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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, estendeu a ordem de coleta de saliva, digitais e fotos para todos os presos e indiciados no bojo dos inquéritos sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. A decisão atende a um pedido da Polícia Federal, que também requereu acesso ao Banco Nacional Multi Biométrico e de Impressões Digitais para abastecer as investigações sobre a ofensiva antidemocrática.

Em janeiro, Alexandre já havia dado despacho similar, determinando a 'identificação criminal e coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético' de todos os presos em flagrante no dia 9 de janeiro no acampamento montado em frente ao QG do Exército em Brasília.

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A avaliação do ministro é que 'naturalmente, a autorização deverá compreender, ainda, os demais presos relacionados aos referidos atos golpistas, para completa elucidação dos fatos e precisa apuração da responsabilidade de cada um dos investigados'.

Com a decisão, também serão coletados materiais de investigados presos ou identificados em outros momentos da apuração sobre os atos golpistas. Foram efetuadas prisões no próprio dia 8, de radicais flagrados destruindo parte das sedes do Congresso, do Supremo e do Planalto. Outros investigados foram alvo da Operação Lesa Pátria - que já está em sua décima fase -, executada pela Polícia Federal.

O despacho de Alexandre foi publicado nesta quinta-feira, 19, mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal formou maioria para colocar no banco dos réus 100 golpistas denunciados pela Procuradoria-Geral da República como incitadores e executores dos atos golpistas de 8 de janeiro.

A expectativa é que a Corte siga agendando, em blocos, a análise das acusações oferecidas pela PGR. Na próxima semana, serão debatidas imputações feitas a outros 200 radicais.

O Ministério Público Federal já denunciou 1.390 investigados - 239 apontados como executores, 1.150 como incitadores e um policial legislativo acusado de suposta omissão ante a depredação das sedes dos Três Poderes. Agora, os procuradores se dedicam à identificação dos financiadores da ofensiva e à apuração sobre a omissão de agentes públicos no dia dos ataques.

Ao todo, 2.151 pessoas foram presas pelos atos de 8 de janeiro - ou durante a ofensiva antidemocrática ou no acampamento montado em frente ao QG do Exército em Brasília. Seguem detidos 208 homens e 86 mulheres, entre eles investigados que foram capturados pela Operação Lesa Pátria.

O teste para detectar a covid-19 em sua fase ativa por meio da saliva desenvolvido pelo laboratório Mendelics em parceria com o Hospital Sírio-Libanês chegou a mais de 300 farmácias da capital e das cidades de Guarulhos, Osasco e Barueri. Para evitar aglomerações, o exame pode ser agendado por telefone e o resultado fica pronto em 24 horas. Ele também está disponível no Rio, onde o resultado sai em 48 horas.

"Este é um teste com valor mais acessível que o RT-PCR, mas é equivalente a ele, com especificidade de 100% e sensibilidade de 80%", diz David Schlesinger, CEO da healthtech meuDNA e da Mendelics. O RT-PCR, que é considerado o padrão ouro para detectar a infecção, é mais invasivo e chega a custar R$ 470.

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Ofertado inicialmente em hospitais e empresas, o meuDNA Covid também pode ser feito em casa por R$ 169. Nas farmácias das redes Droga Raia e Drogasil, custa R$ 150.

Segundo Schlesinger, mais de 300 mil pessoas já fizeram o teste e, entre a segunda metade de novembro e as duas primeiras semanas de dezembro, o número de casos positivos aumentou em cinco vezes.

O exame com saliva usa o método PCR-Lamp (sigla em inglês de amplificação isotérmica mediada por loop), que identifica o RNA do vírus nas células da pessoa com o vírus.

Em caso de contato com pessoa infectada ou situação de risco, como ficar sem máscara em um local com aglomeração, Schlesinger recomenda fazer o teste após o contato e repetir após cinco dias, além de fazer isolamento.

"Quem tem alto risco de ser infectado tem uma janela de duas semanas para ainda ser um risco. Se teve contato com uma pessoa com o vírus ou ficou em um local fechado, também deve ficar isolada durante um período de 14 dias. Se tem sintomas, deve se testar e, sendo positivo, tem de avisar para quem entrou em contato com a pessoa nas últimas 48 horas."

O CEO da Mendelics explica que os interessados devem fazer o agendamento por telefone, ir no horário agendado, fazer um cadastro e cuspir no frasco, que será etiquetado e enviado para o laboratório. Em 24 horas, o resultado será encaminhado para o e-mail cadastrado ou por SMS.

