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Cinco pessoas morreram em ataques russos com mísseis contra a cidade de Zaporizhzhia e a região de Dnipropetrovsk durante a madrugada, anunciaram as autoridades locais nesta quarta-feira.

"Durante a madrugada, entre 1H33 e 1H48 (20H33 e 20H48 pelo horário de Brasília), a Rússia disparou seis mísseis contra a cidade de Zaporizhzhia", escreveu no Telegram o governador da região, Yuri Malashko.

Quatro pessoas morreram em um prédio residencial atingido por um míssil em Zaporizhzhia e uma mulher morreu em um ataque nos arredores da cidade de Dnipro, de acordo com o ministro ucraniano do Interior, Igor Klymenko.

A maior central nuclear da Europa fica nesta região, a 50 quilômetros da cidade de Zaporizhzhia. O local está ocupado pelas tropas russas.

Mais ao norte, a região de Dnipropetrovsk também foi bombardeada. Segundo as autoridades ucranianas, várias casas ficaram destruídas na localidade de Obujiva.

A Inglaterra é mais uma seleção garantida na Eurocopa de 2024, que será disputada na Alemanha. A vaga veio com imponente vitória de virada sobre a Itália, por 3 a 1, em reedição da decisão da edição passada, no estádio de Wembley, em Londres. Depois de levar um susto, os ingleses desta vez não deixaram o lendário estádio chorando. Kane (duas vezes) e Rashford marcaram, garantiram a festa e ainda complicaram a vida dos adversários, agora em terceiro no Grupo C, atrás também da Ucrânia.

Os ingleses já haviam se vingado da perda do título com 2 a 1 no estádio Diego Armando Maradona, em Nápoles. Agora, deixam a Itália sob obrigação de ganhar da Macedônia antes da decisão na casa dos ucranianos.

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Favoritas às vagas da chave, Inglaterra e Itália entraram em campo no estádio de Wembley, em Londres, buscando um triunfo que traria alívio. Os ingleses podiam garantir a classificação com uma vitória, enquanto os visitantes buscavam igualar os 13 pontos no topo da tabela. Com os mesmos 10 pontos dos italianos, a Ucrânia tinha jogo fácil, com visita à lanterna Malta, até então lanterna e sem pontos.

Para já carimbar o passaporte com duas rodadas de antecedência, os ingleses partiram logo ao ataque. Com muita velocidade do trio formado por Bellingham, Foden e Rashford, que tinha a missão de fazer a bola chegar ao goleador Kane, dominavam os minutos iniciais, dando a impressão que abririam o placar logo.

Rashford cobrou falta com enorme perigo, assustando Donnarumma. O apoio da torcida inflamava a seleção. Por outro lado, os italianos optaram pela tática de esfriar o jogo e começaram a tocar a bola sem velocidade para diminuir o ímpeto dos locais. E A Itália não apenas conseguiu equilibrar as ações como ainda encaixou um contra-ataque fulminante e preciso. A jogada começou pela esquerda até inversão para a direita. Di Lorenzo foi ao fundo e cruzou para trás, nos pés de Scamacca. O camisa 9 fez 1 a 0.

A vantagem era tudo que os italianos queriam, para obrigar os oponentes a se abrirem mais ainda. Em lance parecido, quase Scamacca repete a dose. A defesa, atenta, cortou. O jogo era bom e disputado em alta intensidade. E a igualdade não demorou. Bellingham arrancou e recebeu carrinho de Di Lorenzo. O árbitro marcou o pênalti, confirmado após longa demora do VAR. Kane anotou 1 a 1 com batida no alto.

Antes do descanso, as duas seleções tiveram boas chances para ir aos vestiários com vantagem. Rashford parou em Donnarumma, enquanto Pickford salvou os ingleses ao espalmar o chute de Idogie. Berardi não aproveitou o rebote.

A virada veio em uma pintura de Rashford e com os ingleses contra-atacando. A Inglaterra atravessou o campo rapidamente, o atacante do Manchester recebeu de Bellingham, driblou dois marcadores e bateu indefensável. A festa foi gigante no estádio.

Com a informação da vitória parcial da Ucrânia, os italianos se desesperaram e partiram com tudo atrás da igualdade. Na base do jogo aéreo, não conseguia finalizar, porém, e ainda dava espaços atrás. Assumiu o risco e pagou caro, com novo contragolpe. O chutão da defesa encontrou Kane, que contou com falha dos marcadores, arrancou e tocou na saída de Donnarumma para definir.

No outro confronto do Grupo C, a Ucrânia até levou um susto de Malta, quando Mbong abriu o marcador aos 12 minutos, batendo forte. A virada, contudo, começou a ser construída ainda na primeira etapa, com gols de Camenzuli (contra) e Dovbyk, de pênalti. Na etapa final, Mudryk definiu o triunfo por 3 a 1.

Pelo Grupo G, a Hungria buscou o empate por 2 a 2 com a Lituânia e ficou a um pontinho da vaga. Está com 14, no topo, atrás da Sérvia, com 13, após 3 a 1 sobre Montenegro, que ficou com oito e precisa de um milagre para desbancar as oponentes.

Já na chave H, Eslovênia e Dinamarca ficaram muito próximas da classificação ao superarem, respectivamente, Irlanda do Norte (1 a 0) e San Marino (2 a 1), em jogos fora de casa. As duas seleções chegaram aos 19 pontos, restando duas rodadas, e são ameaçadas, somente, pelo Casaquistão, com 15 após 2 a 1 na casa da Finlândia.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) voltou a abrir as portas para a participação de atletas russos nos Jogos de Paris-2024, independentemente da suspensão aplicada sobre o comitê olímpico de seu país, nesta semana. A Rússia vem sendo excluída das principais competições internacionais por ter invadido a Ucrânia, no ano passado.

Nesta sexta-feira, o presidente do COI, Thomas Bach, afirmou que atletas russos podem ser convidados de forma direta para a grande competição na capital francesa. "Serão convites que administraremos com federações internacionais e, se necessário, com as respectivas associações nacionais", afirmou o dirigente.

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Em seu discurso, Bach reiterou que a medida visa proteger os esportistas. "Não vamos punir ou sancionar atletas por causa das atitudes de seus dirigentes ou ainda por atos do governo local".

