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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou a sede da Pasta no período da tarde desta terça-feira para uma visita de cortesia ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Ele disse que estava "devendo" uma visita ao chefe da autoridade monetária e destacou que o encontro dos dois não possui uma pauta específica, mas que debaterão temas da agenda de 2024, sem entrar em detalhes.

Haddad foi questionado sobre a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com prazo para o empenho de emendas impositivas, que somam cerca de R$ 37,5 bilhões.

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Ele não comentou o tema, especificamente, e se limitou a falar que o acreditava que o nível de emendas continuava constante, em relação a outros orçamentos.

O ministro também foi questionado se havia algum avanço na proposta alternativa da desoneração da folha de pagamento, especificamente sobre a possibilidade de judicialização do tema. Ele disse que não há atualizações sobre o assunto.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, imagina que, em até dois anos, todo o processo de modernização do sistema financeiro brasileiro está em funcionamento para que se possa adicionar inteligência artificial ao "pacote". Ele fez o prognóstico em um vídeo gravado no dia 1° e exibido na tarde desta sexta-feira, 3, durante a DrumWave Day#4 Mind Grenades, promovido pela startup de tecnologia financeira DrumWave. Pelo cronograma aprovado na Lei de Autonomia do BC, no entanto, Campos Neto comanda a instituição apenas até dezembro do ano que vem.

O presidente do BC explicou que a autoridade monetária está fazendo um programa completo de inovação, cujo principal objetivo, no começo, era o de democratizar o sistema de intermediação financeira no Brasil. "A ideia era criar competição, inclusão em termos do número de pessoas que acessam a intermediação financeira", lembrou.

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O programa, lembrou, é dividido em alguns blocos. O primeiro era criar um trilho comum para que as pessoas pudessem acessar e que serviria como o primeiro passo nessa nova plataforma tecnológica financeira de intermediação financeira. O segundo bloco acrescenta competição.

"O primeiro foi o Pix e o segundo é o Open Finance, que é um sistema completamente aberto de dados", disse. "O Open Finance no Brasil é bem mais abrangente em comparação com o sistema de open banking que temos em outros lugares."

Campos Neto salientou que, ao fazer o design do Open Finance em fases, tem sido possível acompanhar como o sistema está se desenvolvendo e, com isso, ir acrescentando novos produtos. "Hoje temos aproximadamente 45 bilhões de acessos", afirmou. "No Brasil hoje é possível obter dados de um banco A e importá-los para um banco B, C ou D. Claro que este é um processo que demanda muito trabalho e dados têm de ser homogêneos para os que estão trabalhando com eles."

O presidente do BC explicou que, neste momento, a instituição trabalha com a fusão do Pix com o Open Finance e adicionando outros produtos para um quadro mais competitivo. "Então, temos comparabilidade e portabilidade em tempo real, é isso o que queremos."

Na sequência, conforme o banqueiro central, haverá um bloco para internacionalização da moeda. Para isso, será preciso, segundo ele, modernizar o sistema efetivo, que é visto como o terceiro bloco de ação. Ele citou mudanças de lei e de regulação que foram necessárias ao processo e salientou que as atividades financeiras internacionais se tornaram mais baratas.

"A questão final é: como podemos ter certeza de que todo o sistema vai funcionar? Porque ele se tornou mais digital e agora entendemos que precisamos avançar em um novo passo, que é o da ‘tokenização’. Então começamos o processo de ‘tokenização’, que é nossa moeda digital, o Drex", citou, acrescentando que não se trata de um depósito em token, o que significaria que os bancos simplesmente congelariam os depósitos.

Campos Neto explicou que esta é a fase agora que está em testes. "A ideia é conectar os quatro blocos: Pix, Open Finance, internacionalização da moeda e chegamos ao Drex, mas qual é a vantagem do Drex?", questionou, dizendo que, para muitos é apenas a questão de pagamentos, mas que isso já estaria contemplado com o Pix. "Para nós, com a ‘tokenização’, chegamos a uma nova dimensão da intermediação financeira", disse, citando várias áreas financeiras, que passariam a ter menos custos de intermediação.

O presidente do BC comentou também que há outra face, que não e muito falada, que é a de inovação de contratos e registros, atualmente muito caros. Com o blockchain e o Drex, segundo ele, serão serviços que se tornarão mais baratos e com um maior poder de controle sobre os ativos. "Assim que tivermos os quatro blocos operando juntos, acho que o próximo estágio será como deveremos reagregar tudo", previu.

Integração de contas

 

Todo o processo, conforme estimativa de Campos Neto, deve levar de um ano e meio a dois anos e começar a "fazer vida das pessoas melhor". "Acreditamos que empresas começarão a disputar o canal da integração, então deverão existir apps para integrar todas as contas", considerou. Nesse último ponto, de acordo com ele, em algum lugar do tempo, será possível juntar toda a sua movimentação financeira em um "agregador" , que poderá coletar informações e usá-las de uma forma mais efetiva.

"A última coisa que estamos começando a falar agora é que, assim que tivermos os quatro blocos integrados, como poderemos usar inteligência artificial para fazer o processo melhor para as pessoas, como educação financeira, aconselhamento financeiro. Isso para que as pessoas consumam produtos financeiros de uma forma melhor, mais eficiente, segura", disse. "Portanto, a ‘última milha do plano’ é como podemos adicionar em cima de tudo isso a inteligência artificial."

