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O deputado Serhii "Sergei" Batryn, do partido do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, detonou granadas dentro de uma sala onde ocorria a reunião do conselho municipal de Keretsky, na manhã desta sexta (15). O debate era transmitido online no momento do atentado.

Conselheiro do partido "Servo do Povo", Sergei entrou na sede administrativa e, pouco tempo depois, tirou pelo menos duas granadas dos bolsos do casaco. Sem se distanciar da porta, ele aciona os explosivos e joga no meio da sala onde ocorria a reunião de urgência do Conselho de Defesa Regional para traçar medidas de operacionalidação da segurança.

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Sem entender o que acontecia, as pessoas que estavam presentes não esboçaram reação e, segundos depois, o local explodiu. A polícia e o serviço médico foram acionados.

A imprensa local aponta que 26 pessoas ficaram feridas, entre elas, seis em estado grave. O próprio Batryn teria passado por procedimentos de reanimação, mas não teria suportado a gravidade dos ferimentos. O incidente vai ser investigado como um possível ataque terrorista.

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O presidente americano, Joe Biden, convidou seu colega ucraniano, Volodimir Zelensky, à Casa Branca na terça-feira, informou uma porta-voz neste domingo (10), em uma demonstração do "compromisso inabalável" do chefe do Executivo com a Ucrânia após o bloqueio legislativo a seu pedido de ajuda a Kiev.

Os dois líderes "vão discutir as necessidades urgentes da Ucrânia" em sua luta contra a invasão russa, e "a importância vital do apoio continuado dos Estados Unidos neste momento crítico", declarou, em nota, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

A Presidência ucraniana informou, no comunicado, que a reunião se concentrará em pontos-chave, como a "cooperação adicional de defesa entre a Ucrânia e os Estados Unidos, particularmente através de projetos conjuntos na produção de armas e sistemas de defesa aérea, bem como na coordenação de esforços entre nossos países no próximo ano".

Em um golpe para Zelensky, senadores republicanos bloquearam na semana passada US$ 106 bilhões (cerca de R$ 520 bilhões) em ajuda de emergência sobretudo para Ucrânia e Israel, depois que os conservadores refutaram a exclusão de reformas migratórias que eles tinham exigido como parte do pacote.

O bloqueio representa um revés para Biden, que urgiu os legisladores a aprovarem os recursos, alertando que Putin não pararia com uma eventual vitória na Ucrânia e poderia, inclusive, atacar um país da Otan.

A Casa Branca disse que a reunião acontecerá em um momento crítico, "enquanto a Rússia aumenta seus ataques com mísseis e drones contra a Ucrânia".

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversou nesta quarta-feira, 22, com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, ocasião em que disse que agradeceu pela "posição clara" do argentino. Em sua conta na rede social "X", o ucraniano disse que não há "equilíbrio entre o bem e o mal". Segundo ele, há "apenas um apoio claro à Ucrânia. Isto é bem notado e apreciado pelos ucranianos".

Zelensky disse ainda que os dois discutiram como poderiam desenvolver as relações entre a Ucrânia e a Argentina, bem como os laços da Ucrânia com outros países latino-americanos. "Informei o presidente eleito sobre o nosso progresso na implementação da Fórmula da Paz e salientei a importância da participação da Argentina nos nossos esforços conjuntos de paz", disse o ucraniano. "Convidei também o presidente eleito, Milei, a visitar a Ucrânia e a enviar um forte sinal político", concluiu Zelensky.

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O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, errou o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao falar a jornalistas sobre o encontro bilateral com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Depois de corrigir, agradeceu os esforços do brasileiro, que tem defendido um caminho de paz como a solução para o fim da guerra na Ucrânia.

"Nós apreciamos a decisão do presidente Putin, oh, Lula. Nós continuaremos coordenando reuniões em torno de um caminho pela paz conforme proposto pelo presidente Zelensky", disse Kuleba, a jornalistas, em Nova York.

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Segundo ele, a reunião foi "importante", honesta e os presidentes entendem melhor a posição de cada um. "É um momento muito importante", concluiu.

Após o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nessa terça (19), o presidente Lula (PT) permaneceu em Nova Iorque e vai se encontrar pela primeira vez com Volodymyr Zelensky nesta quarta (20). Sem aplaudir a fala do bresileiro, o presidente ucraniano solicitou o encontro para discutir o fim da guerra com a Rússia.

A reunião entre os líderes ocorre em meio a uma grande expectativa pela posição de neutralidade do Brasil na guerra. Após o choque de agendas que impediu a conversa entre os dois na reunião do G7, o brasileiro não aderiu às sanções impostas à Rússia pelos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e chegou a afirmar que o presidente russo Vladimir Putin não seria preso no Brasil mesmo após ser condenado pelo Tribunal Penal Internacional.

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Em uma breve fala a jornalistas na sede da ONU, Lula disse que a reunião com Zelensky foi marcada às 16h e partiu de um pedido do governo ucraniano. "Eles pediram e resolvemos atender", disse.

"A expectativa é de uma conversa de dois presidentes de países, cada um com seus problemas, cada um com suas visões", resumiu o brasileiro.

Compromissos do Presidente

Mais cedo, Lula e o presidente norte-americano, Joe Biden, participam da cerimônia de lançamento da iniciativa bilateral em prol do avanço de direitos trabalhistas na Economia. A agenda do brasileiro ainda está preenchida com os encontros com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, e o presidente paraguaio Santiago Peña.

