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O Canadá receberá dez mil refugiados sírios até o final de dezembro e outros quinze mil em janeiro e fevereiro, anunciou nesta terça-feira (24) o novo governo liberal do primeiro-ministro Justin Trudeau, que planeava inicialmente acolher os 25.000 até o fim do ano.

O Canadá estabelecerá uma ponte aérea desde os primeiros dias de dezembro, que incluirá voos fretados e militares, para cumprir a promessa de campanha do premiê recém-empossado. O adiamento foi anunciado após críticas de que Ottawa estaria se apressando, em meio a preocupações provocadas pelos atentados em Paris.

"Os canadenses querem fazer o certo e se isto levar mais tempo, o faremos", disse a jornalistas o ministro da Imigração, John McCallum. "Consequentemente, é isto que vamos fazer", acrescentou.

Funcionários de alto escalão do governo Barack Obama defenderam, nesta terça-feira, o programa de admissão de refugiados sírios, insistindo em que os filtros são rígidos o bastante para conseguir evitar a entrada de extremistas no país.

O governo americano tenta neutralizar as ameaças de governadores de bloquear os esforços para aceitar refugiados, argumentando que se trata de uma política federal e que, consequentemente, os refugiados legítimos devem gozar de liberdade de movimento.

Um funcionário do governo, que pediu para não ser identificado, disse a jornalistas que o programa "é uma orgulhosa tradição americana que, não apenas salva vidas, como também enriquece nosso país e nossa nação".

Quase metade dos governadores dos 50 estados americanos, junto com o presidente da Câmara de Representantes, o republicano Paul Ryan, pediram a Obama que suspenda o plano para admitir o ingresso de 10.000 refugiados sírios no ano fiscal corrente.

"Esse é um programa federal desenvolvido sob a autoridade da lei federal, e os refugiados que chegam aos Estados Unidos estão protegidos pela Constituição e pela lei federal", disse esse funcionário de alto perfil.

Depois dos últimos ataques em Paris, aqueles que se opõem ao programa argumentam que agilizar as chegadas - conforme prometido por Obama - levará à flexibilização dos critérios de segurança. Essa possibilidade é rejeitada por especialistas do governo.

Outra fonte do alto escalão, que também pediu para não ser identificada, disse que os Estados Unidos já controlam os dados de milhões de viajantes e que, "certamente, pode adaptar" os controles ao relativamente pequeno número de refugiados sírios.

"Vai demandar alguma adaptação e flexibilização, mas acho que está claramente dentro da nossa capacidade", completou.

A violência contra refugiados sírios teve um pico na Alemanha durante este final de semana com a polícia reportando este domingo diferentes ataques em que seis refugiados ficaram feridos, tendo que ser enviados a hospitais.

Em dois dos ataques, nas cidades de Wismar e Magdeburg, 30 pessoas espancaram dois sírios de 26 anos e um homem de 35 anos. A polícia prendeu um suspeito, um homem de 24 anos.

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Em um terceiro ataque, um sírio de 26 anos foi atingido por pedaços de vidro quando explosivos foram atirados contra a janela de seu quarto em um abrigo na cidade de Freital, no estado da Saxônia. O ministro do Interior da Saxônia, Markus Ulbig, condenou duramente o que chamou de ataque "covarde e a sangue frio".

No município de Sehnde, próximo de Hannover, um homem de 43 anos foi preso por suspeita de ter provocado um incêndio criminoso contra a casa de uma família que vinha de Montenegro. Ninguém foi ferido.

Diversos ataques incendiários foram reportados em várias partes da Alemanha e os alvos foram espaços designados para ser abrigos para refugiados. Um dos locais afetados foi um hotel vazio na cidade de Dresden e um antigo clube em Castrop-Rauxel.

Ataques contra refugiados e abrigos aumentaram fortemente na Alemanha nos últimos meses na medida em que famílias migram para a Europa tentando fugir da guerra e da pobreza. O ministro de Interior da Alemanha disse na semana passada que já haviam ocorrido 576 crimes contra abrigos de refugiados ao longo deste ano até o momento. O montante é comparável com um total de 198 ataques em todo o ano passado. Fonte: Associated Press.

A Arábia Saudita disse ter acolhido cerca de 2,5 milhões de sírios desde o início do conflito. Esta foi a primeira resposta oficial diante de alegações de que os Estados do Golfo devem fazer mais para resolver a situação dos refugiados sírios.