Ainda assim, os membros do conselho do Comitê Olímpico Russo, como Yelena Isinbayeva, ex-atleta do salto com vara, que integram o COI, podem manter privilégios com despesas pagas, incluindo a participação de reuniões. Questionado sobre a situação, Bach foi enfático. "Eles não são os representantes da Rússia no COI e sim os representantes do COI na Rússia", afirmou.

A entidade adotou uma posição mais forte em relação à guerra da Ucrânia após o país ter sido invadido em fevereiro de 2022. Em seguida, o COI estimulou os órgãos reguladores do desporto a excluírem os atletas e equipes russas das competições.

Bach já havia apontado a gravidade da violação da Rússia pela trégua olímpica apoiada pelas Nações Unidas ao iniciar a guerra apenas quatro dias após a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022.

Nesta sexta-feira, ele repetiu a recente afirmação de que esportistas de todo o mundo, e especialmente da África, querem que os atletas russos que não apoiaram a guerra regressem às competições.

A seleção brasileira masculina de vôlei está de volta à briga por vaga nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 após uma grande ajuda de seu algoz de terça-feira. Um dia após ser superada pelos alemães e ficar em situação delicada, a equipe de Renan Dal Zotto entrou em quadra no Maracanãzinho sabendo da vitória dos rivais sobre a favorita Itália, cumpriu seu papel com dura virada por 3 a 2 sobre a Ucrânia, parciais de 36/38, 25/20, 21/25, 25/18 e 15/11, voltando a depender de suas forças.

A situação, contudo, não é tranquila pelo fato de o Brasil precisar ganhar todos os seus jogos somando os três pontos para buscar uma das duas vagas do Grupo A - anotar 3 a 0 ou 3 a 1. Com alemães isolados na frente, com 12 pontos, a seleção verde e amarela ainda aparece em quarto, com 7, mas encara Cuba, na sexta-feira, e Itália no domingo, podendo superar os candidatos à classificação. Entre os jogos, ainda enfrenta o Irã, para trás na briga pelas vagas.

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Comemoração brasileira depois da vitória sobre a Ucrânia Foto: Mauricio Val/FVImagem/CBV

Darlan entrou no segundo set para ser, mais uma vez, o destaque brasileiro. Depois de anotar 23 pontos na vitória sobre a República Checa, o jovem de 21 anos foi mais uma vez o maior pontuador da seleção, novamente com 23 bolas certeiras.

O JOGO

Menos de 24 horas após deixar o Maracanãzinho cabisbaixo com derrota por 3 a 1 para a Alemanha, a seleção brasileira entrou em quadra com os ânimos renovados após uma inesperada vitória dos alemães diante da favorita Itália. O resultado fez com que o time de Dal Zotto voltasse a depender só dele na busca da vaga olímpica, desde que vencesse todos seus rivais.

Apostas que não deram certo desde o começo contra a Alemanha, Darlan e Honorato perderam a vaga para Alan e Adriano, então titulares. Do mais, Renan apostou em Bruninho, Thales, Lucão, Flávio e Lucarelli, jogadores que já vinham atuando desde o início do Pré-Olímpico.

Autor de somente 10 pontos contra a Alemanha, Lucarelli começou mais ligado diante dos ucranianos anotando três dos cinco primeiros pontos brasileiros. O bloqueio também estava bem postado, ajudando na manutenção de três pontos de vantagem. Faltava, apenas, encaixar melhor o saque. Após o terceiro erro no quesito, os ucranianos encostaram com 15 a 14.

Em um set no qual chegou a abrir cinco pontos, um erro de Alan obrigou Dal Zotto a pedir tempo após a seleção sofrer o empate por 18 a 18. A parada deu resultado, com erro de saque ucraniano e bloqueio de Lucão a seguir para o Brasil resgatar o controle da parcial. O adversário voltou a empatar, em 21 a 21, mas com ataque preciso e 5º bloqueio, nova vantagem verde e amarela, em 23 a 21.

A parcial que parecia encaminhada, se tornou em desespero, com os ucranianos virando após salvarem quatro set points. O Brasil se recuperou, mas nada de fechar. O mais longo set do Pré-Olímpico terminou com 38 a 36 para os europeus após erro de recepção.

O Brasil sentiu o baque de não conseguir fechar e viu a Ucrânia largar logo com 4 a 1 no segundo set. Darlan entrou na vaga do irmão Alan para tentar melhorar o setor ofensivo. Com 7 a 3, Dal Zotto perdeu a paciência e cobrou com mais firmeza em pedido de tempo. "Sequência em saque, sequência em saque", cobrou. O time parece não tê-lo ouvido e mandou três seguidos na rede.

Com pontos seguidos de Darlan, forte no saque e no ataque, o Brasil se redimiu do começo ruim ao buscar o 13 a 13 após ficar atrás em quatro pontos. A virada veio em dois bloqueios de Flávio e novo saque perfeito do camisa 28. Chamando a torcida, Darlan recolocou a seleção de vez na parcial após sequência de seis pontos. A vibração do jovem de 21 anos reanimou a seleção, que se ajustou em quadra e buscou a igualdade com 25 a 20.

Assim como no segundo set, o Brasil também não largou bem na terceira parcial. Depois de 4 a 4, levou três pontos seguidos por erros bobos, de Darlan e Honorato - desperdiçaram o ataque. Após andar a parcial quase toda atrás, a seleção buscou o empate com dois pontos seguidos de Lucão, em ataque e depois com saque forte: 19 a 19. Nem deu tempo para festejar e os oponentes já abriram 23 a 19 e fecharam com 25 a 21 com ace.

Sob risco de dar adeus ao sonho olímpico, o Brasil foi para o quarto set sem poder perder. Em um erro da arbitragem, com a bola batendo na cabeça de Honorato após o brasileiro ser bloqueado, a seleção abriu 14 a 11, deixando os ucranianos revoltados. Tupchii levou cartão amarelo e depois vermelho por provocar a torcida, dando um ponto de graça. O clima ficou quente na quadra. Sem perder a concentração, o Brasil voltou a empatar, após bloqueio, com 25 a 18. Darlan já tinha 18 pontos na partida.