O voo de retorno do presidente Lula a Brasília está previsto às 21h.

O governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ofereceu dois horários ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião bilateral às margens da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que é realizada esta semana em Nova York. Ainda não há uma data fechada para o encontro, mas os assessores das duas partes trabalham para definir uma agenda nos próximos dias.

Houve uma tentativa frustrada de reunião entre os dois presidentes durante a reunião do G7, no Japão. Agora, uma nova chance de um encontro entre Lula e Zelensky ocorre em Nova York, onde líderes mundiais se reúnem nesta semana para a Assembleia Geral da ONU.

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A informação foi confirmada pelo líder do governo no Senado, o senador Jacques Wagner (PT-BA), a jornalistas, em Nova York.

Ele integra a comitiva brasileira que acompanha o presidente Lula à Big Apple.

O chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, conversou com o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, sobre a importância da participação do Brasil em uma cúpula pela paz, que seria promovida pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, e poderia ocorrer em julho. Yermak ligou para Amorim nessa terça-feira (13).

Em publicação no Twitter, o chefe de gabinete de Zelenski escreveu que a destruição da represa de Nova Kakhovka “prova a extrema relevância da fórmula da paz ucraniana”. A Ucrânia acusa a Rússia de explodir a barragem. Ela fornece água para a península ucraniana da Crimeia e para resfriar a Usina Nuclear de Zaporizhzhia.

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“Falei sobre a preparação para a Cúpula Global pela Paz, na qual a Ucrânia busca envolver a comunidade mundial para implementar a fórmula da paz do presidente Volodymyr Zelenski. A experiência do Brasil em proteção ambiental é extremamente valiosa para nós”, escreveu.

Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo e confirmadas pela Agência Brasil, de acordo com o governo brasileiro, o telefonema de Yermak a Amorim foi "muito positivo" e ajuda a distensionar a relação entre Brasil e Ucrânia.

Na cúpula do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) no Japão, no fim de maio, houve desencontros nas agendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente ucraniano. Além disso, algumas declarações de Lula foram vistas como inclinadas para o lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Em viagem à China, em abril, Lula afirmou que os Estados Unidos e a União Europeia estão incentivando a guerra ao fornecer armas à Ucrânia 

Entre abril e maio deste ano, Celso Amorim também esteve em Moscou, capital russa, e em Kiev, capital da Ucrânia, em diálogo com os presidentes dos dois países para conhecer suas exigências para um acordo de paz. Desde o início do mandato, o presidente Lula manifesta a intenção de reunir um grupo de países neutros para negociar o fim do conflito.

O presidente brasileiro mantém sua posição sobre a guerra na Ucrânia, condenando a invasão territorial do país pela Rússia. No G7, após as primeiras tratativas de Amorim, Lula afirmou que, neste momento, não há interesse das partes em ceder em alguma medida e falar sobre a paz.

Cúpula pela paz

Ainda não há data para a realização da cúpula, a ser promovida por Volodymyr Zelenski. Há vários meses, a Ucrânia propõe esse encontro, mas até agora não se concretizou porque não incluirá a Rússia e visa atrair outros países além dos aliados.

A intenção de Kiev é que o evento seja parte de um processo de negociação. No ano passado, Zelenski propôs um plano de paz de dez pontos, que pede à Rússia que retire todas as suas tropas da Ucrânia. Embora os países aliados tenham endossado o plano, para eles também é vital atrair países que não se distanciaram da Rússia ou ficaram em cima do muro.

Alguns líderes, da China à União Africana, assim como o Brasil, estão lançando seus próprios esforços diplomáticos.

*Com informações da Reuters

Ao menos seis pessoas morreram em um ataque russo contra a cidade de Kryvyi Rih, na região central da Ucrânia, onde um míssil destruiu um prédio residencial, anunciaram as autoridades locais nesta terça-feira (13).

A Ucrânia também relatou ataques noturnos em Kharkiv (nordeste) e Kiev, que receberá nas próximas horas a visita do diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi.

Em Kryvyi Rih, cidade natal do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, na região de Dnipropetrovsk (centro-leste), um "ataque em larga escala com mísseis" atingiu vários pontos da cidade, em particular um edifício residencial, afirmaram as autoridades locais.

"Infelizmente, nós temos seis mortos. As operações de resgate continuam", anunciou Oleksander Vilkul, comandante militar da cidade industrial.

A administração regional divulgou uma foto do prédio atingido, que sofreu um incêndio.

Além do edifício residencial, o governo de Dnipropetrovsk identificou mais duas áreas "civis" afetadas pelas explosões.

Em Kiev, a administração militar relatou ataques noturnos com mísseis de cruzeiro, mas destacou que "todos os alvos inimigos no espaço aéreo ao redor de Kiev foram detectados e destruídos com sucesso".

O prefeito de Kharkiv (nordeste), Igor Terekhov, anunciou um ataque de drones "contra infraestruturas civis", que atingiram um hangar e as instalações de uma empresa.

- Vilarejos liberados -

Na segunda-feira à noite, o presidente Zelensky afirmou que a contraofensiva ucraniana é "difícil, mas avança".