Segundo a agência oficial de imprensa saudita, um funcionário não identificado do Ministério das Relações Exteriores disse na sexta-feira que o reino não considera os acolhidos como refugiados e não os abriga em campos "de modo a garantir a dignidade e segurança".

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Eles são livres para se mover ao redor do país e várias pessoas que optaram por permanecer têm recebido o estatuto de residência, afirmou a agência, ao ressaltar que a Arábia Saudita tem oferecido acesso ao trabalho, escolas e assistência médica gratuita. Não foram dados detalhes sobre quantos sírios permanecem no país. Fonte: Associated Press.

Um grupo de refugiados da guerra na Síria que chegou no ano passado ao Uruguai protestou nesta segunda-feira em frente à sede da Presidência, exigindo deixar o país.

As famílias, todas com crianças pequenas, se posicionaram com suas bagagens na cêntrica Praça Independência, em frente à sede do Executivo, e dizem que ficarão no local até que possam deixar o país. Eles explicaram que querem deixar o Uruguai por considerarem o país caro para viver.

Eles disseram ainda que têm dificuldades para se adaptar e criticaram o programa para refugiados lançado por José Mujica durante seu mandato (2010-2015).

"Tenho 15 filhos, e só um trabalha. Como podemos viver assim? Não temos o suficiente para comprar alimentos", disse um homem que se identificou à AFP como Maraa el-Chibli, de 55 anos.

"Não deixamos a guerra para morrer aqui de pobreza", contestou Maher el-Dis, de 36 anos, queixando-se do aumento dos preços dos alimentos da cesta básica.

Desde que ingressaram no Uruguai em outubro do ano passado, vindos de um campo de refugiados no Líbano, essas famílias sírias que fugiram da guerra em seu país tem recebido um subsídio do governo cujo montante depende do número de integrantes do núcleo familiar.

Consultado sobre as reclamações dos refugiados, o secretário de Direitos Humanos da Presidência, Javier Miranda, disse à AFP que o dinheiro que entregue pelo Estado "é calculado de modo que permite efetivamente viver".

O secretário da Presidência, Juan Andrés Roballo, recebeu os refugiados no edifício-sede do governo na tarde desta segunda-feira, informaram fontes oficiais à AFP. Ainda não se sabem os resultados da reunião.

O governo de Tabaré Vázquez, que sucedeu Mujica em março deste ano, confirmou sua decisão de receber um novo contingente de refugiados da guerra na Síria antes do final do ano.

Funcionários do governo consultados pela AFP não escondem sua preocupação pelo impacto que o protesto -que ocorre em paralelo à crise dos refugiados sírios na Europa- pode ter na opinião pública local, dividida sobre o apoio ao programa de Mujica.

O número de refugiados sírios supera quatro milhões, a maioria na miséria e sonhando em emigrar para a Europa, após perder a esperança de regressar a seu país, assolado pela guerra. "É a maior população de refugiados por apenas um conflito em apenas uma geração", afirmou nesta quinta-feira Antonio Guterres, diretor do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em um comunicado.

Nos últimos 10 meses, a quantidade de refugiados do conflito, que começou em 2011, registrou aumento de um milhão, segundo o ACNUR. "É uma população que precisa do apoio do mundo, vive em condições de extrema precariedade e afunda cada vez mais na pobreza", completou Guterres.

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O número de refugiados chega 4.013.000 pessoas, segundo os dados mais recentes divulgados pela Turquia, que abriga quase metade das vítimas (1,8 milhão). A grande maioria está nos países vizinhos da Síria. O ACNUR calcula que o número deve chegar a 4,27 milhões de refugiados até o fim do ano. Além disso, dentro da Síria existem 7,6 milhões de deslocados.

Atualmente há 1.805.255 de sírios registrados na Turquia, 249.726 no Iraque, 629.128 na Jordânia, 132.375 no Egito, 1.172.753 no Líbano e 24.055 na região norte da África. Os quase 270.000 sírios que solicitaram asilo na Europa não estão incluídos nos dados oficiais, nem os milhares que entraram em vários países sem um registro oficial.

"A deterioração das condições empurra a cada dia mais refugiados para a Europa e até para mais longe, mas a imensa maioria continua na região", afirma o comunicado do ACNUR. O Alto Comissariado calcula a necessidade de uma verba de cinco bilhões de dólares para ajuda humanitária este ano, incluindo a quantia para os países de recepção.

Até junho apenas 24% desta quantia havia sido arrecadado, lamenta a organização da ONU. Isto significa "interrupções na ajuda alimentar e dificuldades para fornecer serviços como aulas para as crianças.