No Rio, há 14 farmácias das redes realizando o teste nos bairros de Copacabana, Ipanema, Flamengo e Leblon. Se for feito até as 18 horas, o resultado fica pronto em 48 horas.

"Se demorar uma semana para sair o resultado, as pessoas já passaram o vírus para frente e você não consegue interromper a cadeia. O teste é fundamental para dar uma segurança maior para todo mundo, mas é importante ressaltar que as duas principais medidas têm sido não se aglomerar, principalmente em locais fechados, e usar máscara."

CEO da RD - fusão entre Droga Raia e a Drogasil, Marcilio D'Amico Pousada diz que as duas redes têm 2.300 lojas em 23 Estados. O teste está sendo oferecido em mais de 300 unidades em São Paulo, Guarulhos, Osasco e Barueri. O objetivo é ampliar.

"O plano é conseguir expandir, ter mais lojas e atender melhor o consumidor."

USP lançou teste com saliva em dezembro

No dia 1º de dezembro, a Universidade de São Paulo (USP) começou a ofereceu um teste que identifica o coronavírus pela saliva. Criado pelo Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências, em parceria com o Instituto de Química, o teste RT-Lamp detecta casos de covid-19 em até 24 horas. Na fase inicial, ele estará disponível apenas na capital paulista para 90 pessoas por dia, entre atendimentos presenciais e quem solicitar o kit para fazer o teste em casa.

O preço é de R$ 90 para a coleta presencial e R$ 150 para receber o kit de autocoleta. O agendamento pode ser feito pelo site: www.genomacovid19.ib.usp.br e o resultado fica pronto em 24 horas.

Testes com saliva têm sido desenvolvidos em outros países, como os Estados Unidos. Até agosto, a Food and Drugs Administration (FDA), agência regulatória de medicamentos e alimentos americana, já tinha autorizado o desenvolvimento de cinco testes que utilizavam saliva como amostra para o teste.

Serviço:

Farmácias Drogasil e Droga Raia

Agendamento por telefone: (11) 3004-8007 - opção 7 (Drogasil) e (11) 3003-7242 - opção 6 (Droga Raia)

Valor: R$150

Disponível em mais de 300 unidades em São Paulo, Guarulhos, Osasco, Barueri e no Rio

Coleta em casa

Agendamento pelo site: https://meudna.com/teste-covid

Valor: R$ 169

Disponível em São Paulo, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Osasco e Guarulhos

USP

Agendamento pode ser feito pelo site: www.genomacovid19.ib.usp.br

Valores: R$ 90 para a coleta presencial e R$ 150 para receber o kit de autocoleta

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) iniciou, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, um teste de rastreamento de portadores com Covid-19 por meio da saliva. O objetivo é aumentar a segurança de pacientes e servidores que estão dentro do complexo do HC, permitindo a rápida identificação e isolamento dos possíveis infectados com o novo coronavírus para que o impacto da pandemia seja reduzido ao máximo, pelo menos no âmbito hospitalar.

Segundo a instituição, este modelo de prevenção é baseado em estudos científicos que priorizam pilares considerados essenciais no controle da pandemia: a declaração de sintomas para Covid-19 e o rastreamento para detecção de possíveis infectados assintomáticos. O teste foi batizado pela equipe de professores de "pool de saliva".

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Os testes, que são feitos por uma equipe de professores da Unesp, consiste em coletar saliva de até 15 pessoas, para identificar a presença do novo coronavírus. Os resultados são avaliados por médicos do HC que identificarão os possíveis infectados. Se a análise apontar um resultado positivo, significa que pelo menos uma das pessoas pode estar infectada. Neste caso, as 15 amostras de saliva serão reprocessadas individualmente para que a pessoa possivelmente contaminada seja identificada. Identificada a pessoa com a carga viral, ela é afastada do trabalho e seus colegas passam a ser monitorados nos dias seguintes ao resultado.

Os trabalhadores do Hospital das Clínicas de Botucatu e os estudantes de Medicina da unidade fazem este teste quinzenalmente. A ideia é fazer o exame com pessoas que trabalham juntas, no mesmo andar, por exemplo. O "pool de saliva" foi apresentado à comunidade científica internacional no mês passado pela Unesp, em webinar sobre estratégias para impedir o surgimento de surtos da Covid-19 em hospitais.

EUA

Nos Estados Unidos, testes nesse formato já têm sido alvo de discussões nas últimas semanas - a primeira aprovação foi no Estado de Nebraska e a Food and Drug Administration (FDA), agência americana que controla remédios e alimentos, permitiu que um grande laboratório médico agrupasse testes para o novo coronavírus.