"Os combates são difíceis, mas estamos avançando, isso é muito importante", declarou Zelensky em seu pronunciamento diário, no qual destacou que as "perdas inimigas são exatamente do nível que precisamos".

"O tempo não é favorável - a chuva torna nosso trabalho mais difícil - mas a força de nossos soldados dá bons resultados", acrescentou.

Pouco antes, o governo ucraniano anunciou a retomada, desde o fim de semana, de sete vilarejos nas regiões sul e leste do país.

"Sete vilarejos foram libertados", anunciou a vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, no Telegram. Ela calculou em 90 quilômetros quadrados a superfície de território recuperada pelos ucranianos.

O ministério da Defesa afirmou na segunda-feira que avançou de 250 a 700 metros na região leste de Bakhmut, na direção da cidade de mesmo nome, que é cenário de uma das batalhas mais violentas desde o início da guerra.

A Rússia afirmou que impediu ataques ucranianos no leste de Donetsk, perto de Velkya Novosilka e de Levadne, nas proximidades de Zaporizhzhia.

Não foi possível confirmar as reivindicações de Moscou e Kiev com fontes independentes.

- Central nuclear -

De acordo com analistas militares, a Ucrânia ainda não mobilizou a maior parte de suas forças na contraofensiva e está testando a frente de batalha com múltiplos ataques para determinar os pontos mais fracos

A contraofensiva ucraniana vai dura "várias semanas, ou até meses", declarou na segunda-feira o presidente da França, Emmanuel Macron.

"Nós desejamos que a contraofensiva seja o mais vitoriosa possível para que, em seguida, seja possível iniciar uma fase de negociação em boas condições", acrescentou.

A AIEA confirmou nas segunda-feira que seu diretor, Rafael Grossi, visitará nesta terça-feira a Ucrânia para inspecionar a central nuclear de Zaporizhzhia e analisar o impacto da destruição da barragem de Kakhovka no rio Dnieper.

Depois de passar pela capital ucraniana, Grossi se dirigirá para a central ZNPP, ocupada pelos russos, "para avaliar a situação e organizar um novo rodízio de especialistas".

Desde o início da invasão, o diretor da AIEA vem advertindo para o risco de um acidente nuclear nesta usina do sudeste da Ucrânia, a maior da Europa.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou neste sábado (10) sobre "ações contraofensivas" de seu Exército no "front", mas se negou a dar detalhes do grande ataque que está sendo preparado há meses por seu Estado-Maior.

As autoridades ucranianas estão sendo ambíguas sobre sua estratégia, mas os militares russos relatam ataques há seis dias, alguns com equipamentos fornecidos por países ocidentais, principalmente contra posições no sul da Ucrânia.

"Estão sendo realizadas ações contraofensivas e defensivas na Ucrânia, das quais não vou falar em detalhe", declarou Zelensky, em entrevista coletiva.

"Tem que ter confiança nos nossos militares, e eu tenho confiança neles", afirmou.

Zelensky havia sido questionado sobre as declarações, ontem, do presidente russo, Vladimir Putin, de que a grande contraofensiva ucraniana para repelir as tropas de Moscou já havia começado.

Putin afirmou, no entanto, que o Exército ucraniano não atingiu "seu objetivo" e sofreu perdas significativas. "Todos os esforços de contraofensiva até agora fracassaram, mas o regime de Kiev continua tendo um potencial ofensivo", disse ele.

Depois de elogiar, na noite de sexta-feira, o "heroísmo" dos soldados ucranianos, envolvidos em "duros combates", o presidente ucraniano pediu neste sábado que não se dê crédito às declarações de Putin.

As autoridades ucranianas parecem minimizar a importância dos combates, mas o Exército russo descreveu, em seu relatório diário deste sábado, ataques de forças de Kiev nas regiões de Zaporizhzhia (sul) e de Donetsk (leste), e também perto da cidade devastada de Bakhmut, também no leste.

- Tanques destruídos -

O Ministério da Defesa da Rússia divulgou um vídeo mostrando uma coluna de tanques e veículos blindados de fabricação ocidental destruídos. Segundo a instituição, as imagens foram feitas em Donetsk.

O porta-voz do Comando do Leste do Exército ucraniano, Serguii Cherevati, informou neste sábado, em declaração a uma televisão, que as tropas ucranianas conseguiram avançar 1.400 metros ao redor da cidade de Bakhmut depois que a Rússia reivindicou sua captura em maio.

Na frente diplomática, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em visita a Kiev neste sábado, culpou a Rússia pela destruição da reserva hidrelétrica de Kakhovkva, no sul da Ucrânia, na terça-feira passada. A catástrofe causou a inundação de dezenas de cidades e vilarejos às margens do rio Dnieper.

"Não temos dúvidas de que a destruição da represa é uma consequência direta da decisão da Rússia de invadir o país", declarou Trudeau ao lado de Zelensky, sem acusar Moscou, diretamente, pela explosão que destruiu a barragem.

Até agora, ambos os lados se acusaram mutuamente pela ação.

De acordo com o último balanço do Ministério ucraniano do Interior, cinco pessoas morreram nessas inundações, e 27 foram declaradas desaparecidas nas áreas sob controle ucraniano. As autoridades de ocupação russas relataram, por sua vez, pelo menos oito mortes.