Fernando Haddad foi escolhido como melhor ministro da Fazenda do ano na América Latina pela publicação LatinFinance.

No primeiro ano à frente do comando da política econômica do governo Lula 3, Haddad recebeu o prêmio por sua "habilidade em fazer as reformas com um estilo pragmático e moderado num ambiente ainda polarizado no Brasil", diz a revista.

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O resultado, segundo a LatinFinance, tem sido um crescimento da economia acima do esperado.

O anúncio do prêmio destaca que Haddad, ao contrário dos seus antecessores, não "fala alto" para defender seus argumentos - o que ele gosta é de "confundir" os seus críticos.

"Como membro proeminente do governo de esquerda, sua primeira missão foi convencer os investidores de que seguirá uma agenda política fiscalmente responsável", apontou a publicação.

Campos Neto é "bicampeão"

Já o presidente do Banco Central do Brasil ganhou novamente a premiação, segundo a LF, pela condução da política monetária, o que permitiu ao Brasil, segundo a publicação, começar a redução dos juros antes dos outros países de economias desenvolvidas.

"Campos tem estado à frente da curva no combate à inflação", destaca a revista.

Para a publicação, o desempenho de Campos Neto na gestão da política monetária para reduzir a inflação é uma das principais razões pelas quais ele foi "de longe" o melhor presidente de qualquer banco central na América Latina e Caribe.

Ao longo do ano, Campos Neto foi atacado por integrantes do governo por conta dos juros altos, sobretudo, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula.

Depois do início da queda dos juros, as críticas diminuíram e o próprio Haddad fez uma ponte com presidente da República, que resultou numa primeira reunião de Lula com Campos Neto há duas semanas.

Que prêmio é esse?

A LatinFinance é uma publicação especializada nos mercados financeiros e economias da América Latina e do Caribe.

O prêmio é concedido com base em consultas a investidores e analistas do mercado da região. No ano passado, Roberto Campos Neto já tinha recebido o mesmo prêmio.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (9) que o Pix, ferramenta de pagamentos instantâneos, acaba de bater o recorde de 168 milhões de transações em um único dia. "O Pix teve uma adesão muito mais rápida do que a gente imaginava", disse ele, durante o XXXIII Encontro de Lisboa entre os bancos centrais dos países de língua portuguesa.

Segundo Campos Neto, o Pix tem uma barreira de entrada baixa, porque qualquer instituição financeira pode oferecê-lo e é igual para todos. "Ele gera competição", observou.

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O Pix também trouxe uma ferramenta de menores custos e propiciou a criação de um novo modelo de negócios, disse. Conforme Campos Neto, o sistema é "muito barato" porque as pessoas físicas não pagam e, no caso das empresas, o valor é menor quando comparado a outras ferramentas existentes.

O presidente do BC brasileiro voltou a dizer que, ao contrário do que se imaginava, os bancos não perderiam em dinheiro com o Pix. Poderiam ter redução de receita em um primeiro momento, à medida que deixavam de cobrar por transferência, mas como a ferramenta aumenta a bancarização e gera novos negócios, também proporciona mais ganhos. "Tivemos 9 milhões de novas contas", disse.

Ao fim de agosto, o Pix bateu a marca recorde de mais de 650 milhões de chaves. Em termos de usuários, são mais de 153 milhões. Já a quantidade de transações atingiu R$ 3,7 bilhões em agosto, também recorde, considerando o histórico mensal da ferramenta.

Nova fase

Segundo Campos Neto, o Pix entra agora em uma nova fase, na qual será possível programar pagamentos. Na sua visão, a ferramenta deve quebrar mais fronteiras e substituir outras modalidades como, por exemplo, o cartão de crédito, ponderando que as bandeiras já se preparam para o futuro.

"Eu acho que o Pix em algum momento substitui o cartão de crédito, porque você vai conseguir fazer isso de uma forma muito mais barata, os bancos vão ter mais visibilidade no Pix e não vão precisar tanto do sistema que existe hoje, mas as bandeiras também estão inovando, inclusive estão ajudando no processo", concluiu Campos Neto.

Com apenas duas reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - uma ainda durante o governo de transição -, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já conseguiu identificar uma grande diferença entre o petista e o antecessor, Jair Bolsonaro, que o escolheu para comandar a autoridade monetária. Lula é melhor ouvinte do que o ex-presidente, conforme relatou ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, exibido na madrugada desta terça-feira (3).

"Eu só conversei com Lula duas vezes. Uma no final do ano passado (durante o governo transição) e agora mais recentemente. Lula gasta mais tempo prestando atenção no que você fala e dedica mais tempo, tem mais paciência para as conversas", descreveu Campos Neto, que se reuniu com o presidente pela primeira vez depois da posse na semana passada, após quase nove meses de mandato. "Bolsonaro era mais rápido. Eu sempre sabia que, quando tinha uma conversa com Bolsonaro, eu tinha três minutos para falar alguma coisa. Depois ia ser mais difícil porque ele ficava mais disperso", relatou.

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O presidente do BC disse que aprendeu a identificar e a se comunicar de acordo com a característica de cada um deles. O encontro no Palácio do Planalto com Lula durou 1h30 e Campos Neto disse que, nesta reunião, ouviu mais do que falou. "Achei que, desta vez, era mais importante ouvir mais e falar menos", disse ele, que foi muito criticado por Lula durante o ano por demorar a iniciar os cortes da taxa básica de juros.

