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A candidatura da Ucrânia para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) será um dos tópicos que a cúpula que acontece nesta terça (11) e quarta-feira (12), na Lituânia.

A seguir estão as principais fases da relação entre Kiev e a Aliança Atlântica.

1994: Parceria após o fim da URSS

Desde sua independência no final de 1991, após o fim da União Soviética, a Ucrânia aderiu em fevereiro de 1994 à Parceria para a Paz, um programa da Otan que oferece colaboração militar aos países do antigo bloco do leste.

O país renunciou ao seu status nuclear em dezembro de 1994, após assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Em troca, os Estados Unidos, a Rússia e o Reino Unido ofereceram garantias de segurança, incluindo o respeito por sua integridade territorial.

Em 9 de julho de 1997, a Ucrânia e a Otan fortaleceram suas relações com uma "carta de parceria específica", que prevê maior colaboração técnica e militar.

2002: Kiev solicita a adesão

A Ucrânia anunciou, em maio de 2002, que estava iniciando um processo "histórico" para ingressar na Otan, que exigiria paciência e reformas contínuas.

Mesmo sem bater de frente, o presidente russo, Vladimir Putin, reiterou sua hostilidade à expansão da Aliança para o leste.

Desde 1999, três antigos satélites da URSS - Polônia, Hungria e República Tcheca - se juntaram à Otan. Em 2004, mais sete Estados integraram a Aliança.

2008: O "não, mas..." da Otan

Os líderes dos países da Otan rejeitaram, em abril de 2008, na cúpula de Bucareste (Hungria), a Ucrânia e a Geórgia como candidatos oficiais, apesar do "forte apoio" do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

No entanto, a organização se comprometeu a longo prazo em receber os dois países.

2014: Condenação da anexação da Crimeia

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, classificou a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia como "ilegal e ilegítima" em 18 de março de 2014, alertando que "os aliados da Otan não a reconhecerão".

A Otan reforçou sua cooperação com a Ucrânia perante a "mais grave ameaça à segurança e estabilidade da Europa desde o final da Guerra Fria".

Em meados de 2014, Kiev relançou o processo de adesão - interrompido em 2010 pelo então governo pró-Rússia - considerado inaceitável por Moscou.

Rasmussen deixou a porta aberta, mas sem um cronograma definido.

2022: Ofensiva russa na Ucrânia

Após a ofensiva russa em fevereiro de 2022, o governo ucraniano pediu "assistência militar sem restrições" dos países da Otan, que enviaram armas e munições.

Em 30 de setembro, depois da Rússia reivindicar a anexação de quatro regiões da Ucrânia, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu um processo "acelerado" de adesão à Otan.

Zelensky admitiu, em maio de 2023, que esta etapa é "impossível" antes do final do conflito, mas pede um "sinal positivo" para se unir à Aliança posteriormente.

No último domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi inflexível sobre sua rejeição à adesão da Ucrânia: "Estaríamos em guerra com a Rússia, se fosse o caso".

Seis pessoas morreram em bombardeios russos em Lyman, leste da Ucrânia, neste sábado (8), informou o governador regional.

"Por volta das 10h, os russos atacaram a cidade com vários lançadores de foguetes", disse o governador regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, nas redes sociais. "Pelo menos seis pessoas morreram e cinco ficaram feridas", acrescentou.

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A invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 desencadeou uma guerra, que chega aos 500 dias.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, visitou uma pequena ilha do Mar Negro cujos defensores desafiaram um navio de guerra russo no início da guerra, de acordo com um vídeo sem data publicado nas redes sociais.

A Ucrânia, que está no auge de uma contraofensiva, ganhou na sexta-feira a promessa dos Estados Unidos de fornecer bombas de fragmentação, uma arma proibida em grande parte do mundo.

Segundo o presidente ucraniano, a lentidão no fornecimento de armas atrasou sua contraofensiva lançada em junho e deu à Rússia tempo para fortalecer suas defesas nas áreas ocupadas.

O exército da Ucrânia reconquistou 37 quilômetros quadrados no leste e sul do país em uma semana, no âmbito da contraofensiva ante as forças da Rússia, anunciou nesta segunda-feira (3) a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar.

No sul, "o território liberado aumentou em 28,4 km2", o que eleva a 158 quilômetros quadrados a superfície total reconquistada nesta região desde o lançamento da contraofensiva no início de junho, declarou Maliar.

No leste, os avanços de Kiev foram de apenas nove quilômetros quadrados, de acordo com a vice-ministra.

"O inimigo resiste com força, está acontecendo uma batalha muito dura", destacou Maliar. Ela disse que as tropas russas executaram uma ofensiva no fim de semana nos arredores de Svatove, na região de Lugansk.

Os russos estão "tentando avançar para Lyman", uma cidade na região de Donetsk tomada pelo exército ucraniano no final do ano passado, segundo Maliar.