Em outros países, a técnica é mais popular. Como os laboratórios geralmente coletam mais amostras do que precisam, eles têm material suficiente para fazer uma segunda análise, se necessário, sem exigir que a pessoa volte.

Os estatísticos do governo tiveram essa ideia na década de 1940, quando precisaram de modo mais eficiente para examinar recrutas da Segunda Guerra Mundial para a sífilis.

Dados epidemiológicos de vários países apontam que os testes em massa são fundamentais no combate à Covid-19. Eles identificam pessoas positivas, sintomáticas ou não, que devem ficar em isolamento, e os contatos que tiveram nos últimos dias para também isolá-los, caso estejam infectados. É uma prática que se soma às ações de prevenção, como isolamento social, higienização das mãos e o uso de máscaras. Nesse contexto, o Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências da USP está pesquisando um teste de coronavírus por meio da saliva que pode ser uma alternativa ao RT-PCR, referência mundial para detectar casos ativos de covid.

Chamado de RT-Lamp, o teste tem métodos mais simples que o PCR (sigla em inglês de reação em cadeia de polimerase). A primeira diferença é o processo por autocoleta. De forma indolor e não invasiva, o próprio paciente pode recolher sua saliva em um tubo de ensaio. Isso também significa menor risco de infecção, pois não há necessidade da retirada das amostras de nasofaringe por um profissional. O teste é mais rápido, pois fornece o resultado entre 30 a 40 minutos. Já o RT-PCR precisa de, no mínimo, duas horas. A precisão dos dois tipos de teste é semelhante.

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A pesquisa, que está em fase final de desenvolvimento e conta com apoios importantes da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e da empresa brasileira JBS, atua agora em duas frentes.

A primeira é padronizar o teste, ou seja, criar soluções químicas que mantenham o coronavírus estável, sem sofrer a ação das inúmeras enzimas presentes na saliva. Apesar de usar um processo de análise molecular parecido com o PCR, o teste por saliva não requer a extração do ácido nucleico (RNA, composto "primo" do DNA) das amostras.

Reagentes

A outra tarefa é a produção de reagentes químicos no próprio laboratório - hoje são utilizadas enzimas comerciais (importadas), o que também encarece a pesquisa. A falta de reagentes e de swabs (espécie de cotonete de haste longa para coletar o material) também representa um entrave para a testagem.

Neste desafio, os cientistas do Centro do Genoma Humano contam com a colaboração do Instituto de Química da USP.

Maria Rita Passos-Bueno, pesquisadora do Centro de Estudos do Genoma Humano, explica que os métodos mais simples contribuem com a redução de custos finais do teste. Segundo ela, o teste da saliva pode custar ¼ do valor do RT-PCR, que gira em torno de R$ 350 a R$ 400.

"Ainda é cedo para definir o preço final para o consumidor. Estamos trabalhando. Um ponto já definido é que queremos oferecer o teste em locais com pouca infraestrutura de laboratórios no País", explica.

A testagem em massa representa um dos grandes desafios do País no combate ao coronavírus. Hoje, o Brasil está bem distante dos outros países na identificação de positivos. Enquanto Reino Unido, Espanha, Bélgica, Estados Unidos e Rússia testaram mais de 10% da população e Peru, Chile e China investigaram 6%, o Brasil testou apenas 1,5% das pessoas.

Diante deste cenário, Maria Rita defende a ampliação e a descentralização dos pontos de testagem, com a inclusão dos laboratórios de referência das universidades. "No caso das universidades, um dos caminhos é o oferecimento da tecnologia para os laboratórios. Mas elas poderiam oferecer o teste que criaram. Esses centros possuem infraestrutura adequada e profissionais capacitados", observa, citando o exemplo da Universidade de Oxford como um dos centros que ofertaram os testes na Inglaterra.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A saliva humana pode ter uma função importante, além das já conhecidas que incluem lubrificar e diluir o bolo alimentar para facilitar a mastigação e a deglutição, proteger contra bactérias e umedecer a boca. Pesquisadores descobriram que ela também pode ajudar a detectar precocemente riscos de desenvolvimento de doenças pelo excesso de gordura corporal.

Ao medir a concentração de ácido úrico na saliva de adolescentes, cientistas das universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiram predizer a porcentagem de gordura corporal dos jovens. Dessa forma, identificaram adolescentes que estão com porcentual de gordura acima do ideal, mesmo antes de apresentarem sintomas de doenças crônicas relacionadas à obesidade.