Nesse período de críticas, Lula chegou a chamar Campos Neto de "esse rapaz", "esse cidadão", e o descreveu como alguém que não entendia muito do Brasil e dos brasileiros.

O comandante da autoridade monetária diz ser "possível" que outras reuniões aconteçam, mas explicou que nada ficou previamente marcado.

Campos Neto voltou a dizer que, desde o começo do atual mandato, sempre se colocou à disposição para conversar com Lula e que decidiu mandar um ofício solicitando um encontro para ter registro e não deixar parecer que fosse uma resistência de sua parte. "O presidente da República é o presidente da República, é importante a gente conversar, ouvir o outro lado", justificou.

O jornalista Pedro Bial perguntou como Campos Neto usou o tempo durante os 68 minutos em que aguardava numa antessala antes de ser atendido por Lula. O presidente do BC disse que "não foi tudo isso, não", mas que conversou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros interlocutores.

Haddad foi quem fez a aproximação entre as partes. "Tenho um relacionamento muito bom com o ministro Haddad", disse Campos Neto.

Diferenças de governo

Apesar disso, o presidente do BC pontuou que se trata de um governo com uma visão diferente sobre como lidar com as questões em relação ao anterior. "É um governo que, por construção, tem pessoas que pensam de forma diferente, mas estão tentando chegar num lugar comum, que é melhorar a vida dos brasileiros", disse.

"Obviamente, a gente não vai pensar igual em tudo, mas a gente está bem alinhado. A gente sempre esteve bem alinhado", continuou Campos Neto, acrescentando que, no início do mandato, havia mais ruído entre as partes, mas que o tempo se mostrou como o melhor remédio.

Missão difícil na área fiscal

O presidente do BC também disse estar ciente de que o trabalho do ministro é difícil, assim como o de cortar gastos.

Ele não deu esse exemplo, mas tem sofrido uma dicotomia ao pedir uma gestão austera do fiscal ao mesmo tempo que se depara com os servidores do BC em greve, reivindicando aumento de salários. "Sei que cortar gastos é difícil. É muito fácil falar e é difícil cortar."

Depois, o presidente do BC disse que um país é como uma pessoa e voltou a defender um cuidado na área fiscal. "Se você está endividada e não controla seus gastos, o banco vai olhar seu histórico de crédito e vai te cobrar mais caro. Então, precisa mudar a forma de fazer a mesma coisa até mudar e voltar ao padrão. Um governo tem mais dificuldade de se ajustar do que uma pessoa ou uma empresa", exemplificou.

De acordo com ele, há um consenso de que não se consegue fazer o País crescer de forma sustentável apenas com o governo e que é possível ter "um equilíbrio bastante saudável entre o social e o fiscal". "Como fazer isso de forma eficiente? Essa é a chave da questão."

Gestão Bolsonaro

Sobre a gestão anterior, Campos Neto garantiu que Bolsonaro sempre lhe deu liberdade de atuação. "Nunca me ligou para reclamar de nada. Nunca interferiu em nada, zero. No começo (do governo), eu disse que só precisava de uma coisa: autonomia e que, sem isso, eu não ficaria", afirmou.

Ele lembrou que elevou a taxa de juros durante o processo eleitoral e que sentia uma "pressão periférica" pela condução do aperto monetário. "Eu até achei que ele (Bolsonaro) ia ficar chateado. Conversei com ele uma vez e ele me disse assim: 'confio no seu trabalho, segue aí'."

Autonomia

Salientando que a inflação é uma variável "muito perversa", Campos Neto defendeu sua forma de trabalhar e afirmou que a autonomia é necessária para fazer um trabalho técnico e independente do momento político. Lula e o PT já criticaram a transformação do BC em uma autarquia autônoma. "O ciclo da economia é diferente do da política", observou o banqueiro central.

Ele voltou a defender a autonomia da instituição, lembrando que o tema foi debatido no Congresso e que até chegou ao Judiciário. "Entendo que o presidente foi eleito democraticamente. Democracia é a chave de tudo, é a coisa mais importante."

Renúncia não é cogitada

Em relação ao futuro, o presidente da autoridade monetária repetiu que não cogita renunciar antes do fim do seu mandato - que expira em dezembro do ano que vem - e tampouco algum tipo de reeleição para o cargo ou alguma candidatura política. "Disse isso desde o primeiro dia que entrei", reforçou.

Campos Neto afirmou que, ao deixar o BC, trabalhará com algo que envolva dois assuntos que gosta: tecnologia e finanças. "Vai ser alguma coisa nesse mundo", adiantou.

Pela primeira vez, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que, se "tivesse pensado", não teria ido votar na eleição presidencial de 2022 vestindo a camisa da Seleção Brasileira de Futebol, que virou símbolo do Bolsonarismo. A escolha da roupa é até hoje criticada por várias alas políticas - principalmente do PT - e até por correntes de economistas que defendem, assim como Campos Neto, a autonomia da autoridade monetária. "Obviamente, hoje, pensando, eu não faria isso. Não parei para pensar (na ocasião)", afirmou ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, exibido na madrugada desta terça-feira (3).

