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O PMDB nacional enquadrou nesta segunda-feira (15) a movimentação da legenda capitaneada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, de lançar o nome do governador Sérgio Cabral como vice de Dilma Rousseff na eventual campanha de 2014 pela reeleição. Cabral foi constrangido a ligar para o vice-presidente Michel Temer e para o presidente do Senado, José Sarney, para desmentir a operação.

O presidente do partido, Valdir Raupp, contou que também recebeu ligação de Cabral dizendo que não concorda com a posição de Paes, que "lançou" o nome do governador como candidato a vice de Dilma em um evento em São Paulo no domingo (14). Na ligação de ontem, o governador do Rio disse que Temer é seu candidato. A Raupp, Cabral afirmou que não deixará o comando de seu Estado para ajudar a cacifar seu vice-governador, Pezão, que disputará o governo no próximo pleito.

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Sobre as declarações de Paes, Raupp amenizou: "Liguei para o Paes, está tudo bem. Acho que ele disse tudo isso porque estava no calor da vitória da eleição municipal". Indagado se faltará espaço a Cabral depois que deixar o posto de governador, Raupp negou: "Ele é um nome fortíssimo para disputar a Presidência em 2018". Sobre qual será seu papel no intervalo de quatro anos, o senador licenciado respondeu: "Podemos negociar um ministério importante para tocar nesse tempo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Diante dos rumores de que o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), renunciaria ao mandato em dezembro de 2013 para dar mais exposição ao seu vice e candidato à sucessão, Luiz Fernando Pezão, o PT fluminense resolveu antecipar de vez a campanha estadual de 2014.

Do lado do PMDB, um princípio de crise se instaurou e, segundo lideranças do partido, até uma reunião de campanha das legendas que apoiam a reeleição de Eduardo Paes (PMDB) à prefeitura da capital foi cancelada na tarde da quinta-feira para evitar atritos entre os aliados.

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O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pré-candidato do partido, reafirmou sua intenção de disputar o governo do Rio e chamou de "arrogante" a postura dos aliados peemedebistas. O petista disse ainda contar com o apoio da direção nacional do partido e anunciou que vai reeditar, a partir do ano que vem, uma versão fluminense das Caravanas da Cidadania - programa de viagens que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez pelo interior do País entre 1993 e 1996 e em 2001.

"Resisto a acreditar que essa movimentação partiu dele (Cabral). Ainda estamos na primeira metade do seu segundo mandato", comentou Lindbergh. "Mas combinaram com o povo? É um movimento arrogante. Não dá para combinar um plano, dentro de uma sala com ar-condicionado, para a sucessão estadual até 2026", reclamou o petista, referindo-se ao suposto planejamento peemedebista de reeleger Pezão em 2014 e Eduardo Paes em 2018 e 2022.

Silêncio - Do Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, nenhuma declaração. Nem para contestar a reportagem publicada na quarta-feira pelo jornal O Globo que informava que Cabral já havia falado da renúncia em favor de Pezão até para a presidente Dilma Rousseff. A especulação sobre a estratégia não é nova. Mas esta é a primeira vez que Cabral não se apressa a desmenti-la.

Sempre muito discreto, Pezão preferiu não polemizar. Disse que não adianta "apressar as coisas" e nem "botar o carro na frente dos bois". O vice-governador, no entanto, também não desmentiu a renúncia de Cabral.

"Falar que eu não quero (ser governador), seria mentira. Mas vamos devagarinho. Saí da prefeitura de um município (Piraí) com 25 mil habitantes para ser vice-governador. Já estou no lucro. Tenho agora que trabalhar", disse Pezão.

O PMDB tentou contemporizar. O líder do partido na Assembleia Legislativa, André Lazaroni, disse que era tudo especulação. O parlamentar, no entanto, apressou-se a lembrar que a aliança entre PT e PMDB é nacional e que é natural que o seu partido tenha prioridade no plano estadual.

"Temos que lembrar que os nossos adversários locais também são adversários do governo federal no plano nacional. Esse tipo de reação açodada só ajuda nossos adversários", afirmou Lazaroni, referindo-se ao ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR) e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM). Procurado, o presidente do PMDB, Jorge Picciani, não quis se pronunciar.