No tie-break, uma bola de Lucão na linha colocou a seleção em vantagem de 5 a 3. A vantagem chegou a 7 a 4 com o 31º erro de saque ucraniano. Darlan chegou aos 22 pontos e o Brasil ainda ganhou um ponto por erro na rotação dos adversários para ter 10 a 6. Em saque potente de Lucarelli, o que seria 13 a 9 se transformou em 12 a 10 por causa de pisão na linha e desafio preciso dos europeus.

Darlan deixou o Brasil a um ponto da vitória com seu 23º no jogo. Depois sacou forte e dificultou a recepção. A bola voltou e Flávio fechou a dura e importante vitória. "Em alguns momentos a gente acaba perdendo a paciência por erros. Mas olha no telão, que ajuda e vai ajustando. No primeiro set estava sem tocar na bola, mas depois começou a entrar, deu certo a estratégia e o time está de parabéns por saber sair da dificuldade. Vinha de uma derrota dura e soube reagir", disse Flávio, ao SporTV.

A Ucrânia reivindicou nesta quarta-feira (4) a destruição de um sistema antiaéreo S-400 na Rússia, depois de Moscou ter anunciado que derrubou 31 drones e impediu uma tentativa de aterrissagem na península anexada da Crimeia.

Uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) declarou à AFP que Kiev atacou com drones o sistema antiaéreo na região de Belgorod, cenário de diversos ataques nos últimos meses.

"O motivo das explosões noturnas na região de Belgorod é conhecido: o SBU atacou um sistema antiaéreo S-400", indicou a fonte, sob condição de anonimato.

Em setembro, o SBU já havia assumido o bombardeio de um primeiro sistema S-400 na Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

O Ministério de Defesa da Rússia anunciou, por sua vez, que abateu durante a noite 31 drones ucranianos que sobrevoavam as regiões de Belgorod, Biransk e Kursk - fronteira com a Ucrânia.

O ministério, que não informou nenhum dano ou feridos, explicou em outro comunicado que "um aparato das forças aeroespaciais russas acabou com a tentativa de um grupo de aterrissagem das forças armadas da Ucrânia de penetrar no território da Crimeia".

De acordo com a publicação, os soldados estavam a bordo de "uma lancha militar e três jet skis" em direção ao cabo Tarjankut, no noroeste da península.

A liderança da inteligência militar ucraniana reivindicou a operação.

Por outro lado, o governador da província de Bryansk, Alexander Bogomaz, acusou Kiev de usar bombas de fragmentação contra quatro distritos da sua região, algo que causou "destruição parcial" de casas e edifícios.

Os bombardeios em território russo aumentaram desde junho, quando a Ucrânia lançou a contraofensiva para recuperar os territórios ocupados por Moscou após a ofensiva de fevereiro de 2022.

Após o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nessa terça (19), o presidente Lula (PT) permaneceu em Nova Iorque e vai se encontrar pela primeira vez com Volodymyr Zelensky nesta quarta (20). Sem aplaudir a fala do bresileiro, o presidente ucraniano solicitou o encontro para discutir o fim da guerra com a Rússia.

A reunião entre os líderes ocorre em meio a uma grande expectativa pela posição de neutralidade do Brasil na guerra. Após o choque de agendas que impediu a conversa entre os dois na reunião do G7, o brasileiro não aderiu às sanções impostas à Rússia pelos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e chegou a afirmar que o presidente russo Vladimir Putin não seria preso no Brasil mesmo após ser condenado pelo Tribunal Penal Internacional.

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Em uma breve fala a jornalistas na sede da ONU, Lula disse que a reunião com Zelensky foi marcada às 16h e partiu de um pedido do governo ucraniano. "Eles pediram e resolvemos atender", disse.

"A expectativa é de uma conversa de dois presidentes de países, cada um com seus problemas, cada um com suas visões", resumiu o brasileiro.

Compromissos do Presidente

Mais cedo, Lula e o presidente norte-americano, Joe Biden, participam da cerimônia de lançamento da iniciativa bilateral em prol do avanço de direitos trabalhistas na Economia. A agenda do brasileiro ainda está preenchida com os encontros com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, e o presidente paraguaio Santiago Peña.

O voo de retorno do presidente Lula a Brasília está previsto às 21h.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira (19) na Assembleia Geral da ONU "diálogo" para resolver o conflito da Ucrânia.

O conflito na Ucrânia mostra "nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU", disse o presidente, que lembrou que "nenhuma solução será duradoura, se não for baseada no diálogo".

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Ele acrescentou: "Investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento".

Criticado no Ocidente por ter sido brando com a Rússia em relação à ofensiva na Ucrânia, Lula encontrará o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em paralelo à Assembleia Geral.

Zelensky tentou se reunir com Lula na cúpula do G7 no Japão em maio, sem sucesso.

As relações estão tensas entre Zelensky e Lula, que chegou afirmar que o líder ucraniano é tão responsável pela guerra quanto o presidente russo, Vladimir Putin, e se recusou a se unir às nações ocidentais na imposição de sanções à Rússia, assim como no fornecimento de armas à Ucrânia.

Lula tenta posicionar o Brasil como potencial mediador do conflito, junto com outros países "neutros", incluindo China, Índia e Indonésia.

"Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana", disse Lula da tribuna da Assembleia Geral em um discurso muito político, interrompido várias vezes por aplausos.

Após recordar que, no ano passado, os gastos militares somaram mais de dois trilhões de dólares (dez trilhões de reais na cotação da época), assegurou que a "cultura de paz é um dever de todos nós. Construí-la requer persistência e vigilância", disse antes de lembrar o risco de um golpe na Guatemala "que impediria a posse do vencedor de eleições democráticas".

Lula também fez referência à incapacidade para criar um Estado para o povo palestino, à crise humanitária no Haiti, ao conflito no Iêmen e à situação da Líbia, além das rupturas institucionais em vários países da África.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aceitou se encontrar presencialmente com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reunião entre os dois vai acontecer em Nova York, onde o brasileiro está para participar da abertura da Assembleia Geral da ONU. De acordo com o g1, o encontro deve acontecer na quarta-feira (20).

Será a primeira vez que os líderes se reúnem presencialmente, em março, Lula conversou por telefone com Volodymyr Zelensky. Em maio, quando Lula estava no Japão, o ucraniano teria tentado articular uma reunião com o brasileiro, mas o Palácio do Planalto alegou incompatibilidade de agenda.

