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Um ano após vândalos depredarem órgãos e instalações públicas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, o Supremo Tribunal Federal (STF) promoverá a exposição: "Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia".

O objetivo da iniciativa é preservar a memória institucional do STF. A mostra trará cenas que simbolizam a retomada das atividades da Casa diante da tentativa golpista, e, também, dos esforços das equipes envolvidas na reconstrução e restauração do patrimônio da Suprema Corte.

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Parte da mostra vai expor peças do projeto "Pontos de Memória", implementado logo após os atos antidemocráticos. Trata-se da exposição de peças danificadas, de fragmentos decorrentes da violência e de demais vestígios físicos do ataque.

A cerimônia de abertura da mostra contará com a presença do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e ocorrerá no Hall dos Bustos na próxima segunda-feira, 8, às 14h. Estarão presentes os demais ministros, autoridades e convidados.

No dia seguinte, terça-feira, 9. o público geral terá acesso a exposição que ocorrerá no térreo do Edifício Sede, das 13h às 17h.

Exposição: "Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia"; Visitação aberta ao público: terça-feira (9), das 13h às 17h; Local: térreo do Edifício-Sede do STF.

O ministro da Justiça e Segurança Pública e futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, anunciou nesta quinta-feira, 21, o evento para lembrar os ataques aos prédios públicos no 8 de janeiro de 2023 e reforçar compromissos dos Três Poderes com a democracia.

O evento ocorrerá dia 8 de janeiro, às 15h, no Senado Federal. Os chefes dos Três Poderes estarão presentes.

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O anúncio foi feito durante evento de balanço do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Durante a fala, Dino disse ter enfrentado um dos maiores desafios profissionais de sua vida no dia dos ataques golpistas, em que permaneceu durante 12 horas em pé.

"Todos têm o direito de trafegar à direita ou à esquerda na avenida, mas ninguém tem o direito de destruir a avenida", disse o ministro em uma metáfora em alusão à democracia e a posicionamentos políticos.

Dino também agradeceu sua equipe, especialmente às mulheres, dizendo saber que se trata de um ambiente com pouca representatividade feminina. "É uma área muito masculina. Muito."

Despedida do ministério

"Não morrerei, só trocarei de lugar", brincou Dino em clima de despedida. Era previsto que ele continuasse sendo ministro da Justiça até dia 8, como afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, 20. Mas o ministro comentou no anúncio do ato que permanecerá no cargo até "dia 10 ou 12 de janeiro".

Lula havia confirmado a permanência dele à frente da Justiça até o ato de 1 ano dos ataques golpistas de 8 de janeiro. Dino assumirá como ministro do STF no dia 22 de fevereiro.

Dois dias depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) no palanque do Minha Casa, Minha Vida para anunciar 2.600 moradias na Copa do Povo, na zona leste da capital paulista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), abriu o balanço do primeiro ano de mandato falando sobre habitação, área que classificou como "prioridade".

O assunto ficou à frente de saúde e educação, por exemplo. Tarcísio disse que, apenas neste ano, foram 18 mil moradias entregues por meio do programa estadual Casa Paulista. "Hoje, são 103.500 unidades em produção. Já nos preparamos para mais 101 mil residências. Em breve, vamos chegar nas 200 mil que prometemos", afirmou o governador.

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Tarcísio citou ainda um evento do governo paulista que ocorreu na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, também na zona lesta da capital. "Olha que bacana, a gente encher o estádio do Corinthians para entregar 11 mil escrituras", disse sobre documentação para regularização de moradia. No total, segundo ele, durante todo ano, 63 mil escrituras foram entregues em todo o território paulista.

Tarcísio ainda citou que não basta construir casas populares, mas há necessidade de reformar casas antigas - entregues, por exemplo, há três décadas.

De acordo com o chefe do Poder Executivo de São Paulo, 23 mil moradias foram reformadas neste ano pelo governo paulista. Ele citou que outras 43 mil unidades estão com reforma em andamento.

Rodoanel Norte

O governador Tarcísio de Freitas disse que a mobilização de trabalhadores para dar continuidade na obra do Rodoanel Norte começou. A obra foi iniciada em 2013 e, até o momento, não foi entregue. Agora, a última etapa do Rodoanel Mário Covas está prevista para 2026. "Para quem não sabe, a mobilização já está começando. O Rodoanel será feito em duas etapas para que em 2026 esteja pronto", disse.

Entre os benefícios do Rodoanel Norte está a alça de acesso para Guarulhos, o que facilitará a chegada ao Aeroporto Internacional de São Paulo/Garulhos. Há ainda previsão de diminuição de veículos na marginal Tietê, com a possibilidade de os motoristas que saírem de Minas Gerais, Rio de Janeiro e da região do Vale do Paraíba não precisarem passarem pela marginal.

Ao falar sobre Segurança Pública, Tarcísio fez crítica indireta ao Poder Judiciário. O governador afirmou que não adianta prender um criminoso se ela será solto depois.

"A gente não pode prender quatro, cinco vezes o mesmo traficante e ele ser posto em liberdade. A gente não pode ter uma pessoa que acabou de ser liberada por audiência de custódia cometendo crime novamente. Vamos ter que pensar numa solução enquanto sociedade para combater isso", disse.

Em coletiva de imprensa, Tarcísio classificou a situação como frustrante, principalmente com a reincidência. Ele afirmou ter conversando com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para tentar achar um caminho para tentar levar mais segurança aos moradores de São Paulo.

"O que vai fazer com aquele cara que é preso 14 vezes? E ele volta praticando crime do mesmo jeito. Traz uma frustração. Com as ferramentas que temos, com a legislação, como podemos melhorar? Dar mais segurança? Em qual lugar posso colocar mais efetivo? Qual tipo de monitoramento? São questionamentos que a gente se faz e o que queremos é aperfeiçoar", disse o governador.

Em 2022, as chuvas que acometeram o estado de Pernambuco deixaram um rastro de mortos e desabrigados, sobretudo na Região Metropolitana do Recife. Neste domingo (28), para marcar um ano da tragédia, o prefeito da capital pernambucana, João Campos (PSB), relembrou o ocorrido e falou sobre as ações que vêm sendo tomadas desde então para evitar novos desastres. 