Herdeiro - Além de ajudar a expor o aliado, a renúncia de Cabral é necessária para viabilizar a candidatura de seu filho e herdeiro político, Marco Antônio, à Assembleia Legislativa. Pela legislação eleitoral, ele não poderia disputar caso o pai continuasse no Palácio Guanabara. O próprio Cabral precisaria renunciar caso quisesse disputar um mandato à Câmara dos Deputados ou ao Senado em 2014.

A prática é comum entre os governadores. Em 2010, os hoje senadores Aécio Neves (PSDB), Roberto Requião (PMDB), Blairo Maggi (PR), entre outros, renunciaram aos mandatos em Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso, respectivamente, para disputar a eleição. Todos, no entanto, abriram mão de seus cargos apenas em abril de 2010 - prazo limite estipulado pela legislação eleitoral.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, demonstrou apoio à fusão de seu partido, o PMDB, com outras siglas. Conforme informou o jornal O Estado de S.Paulo, o DEM já admite fusão com o PMDB, dependendo do resultado das eleições municipais de outubro. "Eu vejo sempre como boas as iniciativas que levem a um quadro partidário mais enxuto", disse o governador a jornalistas, após participar de reunião sobre combate a desastres naturais, realizada nesta segunda à tarde no Palácio do Planalto.

"Esse enxugamento de partidos convergindo pra identidades partidárias mais próximas, né, o PMDB é um partido de centro, converge pro centro, tem poucos mais à esquerda, outros mais conservadores, partidos que orbitam em torno do centro que desejam fundir com o PMDB são muito bem-vindos." Na avaliação do governador, o PMDB "ganha no sentido de amalgamar outros partidos, outras forças partidárias, que virão pro PMDB somar forças."

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Questionado se o DEM seria uma boa força partidária para ser somada, o governador respondeu: "Quem tem de avaliar é o Valdir (Raupp, presidente nacional do PMDB)".

Antes de deixar o Planalto, Cabral reiterou que é "cabo eleitoral da reeleição da presidenta Dilma Rousseff".

Enquanto os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), prestam depoimento na CPI do Cachoeira, o do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB) - poupado pela comissão - vai receber um inédito empréstimo do Banco do Brasil para investir em 14 obras de mobilidade e infraestrutura. Com valor total de R$ 3,6 bilhões, o contrato será assinado nesta quarta em solenidade com a presidente Dilma Rousseff.

Aliados do governador comemoravam nesta terça o fato da medida fortalecer Cabral politicamente e demonstrar que a administração estadual fluminense não está paralisada. Amigo íntimo de Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, empresa que está no epicentro da investigação da CPI por causa de suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o governador do Rio enfrenta a pior crise de seu governo desde que foram divulgadas fotos de viagens que ele fez com o empresário a Paris e Montecarlo.

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Desde que a CPI votou contra a sua convocação, há duas semanas, Cabral vem tentando retomar a rotina. Voltou a ter agendas públicas, a falar com a imprensa e até a demonstrar uma fisionomia mais animada. Normalmente avesso a reuniões partidárias e audiências com prefeitos e deputados, o governador passou a receber aliados e está ativo nas costuras políticas para as eleições municipais de outubro. "Ele sabe como uma vitória significativa em municípios maiores se tornou importante depois disso tudo", disse um de seus aliados.

A solenidade de assinatura do contrato de empréstimo com o Banco do Brasil é o primeiro grande evento que o governador protagoniza desde que foi poupado pela comissão. A primeira parcela dos recursos será no valor de R$ 865 milhões e será liberada logo após a assinatura do contrato.

As verbas serão usadas para obras nas linhas 3 (Niterói-São Gonçalo) e 4 (zona sul-Barra da Tijuca) do Metrô, no Arco Metropolitano, na aquisição de barcas para travessia Rio-Niterói, obras na região serrana, contenção de encostas e barragens na região norte e noroeste, urbanização de comunidades na capital e na região metropolitana, além de projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016 - como a recuperação das lagoas de Barra da Tijuca e Jacarepaguá e o Canal da Joatinga, entre outros.

"A gente estava com dificuldade para captar esse dinheiro para investimento. Chegamos ao limite no Banco Mundial (Bird) e no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O contrato com o Banco do Brasil foi fechado em 113 dias, que é muito mais rápido do que a média", disse o vice-governador Luiz Fernando Pezão. "O presidente do BB (Aldemir Bendine) me disse que a porta dele vai ficar lotada de governadores e prefeitos de capital interessados em empréstimos como esse", afirmou.