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Também na quarta, está na agenda de Lula uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A Ucrânia anunciou nesta segunda-feira (18) que recuperou ter recuperado sete quilômetros quadrados na semana passada em áreas ocupadas pelo exército russo no sul do país e nas proximidades de Bakhmut, na região leste, onde as forças de Kiev executam uma contraofensiva complexa.

As tropas ucranianas, envolvidas desde junho em uma contraofensiva diante das linhas de defesa russas fortalecidas, intensificaram a pressão nos últimos 15 dias, recuperando o controle de Robotyne, no sul, e de de Andriivka, no leste.

A localidade de Klishchiivka foi recuperada no domingo, após meses de combates.

A vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, anunciou que as forças ucranianas liberaram dois quilômetros quadrados na semana passada na região de Bakhmut e 5,2 quilômetros quadrados no sul, onde os esforços se concentram atualmente na localidade de Verbove.

Em seu tradicional discurso diário, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, elogiou os soldados que lutam contra os russos perto de Bakhmut e destacou os militares que retomaram Klishchiivka. "Muito bem", disse.

As localidades, que antes da guerra tinha algumas centenas de habitantes, foram destruídas pelos combates.

Além disso, o exército ucraniano anunciou nesta segunda-feira que derrubou 18 drones e 17 mísseis lançados pela Rússia em uma nova série de ataques noturnos.

"Derrubamos 18 drones de um total de 24 lançados contra as regiões Mykolaiv e Odessa" (sul), afirmou o exército no Telegram. Os 17 mísseis de cruzeiro também foram destruídos.

Na região de Odessa, onde 11 drones foram derrubados, o ataque atingiu infraestruturas da cidade de Vilkove, no delta do Danúbio, sem provocar vítimas, informou o governador da região, Oleg Kiper.

Na área de Mykolaiv, os destroços de um drone abatido provocaram um incêndio em um prédio vazio, sem provocar vítimas, segundo as autoridades locais.

- Visitas diplomáticas -

A Rússia afirmou que derrubou, durante a noite, vários drones ucranianos na península anexada da Crimeia, na região de Moscou e e nas localidades de Belgorod e Voronezh, perto da fronteira com a Ucrânia.

As forças ucranianas tentam, no leste e no sul, cortar as linhas de abastecimento do exército russo, mas o avanço é lento.

O comandante do Estado-Maior dos Estados Unidos, general Mark Milley, declarou que a contraofensiva "não fracassou", mas que o caminho para a vitória é muito longo.

No plano diplomático, Zelensky viajará na quinta-feira a Washington, pela segunda vez desde o início da guerra, onde se reunirá com o presidente americano, Joe Biden.

O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, visitará a Rússia entre segunda-feira e quinta-feira para conversas sobre "segurança".

Os vínculos entre China e Rússia, países aliados há vários anos, foram ampliados desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 2022, que Pequim se nega a condenar.

A visita acontece após a viagem à Rússia do líder norte-coreano Kim Jong Un, que nesta segunda-feira expressou "sinceros agradecimentos" ao presidente Vladimir Putin.

A viagem de quase uma semana de Kim ao extremo leste da Rússia não resultou em nenhum acordo, segundo o Kremlin, mas demonstrou os possíveis pactos militares entre os dois países, em um cenário de preocupação no Ocidente sobre possíveis entregas de armas de Pyongyang a Moscou.

O governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ofereceu dois horários ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião bilateral às margens da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que é realizada esta semana em Nova York. Ainda não há uma data fechada para o encontro, mas os assessores das duas partes trabalham para definir uma agenda nos próximos dias.

Houve uma tentativa frustrada de reunião entre os dois presidentes durante a reunião do G7, no Japão. Agora, uma nova chance de um encontro entre Lula e Zelensky ocorre em Nova York, onde líderes mundiais se reúnem nesta semana para a Assembleia Geral da ONU.

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A informação foi confirmada pelo líder do governo no Senado, o senador Jacques Wagner (PT-BA), a jornalistas, em Nova York.

Ele integra a comitiva brasileira que acompanha o presidente Lula à Big Apple.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já defendeu o fortalecimento do Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão que o petista afirmou nesta segunda-feira, 11, que não conhecia. Durante o primeiro mandato, em 2004, o chefe do Executivo se comprometeu a complementar a legislação brasileira, seguindo diretrizes do tribunal, e a buscar o fortalecimento do Estatuto de Roma, tratado internacional que criou o TPI.

Na época, o governo Lula pretendia enviar um projeto de lei ao Congresso para adaptar as leis brasileiras às normas do Estatuto de Roma. O objetivo era tipificar os crimes de genocídio e de lesa-humanidade no Código Penal Brasileiro. A ideia foi divulgada pelo então secretário nacional dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, durante a Conferência Parlamentar Ibero-Americana na Câmara em março de 2004.

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O Tribunal Penal Internacional, também conhecido como Tribunal de Haia, foi tratado ainda pela sucessora do petista, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em dezembro de 2015, no segundo mandato, a então chefe do Executivo assinou o decreto nº 8.604, que reconhece a personalidade jurídica do órgão, além de dispor sobre os privilégios e imunidades da Corte.

Mais recentemente, Lula e correligionários defenderam a punição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela atuação na pandemia de covid-19. Em abril, na Espanha, o presidente afirmou que Bolsonaro "um dia será julgado em tribunal internacional pela atuação na pandemia". Ele não citou nominalmente o TPI, que é o órgão internacional que pode julgar indivíduos acusados de genocídio - termo recorrentemente usado por petistas para responsabilizar o ex-chefe do Executivo pelas mortes pelo coronavírus.

Em fevereiro de 2022, parlamentares levaram o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid para o Tribunal de Haia. O documento acusa Bolsonaro de nove crimes no âmbito da pandemia, incluindo epidemia com resultado de morte e crime contra a humanidade. Estavam na comitiva os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso.

Neste sábado, 9, Lula garantiu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, poderia se sentir tranquilo em participar da próxima reunião da Cúpula do G-20, a ser realizada em novembro de 2024 no Rio de Janeiro. Segundo o presidente, Putin, que será convidado para o encontro, entrará no Brasil "tranquilamente". O petista também afirmou que a prisão do líder russo em terras brasileiras seria um "desrespeito".