Com um vídeo publicado em suas redes sociais, João Campos falou sobre “o maior desastre climático da história do Recife”. As fortes chuvas que começaram a cair no Estado no final do mês de maio de 2022 culminaram em diversos deslizamentos de barreiras e enchentes que deixaram 136 pessoas mortas, além de quase 120 mil desalojados e mais de 9 mil desabrigados. 

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De acordo com o prefeito do Recife, desde a tragédia, diversas medidas vêm sendo tomadas para evitar outro desastre. “Fizemos tudo o que estava a nosso alcance para proteger nossa gente. Apenas neste período, construímos 66 novas grandes barreiras e tem mais de 44 em andamento”, disse.

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Ainda de acordo com Campos, dentro de dois meses serão iniciadas novas obras de encosta na capital pernambucana, a fim de preparar os locais mais vulneráveis para o próximo inverno. “A gente sabe que ainda tem muita coisa pra fazer. Não dá pra resolver o problema todo de um ano pro outro. Mas encaramos o desafio e não vamos tirar o pé”, finalizou o gestor. 

Neste dia em que a invasão da Ucrânia pela Rússia completa um ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi às redes sociais renovar os apelos de paz. Para o presidente, os países não envolvidos no conflito, como o Brasil, devem encaminhar uma negociação pelo fim da guerra.

"No momento em que a humanidade, com tantos desafios, precisa de paz, completa-se um ano da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. É urgente que um grupo de países, não envolvidos no conflito, assuma a responsabilidade de encaminhar uma negociação para restabelecer a paz", publicou o presidente no Twitter nesta sexta-feira (24).

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No final de março, Lula vai à China e, na reunião bilateral com o presidente do país asiático, Xi Jinping, vai pedir a participação de Pequim - hoje aliada de Moscou - na negociação de paz.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou nesta terça-feira, 16, que o Pix superou todas as expectativas no primeiro ano de sua existência. Campos Neto lembrou que, na época do lançamento do Pix, disse que o novo sistema de pagamentos instantâneos transformaria o sistema de pagamentos brasileiro.

"A realidade superou as expectativas. O uso do Pix aumenta mês após mês. A velocidade de adoção é a mais rápida do mundo", disse, destacando que o sistema também já superou meios de pagamento tradicionais, como TED, DOC e Boleto, em número de transações.

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Além disso, o presidente do BC destacou que o Pix é importante vetor de inclusão financeiro e foi especialmente relevante durante a pandemia de Covid-19.

Campos Neto afirmou ainda as melhorias do Pix este ano, como cobrança com vencimento e os novos mecanismos de segurança, e citou as novas funcionalidades que estão por vir, como o Pix Saque e o Pix Troco, que vão entrar em vigor no dia 29 de novembro.

"O Pix ainda não atingiu todo o seu potencial, como o uso de QR Code", disse, acrescentando que é preciso adaptação do sistema de empresas. "Há novas funcionalidades previstas para os próximos anos, como pagamento off-line", afirmou, citando também que, no médio prazo, o Pix deve ser interligado a sistemas de pagamentos de outros países.

As declarações foram dadas em participação no evento (R)evolução Pix, em comemoração de um ano do sistema de pagamentos, por meio de vídeo gravado.

Mais de um ano após ter Covid-19, a baiana Renilda Lima ainda tem 20% do pulmão comprometido, sofre cansaço diariamente, convive com perda de memória e tem baixa imunidade. A doença, contraída em maio de 2020, causou sequelas que persistem até hoje e que Renilda, de 34 anos, não sabe se conseguirá se recuperar. Segundo pesquisa do Hospital das Clínicas da USP, 60% dos pacientes que tiveram Covid-19 no ano passado estão em condições de saúde semelhantes, mesmo após um ano da alta hospitalar.

O estudo da USP acompanha 750 pacientes que ficaram internados no primeiro semestre de 2020 no Hospital das Clínicas da instituição. Eles serão analisados durante quatro anos, mas os resultados preliminares indicam que 30% ainda possuem alterações pulmonares importantes. Além disso, parte também relata sintomas cardiológicos e emocionais ou cognitivos, como perda de memória, insônia, concentração prejudicada, ansiedade e depressão.

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Segundo Carlos de Carvalho, professor titular de pneumologia da USP e diretor da divisão de pneumologia do Instituto do Coração (InCor), os resultados preliminares mostram que algumas sequelas a longo prazo ainda podem ser revertidas. "Há casos em que os pulmões ainda apresentam inflamações mesmo um ano depois da alta hospitalar. Já vimos que essas inflamações podem virar fibroses (cicatrizes pulmonares), que são permanentes", declara.

No caso de Renilda, as sequelas físicas vieram junto com as emocionais. Além do cansaço que sente ao fazer esforço físico - o que levou ela a interromper algumas atividades diárias -, ela também passou a ter dificuldades de dormir e a ter medo de ficar novamente em estado grave se contrair doenças respiratórias. "Até hoje meu sono não é regulado. Troco o dia pela noite. Recusei três propostas de emprego com medo de ficar doente", contou.

Natural de Feira de Santana, município a 116 quilômetros de Salvador, a baiana teve covid-19 no primeiro pico da pandemia no Brasil, momento em que os hospitais públicos estaduais da Bahia não tinham leitos vagos. Ela tratou da doença em casa até conseguir um leito de estabilização em Salvador, onde permaneceu por três dias. No retorno para casa, ficou de cama durante dois meses e não conseguiu se recuperar totalmente.

Carvalho explica que as sequelas são piores e mais longas nos casos em que o tratamento das complicações causadas pela covid-19 são feitos tardiamente ou de maneira não adequada. "Percebemos que os pacientes que demoraram mais a serem encaminhados para o Hospital das Clínicas chegaram em um estado mais grave, e isso também agrava as sequelas. Quanto maior o tempo de internação e a gravidade das infecções, maior a tendência de haver mais sequelas a longo prazo", diz.

A perda do paladar e do olfato, sintomas comuns da covid-19 no período de infecção, também está entre as sequelas de longa duração. O estudante de engenharia ambiental e cozinheiro Emmanuel Ramos, de 20 anos, afirma que os dois sentidos estão "distorcidos" e que os cheiros de alguns temperos foram perdidos. "Tenho enjoos também quando sinto o cheiro de produtos de limpeza e até das queimadas que atingem minha região", disse Ramos, de Palmas (TO).

