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O grande varejo farmacêutico nacional somou R$ 43,47 bilhões de faturamento no primeiro semestre de 2023, o que representou um avanço de 13,07% em relação ao mesmo período de 2022, segundo levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que integra 30 redes farmacêuticas.

Duas categorias em particular tiveram contribuição determinante para esse resultado - os genéricos e o segmento de HPC (higiene pessoal, perfumaria e cosméticos), que tiveram aumento de 18,08% e 16,87%, respectivamente.

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Segundo a entidade, a demanda por artigos de HPC demonstra a consolidação das farmácias como canais de conveniência. "Os clientes buscam resolver sua jornada de compra em um só espaço", acredita o CEO Sergio Mena Barreto, que já projeta faturamento acima de R$ 90 bilhões no acumulado de 2023.

Os medicamentos em geral (tanto os de referência quanto genéricos), por sua vez, apesar de terem uma variação positiva menor, de 11,39%, continuam a concentrar 69% do faturamento das grandes redes.

Além disso, o levantamento mostra que o e-commerce e contratações seguem em alta. A operação digital do grande varejo farmacêutico somou R$ 2,36 bilhões de receita. Já o volume de contratações acompanha a evolução financeira das grandes redes, que empregam 184 mil funcionários.

"Com a recente aprovação da resolução que libera os testes rápidos em farmácias, a tendência é que os recrutamentos de farmacêuticos e também das equipes de apoio ganhem ainda mais fôlego", diz Barreto.

"Embora conviva com os impactos da inflação e dos juros, os brasileiros não deixaram de frequentar a farmácia e buscar tratamentos medicamentosos, tanto que detectamos mais de 561 milhões de atendimentos neste primeiro semestre, contra 530 milhões de janeiro a junho do ano passado. Mas a população adaptou sua cesta de consumo, o que ajuda a explicar a alta dos genéricos", completa o CEO da Abrafarma.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) expôs uma lista de reivindicações ao Ministério da Saúde. A entidade defende a ampliação do papel do varejo farmacêutico na assistência à saúde, o que inclui a regulamentação de mais testes rápidos e vacinas na iniciativa privada.

Os pleitos da associação foram apresentados publicamente ao ministro Marcelo Queiroga, que participou do segundo dia do Abrafarma Future Trends, nesta quarta-feira, dia 14. O congresso promovido pela entidade reúne 5 mil empresários, executivos e dirigentes do setor no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP).

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"Nos últimos 12 meses até julho, registramos 1 bilhão de atendimentos. É como se cada brasileiro visitasse pelo menos cinco vezes as farmácias. Temos capacidade para ampliar em até sete ou oito vezes a capacidade de imunização no país, e de promover pelo menos 40 tipos de testes laboratoriais",

Uma das reivindicações da entidade diz respeito à Consulta Pública 911, lançada em 2020 pela Anvisa, e à RDC 44 de 2009. "Essas medidas já representaram importantes avanços ao reconhecerem os serviços prestados em farmácias como serviços de saúde. Mas é necessária uma revisão para ampliar a regulamentação de novos testes e serviços como o de telessaúde", disse o CEO da entidade, Sergio Mena Barreto.

De acordo com a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA), a procura por testes de Covid-19 caiu significativamente no mês de abril. Segundo levantamento da Abrafarma, neste mês houve 58.534 resultados positivos, um número 83% inferior ao de fevereiro, que registrou 349.287 diagnósticos de coronavírus.

Após a flexibilização das medidas de segurança e a não exigência de testes em lugares como estádio de futebol, a procura por testagem diminuiu.

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"Embora haja claros sinais de recrudescimento da pandemia, o alerta ainda deve permanecer, já que ainda não voltamos à casa de um dígito algo que só ocorreu uma única vez, em novembro do ano passado”, enfatiza Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

Preços de testes e autotestes

Os valores dos autotestes permanecem entre R$ 29 a R$ 69,90. Já os RT-PCR variam entre R$150 e R$ 300.

As grandes redes de farmácias registraram receita de R$ 18,24 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 14,7% ante o mesmo período do ano passado, aponta levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) adiantado ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Segundo a entidade, que representa redes responsáveis por cerca de 45% das vendas de medicamentos no País, os medicamentos responderam por 78% do volume comercializado e somaram faturamento de R$ 12,44 bilhões, 14,8% a mais do que nos três primeiros meses do ano passado.

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A representatividade dessa categoria subiu dez pontos porcentuais em relação à média de 2021. Os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) movimentaram R$ 3,61 bilhões e avançaram 16,8%.

A operação de delivery e e-commerce segue em ascensão consistente e o faturamento no trimestre ultrapassou R$ 815 milhões, alta de 39,6% no período.

Já os chamados não medicamentos, que contemplam itens de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria, geraram R$ 2,07 bilhões, evolução de 13% ante o mesmo período de 2021.

Emprego

Em relação a vagas de trabalho, a Abrafarma aponta que quase 3 mil farmacêuticos foram incorporados às 26 empresas que integram a entidade, o que equivale a um incremento de 10,9% em relação ao primeiro trimestre de 2021.

Ao todo, são 29.799 profissionais dessa categoria, 20% do total de funcionários e colaboradores.

O número de testes rápidos feitos no varejo farmacêutico que deram resultado positivo para Covid-19, caiu 64,52% em fevereiro em relação ao mês anterior. As confirmações passaram de 984.650, em janeiro, para 349.287. Os dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) também indicam queda de positivações nos primeiros dias de março.

"Mas o alerta ainda deve persistir, pois muitas pessoas podem ter esticado o descanso de carnaval e geraram uma demanda represada", advertiu, em nota, o CEO da Abrafarma Sérgio Mena Barreto. "Além disso, a proporção de casos por região é destoante, com Estados como Paraná, 22%, e Rio Grande do Sul, 26%, muito acima da média nacional."

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Em janeiro deste ano, as farmácias realizaram mais de 2,46 milhões de testes rápidos, com cerca de 30,51% confirmando a infecção pelo coronavírus. No mês seguinte, o número de testagens ultrapassou 1,14 milhão. Os positivos representaram 39,87% delas.

Mesmo que o mês passado tenha representado uma queda nas positivações, o número ainda é alto em comparação a registros anteriores. Para se ter uma ideia, nos mesmos meses do ano passado, a taxa foi de, respectivamente, 19,62% e 23,65%. O número de testes em janeiro de 2021 foi de 682.273 (133.877 positivos), e em fevereiro, 716.245 (169.412).

A taxa de testes positivos teve tendência de queda de abril até novembro de 2021. Em dezembro do ano passado, o valor cresceu 8 pontos porcentuais em relação ao mês anterior. Esse aumento foi acompanhado pelo recrudescimento do número de testes feitos entre os dois meses. No mês natalino foram 831810 (17,3% positivos) em comparação aos 539063 (9,3%) feitos em novembro.

Sob efeito da Ômicron, a explosão nos diagnósticos positivos se deu em janeiro. Comparado a dezembro, o aumento no número de positivações foi de 580,38%. O primeiro mês de 2022 foi marcado pela alta demanda por testes, o que levou a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) a recomendar parar de testar casos leves da doença e farmácias a interromperem agendamentos para os exames.

A Abrafarma, ainda, disse que nos primeiros dias de março houve 19.429 confirmações. Mais de 126 mil testes já foram feitos neste mês. "O porcentual de 15,32% (de positivos), metade do indicador de fevereiro, significa uma retomada do patamar anterior às festas de fim de ano em 2021", destacou, em nota.

Dados do consórcio de veículos de imprensa, mostram que a média móvel de novos casos no Brasil caiu de 4 de fevereiro até 7 de março, passando de 182.869 para 40.074 (-78%). Entre 8 e 9 deste mês, apresentou leve aumento, voltando a ser de 50.677. Desde então, retornou à tendência de redução. Nesta segunda-feira, 14, foi de 45.087.

As farmácias brasileiras registraram na semana entre 27 de setembro e 3 de outubro o menor porcentual de testes positivos da covid-19 desde abril de 2020, aponta a Associação Brasileira de Redes de Farmácias (Abrafarma). Foram 17.708 casos confirmados, de um total de 150.208 atendimentos, o equivalente a 11,78%. Até então, o menor índice havia sido de 13,01%, contabilizado entre os dias 12 e 18 de outubro do ano passado.