"O que eu posso dizer é que, se eu sou o presidente do Brasil e ele for para o Brasil, não há por que ele ser preso", afirmou em entrevista ao canal indiano Firstpost em Nova Délhi, onde participou da cúpula do G-20. "Ninguém vai desrespeitar o Brasil, porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil", disse.

A discussão envolvendo Putin tem como base um mandato de prisão contra o presidente russo, emitido pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes de guerra por causa de seu suposto envolvimento em sequestros e deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia durante a guerra. Como o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, ele é obrigado a prender Putin caso ele esteja em terras brasileiras.

Esse foi o motivo do líder russo não participar pessoalmente a cúpula do Brics, na África do Sul, em julho. Assim como o Brasil, o país africano é signatário do Estatuto de Roma, o que também o obrigaria a prender Putin.

Após a declaração causar desgaste político, Lula recuou, afirmou que o tribunal funciona somente com países "bagrinhos", referência às nações menos desenvolvidos, e disse que nem sabia da existência do TPI. O petista também deixou em aberto uma eventual retirada do Brasil do Estatuto de Roma.

O que é o Tribunal Penal Internacional?

O Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma, entrou em vigor em julho de 2002. É um organismo internacional permanente, com jurisdição para investigar e julgar indivíduos acusados de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão. A sede está localizada na cidade de Haia, nos Países Baixos. Suas decisões podem ser cumpridas em 123 países, incluindo o Brasil que promulgou o Estatuto de Roma em setembro de 2002.

O presidente dos Estados Unidos e outros líderes do G20 chegam nesta sexta-feira (8) a Nova Délhi para participar, no fim de semana, de uma reunião de cúpula em que a Índia tentará iniciar um diálogo sobre a Ucrânia e a mudança climática, apesar das ausências de Vladimir Putin e Xi Jinping.

Os governantes estão divididos sobre temas cruciais, como a invasão russa da Ucrânia, a meta de abandonar gradualmente os combustíveis fósseis e a reestruturação da dívida mundial, o que dificulta a publicação de uma declaração final no domingo (10).

A América Latina estará representada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, cujo país assumirá a presidência do bloco depois da Índia, e pelo argentino Alberto Fernández.

O presidente americano, Joe Biden, decolou da base aérea Andrews, perto de Washington, e deve chegar a Nova Délhi às 18H15 (10H45 de Brasília) desta sexta-feira.

A estadia de Biden na Índia começará com uma reunião bilateral com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, a quem recebeu com grande pompa em junho na Casa Branca.

O governo dos Estados Unidos tenta fortalecer os vínculos com a Índia em meio a uma disputa com a China, enquanto Nova Délhi tenta consolidar sua liderança internacional.

E tudo isso apesar das divergências sobre a Rússia pela recusa da Índia em participar nas sanções impostas contra Moscou pela invasão da Ucrânia, assim como sobre os direitos humanos.

- EUA monitora indicadores da China -

A ausência de dois governantes muito influentes como Putin e Xi, que atuam com frequência como contrapeso, deixam o caminho livre para que Biden tenha um papel central na cúpula.

A Rússia será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que já está na Índia, e a delegação chinesa será liderada pelo primeiro-ministro Li Qiang.

Biden chegará à Índia em um momento importante no xadrez de alianças geopolíticas, com a guerra na Ucrânia como pano de fundo, além da China, que busca consolidar sua influência e desafia cada vez mais Washington.

O presidente americano espera aproveitar o encontro de cúpula para demonstrar que o bloco, apesar das divisões, continua sendo o principal fórum de cooperação econômica mundial.

O governo dos Estados Unidos monitora "cuidadosamente" os desafios econômicos da China, como o consumo interno mais frágil que o esperado, o endividamento do setor imobiliário e os desafios demográficos, destacou em Nova Délhi a secretária do Tesouro, Janet Yellen.

A secretária americana disse que tem consciência do risco da situação chinesa para o crescimento mundial, mas afirmou que, "em geral, a economia global tem sido resiliente".

Ela acrescentou que "a influência negativa mais importante é a guerra russa na Ucrânia".

- Um bloqueio 'escandaloso' -

O G20 parece dividido sobre a invasão russa do território ucraniano. Além disso, vários países em desenvolvimento do grupo estão mais preocupados com os preços dos grãos que com as condenações diplomáticas a Moscou.

Os esforços de Modi para que os líderes do G20 evitem as divisões e abordem os problemas mundiais cruciais, em particular a reestruturação da dívida mundial e a volatilidade dos preços das commodities após a invasão da Ucrânia, não apresentaram resultados nas reuniões ministeriais anteriores ao encontro de cúpula.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, declarou nesta sexta-feira à imprensa que é "francamente escandaloso que a Rússia, depois de acabar com a iniciativa de grãos no Mar Negro, bloqueie e ataque os portos ucranianos".

Modi também reafirmou na quinta-feira o desejo de expandir o G20 com "a inclusão da União Africana como membro permanente".

"Estou muito satisfeito de receber a União Africana como membro permanente do G20 e estou orgulhoso por a UE ter reagido imediatamente de forma positiva para apoiar esta candidatura", disse Michel.

"Vamos esperar para ver qual será a decisão, mas uma coisa está: a UE apoia a adesão da África ao G20", acrescentou.

O chefe de Governo indiano também pediu aos líderes do G20 que apoiem "financeira e tecnologicamente os países em desenvolvimento na luta contra a mudança climática".

Uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas em uma série de ataques durante a noite e madrugada contra várias cidades ucranianas, informaram nesta sexta-feira as autoridades de Kiev.

Em Kryvy Rih, cidade natal do presidente Volodimir Zelensky, sul da Ucrânia, um bombardeio atingiu um edifício administrativo e matou uma pessoa, anunciou no Telegram o comandante da administração militar da região, Serguei Lissak.

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O ministro do Interior, Igor Klimenko, afirmou que a vítima fatal era um policial e que 25 pessoas ficaram feridas no ataque.

Na região norte da Ucrânia, em uma zona residencial da cidade de Sumy, quase 20 edifícios atingidos, segundo o ministério do Interior. Três pessoas ficaram feridas, incluindo um casal de idosos resgatados dos escombros.