O presidente do Banco Central foi escolhido para o cargo pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro, mas segue comandando a autoridade monetária porque foi, durante seu mandato, que a instituição ganhou autonomia, num processo discutido no Congresso e que foi até judicializado, sendo confirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se diz contrário à autonomia. Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) na semana passada, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) voltou ao tema, tendo Campos Neto como convidado.

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Apesar de ter dito que não repetiria o ato hoje, o banqueiro central não se mostrou arrependido. "Pense no próximo presidente que vai me suceder. Ele será escolhido pelo presidente Lula. Você acha que ele vai votar em quem? Vai votar no Lula. O voto é uma coisa muito privada", afirmou, argumentando que a escola em que foi depositar seu voto ficava em frente a sua casa e que estava acompanhado de um dos filhos de 11 anos. "Era uma coisa mais do mundo privado do que do mundo público", justificou.

Campos Neto repetiu, porém, que o tempo conta as histórias pelas ações, e não pela "maquiagem". A ação, segundo ele, estava ali: no aumento dos juros mesmo num período de campanha para a Presidência da República. "A gente fez a maior subida de juros num ano eleição na história do Brasil e na história do mundo emergente porque a gente queria entregar, independentemente de quem ganhasse, uma situação melhor para o brasileiro, não para o presidente", defendeu.

Em coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou-se nesta quinta-feira, 28, a comentar os detalhes da sua primeira reunião oficial com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida na quarta-feira, 27. Segundo Campos Neto, ficou combinado entre eles e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de não comentar sobre o encontro.

Apesar disso, o presidente do BC disse que "concorda integralmente" com o que foi dito por Haddad após a reunião. "Concordo integralmente com o relato de Haddad sobre a reunião de ontem com Lula."

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O ministro disse na quarta-feira, após o encontro, que os participantes não conversaram de tópicos específicos, e apontou a agenda como um encontro institucional, de "construção de relação" e de pactuação em torno de "conversas periódicas".

Segundo Haddad, Lula deixou claro no encontro o respeito pela instituição do BC.

"E a reciprocidade foi muito boa por parte do Roberto. Foi conversa de alto nível", disse Haddad. "Excelente, de trabalho, muito produtiva, cordial. Lula recebeu bem, conversa transcorreu muito bem", acrescentou o ministro.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terão, nesta quarta-feira (27), o primeiro encontro desde a posse do petista, em 1º de janeiro. Nestes 269 dias, Campos Neto foi por algumas vezes alvo da retórica do presidente contra a manutenção dos juros em nível alto. O líder do Executivo chegou a chamar o chefe da autoridade monetária de "este cidadão", "tinhoso" e "teimoso".

Por muitas vezes, coube ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o papel de "bombeiro".

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Haddad, aliás, também estará na reunião no Palácio do Planalto, às 17h30, de Brasília.

O encontro vem em um momento em que uma parcela dos aliados de Lula reduziu o tom das críticas a Campos Neto e ao BC, justamente por causa do início do ciclo de redução da Selic.

Mas nomes influentes no entorno de Lula, como a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), seguem com falas duras. Na semana passada, após o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir unanimemente pela queda dos juros básicos em 0,50 ponto porcentual, a 12,75%, a parlamentar reclamou de um processo de baixa feito "a conta-gotas".

De todo modo, como apurou a CNN Brasil, a reunião desta quarta-feira representará ao menos um gesto de aproximação entre os presidentes da República e do BC, que solicitou ao Executivo a audiência.

No entorno de Lula, segundo a emissora, o encontro está sendo visto como um modo de selar uma convivência mais adequada entre eles, ainda que sem uma pacificação definitiva.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, elevou o tom contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e criticou a falta de diálogo com o presidente da instituição. Chamando-o de "cidadão", Lula sugeriu que Campos Neto mantém contato com "quem o indicou", em referência ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

"O presidente do Banco Central não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior e o Banco Central, agora, é autônomo, não tem mais interferência da presidência da República que podia chamá-lo para conversar", disse Lula. "Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não conversa comigo. Ele deve conversar com quem o indicou e, quem o indicou, não fez coisas boas neste país", acrescentou.

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As declarações ocorreram durante a cerimônia comemorativa de 18 anos de criação do Programa Agroamigo, nesta sexta-feira, 1º, em Fortaleza, no Ceará.

Nas falas, o chefe do Executivo voltou a criticar a taxa básica de juros, a Selic, a 13,25%, após um corte do Comitê de Política Monetária (Copom) no início de agosto. Desde então, Lula ainda não havia comentado sobre a queda da Selic.

"O cidadão ao Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil, e não do Banco Central de um país que não seja o Brasil", comentou, pedindo queda na taxa básica de juros.

Mencionando seu antecessor e principal adversário político, Bolsonaro, o presidente voltou a dizer que "o mandato para quem está no governo passa muito rápido, mas para quem está na oposição esperando, a vaga demora muito". "O Bolsonaro deve estar coçando as unhas e mordendo porque vai demorar para ele. Vai demorar e, certamente, ele não voltará", declarou.

Oferecimento de crédito

Lula disse que o governo precisa encontrar dinheiro para oferecer crédito a quem quer trabalhar e produzir, inclusive quando a demanda pelos empréstimos é maior que o orçamento original dos programas.