O porcentual da semana imediatamente anterior, de 20 a 26 de setembro, foi de 13,09%. A redução ocorreu mesmo com o aumento na procura por testes, de 146.332 para 150.298.

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Desde abril do ano passado, quando o serviço de testagem foi implementado, as farmácias realizaram 11,027 milhões de atendimentos, sendo 2.215.717 com resultados positivos (20%).

As farmácias registraram 21.179 resultados positivos de covid-19 entre 6 e 12 de setembro, o equivalente a 14% das testagens, aponta a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Foi o menor índice do ano, após os 25.353 casos confirmados no período de 31 de agosto a 5 de setembro.

"O avanço da vacinação, com doses de reforço e extensão para crianças e adolescentes, tem sido fator determinante para essa redução", avalia o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.

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A entidade também aponta que o número de testagens rápidas voltou a recuar na semana analisada: o volume de atendimentos foi de 146.298, 16% a menos que na comparação com a semana anterior.

Desde abril de 2020, o número de casos totalizou 2.156.823 (20% dos teste). Na análise por Estados, 19 ainda mantêm um porcentual de resultados positivos acima da média nacional, apesar do viés de queda.

As farmácias registraram o menor porcentual de resultados positivos em testes de covid-19 em 2021 entre os dias 9 e 15 de agosto, de 15%, aponta a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Segundo a entidade, o índice se aproxima dos 14% contabilizados no período de 21 a 27 de dezembro do ano passado.

A marca foi alcançada mesmo com o aumento na procura pelos testes rápidos nas drogarias. O total de atendimentos chegou a 203.515, volume 7% acima do da semana anterior, enquanto os casos confirmados de coronavírus totalizaram 30.858.

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Com esses números, a Abrafarma afirma que o varejo farmacêutico retoma o viés de queda nos resultados positivos. A partir do fim de maio, houve nove semanas com recuos consecutivos, até o aumento de 7% registrado no intervalo de 2 a 8 de agosto. Apenas dois Estados tiveram avanço semanal nos casos, Rondônia e Paraíba, com evolução de 3% e 2%, respectivamente.

Desde o fim de abril de 2020, quando foram habilitadas a realizar esse serviço, as farmácias promoveram 9,869 milhões de testagens, com 2.053.945 diagnósticos de covid-19 (21% do total).

"O processo de vacinação vem acelerando entre adultos e já começa a se estender para o público adolescente. Embora ainda convivamos com os riscos de variantes como a delta, o avanço da imunização claramente contribui para reduzir os indicadores", afirma Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

Um levantamento inédito da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) traçou o perfil e os principais sintomas das pessoas que buscam testes de farmácia para saber se estão com covid-19 ou se já foram infectadas pelo vírus. Conforme o estudo, feito em parceria com a plataforma Clinicarx, a procura é feita principalmente por adultos de 18 a 39 anos (49%).

Entre os resultados de teste de antígeno positivo, os principais sintomas relatados foram tosse (68,7%), nariz escorrendo (53,6%) e dor de garganta (49%). Outras queixas foram dificuldade para respirar (18,1%), febre (11,9%) e perda de olfato (9,5%). Esses sintomas eram mais frequentemente ligados à covid no primeiro ano da pandemia. Mas um estudo científico divulgado em junho mostrou que os sintomas podem apresentar diferenças de acordo com as variantes. Dor de cabeça e garganta, além de coriza, são sintomas mais associados às variantes Delta e Gama e os sinais do corpo têm ficado mais parecidos com os de uma gripe forte.

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A análise considerou 3,3 milhões de testes realizados no primeiro semestre deste ano em 2.608 farmácias do País. Desde maio do ano passado, as redes já realizaram mais de 9,1 milhões de testes, dos quais quase 2 milhões foram positivos.

Atualmente, as farmácias oferecem os testes sorológicos, para verificar se a pessoa já foi infectada pelo vírus, e os de antígeno - realizados com saliva ou secreção nasal -, que indicam se a pessoa está com o vírus no momento do teste. A pesquisa mostrou ainda que 10% dos clientes que testaram positivo para covid-19 não tinham sintomas da doença.

Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, diz que o estudo é importante para mostrar que um farmacêutico treinado, seguindo protocolos corretos, pode ajudar a gerar dados para entender a pandemia e orientar os pacientes a procurar ajuda médica. "Toda vez que uma pessoa vai a uma farmácia fazer um teste é porque está com sintomas ou está cuidando de alguém que está com covid, se expôs de alguma maneira e quer tirar a dúvida", afirma.

"No fundo, é um serviço de autogestão das pessoas, da saúde, e a gente tem de evoluir para as pessoas se testarem, ter capacidade de se isolar e de acompanhar sua doença até se restabelecer. Esse painel mostra o poder que se tem quando a gente entrega uma ferramenta como o teste rápido e quando tem um profissional que indica que a pessoa vá ao hospital para o atendimento necessário", acrescenta o médico.

Criticados

Os testes de farmácia são fortemente criticados desde a sua introdução no País e ainda carregam o estigma. Mas também atraem por serem mais acessíveis - entre R$ 70 e R$ 100 - que o RT-PCR, que pode superar os R$ 400. Segundo Barreto, os testes evoluíram e, atualmente, oferecem precisão no diagnóstico. "Todo mundo foi aprendendo muito ao longo da pandemia. A solução que a indústria encontrou até foi rápida, mas os primeiros kits tinham um número de falso-positivo grande", pondera.

Presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Gouveia adverte que a urgência da situação fez com que um grande volume de testes fosse aprovado no Brasil. Em abril de 2020, a CBDL criou uma força-tarefa para analisar a qualidade das opções disponíveis. "Chegamos a ter 633 testes diferentes autorizados, mas nem todos eram diferentes. E já analisamos mais de 16 mil amostras."

O professor Paulo Lotufo, da Medicina da USP, adverte que, com o avanço da vacinação, esse tipo de teste não traz contribuições para a população em geral. Para ele, a opção nem deveria ter recebido aprovação. "Esses testes não têm nenhum sentido para a pandemia, porque têm acurácia baixa. Além disso, com a vacina, não tem sentido fazer esse tipo de teste." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mês de julho registrou o menor porcentual de resultados positivos da covid-19 no ano, considerando os testes rápidos realizados em farmácias, aponta a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Dos 815.866 pacientes que se submeteram ao exame no período, apenas 17,12% (139.699) receberam diagnóstico do coronavírus.

Segundo os dados da entidade, o índice é uma retomada do patamar da última semana de dezembro de 2020, quando 15,6% dos atendimentos confirmaram o quadro de covid-19.

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O porcentual também é bem inferior aos 22,25% de junho e do pico de 26,28% de março.

Desde a implementação do serviço, em abril de 2020, as farmácias realizaram 9,476 milhões de testes rápidos, com 1.991.940 resultados positivos (21%).

"Em média, mais de 20,5 mil pacientes recorrem diariamente a esses estabelecimentos para detectar se estão ou não infectados", aponta Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

As grandes redes de farmácia poderão se tornar pontos de vacinação gratuita contra a Covid-19 a nível nacional. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (5), em coletiva de imprensa virtual sobre os 30 anos de atuação da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A entidade estima que conseguirá aplicar, por mês, 10 milhões de doses, caso o Governo Federal aumente a compra, produção e distribuição dos imunizantes.

Segundo o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, a Associação se reuniu com o Ministério da Saúde para discutir a possibilidade. O gestor garante que, se for autorizada, a imunização nas lojas farmacêuticas ocorrerá de maneira gratuita para a população. “É uma parceria com o sistema público no sentido de prestar um serviço. Isso não tem custo, as vacinas são aplicadas gratuitamente. Nós somos um defensor, inclusive nesta pandemia da Covid-19, de que o setor privado não deveria vender vacina. A gente quer fazer milhões de atendimentos. Já está pronto um projeto chamado ‘Vacina na farmácia’. É um aplicativo para celular e a ideia é que se possa usar 5.500 farmácias brasileiras para aplicar vacina. A gente pode aplicar 10 milhões de doses por mês, pelo menos”, disse o CEO da Abrafarma.