Na Rússia, o Serviço Federal de Segurança (FSB) afirmou nesta segunda-feira que impediu uma tentativa de assassinato contra o líder designado por Moscou na Crimeia, a península ucraniana anexada em 2014.

"Frustramos uma tentativa de assassinato contra o líder da Crimeia, Serguei Aksionov, organizada pelo serviço especial ucraniano", afirmou o FSB, citado pelas agências de notícias russas.

Um cidadão russo nascido em 1988 foi detido, acusado de ter sido "recrutado por oficiais do SBU", o serviço secreto ucraniano, indicou o FSB, que acusou o homem de ter "formação em inteligência subversiva na Ucrânia, incluindo o uso de explosivos".

Também nesta segunda-feira, o presidente do Comitê de Defesa da Duma (Câmara Baixa do Parlamento russo) descartou a ideia de uma nova mobilização para substituir os membros do grupo paramilitar Wagner que deixaram de combater na Ucrânia.

"O presidente da Federação Russa (Vladimir Putin), claramente e de maneira compreensível e específica, disse que não acontecerá uma nova convocação", declarou Andrei Kartapolov, de acordo com a agência estatal TASS.

"Não há necessidade de mobilização hoje ou no futuro próximo", acrescentou.

De acordo com o ex-comandante militar, "não há nenhuma ameaça de redução do potencial de combate a médio e longo prazo, e Moscou dispõe de tropas dentro das Forças Armadas russas para substituí-las".

A Rússia recrutou em setembro centenas de milhares de homens para enfrentar o conflito na Ucrânia e dezenas de milhares fugiram para o exterior para evitar a convocação.

"No momento do motim (fracassado), o grupo Wagner não era mais utilizado na linha de frente, todos estavam nos acampamentos", acrescentou Kartapolov.

Após o motim frustrado, o fundador do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, aceitou partir para o exílio em Belarus, após a mediação de Minsk.

A premiada escritora ucraniana e pesquisadora de crimes de guerra, Victoria Amelina, de 37 anos, ficou gravemente ferida em um ataque de míssil russo a uma pizzaria no leste da Ucrânia, na noite da última terça-feira, 27.

O ataque ao Ria Lounge, um dos restaurantes mais populares de Kramatorsk, matou doze pessoas e feriu, ao menos, mais 60, de acordo com o The Guardian.

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O estabelecimento estava cheio de civis quando foi atingido. "Não havia objetos militares que pudessem ser um alvo legal para o ataque naquele dia", disse o PEN Ucrânia e o grupo Truth Hounds em comunicado.

"O bombardeio do Kramatorsk Ria Lounge é outro crime nesta cadeia e (mais uma) evidência da maneira como os russos travam suas guerras", continuou a nota.

De acordo com a Rússia, o ataque teve como alvo os militares ucranianos e mercenários estrangeiros: "A análise da destruição e os testemunhos indicam que, muito provavelmente, as forças armadas da Rússia usaram um míssil Iskander para realizar o ataque", disse o comunicado conjunto com o PEN Ucrânia. "Este é um míssil com alta precisão, então os russos sabiam exatamente o que iria atingir".

Mais sobre Victoria Amelina

A pesquisadora deixou de escrever após a invasão russa no ano passado e se concentrou em documentar crimes de guerra e trabalhar com crianças na linha de frente ou perto dela.

Seu trabalho incluiu desenterrar o diário de Volodymyr Vakulenko, um colega escritor que foi detido ilegalmente e morto por soldados russos na cidade de Izium no início da guerra.

O diário, enterrado em seu jardim, serviu como um documento em tempo real das atrocidades russas.

O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, reafirmou neste sábado (1º), em Kiev, no primeiro dia da Presidência espanhola da União Europeia (UE), o apoio do bloco à Ucrânia, que tem resistido há 16 meses à invasão russa.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que espera acelerar a adesão de seu país ao bloco de 27 nações, destacou o gesto de Sánchez, mas lamentou a demora de algumas potências ocidentais em fornecer o equipamento militar necessário para fortalecer sua contraofensiva no leste e no sul.

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"Minha presença aqui no primeiro dia da Presidência semestral [da UE] demonstra um compromisso político claro e inequívoco por parte das instituições comunitárias" em relação à adesão da Ucrânia, declarou Sánchez em entrevista coletiva ao lado de Zelensky.

"É extremamente simbólico que esta visita ocorra no primeiro dia da Presidência espanhola da UE", considerou Zelensky em redes sociais.

A Ucrânia recebeu o status de candidato à UE há um ano e espera iniciar ainda este ano as negociações formais sobre os próximos passos.

"A Espanha reitera seu apoio à candidatura da Ucrânia para aderir à UE, que estará entre as prioridades de sua Presidência", afirma a declaração conjunta de Sánchez e Zelensky.