Nos dois casos, as sequelas alteraram a rotina anterior à covid. Em relação a Emmanuel Ramos, o atrapalha na cozinha. Já Renilda parou de fazer faxina em casa, de ir à academia e sente que não pode desempenhar a mesma função de antes no trabalho, em que era gerente de um estacionamento, por também sofrer perda de memória.

Essa última sequela é relatada por 42% dos pacientes durante a pesquisa da USP. De acordo com os relatos ouvidos pelo Estadão, a perda de lapsos de memória é frequente na rotina e acontece a qualquer hora. "Às vezes, saio da minha sala de trabalho para beber água no corredor e no caminho esqueço o que fui fazer", detalha a acreana Sheyenne Queiroz, de 45 anos.

Ela contraiu a covid-19 em novembro do ano passado e não chegou a ficar no estado grave da doença, mas passou a sofrer com dores de cabeças fortes e esquecimento um mês depois de ser infectada. "Cheguei a achar que estaria com aneurisma por causa da intensidade das dores de cabeça, mas, ao procurar um neurologista e fazer exames, ele me disse que se tratava de uma sequela da covid-19. Até hoje sofro dores de cabeça, agora menos fortes, e do esquecimento. E não sei se vou me recuperar totalmente", preocupa-se.

A neuropsicóloga do Instituto Alberto Santos Dumont (ISD/RN) Joísa de Araújo explica que as queixas mais recorrentes relatadas pelos pacientes estão concentradas em esquecimento, dores de cabeça, ansiedade, sintomas depressivos e sensação de fadiga, inclusive em pessoas ditas "assintomáticas" durante o período de infecção. "Muitos jovens, que não tinham queixas anteriores, passaram a apresentar dificuldades de recordar questões do dia a dia."

Ela atenta que pesquisas referentes às consequências do novo coronavírus na saúde ainda estão em andamento, mas estudos mais amplos indicam incidências psicológicas e neurológicas em um a cada três pacientes. "É importante o acompanhamento multidisciplinar dessas pessoas após a detecção dos sintomas mais clássicos. Um diagnóstico precoce no período pós-covid é fundamental para possibilitar o processo de reabilitação. Isso é fundamental para traçar um plano de como lidar com essas limitações", reforça.

Internações recorrentes

Natural de Esplanada, Bahia, Eliane Silva, de 32 anos, contraiu covid-19 no final de junho de 2020 e precisou ser internada quatro vezes nos últimos 13 meses, sendo três vezes devido às sequelas da doença e uma no período em que estava infectada. A assistente de pessoal, que passou a sofrer com falta de ar, fadiga e problemas na circulação, foi diagnosticada com vasculite pulmonar (doença autoimune que se caracteriza pela inflamação dos vasos pulmonares) e Arterite de Takayasu.

Em julho, a baiana foi internada em uma unidade de saúde de Salvador para tratar uma nova crise. "Não tinha problema respiratório e tudo começou depois da covid. Hoje eu me sinto muito abalada. Às vezes, digo para o médico que prefiro nem pensar nisso tudo, pois já dá vontade de chorar", confessa.

Segundo o professor Carlos de Carvalho, casos de doenças autoimunes são possíveis em qualquer infecção ou vírus - incluindo o coronavírus. Entretanto, ele afirma que os resultados obtidos na pesquisa do Hospital das Clínicas não indicam que essa é uma característica recorrente nos pacientes, apesar de possível. "É algo que permanecemos atentos para ver se doenças autoimunes irão se manifestar ao longo dos anos, mas, com um ano, não vimos", disse.

Em julho do ano passado, Eliane chegou a ficar internada devido à covid-19, mas recebeu alta no mesmo mês. No entanto, passou a sentir dores fortes debaixo do peito esquerdo e entre a costela em novembro e precisou retornar ao hospital mais de uma vez. Na maioria das vezes, os médicos afirmavam que as dores eram gases e passavam uma medicação paliativa. Somente em janeiro, cinco meses após as primeiras dores, descobriu o que sofria.

O tratamento inicial durou de quatro a seis meses, com coagulantes e uso de corticoide, remédio com potência anti-inflamatória. Entretanto, ela voltou a sentir novas dores ao iniciar o desmame dos medicamentos e foi internada no dia 28 de julho. "É muito complicado ter uma internação a cada seis meses. O psicológico fica a mil por horas, sem saber o motivo disso tudo. Junta a doença, solidão e carência. É muito difícil."

Perguntas em aberto

A pesquisa do Hospital das Clínicas da USP é realizada com 750 pacientes que estiveram internados na unidade entre 30 de março de 2020 e 30 de agosto do mesmo ano. São pessoas que se infectaram na chamada primeira onda da pandemia do coronavírus no Brasil. Segundo o professor Carlos de Carvalho, isso significa que não se sabe quais sequelas as variantes do coronavírus surgidas a partir deste ano - como Delta, em circulação no Brasil - podem deixar a longo prazo, nem se são menos ou mais intensas.

Conforme o pesquisador, novos estudos já se iniciaram no mundo inteiro para observar diferenças entre variantes. Além disso, outra observação a ser estudada é das sequelas em pessoas vacinadas, mas que se infectaram. "Ainda são perguntas em que não sabemos as respostas porque são precisos novos estudos para observar estes pacientes", disse o professor.

Um ano depois de seu lançamento, o programa Casa Verde e Amarela ainda não decolou. Embora a redução na taxa de juros tenha contribuído para impulsionar financiamentos, sobretudo na região Nordeste, outras frentes da política habitacional do governo Bolsonaro esbarram na falta de recursos do Orçamento. A entrega de novas casas está abaixo da média dos últimos anos, e até agora nenhuma moradia foi regularizada ou alvo de reformas. A insegurança financeira que cerca o programa desperta críticas num momento em que famílias perdem renda e sofrem com despejos em plena pandemia de covid-19.

Em 2021, o governo federal concluiu cerca de 20 mil unidades habitacionais da antiga faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (para famílias com renda mensal de até R$ 2 mil), um número abaixo da média dos últimos anos: de 2009 a setembro de 2020, foram entregues 1,49 milhão de casas, segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). A continuidade das demais obras, porém, está ameaçada pela falta de recursos, e há risco de paralisação já no início de setembro, como mostrou o Estadão/Broadcast. Novas contratações são um plano ainda mais distante.

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O governo tem dito que a entrega de novas casas não será mais a única vertente da política de habitação, mas novidades como a regularização de terrenos ou reformas de habitações ainda não saíram do papel.