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“É uma maneira de ajudar o Brasil neste momento, sem gerar ônus para ninguém. A gente já está em conversas avançadas com o Ministério da Saúde, e assim que o Brasil tiver mais vacinas disponíveis - a gente estima que em junho ou julho -, vamos sim ajudar o SUS. A gente pode, facilmente, bater 2 milhões de doses por dia”, acrescentou Barreto.

Durante a coletiva de imprensa, funcionalidades do aplicativo mencionado foram apresentadas. A ideia é que os preenchimentos de dados na ferramenta para agendamentos da vacinação contra o novo coronavírus ocorram conforme as exigências do Plano Nacional de Imunização (PNI), respeitando, principalmente, a ordem dos públicos a serem imunizados, sem “furo de fila”, conforme definições dos governos estaduais e das prefeituras. “Uma vez que o governo autorize, a pessoa baixa o aplicativo, escolhe o agendamento e com base no CEP, o sistema já indica a farmácia mais próxima. Nossa ideia de fazer o agendamento é para que não tenha fila, a gente não quer tumulto”, revelou o CEO.

De acordo com a Abrafarma, 40 centros de distribuição das grandes redes, distribuídos em todas as regiões brasileiras, estão à disposição do Governo Federal para que as doses sejam levadas às farmácias, bem como a entidade garante que possui condições estruturais de armazenar as vacinas. A Associação ainda liberou suas equipes técnicas para ajudar no processo imunização.

Questionado se as farmácias podem comercializar o imunizante, Sergio Mena Barreto descartou, mais uma vez, a possibilidade. “Não existe previsão de venda de vacina. A gente acha que a fila é única, ela só precisa andar mais rápido”, afirmou.

Hoje, 8.364 lojas compõem a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias. São marcas como Pague Menos, São Paulo e Drogasil. Conforme dados da instituição, o faturamento do setor em 2020 passou de R$ 58 bilhões.

Em 3.760 farmácias, foram realizados, até 2 de maio, 6.003.867 testes rápidos de Covid-19. Segundo a Abrafarma, cerca de 20% foram positivos e 4.750.296 se mostraram como negativos para a doença.

O levantamento mais atual do Ministério da Saúde indica 64.384.978 doses foram distribuídas para os Estados. Até o momento, segundo a pasta, mais de 43 milhões de doses foram aplicadas.

As farmácias atingiram o patamar de um milhão de casos de covid-19 detectados por testes rápidos, aponta a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Neste semana, os estabelecimentos também alcançaram a marca de 5 milhões de atendimentos.

O serviço teve início no dia 28 de abril de 2020. Até o fim do ano passado, haviam sido aplicados pouco mais de dois milhões de testes, com cerca de 306 mil resultados positivos. "Em três meses e uma semana de 2021, tivemos três milhões de atendimentos e mais que o dobro de casos (723 mil)", aponta Sérgio Mena Barreto, CEO da entidade.

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A semana de 29 de março a 4 de abril contabilizou 292.396 mil testes realizados em 3.651 estabelecimentos, dos quais 71.212 foram positivos (24%). O porcentual acompanha a média registrada ao longo deste ano, bem superior aos 15% de 2020.

Na análise geográfica, 11 Estados tiveram aumento na variação semanal de casos, contra 25 de duas semanas atrás. "Temos que considerar os efeitos das medidas de restrição mais rígidas impostas pelos estados, incluindo a decretação de feriados em cidades como São Paulo. Esses dados por unidades da Federação indicam a importância dos testes nas farmácias como instrumento para as autoridades de saúde aprimorarem o mapeamento e o controle da pandemia", observa Barreto.

As farmácias brasileiras tiveram um novo recorde de 68.939 resultados positivos para covid-19 na semana entre 22 e 28 de fevereiro, alta de 66% em relação à semana anterior. Os dados são de levantamento semanal da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que monitora a quantidade de testes rápidos feitos nos estabelecimentos.

"O índice foi de 26% (de testagens positivas), contra 24% e 21% das últimas duas semanas, e 18% na média geral. É um quadro cada vez mais preocupante, ainda mais se levarmos em conta a média de 15% de casos até o fim do ano passado", adverte Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, em nota.

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Segundo a associação, os maiores sinais de alerta estão no Norte e Nordeste: dos 12 Estados com porcentual de infectados acima de 20%, 11 são das duas regiões. Dois deles já estão na casa dos 30%: Amazonas (34%) e Acre (30%). Em seguida, vêm Amapá (26%), Pernambuco (26%), Rondônia (26%), Paraíba (24%), Rio Grande do Norte (24%), Bahia (23%), Ceará (22%), Maranhão (22%), Rio de Janeiro (22%) e Pará (21%).

As farmácias registraram 17.904 casos positivos em testes rápidos entre os dias 30 de novembro a 6 de dezembro, o que equivale a 17% das testagens, acima da média entre 14% e 15% registrada desde abril. O levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

Segundo a entidade, as farmácias realizaram 1,4 milhão de testes rápidos desde abril, quando o serviço foi implementado. Desses, 214,3 mil apresentaram resultado positivo, uma média 14,9% das testagens.

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Três Estados da região Norte continuaram a registrar os maiores porcentuais de casos confirmados: Amazonas (26,99%), Acre (26,66%) e Amapá (25,27%). Outros 12 Estados também apresentaram patamares acima da média nacional: Pará, Rondônia, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Paraná.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) acaba de lançar um panorama de resultados de testes rápidos da Covid-19 realizados pelas 26 redes associadas. Os dados foram colhidos nas lojas das maiores varejistas do país entre os dias 28 de abril – data da autorização do serviço pela Anvisa – até o dia 14 de junho. 

De acordo com o estudo, 349 farmácias estão ofertando o serviço no País, das quais 68,48% estão concentradas em São Paulo (136) e Minas Gerais (103). Até o momento, foram realizados 62.660 testes rápidos para detecção de anticorpos contra o vírus, por meio da coleta de sangue com furo na ponta do dedo. Dessa quantia, 9.584 (15,30%) testaram positivo, enquanto em 53.076 pessoas (84,70%) o resultado foi negativo.

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Metade desses estabelecimentos oferta o serviço por meio do sistema de drive-thru. Em quase 60% dos casos, as demandas são atendidas de forma espontânea ou por agendamento. Outros 40%, somente por agendamento. Cerca de 17% desses estabelecimentos oferecem o serviço a domicílio.

Recorte regional

Minas Gerais é o estado que mais realizou o procedimento. Ao todo, 22.222 pessoas foram testadas. O Ceará registrou o maior número de casos positivos: 35,7% dos 5.002 testes indicaram a contaminação pelo vírus. O Espírito Santo é o único onde os resultados deram negativos para todas as 13 pessoas testadas. Acre, Rio Grande do Norte, Rondônia e Roraima ainda não disponibilizaram o serviço nesses estabelecimentos.

O maior volume de testes ocorreu até o dia 7 de junho, quando 42.874 pessoas se submeteram ao procedimento. Dessas, 6.436 testaram positivo e 36.438 negativo. De 8 a 14 de junho, dos 19.786 resultados gerados, 3.148 foram positivos e 16.638 negativos.

Série de reportagens explica a expansão do segmento farmacêutico no Brasil. (Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens).

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Considerado um dos mais fortes setores da economia brasileira, o segmento farmacêutico continua apresentando resultados que vão de encontro aos efeitos da crise econômica que castiga o País. Enquanto empresas de diferentes ramos sentem o peso da retração financeira, as grandes redes de farmácias registram aumentos em seus percentuais de faturamento.

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o faturamento das grandes farmácias passou de R$ 42,58 bilhões em julho de 2017 para R$ 50,94 bilhões no mesmo período deste ano. Em outro recorte que descreve a expansão do setor, o número de pontos de vendas passou de 6.533 para 7.782 unidades.