Sobre o fato da linha de crédito sair em ano eleitoral e em meio a pior crise já enfrentada por Cabral, o vice-governador nega que tenha havido qualquer interferência política. "Esse empréstimo começou a ser negociado antes de qualquer CPI. Além disso, as transferências aos municípios ficam muito limitadas a partir do dia 5 de julho. Não tem nada a ver", disse Pezão.

Compromissos partidários locais não tiveram peso na votação que livrou o governador Sérgio Cabral (PMDB) de depor na CPI do Cachoeira. Cabral teve em seu benefício três votos decisivos do oposicionista PSDB, mas viu cinco parlamentares de partidos que integram sua base no Estado votarem a favor da convocação. No final, saiu vitorioso por 17 votos a 11.

Entre os filiados a partidos aliados de Cabral que votaram pela convocação do governador estavam dois deputados do Rio: Miro Teixeira, do PDT, e Hugo Leal, do PSC. Também foram favoráveis à presença do governador na CPI o senador Pedro Taques (PDT-MT) e os deputados Paulo Foletto (PSB-ES) e Sílvio Costa (PTB-PE). O PPS e o PSD, que recentemente se aliaram a Cabral no Rio mas não integram a base da presidente Dilma Rousseff, foram favoráveis à convocação do governador, com os votos do deputado Rubens Bueno (PPS-PR) e da senadora Kátia Abreu (PSD-TO).

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"Amo o Rio e não quero ver o Estado nas manchetes internacionais por um embate político. Seria um desserviço ao País e ao Estado convocar Cabral." Parece um aliado falando, mas é o senador do PSDB Cássio Cunha Lima (PB), que votou contra a convocação de Cabral. O tucano teve o mandato de governador da Paraíba cassado por abuso do poder econômico e foi eleito senador em 2010. "Enfrentei uma crise, sei o quanto é custoso para o Estado. Contra Cabral, há apenas fotos de péssimo gosto", afirma Cunha Lima, em referência à divulgação de imagens de viagens de Cabral à França em companhia de Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, investigada na CPI.

Os três tucanos que votaram contra a convocação dissociam seus votos de qualquer ação política, mas o bom trânsito de Cabral no PSDB, partido ao qual foi filiado e onde tem bons amigos, como o senador Aécio Neves (MG), ajudou no ambiente favorável. "Não mudei de lado. Sempre tive a mesma convicção. O escopo da CPI é investigar integrantes da quadrilha e pessoas referidas pelos integrantes. Sérgio Cabral nunca foi referido. A oposição é minoria na CPI, nosso instrumento de convencimento é a lógica investigativa", diz o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

"Sempre dissemos que a CPI tem que ser imparcial. Não seria coerente votar pela convocação de Cabral se até agora não há notícia, nas investigações, de nenhuma ligação ilícita do governador", argumenta o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). O voto dos companheiros contrariou o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), pré-candidato a prefeito do Rio que vinha trabalhando pela convocação do adversário Cabral. "Acho que esse assunto deveria ter sido mais discutido no partido", reclama Otávio Leite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse na manhã desta quarta-feira que "não teme" a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da Delta Construções, aprovada na terça-feira pela CPI do Cachoeira do Congresso Nacional. Foi a primeira vez que Cabral falou sobre o caso desde 27 de abril, quando vieram à tona fotos dele em festas em Paris com secretários estaduais e com o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta e seu amigo pessoal.

A empreiteira já recebeu R$ 1,49 bilhão em contratos com o governo do Rio durante a gestão Cabral. As fotos das confraternizações em Paris foram reveladas pelo blog do deputado federal Anthony Garotinho (PR), adversário de Cabral.

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Cabral irritou-se ao ser perguntado por um jornalista se ele temia a quebra do sigilo da Delta. "Por que eu temeria? Acho até um desrespeito da sua parte me perguntar isso. Uma coisa é a relação pessoal que eu tenho com empresários ou não empresários. Outra coisa é a impessoalidade da decisão administrativa. Essas ilações são de uma irresponsabilidade completa, um desrespeito completo com a minha pessoa, com a administração que a gente vem fazendo aqui, com os meus secretários de Estado. Porque os secretários partem sempre da premissa e reconhecem a gestão impessoal que a gente tem feito, da imparcialidade e da autonomia dos secretários. Eu duvido que algum secretário meu diga: `bom, o governador um dia ligou para pedir a nomeação de A, B ou C, ou para influenciar em qualquer decisão administrativa'. Por que eu temeria?".