A população foi retirada de ambas as margens do rio Dnieper onde, segundo o balanço ucraniano, há 78 cidades inundadas, 14 delas em território ocupado.

Também no sul, a cidade portuária de Odessa, às margens do Mar Negro, foi atacada por drones ao amanhecer, deixando três mortos e 26 feridos, segundo as autoridades locais.

Do outro lado do "front", a Rússia prometeu, neste sábado, adotar medidas de represália, após a decisão da Islândia de fechar sua embaixada em Moscou. Foi o primeiro país a tomar essa decisão desde o início da ofensiva russa em fevereiro de 2022. Reykjavik afirmou que a decisão não implica, contudo, a ruptura das relações diplomáticas com Moscou.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, quer uma reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Hiroshima, no Japão. Autoridades ucranianas entraram em contato com a diplomacia brasileira solicitando o encontro na cidade-sede do G-7. Lula ainda não deu resposta formal ao convite.

Zelenski estará em Hiroshima no domingo, 21, para participar das discussões do G-7 sobre a guerra na Ucrânia. O bloco, formado pelos sete países mais ricos do mundo, tem adotado uma postura fortemente crítica à Rússia e anunciou mais cedo novas sanções a Moscou. Lula prefere uma posição de neutralidade para tentar negociar a paz, o que incomoda a Ucrânia e os países do G-7, incluindo os Estados Unidos.

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, desembarcou nesta quinta-feira em Bruxelas para participar em uma reunião de cúpula de líderes da União Europeia (UE) e deve insistir em seu pedido urgente de caças para enfrentar a Rússia.

Com um enorme dispositivo de segurança na capital da Bélgica, a agenda de Zelensky inclui um discurso no Parlamento Europeu antes da reunião com os governantes da UE.

"Bem-vindo a sua casa, bem-vindo à UE", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

O presidente ucraniano, que chegou a Bruxelas procedente de Paris, visitou na quarta-feira o Reino Unido e a França, em sua segunda viagem ao exterior desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

Na quarta-feira à noite ele se reuniu com o presidente francês Emmanuel Macron e com o chefe de Governo alemão, Olaf Scholz.

Antes da rápida viagem pela Europa, Zelensky fez em dezembro uma visita relâmpago a Washington, onde se reuniu com o presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, considerou a visita do chefe de Estado ucraniano "um dia histórico para a Europa".

No rascunho da declaração final da reunião de cúpula, os líderes destacam que "o apoio da UE à independência, soberania e à integridade do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas (...) continua sendo inabalável".

A versão do documento, consultada pela AFP, reitera a "enérgica condenação da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, que constitui uma violação manifesta da Carta da ONU".

Diante da ofensiva russa, a Ucrânia solicitou a adesão à UE de forma expressa, mas vários líderes do bloco recordaram que o processo é extraordinariamente complexo e normalmente demora vários anos, em alguns casos mais de uma década.

No rascunho da declaração, a UE "reconhece" os esforços da Ucrânia para a adesão e estimula o país "a continuar neste caminho e a cumprir as condições" estabelecidas pela Comissão Europeia (o braço Executivo da UE).

O Kremlin afirmou nesta quinta-feira (22) que a visita do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, aos Estados Unidos mostra que ele não tem intenção de "ouvir a Rússia" e que Washington está realizando "uma guerra indireta" contra a Rússia na Ucrânia.

Em sua primeira viagem internacional desde o início da invasão, Zelensky foi tratado como um herói em Washington na quarta-feira (21), onde se encontrou com seu homólogo Joe Biden na Casa Branca e fez um discurso aplaudido perante o Congresso.

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O chefe de Estado ucraniano também recebeu a promessa de um enorme pacote de ajuda de quase US$ 45 bilhões e novas entregas de armas que incluirão, pela primeira vez, o sistema de defesa aérea Patriot.

"Até agora, podemos observar, com pesar, que nem o presidente (americano Joe) Biden nem o presidente Zelensky disseram nada que pudesse ser visto como uma possível disposição de ouvir as preocupações da Rússia", denunciou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em conversa com a imprensa.

Segundo Peskov, nesta visita não houve "verdadeiros apelos à paz", ou "advertências" dos Estados Unidos a Zelensky contra "o bombardeio contínuo de prédios residenciais em áreas populosas do Donbass". Essa região do leste da Ucrânia é parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia e, com frequência, bombardeada pelas forças ucranianas.

"Isso mostra que os Estados Unidos continuam em sua linha de guerra, de fato e indireta, com a Rússia", acrescentou.

Na quarta-feira (21), depois que soube da viagem de Zelensky, Peskov alertou que a entrega de armas dos EUA a Kiev "leva a um agravamento do conflito e não é um bom presságio para a Ucrânia".

Em Washington, Zelensky defendeu que esta ajuda, essencial para suas tropas no conflito, é “um investimento na segurança global e na democracia”.

- Reforços militares -

Nos últimos meses, as tropas russas sofreram vários reveses militares e foram expulsas da região de Kharkiv (nordeste) e da cidade de Kherson (sul).

Desde outubro, Moscou mudou sua estratégia e optou por bombardeios maciços contra a infraestrutura básica ucraniana. A ofensiva privou milhões de pessoas de eletricidade, água e calefação.

Esses apagões afetaram Kiev, onde a situação energética permanece "difícil" nesta quinta-feira, segundo o chefe da administração militar da capital, Serguei Popko.

