. Com isto, a governabilidade é ameaçada ou finda.

Vejam que a governabilidade tem a sua utilidade estratégica. Ou seja: elas possibilitam governos funcionarem adequadamente no âmbito do Parlamento. Por outro lado, a governabilidade ameaça o funcionamento apropriado das instituições e gastos públicos desnecessários.

Quando uma instituição opta por não investigar dado ator político em nome da governabilidade, o papel desta instituição é questionado ou ela perde a sua função na sociedade. Quando governos atendem a demandas de parlamentares no âmbito do gasto público, desequilíbrio fiscal poderá vir a ocorrer.

Portanto, a governabilidade faz bem a presidentes. Mas nem sempre faz bem a sociedade.

A característica do presidencialismo brasileiro é a coalizão partidária. Partidos políticos, independente da ideologia, se unem em torno do presidente e concedem apoio. Os partidários buscam cargos e verbas junto à presidência. Em razão disto, concedem apoio e contribuem para a governabilidade. Saliento que o presidencialismo de coalizão não é típico do Brasil. Em outros sistemas presidencialistas, observo coalizões partidárias. Inclusive, em regimes parlamentaristas, as coalizões partidárias também estão presentes.

Dilma, assim como FHC e Lula, montou em seu governo uma ampla coalizão partidária – cerca de 307 parlamentares. Nesta coalizão, o PT é o partido que tem mais ministérios – 17, cerca de 46% do total. O PMDB tem seis ministérios. Outros partidos participam do restante dos ministérios.
Carlos Pereira, competente cientista político brasileiro, em artigo na Folha de São Paulo (23/07), classificou a coalizão do governo Dilma como desproporcional. Aparentemente, Pereira tem razão.

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Para Carlos Pereira, a coalizão de Dilma é desproporcional em razão de que o PT detém 88 cadeiras na Câmara Federal. Mas tem o maior número de ministério na coalizão. O PMDB tem 79 cadeiras e é o segundo partido com o maior número de ministérios no governo Dilma. O PR tem 13% das cadeiras do parlamento, mas só tem um ministério. Com base no argumento de Carlos Pereira, a desproporcionalidade não existe, pois o PT tem mais parlamentares do que o PMDB e o PR. Portanto, maior número de ministérios.     

Mas existe um ponto central, o qual é omitido no texto de Carlos Pereira. Atores políticos ao negociarem espaços no governo não consideram apenas o número de ministérios que desejam ocupar. O que o ministério tem a oferecer é um critério considerado pelos negociadores. Portanto, se o ministério tem mais verbas para investimento e mais cargos comissionados em variados estados à disposição da agremiação partidária, ele é importante.
Diante disto, não importa exclusivamente na negociação partidária a quantidade de ministérios que dado partido virá a ocupar. Mas o que o ministério tem a oferecer. Atores buscam ministérios com o objetivo de fazerem política eleitoral. E política eleitoral também se faz com verbas públicas e cargos comissionados. Esta é a realidade do presidencialismo brasileiro!

A expectativa de poder orienta o comportamento dos atores políticos. Lula representa uma expectativa de poder para diversos atores em razão do seu expressivo percentual de popularidade. Entretanto, a popularidade não é eterna. Ela pode decrescer. Como também se manter ou crescer. As circunstâncias políticas e econômicas podem vir a interferir no índice de popularidade de um ator político.

O que são circunstâncias políticas e econômicas? São eventos presentes em determinados contextos. A turbulência na coalizão partidária de Dilma é um evento, o qual poderá interferir em sua popularidade, presente no contexto atual. Alta dos juros, o qual poderá, em longo prazo, inibir o consumo, é um evento econômico visto no contexto atual.  Portanto, antes de prospectar sobre algo, as circunstâncias políticas e econômicas precisam ser consideradas. Com base nisto, é possível afirmar: neste instante, dadas as condições X, Lula não será candidato em 2014. 

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Quais as condições X? Prognosticar não é adivinhar. Mas construir cenários possíveis. Dilma tem três desafios econômicos: alta da inflação, reduzido crescimento econômico e obras da Copa do Mundo. A inflação este ano ficará fora da meta. Os juros estão altos. A economia internacional não está saudável. Por consequência, a inflação pode ameaçar o poder de consumo do brasileiro. A taxa de crescimento econômico poderá ser na era Dilma modesta. O estado brasileiro poderá não atender as demandas da Copa.

Diante de tal prognóstico proposto, qual será a razão da candidatura Lula? Nenhuma, pois as condições para ele não lhe dão margem para uma vitória acachapante. E Lula sabe disto.


Além disto, caso Lula decida ser candidato, em virtude de que a miopia atingiu os seus olhos, o PT e ele terão que responder as seguintes indagações do eleitor: “Por que Dilma não é mais candidata?” “Por que você, Lula, indicou Dilma e agora quer voltar?” “Por que você (Lula) afirmou que Dilma iria cuidar de nós e não cuidou?” Estes questionamentos não encontram respostas fáceis.

É claro que o meu prognóstico para 2014 pode estar errado. Ou seja: a inflação será controlada, a economia brasileira crescerá de modo pujante e o estado brasileiro será eficaz na organização da Copa do Mundo. Diante destas circunstâncias, Lula poderá ser candidato? Sim, mas qual será a justificativa dele para o eleitor? O eleitor está bem, feliz, aprovando o governo Dilma. Neste caso, qual seria a razão dele trocar Dilma por Lula? Nenhuma.


Enfim, para os que gostam de vislumbrar o futuro e desejam o poder, aconselho: não partam, neste instante, da premissa de que Lula será candidato em 2014. 

A deputada republicana Michele Bachmann lançou hoje sua candidatura à presidência dos Estados Unidos. Preferida dos cristãos conservadores e ativistas do grupo conhecido como Tea Party, ela espera conquistar credibilidade para ser considerada uma séria concorrente ao presidente Barack Obama.

Bachmann, que está em seu terceiro mandato na Câmara, pelo Estado de Minnesota, planeja realizar um comício em Waterloo, em Iowa, sua terra natal. O Estado realiza a primeira disputa republicana de nomeação de candidatos, que acontece por meio de reuniões, conhecidas como caucuses.

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O resultado de uma enquete, divulgado na noite de sábado, mostra Bachmann em empate técnico com o governador de Massachusetts, Mitt Romney. A pesquisa mostrou que Romney tem o apoio de 23% dos entrevistados e Bachmann 22%. O levantamento foi feito com pessoas que disseram que provavelmente votariam no caucus do Estado.

Falando do lado de fora de uma mansão história em Waterloo, Bachmann disse que está iniciando sua campanha "não por vaidade", mas porque os eleitores "devem fazer uma escolha corajosa se quisermos garantir a promessa do futuro".

Bachmann é a única mulher a entrar na corrida presidencial até agora. Outra favorita do Tea Party, a ex-candidata à vice-presidência em 2008, Sarah Palin, ainda não declarou se pretende concorrer em 2012.

Em entrevista à Associated Press ontem, Bachmann acusou Obama de fazer uma política equivocada. "Pessoalmente, não tenho nada contra o presidente. Mas ele está errado e suas receitas políticas estão erradas." As informações são da Associated Press.

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