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“Constatamos que o ácido úrico salivar é um bom marcador preditivo da concentração de gordura corporal mesmo em adolescentes considerados saudáveis”, disse a professora da Unifesp no campus de Diadema e coordenadora do projeto, Paula Midori Castelo.

O ácido úrico acumula-se no sangue e, em proporções muito menores, na saliva. Apesar de desempenhar função antioxidante, a concentração elevada do composto no sangue e na saliva pode predispor à hipertensão, inflamação e doenças cardiovasculares.

A fim de avaliar se o ácido úrico também poderia ser útil como biomarcador para estimar a gordura corporal, os pesquisadores mediram as concentrações deste composto e de outros, como o colesterol e a vitamina D, na saliva de 248 adolescentes.

Coleta

Os jovens que participaram da pesquisa tinham de 14 a 17 anos. Dos 248 estudantes de escolas públicas de Piracicaba, no interior paulista, 129 eram meninos e 119 meninas. Eles responderam previamente a um questionário sobre o histórico médico e foram submetidos a uma avaliação odontológica a fim de identificar e excluir os que apresentavam cárie ou doença periodontal (inflamação da gengiva).

 “Esses fatores influenciariam parâmetros da saliva, como o pH [índice de acidez] e a composição eletrolítica e bioquímica. A cárie e a doença periodontal, por exemplo, estão relacionadas com a secreção de alguns analitos e citocinas na saliva e podem alterar a composição do fluido”, explicou Paula.

Os adolescentes aptos a participar do estudo foram submetidos a uma avaliação antropométrica, que incluiu medidas de altura, peso, porcentagem de gordura corporal e massa muscular esquelética por impedância biolétrica – um aparelho que mede a gordura corporal por meio de uma corrente elétrica de baixa intensidade.

O material foi coletado por meio de um dispositivo chamado salivete, após um jejum de 12 horas. A concentração de ácido úrico e dos outros compostos nas amostras foi medida por meio de um equipamento de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC, na sigla em inglês). Esse método de separação de compostos químicos em solução permite identificar e quantificar cada componente em uma mistura.

Método não invasivo

As análises estatísticas dos dados indicaram que os adolescentes que apresentaram concentrações mais elevadas de ácido úrico na saliva também possuíam maior porcentagem de gordura corporal.

Por meio da aplicação de um modelo de análise de regressão linear – que avalia a relação entre variáveis –, os pesquisadores também conseguiram predizer a porcentagem de gordura corporal dos adolescentes a partir da concentração de ácido úrico na saliva.

“A concentração de ácido úrico salivar mostrou-se um bom indicador para detectar o acúmulo de gordura corporal, mesmo em adolescentes que não estavam em tratamento para doenças crônicas, e pode dar origem a um método não invasivo e preciso para monitorar e identificar precocemente alterações no estado nutricional”, afirmou Paula.

A pesquisadora completa: “O que nos chamou a atenção, é que esses adolescentes eram saudáveis e mesmo assim já tinham ácido úrico elevado, [o ácido úrico] é um marcador precoce mesmo. Então, desde cedo, já está mostrando que tem alteração”.

O objetivo dos pesquisadores é identificar na saliva biomarcadores confiáveis, que se correlacionem com os encontrados no sangue, de modo a viabilizar o desenvolvimento de testes rápidos para monitorar o estado de saúde principalmente de crianças.

 “A ideia é possibilitar a ampliação do uso da saliva como amostra biológica alternativa para análises clínicas de forma não invasiva, indolor e que pode ser coletada várias vezes, assim como a urina. É interessante para lidar com pessoas jovens, como as crianças”, comparou a pesquisadora.

Os resultados do estudo foram publicados na revista Nutrition Research. O projeto foi apoiado e financiado pela Fapesp.

Um homem identificado como Greg Manteufel, 48 anos, acabou tendo as pernas, mãos e partes do rosto amputados após a saliva de um cachorro contaminá-lo com uma bactéria que poderia causar a sua morte, caso não tivesse amputado os membros. A mulher de Greg informou à imprensa local que o marido começou tendo febre e vômitos, como se estivesse gripado. Logo após, o homem começou a delirar e aumentar a temperatura corporal. O caso aconteceu nos Estados Unidos.

Levado ao hospital, o médico notou vários hematomas no corpo do Greg. Após uma semana no hospital, o homem, que é pintor, acabou perdendo as pernas e as mãos. Segundo o site Washington Post, ele sofreu uma rara infecção no sangue depois que bactérias nocivas da saliva de um cão penetrou em suas correntes sanguíneas, causando sepse ou envenenamento do sangue.