O sistema Patriot dos EUA deve fortalecer "significativamente" a defesa contra esse tipo de ataque, disse Zelensky.

Em uma reunião na quarta-feira para definir as prioridades do Exército para 2023, o presidente russo, Vladimir Putin, também prometeu fortalecer as capacidades militares da Rússia, incluindo as nucleares.

Anunciou, ainda, a entrada em serviço "no início de janeiro" de novos mísseis de cruzeiro hipersônicos Zircon e um aumento na força do Exército para 1,5 milhão de soldados.

Seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, garantiu que as tropas russas vão combater "as forças combinadas do Ocidente" e revelou que planejam estabelecer bases de apoio à sua frota em Mariupol e em Berdyansk, duas cidades ocupadas no sul da Ucrânia.

O ministro foi ao "front" de batalha para inspecionar as posições russas e as condições de pessoal e de material, disse seu departamento, sem especificar o local, ou a data.

No terreno, combates e bombardeios continuam nesta quinta-feira, com pelo menos um morto e 14 feridos em todo país no dia anterior, segundo a Presidência ucraniana.

Do lado russo, o ex-chefe da agência espacial Roscosmos Dmitri Rogozin informou que foi ferido em um ataque ucraniano a um hotel na região de Donetsk, controlada por Moscou, e precisou passar por uma cirurgia.

O comitê investigativo russo disse que este ataque, que matou e feriu outras pessoas, foi "provavelmente" realizado com uma arma de artilharia César francesa, entregue por Paris a Kiev.

A revista Time nomeou, nesta quarta-feira (7), como personalidade do ano de 2022 o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, assim como "o espírito" de seu país, pela resistência que mostrou diante da invasão russa.

"Se a batalha pela Ucrânia enche de esperança ou de medo, Volodimir Zelensky galvanizou o mundo de uma forma que não víamos há décadas", escreveu Edward Felsenthal, editor da Time, para quem a decisão deste ano "nunca esteve tão clara".

"Por demonstrar que a coragem pode ser tão contagiosa como o medo, por inspirar povos e nações a se unirem em defesa da liberdade, por lembrar ao mundo da fragilidade da democracia - e da paz -, Volodimir Zelensky e o espírito da Ucrânia são a Personalidade do Ano 2022 da TIME", acrescentou a revista nova-iorquina.

"Nas semanas seguintes ao início dos bombardeios russos, em 24 de fevereiro, sua decisão de não fugir de Kiev, mas de ficar e conseguir apoios, foi crucial. Desde sua primeira publicação de 40 segundos no Instagram em 25 de fevereiro, na qual mostrou que seu gabinete e a sociedade civil estavam intactos e em seu devido lugar, até os discursos diários pronunciados à distância para instituições, como parlamentos, o Banco Mundial e os prêmios Grammy, o presidente da Ucrânia esteve por toda parte", afirmou o editor da Time.

Eleito com vitória esmagadora para a Presidência ucraniana em 2019, poucos pensavam no início do ano que esse ex-ator e comediante se tornaria a personalidade de 2022.

Na época, ele enfrentava um descontentamento público e a invasão russa era apenas um alerta dos serviços de inteligência americanos.

Em 24 de fevereiro, Zelensky passou de presidente em apuros a líder da resistência militar da Ucrânia.

- Sociedade civil -

Na capa da revista Time, o rosto do presidente ucraniano aparece cercado de rostos da sociedade civil reunidos entre girassóis e vários manifestantes agitando a bandeira do país, na cor azul e amarelo.

Entre eles, estão a médica "Irina Kondratova, que ajudou mães a dar à luz no porão de um hospital durante os bombardeios", o "engenheiro Oleg Kutkov" que ajudou o país a manter sua rede de conexões, a "diretora da Kiev Independente, Olga Rudenko", o cozinheiro Levgen Klopotenko, "que transformou seu restaurante em uma cozinha de emergência" e o "cirurgião de guerra, o médico David Nott".

Zelensky sucede como personalidade do ano o empresário bilionário Elon Musk, dono da SpaceX e da Tesla, que este ano comprou o Twitter.

Em 2007, foi o presidente russo Vladimir Putin quem recebeu a distinção.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, parabenizou o presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela vitória no segundo turno da eleição ao Palácio do Planalto no domingo.

Em publicação no Twitter nesta segunda-feira (31), Zelensky afirmou que confia na colaboração com o "amigo da Ucrânia de longa data" e no reforço das relações bilaterais, com objetivo de assegurar "democracia, paz, segurança e prosperidade".

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Em maio, Lula opinou à revista Time que Zelensky é tão culpado pela guerra russa no país quanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

A declaração levou Kiev a colocar o petista em uma lista de figuras internacionais acusadas de promover a propaganda do Kremlin, mas o nome dele foi removido do grupo dias depois.

Durante a campanha, Lula prometeu que dialogaria com russos e ucranianos para tentar uma solução para o conflito que já dura oito meses.

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Um veículo colidiu com o carro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Kiev, afirmou o porta-voz Sergii Nykyforov em uma publicação no Facebook na noite desta quarta-feira.

De acordo com Nykyforov, Zelensky foi examinado por médicos que acompanham o chefe de estado e "nenhum dano grave foi detectado", destacou ele na rede social. "Todas as circunstâncias do acidente serão descobertas pelos agentes da lei", acrescentou.