O secretário nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional, Alfredo Santos, afirma que a pasta não ficou parada e, nesse último ano, trabalhou nas bases do primeiro edital, que será lançado em setembro. Serão contratadas até 107 mil regularizações de moradias, além de melhorias em 20% delas, com cerca de R$ 300 milhões disponibilizados de forma imediata pelo Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) - abastecido com dinheiro de empresas. São recursos privados, isto é, não há um centavo sequer do Orçamento para esse braço do Casa Verde e Amarela.

Enquanto a política habitacional é estrangulada pela falta de dinheiro, Gilma Sousa Lima, 44 anos, busca na idade da filha, hoje com 20, a referência para calcular há quanto tempo espera pela casa própria. A procura começou quando a filha tinha apenas três anos, e Gilma era mãe solo. Passados 17 anos, ela precisou fazer da escola onde trabalha como zeladora, na zona sul de São Paulo, sua própria moradia. Lá, ela vive com o marido e a filha. Na fila por uma casa, ela alimenta poucas esperanças, mas diz que não vai desistir.

"Eu sou a zeladora da escola. Abro e fecho, então a gente não paga o aluguel. (Moramos) na zeladoria da escola. Meu sonho era que a minha filha tivesse um quarto para ela, e até hoje não consegui nem uma casa", conta.

A ponte entre Gilma e a espera por uma casa popular é feita pelo Movimento Pelo Direito à Moradia (MDM) de São Paulo, que tem convênio com a Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab). Com a paralisação de novas contratações para a faixa de menor renda, no entanto, não houve mais condições de os projetos serem continuados. "A maior dificuldade é quando muda o governo. Quando troca, paralisa", afirma Gilma. Ela, que recebe um salário mínimo, e o marido, que trabalha como motoboy, não conseguem acessar o Casa Verde e Amarela. "Se não for por meio de algum movimento, com meu salário, eu nunca vou conseguir (um financiamento)."

Orçamento

O secretário Alfredo Santos reconhece que o futuro das regularizações, reformas e construção de casas depende de dinheiro no Orçamento. Para 2022, o MDR pediu R$ 800 milhões para a política de regularização e melhorias, o que, em conjunto com outra parcela de recursos do FDS, contemplaria até 280 mil moradias. Sem dinheiro público, a capacidade cai para 60 mil moradias. "Estamos pedindo insistentemente para que a gente seja atendido, mas, sim, a gente ainda depende do Orçamento."

A proposta orçamentária para 2022 será apresentada amanhã e a distribuição inicial de recursos é feita de acordo com uma decisão de governo, geralmente centralizada na Junta de Execução Orçamentária, formada por Casa Civil e Ministério da Economia.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, critica a postura do governo em relação ao programa habitacional. "É a falta de vontade política para botar dinheiro nesse assunto. É obra contratada, em andamento, e você tem de passar o pires como se fosse um favor", diz. Ele lembra que a política habitacional do governo cumpre um papel social importante, sobretudo num cenário de aumento das vulnerabilidades devido à pandemia. "O burocrata não entende esse lado, que aquilo não é só um talão de cheque, só um dinheiro. Aquilo tem um cunho social, maior do que o mero fato do dinheiro que está sendo colocado ali."

Desde que o Casa Verde e Amarela foi lançado, movimentos ligados à pauta do direito à moradia criticam o programa pela falta de recursos para contratação de novas moradias para o público de baixa renda, que ganha até R$ 2 mil mensais. O presidente da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Getúlio Vargas Jr, lembra que o déficit habitacional (a quantidade de moradias dignas em falta) é de quase 6 milhões de unidades no Brasil, situação que tende a se agravar com a pandemia.

Seis perguntas para Alfredo Santos, secretário nacional de Habitação:

1. Que balanço o sr. faz do primeiro ano do programa Casa Verde e Amarela em meio às dificuldades pela restrição de Orçamento?

Os dados são bastante positivos, considerando que a MP (medida provisória que criou o Casa Verde e Amarela) foi em agosto de 2020, e transformada em lei em janeiro deste ano. Nesse período, avanços aconteceram. O primeiro é justamente a produção habitacional financiada. Uma das nossas propostas era ampliar a participação do programa nas regiões Norte e Nordeste. Fizemos alterações operacionais, a mais relevante delas foi a redução da taxa de juros, em especial no Norte e Nordeste. Comparando o primeiro semestre de 2021 com o de 2020, teve evolução de 12% na contratação. No Nordeste, este número supera 20%. Isso é reflexo da política.

2. E como avançar?

Durante os últimos seis meses, junto com o Ministério da Economia, a gente vem preparando uma proposta de alteração na curva dos subsídios, que complementam a capacidade de pagamento do trabalhador. Percebemos que o programa estava indo muito bem para vendas (a famílias que ganham) acima de R$ 2 mil, e a performance não estava tão boa abaixo disso. A proposta ao Conselho Curador (do FGTS) altera essa curva, melhorando a capacidade de compra das famílias. Ao mesmo tempo, considerando o incremento de custos que ocorreu na construção civil em geral, estamos propondo atualização de valores para que se mantenha a atratividade do mercado. Isso fecha o ciclo de melhorias na parte (de moradia) financiada.

3. Considerando tudo o que está parado ou em andamento, quantas moradias ainda estão no estoque?

Ao redor de 280 mil unidades.

4. É possível retomar tudo o que for viável em 2022 ainda?

Nós estamos trabalhando para isso.

5. E novas contratações, só quando zerar o estoque?

Não diria zerar o estoque, mas pelo menos retomar todas aquelas que podem ser retomadas. Isso dá horizonte de quanto preciso de orçamento. Conforme vai entregando, havendo espaço a gente pode voltar a contratar.

6. É possível esperar nova contratação para 2022 ou ainda é cedo?

Vai depender da condição orçamentária. Produção habitacional sempre é muito importante, é política prioritária, mas primeiro a responsabilidade. Essa é a demanda do presidente (Jair Bolsonaro), das obras paralisadas, tem de concluir primeiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As farmácias atingiram o patamar de um milhão de casos de covid-19 detectados por testes rápidos, aponta a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Neste semana, os estabelecimentos também alcançaram a marca de 5 milhões de atendimentos.