O ACNUR destaca que na Jordânia, 86% dos refugiados que não estão nos acampamentos sobrevivem com menos de 3,2 dólares por dia. No Líbano, 55% deles moram em abrigos precários. O Alto Comissariado também denuncia o aumento do trabalho infantil, da mendicância e dos casamentos forçados de menores de idade, consequências do aumento da pobreza.

Os refugiados sírios constituem quase metade dos 137.000 imigrantes que entraram na Europa no primeiro semestre do ano, atravessando o Mediterrâneo em embarcações utilizadas por traficantes.

Sonho com a Europa

"Não pensamos em retornar à Síria. O que nos preocupa é o dia a dia, como garantir a vida de nossos filhos", declarou à AFP Yassin al-Ali, de 45 anos, refugiado desde o início do conflito em Minié, no norte do Líbano.

Ele vive com sua esposa e três filhos em um campo informal que carece de eletricidade e água potável. "Ninguém faz nada para acabar com o conflito", afirmou, um sentimento de abandono compartilhado por muitos.

"Com o passar dos anos, nos demos conta que as promessas que Estados Unidos e outros países fizeram eram palavras ao vento", declarou Osama al-Raqa, de 22 anos, que não pode entrar na universidade por causa da guerra.

"Sonho com a Europa", disse, acrescentando que "os europeus comem e dormem em casas. Enquanto nós não temos teto e todo o mundo nos considera lixo".

O conflito, iniciado pela repressão do regime contra um movimento pacífico de contestação em março de 2011, opunha inicialmente o exército aos rebeldes sírios, mas ganhou novos contornos com o envolvimento dos curdos e os jihadistas provenientes de vários países.

Mais de 230.000 pessoas morreram, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), enquanto 7,6 milhões se deslocaram no interior do país.

A vida de mais de 5 milhões de sírios, incluindo 2 milhões de crianças, está ameaçada pelas bombas usadas no conflito, denuncia uma ONG em um relatório.

A Handicap International adverte que os artefatos foram amplamente utilizados em áreas densamente povoadas, em violação às normas internacionais, e que as bombas que não explodiram representam uma grave ameaça.

"No total, 5,1 milhões de pessoas - incluindo dois milhões de crianças - vivem em áreas muito afetadas pelo uso de armas explosivas, o que gera uma ameaça para suas vidas", afirma a ONG.

A explosão ou a fragmentação dos artefatos pode provocar "terríveis consequências para os civis" e causar a "morte ou provocar ferimentos graves", destacou a coordenadora regional da ONG, Anne Garella.

Quase 75% dos incidentes com explosivos aconteceram em zonas densamente povoadas, o que sugere que "os beligerantes não têm a intenção de distinguir entre civis e combatentes, o que é uma violação da lei internacional", afirma o relatório.

A Handicap International faz um apelo para as partes em conflito pelo fim do uso de explosivos nas áreas densamente povoadas e para que facilitem o acesso dos feridos à ajuda humanitária.

O conflito sírio começou em março de 2011 com manifestações pacíficas contra o regime do presidente Bashar al-Assad e se transformou depois em uma complexa guerra civil, que provocou mais de 220.000 mortes.

Quase 435.000 pessoas pediram refúgio em algum dos 28 países da União Europeia (UE) em 2013, e pouco mais de 135.000 receberam o status, sendo 26% procedentes da Síria, segundo a agência europeia de estatísticas Eurostat.

Dos mais de 50.000 sírios que solicitaram o status de refugiado, de proteção ou de aceitação por razões humanitárias na UE, 35.000 conseguiram, o que representa o maior percentual. Dos 435.000 casos tratados em 2013, 29,4% receberam a proteção em algum país da UE, o que significa um pouco mais de 135.000 pessoas.

De um total de 135.700 beneficiários, 64.500 receberam o status de refugiados, 50.900 uma proteção subsidiária e 20.400 uma autorização de estadia por razões humanitárias.

Depois dos sírios, os afegãos aparecem com 16.400 pedidos de proteção (12%) e os somalis com 9.700 casos aceitos (7%). Suécia e Alemanha receberam mais de 60% dos sírios (12.000 e 9.600 respectivamente).

Entre os refugiados afegãos, mais de 75% foram recebidos na Alemanha (5.000), Áustria e Suécia (2.300 cada), Itália (1.600) e Bélgica (1.500). Quase 2.800 somalis foram recebidos pela Holanda, 1.700 pela Suécia e 1.600 pela Itália.