Ao leste, em Zaporizhzhia, um homem ficou ferido em um ataque russo, segundo o comandante da administração militar regional, Yuri Malachko.

De acordo com as autoridades militares, 29 localidades sofreram ataques russos perto da frente de batalha nas últimas 24 horas.

A região, parcialmente ocupada pelo exército russo, é o principal ponto da contraofensiva ucraniana no sul.

Uma rede de tráfico com o objetivo de recrutar cubanos para participarem “de operações bélicas na Ucrânia” foi identificada por autoridades da ilha, que iniciaram processos criminais contra pessoas envolvidas, informou a chancelaria nesta segunda-feira (4).

O Ministério do Interior “trabalha na neutralização e desarticulação de uma rede de tráfico de pessoas que opera a partir da Rússia para incorporar cidadãos cubanos ali radicados, incluindo alguns procedentes de Cuba, às forças militares que participam de operações bélicas na Ucrânia", informa o comunicado.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, garantiu que o governo da ilha “age com a força da lei” contra essas operações, em mensagem publicada em sua conta na rede social X, antigo Twitter. A chancelaria iniciou “processos criminais contra pessoas envolvidas nessas atividades” e ressaltou sua rejeição "ao “mercenarismo”.

O jornal América TeVe, de Miami, publicou na última sexta-feira depoimentos de dois adolescentes que disseram terem sido enganados por pessoas que os procuraram no Facebook para que eles trabalhassem como pedreiros em obras na Ucrânia ao lado do Exército russo.

- Pedido de ajuda -

“Por favor, tentem nos tirar daqui o mais rapidamente possível, porque estamos com medo", pede um dos jovens, 19, em um vídeo publicado no site do jornal. Segundo o veículo, os jovens enviaram essa mensagem de dentro do ônibus em que eram transferidos da Ucrânia com soldados russos para a cidade russa de Riazan.

O jornal apresentou o depoimento anônimo em áudio de outro cubano, que disse ter assinado um contrato do mesmo tipo, bem como o de uma quarta pessoa, que disse ter assinado o acordo enquanto vivia na Rússia.

Um homem, que pediu para não ser identificado, explicou ao jornal que, assim como outros cubanos, alistou-se para legalizar sua situação na nação euro-asiática.

Ao reiterar sua rejeição categórica a qualquer cumplicidade nessas ações, a chancelaria advertiu que “inimigos de Cuba promovem informações distorcidas, que buscam manchar a imagem do país”.

Moscou e Havana estreitam desde o ano passado suas relações em termos políticos e diplomáticos. Representantes do governo de Vladimir Putin expressaram vontade de apoiar Cuba em meio à sua pior crise econômica desde a implosão do bloco soviético, em 1991.

A Ucrânia anunciou nesta segunda-feira (28) que suas tropas reconquistaram a localidade de Robotyne, na linha de frente sul, onde as forças do país concentram a contraofensiva de combate às posições russas.

"Robotyne foi liberada. Nossas forças estão avançando ao sudeste de Robotyne e ao sul de Mala Tokmachka", afirmou a vice-ministra da Defesa, Ganna Malyar.

As duas localidades ficam na região de Zaporizhhia, que o Kremlin afirmou ter anexado no ano passado, apesar de não ter o controle militar total sobre a mesma.

O avanço da Ucrânia na frente sul tem sido limitado, o que provoca um debate político sobre o êxito da contraofensiva.

Malyar disse nesta segunda-feira que as tropas ucranianas avançam ao sul de Bakhmut, no leste do país, e que recuperaram um quilômetro quadrado na área durante a última semana de combates.

Ela também reconheceu a pressão russa no nordeste da Ucrânia e descreveu os combates na região de Kharkiv como "muito intensos" durante a última semana.

Um ataque russo contra uma instalação industrial na região de Poltava, centro da Ucrânia, matou duas pessoas, anunciou o chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andrii Yermak.

"Os russos atacaram a localidade de Gogoleve com mísseis", afirmou Yermak, que também citou um balanço de cinco feridos.

O chefe de gabinete afirmou que as vítimas trabalhavam em uma empresa de petróleo.

Na Rússia, as autoridades anunciaram que destruíram um drone que se aproximava de Moscou e dois na região de fronteira com a Ucrânia.

A defesa aérea no distrito Liubertsy, ao sudeste da capital, "destruiu um drone que seguia para Moscou", anunciou no Telegram o prefeito da cidade, Serguei Sobyanin, que não relatou vítimas ou danos.

Os outros drones foram destruídos pela defesa aérea sobre a região de Briansk, perto da fronteira com a Ucrânia, segundo o ministério da Defesa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar sobre a guerra na Ucrânia em um evento diplomático. Desta vez, na cúpula do Brics, que acontece em Johannesburgo, na África do Sul. Durante o principal discurso da cúpula, Lula disse que o bloco - formado por Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul - deve atuar para favorecer o entendimento e reiterou a disposição do Brasil de ajudar a mediar a paz.

O conflito tem sido abordado por Lula em praticamente todos os espaços diplomáticos que participou desde que retornou à presidência este ano. Declarações sobre o tema também aconteceram em agendas de outra natureza e enquanto ele era candidato. Com a manutenção dos laços com Moscou, as declarações muitas vezes destoam uma da outra.

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Lula chegou a declarar em janeiro, durante a visita do chanceler alemão Olaf Scholz ao Brasil, que a Rússia estava errada em invadir a Ucrânia, mas também sinalizou para culpa do próprio país invadido. "Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam", afirmou. Em maio, ao participar do G-7, no entanto, Lula disse que condenava a violação da integridade territorial da Ucrânia.

Um elemento comum nos discursos, no entanto, é a disposição do Brasil para ser mediador pela paz do conflito, algo que muitos analistas consideram irreal hoje. O presidente brasileiro já falou na formação de um clube de nações pela paz, cessar-fogo para discutir um acordo e na necessidade de ambos presidentes em guerra, Vladimir Putin e Volodmir Zelenski, estarem dispostos a ceder exigências. Na cúpula do Brics, Lula reiterou que a paz é "dever coletivo e imperativo".

'Tão responsável quanto Putin'

Em maio de 2022, Lula, então pré-candidato à presidência, afirmou à revista americana Time que Zelenski era tão responsável pelo conflito quando Putin. "Esse cara (Zelenski) é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado", disse. "(...) o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo."