O serviço teve início no dia 28 de abril de 2020. Até o fim do ano passado, haviam sido aplicados pouco mais de dois milhões de testes, com cerca de 306 mil resultados positivos. "Em três meses e uma semana de 2021, tivemos três milhões de atendimentos e mais que o dobro de casos (723 mil)", aponta Sérgio Mena Barreto, CEO da entidade.

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A semana de 29 de março a 4 de abril contabilizou 292.396 mil testes realizados em 3.651 estabelecimentos, dos quais 71.212 foram positivos (24%). O porcentual acompanha a média registrada ao longo deste ano, bem superior aos 15% de 2020.

Na análise geográfica, 11 Estados tiveram aumento na variação semanal de casos, contra 25 de duas semanas atrás. "Temos que considerar os efeitos das medidas de restrição mais rígidas impostas pelos estados, incluindo a decretação de feriados em cidades como São Paulo. Esses dados por unidades da Federação indicam a importância dos testes nas farmácias como instrumento para as autoridades de saúde aprimorarem o mapeamento e o controle da pandemia", observa Barreto.

Com 93 mil teleatendimentos gratuitos em quase 2,3 mil cidades do País, além de brasileiros que moram no exterior, o projeto Missão Covid completou um ano. Após realizar o cadastro na plataforma, o paciente que apresenta sintomas recebe atendimento por videochamada.

Entre os atendidos nesse período estão, em sua maioria, pessoas de 30 a 60 anos, das classes C e D, sem convênio médico. Idosos geralmente são inscritos por familiares jovens que acompanham o teleatendimento. O perfil também se concentra em Rio e São Paulo, com 21.041 e 18.487 cadastros, respectivamente, entre março de 2020 e fevereiro de 2021. Diante de novas variantes e do aumento de casos, a plataforma, que teve em um ano mais de 4,5 milhões de acessos, apresentou um crescimento na procura pelo serviço após o carnaval. "Chegamos a receber 1 mil cadastros diariamente", afirma o médico cardiologista Leandro Rubio, fundador da Missão Covid.

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Em 13 de fevereiro, foram feitos 57 cadastros, ante 1.038 em 11 de março, menos de um mês depois - o que representa uma alta de quase 20 vezes. Além disso, com casos mais graves atingindo a população mais jovem, a Missão Covid acompanhou mais cadastros entre 31 e 50 anos. Por exemplo: de 4.711 (entre 1º e 15 de junho) para 10.285 (entre 1º e 15 de março de 2021). No mesmo período, foi observada elevação de 1.374 para 3.736 nos cadastros entre 51 e 70 anos. Todas as outras faixas etárias, até as acima de 90 anos, demonstram crescimento, mas em ritmo menor. Em um ano foram feitos mais de 260 mil cadastros na plataforma (em https://missaocovid.com.br/).

Em média, 1,5 mil médicos de diferentes especialidades e localidades do País já contribuíram com o projeto. "Hoje temos aproximadamente 100, em sua maioria aposentados. Mas muitos jovens também, como eu, que tenho 35 anos", afirma Rubio. "Nos últimos 15 dias, atendemos 10% do total de cadastrados. Em alguns momentos, 20% da demanda que chega diariamente. Isso varia e depende dos médicos disponíveis."

Com o aumento da procura, nem todos os pacientes que se cadastram conseguem entrar na fila de atendimento. Por isso, Rubio convida médicos de todo o País a fazerem parte do projeto. "É um projeto movido por valores e propósitos, sem fins lucrativos", afirma.

Após a solicitação, normalmente o cadastro é atendido por um médico por chamada de vídeo pelo WhatsApp, em poucas horas. O profissional pode ainda orientar o paciente para que procure atendimento presencial. "Em alguns casos, apenas receitamos remédios que ajudam a aliviar os sintomas da covid-19", diz o fundador.

Neste mês, o aposentado Antônio Pereira Borges, de 61 anos, fez a inscrição para a filha Michelle Cristhini Bruschi Pereira Borges, de 30, estudante de Pedagogia. "Observei que minha filha estava com um pouco de dificuldade para respirar. Eu me inscrevi no domingo e, no mesmo dia, felizmente, recebi o retorno de um médico. O atendimento foi excelente."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No dia em que o Brasil completou um ano desde seu primeiro caso confirmado de covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encerrou sua transmissão ao vivo nas redes sociais desta quinta-feira, 25, sem emitir uma palavra sobre as mais de 250 mil mortes pela doença no País.

Durante a live, a única menção do mandatário à crise sanitária foi para lançar dúvidas sobre a efetividade do uso de máscaras na prevenção contra o contágio pelo vírus. Ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães - que, assim como o chefe do Planalto, não usava qualquer proteção facial -, Bolsonaro alegou ter tido acesso a um suposto estudo alemão segundo o qual máscaras fariam mal a crianças. "Começam a aparecer os efeitos colaterais", disse o mandatário. "Cada um tem sua opinião sobre máscaras, eu tenho a minha", comentou, na contramão das evidências de que o equipamento reduz o risco de transmissão do coronavírus.

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A morte de nove jovens pisoteados durante um baile funk em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, completa um ano nesta terça-feira, 1º. O principal inquérito do caso, conduzido pela Polícia Civil, ainda não foi concluído, mas o Ministério Público já antecipou que enxerga culpa de parte dos policiais militares que atuaram no caso. As famílias vão realizar nesta tarde um ato em memória das vítimas e por responsabilização pelas mortes.

Os nove jovens foram pisoteados após a polícia atuar para dispersar o baile da DZ7 na comunidade de Paraisópolis. Esse pancadão, na época, costumava reunir entre 3 mil e 5 mil pessoas nos fins de semana. Os agentes dizem que perseguiam um suspeito e foram alvo de disparos. A ação causou tumulto e levou as vítimas para duas vielas da comunidade, onde as pessoas se aglomeraram. Testemunhas relatam truculência na ação policial, o que teria colaborado para aumentar o tumulto e dificultar a dispersão pelas ruas estreitas do local.

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A principal investigação do caso é conduzida desde dezembro pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. Em nota enviada na segunda-feira, 30, a Secretaria da Segurança Pública informou que a apuração segue em andamento, sob sigilo, "com o cumprimento de solicitações feitas pela promotoria". A pasta disse também que os policiais envolvidos seguem afastados do serviço operacional. Trinta e um deles haviam sido afastados pouco tempo depois da ocorrência.