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A Rússia pode adotar a medida provocadora de iniciar julgamentos de soldados ucranianos, no momento em que Kiev se prepara para celebrar o 31º aniversário de sua independência, advertiu o presidente Volodymyr Zelensky.

O chefe de Estado citou informações da imprensa de que a Rússia se prepara para julgar os combatentes ucranianos capturados durante a tomada do porto de Mariupol (sul), para coincidir com o aniversário da independência da Ucrânia na quarta-feira.

O 24 de agosto, Dia da Independência Ucraniana, também marcará o aniversário de seis meses da invasão da Rússia à ex-república soviética, uma guerra devastadora que já provocou milhares de mortes.

"Se este julgamento desprezível acontecer, se nosso povo for levado a estes cenários em violação a todos os acordos, todas as regras internacionais, haverá abusos", afirmou Zelensky.

"Esta será a linha a partir da qual não haverá negociação possível", acrescentou.

Zelensky já havia alertado no sábado que a "Rússia poderia se esforçar para fazer algo particularmente repugnante e cruel".

O presidente destacou que um dos "objetivos-chave do inimigo" era humilhá-los e "gerar depressão, medo e conflito".

"Devemos ser fortes o suficiente para resistir a qualquer provocação" e "fazer os ocupantes pagarem por seu terror", acrescentou.

Um assessor da presidência, Mikhaylo Podoliak, alertou, por sua vez, que a Rússia pode intensificar os bombardeios nos dias 23 e 24 de agosto.

"A Rússia é um Estado arcaico que vincula suas ações a certas datas, é uma espécie de obsessão. Eles nos odeiam e vão tentar aumentar... o número de bombardeios de nossas cidades, incluindo Kiev, com mísseis de cruzeiro", disse ele, citado pela agência Interfax-Ucrânia.

Diante dos temores, as autoridades de Kiev anunciaram a proibição de qualquer manifestação pública de 22 a 25 de agosto na capital.

No sábado, o governador da região de Kharkiv (centro-leste) anunciou um longo toque de recolher de 23 a 25 de agosto.

"Vamos ser o mais vigilantes possível durante o feriado de nossa independência", argumentou o governador Oleg Synegubov no Telegram.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende apresentar ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, uma "solução" para a guerra travada com a Rússia desde fevereiro. A previsão é que os dois líderes conversem por telefone na próxima segunda-feira, na presença do ministro de Relações Exteriores, Carlos França.

Sem detalhar qual sua proposta para o conflito observado por todo o mundo, Bolsonaro limitou-se a dizer que vê semelhanças com a guerra das Malvinas, confronto entre Argentina e Reino Unido travado em 1982 pelas ilhas chamada pelos britânicos de Falklands.

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"Vou dar minha opinião a ele o que eu acho. A solução para o caso guerra. Eu sei como seria a solução do caso. Mas não vou adiantar. A solução do caso como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí", disse Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil publicada no site do canal.

"Vou conversar bastante com ele Zelensky. É uma liderança e vou dar minha opinião para ele. Essa guerra tem causado transtorno não só para o Brasil. Brasil menos. É muito mais para a Europa", seguiu o presidente, que costuma culpar a guerra na Ucrânia pela alta dos combustíveis no Brasil.

A guerra na Ucrânia começou em 24 de fevereiro, uma semana após Bolsonaro fazer visita oficial ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Embora o Brasil tenha condenado a invasão na Organização das Nações Unidas, o presidente sempre enfatizou que sua postura é de "neutralidade" em razão da dependência do País dos fertilizantes russos.

Já a guerra das Malvinas terminou em questão de meses com a rendição da Argentina, país que reivindica até hoje a posse das ilhas. Em 1982, a ditadura militar argentina mandou soldados para as ilhas como forma de se manter no poder - tentou atiçar o sentimento nacionalista para resistir às pressões pela redemocratização do País, mas não obteve sucesso.

"A vitória será nossa", declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nesta sexta-feira (3), em um vídeo divulgado no Instagram, quando a invasão russa de seu país completa 100 dias.

"Os representantes do Estado estão aqui, defendendo a Ucrânia há 100 dias", declarou o presidente em um vídeo de 36 segundos gravado na sede da presidência, em Kiev, ao lado do primeiro-ministro Denys Chmygal e do líder do partido de governo David Arakhamia.

O presidente também estava acompanhado por Andriy Yermak, chefe do gabinete da presidência, e um de seus principais conselheiros, Mikhaylo Podoliak.

O vídeo foi divulgado no dia em que a invasão russa da Ucrânia completa 100 dias e recorda outra mensagem gravada por Zelensky no início da guerra, no mesmo local e ao lado de seus colaboradores para tranquilizar os ucranianos.

"Estamos aqui, nossos militares estão aqui, os cidadãos, a sociedade. Estamos todos aqui para defender nossa independência, nosso Estado", afirmou na ocasião Zelensky.

O Exército russo estreitou, nesta quinta-feira (2), o cerco no leste da Ucrânia, seu principal objetivo, após quase 100 dias de uma guerra que lhe permitiu controlar 20% do país - segundo as autoridades ucranianas.