O presidente ucraniano também pediu que a Otan estenda um convite para que a Ucrânia adira "após a guerra" à aliança de defesa ocidental durante a cúpula deste mês em Vilnius, capital da Lituânia.

A declaração conjunta destaca que "a Espanha apoia o fortalecimento da cooperação entre a Otan e a Ucrânia, incluindo a criação de um Conselho Otan-Ucrânia".

- Aliados que "se arrastam" -

Sánchez anunciou sua viagem a Kiev em uma cúpula da UE na quinta-feira, afirmando que seu objetivo era demonstrar o "apoio inabalável" da UE à Ucrânia.

No entanto, Zelensky reiterou suas críticas contra "alguns" aliados ocidentais que demoram a treinar pilotos ucranianos no manuseio de caças de combate.

"Você tem alguma ideia de quando a Ucrânia poderá obter os F-16?", disse o presidente ucraniano ao lado de Sánchez. "Não há nenhum cronograma para as missões de treinamento. Acho que alguns parceiros estão se arrastando", acrescentou.

Essas críticas surgem após semanas de uma contraofensiva com avanços limitados na tentativa de recuperar os territórios conquistados pelas tropas russas desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

O comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valery Zaluzhny, disse na sexta-feira em entrevista ao Washington Post que os planos de contraofensiva têm sido prejudicados pela falta de armamentos adequados, desde modernos caças de combate até munições de artilharia.

"Isso me incomoda", disse ele, referindo-se ao fato de que algumas potências ocidentais ficam frustradas com a lentidão dos avanços, mas não entregam os caças F-16 prometidos para contrabalançar a superioridade aérea russa.

"Eu não preciso de 120 aviões. Não vou ameaçar todo mundo. Um número muito limitado seria suficiente", ressaltou. "Mas eles são necessários. Porque não há outra maneira. O inimigo está usando uma geração diferente de aeronaves", acrescentou.

O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Mark Milley, disse na sexta-feira que Washington e seus aliados estão trabalhando para fornecer apoio à Ucrânia.

"Estamos fornecendo toda a ajuda humanamente possível", afirmou Milley, explicando que os Estados Unidos ainda estão em negociações com a Ucrânia para fornecer F-16 e mísseis de precisão do tipo ATACMS.

No entanto, ele reconheceu que há impaciência em relação ao ritmo da contraofensiva.

"Claro, está avançando um pouco devagar, mas isso faz parte da natureza da guerra", afirmou.

Um funcionário dos Estados Unidos confirmou à AFP na sexta-feira que o diretor da CIA, William Burns, viajou recentemente para a Ucrânia, onde se encontrou com os serviços de inteligência e o presidente Zelensky.

Durante sua viagem, Burns reafirmou "o compromisso dos Estados Unidos em compartilhar inteligência para ajudar a Ucrânia a se defender da agressão russa", disse o funcionário dos Estados Unidos.

O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou que o país concederá 55 milhões de euros adicionais para ajudar nas necessidades de reconstrução da Ucrânia. Em visita ao país do leste europeu, o mandatário espanhol se comprometeu ainda a entregar mais armamento pesado à Ucrânia, incluindo quatro tanques Leopard e veículos blindados, além de um hospital de campanha portátil.

A visita marca o começo da presidência rotativa da Espanha na União Europeia (UE), que se estende até o fim do ano. Em um discurso ao parlamento da Ucrânia, Sánchez disse que a UE está com os ucranianos "o tempo que for necessário" e que estava no país para expressar a "firme determinação" do grupo contra "a agressão russa ilegal e injustificada à Ucrânia".

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Em outras partes da Ucrânia, autoridades regionais relataram que pelo menos três civis foram mortos e 17 feridos por bombardeios russos na sexta-feira e durante a noite na linha de frente da região leste de Donetsk.

Durante entrevista, Sánchez disse que "somente a Ucrânia pode definir os termos e prazos" em negociações de paz. Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reclamou da falta de clareza sobre o treinamento ocidental para pilotos de caça ucranianos. Ele disse que os aliados ocidentais ainda não estabeleceram um cronograma para treinar pilotos nos F-16 fabricados nos EUA, apesar de suas expressões de prontidão.

Zelensky também reafirmou que a Rússia estaria preparada para causar uma potencial catástrofe nuclear na usina de Zaporizhzhia, controlada por Moscou. "A Rússia está tecnicamente pronta para provocar uma explosão local na estação que poderia causar a emissão de substâncias perigosas no ar", afirmou.

Pelo menos três pessoas morreram e 42 ficaram feridas nesta terça-feira (27) em um ataque com foguetes russos que atingiu um restaurante popular no centro de Kramatorsk, no leste de Ucrânia, disseram as autoridades.