Para entender a evolução das grandes redes de farmácias brasileiras, o LeiaJá publica, nesta nesta segunda-feoira (28), a série de reportagens ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Além de comercializar medicamentos e produtos do dia a dia, as marcas passaram a investir em serviços de saúde e já planejam ações que prometem estreitar a relação com os consumidores. Saiba mais nas matérias da nossa série:

Na reportagem ‘Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor’, o LeiaJá mostra a origem das farmácias no Brasil. Relembramos da época dos boticários até o modelo farmacêutico inspirado nos Estados Unidos, detalhando todas as fases da expansão do segmento.

Em ‘Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas’, são detalhados os dados que justificam os bons resultados das grandes redes de farmácias, além de análises econômicas. Já na reportagem ‘Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes’, traçamos o perfil dos trabalhadores da área, que passaram a realizar serviços de saúde nas próprias lojas em prol dos clientes.

Por fim, na reportagem 'As projeções do segmento farmacêutico', especialistas e representantes de empresas revelam suas previsões para o setor, além das expectativas de faturamento.

As reportagens da série são assinadas pelos jornalistas Nathan Santos e Marília Parente, com imagens dos repórteres fotográficos Chico Peixoto e Rafael Bandeira. As artes são do designer João de Lima e a montagem a cargo de Danillo Campelo. A edição de vídeos é de Caio Lima. Confira, a seguir, os links de todas as matérias:

Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor

Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas

Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes

As projeções do segmento farmacêutico

Farmácia localizada em Fortaleza, com dois mil metros quadrados, é considerada a maior da América Latina. (Nathan Santos/LeiaJáImagens)

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Com 2 mil metros quadrados de área construída e um conjunto de 15 mil produtos, a unidade da rede de farmácias Pague Menos, em Fortaleza, considerada a maior da América Latina, é a representação nata da expansão de um dos segmentos econômicos mais fortes do Brasil. As escadas rolantes da loja, dando ao local um ar de centro de compras, conduzem clientes impressionados com a grandeza física do empreendimento, em um exemplo claro de como as empresas de ponta do ramo farmacêutico ampliam suas lojas, quadro de funcionários e gama de produtos, obtendo resultados lucrativos e remando contra a crise econômica que afeta diferentes setores da sociedade.

Ao passear entre os corredores do estabelecimento, o professor de matemática Ricardo Rocha, de 35 anos, compara a unidade a um shopping. Cliente assíduo de farmácias, Rocha questiona, porém, como o segmento expandiu largamente sua atuação no Brasil? O professor nunca imaginou que, por trás de toda a criação da gigantesca farmácia em Fortaleza e do intenso crescimento das demais companhias nação a fora, existe uma longa história que perpassa pelos principais capítulos da abrangência do setor farmacêutico no País.

No Brasil, os primeiros relatos de atuações que antecedem o trabalho farmacêutico são oriundos do período colonial. Segundo publicação de 2011 da Revista Brasileira de Farmácia (RBF), de autoria dos farmacêuticos Mariana Linhares e Mariana Martins Gonzaga do Nascimento, os boticários, apontados como “curandeiros ambulantes”, percorriam as populações a burros “mascateando remédios e drogas para doenças humanas e animais (Gomes-Júnior, 1988)”. Existe ainda, conforme o estudo, a informação de que os jesuítas também criaram farmácias e boticas, com o objetivo de prestar assistência em seus colégios, “colocando um irmão para cuidar dos doentes e outro para preparar remédios”.

De acordo com a RBF, em São Paulo, o “irmão que preparava os remédios era José de Anchieta, por isso podemos considerá-lo o primeiro boticário de Piratininga (Gomes-Júnior, 1988)”. Conforme o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutor em ciências farmacêuticas, Danilo Bedor, a história aponta que o boticário, de fato, deu origem ao farmacêutico. “O farmacêutico vem do boticário, aquele que preparava os medicamentos nas boticas, no Brasil Colônia. Existe o pensamento que vem dos jesuítas. Quando eles chegam ao Brasil e começam a tratar as doenças dentro das escolas, passam a manipular medicamentos em maior quantidade, criando estoques”, comenta o professor. No áudio a seguir, o docente explica como se dava a preparação dos remédios do período.

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Em 1640, as boticas foram autorizadas como comércio no Brasil. Nesse período, de acordo com a publicação da Revista Brasileira de Farmácia, iniciou-se o que podemos considerar um processo de expansão desses estabelecimentos, ainda de maneira rústica. “Elas se multiplicaram de norte a sul, e devido à facilidade de abertura, muitos o faziam, principalmente, devido à expectativa de bons lucros com o negócio. Consistiam em casas comerciais ou lojas onde o público se abastecia de remédios. Eram dirigidas por boticários, que nada mais eram que profissionais empíricos, às vezes analfabetos, possuindo apenas conhecimento de medicamentos corriqueiros e possuindo uma carta de aprovação do físicomor de Coimbra. Botica também era a denominação do compartimento existente nos hospitais, civis e militares, destinado ao preparo e à administração de medicamentos aos doentes internados (Gomes-Júnior, 1988; Filho & Batista, 2011)”, diz trecho da publicação da Revista Brasileira de Farmácia.

A publicação indica ainda que o ensino de farmácia no Brasil começou no ano de 1824, a princípio como uma cadeira da formação em medicina. Posteriormente, em 1839, duas escolas de farmácia foram criadas em Minas Gerais, sendo uma em Ouro Preto e outra em São João del Rey. “Porém, apesar das diversas instituições de ensino de farmácia distribuídas pelo país, no século XIX, a passagem do comércio de botica para farmácia, com um farmacêutico formado em sua direção, não foi nada fácil. Os farmacêuticos e boticários tinham pouca diferença para a maioria da população e para os legisladores, e o farmacêutico só toma seu espaço exclusivo na produção de medicamentos definitivamente depois de 1886 após diversas batalhas. Já no início do século 20, o farmacêutico tornou-se o profissional de referência para a sociedade nos aspectos do medicamento, dominando não só a prestação de um serviço que visava a ‘correta utilização do medicamento’, mas também a produção e comercialização do arsenal terapêutico disponível na época (Valladão et al., 1986)”, consta na pesquisa da RBF.

O estudo explica ainda que a farmácia se tornou um centro de irradiação cultural, aproximando não apenas as pessoas que buscavam remédio, “mas também os demais que procuravam novidades e notícias do mundo quando eram escassos os meios de comunicação dos acontecimentos político-sociais (Gomes-Júnior, 1988)”. Porém, a partir da segunda metade da década de 30, diante da expansão da indústria farmacêutica, os “preparados magistrais foram quase inteiramente substituídos pelas especialidades, ou seja, medicamentos preparados industrialmente com antecedência e apresentados sob uma embalagem particular”. Como reflexo, a atividade de “fazer” o medicamento, que tradicionalmente caracterizava o perfil do farmacêutico, despareceu quase por completo, de acordo com o texto da RBF. “O modelo de prática predominante na farmácia comunitária passou a ser a orientação e dispensação farmacêutica (Dupuy & Karsenty, 1974; Reis, 2003; Filho & Batista, 2011). Esse processo transformou as ações que aproximavam o farmacêutico do médico e de seus clientes em atos vazios de um sentido transcendente às relações comerciais”, consta na publicação da Revista Brasileira de Farmácia.

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De acordo com o conselheiro do Conselho Federal de Farmácia (CFF) Gerson Pianetti, após a Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento industrial disparou e, por consequência, o setor farmacêutico não ficou para atrás. Pianetti explica que o Brasil e outros países passaram a consumir produtos e serviços oriundos dos Estados Unidos; empresas farmacêuticas seguiram essa dinâmica de “cópia de experiências exitosas dos americanos”.

No decorrer da história, no período dos anos 80, os consumidores tinham à disposição as farmácias tradicionais. Eram estabelecimentos que apenas vendiam medicamentos; lojas pequenas, com balcão e prateleiras com remédios, marcaram a fase.

Primeira onda

Já nos anos 90, diante da influência americana oriunda das grandes drugstores, o Brasil começa a implantar modelos de farmácias que fogem do tradicional, formando o contexto de primeira “onda” que explica a expansão do setor farmacêutico no País. As lojas dessa época eram estabelecimentos que possuíam, além de remédios, produtos para o dia a dia, como itens de beleza e até de alimentação. “Nos Estados Unidos, na drogaria você encontra de tudo. É quase um mini supermercado. Além disso, todo medicamento ético, de prescrição, fica em uma área restrita e reservada onde existe um profissional farmacêutico”, explica a doutora em engenharia de produção e pesquisadora do segmento de farmácias pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), Vânia Passarini Takahashi.