Na mesma entrevista, Lula também apontou para uma responsabilidade dos Estados Unidos e da Europa para o estopim da guerra. "Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a Otan? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: 'A Ucrânia não vai entrar na Otan'. Estaria resolvido o problema", afirmou na época.

'Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam'

Durante a visita do chanceler alemão Olaf Scholz ao Brasil, Lula, já presidente, voltou a responsabilizar a Ucrânia pela guerra contra a Rússia. "Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam", declarou. A declaração viria a ser repetida em abril, em entrevista coletiva antes de deixar Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, no fim de uma viagem à Ásia.

O presidente brasileiro também negou o envio de armamentos para a Ucrânia no encontro com Scholz e reiterou a posição por uma saída pacífica. "O Brasil não tem interesse em passar munições para que sejam utilizadas na guerra entre Ucrânia e Rússia. O Brasil é um país de paz. Nesse momento, precisamos encontrar quem quer a paz, palavra que até agora foi muito pouco utilizada."

'É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz'

Na viagem que fez à China em abril, Lula defendeu a criação de um grupo de países dispostos a buscar a paz na região em conversas com o líder chinês Xi Jinping e criticou os Estados Unidos e a Europa pelo fornecimento de armas. Para o brasileiro, o apoio à Ucrânia acaba por incentivar a continuidade da guerra.

"É preciso ter paciência com o presidente da Rússia, é preciso ter paciência com o presidente da Ucrânia. Mas é preciso, sobretudo, convencer os países que estão fornecendo armas e incentivando a guerra pararem", disse Lula a jornalistas em Pequim. "É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz", completou.

As declarações do brasileiro contra a posição dos EUA e a Europa foram duramente criticadas por Washington e pela União Europeia, que acusaram Lula de aderir à propaganda russa. "Nós acreditamos que é profundamente problemático como o Brasil abordou de forma substancial e retórica esta questão, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra", disse John Kirby, porta-voz de Segurança Nacional da Presidência dos EUA, sem citar Lula. "Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos."

'Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia'

Após as críticas, Lula mudou de tom e passou a evitar fazer declarações direcionadas à Europa e os Estados Unidos. Em maio, na cúpula do G-7, Lula deu sua declaração mais enfática repudiando a invasão russa na Ucrânia. "Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia", disse.

"Ao mesmo tempo, a cada dia em que os combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares. Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz", acrescentou.

A condenação, no entanto, deixa dúvidas sobre detalhes do conflito, como a Crimeia, por exemplo. Anexada em 2014 do território ucraniano pela Rússia, a retomada da península está nos planos ucranianos para a guerra. Em abril, no entanto, o presidente brasileiro chegou a dizer que a Ucrânia deveria ceder a Crimeia à Rússia para alcançar a paz.

Hoje (24) é comemorado o Dia da Comunidade Ucraniana e, desde o ano passado, o país passa por uma guerra após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizar as tropas invadirem o seu território. O confronto está resultando na morte de militares e destruição de cidades. Alguns dos refugiados ucranianos estão localizados no aeroporto de São Paulo, Brasil. Pensando nisso, a equipe do LeiaJá separou cinco filmes para assistir e entender a guerra no país. 

Anton: Laços de Amizade - Disponível na Amazon Prime Video, a obra cinematográfica conta sobre a amizade entre um garoto judeu e outro cristão, companheiros inseparáveis, em uma pequena vila da Ucrânia invadida pelos bolcheviques depois da Primeira Guerra Mundial. 

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Klondike: A Guerra na Ucrânia - Em 2014, no momento em que começa a Guerra na Donbass, o casal de ucranianos Irka e Tolik vive na região da fronteira entre seu país e a Rússia. Mesmo grávida, ela se recusa a abandonar sua casa, mesmo quando seu vilarejo é tomado por forças armadas. Disponível no YouTube. 

Inverno em Chamas: A Luta pela Liberdade da Ucrânia - Disponível na Netflix e indicado ao Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem, a trama traz o começo da manifestação pacífica de estudantes se transformando em 93 violentos dias de revolução na luta pelos direitos civis na Ucrânia. 

Os Esquecidos - Nina, uma professora ucraniana, não pode sair da cidade de Luhansk, ocupada por separatistas no leste. Forçada a ensinar russo, seu caminho se cruza com o de Andrii, um estudante, quando ela testemunha o jovem sendo preso pela após colocar a bandeira ucraniana no telhado da escola. Nina arrisca sua vida para libertá-lo, e os dois se apaixonam enquanto lutam pela liberdade da região. Disponível no YouTube. 

Testemunhas de Putin – O filme explica a ascensão de Vladimir Putin, por meio de materiais inéditos, desde o colapso da União Soviética até os anos 2000, quando ele se candidatou para o poder Russo. Disponível no YouTube. 

Bônus: A Sombra de Stalin - Disponível na Netflix, o jornalista galês Gareth Jones (1905-1935) arrisca a vida para expor a verdade sobre a fome devastadora na União Soviética no início dos anos 1930. 

O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou, nesta quinta-feira (24), a "contribuição" para a ofensiva na Ucrânia do chefe do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, apesar dos seus "erros", e prometeu "levar até ao fim" a investigação sobre a queda fatal do avião em que viajava.

Prigozhin "era um homem com destino complicado, que cometeu erros graves em sua vida, mas que obteve os resultados de que precisava", declarou Putin, durante uma reunião transmitida pela televisão, oferecendo suas condolências aos familiares das vítimas do acidente.

"São pessoas que deram uma contribuição significativa para nosso esforço comum" na Ucrânia, onde a Rússia trava uma ofensiva militar desde fevereiro de 2022, continuou Putin.

Referindo-se à investigação sobre as causas do acidente lançada pelas autoridades russas, o presidente prometeu "conduzi-la em sua integralidade e chegar a uma conclusão".

"Veremos o que os investigadores dirão num futuro próximo. A perícia está em curso, uma perícia técnica e genética. Isso levará algum tempo", completou.

Até o momento, as autoridades russas não apresentaram qualquer pista para explicar a queda, na quarta-feira, do jato privado que transportava, de acordo a autoridade da aviação civil russa, Prigozhin, seu braço direito, Dmitri Utkin, e outros responsáveis do Wagner.