"Os corpos de três pessoas falecidas, incluído um menor nascido em 2008, foram retirados dos escombros. Entre os feridos, há uma criança nascida em 2022", indicou o Ministério do Interior ucraniano pelo Telegram.

O serviço de Situações de Emergência de Ucrânia informou no Telegram que 42 pessoas ficaram feridas no ataque que destruiu o restaurante Ria Pizza, um estabelecimento frequentado por jornalistas e militares.

Segundo a polícia ucraniana, a Rússia disparou dois foguetes terra-ar S-300.

Um repórter da AFP viu uma grande mobilização de ambulâncias, policiais e militares, além de inúmeros moradores reunidos em frente ao restaurante bombardeado.

Um cozinheiro coberto de poeira, Roslan, de 32 anos, disse que, no momento do ataque, "havia bastante gente" no restaurante e, apontando para si mesmo, acrescentou: "Tive sorte".

Uma mulher, Natalia, contou chorando que seu irmão Nikita, de 23 anos, estava na área de preparação de pizza e que os socorristas "não conseguem retirá-lo" dos escombros.

Kramatorsk, uma cidade de 150.000 habitantes antes da guerra, é o último grande centro urbano controlado pela Ucrânia no leste do país e fica a cerca de 30 quilômetros da linha de frente.

Cerca de 25% das crianças de todo o mundo provavelmente viverão na miséria este ano por causa da invasão russa da Ucrânia, que fez os preços dos alimentos e da energia dispararem, advertiu a ONG KidsRights nesta segunda-feira (26).

Feita com base em números de agências da ONU, a classificação KidsRights também mostra que as crianças estão ameaçadas pela mudança climática e pelo impacto sanitário da pandemia da Covid-19.

"Tudo isso equivale a uma 'policrise' de extrema gravidade, já que as tensões mundiais continuam destruindo os direitos e os meios de subsistência das crianças", disse a ONG KidsRights, com sede na Holanda.

Suécia, Finlândia e Islândia são os países mais bem classificados na lista, de 193 Estados.

Chade, Sudão do Sul e Afeganistão são, segundo a ONG, os piores países para crianças.

A invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, foi incluída em uma lista de crises que afetam os direitos das crianças, explicou a organização.

“Uma em cada quatro crianças deve estar vivendo abaixo da linha da pobreza este ano, em consequência da guerra na Ucrânia, que provocou uma explosão nos preços da energia e dos alimentos em todo o mundo”, afirma a KidsRight em seu relatório.

Os 7,5 milhões de menores ucranianos foram "afetados pela guerra de forma desproporcional", e um número significativo deles teve de se deslocar, relata o documento.

A inflação pós-pandemia e um enfraquecimento mundial dos sistemas de saúde devido à covid-19 também têm impacto negativo, sobretudo, nos programas de vacinação, segundo a mesma fonte.

Ao todo, 67 milhões de crianças não foram vacinadas adequadamente entre 2019 e 2021, devido a distúrbios causados pela pandemia.

A mudança climática também é um perigo, especialmente em alguns países asiáticos, onde os menores estão "particularmente expostos a fenômenos climáticos imprevistos".

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que a tentativa de rebelião do grupo mercenário Wagner na Rússia foi uma "situação extraordinária" e que criou "rachaduras que não existiam antes". As declarações foram feitas na manhã deste domingo, dia 25, em entrevista à rede de televisão norte-americana CNN.

"Trata-se de uma questão em andamento e não vimos o final dela ainda, por isso é muito cedo para dizer o que vai acontecer", ponderou. "Mas podemos dizer que o que vimos foi uma situação extraordinária e que criou rachaduras que não existiam antes", disse Blinken, citando que o grupo mercenário, liderado pelo paramilitar Yevgeny Prigozhin, estaria questionando a invasão russa na Ucrânia.

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Na entrevista, Blinken destacou que 16 meses atrás, as forças russas estavam "na porta de Kiev, achando que iriam tomar a cidade em poucos dias", mas que agora o país precisa focar em se defender em Moscou, contra mercenários aliados do próprio Vladimir Putin. "Isso levanta uma série de questões que deverão ser respondidas nas próximas semanas", pontuou.

Blinken disse que até agora não recebeu nenhuma informação sobre qualquer autoridade militar russa que tenha sido destituída, mas que é preciso aguardar o desenrolar da situação. "Precisamos focar na Ucrânia e fazer com que eles tenham o que for preciso para defenderem seu território", afirmou. Na avaliação do secretário, a tentativa de rebelião pode deixar a Rússia distraída com questões internas e criar uma vantagem adicional para a Ucrânia. "Mas independente disso, eles (Ucrânia) têm um plano claro e são resilientes".