Cabral disse ainda que não vai se oferecer para ser ouvido na CPI do Cachoeira, como fez o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), nesta terça-feira. "O governador de Goiás tem as razões dele e eu respeito. Há 250 mil gravações e meu nome não aparece em nada. Não é o fato de uma amizade que me levaria a ir em qualquer lugar, mas eu respeito o governador de Goiás e tenho certeza que ele terá a oportunidade de se defender". Cabral participou nesta quarta-feira da inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Alemão, que vai atender cerca de 20 mil moradores dos morros do Alemão e da Pedra do Sapo, na zona norte do Rio.

Livre do pesado tratamento contra o câncer na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quinta a visita do governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral e do prefeito da capital fluminense Eduardo Paes. O encontro durou 40 minutos e aconteceu no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde Lula tem ido diariamente fazer sessões de fonoaudiologia.

Ontem, quarta-feira, 28, o ex-presidente foi informado pelos médicos que o tumor na laringe não foi detectado nos exames. Mesmo com a alta médica, Lula terá de se submeter a sessões de fonoaudiologia para recuperar a voz, que ainda está levemente rouca. Aos médicos, o ex-presidente disse que pretende tirar um dias de férias antes de retomar em definitivo suas atividades políticas.

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O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), parece não estar preocupado com o mal estar provocado entre membros do PMDB de São Paulo por conta de seus elogios enfáticos ao ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, em solenidade na última quarta-feira, em Angra dos Reis, litoral sul do Estado.

Questionado sobre as reações adversas do vice-presidente Michel Temer, principal líder do PMDB nacional, e de outros aliados do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP), indicado pelo partido para disputar contra Haddad a administração municipal paulista, Cabral disse que não vê motivos para comentar especulações. Por nota de sua assessoria de imprensa, o governador do Rio destacou ainda que mantém ótimas relações "com o vice-presidente da República e companheiro de partido, Michel Temer".

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Durante inauguração de uma creche no pequeno distrito de Bracuí, em Angra dos Reis, Cabral chegou a classificar Haddad como "o melhor ministro da Educação do período democrático" e o comparou a educadores como Anísio Teixeira e Gustavo Capanema.

Haddad, que deve deixar o cargo nos próximos dias para se dedicar exclusivamente às eleições, também recebeu muitos elogios da presidente Dilma Rousseff durante a solenidade.

Vice-governador e provável candidato do PMDB à sucessão de Cabral no governo do Rio, Luiz Fernando Pezão disse não ver motivo para mal estar entre os companheiros de partido em São Paulo. Segundo ele, as relações da administração estadual fluminense com Haddad foram sempre "muito boas".

"O Haddad sempre foi muito atencioso com a gente. Temos um profundo carinho por ele", disse Pezão. "Ainda não estamos em época de eleição. A gente não pode negar o mérito do cara. A gestão dele foi boa e a gente tem um ótimo relacionamento com ele. Eleição é em outubro, a campanha só começa em agosto. Não tem nada a ver", afirmou o vice-governador fluminense.

O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) afirmou hoje que "não será problema aplicar a lei", referindo-se à regulamentação da emenda constitucional 29, sancionada ontem pela presidente Dilma Rousseff após 11 anos de discussão no Congresso. Um dos objetivos da lei é impedir governadores e prefeitos de maquiar gastos em saúde.

A reportagem pediu uma entrevista com o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, mas o governo do Rio divulgou apenas uma nota oficial com declarações do governador. "Ao contrário de outros Estados, o nosso governo não inclui nem na Educação, nem na Saúde, despesas com funcionários públicos aposentados e pensionistas para atingir o índice obrigatório constitucional de 12%", afirmou Cabral. "É uma medida positiva, que faz com que a saúde pública ganhe mais recursos. Quem se beneficia com isso é a população. Então, para nós, não será problema aplicar a lei", acrescentou o governador.

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Na noite de reinauguração do Palácio Guanabara, sede do governo restaurada graças a empresas privadas que bancaram as obras de R$ 19,2 milhões, o governador Sérgio Cabral (PMDB) resumiu a atual gestão, em discurso bem-humorado: "O governador é o Pezão, o primeiro-ministro é o Regis e eu fico ali animando a festa".