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou neste domingo (6) que está alarmada com a "natureza violenta" de uma manifestação em um grande campo de refugiados sírios na Jordânia, que já matou uma pessoa e feriu dezenas de outras. O protesto, que começou ontem no campo de Zaatari, reverberou em toda a região.

Agências humanitárias e autoridades governamentais se esforçam para administrar os milhares de refugiados sírios que buscaram abrigo em países vizinhos, como Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia.

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Em um comunicado, a ONU informou que uma "manifestação acalorada" em Zaatari ficou "violenta", depois que milhares de refugiados possivelmente começaram a arremessar pedras contra um posto policial dentro do acampamento. O protesto teve início após a polícia ter detido uma família de refugiados e um motorista que tentava transportá-la de forma clandestina, esclareceu a agência.

Policiais dispararam gás lacrimogêneo e relatos apontam uso de munição letal, de acordo com a ONU. Três refugiados sírios foram encaminhados ao hospital para tratar ferimentos a bala e um deles morreu, revelou a agência. Em nota, a ONU disse ainda 28 policiais ficaram feridos durante a manifestação. Nove tendas e cinco casas móveis foram queimadas, acrescentou o comunicado.

"Esforços tremendos foram feitos nos últimos meses para criar uma atmosfera de civilidade no campo", declarou a agência da ONU, apelando para que os refugiados respeitem "a lei jordaniana". Mais cedo, a polícia da Jordânia informou em nota que suas tropas usaram gás lacrimogêneo para dissipar as multidões que atacaram o posto policial e atearam fogo nas tendas.

A Jordânia registrou a chegada de 588.979 sírios ao seu território e esse número cresce diariamente. A maioria dos refugiados está distribuída em dois acampamentos perto da fronteira com a Síria. Com mais de 120 mil pessoas, Zaatari é o maior dos campos. Os sírios estão sob cuidados da ONU e do governo jordaniano, mas ainda há um número não determinado de refugiados não registrados nos acampamentos. Fonte: Associated Press.

Dezenas de curdos sírios protestaram nesta quinta-feira em frente ao Parlamento curdo iraquiano, exigindo a execução de seis homens acusados do estupro coletivo de uma jovem refugiada.

Os homens, todos iraquianos, foram presos após uma refugiada síria de 16 anos ser estuprada pelo grupo na terça-feira na periferia de Erbil, capital da região autônoma do Curdistão, no norte do Iraque, indicou a polícia.

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Três dos suspeitos negaram ter participado do ataque, segundo a polícia.

A jovem voltava para sua casa em Erbil após o trabalho quando três homens a renderam e a levaram para uma fazenda na periferia, indicou a polícia em um comunicado.

No local, ela foi agredida sexualmente pelos três e por mais três que se juntaram ao grupo.

Os seis iraquianos abandonaram a refugiada, que conseguiu retornar à cidade, onde denunciou o crime à polícia. Três homens foram presos na quarta-feira, e os demais nesta quinta-feira.

"Nós exigimos a pena máxima, a execução, para esses homens", indicou nesta quinta-feira ante o Parlamento, Amama Hassan, uma manifestante.

Os manifestantes exibiam faixas nas quais era possível ler: "Não violem a nossa honra" ou "Não fique triste, minha irmã (...), enquanto os criminosos não forem executados, nós não nos calaremos".

Mais de 210.000 sírios fugiram da guerra em seu país e se refugiaram no Iraque, a grande maioria estão no Curdistão iraquiano, segundo a ONU.

Esta agressão é o mais grave incidente denunciado contra os refugiados sírios curdos.

Mais de 50.000 sírios se refugiaram no Curdistão iraquiano nas últimas duas semanas, anunciou uma fonte do governo da província autônoma.

"Mais de 50.000 refugiados chegaram ao Curdistão iraquiano desde 15 de agosto em consequência dos combates entre as forças curdas sírias e os rebeldes islamitas no norte do país", afirmou Dindar Zebari, secretário adjunto do Departamento de Relações Exteriores da região iraquiana.

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Os refugiados seguem atravessando a fronteira, "mas o número muda diariamente", afirmou Zebari.

Mais de 200.000 sírios, a maioria curdos, seguiram para o Curdistão iraquiano desde o início do conflito, em março de 2011.

E mais de 1,9 milhão de refugiados sírios fugiram do país desde o início da revolta contra o regime do presidente Bashar al-Assad, segundo a ONU.

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