O inquérito poderá esclarecer como atuou cada agente durante a ocorrência e qual foi o papel deles para as mortes dos jovens. Após o encerramento da investigação, essa apuração deverá ser submetida ao Ministério Público, que avaliará apresentação de denúncia formal à Justiça contra os policiais.

O MP já havia antecipado que enxerga culpa de parte dos policiais envolvidos nas mortes em Paraisópolis. Em nota enviada na segunda-feira, o órgão reforçou essa posição. "Os elementos dos autos apontam o dolo dos policiais militares, na modalidade dolo eventual, para as nove vítimas, pois se trata de uma única situação fática. Todavia, à primeira vista, não seriam os 31 policiais militares responsabilizados, sendo necessária a análise de cada conduta", informou, por nota, a promotora Luciana André Jordão Dias.

Ela classificou o trabalho da Polícia Civil como "bastante criterioso" e lembrou que a apuração está "ocorrendo ininterruptamente desde a prática dos fatos". "Acreditamos que o inquérito policial está próximo de seu encerramento. A demora decorre da complexidade do caso, com 31 policiais envolvidos e nove vítimas fatais, além de outras que também sofreram agressões e lesões, e da pandemia de covid-19, que, assim como nas demais áreas, dificultou a apuração dos fatos", acrescentou.

Uma outra apuração foi conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar e enviada para a Justiça Militar, que analisa a prática de eventuais crimes militares dos agentes. Esse inquérito concluiu que as mortes aconteceu também em virtude da ação da PM naquele local. Apesar disso, o capitão que investigou a atuação dos agentes disse que eles não devem ser punidos porque agiram em legítima defesa.

Na tarde desta terça-feira, as famílias das nove vítimas deverão se reunir em frente ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo paulista no Morumbi, em um ato em memória dos jovens e para pedir justiça no caso.

"A nossa ideia é continuar na luta por justiça, o que temos feito ao longo deste ano, com uma cobrança enfática. Eram jovens com um futuro muito bonito pela frente e que foram brutalmente arrancados de nós", disse o estudante Danylo Amilcar, de 20 anos, irmão de Denys Henrique, de 16 anos, uma das vítimas. Ele cobra responsabilização não só para os agentes, mas também para os comandantes da tropa que atuou no baile.

"É muito difícil expressar todo esse sofrimento. Além de perder um irmão com 16 anos, nas circunstâncias que nos foram impostas, há um trabalho árduo e longo para mostrar para a sociedade que ele tinha um valor, que trabalhava, que se esforçava para estudar. Esse trabalho é um desafio. O que a polícia tentou fazer foi dizer que eles eram culpados pela própria morte. Quem perdeu ali não foi somente a gente, foi toda a sociedade ao ver um jovem que saiu para se divertir e foi morto. Pedimos respostas e reparações", reforçou Danylo.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, completa, nesta sábado (26), um ano à frente do cargo em litígio com a força-tarefa da operação Lava Jato, que levou para a cadeia figuras influentes da política e da economia. Nos últimos 12 meses, ele imprimiu um estilo centralizador e um discurso de críticas ao modelo de forças-tarefa. Com isso, ganhou dos colegas do Ministério Público a pecha de linha auxiliar do presidente Jair Bolsonaro em frentes de batalhas políticas e familiares.

Numa delas, Aras se posicionou no Supremo Tribunal Federal (STF) favorável a derrubar uma ação contra o foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente. Em outra, sinalizou, nos bastidores, que deve arquivar o inquérito que apura interferência de Bolsonaro na Polícia Federal - aberto pelo próprio procurador-geral após denúncia do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. O silêncio de Bolsonaro em relação à guerra entre Aras e a Lava Jato ocorre em paralelo à aproximação do presidente com o bloco dos partidos do Centrão, alvo dos lavajatistas.

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Aras e Bolsonaro mantêm relação direta, sem interlocutores, afirmam auxiliares de ambos, no Ministério Público Federal e no Palácio do Planalto. Em um exemplo dessa proximidade, recentemente o presidente tentou, sem sucesso, um contato com o procurador-geral, que estava fora de Brasília. Pediu, então, ao ex-deputado federal Alberto Fraga, também amigo de Aras, para localizá-lo. Fraga diz que entrou em contato com o procurador-geral para dar a informação, mas Aras já tinha falado com Bolsonaro. No ano passado, o ex-parlamentar ajudou na aproximação entre eles. Procurado para comentar esse caso e a relação entre o presidente e Aras, o Palácio Planalto não se pronunciou.

O chefe do Ministério Público nega o episódio envolvendo Fraga e ressalta que todo diálogo com Bolsonaro e os ministros do governo é institucional. Aliados de Aras apontam haver uma "antipatia natural" da categoria porque o PGR foi nomeado pelo presidente, mesmo sem constar na lista tríplice elaborada pela associação de procuradores.

Supremo

A intenção de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal - Bolsonaro poderá indicar um ministro ainda este ano, com a aposentadoria de Celso de Mello, e outro em 2021, após a saída de Marco Aurélio Mello - também é citada por críticos do procurador. Tanto no governo quanto no MP, Aras é visto como candidato a uma das vagas. A pessoas próximas, ele nega a intenção e já afirmou que um PGR não pode querer ser ministro do Supremo para não aviltar o cargo que ocupa.

Uma decisão da Justiça de São Paulo de 28 de fevereiro libertou quatro acusados de participação no massacre da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. A tragédia, que terminou com dez mortos, completa um ano nesta sexta-feira, 13.

O juiz Fernando Augusto Andrade Conceição, da 2ª Vara Criminal de Suzano, determinou que "Cristiano Cardias de Souza, "vulgo" Cabelo; Adeilton Pereira dos Santos; Geraldo de Oliveira dos Santos, "vulgo" Buiú; e Márcio Germano Masson, "vulgo" Alemão" não devem ser acusados de homicídio no caso da chacina. O magistrado, porém, condenou "Cabelo" e "Buiú" por tráfico de arma de fogo, com pena de quatro anos de reclusão. A decisão avisa ainda que "absolve" Alemão.

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Conceição decidiu ainda converter as penas de "Cabelo" e "Buiú" em penas restritivas de direito, podendo os dois ficarem em liberdade, com prestação de serviço comunitário. O réu Adeilton também obteve direito de recorrer em liberdade. Os três já foram libertados, mas o Ministério Público Estadual pretende recorrer da decisão. De acordo com a MP, a promotoria entende que Cristiano e Geraldo "agiram com manifesto dolo eventual e devem ser submetidos ao Tribunal do Júri".