O presidente também se referiu aos programas Agroamigo e Crediamigo, do Banco do Nordeste. "Os juros estão altos, porque 2,16% ao mês é muita coisa", declarou. Segundo Lula, "precisamos baixar mais ainda", mas sem quebrar o banco.

De acordo com o presidente, a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "só têm sentido de existir se for para fazer as coisas diferentes do que fazem os bancos privados".

Em sua avaliação, o BNDES precisa de muito dinheiro, mas não lhe é oferece a quantidade necessária. "Precisamos de dinheiro para investir a juros baratos", afirmou.

Na esteira do oferecimento de crédito, Lula pontuou que os grandes produtores rurais são muito importantes, mas que são os pequenos que produzem mais alimentos.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o ambiente internacional difícil elevou a exigência do restante do mundo em relação à política fiscal no Brasil, apesar de reconhecer que o governo vem tentando melhorar a situação das contas públicas.

Durante participação no fórum do grupo empresarial Esfera Brasil no Guarujá, no litoral paulista, neste sábado, 26, Campos Neto observou que o mundo parece ter acordado para o fato de que chegou a hora de pagar a conta dos enormes gastos na pandemia. Citou, como exemplo, o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch e a reação negativa do mercado à tentativa da Inglaterra de baixar impostos e aumentar gastos.

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O presidente do BC salientou que a injeção de US$ 9 trilhões na economia global no auge da pandemia, somada aos estímulos monetários, evitou a depressão econômica, porém deixou uma conta a ser paga. Em um cenário de menor liquidez internacional, os investidores devem ignorar menos os pequenos erros e desvios, o que significa, frisou Campos Neto, que o Brasil terá que fazer o dever de casa melhor. "A barra para o fiscal no Brasil subiu um pouco", declarou.

Ele fez menção à reforma administrativa, defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, ao apontar que algumas medidas, embora não tenham resultado imediato, podem dar ao Brasil um voto de confiança do mercado na travessia a um período de maior crescimento e, consequentemente, arrecadação. "Todas as iniciativas nessa linha fazem sentido."

O presidente do BC reconheceu a tentativa do governo, em especial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de melhorar os resultados fiscais - "está na direção" -, dizendo também que o arcabouço fiscal é "bem-vindo". Lembrou ainda que nem tudo depende do governo, já que há medidas a serem apreciadas no Congresso e no Judiciário.

Apesar disso, Campos Neto ponderou que o espaço para cortes de gastos no Brasil é limitado, dado o avanço de despesas que sobem acima dos limites de regras fiscais, comprimindo as demais.

Inflação

Campos Neto afirmou que o objetivo do Banco Central é fazer um pouso suave na economia brasileira. "Quero trazer a inflação para baixo com o menor custo possível para a sociedade", disse.

Ele detalhou que o objetivo é ter, dentro do possível, a menor queda do Produto Interno Bruto (PIB), a menor geração de desemprego e o mínimo de ruptura no canal de crédito. Campos Neto defendeu que foram poucos países do mundo que conseguiram fazer o que o Brasil tem feito em termos de queda de inflação versus o quanto custou.

O presidente do BC também comentou as surpresas recentes para cima com a inflação corrente. "Se pegarmos alimentação fora do domicílio e automóveis, dentro da parte de Transportes, explica quase toda a surpresa", disse Campos Neto, que relacionou o movimento de automóveis ao subsídio temporário do governo federal às montadoras de carros.

Copom

O dirigente também afirmou que acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) será sempre direcionado pelo argumento técnico. "O BC se mostrou uma instituição muito técnica, com um corpo de funcionários altamente qualificado", disse.

Para ele, a convivência de diretores com um governo que não os indicou, assim como o oposto, é o primeiro grande teste da autonomia da autarquia. "Acho que isso é saudável", pontuou.

Campos Neto frisou que é importante jogar dentro das regras em que a cada dois anos dois diretores terão que ser substituídos. A mistura de novos e antigos diretores, avaliou, é saudável porque combina um conhecimento existente na casa com, às vezes, uma percepção de fora.

"Acredito muito na diversidade. Quanto mais diverso for o Copom, melhor ele vai ser", emendou. "Não tem nenhum problema de ter opiniões diferentes, a gente até gosta."

Os repórteres viajaram a convite do Esfera Brasil.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta quinta-feira, 17, que nunca cogitou entrar para a política partidária. "Meu avô tinha horror de que a gente um dia entrasse para a política. Ele passava um bom tempo dizendo que era muita frustração, um trabalho duro. Ele falava para a gente tentar fazer coisas mais técnicas, ligadas ao mundo privado", afirmou, em entrevista ao portal Poder 360.

E completou: "Quando acabar meu período no BC, provavelmente vou ingressar no mundo privado, em algum tipo de projeto."

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Campos Neto tem mandato na presidência do BC até o fim de 2024. Ele lembrou que sugeriu que a lei de autonomia da instituição proibisse a recondução do presidente. "O mandato de quatro anos no BC é bastante, dá para fazer bastante coisa", acrescentou.

Diferenças entre gestão nos governos Bolsonaro e Lula

Questionado sobre as diferenças entre presidir o BC nos governos Bolsonaro e Lula, ele reiterou a necessidade de mostrar que o trabalho da autarquia é técnico. "Estou há pouco tempo no governo Lula, acho que as coisas vão se acomodando. Não podemos descuidar da inflação, senão ela volta e vem indexação", respondeu.