Ao ser questionado se o episódio poderia marcar "o início do fim" para Putin, Blinken afirmou que não queria especular sobre o assunto, e que trata-se de uma questão interna da Rússia. "Mas o que temos visto é o seguinte: essa agressão contra a Ucrânia se mostra um fracasso estratégico. A Rússia está mais fraca economicamente e militarmente", disse o secretário.

"É preciso se questionar como isso, a agressão à Ucrânia, melhorou as vidas dos russos. Claro que não melhorou, só piorou, mas é uma questão que os russos devem resolver sozinhos. O fato de você ter alguém internamente questionando essa autoridade de Putin é muito poderoso".

Após o grupo paramilitar Wagner anunciar, neste sábado (24), que seus homens estavam indo para Moscou para derrubar o presidente russo Vladimir Putin, (e posteriormente resolver acabar com a rebelião), a internet brasileira foi tomada por memes. Vários deles usavam personalidades brasileiras com o mesmo nome da milícia europeia.

Quem foi parar no meio das piadas foi o atacante Vagner Love. Torcedores lembraram que o artilheiro do Sport já jogou na Rússia. O atleta defendeu o CSKA de Moscou, entre 2004 e 2012. Confira algumas ‘tirações de onda’.

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O motim do grupo Wagner é uma demonstração da "fragilidade" da Rússia, mergulhada "no mal e no caos", avaliou, neste sábado (24), o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, segundo quem seu país está protegendo o resto da Europa.

"A fragilidade da Rússia é evidente. Uma fragilidade total", destacou Zelensky nas redes sociais, avaliando ser "evidente que a Ucrânia é capaz de proteger a Europa de uma contaminação do mal e do caos russos".

Em sua primeira reação aos acontecimentos na Rússia, o presidente ucraniano afirmou que "quem escolhe o caminho do mal, se autodestrói", referindo-se ao seu contraparte russo, Vladimir Putin.

Segundo Zelensky, Putin "envia centenas de milhares de pessoas para a guerra para finalmente se entrincheirar na região de Moscou e se proteger dos que ele mesmo armou".

"A Rússia tem usado a propaganda para ocultar sua fragilidade e a estupidez de seu governo. E, agora, o caos é tal que ninguém pode mentir a esse respeito", acrescentou.

O líder da milícia Wagner, peça-chave na ofensiva militar russa na Ucrânia, acusou nesta sexta-feira (23) o Exército regular de Moscou de bombardear suas bases e convocou a população a se revoltar contra o comando militar.

O Exército negou as acusações, que chamou de "provocação", enquanto os serviços de segurança russos abriram uma investigação contra o líder do grupo de mercenários, Yevgeny Prigozhin, por tentativa de motim.

Prigozhin, que já foi considerado um aliado do presidente russo, Vladimir Putin, ganhou influência política e se lançou em um confronto com autoridades políticas e militares que parece ter ido além da retórica.

Tropas russas "realizaram bombardeios, lançamentos de mísseis, contra nossas bases de retaguarda" na frente ucraniana, declarou Prigozhin em mensagem de áudio. "Um grande número de combatentes nossos foi morto", acrescentou, prometendo responder aos ataques.

"O comitê de comando do Grupo Wagner decidiu que é preciso conter aqueles que têm responsabilidade militar no país", prosseguiu o chefe dos mercenários, 62 anos.

- Vinte e cinco mil combatentes -

"Nós somos 25.000 e iremos determinar as causas do caos que reina no país (...). Nossas reservas estratégicas são todo o Exército e todo o país", proclamou, convocando "todos os que quiserem" a se unirem a seus homens para "acabar com a desordem".

O Exército russo negou categoricamente as acusações de ataques. "As mensagens e os vídeos divulgados nas redes sociais por Y. Prigozhin sobre supostos 'bombardeios do Ministério da Defesa russo contra as bases de retaguarda do grupo paramilitar Wagner' não correspondem à realidade e são uma provocação", afirmou o ministério em comunicado.

O Kremlin informou que Putin está a par de todos os eventos relacionados a Prigozhin e que "as medidas necessárias estão sendo tomadas". Pouco depois, os serviços de segurança russos (FSB) anunciaram a abertura de uma investigação contra o líder do Grupo Wagner, por "incitação à rebelião armada". Prigozhin explicou, posteriormente, que não pretendia protagonizar um golpe de Estado, e sim organizar uma "marcha pela justiça".

- Militares 'se banham em seu sangue' -

A tensão ocorre em meio à contraofensiva das tropas ucranianas para reconquistar territórios tomados pela Rússia desde o início da intervenção militar, em fevereiro de 2022.

Horas antes do surgimento da crise, Prigozhin afirmou que o Exército russo estava "se retirando" no leste e sul da Ucrânia, contradizendo as afirmações do Kremlin, para o qual a contraofensiva de Kiev fracassa. "As Forças Armadas ucranianas estão fazendo as tropas russas recuarem", declarou, em entrevista publicada no aplicativo Telegram por seu serviço de imprensa.