Segundo o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Cassyano Correr, a diversidade de produtos marca a primeira onda da expansão das grandes redes no Brasil. “Nos anos 90, a farmácia começou a diversificar os produtos que vendia, começando um movimento que ficou popularizado como drugstore a partir da influência americana. Empresários do Brasil, em viagem para os Estados Unidos, viram o que estava acontecendo lá. As farmácias passaram a vender, além de remédios, alimentos, presentes, brinquedos, entre outros”, detalha o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Abrafarma.

Essa mistura de produtos e o tamanho físico das lojas, que passou a ser maior, são as principais características dos estabelecimentos da primeira onda. “No modelo tradicional, o cliente ia até a farmácia para comprar um medicamento porque tinha receita, o que chamados de destino. Na medida em que você passa a ter muitas farmácias à disposição, elas ficam mais próximas das pessoas. A vantagem de você investir em um mix de produtos é que, além de atrair as pessoas que têm que comprar medicamento, você atrai as pessoas que estão em rotina. Um modelo alimenta o outro. Tem a ver com a vida moderna, congestionamento no trânsito, entre outros aspectos”, comenta o representante da Abrafarma.

Assim como Cassyano Correr, a farmacêutica mestra em gerontologia e especialista em Saúde Pública e Saúde da Família, Alamisne Gomes da Silva, aponta que o modelo de farmácias americano influenciou, de maneira considerável, o mercado brasileiro. “Inicialmente, os empresários donos de farmácias no Brasil queriam uma forma de rentabilizar mais seus negócios, e uma das estratégias foi utilizar justamente a comercialização de outros produtos não farmacêuticos. Para os empresários foi interessante porque aumentou a questão do lucro e das vendas, não só de produtos farmacêuticos. Para o consumidor, ele passou a se comportar de uma forma diferenciada, uma vez que passou a ter acesso a produtos de utilidades básicas, até mesmo próximo de suas residências. No Brasil, as grandes redes pioneiras nesse processo foram a ‘Araújo’ no Sul e aqui no Nordeste temos a Pague Menos. Produtos de perfumaria, dermocosmético, sorvete e refrigerante estavam à disposição dos clientes nas farmácias”, comenta a mestra.

Segunda onda

No decorrer do processo de expansão econômica do segmento farmacêutico no Brasil, o período a partir dos anos 2000 é considerado a segunda onda. Essa fase é marcada pelo início da venda de dermocosméticos. “Aqui você tem o movimento da beleza. Com a influência das farmácias americanas e europeias, de países como França e Itália, você passa a ter diversidade grande de produtos, muitos lançamentos no mercado da dermatologia. Foi nessa época que as farmácias começaram a colocar dermoconsultores para atender os clientes”, descreve Cassyano Correr.

Terceira onda

“Desde 2014 passamos a viver a terceira onda. É a fase da diversificação de serviços, que tem a ver em converter os espaços da farmácia em espaços de saúde. Esse movimento significa oferecer serviços de vacinação, acompanhamento de pacientes crônicos, consultas com farmacêuticos e outros profissionais. É o que a gente chama de revolução da saúde por meio das farmácias”, explana o integrante da Abrafarma.

Uma nova onda começa a ganhar forma. Ainda lenta, sem prazo claro para ser colocada em prática. É notório, no entanto, que a tecnologia será uma figura primordial do processo de reformulação na relação entre as grandes redes e os consumidores. Confira as próximas reportagens e saiba mais detalhes sobre a quarta onda da expansão farmacêutica na última matéria da nossa série, que aborda o futuro do segmento no Brasil.

Matéria integra a série do LeiaJá ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Trabalho explica como as grandes redes de farmácias expandem seus negócios no Brasil e registram faturamentos que contrariam a crise econômica. Leia, a seguir, as demais reportagens:

Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro

Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas

Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes

As projeções do segmento farmacêutico

Instalação de clínicas farmacêuticas nas lojas é forte tendência do setor. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a relação ideal do quantitativo de médicos em relação ao número de habitantes de uma localidade é de um para mil. Cruzando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Conselho Federal de Medicina, é possível constatar que regiões brasileiras como o Nordeste (1141/1) convivem com uma proporção bem acima do recomendado. É neste contexto que o varejo farmacêutico aposta na ampliação do número de consultórios farmacêuticos, que, após crescimento de 9,4% em relação ao primeiro trimestre de 2018, saltou para 2.964, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A nova estrutura permitiu que mais de 7.800 farmacêuticos já tenham realizado 862.623 atendimentos entre 2018 e 2019, a maior parte deles focada em serviços como testes de colesterol e perfil lipídico. Assim, esses profissionais vêm se distanciando das atividades burocráticas de balcão para protagonizar uma evolução na saúde: à medida que passam a atuar nas clínicas, junto aos pacientes, os farmacêuticos solidificam-se como um novo ponto de partida no contato dos pacientes com o sistema de saúde.

A aposentada Fátima Gameiro já estava com a glicemia acima dos 200 mg/dl- limite para indicação de diabetes- quando foi atraída para um consultório farmacêutico em busca de uma aferição de pressão. “Sou hipertensa e passei na frente de uma farmácia, onde os atendimentos estavam sendo divulgados. A farmacêutica mediu minha glicemia e logo me perguntou se eu estava tomando meus remédios, porque minha glicemia estava alta. Eu respondi que não era diabética e ela me encaminhou para o médico”, lembra Fátima. No hospital, a suspeita da farmacêutica foi confirmada. “Fui diagnosticada como diabética. Inicialmente fiquei muito assustada, fiz todos os exames que o médico pediu e fui encaminhada para uma nutricionista. Voltei à farmacêutica com essas informações e, desde então, me consulto com ela de quinze em quinze dias. Desenvolvi uma relação de confiança com a farmacêutica, afinal foi quem descobriu minha diabetes”, completa Fátima.

Fátima Gameiro teve sua diabetes descoberta pela farmacêutica Marcela Cruz. (Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

Desde então, a cliente tornou-se também paciente da farmácia. Periodicamente, Fátima realiza pequenos exames de rotina com a mesma farmacêutica, Marcela Cruz. “Se a gente for parar pra pensar a quantidade de vezes que o paciente vem pra farmácia, ela é muito maior do que a das idas ao hospital. Continuamos fazendo o acompanhamento e conquistamos progressos significativos, graças ao trabalho de uma equipe multidisciplinar, que envolve também médicos e nutricionistas. Fátima vem tirar suas dúvidas acerca dos medicamentos e novos questionamentos sempre vão surgindo”, afirma a profissional. Marcela lembra que pacientes recentemente diagnosticados costumam apresentar uma grande demanda por informações. “Hoje a gente tem um trabalho importantíssimo, muito mais focado na educação em saúde. É muito gratificante você receber pessoas que chegam doentes, precisando da tua ajuda e você acompanhar e estabelecer um vínculo com ela. A gente como profissional de saúde precisa acreditar que essa atenção faz toda a diferença”, conclui.

A coordenadora farmacêutica das Farmácias Pague Menos Mikalyne Egito alerta que o tratamento farmacêutico não substitui as consultas médicas. “É um trabalho que podemos fazer em associação ao médico e aos demais profissionais de saúde, mas não é substitutivo. O que a gente faz é orientar a respeito da tomada de medicamentos, os horários corretos e armazenamento, além de acompanhamentos como o de pressão arterial, glicemia e perda de peso”, explica. A coordenadora esclarece ainda que o farmacêutico não pode dar qualquer tipo de diagnóstico. “Posso encaminhar o paciente após perceber que seu exame é sugestivo de, por exemplo, diabetes. Também estamos autorizados a solicitar exames e prescrever alguns medicamentos, os Medicamentos Isentos de Prescrição Médica (MIP’s), que não são tarjados”, comenta.