E concluiu: "Passamos por um teste de transição de governos agora. Críticas fazem parte do processo. Eu estava preparado e tive críticas também no outro governo. As pessoas esquecem disso muito rápido."

No primeiro aumento de preços desde o início do governo, a Petrobras anunciou nesta terça, 15, reajuste de 16,2% para a gasolina (o equivalente a R$ 0,41 por litro) e de 25,8% (R$ 0,78) para o diesel nas suas refinarias. O anúncio levou o mercado a rever suas projeções para o IPCA no ano. Até o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou em impacto na inflação por conta do "grande aumento".

"O impacto da gasolina é direto na cadeia", afirmou ele. Nas suas contas, a alta dos combustíveis deve puxar o IPCA em "mais ou menos 0,40 ponto porcentual entre agosto e setembro".

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Já o Itaú Unibanco reviu sua estimativa para o índice no fim do ano, de 4,9% para 5,1%. O banco calcula que o reajuste da gasolina deve gerar um impacto de 0,32 ponto, enquanto o do diesel deve responder por uma alta adicional de 0,02 ponto. "O movimento veio acima da nossa expectativa de curto prazo, que embutia um reajuste menor na gasolina, próximo de 5%", disse o banco. Outra instituição que reviu seus números foi a Warren Rena, de 4,6% para 5%.

A atual direção da Petrobras vinha sendo criticada por retardar o repasse de aumento de custos com a compra do petróleo para os preços no mercado nacional. Em maio, a empresa abandonou o antigo modelo de PPI (Preço de Paridade de Importação), que acompanhava a oscilação de valores internacionais.

Ontem, no comunicado que trouxe os novos valores, disse que, "estando a Petrobras no limite da sua otimização operacional", foi "necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, dentro dos parâmetros da estratégia comercial, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras". Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), mesmo com o reajuste os preços mantêm defasagem com os valores no exterior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou a senadores nesta quinta-feira (10) que o crédito rotativo no cartão de crédito deve ser extinto. Segundo ele, o grupo de trabalho formado por BC, Ministério da Fazenda e bancos para analisar o tema deve apresentar nos próximos 90 dias uma solução no âmbito do Conselho Monetário Nacional (CMN).

O rotativo é um tipo de crédito oferecido ao consumidor quando ele não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento. O exemplo mais comum é a quitação do chamado valor mínimo da fatura. O rotativo, porém, passa a valer quando o consumidor paga qualquer quantia que não seja o valor integral.

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A diferença entre o valor total e o que foi pago de fato se transforma em um empréstimo. Assim, passam a ser cobrados juros sobre o valor que faltou pagar. A taxa média de juros do crédito rotativo cobrada pelos bancos está em torno de 437% ao ano. No mês passado, a inadimplência na modalidade ficou em 49,1%.

No entanto, o entendimento do setor é de que apenas o fim da modalidade, com a dívida sendo automaticamente parcelada com juros mais baixos, não deve ser suficiente para realmente baixar as taxas. Desde 2017, na segunda fatura depois que o consumidor recorre ao rotativo os bancos são obrigados a transferir a dívida para um parcelamento com juros mais baixos. Nessa modalidade, as taxas hoje estão em 196,1% ao ano.

"A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito possa ir direto para o parcelamento (mensal), e seja uma taxa ao redor de 9% (de juro mensal, equivalente a 181% em 12 meses)", afirmou ele, durante audiência pública no plenário do Senado.

Desenrola

Além do grupo de trabalho, a Câmara também discute os juros do rotativo como parte da Medida Provisória do Desenrola, programa de renegociação de dívidas para quem está com o nome sujo. O relator da MP, deputado Alencar Santana (PT-SP), deve incluir no texto um dispositivo que obrigaria a autorregulação dos bancos sobre os juros do rotativo. Nesse caso, se os bancos não estabelecessem uma norma em 90 dias, seriam obrigados a cobrar no máximo 8% ao mês - o teto das taxas do cheque especial, uma outra modalidade de crédito.

Para aceitar a autorregulação, porém, os bancos querem limitar o parcelamento de compras no cartão em até 12 meses. As instituições dizem que o parcelamento sem juros e a inadimplência implicam cobrança de taxas maiores no cartão de crédito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em sessão solene na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sugeriu a necessidade de ampliar a autonomia da instituição ao dizer que é difícil ter apenas autonomia operacional. Campos Neto participou de uma sessão em homenagem ao seu avô, o ex-senador, ex-deputado, ex-ministro e economista Roberto Campos. Se estivesse vivo, Roberto Campos faria 100 anos hoje.  

“Meu avô defendia uma autonomia (do Banco Central) que tinha três dimensões, a dimensão operacional, a dimensão administrativa e a dimensão financeira. Nós finalmente aprovamos a autonomia com dimensão operacional e hoje, depois de algum tempo a frente do BC com autonomia operacional, eu vejo a dificuldade que é ter autonomia operacional sem ter autonomia administrativa e financeira”, destacou. 

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A lei sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em fevereiro de 2021 concedeu autonomia operacional ao Banco Central e o art. 6º da Lei diz que a instituição tem “autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira”. Porém, essas autonomias não são plenas, segundo explicou à Agência Brasil o professor de economia da Universidade de Brasília, César Bergo. 