No acidente, que alimentou especulações de assassinato do homem que se tornou inimigo do Kremlin após a rebelião fracassada em junho, morreram todos os 10 ocupantes da aeronave, segundo as autoridades.

Yevgueni Prigozhin, que Putin disse "conhecer desde o início da década de 1990", foi chamado de "traidor" pelo presidente russo durante sua rebelião abortada em junho.

Ainda de acordo com Putin, o chefe do grupo Wagner "voltou da África" no dia do acidente, quarta-feira.

O fundador da Grupo Wagner, Yevgueny Prigozhin, estava entre os passageiros de um avião particular que caiu na região de Tver. A informação foi confirmada pela Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya).

"Uma investigação foi iniciada sobre o acidente de avião ocorrido esta tarde (23/8) na região de Tver. De acordo com a lista de passageiros, entre eles está o nome e o sobrenome de Yevgeny Prigozhin", disse o departamento de Rosaviatsiya.

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O jato executivo da Embraer, de propriedade de Prigozhin, caiu perto da vila de Kuzhenkino, na região de Tver, na noite desta quarta-feira (23). De acordo com dados preliminares do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, 10 pessoas morreram: sete passageiros e três tripulantes. O avião voava de Moscou para São Petersburgo.

O canal de telegram da Grey Zoneo grey zone, ligado ao Grupo Wagner, publicou que o avião de Prigozhin foi abatido por defesa aérea. Não há confirmação oficial desta informação.

Por Serguei Monin, para o Brasil de Fato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu principal discurso na 15ª Cúpula do Brics para defender que os demais países do bloco discutam abertamente a guerra na Ucrânia. Lula disse que o Brics deve atuar para favorecer o entendimento e reiterou a disposição do Brasil de ajudar a mediar a paz.

"Não podemos nos furtar a tratar do principal conflito da atualidade, que ocorre na Ucrânia e tem efeitos globais. Não subestimamos as dificuldades para encontrar a paz, tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia", afirmou Lula, durante discurso aberto em Johannesburgo.

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"Achamos positivo que um número crescente de países, entre eles do Brics, também estejam engajados em contato direto com Moscou e Kiev. A busca pela paz é um dever coletivo e imperativo para desenvolvimento justo e sustentável. Os Brics devem atuar como força pelo entendimento e cooperação. Nossa disposição está expressa na contribuição da China, da África do Sul e do meu próprio País para a solução do conflito na Ucrânia."

Lula e os demais líderes já haviam tido conversas reservadas duas vezes durante a cúpula. O Brasil pressionou para que uma declaração sobre a guerra conste ainda no documento final da cúpula. Embora não estivesse presencialmente, o presidente russo Vladimir Putin assistia ao discurso do brasileiro por meio de uma conexão em vídeo.

O assunto é um incômodo para os países do bloco, e não há consenso de posições. Além do envolvimento direto da Rússia, país responsável por invadir militarmente um país vizinho em 2022, de todos os demais somente o Brasil condenou a ação, em votações nas Nações Unidas. Os demais se abstiveram.

"O Brasil tem posição histórica de defesa da soberania e da integridade territorial e de todos os princípios das Nações Unidas", recordou Lula.

Em aceno aos dois lados, o petista afirmou que não vai reconhecer as exigências unilaterais de cada lado, seja a proposta de paz de Kiev ou de Moscou, e reconheceu que o entendimento ainda passa por "dificuldades". O presidente tem defendido um cessar-fogo imediato, para que então os dois países envolvidos iniciem rodadas de discussão para encerrar a guerra, e se colocou à disposição para contribuir no processo.

"O Brasil não contempla fórmulas unilaterais para a paz. Estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa nos efetivamente contribuir pra um pronto cessar-fogo e para uma paz justa e duradoura", disse o petista.

Em campanha no Brics para obter um assento no Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, Lula afirmou que a guerra na Ucrânia evidencia as "limitações" do conselho e que "muitos outros conflitos e crises estão por vir".

"Enfrentamos um cenário mais complexo do que quando nos reunimos pela primeira vez. Em poucos anos retrocedemos de uma conjuntura de multipolaridade benigna, para uma que retoma a mentalidade obsoleta de Guerra Fria e da competição geopolítica. Essa é uma insensatez que gera grandes incertezas e corrói o multilateralismo, sabemos bem onde esse caminho pode nos levar. O mundo precisa compreender que os riscos envolvidos são inaceitáveis para a humanidade", alertou Lula.

Clima

Em outro gesto duro, Lula culpou novamente os países desenvolvidos - em recado aos europeus - pela crise climática global. O presidente exigiu que eles deixem de "terceirizar" a culpa ao Sul Global - grupo de nações entre os quais o Brasil se inclui - e cumpram compromissos de contribuir com recursos para os países menos desenvolvidos poderem investir em proteção ambiental.

"Os grandes responsáveis pelas emissões de carbono que causam a crise climática foram aqueles fizeram revolução industrial e alimentaram o extrativismo colonial predatório. Eles têm divida histórica com o planeta Terra e a humanidade. Precisamos valorizar o Acordo de Paris e a Convenção do Clima, em vez de terceirizar a responsabilidade climática para o Sul Global", reagiu o petista.

"É muito difícil combater a mudança do clima enquanto países em desenvolvimento lutam contra fome, pobreza e outros tipos de violência. O princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, mantém sua atualidade", disse Lula.

O presidente brasileiro pediu ainda mudanças no financiamento climático e de biodiversidade, com oferta de dinheiro "verdadeiramente novo e adicional em relação ao financiamento ao desenvolvimento".

Segundo Lula, o endividamento externo de países pobres restringe o desenvolvimento sustentável. "Precisamos de um sistema financeiro que ajude países de média e baixa renda a fazer mudanças estruturais. É inadmissível que países pobres sejam penalizados com juros oito vezes mais altos do que os cobrados dos países ricos", reclamou.

Moeda

Lula disse que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, pode se tornar uma opção e defendeu a "criação de uma moeda para transações comerciais e de investimento entre membros do Brics". Segundo Lula, ela aumenta opções de pagamento e reduz as vulnerabilidades. O assunto foi discutido entre os líderes, mas não houve decisão de adotar uma moeda comum neste momento.

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