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O site confirma que a sepse resultou em manchas de sangue, principalmente no peito e no rosto. As amputações decorreram dos coágulos sanguíneos causados pela bactéria, que bloquearam o fluxo do sangue para as extremidades, fazendo com que tecidos e músculos morressem.

Capnocytophaga canimorsus é uma bactéria comumente encontrada em cães e gatos. Está presente na saliva da maioria dos cães saudáveis ​​e geralmente não é prejudicial aos seres humanos. Mas em casos raros, as bactérias podem envenenar o sangue e causar a morte. No tempo em que se infectou, Greg Manteufel, tinha cerca de oito cães, e qualquer um deles pode ter sido o causador.

Os humanos suam, os cães ofegam, os gatos se lambem. Os animais adotaram uma gama interessante de técnicas para regular a temperatura corporal por meio da evaporação.

Já a mosca varejeira sopra bolhas com seu suco gástrico pela boca, e então os suga de volta, revelaram cientistas nesta quinta-feira (19).

"À medida que o fluido se move para fora, ocorre a evaporação, o que diminui a temperatura do fluido. A mosca então move a gotícula resfriada para dentro, o que diminui sua temperatura corporal", explicou Denis Andrade, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), coautor de um estudo publicado na revista científica Nature Scientific Reports.

Ele disse à AFP que esse comportamento chamado "bubbling" parece ser "um meio muito eficaz para as moscas varejeiras promoverem o resfriamento evaporativo e, portanto, diminuírem sua temperatura corporal".

O sopro de bolhas de saliva da mosca já foi observado antes, mas sua função permanecia um mistério até agora.

Andrade e uma equipe usaram uma câmera termográfica, que capta a radiação infravermelha emitida por conta do calor, para procurar mudanças de temperatura no corpo da mosca durante o "comportamento bubbling".

Eles observaram que a bolha colorida avermelhada esfriou rapidamente, "para até oito graus Celsius abaixo da temperatura ambiente, em cerca de 15 segundos", escreveram os pesquisadores.

"As moscas varejeiras então voltam a ingerir a gotícula resfriada, o que reduz a temperatura da cabeça, tórax e abdômen em 1,0º C, 0,5º C e 0,2º C, respectivamente" - e mais após movimento repetidos.

As moscas sopraram mais bolhas à medida que a temperatura do ar aumentava, mas menos em ambientes úmidos, onde a umidade do ar dificulta a evaporação, observou a equipe.

As observações servem como "provas convincentes" de que o sopro de bolhas é usado, pelo menos em parte, para regular a temperatura corporal, disse Andrade. Outras funções podem incluir a digestão.

Embora o suor e a respiração ofegante sejam um método eficaz de resfriamento para mamíferos e aves, a evaporação da superfície do corpo é mais difícil para os insetos, devido aos seus esqueletos externos duros cobertos de cera.

Outros insetos podem usar o mesmo método que a mosca varejeira, sugeriu a equipe, mas apenas aqueles que são capazes de soprar uma bolha grande o suficiente em relação ao tamanho do corpo.

Um vídeo do comportamento "bubbling" da mosca pode ser visto abaixo:

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A descoberta do vírus zika em saliva e em outras secreções do corpo humano já era esperada. E isso não significa necessariamente que o vírus possa ser transmitido dessa forma. É o que apontam infectologistas ouvidos pelo Estado que vêm trabalhando com o zika. Eles reforçaram que não é caso de pânico. "Ainda é preciso demonstrar que existe transmissão por contato, o que os estudos não têm ainda", comenta o infectologista Esper Kallas, da USP.

Ele lembra que várias outras doenças virais, incluindo a infecção por HIV, podem ser detectadas na saliva; nem por isso são transmitidas pela secreção. De acordo com o médico, são necessárias outras condições. É preciso, por exemplo, que a quantidade de vírus presente nessas secreções seja grande o bastante e que ele sobreviva por um tempo fora do corpo, o que não é sabido se ocorre ainda.

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Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto Emílio Ribas, afirma que se a transmissão do zika estivesse ocorrendo por contato, o número de pessoas contaminadas seria muito maior. A estimativa do Ministério da Saúde é que 1,5 milhão de pessoas podem ter se infectado, sendo 80% assintomáticas.

"O vírus está circulando há meses entre nós e não tivemos um alto nível de infecção como aconteceu com o H1N1 (gripe). Se a transmissão ocorresse pela saliva, o número de casos seria extremamente alto. Não vemos, por exemplo, famílias inteiras contaminadas. Em uma casa, tem uma, duas pessoas no máximo", afirma.

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