Foi esta dupla - Luiz Fernando Pezão, vice-governador e coordenador de infraestrutura, e Regis Fichtner, secretário da Casa Civil - que tocou o dia a dia da administração e esteve ao lado de Cabral nos momentos críticos do ano passado.

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Depois de uma sucessão de crises, denúncias, más notícias no plano pessoal e do esfriamento da relação com a presidente Dilma Rousseff, o governador encerrou 2011 tentando capitalizar a bem-sucedida ocupação da Favela da Rocinha pelas forças de pacificação, logo depois da prisão do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem.

A política de combate ao crime, baseada nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), está a cargo do terceiro homem forte do governo, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

Pezão fala em "urucubaca" quando comenta sobre 2011. "Todo mês vinha uma pancadaria", lamenta. O vice elege as enchentes na região serrana, em janeiro, que deixaram mais de 900 mortos, o pior pesadelo do ano. "A situação das cidades fugiu do controle", reconhece.

A crise política veio em junho. Depois de um desgastante embate com bombeiros em campanha salarial, em que determinou a prisão dos responsáveis pela invasão do quartel-general da corporação, Cabral viveu um drama pessoal que descambou em uma série de suspeitas de favorecimento, tráfico de influência e falta de decoro.

O acidente de helicóptero que matou sete pessoas no sul da Bahia, entre elas a namorada de um de seus filhos, mostrou a proximidade do governador com o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, que tem contratos milionários com o governo do Estado. Revelou também a ligação estreita de Cabral com um dos homens mais ricos do mundo, Eike Batista, que costumava emprestar seu avião para o governador.

Mais uma vez, Pezão foi o esteio de Cabral. O vice tinha acabado de viajar para alguns dias de férias no sul da Itália. "Voltei correndo. Fiquei seis horas na cidade", relembra. E sai em defesa do governador. "Como é que não pode ser amigo do empreiteiro? Vai ser só amigo do operário? O Brasil pune muito o sucesso das pessoas", reage Pezão.

Embate com Planalto

A tensão voltou em setembro, quando avançava no Congresso a proposta de distribuição dos royalties do petróleo que tira recursos do Rio. Cabral elevou o tom das críticas aos parlamentares e cobrou "coerência" da aliada Dilma Rousseff e o compromisso de vetar qualquer mudança prejudicial aos Estados produtores.

No Palácio do Planalto, o comportamento do governador foi mal recebido. Um integrante da coordenação política da presidente reclamou que ele foi "tratado como um filho" pelo ex-presidente Lula e que Dilma fez questão de manter a mesma política de atenção às demandas do Estado. Não aceitaria, portanto, ser desafiada e colocada contra a parede.

Dilma teve uma conversa com Cabral e Pezão, no início de outubro, mas a aprovação do projeto no Senado reacendeu o mal-estar. A crise dos royalties arrefeceu com a decisão de empurrar para 2012 a discussão na Câmara. O desfecho deste imbróglio será decisivo para o futuro da relação entre Dilma e Cabral. Por enquanto, o discurso do governador é de total apoio à reeleição da presidente. Afilhado. Aos poucos, Cabral começa a tratar da sua sucessão. Neste ponto, estão de volta os dois escudeiros. O governador costura uma ampla aliança para a eleição de Pezão em 2014.

Há três semanas, em jantar com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e parlamentares do recém-criado PSD, que já tem a maior bancada na Assembleia Legislativa fluminense, o governador lembrou a importância de prorrogar a aliança fechada para a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB) em 2012. Kassab comprometeu-se com o apoio ao candidato de Cabral.

Um dos cenários da sucessão estadual é a repetição de uma chapa só de peemedebistas, com Regis Fichtner candidato a vice de Pezão. Ninguém no governo fluminense fala abertamente de eleição, mas a ideia começa a se espalhar. Fichtner tem tido maior visibilidade no governo, com discursos constantes em solenidades. Foi ele quem coordenou as obras do Guanabara e ganhou os elogios na festa de reinauguração. Naquele mesmo dia, 15 de dezembro, comandou o anúncio das mudanças na zona sul para a construção da linha 4 do metrô.