O retorno das aulas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, onde há um ano dois ex-alunos mataram oito pessoas, está previsto para abril. A informação é do secretário da Educação, Rossieli Soares, que visitou as obras do local na manhã desta segunda-feira (9). De acordo com ele, houve atraso no cronograma da obra por conta das chuvas, mas 90% já está concluído.

A escola registra atualmente 1.072 matrículas, 10% a mais do que os 970 alunos que estudavam em 2019, quando Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, invadiram o prédio armados e mataram oito pessoas. Os dois também morreram. O crime aconteceu no dia 13 de março.

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A obra, que vai entregar 21 salas reformadas e dois prédios novos, com espaço para funcionários, custará cerca de RS 3,1 milhões. De acordo com o secretário, um grupo de empresas contribui para a reforma.

Atualmente, os alunos estão tendo aulas em colégios da região, mas devem voltar ao Raul Brasil depois da instalação do novo mobiliário, previsto para estar na escola na primeira semana de abril. A entrada, por onde os assassinos invadiram a escola, será fechada. O acesso de alunos e visitantes será feito por uma rua lateral.

No cruzamento entre as ruas Halfeld e Batista de Oliveira, no centro de Juiz de Fora (MG), apoiadores de Jair Bolsonaro realizaram, nesta sexta-feira, 6, um culto ecumênico no local exato onde o presidente sofreu um atentado há um ano. Em cima de um trio elétrico, apoiadores do presidente discursaram, entre eles o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL). O ato religioso durou cerca de uma hora.

O número de presentes foi inferior a outros atos em apoio ao presidente, mas o local e a hora - o centro da cidade às 18h - deu força à manifestação. Quem passava pela Rua Halfeld, uma das mais movimentadas na cidade, dificilmente ficava indiferente ao ato. Entre os gritos dos apoiadores, "queremos Eduardo embaixador do Brasil" foi repetido algumas vezes, mencionando a possível indicação de Eduardo para a embaixada do Brasil em Washington.

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Em seu discurso, Eduardo não falou sobre o tema, focando apenas no ocorrido no último ano. Ele agradeceu os profissionais da Santa Casa de Misericórdia e disse que havia nascido outra vez. Paulista de "nascimento" e mineiro de "coração" foram os termos usados.

Apoiadores usavam camisas tradicionais de apoio ao presidente. Um pôster em tamanho real de Bolsonaro foi usado para os apoiadores fazerem diversas fotos. Chegou a haver um princípio de tumulto após opositores posarem hostilizando a imagem.

Consumido por um incêndio há um ano, o Museu Nacional passa por um processo de restauração e deve ter algumas salas reabertas ao público em 2022 - e deve estar completamente pronto em 2025. A previsão é do diretor da instituição, Alexander Kellner. Ainda este ano, deve começar a restauração da fachada e do telhado. Em setembro do ano que vem, a expectativa é que comece a recuperação do interior do palácio.

Em 2 de setembro de 2018, um domingo, um curto-circuito num aparelho de ar condicionado no térreo do Palácio São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, no Rio, deflagrou um incêndio que consumiu durante seis horas boa parte do acervo do Museu Nacional. Instituição museológica e de pesquisa mais antiga do País, o Museu Nacional tinha acabado de completar 200 anos - o aniversário foi em junho de 2018.

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As chamas consumiram pelo menos 80% do acervo, um dos mais importantes da América Latina nas áreas de ciências naturais e antropológicas. Algumas coleções foram completamente perdidas, como a que reunia 12 milhões de insetos. Os preciosos sarcófagos e múmias da coleção egípcia também foram destruídos pelas chamas, bem como uma parte significativa do material etnográfico de indígenas brasileiros. O icônico trono do rei africano de Daomé, um presente recebido por D. João VI em 1811, não sobreviveu.

"A perda foi muito alta, maior do que esperávamos", avalia Alexander Kellner, ao fazer um balanço do prejuízo um ano depois da tragédia. "Está todo mundo muito chateado, perdemos muita coisa."

Mas, em meio à devastação, houve também boas notícias. A peça mais preciosa do museu, o crânio de Luzia - o fóssil humano mais antigo das Américas, com 12 mil anos -, foi salva, com algumas escoriações passíveis de recuperação. Ossos das múmias egípcias foram recuperados, bem como amuletos feitos em metal que estavam nos sarcófagos. Cerâmicas indígenas foram resgatadas e também fósseis de animais pré-históricos e algumas peças de Pompeia e Herculano.

Os meteoritos que cruzaram a atmosfera para entrar na Terra também sobreviveram intactos às chamas e ao calor. Entre eles, o Bendegó, um dos maiores já encontrados no País, que faz parte do acervo do museu desde 1888, por iniciativa de dom Pedro II.

Algumas coleções, aproximadamente 15%, que não ficavam no Palácio São Cristóvão, foram inteiramente preservadas. É o caso da botânica, de peixes, de mamíferos, de répteis, de anfíbios e da de plantas. Além da biblioteca de obras raras, que também não foi atingida.

Os trabalhos de garimpo nos escombros do incêndio seguem em ritmo acelerado: 50 salas já foram completamente limpas; restando agora apenas 15 a serem garimpadas até o fim deste ano. O telhado provisório já foi instalado, para proteger o prédio das intempéries.

Recursos

Os R$ 16 milhões liberados em caráter de emergência pelo governo federal após o incêndio já foram aplicados: aproximadamente R$ 1 milhão foram para a fachada; R$ 10 milhões seguiram para o reforço da estrutura interna do prédio e da cobertura; e os demais R$ 5 milhões estão destinados à Unesco, para a elaboração do projeto executivo do restauro.

A doação mais substanciosa recebida pelo museu veio da Alemanha: um total de 230 mil euros (cerca de R$ 1 milhão). Outros R$ 350 mil vieram por meio de doações para o SOS Amigos do Museu. As doações foram todas aplicadas no garimpo e resgate das peças dos escombros, segundo Kellner.

Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda parlamentar apresentada pelos representantes do Rio, destinando R$ 55 milhões para a reconstrução do museu. Desse total, R$ 43 milhões já foram liberados e aguardam licitações por parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que é responsável pela administração do museu.

O tempo passa rápido e, logo em breve, a pequena Zoe, filha de Sabrina Sato e Duda Nagle completa seu primeiro ano de vida. Para celebrar a data, a mamãe convidou uma famosa decoradora para produzir uma festa luxuosa para 500 convidados. 