Assim, o sistema da Pague Menos reúne todos os dados periódicos do paciente em fichas individuais salvas no sistema da farmácia, que pode ser acessada por seu médico, em caso de consulta. “Se a pessoa quiser, a gente imprime todo o histórico, então já temos uma relação de confiança com esse público. Hoje a população enxerga sim o farmacêutico como um profissional importante e isso vem sendo um diferencial para as lojas que oferecem esse serviço”, completa Mikalyne.

O coordenador do projeto de assistência farmacêutica avançada da Abrafarma, Cassyano Correr, ressalta a importância da Lei 13021/2014, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, no sentido de regulamentar as farmácias como unidades de prestação de serviços de assistência à saúde e assistência farmacêutica, transcendendo a antiga função de apenas comercializar medicamentos. Em seu artigo 6º, o texto exige, para funcionamento de farmácias de qualquer natureza, “a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento”. “Isso ampliou muito o leque do que a farmácia pode fazer. Atualmente, oferecemos oito grupos de serviço, que, juntos, cobrem uma parcela muito grande da população e de problemas de saúde para os quais as pessoas podem encontrar solução. A vacinação, por exemplo, já retornou às farmácias”, coloca Cassyano.

Mikalyne Egito lembra que atendimento farmacêutico não substitui consultas médicas. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

A coordenadora farmacêutica da Farmácia Permanente Karina Henrique Santos coloca que a resposta, não apenas dos clientes, mas dos fornecedores, à presença dos farmacêuticos durante todo o horário de funcionamento, seja nos balcões ou na clínica farmacêutica é positiva e aumentou a credibilidade do serviço. “A confirmação disso é que todas as nossas novas lojas já são projetadas com sala farmacêutica, na qual o atendimento do farmacêutico está sempre pautado de forma a respeitar o diagnóstico médico. Nosso maior objetivo é garantir que o paciente não abandone o tratamento ou pare a medicação”, afirma.

O CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, confessa que, informalmente, gosta de tratar a Lei 13021/2014 como a “lei do ato farmacêutico”, devido às novas potencialidades desses profissionais no sistema de saúde, de forma complementar ou suplementar. “Este é um problema mundial: cerca de 50% das pessoas abandonam seus tratamentos médicos após seis meses, quando passam os sintomas. Além disso, por ano no Brasil, 100 mil pessoas morrem de derrame e outras 300 mil morrem de problemas no coração, doenças evitáveis se você tratar diabetes e hipertensão”, afirma. Desta forma, Barreto defende que o problema é que as pessoas acabam só indo ao médico uma vez por ano. “O paciente agora pode contar com o acompanhamento do farmacêutico, uma transformação cultural dos dois lados. Do nosso, investimos em um programa de capacitação muito grande. Das 7.800 farmácias da Abrafarma, a gente tem 26 mil farmacêuticos, dos quais já capacitamos 12 mil em cursos livres”, comenta Barreto.

CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, destaca que associação já conta com 26 mil farmacêuticos. (Divulgação)

A Abrafarma ainda oferece programas de pós-graduação presenciais e online. “O que fizemos foi montar toda uma estrutura, um padrão de atendimento. A gente produziu mais de 1300 páginas de material científico, toda uma qualificação, um formato para os serviços para que tenhamos uma farmácia tão boa quanto as de China, Canadá e toda a Europa, onde as clínicas já existem”, completa Barreto.

Matéria integra a série do LeiaJá ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Trabalho explica como as grandes redes de farmácias expandem seus negócios no Brasil e registram faturamentos que contrariam a crise econômica. Leia, a seguir, as demais reportagens:

Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro

Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor

Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas

As projeções do segmento farmacêutico

Em um mercado desafiador, em que o cliente preza por atendimento de qualidade e diversificação de produtos, o segmento farmacêutico segue sua trajetória, até em então, com projeções positivas. Com previsões para o setor, especialistas e empresários revelam suas opiniões acerca dos fatores que devem influenciar a atuação das grandes redes no futuro, além de mudanças que podem mudar a relação das grandes marcas com os clientes.

De acordo com Cassyano Correr, coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a quarta e nova onda da expansão das grandes redes de farmácias deverá englobar o que ele chama de transformação digital. Para Correr, as empresas passarão a digitalizar toda a experiência do cliente, uma vez que o consumidor deverá conversar e acessar a farmácia pelo celular ou computador.

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Cassyano Correr, coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias. (Foto: LeiaJáImagens).

Na prática, no processo de vendas dos produtos farmacêuticos, a prioridade é que tudo seja feito pela internet. “O que vai levar o cliente para o ponto físico é a experiência”, diz o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Abrafarma. Nesta onda, os clientes poderão solicitar os produtos de maneira virtual e receber suas aquisições sem precisar sair de casa. “A quarta onda tem uma característica exponencial: quando começa a acontecer, ela é muito rápida. De cinco a dez anos deveremos ter um impacto muito grande de transformação digital em todas as esferas do setor farmacêutico”, acrescenta Correr.

Professor e pesquisador de serviços farmacêuticos pela Universidade de Brasília (UnB), Rafael Santana, em sua análise sobre o futuro do segmento , aposta na intensificação dos serviços de saúde oferecidos nas farmácias. “É uma tendência, não só no Brasil. Além de uma estratégia de diferenciação em um setor cada vez mais competitivo, trata-se de uma reorganização do setor para atender a uma demanda de resolução de pequenos problemas de saúde pouco valorizado tanto pelo serviço público quando pelos planos de saúde. Acho difícil a curto e médio prazo os médicos assumirem esse papel nas farmácias brasileiras, pela já disponibilidade de farmacêuticos que podem assumir a resolução de pequenos problemas”, diz o docente.

No aspecto econômico, o professor prevê a junção de companhias e o fortalecimento das grandes redes. “O que prevemos é a fusão de empresas e predomínio cada vez maior de grandes redes. Em um futuro próximo de oligopólios de empresas, o preço não será mais um diferencial competitivo e o investimento em serviços clínicos e outras atividades que agreguem valor ao setor será cada vez mais necessário”, projeta.

A tecnologia, segundo o professor da UnB, deverá influenciar o segmento farmacêutico. ”Esse é um setor que pode ser bem impactado pelo avanço tecnológico. A venda de medicamentos on-line, por exemplo, já é uma realidade, porém, deve estar sempre mais restrito a uma parcela de usuários de doenças crônicas com medicamentos de uso contínuo. Nas farmácias existe uma tendência de novos softwares para apoiar os serviços clínicos farmacêuticos, equipamentos para rastreamento de doenças e pequenos exames clínicos ou mesmo aplicativos e ferramentas para apoiar os pacientes no autocuidado”, explica o docente.

Para o Marcelo Rosa, conselheiro do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e coordenador da Comissão de Farmácia Comunitária, os serviços dos consultórios farmacêuticos instalados nas próprias lojas, além de já serem uma realidade, deverão ser intensificados nos próximos anos. “É um caminho sem volta e a tendência é de crescimento, com uma participação cada vez mais efetiva, com o incentivo do Conselho Federal de Farmácia, que tem buscado todos os meios junto aos órgãos governamentais e à sociedade para que isso ocorra.  Com o advento da Lei 13.021/14, o conceito de farmácia no país mudou radicalmente. As farmácias deixaram de ser classificadas como simples comércio, passando a ser reconhecidas, de fato e de direito, como estabelecimentos de saúde. Elas também puderam passar a dispor de vacinas para o atendimento direto à população. Isso representou um marco para o cuidado a saúde da população”, crava o conselheiro.

No quesito tecnologia, Rosa enxerga diversos caminhos para a atuação das grandes redes de farmácias. “Todos os caminhos devem ter como foco o cuidado ao paciente. A tecnologia é um instrumento para que os serviços e produtos possam ser disponibilizados à população com qualidade e segurança. Eu reforço: a tecnologia deve ser um instrumento e não deve substituir os profissionais. O cuidado ao paciente requer habilidades, experiência e conhecimento. O farmacêutico é o único profissional que tem formação e habilitação para a prática do cuidado ao paciente na farmácia”, acrescenta o representante do CFF.