A proposta de chapa puro-sangue se fortalece diante da provável saída do PT da aliança em 2014, com a candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo. O petista tentou disputar com Cabral em 2010, mas foi convencido por Lula a desistir. Agora, está decidido a lutar para ser candidato. O discurso oficial, no entanto, é conciliador. "Acho possível que surja um candidato unificado de PT e PMDB", diz o senador. "Vamos ver como estarão os pré-candidatos lá na frente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, vetou totalmente o projeto de lei da Assembleia Legislativa que previa incentivos à produção de aparelhos eletrônico do tipo "tablet" ou componentes no Estado. Nas justificativas para o veto, o governador lembrou que um decreto de outubro de 2010, mais abrangente que o projeto atual, criou um programa de incentivo para produtos de informática e eletroeletrônicos, grupo no qual consta o "tablet".

Ainda segundo as razões para o veto publicadas no Diário Oficial, a proposta contém imperfeições tributárias que inviabilizam sua adoção. Entre elas está a dedução do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que é um tributo municipal, sobre o qual o governo do Estado não pode atuar.

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A assessoria do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, esclareceu hoje que ele não tem nenhum encontro agendado com a presidente Dilma Rousseff para discutir o projeto de lei de redistribuição dos royalties do petróleo que tramita no Congresso. Dilma inicia nesta quarta-feira uma rodada de conversas com governadores para discutir a divisão dos royalties do petróleo, cuja votação na Câmara dos Deputados ela quer deixar para o ano que vem.

Havia a expectativa de que a presidente começasse as conversas com os dois Estados produtores que mais perdem com a aprovação do projeto, mas a agenda de Dilma hoje só prevê um encontro dela com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, no Palácio do Planalto. A assessoria de Cabral informou que ele não vai hoje a Brasília e que não há previsão de qualquer encontro dele com Dilma, indicando que ele ainda não foi convidado pela presidente.

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Cabral, um dos principais aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da eleição de Dilma, não tem escondido a insatisfação com a atuação da presidente nas articulações para evitar a aprovação do projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) já votado no Senado. Na semana passada, ele promoveu uma grande passeata no Rio contra o projeto que reuniu mais de 100 mil pessoas e consumiu R$ 780 mil.

No entanto, Cabral tem evitado declarações criticando abertamente a presidente, deixando para aliados a cobrança de mais empenho de Dilma para proteger os interesses do Rio, onde o governador a ajudou a conquistar mais de 70% dos votos na última eleição.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que o líder do tráfico da Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso no fim da noite de ontem, e todos os demais criminosos que forem detidos durante a ocupação na comunidade - prevista para os próximos dias - serão transferidos para presídios federais fora do Rio. Em entrevista à rádio CBN, Cabral declarou que o trabalho de pacificação prosseguirá pelos próximos dias e fez um apelo para que os traficantes que ainda estão na favela se entreguem sem resistir.

"Esperamos que os marginais não reajam. Esperamos que eles se entreguem, para que a população da Rocinha e do Vidigal possa retomar o mais rapidamente possível a sua rotina", disse.

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O governador confirmou que a Marinha já autorizou a participação de fuzileiros navais e de veículos blindados na operação de ocupação da Rocinha e do Vidigal - as duas últimas grandes comunidades na zona sul da capital fluminense ainda controladas por traficantes.

Cabral também louvou o trabalho conjunto das policiais Civil e Militar com a Polícia Federal, ressaltando a integração dos serviços de inteligência e garantindo que não há disputas de vaidade ou de méritos entre as corporações. Ele ainda fez um agradecimento à presidente Dilma Rousseff, que, segundo ele, mantém a relação de cooperação iniciada durante a gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governador ainda anunciou que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estará no Rio amanhã para assinar convênios que beneficiem jovens moradores de comunidades pacificadas.

Sobre o clima de tensão na Rocinha e no Vidigal, Cabral repetiu a recomendação da polícia para que os moradores tentem levar a vida com tranquilidade nos próximos dias, e pediu que fiquem em casa na ameaça de confronto. "Recebemos nesses últimos dias inúmeros boatos. Isso faz parte do processo de pacificação. Ajam com tranquilidade. Confiem na polícia e fiquem em casa se houver qualquer ameaça de confronto. Faço mais uma vez um apelo para que os marginais se entreguem sem confronto. Isso será positivo para todos nós", disse.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, aconselhou a presidente Dilma Rousseff a vetar o projeto aprovado ontem pelo Senado, que diminui as parcelas dos royalties aos estados produtores de petróleo. "Basta ela se inspirar no presidente Lula", disse ele, em referência ao veto do antecessor de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva à emenda que, no ano passado, tentou retirar parte dos royalties dos produtores.