Tendo frustrado sua ofensiva-relâmpago para derrubar o governo pró-ocidental em Kiev, Moscou se concentra agora em uma guerra de atrito, especialmente em torno da cidade estratégica de Severodonetsk, para conquistar a bacia de mineração do Donbass, parcialmente controlada desde 2014 por separatistas pró-russos.

Com constantes bombardeios a centros urbanos, o rolo compressor russo nesta região começa a dar frutos.

Três meses após o início da invasão, as forças russas controlam "cerca de 20%" do território ucraniano, ou seja, em torno de 125.000 km2, declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em um discurso perante o Parlamento de Luxemburgo.

Desde a anexação da Crimeia e a captura de um terço do Donbass em 2014 - antes, portanto, do início da guerra deflagrada em 24 de fevereiro -, as forças russas ou pró-russas controlavam 43.000 km2 na Ucrânia.

A partir de 24 de fevereiro, avançaram no leste e no sul, ao longo da costa do Mar Negro e do Mar de Azov, e já controlam um corredor costeiro estratégico que liga o leste da Rússia à Crimeia.

"A situação mais difícil está na região de Lugansk, onde o inimigo está tentando expulsar nossas tropas de suas posições", disse o comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valeri Zalujny, em um comunicado.

Em Severodonetsk, capital administrativa da região, "80% da cidade está ocupada" pelas forças russas, e há combates nas ruas, declarou na madrugada desta quinta o governador da região de Lugansk, Sergii Gaidai.

"A situação no leste é muito difícil", admitiu o presidente ucraniano em entrevista ao veículo americano Newsmax.

"Estamos perdendo de 60 a 100 soldados por dia, mortos em ação, e cerca de 500 pessoas feridas em ação", disse ele.

"Conter" chegada de "mercenários"

Embora Lugansk apareça como a área onde os combates estão concentrados, outra região do Donbass, Donetsk, não está isenta de hostilidades, especialmente em Sloviansk, cerca de 80 km a oeste de Severodonetsk.

Nos arredores da cidade de Donetsk, a antiga capital regional controlada pelos rebeldes pró-Rússia, os separatistas disseram na quarta-feira que cortaram uma das duas rotas que permitiam o abastecimento da vizinha Avdiivka, ainda nas mãos de Kiev.

"O inimigo tem uma vantagem operacional em termos de artilharia", observou o general Valeri Zalujny, repetindo a necessidade de "transição o mais rápido possível" de seu equipamento para armas do tipo OTAN.

O pedido coincide com o anúncio feito pelos Estados Unidos do envio para Kiev de sistemas avançados de mísseis Himars. Estes equipamentos permitem lançamentos múltiplos de alta precisão, bem como armas antitanque e quatro helicópteros.

No sul, onde a Rússia também tomou grandes extensões de terra a partir da península da Crimeia, os ucranianos tentam revidar, enquanto Moscou evoca possíveis referendos em julho para anexar as regiões conquistadas.

E, nesta quinta, a Rússia disse que "conteve" a chegada de "mercenários" estrangeiros ansiosos para lutar ao lado dos militares ucranianos.

De acordo com o Ministério russo da Defesa, o número de combatentes estrangeiros "caiu quase pela metade", de 6.600 para 3.500, e um "grande número" deles "prefere deixar a Ucrânia o mais rápido possível".

Esta manhã, as forças russas bombardearam várias linhas ferroviárias na região de Lviv (oeste), aonde costumam chegar as armas que os países ocidentais enviam para a Ucrânia.

Repercussão global

Após quase 100 dias de guerra, milhares de mortos e milhões de deslocados e exilados, o conflito abalou o mapa da segurança na Europa.

Depois de pressionar Suécia e Finlândia a se candidatarem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a invasão também levou os dinamarqueses a votarem massivamente no "sim", em um referendo sobre a entrada do país na política de defesa da União Europeia.

As consequências do conflito vão além do âmbito de segurança e defesa. Cresce cada vez mais a ameaça de uma crise alimentar global, devido ao bloqueio na Ucrânia de pelo menos 20 milhões de toneladas de cereais que não podem ser exportadas.

Os países ocidentais tentam desbloquear os portos ucranianos do Mar Negro, especialmente o de Odessa (sul), principal porta de entrada de mercadorias do país. A Ucrânia é um dos maiores exportadores de trigo do mundo.

Já a Turquia, membro da Otan mas com relações fluidas com Moscou, tenta mediar esta questão. Uma reunião para discutir o estabelecimento de "corredores seguros" para as exportações está programada para 8 de junho com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, em Ancara.

Escapando pelo menos por um tempo das misérias da guerra, os ucranianos aproveitaram a vitória de sua seleção de futebol na partida contra a Escócia (3-1) na quarta-feira, em Glasgow, na repescagem para a Copa do Mundo de 2022.

Em um jogo rico em emoções, que começou com os jogadores cantando o hino a plenos pulmões, os ucranianos foram superiores e mantiveram vivo o sonho de viajar para o Catar se vencerem o País de Gales no próximo domingo.

A guerra na Ucrânia pode ser encerrada somente por meios "diplomáticos" - declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, neste sábado (21), embora as negociações entre Moscou e Kiev estejam em ponto morto.

"O fim [do conflito] será diplomático", disse ele em entrevista a um canal de televisão ucraniano.