A responsável pela produção será Andrea Guimarães, famosa entre as celebridades. Ela já fez festas para os filhos de Rodrigo Faro, Marcos Mion, Simone e Simaria. Nas redes sociais, ela mostrou a pequena Zoe na reunião de organização da festança. "Depois de duas horas de reunião, ela acordou na hora que a gente escolheu o tema. O espaço é maravilhoso, inédito. O projeto vai ser de capotar, vai ser a festa do ano, literalmente. A festa vai ser só em dezembro, mas vai ser festão", disse Andrea. 

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Em Olinda, os bairros dos Bultrins, Jardim Fragoso, Bairro Novo e Casa Caiada serão beneficiados por uma obra que promete o fim dos alagamentos causados pelas chuvas. O prefeito Professor Lupércio do Nascimento assinou nesta segunda-feira (8) a Ordem de Serviço para início do revestimento de 800 metros do Canal Bultrins/Fragoso.

Com orçamento de R$ 13.136.215,77 do Ministério das Cidades e outros R$ 657.771,39 de contrapartida da Prefeitura de Olinda, a intervenção tem 12 meses como prazo para conclusão. O projeto prevê ainda a construção de uma ciclovia e uma via de rolamento às margens do canal. Hoje, já existem 300 metros executados do revestimento, e a via não possui pavimentação. 

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As obras serão realizadas no trecho entre a Avenida Chico Science e a Rua Macolino Botelho, passando por trás de estabelecimentos comerciais até interligar com a obra que está sendo realizada, no mesmo canal, pelo Governo do Estado, através da CEHAB - Companhia Estadual de Habitação e Obras.

Para que a intervenção seja realizada, 31 casas serão desapropriadas e indenizadas. Segundo a prefeitura de Olinda, o valor a ser pago aos donos dos imóveis já está incluído no valor previsto para a obra.

"Essa obra estava parada há alguns anos, mas a nossa equipe conseguiu destravar esse contrato e agora estamos retomando esse projeto. Vamos ficar atentos para cumprir os prazos e garantir que em 12 meses a obra seja concluída e entregue à população que está ansiosa pelos benefícios que a intervenção vai trazer", comentou o prefeito Professor Lupércio do Nascimento.

Com informações da assessoria

Um ano depois de ser preso após a condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua mandando no PT. Por meio de bilhetes, cartas ou nomeando porta-vozes, o ex-presidente dá as orientações para o partido, que obedece.

A atuação da bancada petista na audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na quarta-feira passada (3) - comparada pelo presidente Jair Bolsonaro a um "pelotão de fuzilamento" - foi resultado do entendimento de que a reforma da Previdência é impopular e tem potencial para provocar o descolamento de parte do eleitorado de Bolsonaro, especialmente os eleitores evangélicos de baixa renda que não querem perder direitos nem viver com dúvidas quanto à aposentadoria.

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De sua cela improvisada na sala de 15 metros quadrados na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Lula emitiu a ordem dez dias atrás: o PT deve deixar para o segundo semestre as discussões sobre a escolha da próxima direção partidária, marcada para novembro, e concentrar na reforma da Previdência sua atuação como oposição a Bolsonaro. Este vai ser o foco do partido nos próximos meses.

Além disso, Lula diz que a postura "subalterna" de Bolsonaro diante do presidente dos EUA, Donald Trump, poderia servir de vetor para o descontentamento de uma parcela nacionalista do eleitorado.

Mas a principal intervenção feita pelo ex-presidente nos últimos dias foi em relação à disputa interna do PT. Na semana passada, ele chamou o deputado José Guimarães (PT-CE), que tenta construir uma candidatura à presidência da sigla, para uma conversa em Curitiba. "Ele apontou três questões centrais para o PT em 2019: o foco agora são a reforma da Previdência e a soberania. O debate sobre a renovação do partido fica para o segundo semestre", disse o deputado.

Além disso, Lula agiu como bombeiro na escalada de atritos entre o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Segundo aliados de ambos, a rivalidade continua, mas o clima melhorou. Raramente algum petista questiona as orientações do ex-presidente. Em público, nunca.

Para analistas, a incapacidade do PT de andar com as próprias pernas um ano depois da prisão de Lula pode ser ruim para o partido no futuro. "Essa relação do PT com seu líder é perigosa porque nega a renovação. Ainda mais quando este líder não pode se comunicar", disse o cientista político Carlos Melo, do Insper.

O cientista político Fábio Wanderley dos Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vincula a prisão à migração de eleitores de Lula para Bolsonaro na eleição do ano passado. "Um grupo do eleitorado tem uma certa identificação com líderes populistas."

Ato

O PT e aliados organizaram para hoje uma manifestação contra a prisão em frente à sede da PF em Curitiba. O ato, porém, pode ser considerado desobediência à ordem da Justiça do Paraná, que desde o dia 21 de fevereiro voltou a proibir "todo e qualquer ato ostensivo de manifestação (pró ou contra Lula)" nas proximidades da PF.

A Polícia Militar tem ordem do desembargador Fernando Paulino da Silva Wolff Filho, do Tribunal de Justiça do Paraná, para prender manifestantes que desrespeitarem a zona delimitada. Antes tranquilo, o bairro virou área de litígio e tensão desde a chegada de Lula. Uma parte dos moradores, a prefeitura e entidades de apoio à Lava Jato pedem a remoção do grupo autointitulado Vigília Lula Livre, que se concentra em um terreno de esquina alugado na frente da PF - onde foram montadas tendas e barracas - e em quatro outros imóveis alugados. Diariamente, os participantes gritam "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" ao ex-presidente.

Hoje (7), os atos devem começar às 6h30. Mais tarde, às 11h, são esperadas lideranças do partido, como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

Reforço

A decisão da Justiça estipula que a Polícia Militar está "autorizada a retirar das vias públicas toda e qualquer pessoa que pratique em qualquer dia e horário atos ostensivos de manifestação". "Detendo-os em flagrante pela prática, em tese, de crime de desobediência", escreveu em seu despacho o desembargador Wolff Filho.

O magistrado recomendou ainda "o uso prévio do diálogo e, se necessária, a força dentro dos limites do efetivamente necessário ao cumprimento desta decisão". A PF também reforçou sua equipe na área interna. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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