A Oi obteve no segundo trimestre de 2012 lucro líquido de 64,1 milhões de reais, ante os 373,6 milhões de reais registrados em igual período do ano anterior, queda de 82,8%. No início do ano, a Oi passou por uma reestruturação societária, o que refletiu nos resultados. A operadora fechou o primeiro semestre do ano com lucro de 407,4 milhões de reais, ante os 467 milhões de reais dos seis primeiros meses de 2011. A receita com vendas caiu 2,4%, somando 6,9 bilhões de reais.
De acordo com a operadora, a receita líquida da companhia foi suportada, principalmente, pelo início da contribuição positiva do segmento residencial, reflexo da evolução de domicílios com mais de um produto Oi e crescimento contínuo da base móvel com foco no pós-pago.
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O presidente da Oi, Francisco Valim, afirma que a comparação do lucro em igual período do ano passado não tem relevância, já que muitos elementos que existiam no segundo trimestre de 2011 não existem mais, a começar pela estrutura societária. "Estamos em linha com nosso plano e os primeiros resultados podem ser vistos na receita, desenvolvimento de rede e aprimoramento de serviços", diz.
A receita com mobilidade pessoal foi a maior do período somando 45,1 milhões de reais, expansão de 2,5%, sendo o serviço pré-pago o de maior representatividade somando 39,4 milhões de reais. No segundo trimestre de 2011 foi de 39,2 milhões de reais. O segmento pós-pago encerrou o trimestre com 5,79 mil clientes. Nos seis primeiros meses de 2012, foram adicionados 506 mil clientes dessa categoria, 28% a mais do que o ano todo de 2011. A base de pré-pago totalizou 39,4 mil clientes, representando aumento de 2,3% em comparação com igual período de 2011.
A segunda maior fonte de receita foi o setor residencial que gerou 18 milhões de reais. As desconexões do trimestre totalizaram 4,6 milhões de usuários, resultando em 1,1 milhão de adições líquidas.
O segmento empresarial apresentou crescimento de 4,2%. Resultado que, segundo a companhia, deve-se especialmente ao aumento das vendas no trimestre de 36% de linhas móveis e de 54% na ativação de dados móveis quando comparadas aos três primeiros meses de 2012.
O Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações] foi de 2,1 milhões de reais, 6% superior ao obtido em igual período do trimestre anterior. Os investimentos do trimestre atingiram 1,36 milhão direcionados, principalmente, para rede e licença 4G, informa a operadora.
No período, a tele ganhou 192 mil clientes e encerrou o trimestre com 4,8 milhões de clientes Oi Velox. “O salto crescimento foi resultado tanto do aumento das vendas quanto da redução do churn [perda de clientes]”, avalia a companhia.
Em convergência, em abril, a Oi reforçou seu portfolio com a oferta Triple Play de fixo, banda larga e TV paga, na qual o cliente banda larga tem à sua disposição o pacote de entrada de TV paga mais atrativo do mercado.
Durante o segundo trimestre do ano, a empresa afirma que manteve o foco na melhoria e no aumento da capilaridade dos canais de venda, atingindo 90 lojas próprias e maior foco no vendedor do porta a porta, que vem impactando positivamente as vendas de telefonia fixa, banda larga, TV e bundles.
Suspensão de vendas de chips
Em relação à decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que resultou na suspensão da comercialização e ativação de novas linhas do serviço móvel da Oi a partir do dia 23 de julho nos estados do Amazonas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Roraima e Rio Grande do Sul, a Oi entende que o parâmetro que fundamenta a análise da agência não reflete a concentração de investimentos empreendidos nos últimos 12 meses, que já resultaram na melhoria da prestação de seus serviços.
Quando o órgão anunciou a proibição nas vendas, a Oi afirmou que a análise da agência sobre a prestação de serviços estava defasada. Além disso, afirmou investir no País 6 bilhões de reais neste ano, 1 bilhão acima de 2011. O plano estratégico de quatro anos da Oi prevê aporte total de 24 bilhões de reais, no período de 2012 a 2015, diz a operadora.
“A Oi já está trabalhando na elaboração do Plano a ser apresentado para a Anatel com vistas a voltar o mais rápido possível à oferta plena dos seus serviços nos estados afetados”, afirma. A operadora diz que não espera ter impactos relevantes no resultado financeiro em razão da paralização das vendas, ainda sem data para voltar.