A guerra "será sangrenta, haverá combates, mas terminará, com certeza, por meio da diplomacia", acrescentou.

"As discussões entre Ucrânia e Rússia com certeza vão acontecer. Não sei sob qual formato: com intermediários, sem eles, em um círculo ampliado, ou em nível presidencial", acrescentou.

"Há coisas que podemos conseguir somente na mesa de negociações. Queremos que tudo volte [a ser como era antes]", algo que "a Rússia não quer", acrescentou, sem dar mais detalhes.

O resultado dessas conversas, cujo tema pode variar "segundo o momento da reunião", deve ser "justo" para a Ucrânia, ressaltou o presidente.

Zelensky lembrou que uma condição indispensável para a continuidade das negociações é que o Exército russo não mate os militares ucranianos entrincheirados no vasto complexo metalúrgico de Azovstal, em Mariupol, no sudeste da Ucrânia.

O presidente observou que as tropas russas "deram a possibilidade" de os combatentes ucranianos saírem vivos de Azovstal.

"O mais importante para mim é salvar o maior número possível de pessoas e soldados", frisou.

Enquanto isso, de Moscou, o Ministério da Defesa afirmou ter destruído um grande carregamento de armas fornecidas por países ocidentais às tropas ucranianas na região leste do Donbass.

"Mísseis Kalibr de alta precisão e longo alcance, lançados do mar, destruíram um grande lote de armas e equipamentos militares perto da estação ferroviária de Malin, na região de Zhytomyr, enviados pelos Estados Unidos e por países europeus", disse o ministério.

Além do apoio militar, a Ucrânia conta com forte apoio financeiro dos Estados Unidos e da União Europeia (UE).

Neste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou um projeto de lei de US$ 40 bilhões destinado a garantir o fornecimento de armas e apoio econômico à Ucrânia. E o G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, prometeu US$ 19,8 bilhões.

- Gás cortado para a Finlândia -

Depois que os países ocidentais impuseram uma série de sanções à Rússia, o Kremlin advertiu que seus suprimentos de gás seriam cortados, a menos que os pagamentos fossem feitos em rublos.

Após cumprir sua ameaça na Polônia e na Bulgária, Moscou fez o mesmo com a Finlândia, na manhã deste sábado, informou a estatal do país nórdico Gasum.

"As entregas de gás para a Finlândia sob o contrato de fornecimento da Gasum foram cortadas", disse a empresa finlandesa em um comunicado, acrescentando que, a partir de agora, o abastecimento será feito pelo gasoduto Balticconnector, que conecta Estônia e Finlândia.

Este anúncio foi feito dois dias depois de Finlândia e Suécia, dois países com histórico de não alinhamento militar, solicitaram sua adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em meio a temores regionais provocados pela invasão russa da Ucrânia.

A Rússia mantém seu cerco no leste da Ucrânia, após declarar, na sexta-feira, a "liberação total" da cidade de Mariupol (sudeste) com a rendição dos últimos defensores entrincheirados há semanas na siderúrgica Azovstal.

Depois de resistirem em condições precárias no labirinto de túneis desta fábrica, os cerca de quinhentos combatentes ucranianos que lá permaneceram se renderam na sexta-feira, anunciou o Ministério russo da Defesa.

Desde segunda-feira, 2.439 combatentes se entregaram às tropas de Moscou, pondo fim ao último bolsão de resistência desta cidade portuária do Mar de Azov, devastada por meses de bombardeios.

O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, informou ao presidente Vladimir Putin "o fim da operação e a liberação total do complexo [Azovstal] e da cidade de Mariupol", disse um porta-voz.

As autoridades ucranianas, que ordenaram a seus soldados que depusessem as armas para "salvar" suas vidas, estão confiantes em uma troca de prisioneiros com soldados russos, embora as autoridades rebeldes da região ameacem julgá-los.

- Zelensky promete repatriar prisioneiros -

"Serão trazidos de volta para casa", prometeu Zelensky em entrevista à televisão ucraniana, na qual afirmou que 700.000 combatentes ucranianos lutam contra as tropas russas.

O porta-voz do Departamento americano da Defesa, John Kirby, pediu que "todos os prisioneiros de guerra sejam tratados de acordo com a Convenção de Genebra e com o direito da guerra".

A captura de Mariupol era um objetivo-chave na estratégia de Moscou para conquistar o leste e o sul da Ucrânia.

Na região leste do Donbass, uma área de mineração parcialmente controlada, desde 2014, por separatistas apoiados pelo Kremlin, várias cidades passaram semanas sob bombardeios russos.

Segundo o ministro russo da Defesa, suas tropas estão "perto de completar" a liberação de Lugansk, uma das duas regiões, juntamente com Donetsk, que compõem esta bacia mineira.

Três pessoas morreram na sexta-feira, e cinco ficaram feridas neste sábado, na região de Donetsk, anunciou seu governador Pavlo Kyrylenko no Telegram.

Mais a oeste, na região de Kharkiv, onde a Ucrânia diz estar recuperando terreno, as autoridades relataram oito feridos, incluindo um garoto, vítimas de mísseis disparados contra um centro cultural na cidade de Lozova.

O governador da região nordeste de Kharkiv, Oleg Sinegubov, afirmou que várias cidades foram alvo de ataques de artilharia nas últimas 24 horas, deixando um morto e 20 feridos.

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