Cabral reafirmou que, caso a presidente não vete o projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o governo do estado do Rio de Janeiro irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o que definiu de uma "aberração". "Tenho certeza de que a presidente não vai sancionar isso. Ela é uma democrata", afirmou Cabral durante visita a uma estação de tratamento de água em São Gonçalo.

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O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, classificou de "indecente, indecorosa e irresponsável" a proposta da divisão de riquezas do petróleo apresentada ontem pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e que pode ir a votação hoje no Senado. Cabral reclamou que a proposta altera as regras para a definição dos limites das bacias a serem exploradas, com mudança inclusive de linhas geográficas estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A mudança de regra de última hora desagradou os estados produtores do Rio e do Espírito Santo. Rêgo apresentou uma emenda que altera os pontos de referências das bacias, prejudicando os estados produtores na divisão de royalties da área do pré-sal. "É uma caricatura de um projeto já caricato. Ele mudou as perpendiculares do IBGE, o senador Vital do Rêgo virou técnico, geólogo, geógrafo do IBGE", ironizou, se dizendo indignado.

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Segundo Cabral, haveria um crime, um desrespeito institucional a regras estabelecidas em blocos já licitados. Cabral acredita que a presidente Dilma Rousseff não será omissa e defendeu que ela repita a mesma postura de veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"A presidenta Dilma era ministra-chefe da Casa Civil, participou comigo das negociações, então ela avalizou essas negociações, ela mais do que ninguém sabe que não pode ter nenhuma invasão", disse Cabral. "O governo federal não será omisso, (acredito que) a presidenta Dilma terá a mesma postura que teve o presidente Lula, afinal foi ele que avalizou o governo dela, ela tem de ter a mesma postura".

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, fez um apelo hoje à presidente Dilma Rousseff para que o governo federal negocie com o Congresso Nacional o adiamento da votação da divisão dos royalties do petróleo, marcada para o dia 5 de outubro. Segundo ele, a presidente já começou a negociar, mas o governador disse também que fará um pedido semelhante ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

"A presidenta está atenta e acha que não é o momento para o debate, que é impróprio. Por isso, ela está conversando com líderes", afirmou. "Acho que farei um apelo a Sarney, que tem mais tempo de política do que eu de idade. Talvez ele seja o único a ter coragem para dar um basta a irregularidades sobre princípios legais", acrescentou, mostrando-se insatisfeito com a possibilidade de perda de receitas do Rio de Janeiro com uma possível divisão igualitária dos royalties pelos Estados.

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Cabral alegou que o Rio não pode abrir mão das receitas correntes do que já foi licitado. "Não posso calcular o tamanho da crise que pode gerar à economia do meu Estado. É preciso mostrar aos mais exaltados que há outros caminhos", argumentou. Na avaliação do governador, esse dinheiro não resolve os problemas dos outros Estados e destrói a economia do Rio de Janeiro, que tem que se preparar nos próximos anos para grandes eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

No fundo, o que está em discussão, na opinião de Cabral, é o acréscimo das receitas para os Estados. Esses recursos, segundo ele, não estão necessariamente atrelados ao petróleo. Poderiam vir de outras fontes, como níquel ou zinco, citou como exemplos.

De acordo com Cabral, políticos de diversos Estados estariam distorcendo o discurso em torno dos royalties do petróleo. "Virou bandeira política afirmar que esses recursos serão a salvação, mas não serão. Essa discussão é descabida e fora de propósito", completou.

O governador rebateu as acusações de que o seu governo estaria sendo intolerante. "Se outros Estados pedissem os mesmo benefícios da Sudene ou da Zona Franca de Manaus, esses recursos seriam retirados dessas regiões?", questionou. Cabral disse ainda que os recursos oriundos da exploração do petróleo são muito inferiores, por exemplo, que os repassados pela União às unidades de Federação por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Para Cabral, a tentativa de incluir na divisão as receitas correntes de poços já licitados é "uma violência contra o povo do Rio de Janeiro". Na avaliação do governador, a decisão do governo de alterar a legislação existente foi "equivocada". "A legislação era muito boa", afirmou.

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