"Não há controle algum, não há vitórias militares" de Moscou, insistiu Prigozhin, acrescentando que os militares russos "se banham em seu sangue", referindo-se às grandes perdas sofridas pelas tropas regulares. Putin e seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, afirmam, por sua vez, que o Exército está "repelindo" todos os ataques ucranianos.

A cidade de Copenhague, na Dinamarca, receberá neste fim de semana uma minicúpula sobre a guerra na Ucrânia com a participação do Brasil.

    A informação é de um alto funcionário da União Europeia, que disse que será "um encontro em nível de conselheiros de segurança nacional e no formato G7+".

Isso significa que a reunião terá os membros do G7 e um pequeno grupo de outros países, como Brasil, Índia e, "quase certamente", China. Turquia e África do Sul também podem participar.

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"Trabalhamos muito em nível de G7, mas agora é preciso ir além, envolvendo outros países chave no cenário mundial para construir um consenso a partir da fórmula proposta pelo presidente Volodymyr Zelensky.

Na última quinta (22), o chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, já havia se reunido com embaixadores dos países do G7, além de África do Sul, Brasil, China, Dinamarca, Índia e Turquia, para explicar a fórmula proposta pela Ucrânia.

O plano de paz de Kiev prevê a restauração da integridade territorial ucraniana e a retirada de todas as tropas russas, além da criação de um tribunal especial para julgar crimes ligados à invasão.

Da Ansa

A Força Aérea da Ucrânia afirmou nesta sexta-feira (23) que derrubou 13 mísseis de cruzeiro lançados pela Rússia em um ataque noturno contra uma base militar no oeste do país.

"Os 13 mísseis de cruzeiro dos ocupantes foram destruídos", afirmou a Força Aérea ucraniana no Telegram.

"O inimigo atacou a Ucrânia com aviões estratégicos. Desta vez o ataque estava direcionado contra uma base aérea militar na região de Khmelnitsky" (oeste), acrescenta a nota.

"Os lançamentos (de mísseis) aconteceram por volta da meia-noite a partir do Mar Cáspio, quatro bombardeiros Tu-95MS", informou a Força Aérea.

O prefeito de Khmelnitsky, Oleksandr Simchishin, relatou explosões na cidade - que tinha 275.000 habitantes antes da guerra -, e elogiou os sistemas de defesa antiaérea ucranianos.

Autoridades militares da Ucrânia também afirmaram que suas forças derrubaram um drone de reconhecimento russo durante a noite e relataram alguns avanços no sul.

A Rússia executou vários ataques aéreos com mísseis e drones durante o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), o que levou a Ucrânia a solicitar aos aliados ocidentais mais ajuda para reforçar os sistemas de defesa aérea.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs nesta quinta-feira, dia 22, que a guerra na Ucrânia seja paralisada como condição para o início das negociações de paz entre Kiev e Moscou. Lula sugeriu que os soldados ucranianos e russos devem "parar de atirar" para dar início a conversas em que cada lado na guerra ceda um pouco de sua posição inicial.

O presidente afirmou que busca a formação de um grupo de países não alinhados para sugerir mecanismos de resolução diplomática do conflito. Segundo ele, a abordagem conjunta para o cessar-fogo e posterior mesa de negociação envolveria Brasil, China, Índia, Indonésia, México e Argentina, além de representantes da África.

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"É preciso colocar os atores numa mesa de negociação, é preciso parar de atirar e tentar encontrar uma solução pacífica", afirmou o presidente. "É preciso convencer o Putin e o Zelenski que o melhor negócio é acabar com a guerra e tentar saber em que condições vamos voltar à normalidade."

Lula discutiu suas ideias com o Papa Francisco, no Vaticano, mas indicou que o pontífice não necessariamente vai participar desta tentativa de formar um grupo de países. Lula afirmou que o chefe de Estado da Santa Sé e autoridade máxima da Igreja Católica tem "personalidade própria do ponto de vista jurídico, moral e político" para liderar individualmente conversas de lado a lado. Tanto Kiev quanto Moscou mantêm interlocução com o Vaticano.

"O Papa Francisco é hoje a mais importante autoridade política que existe no Planeta Terra, não só pelo que representa, mas por sua postura", afirmou Lula, em entrevista a jornalistas. "O papa tem mandado seus cardeais que estão discutindo com Zelenski e com Putin."

Lula reiterou que o Brasil condenou a ocupação da Ucrânia pela Rússia em resoluções nas Nações Unidas. O País vem defendendo o cessar-fogo, o que se choca com a proposta das potências ocidentais aliadas da Ucrânia. Os Estados Unidos e a União Europeia exigem, ao lado dos ucranianos, a retirada imediata das tropas russas.