“A autonomia financeira se dá quando a autarquia tem total recolhimento de recursos capaz de fazer frente a suas despesas e esse não é o caso. Então o Banco Central ainda depende de uma cobertura financeira por parte da União”, explicou o economista, que acrescentou que o BC também não tem plena autonomia administrativa “em função de situações que envolvem a gestão do Banco Central em si, como em relação a recompor os quadros de técnicos e a dificuldade de atrair bons profissionais”.  

Liberalismo econômico  

Ao citar o avô na sessão solene da Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central destacou que o político foi um porta-voz do “pensamento liberal” no país. Roberto Campos Neto lembrou que o avô defendia a “redução da intervenção do Estado na economia”, além de “flexibilizar as relações do mercado de trabalho”.   

Campos Neto ainda destacou a participação do avô na Assembleia Constituinte. Segundo o presidente do Banco Central, o Roberto Campos foi um duro crítico da atual Carta Magna brasileira. “Para ele, a Constituição de 1988 estabeleceu um amplo conjunto de direitos nem sempre compatíveis com as fontes de receitas, atribuiu ao Estado papel fundamental em empreendimentos estratégicos e presentou na sua forma final um caráter anacrônico, muitas vezes não alinhado com avanço da globalização e livre mercado” destacou. “Ele realmente foi uma pessoa muito a frente do seu tempo”, conclui o neto do economista Roberto Campos.  

Roberto Campos trabalhou no governo de Getúlio Vargas, foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo de Juscelino Kubitschek e ministro do planejamento do governo de Castelo Branco, já na ditadura militar. Em 1982, elegeu-se senador pelo Mato Grosso e, em 1990, virou deputado federal pelo Rio de Janeiro. Em setembro de 1999, foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 2001, no Rio de Janeiro.  

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o mercado financeiro e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O petista afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não foi indicado para agradar a "Faria Lima" e disse que o setor "nunca gostou e nunca votou" no Partido dos Trabalhadores (PT).

"Com todo respeito que posso ter ao chamado mercado financeiro, esse povo nunca gostou do PT, nunca votou no PT, nunca gostou do [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad. O Haddad não foi indicado para eles, foi indicado para tentar resolver a vida do povo pobre desse País", rechaçou Lula em entrevista à RecordTV, exibida na noite desta quinta-feira (13).

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Lula questionou novamente a atual taxa básica de juros, de 13,75%, e disse que a "Faria Lima" apoia a política monetária comandada por Campos Neto no Banco Central, para fazer "especulação". "Os interesses da Faria Lima são outros [não os de Haddad], inclusive de manter os juros, a taxa de 13,75%, porque eles que ganham com a especulação, o pobre não ganha com isso."

O presidente disse ainda que Campos Neto tem função de "gerar empregos e fazer a economia crescer" e voltou a questionar os objetivos do presidente do BC, a quem se referiu como "esse cidadão".

"A função dele não é só atingir a meta de inflação que ele estabeleceu. A função dele também é gerar empregos e fazer a economia crescer. Ele tem responsabilidade de olhar a política monetária por vários vieses. Ele não pode apenas achar que é preciso aumentar os juros", defendeu.

"Esse cidadão está a serviço de quem e fazendo o quê? O Brasil está precisando soltar a rédea para começar a crescer. Só o crescimento vai fazer com que tenha distribuição de riqueza", afirmou.

Amazônia

Lula cobrou ainda que o presidente da França, Emannuel Macron, participe da cúpula dos países amazônicos, que vai acontecer em agosto, na cidade de Belém do Pará. "A França foi convidada, porque a França é o único país europeu que faz fronteira com a Amazônia por causa da Guiana (Francesa). Não sei se o Macron vem, eu o convidei pessoalmente. Seria importante que ele viesse, porque não é ficar falando da Amazônia lá da Europa. Venha conhecer a Amazônia, venha ver como vive o povo."

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou ontem um novo convite para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, compareça ao Senado para explicar os rumos da política monetária e o patamar da taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano.

O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) foi uma "notícia positiva" e que espera uma redução da taxa de juros.

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Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a ata reforçou o acerto do governo nas medidas já adotadas. "Há uma sinalização clara de boa parte da diretoria (do BC) de que os efeitos de uma taxa de juros elevada produziram os resultados, e de que o risco fiscal está afastado. Isso é o mais importante. O Brasil está em uma trajetória fiscal sustentável e, portanto, a harmonização da política fiscal com a monetária deve acontecer brevemente", afirmou o ministro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou a jornalistas que deseja aprovar a "convocação" do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para prestar depoimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado o "quanto antes".

Desde a aprovação da autonomia do Banco Central, o presidente da autarquia, porém, perdeu status de ministro e, assim, não pode ser convocado à CAE - é apenas convidado a comparecer.

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Questionado se o governo apoia o que chamou de "convocação" a Campos Neto, Randolfe respondeu: "É uma iniciativa minha."

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, garantiu que fica no cargo até o final do seu mandato, que tem prazo até o fim de 2024, em entrevista à Globonews. Com a indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, à Diretoria de Política Monetária, surgiram rumores de que seria uma "oferta casada" para a presidência do BC e, assim, temores no mercado financeiro de que Campos Neto deixasse a cadeira antes do fim do seu mandato.