O conselheiro também analisa como será o consumidor do futuro. “Podemos dizer que o consumidor é cada vez mais consciente e crítico. A disputa por preços baixos já não é o ponto mais importante para a conquista e fidelização do consumidor. Estruturas confortáveis, profissionais preparados para cuidar do paciente e a oferta de serviços são fatores indispensáveis para que o estabelecimento farmacêutico prospere, seja uma rede ou uma farmácia de menor porte”, aponta.

No que diz respeito à indústria farmacêutica, representantes do setor também traçam planos para o processo de fabricação, distribuição e comercialização de produtos farmacêuticos. Segundo o vice-presidente institucional da EMS, uma das principais empresas da área, Marcus Sanches, o futuro exige que continuem as apostas na criação de soluções que sejam capazes de auxiliar e atender "as necessidades da classe médica e dos pacientes". "Hoje, o processo de desenvolvimento de medicamentos inovadores na EMS ocorre por meio, principalmente, do Centro de Pesquisa & Desenvolvimento da EMS no Brasil, que recebe 6% do faturamento anual do laboratório em investimentos e possui mais de 400 pesquisadores. No seu P&D, a companhia trabalha em diferentes frentes de inovação, como a inovação incremental e a inovação com genéricos de alta complexidade. Nos Estados Unidos, a EMS trabalha com uma frente de inovação radical (disruptiva), por meio da Brace Pharma, empresa da EMS fundada em 2013, com foco em trazer terapias inovadoras aos pacientes. Hoje, a Brace possui 13 parcerias vigentes em áreas como oncologia, cardiologia e sistema respiratório e doenças neurodegenerativas, metabólicas e autoimunes", detalha Sanches.

A "Indústria.4.0", de acordo com o representante da EMS, é o que molda, atualmente, o futuro do setor, além de ser uma iniciativa importante para o futuro das companhias. "A modernização das unidades fabris também faz parte dos investimentos em inovação da EMS. A empresa já deu início à adoção da Indústria 4.0 em seu processo de produção, tendo sido a primeira do setor farmacêutico na América Latina a adotar soluções neste modelo. A implementação tem ocorrido, inicialmente, por meio de um projeto-piloto em uma linha de embalagem de medicamentos sólidos e no processo de Gerenciamento da Manutenção, na planta de Hortolândia da EMS. As máquinas conectadas devem tornar a produção do laboratório ainda mais inteligente e eficiente, trazendo um crescimento significativo na capacidade produtiva da empresa nos próximos 3 a 5 anos. A utilização da inteligência artificial na indústria tem uma série de pontos positivos, como ganho de eficiência, elevação da produtividade, economia e otimização dos recursos, entre outros.

Em entrevista ao LeiaJá, o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, também revelou suas projeções para o setor. Segundo Barreto, as grandes redes deverão continuar apresentando números considerados positivos e prezando por melhorias em prol da relação com os clientes. Confira:

LeiaJá: Hoje o setor farmacêutico tenta se fortalecer como um espaço de saúde por meio dos espaços de saúde instalados nas próprias lojas. Pensando no futuro, o senhor acredita que essa estratégia será consolidada e ampliada, por exemplo com a participação de médicos nas farmácias? O que o senhor prevê para a relação farmácia e saúde?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: Isso já é uma realidade. As farmácias estão se tornando a porta de entrada do sistema de saúde para a população brasileira, atuando no incentivo à adesão ao tratamento, na identificação de risco e na prevenção de doenças por meio da aplicação de vacinas.

Desde o lançamento do programa de Assistência Farmacêutica Avançada pela Abrafarma, em 2014, as salas clínicas vêm registrando um crescimento exponencial. Só no primeiro semestre deste ano, o número de consultas para serviços farmacêuticos aumentou 62% em relação ao mesmo período de 2018. Foram realizados 862.623 atendimentos. As grandes redes que integram o projeto já contabilizam 2.964 espaços do gênero, um incremento de 9,4%. Somente no ano passado foram realizados mais de 2,4 milhões de serviços especializados nesses novos espaços. Entre os serviços mais demandados, destaque para os testes de colesterol e de perfil lipídico, que são realizados por mais de 300 farmácias em todo o Brasil.

Trata-se de um recurso que facilita a interação dos profissionais de saúde com os pacientes e desafoga o sistema público. É super prático para quem precisa resolver problemas simples, mas não tem tempo de ir a um hospital. Além disso, o atendimento profissional pode estimular o paciente a exercitar o autocuidado.

O farmacêutico e o médico atuarão de forma colaborativa. Mas é bom ressaltar que o serviço de assistência farmacêutica não substitui o médico, mas funciona e seguirá atuando como um elemento complementar para orientar e garantir maior adesão ao tratamento.

LeiaJá: E em relação à tecnologia? Quais são os rumos das grandes redes de farmácia nesse sentido, tanto no processo de comercialização dos produtos, como também na relação com seus funcionários, principalmente os farmacêuticos?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: O momento atual do grande varejo é de investir em transformação digital, melhorar a jornada do paciente e os serviços clínicos nas lojas. O atendimento mudará bastante nos próximos anos, caminhando para um modelo mais proativo na oferta de soluções digitais, com um sistema integrado de informações, que estará acessível aos pacientes: haverá cada vez mais ofertas personalizadas, curadoria de doenças e ofertas de serviços de prevenção. E tudo isso na palma da mão do consumidor, com base em sua jornada individual de compra.

Os serviços clínicos oferecidos nas farmácias também serão influenciados. Muito em breve será possivel realizar pequenos check-ups e testes laboratoriais para o acompanhamento de doenças. É de se esperar também que os aplicativos e sistemas de atendimento das redes se integrem ao prontuário dos pacientes, aprimorando a interação medicamentosa.

A área de e-commerce também tem sido alvo de investimento constante de nossos associados. Entendemos que o consumidor é cada vez mais omnichannel, que busca experiências sem fricção, e quer maior comodidade. Então, todos os processos estão sendo revistos para integrar o negócio de tijolos ao digital. Daqui a alguns anos também poderemos falar em telemedicina, que teria o papel fundamental de desafogar nosso sistema de saúde, evitando consultas e exames desnecessários.

LeiaJá: Os não medicamentos continuam sendo muito vendidos nas grandes redes. Isso deve continuar ou novos produtos serão acrescentados às prateleiras?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: A categoria continua expressiva, representando em torno de 33% do faturamento total das 25 redes, sobretudo agora, quando está em curso uma retomada de consumo dos não medicamentos (itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos), que estava estagnado nos últimos anos por causa do cenário de recessão.

Porém, atualmente, os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) são o segmento de maior influência. O faturamento com a venda desses produtos aumentou quase 20% nas grandes redes. Como podemos observar na tabela abaixo, entre janeiro e agosto deste ano, as redes afiliadas à Abrafarma registraram um faturamento de R$ 34,69 bilhões, índice 10,22% maior que o do oito primeiros meses do ano passado. O percentual supera o crescimento de 7,86% obtido entre janeiro e agosto de 2018, estimulado principalmente pela venda dos MIPs e dos não medicamentos.

Também vale destacar outras duas categorias. O cuidado ao paciente (PAC) e os Nutricionais (NTR). No período de julho/2018 a julho/2019, o faturamento dessas categorias registrar aumento de 17,2% e 12,4%, atingindo R$ 4 bilhões e R$ 6,9 bilhões, respectivamente. 

LeiaJá: Apesar da crise, as grandes redes continuaram aumentando o número de lojas e faturamento. Em termos econômicos, quais são as suas previsões para o setor?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: As redes associadas encerrarão o ano com um desempenho positivo. O faturamento ultrapassará R$ 50 bilhões, com crescimento acima de 10%. Ao fim de 2019, o segmento chegará a um market share total de 44%, mesmo com menos de 8 mil lojas de um total de 78 mil farmácias existentes no país. Para 2020, projetamos um faturamento próximo dos R$ 55 bilhões, se mantido o ritmo de crescimento.

Grandes redes de farmácias devem melhorar faturamento em 2019 na comparação com o ano anterior. (Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens).