O petista disse que considera um problema o fato de Estados Unidos e União Europeia estarem completamente envolvidos na guerra, o que prejudica sua capacidade negociadora.

Lula disse que "ninguém mais aceita uma nova guerra fria", como a configuração polarizada entre EUA e China, e disse ter conversado sobre os aspectos da guerra com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e o Papa Francisco.

"O jogo já não é mais o mesmo quando a guerra começou, tem outros ingredientes, porque tem muitas mortes e destruição. Na minha cabeça, a primeira coisa a fazer era convencê-los a parar a guerra e sentar para conversar e para dizer o seguinte 'eu não abro mão disso ou daquilo' até que a gente encontre um denominador comum. Isso leva tempo, mas quando o ser humano está disposto a fazer ele faz", afirmou Lula, durante entrevista coletiva antes de deixar a Itália rumo à França.

Lula foi questionado por jornalistas italianos se estava de acordo com as condições de paz propostas pela Ucrânia - a "fórmula da paz" de Zelenski - que prevê a retirada total das tropas russas e devolução do território ocupado, entre outros pontos. Ele respondeu a proposta equivale a uma rendição russa.

"Um acordo de paz não é uma rendição", respondeu Lula. "No acordo de paz, os dois envolvidos têm que ceder em alguma coisa, senão não tem acordo. Se tem uma proposta em que alguém tem que ceder 100%, não é acordo, é imposição. E quem sabe o que é necessário para ter acordo são os ucranianos e os russos, não sou eu brasileiro, muito menos qualquer pessoa que não seja russa nem ucraniana."

Amorim na Cúpula da Paz

O presidente também informou que vai enviar seu assessor especial Celso Amorim a uma reunião convocada pela Ucrânia, em Copenhagen, Dinamarca. Ele seguirá para a reunião na sequência da viagem a Roma e Paris.

O governo Volodimir Zelenski convidou o Brasil, África do Sul, Índia e China, além dos países do G7, para discutir a organização de uma conferência de paz. Segundo Lula, Amorim conversou com os bispos envolvidos nas tentativas de mediação da paz empreendidas pelo Papa Francisco. O cardeal Matteo Zuppi já visitou Kiev e deve ser recebido em Moscou.

Em visita à Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou que não acredita que Rússia ou Ucrânia possam vencer a guerra em curso desde o ano passado entre os dois países.

A declaração foi dada em entrevista ao jornal Corriere della Sera, que questionou o mandatário brasileiro sobre o desejo de mediar uma solução para o conflito entre Moscou e Kiev.

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"Ambos os países acreditam que podem vencer militarmente. Eu não estou de acordo. Acho que tem muito pouca gente que fala de paz. A minha angústia é que, com tantas pessoas que passam fome no mundo, com tantas crianças sem comida, estamos pensando em guerra em vez de nos ocupar de como resolver as desigualdades", disse Lula.

Segundo o presidente, é "urgente que Rússia e Ucrânia encontrem um caminho comum rumo à paz". Lula também afirmou que espera "conhecer melhor" a premiê da Itália, Giorgia Meloni, para "reforçar os laços entre os países, que sempre foram muito fortes".

"Brasil e Itália têm uma longa história de colaboração no comércio e nos investimentos. Hoje miramos também na energia renovável. 87% da nossa eletricidade é proveniente de fontes renováveis, bem acima da média mundial, que é de 28%. Queremos expandir a produção de energia solar e eólica, o potencial do Nordeste brasileiro é enorme. Podemos ser um grande produtor de hidrogênio verde, com capacidade de apoiar o mundo na transição energética", acrescentou.

Lula ainda defendeu uma "nova visão de desenvolvimento sustentável" para a Amazônia, região que abriga 25 milhões de brasileiros. "Vamos investir em pesquisa científica, indústrias limpas e turismo para garantir que a floresta valha mais para quem vive nela. As populações que vivem na região precisam de renda, trabalho, proteção social, saúde e educação", afirmou.

*Da Ansa 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda (19), que a guerra na Ucrânia será um dos temas de sua reunião com o papa Francisco na próxima quarta-feira (21), quando ele também se encontrará com seu homólogo italiano, Sergio Mattarella.

    "Eu telefonei para ele, tomei a iniciativa, liguei para o Papa e falei que queria fazer uma visita para ele.

Ele está muito interessado em acabar com a guerra da Ucrânia e da Rússia, eu também quero conversar com ele sobre essa questão da paz", declarou Lula hoje de manhã no Palácio da Alvorada.

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O presidente também afirmou que quer dialogar com Francisco sobre desigualdade. "Quero aproveitar meu mandato para tentar criar uma consciência mundial de que não é explicável não nos indignarmos contra a fome em um planeta que produz mais comida do que nós consumimos", disse.