"Eu tenho mandato até 2024, não vou abreviar. O que eu sempre disse é que não estava disposto a recondução. Já fiz bastante coisa, tem que passar o bastão para o próximo", disse o presidente do BC, reforçando que sempre foi contra a recondução, desde a discussão da lei de autonomia.

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Sobre uma possível transição com Galípolo, o presidente disse que não era possível antecipar o processo, já que quem decide o próximo mandatário é o governo. "Não sei, acho que ele vai chegar, tem o trabalho da diretoria de Política Monetária a ser feito. A gente vai discutir ao longo do tempo. Quem decide o novo presidente é o governo, pode decidir por alguém que está na casa ou não."

Campos Neto lembrou que a cadeira de Política Monetária exige um trabalho de mesa de operação e que Galípolo vai ter de aprender a parte técnica do dia a dia. "Vai ser um processo de aprendizado para ele, foi para mim quando cheguei", disse, acrescentando que será enriquecedora a interação do atual número 2 da Fazenda com os outros diretores.

O presidente do BC ainda elogiou novamente as indicações de Galípolo e de Ailton Aquino, técnico da autarquia, para a Diretoria de Fiscalização. "Converso bastante com Galípolo desde o início do governo. Ailton é super querido dentro do BC. As indicações do governo fazem parte da regra do jogo da autonomia, foram boas."

Dinâmica do Copom

Sobre a dinâmica do Comitê de Política Monetária (Copom) com a entrada dos novos diretores, Campos Neto disse que não sabe como cada diretor vai votar, mas que o debate faz parte da institucionalidade.

Ele citou ainda que hoje já há diretores que pensam diferente, em referência à divergência de opiniões sobre a decisão de juros de setembro, quando dois diretores queriam uma nova alta para 14%.

"Tenho certeza que os diretores que entrarem entenderão que o processo é tecnico", afirmou ele, para quem o BC tem que ficar à parte das narrativas políticas.

Em meio à ofensiva do governo pela queda da taxa de juros, o presidente do BC ainda repetiu que a personificação das críticas em seu nome mostra uma falta de entendimento da autonomia do BC e do processo colegiado de definição da política monetária. "Dizer que o BC se guia por uma pessoa é falta de entendimento sobre o processo."

Moeda digital

O presidente do Banco Central afirmou ainda que os bancos estão "muito entusiasmados" com a Moeda Digital do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês) porque vai facilitar o processo de digitalização.

Na quarta-feira, o BC anunciou 14 consórcios selecionados para participar dos testes do real digital, que, em sua primeira fase, vai avaliar as trocas com a moeda por meio da simulação de negociações de títulos públicos. A expectativa é de que a CBDC seja lançada no fim do ano que vem.

Para as famílias e empresas, o presidente do BC também acredita que vai ter um efeito de facilitação da vida, que ainda não foi percebido, assim como aconteceu logo no lançamento do Pix.

Campos Neto argumentou que a moeda digital transforma a moeda em um contrato digital, que elimina riscos de transferência de titularidade em um processo de compra e venda, por exemplo. "Não faço o pagamento para uma pessoa, mas para um contrato, que gera um registro automático. Vai facilitar a intermediação financeira e baixar custos."

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se comprometeu a fazer pesquisas frequentes com empresários para captar o pulso da economia real. A ideia é fazer um novo indicador para monitorar as expectativas do ponto de vista das empresas.

O Banco Central hoje capta as expectativas de mercado por meio do Boletim Focus, pesquisa coletada apenas com representantes do mercado financeiro.

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Em almoço organizado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), horas antes da votação do projeto do novo arcabouço fiscal, na terça-feira, 23, Campos Neto acenou ao grupo de 14 empresários que participaram do encontro, que começaria a fazer a pesquisa, segundo informou ao Estadão o presidente do conselho do grupo empresarial Esfera Brasil, João Camargo.

"Ele (BC) pergunta só para economistas, e só o setor financeiro. Não está vendo a situação delicada das empresas, da construção civil, do varejo, do comércio", afirmou Camargo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, respondeu declaração feita pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e reiterou ser uma "opção" da autoridade monetária manter juros altos para impedir o crescimento do País. A declaração de Pimenta reacende as críticas do governo federal contra a taxa básica de juros do País, a Selic, a 13,75% ao ano.

"Não é sério. É uma opção de manter juros altos para favorecer o rentismo e impedir o País de crescer", disse o ministro, em publicação no Twitter neste sábado, 13. "Brasil precisa de crédito barato, a economia girar, gerar emprego e criar oportunidades. Sociedade está endividada e refém deste política monetária contrária aos interesses nacionais."

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A mensagem de Pimenta responde à declaração de Campos Neto que havia afirmado que a culpa do crédito caro no Brasil é do governo, que deve muito, e não da autoridade monetária. A fala de Campos Neto ocorreu ao programa do empresário Abílio Diniz na CNN Brasil, gravada em 9 de maio e transmitida na noite desta sexta-feira, 12.

"Se o empresário reclama do crédito caro, a culpa é do governo que deve muito. Quando o governo faz uma emissão longa com taxa real acima de 6%, isso não tem relação com o BC. Se a dívida do governo fosse baixa, o custo do dinheiro seria baixo. Os juros não são causa e sim consequência de um problema", comentou Campos Neto durante a entrevista. O presidente do BC também reforçou que a meta de inflação é determinada pelo governo e não pela autoridade monetária.

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