LeiaJá: Por fim, como o senhor prevê o consumidor de produtos farmacêuticos? Qual será o perfil e suas necessidades? O que o segmento precisa mudar para continuar forte na economia brasileira?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: Um consumidor cada vez mais omnichannel, empoderado e mais exigente. Ele é o centro das decisões e estratégias de negócios das redes. Mas o segmento varejista deve continuar perseguindo melhorias no nível de serviço, com oferta de produtos correta. Também têm de apostar na customização de ofertas para um perfil específico, tendo por objetivo aumentar o volume da cesta de compra, ampliando o tíquete médio geral da loja.

Matéria integra a série do LeiaJá ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Trabalho explica como as grandes redes de farmácias expandem seus negócios no Brasil e registram faturamentos que contrariam a crise econômica. Leia, a seguir, as demais reportagens:

Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro

Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor

Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas

Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes

Concentradas em áreas de grande concentração, farmácias investem em serviços para vencer concorrentes. (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens).

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Uma farmácia a cada 175 metros. Essa é a média de unidades encontradas em um trecho de apenas 1,4 km da Avenida Conselheiro Rosa e Silva, uma das principais vias da Zona Norte do Recife. Longe de serem frequentadas apenas por clientes em busca de medicação, elas desafiam a crise econômica e continuam em expansão, buscando inovar no repertório de produtos. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), as 25 maiores varejistas do país registraram um faturamento de R$ 25,5 bilhões no primeiro semestre de 2019, índice 9,7% maior que o do mesmo período do ano passado, alavancado, sobretudo, pelas venda dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e pelas mercadorias conhecidas no jargão do setor como “não medicamentos”- isto é, itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

O conselheiro federal de economia e professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Ceará (UFC), Lauro Chaves Neto, defende que, para iniciar o debate sobre a expansão do varejo farmacêutico, é necessário compreender a transformação econômica pela qual o Brasil passou após a aplicação do Plano Real. “A partir daí, houve um inegável ganho de renda da maior parte da população brasileira, aumentando o poder aquisitivo das classes mais pobres. Pessoas que dependiam exclusivamente de fornecimento nos postos de saúde passaram a frequentar as farmácias”, introduz Chaves. O economista também associa o fenômeno à mudança nas configurações familiares. “Antigamente as famílias eram maiores, hoje muitas pessoas vivem sozinhas, em unidades habitacionais cada vez menores, sem tanto espaço para armazenar as coisas. Isso aumenta a necessidade de compras de conveniência”, completa.

Aposentada, Letícia Danzi sempre vai à farmácia, mas raramente em busca de remédios. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Com o aumento do ritmo de vida nas grandes cidades, ir a um supermercado para comprar apenas um shampoo ou pasta de dente parou de fazer sentido para boa parte dos consumidores. De acordo com a Abrafarma, o lucro obtido com a comercialização dos não-medicamentos saltou de R$ 4.906.062.751, em 2018, para R$ 5.423.697.005 em 2019, um aumento de 10,55% em apenas um ano. Desta forma, os não-medicamentos são responsáveis por cerca de 32% das vendas do setor. “Normalmente, as farmácias estão localizadas em espaço de grande circulação. Elas viraram lojas de conveniência, oferecendo refrigerante, chocolate e recarga de celular. São estabelecimentos que também investiram na prestação de serviços para aumentar a circulação”, reforça Chaves. O economista também associa o fenômeno à mudança nas configurações familiares. “Antigamente as famílias eram maiores, hoje muitas pessoas vivem sozinhas, em unidades habitacionais cada vez menores, sem tanto espaço para armazenar as coisas. Isso aumenta a necessidade de compras de conveniência”, completa.

Sempre na farmácia, nunca em busca de remédios, a aposentada Letícia Danzi aproveita uma unidade na rua de casa para fazer pequenas compras sem a fila do supermercado. “Compro fixador, tinta de cabelo, sabonete líquido para as netas...Sempre na farmácia. Graças a Deus, não preciso de remédio”, comemora. Já a vendedora Maria Severina Joaquim costuma frequentar as drogarias em busca de produtos de higiene pessoal. “Eu tenho só uma hora de intervalo, então não dá para me deslocar para um lugar distante e demorar na compra. Por uma questão de tempo, venho à farmácia”, completa.

Para Lauro Chaves, o exemplo de Letícia dá pistas sobre o futuro do setor farmacêutico. “A chave da questão é a inovação. Se as farmácias continuassem como eram há vinte ou trinta anos atrás teriam perdido muito mercado. A enorme concorrência força as empresas a procurarem diversificar e melhorar os serviços, como entrega, atendimento e segurança”, afirma o economista.

O presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, defende ainda que os preços dos não medicamentos não sofrem interferência do governo federal e que as vendas dos remédios cresceram (8,10%, de 2018 para 2019) porque os consumidores estão mais preocupados com a saúde. “A população está envelhecendo e está tomando ciência da importância do autocuidado para prevenção de doenças e administração de pequenos sintomas”, argumenta. Neste ano, o varejo farmacêutico já vendeu R$ 25.502.064.602 produtos, contratou 3.828 colaboradores e abriu 428 novas lojas, representando o último número um crescimento de 6,65% em relação a 2018. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a proporção entre o número de farmácias e o de habitantes de uma cidade seja de, no máximo, uma para cada oito mil. No ano de 1996, a Câmara Municipal de Cuiabá (MT) chegou a aprovar um projeto de lei que limitava a distância mínima entre farmácias a 150 metros de distância. Em 2005, o então prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM) estabeleceu que pelo menos 200 metros deveriam separar um estabelecimento do setor do outro, regra revogada na gestão de Eduardo Paes (PMDB). “A distância tem que ser até maior. O governo precisaria fazer um mapeamento e ver a necessidade de farmácias para a atender a cada região, estabelecendo uma legislação. Países como Holanda, Alemanha, Dinamarca e Suécia regulamentam isso”, argumenta professor aposentado do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) e do curso de extensão em Uso Racional de Medicamentos, ministrado na instituição, Moacyr Aizenstein

Lauro Chaves também traz uma visão sobre o setor. “Deverá haver algum tipo de seleção natural do mercado, ou seja, com o tempo, algumas farmácias vão sobreviver e outras não. Localização, serviço e conveniência serão os critérios do consumidor para definir o destino de cada estabelecimento, porque os produtos em si são iguais, neste caso”, acredita o economista. Não é a toa que as esquinas entre vias importantes costumam ser os locais mais disputados pelas empresas do setor. “São as ‘cornershops’ (do inglês, lojas de esquina), que têm maior visibilidade e pegam o fluxo de mais de um rua, gerando mais estímulo de compra. A facilidade no estacionamento é um grande diferencial, assim como a entrega em domicílio”, completa. Chaves

Chaves aposta que, a longo prazo, mesmo as farmácias que primam pelo serviço de qualidade precisarão continuar inovando. “O cenário que vemos para o futuro é o de uma geração que busca uma vida mais saudável e sustentável, praticando atividades físicas e pondo em prática novos hábitos de consumo. Caso o consumo de remédios caia, a farmácia não precisa perder, ela pode entrar nesse outro mercado”, conclui.

Outra clara tendência do mercado é a fusão entre grandes empresas do setor. De acordo com a KPMG, que realiza a Pesquisa de Fusões e Aquisições no Brasil, 967 fusões foram concretizadas no varejo em geral, o equivalente a um crescimento de 16,5% transações do tipo em relação a 2017, um recorde histórico. No final de 2011, as drogarias Raia e Drogasil transformaram-se na poderosa rede Raia Drogasil, que atualmente está presente em 22 estados brasileiros, empregando mais de 36 mil funcionários em mais de 1900 lojas, sendo abertas, em média, 22 delas por mês.

“Aquele momento era propício para as duas empresas se unirem e formarem uma única empresa de varejo farmacêutico, muito mais forte, mais experiente e com capacidade de atuação em todo o território nacional. Os resultados foram ótimos”, garante o presidente da Raia Drogasil, Marcílio Pousada.

Matéria integra a série do LeiaJá ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Trabalho explica como as grandes redes de farmácias expandem seus negócios no Brasil e registram faturamentos que contrariam a crise econômica. Leia, a seguir, as demais reportagens:

Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro

Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor

Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes

As projeções do segmento farmacêutico

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