Lula ainda reiterou a intenção de convidar o Papa para o Círio de Nazaré, uma das maiores festas católicas do Brasil e que acontece anualmente em Belém (PA), e agradeceu pela "solidariedade" do pontífice durante os processos da Lava Jato.

"Depois disso, vou ter um encontro com o presidente da Itália, vou ter reunião com o prefeito de Roma [Roberto Gualtieri], e não sei se vai confirmar o encontro com a primeira-ministra [Giorgia Meloni]", ressaltou.

Após a Itália, Lula irá à França para um fórum sobre um novo pacto econômico global convocado pelo presidente Emmanuel Macron.

*Da Ansa

As forças ucranianas reconquistaram a localidade de Piatikhatki, na frente de batalha do sul do país, anunciou nesta segunda-feira (19) a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar.

Oito localidades foram libertadas durante o mês, desde o início da contraofensiva ucraniana, com 113 quilômetros quadrados de território reconquistados, de acordo com a vice-ministra.

No sul, as tropas ucranianas "avançaram até sete quilômetros de profundidade" nas posições russas, destacou Maliar.

Na frente de batalha leste, "a intensidade geral dos combates caiu na semana passada" e o exército ucraniano "avançou em várias direções", afirmou, sem revelar detalhes.

O exército ucraniano também anunciou que derrubou quatro mísseis do tipo Kalibr e quatro drones explosivos de fabricação iraniana lançados pela Rússia durante a noite.

"Os disparos de mísseis foram executados a partir de um submarino no Mar Negro e os disparos de drones a partir da costa leste, no Mar de Azov", afirma um comunicado.

Pelo menos 16 pessoas morreram e 31 continuam desaparecidas por causa das inundações provocadas após a destruição da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia, no início de junho, segundo um novo balanço das autoridades de Kiev divulgado neste sábado (17).

"Dezesseis pessoas morreram: 14 na província de Kherson e duas na de Mykolaiv. Trinta e uma pessoas seguem desaparecidas", informou o Ministério do Interior ucraniano.

Momentos antes, a Rússia anunciou que o balanço havia aumentado para 29 mortos nas regiões ucranianas sob o seu controle.

A barragem hidrelétrica de Kakhovka, situada no rio Dnieper em uma área controlada pela Rússia, foi destruída em 6 de junho, o que causou inundações que destruíram extensas áreas de plantações e obrigaram a evacuação de milhares de pessoas de cidades e vilarejos cobertos pelas águas.

A Ucrânia acusa a Rússia de ter colocado minas e dinamitado a represa com o objetivo de fechar a passagem das forças ucranianas que realizam uma contraofensiva na região.

A Rússia, em contrapartida, garante que a instalação cedeu após bombardeios ucranianos.

A destruição da barragem também causou preocupação pela situação da usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, que utiliza as águas do Dnieper para resfriar seus reatores.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, visitou a usina esta semana e admitiu que a situação era "grave", mas que estava "se estabilizando".

As Forças Armadas da Ucrânia anunciaram nesta quinta-feira (15) que derrubaram um míssil de cruzeiro e 20 drones explosivos lançados pela Rússia em um novo ataque noturno, além de três mísseis que atingiram a cidade natal do presidente Volodimir Zelensky.

Os militares ucranianos conseguiram interceptar um dos quatro mísseis lançados a partir do Mar Cáspio e os 20 drones disparados do norte e do sul, informou a Força Aérea no Telegram.

Mas os outros mísseis atingiram "instalações industriais na região de Dnipropetrovsk", no centro-leste da Ucrânia, acrescentou o comunicado.

De acordo com as autoridades locais, a localidade atingida foi Kryvyi Rih, a cidade natal de Zelensky, onde um ataque russo na terça-feira atingiu matou 12 pessoas ao atingir um edifício residencial e um depósito.

"Três mísseis atingiram duas empresas industriais que não têm relação com os militares", afirmou o comandante militar da cidade, Oleksandr Vilkul.

Um homem de 38 anos ficou ferido e foi hospitalizado, mas sua condição é estável.

Na região de Zaporizhzhia (sul), 17 localidades sofreram bombardeios russos que provocaram a morte de uma mulher 58 anos, informou o governo regional.

A cidade de Kharkiv (nordeste) e a região de Odessa (sul) também foram alvos de ataques durante a noite, mas os drones russos foram derrubados, de acordo com as autoridades locais.

O governador designado pelo Kremlin para a Crimeia, Serguei Aksionov, disse que a Rússia neutralizou nove drones que sobrevoavam a península anexada por Moscou.

Um drone, no entanto, explodiu em uma localidade no centro da península, mas sem provocar vítimas, apenas danos materiais, de acordo com Aksionov.

Os ataques de drones contra o território russo e península da Crimeia aumentaram nas últimas semanas, após o anúncio de uma contraofensiva de Kiev.

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